Você está na página 1de 14

Contemporânea

Contemporary Journal
3(5): 4572-4585, 2023
ISSN: 2447-0961

Artigo

ADOLESCÊNCIA E TRANSTORNOS DE ANSIEDADE: O


MAL DO SÉCULO NA POUCA IDADE

ADOLESCENCE AND ANXIETY DISORDERS: THE EVIL OF


THE CENTURY IN YOUNG AGE

DOI: 10.56083/RCV3N5-060
Recebimento do original: 26/05/2023
Aceitação para publicação: 01/06/2023

Aurineide Silva Feitosa


Bacharel em Enfermagem
Instituição: Faculdade de Tecnologia de Teresina (CET)
Endereço: R. Rio Grande do Norte, 790, Pirajá, Teresina - PI, CEP: 64003-420
E-mail: aurisilva192@gmail.com

Antônia Fabiana Sousa Barros Correia


Bacharel em Enfermagem
Instituição: Faculdade de Tecnologia de Teresina (CET)
Endereço: R. Rio Grande do Norte, 790, Pirajá, Teresina - PI, CEP: 64003-420
E-mail: sousabarroscorreiaantoniafabia@gmail.com

Maria Nauside Pessoa da Silva


Mestra em Enfermagem
Instituição: Faculdade de Tecnologia de Teresina (CET)
Endereço: R. Rio Grande do Norte, 790, Pirajá, Teresina - PI, CEP: 64003-420
E-mail: nauside@yahoo.com.br

RESUMO: A ansiedade é um desconforto bem conhecido, pois afeta as


pessoas em todo o mundo, inclusive crianças e adolescentes. E quando se
torna patológico surge a necessidade de tratamento. O estudo foi do tipo de
pesquisa integrativa por meio de uma revisão de literatura, baseado no
material já produzido sobre o assunto de transtorno de ansiedade, publicados
nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO), PubMed,
CAPES. Utilizando os descritores: adolescente, ansiedade e transtorno,
seguindo os métodos de inclusão e exclusão, com o período de ano do estudo
de 2012 a 2023. Fazendo-se relevante conhecer através de estudos já

4572

Contemporânea – Revista de Ética e Filosofia Política, v. 3, n. 5, 2023. ISSN 2447-0961


realizados os desarranjos evidenciados nesta fase de autodescobertas, como
por exemplo, a não aceitação, revoltas, irritabilidades e isolamento social,
que alteram os relacionamentos e ambientes. Desse modo, o objetivo geral
desta pesquisa foi analisar os transtornos de ansiedade que surgem na
adolescência, tendo como resultado o desvendamento dos principais
transtornos de ansiedade que acometem esta faixa etária. Concluiu-se que,
a ansiedade patológica atualmente deve muito à tecnologia, já que ela é uma
porta aberta para os adolescentes obterem e trocarem informações, e
fantasiarem tudo que quiserem. E nessa fantasia perdem o controle do uso
benéfico, e começam a adoecer, sendo que muitos vão a estágios graves
indo recorrentemente para urgências médicas, passaram a usar medicações
psicoativas, substâncias lícitas ou ilícitas de dependência química, e às vezes
chegam até a morte.

PALAVRAS-CHAVE: Adolescente, Ansiedade, Transtorno.

ABSTRACT: Anxiety is a well-known discomfort, as it affects people all over


the world, including children and adolescents. And when it becomes
pathological, the need for treatment arises. The study was of the type of
integrative research through a literature review, based on material already
produced on the subject of anxiety disorder, published in the Scientific
Electronic Library Online (SciELO), PubMed, CAPES databases. Using the
descriptors: adolescent, anxiety, and disorder, following the inclusion and
exclusion methods, with the period of the study year from 2012 to 2023.
example, non-acceptance, revolts, irritability, and social isolation, which alter
relationships and environments. Thus, the general objective of this research
was to analyze the anxiety disorders that arise in adolescence, resulting in
the unveiling of the main anxiety disorders that affect this age group. It was
concluded that pathological anxiety currently owes a lot to technology, as it
is an open door for teenagers to obtain and exchange information and
fantasize all they want. And in this fantasy, they lose control of the beneficial
use, and begin to get sick, with many going to serious stages going
recurrently to medical emergencies, starting to use psychoactive
medications, licit or illicit substances of chemical dependence, and
sometimes even death.

