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São Paulo,2023
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São Paulo,2023
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................5
1.2 Problema de pesquisa.............................................................................................7
1.3 OBJETIVOS............................................................................................................7
1.3.1 Objetivos Gerais .................................................................................................7
1.3.2 Objetivos Específicos .........................................................................................7
2 MÉTODOS.................................................................................................................8
3 QUADRO TEÓRICO..................................................................................................9
3.1 Saúde mental dos negros: o impacto do racismo.............................................9
4 A ERA DIGITAL E O IMPACTO NEGATIVO CAUSADOS PARA AS PESSOAS
NEGRAS.....................................................................................................................13
5 A IMPORTÂNCIA DA PSICOLOGIA PARA AS PESSOAS NEGRAS...................16
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................19
7 REFERÊNCIAS........................................................................................................20
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RESUMO
O presente trabalho tem como alvo apresentar sobre a saúde mental da população
negra no Brasil, no que se refere ao contexto da era digital, realizando uma breve
análise sobre a temática dentro da era digital, considerando as formas de racismo e
marcando quais agravos psíquicos podem acarretar a vida da pessoa negra. Dessa
forma, foi realizada uma pesquisa bibliográfica de modo a ver determinados
trabalhos pertinentes ao tema “Saúde mental da população negra na era digital”.
Assim, pretende-se oferecer uma visão mais reflexiva e assertiva, sobre o que é
racismo, como ele se configura e ocasiona em desigualdades sociais adoecendo
psiquicamente as vítimas e, também trazendo algumas colocações da Psicologia
Preta, que pode levar essa questão para vários domínios onde operam,
especialmente no acadêmico, para assim buscar formas de enfrentamento.
Palavras-chave: Saúde mental. Pessoas negras. Era digital. Psicologia Preta.
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1 INTRODUÇÃO
1.3 OBJETIVOS
2 MÉTODOS
3 QUADRO TEÓRICO
3.1 Saúde mental dos negros: o impacto do racismo
Desde o período da escravidão até hoje o racismo nunca teve fim, apenas se
manifestou de diferentes formas, adaptando-se à época. Recentemente, é
mascarado e silencioso, boa parte da população é racista, mas ninguém afirma que
é (CAMINO et. al., 2000). O afastamento nas áreas mais desprovidas da sociedade,
a violência, a desigualdade econômica e a invisibilidade são questões que
corroboram que esse problema ainda é presente e que causa efeitos psicológicos e
físicos em suas vítimas. (PEREIRA, 2017). Doenças como depressão e transtornos
de ansiedade podem ser desenvolvidas nas pessoas vítimas do racismo. Desde
muito cedo, o negro no Brasil passou e passa por rejeição, discriminação e
invisibilidade nos ambientes sociais. Esses fatores ocasionam impactos profundos
na saúde mental, pois afetam diretamente na autoestima e no desenvolvimento
desses sujeitos. (OLIVEIRA; MAGNAVITA; SANTOS, 2017).
Por conta das situações humilhantes e cruéis dos escravos, que passavam
por castigos físicos e psicológicos como desnutrição e doenças infecciosas, palavras
de humilhação, ocasionou a mortalidade da população negra sendo alta no período
da escravidão. Na história é pouquíssimo citado que boa parte dessas mortes incidia
por conta de suicídios, porém os relatos de vários estrangeiros que notaram a
escravidão no século XIX mostraram que esse ato era muito comum na ocasião. Os
suicídios são considerados de duas formas: Passivos, quando o escravo desistia de
se alimentar e ia morrendo devagar, e ativos, quando ele tirava a própria a vida por
meio de afogamentos, enforcamentos ou armas brancas. (VEIGA; MARIA, 2008) De
acordo com Veiga e Maria (2008), na época, as notícias sobre os suicídios dos
escravos eram pouco explicativas, sendo em 50% dos casos ignoradas, geralmente
as mortes eram conferidas a “desgostos do cativeiro”, alocando como a única causa
desse problema. Muitos desses escravos quando chegavam ao Brasil, entravam
numa tristeza extremamente profunda, não falavam e não se alimentavam, sendo
considerado uma forma de suicídio passivo. Os relatos históricos chamavam esse
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caso de “banzo”, considerado uma doença que agredia os escravos por conta da
saudade e lembrança do país de origem.
Dessa forma, é possível entender que o racismo desde seu começo causou
grandes impactos nessas pessoas, principalmente psicológicos, ao ponto de ocorrer
a suicídios por conta do sofrimento acentuado. Até hoje, essa circunstância de
discriminação racial afeta a saúde mental de pessoas negras.
Na modernidade, o racismo é mascarado e na época da escravidão era
altamente visível e escancarado na sociedade, porém, por conta das mudanças
sociais ocorreram muitas lutas e debates reflexivos. Entretanto, o racismo ainda é
presente e apesar de mais da metade da população ser negra, alcançando quase
54% (IBGE, 2014), essa parte populacional ainda é vista como minoria na
sociedade, porque sofre profundamente por conta do racismo. É plausível afirmar
que o ambiente externo a qual o sujeito está presente e opera é de imensa
importância para a conservação da saúde mental dele, sendo assim é aceitável
afirmar que o ambiente em que a maioria da população negra mora, que são locais
apartados da vida urbana, áreas violentas, sem saneamento básico e educação
adequada, acresce os níveis de estresse e influencia fortemente em problemas em
sua saúde mental. (OLIVEIRA; MAGNAVITA; SANTOS, 2017).
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Como já mencionado, uma boa parte dos autores estudados nos cursos de
psicologia é formada por pessoas brancas e são raras as universidades que
estudam autores negros”, por isso a necessidade de que a psicologia preta seja
inserida de forma mais forte para tratar da melhor forma os danos que o racismo
estrutural causa na saúde mental à população negra. A psicologia preta é um estudo
que parte de pesquisas e o profissional deve ter um papel afetuoso e de antirracista
nesta questão. Em compensação, a conexão terapêutica entre um paciente e um
terapeuta negro é muito importante, uma que os traumas motivados pelo racismo é
algo altamente sensível e delicado e, por vezes, relaciona-se a um ferimento no
inconsciente do paciente que ainda não foi cicatrizado.
presos, de tal modo uma pessoa que passa a se edificar enquanto sujeito e nos
expede a uma constituição coletiva de saberes em procurar refletir sobre efeitos
psicossociais do racismo na vida desses sujeitos que passaram pelo processo de
afastamento e de que forma seus descendentes vivenciam, são difundidos e se
espalham no mundo.
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
7 REFERÊNCIAS
SILVA, João Henrique Da. A virtualização das relações e a liquefação dos laços
afetivos sob a ótica de Zygmunt Bauman. 2016. Disponível em: . Acesso em:
15.06.2023.
S. Bauman and I. Rivers, “Mental Health in the Digital Age,” no. April, 2020.
VEIGA, Saulo; MARIA, Ana. O suicídio de escravos em São Paulo nas últimas
duas décadas da escravidão. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de
Janeiro, v.15, n.2, abr./jun. 2008. p.371-388.
VOGEL L. A qualidade do tempo de tela das crianças é tão importante quanto a
quantidade . CMAJ 2019 ; 191 :E721.
WAELDE, Lynn et al. Psychometric Properties of the Race-Related Events Scale.
Psychological Trauma: Theory, Research, Practice, and Policy. California, v.2, n.1,
mar. 2010. p.4-11.