KEYWORDS: Adolescent, Anxiety, Disorder.

4573

Contemporânea – Revista de Ética e Filosofia Política, v. 3, n. 5, 2023. ISSN 2447-0961


1. Introdução

A adolescência se caracteriza por ser uma etapa do desenvolvimento


humano assinalada por várias modificações. Do ponto de vista da saúde
mental, representa um momento em que podem se manifestar diversos
transtornos, tornando-se importante o seu correto diagnóstico. (GROLLI et
al., 2017.).
As mudanças neste século em todas as áreas da vida com suas
pressões influenciam incisivamente a vida de todos desencadeando emoções
negativas, principalmente, a ansiedade, que até certo ponto é importante
para a sobrevivência e adaptação do ser humano. Para os adolescentes a
tecnologia, as redes sociais, os jogos e a velocidade de informações, a nova
“onda” de conceitos, bem como a inserção nos grupos de mesmos hábitos e
conversas, e os conflitos de gerações despertam no adolescente mais
vontade da busca do “eu” e de aceitação. (SILVA et al., 2017).
Como atualmente, os adolescentes interagem nos grupos de
relacionamentos, família, pesquisas escolares e assuntos que lhe são
interessantes através da internet, podem ter dificuldades em controlar o uso
das redes sociais, e muitas consequências advém para a saúde mental deles,
gerando compulsividade e extrema dependência, problemas de ordem
psíquica, social e biológica, chegando a alienação, ansiedade, intolerância,
isolamento, individualismo, depressão, causando dificuldades de
concentração e agressividade e, pior ainda, até o suicídio. (FREITAS et al,
2021).
E por essa razão este estudo tem relevante importância para a
sociedade, pois trata de uma fase da vida que é o momento das descobertas
de si mesmo com encontros e desencontros internos, os quais se manifestam
na exteriorização por meio de dúvidas, não aceitação, revoltas, irritabilidades
e até isolamento.

4574

Contemporânea – Revista de Ética e Filosofia Política, v. 3, n. 5, 2023. ISSN 2447-0961


O despertar para pesquisar esta temática surgiu da vivência em
ambiente de terapêutica de saúde mental como profissionais da enfermagem
do nível médio, mas estudantes estagiárias do nível superior. E este artigo é
um material científico que vai aumentar o acervo bibliográfico específico, e
se constituiu numa experiência ímpar de conhecimentos e aproveitamentos
tanto para a vida individual e coletiva, quanto para o ambiente profissional
das autoras.
Por ser a ansiedade considerada o mal do século, devido a desenfreada
competitividade, e todos quererem se adequar aos novos padrões, à
velocidade das informações, transportes e todo tipo de recursos tecnológicos,
os adolescentes da chamada “Era virtual” possuem mais pressa, já que
sofrem constantes cobranças dos grupos a que pertencem. Nesse aspecto
torna-se crucial que os adolescentes encontrem refúgios saudáveis como o
lazer, os relacionamentos equilibrados na família e o acompanhamento
especializado nos casos indicados.
Este estudo tem como objetivo analisar os transtornos de ansiedade
que surgem na adolescência e classificar os principais transtornos de
ansiedade que surgem na adolescência.

2. Metodologia

O estudo foi do tipo de pesquisa integrativa por meio de uma revisão


de literatura, baseado no material já produzido sobre o assunto de transtorno
de ansiedade (RIBEIRO, MELO, 2022).
A pesquisa foi baseada em levantamentos nas bases de dados Scientific
Electronic Library Online (SciELO), PubMed, CAPES e demais elementos do
acervo bibliográfico relacionado aos diversos conhecimentos da área da
saúde, tais como Enfermagem, Medicina, Serviço Social e especialmente de
Psicologia. Utilizando os descritores: adolescente, ansiedade e transtorno.

4575

Contemporânea – Revista de Ética e Filosofia Política, v. 3, n. 5, 2023. ISSN 2447-0961


Seguindo os métodos de inclusão e exclusão, os dados obtidos foram
organizados, quando então, foram selecionados por meio de leitura acurada.
O material eleito foi distribuído em quadros e/ou gráficos, construído no
Word, facilitando a interpretação do leitor.
O ponto de partida se deu com as palavras-chaves encontradas nos
descritores, com o tema sugerido em seus títulos, e que estavam acessíveis
on-line, quer na língua materna ou em inglês, mas que foram indexados nos
bancos de dados previamente definidos e já citados. Para os critérios de
inclusão foram utilizados apenas os artigos do ano período de 2012 a 2022.
Foram excluídos artigos que não tinham relação com a temática, artigos
duplicados e que tratavam de outros aspectos ou que estavam com difícil
linguagem incoerente.

3. Resultados e Discussão

Dos artigos encontrados num total de nove nas bases de dados


mencionadas, três falam da ansiedade patológica e seus prejuízos na
adolescência, quatro falam dos principais transtornos de ansiedade da
adolescência, e dois falam do acesso à internet e as consequências para a
saúde mental, destacando a ansiedade.

Quadro 3 - Caracterização dos artigos por: Autor, título, objetivo, resultado e revista.
Teresina, 2023.

N° AUTOR TÍTULO OBJETIVO SÍNTESE DE RESULTADOS REVISTA


/ GERAL
ANO

4576

Contemporânea – Revista de Ética e Filosofia Política, v. 3, n. 5, 2023. ISSN 2447-0961


01 Valverd Levantament Identificar os O principal problema Paideia
e o de principais relatado foi
et al problemas problemas Ansiedade/Depressão. Os
2012 comportame comportament meninos obtiveram escores
ntais/emocio ais e mais altos em Problemas
nais em um emocionais Sociais e mais baixos em
ambulatório percebidos por Comportamento
para adolescentes Delinquente; as meninas
adolescentes que apresentaram-se com
frequentam menos problemas no
um agrupamento Problemas
ambulatório de Somáticos e com mais
saúde. problemas em
Ansiedade/Depressão.
02 Schoen Tenho medo Verificar se Os motivos de medo foram Rev
et al de quê? adolescentes diversos, mas os animais Paul
2012 de ambos os predominaram. Pediat
sexos referem
o medo como
uma emoção
presente e
quais são as
causas mais
comuns de
medo
03 Lopes Ansiedade e Relacionar Os participantes Estud.
et al. consumo de ansiedade e apresentaram maior psicol.
2013 substâncias consumo de percentual no nível Campin
psicoativas substâncias moderado: 28%. O uso na as
em psicoativas em vida de solventes (p=0,037)
adolescentes adolescentes da e energéticos (p=0,023), o
cidade de uso no ano de cigarro
Maceió, Alagoas (p=0,043) e álcool
(p=0,007) e o uso frequente
de álcool (p<0,001)
relacionaram-se com
ansiedade.
04 Costa Associação Avaliar se os Cento e vinte e sete Trends
et al. entre sintomas de indivíduos (53,1%) já Psychia
2013 sintomas ansiedade haviam utilizado bebida try
ansiosos e estão alcoólica. Desses, 14 Psychot
uso relacionados indivíduos mostraram uso her
problemático com uso problemático de álcool
de álcool em problemático (5,8%). Não foi observada
adolescentes de álcool em associação entre ter usado
jovens. álcool na vida e sintomas
ansiosos.

4577

Contemporânea – Revista de Ética e Filosofia Política, v. 3, n. 5, 2023. ISSN 2447-0961


05 Filho Transtornos Tratar das Descartar diagnósticos Adolesc
et al. de ansiedade principais diferenciais clínicos e iniciar ência &
2013 em habilidades a condução dos casos devem Saúde
adolescentes que pediatras ser práticas conhecidas pela
: e hebiatras medicina de adolescentes,
consideraçõe devem ter ao pela importância e
s para a abordar prevalência dos transtornos
Pediatria e sintomas de ansiedade e suas
hebiatria ansiosos nos comorbidades.
adolescentes.
06 Grolli Sintomas verificar a Os alunos que estudam no Revist
et al. Depressivos prevalência de turno da noite, apresentam a de
2017 e de sintomas mais sintomas depressivos e Psicolo
Ansiedade depressivos e de ansiedade do que os que gia da
em de ansiedade estudam no turno diurno. IMED
Adolescentes em
do Ensino adolescentes
Médio concluintes do
ensino médio
numa escola
pública
brasileira do
estado do Rio
Grande do Sul.
07 Silva Os impactos Discutir, Os conflitos familiares, Rev.
et al. sociais, mediante o decorrentes do Psicoped
2017 cognitivos e olhar distanciamento e da falta de ag.
afetivos psicopedagógi diálogo; a predominância de
sobre a co, as relações superficiais e de
geração de consequências falsa intimidade e a ilusão de
adolescentes do uso que tudo é possível; e
conectados indiscriminado dificuldades de
às de tecnologias aprendizagem decorrentes
tecnologias digitais pelos da dependência da internet,
digitais adolescentes. de transtornos de ansiedade
e de deficit de atenção.
08 Gomes Ansiedade na Analisar os A ansiedade, por enquadrar TCC
et al. Adolescência fatores aspectos psicológicos a Gradua
2021 : A predisponentes psicoterapia e de grande ção em
INFLUÊNCIA que levam o valia para estratégias de Psic.
DOS adolescente a enfrentamento técnicas de
RÓTULOS desenvolver o respiração, relaxamento ou
transtorno de até mesmo hobbies e
ansiedade atividade física auxiliam
muito nesses casos, a
importância de uma
alimentação saudável, sono
de qualidade, favorecem em
uma maior bem-estar, e
desenvolvimento sem
prejuízos.

4578

Contemporânea – Revista de Ética e Filosofia Política, v. 3, n. 5, 2023. ISSN 2447-0961


09 Freitas Percepções Identificar a Acerca do uso das redes Revista
et al. dos percepção dos sociais 100% dos Eletrôni
2021 adolescentes adolescentes pesquisados responderam ca
sobre o uso sobre o uso utilizá-las com frequência, Trimestr
das redes das redes 27% afirmaram fazer parte al de
sociais e sua sociais e a de 3 redes sociais, sendo o Enferma
influência na influência na WhatsApp e Instagram os gem.
saúde mental saúde mental. mais utilizados, com um
total de 27% cada uma.
Acerca dos riscos do seu
uso, 34% dos participantes
afirmaram ser a divulgação
de dados pessoais.
Fonte: Autoria própria, 2023.

Estes estudos foram pertinentes à temática, e exibiram a ansiedade


patológica através diante de muitas percepções, e até onde um adolescente
pode chegar depois de desenvolver um transtorno de ansiedade.

4. A ansiedade patológica e seus prejuízos na adolescência

Os resultados alcançados possuem uma variação de percepções quanto


aos transtornos de ansiedade na adolescência. Assim, será discutido nesta
categoria a ansiedade patológica e seus prejuízos na adolescência.
Schoen et al. (2012) aplicaram uma pesquisa num ambulatório com
adolescentes de gêneros diferentes, quando avaliaram 323 protocolos,
sendo 184 (57%) eram do sexo feminino. A emoção medo foi predominante
no sexo feminino (p=0,009), e perceberam que está presente mais nas
mulheres que nos homens, sendo prevalente o medo de animais. E sobre
os prejuízos que vão por toda a vida, as pesquisadoras recomenda que o
sofrimento das crianças e adolescentes não deve ser subestimado, e as
repercussões negativas ocasionadas pelos medos, mesmo que transitórios,
de leve intensidade e específicos da idade.
Por meio de um estudo descritivo, transversal, com 407 estudantes
de 14 a 18 anos, Lopes et al. (2013) com o objetivo de relacionar ansiedade
e consumo de substâncias psicoativas em adolescentes da cidade de Maceió,

4579

Contemporânea – Revista de Ética e Filosofia Política, v. 3, n. 5, 2023. ISSN 2447-0961


Alagoas. Os autores compreenderam que deve haver cuidados com essa
faixa etária, já que a realização de projetos de prevenção de drogas e
promoção de saúde que visam aumentar a reflexão sobre o estilo de vida e
a ansiedade, evitando prejuízos futuros tais como consumo de substâncias
psicoativas.
Um estudo de corte transversal foi realizado por Costa et al. (2013)
sobre Associação entre sintomas ansiosos e uso problemático de álcool em
adolescentes, quando participaram do estudo alunos de 10 a 17 anos de
escolas localizadas na área de abrangência da unidade básica de saúde do
Hospital de Clínicas de Porto Alegre – RS com uma amostra a total de 2.537
indivíduos. O achado da pesquisa mostrou que os transtornos de ansiedade
são altamente prevalentes, afetando aproximadamente 10% dos indivíduos
ao longo da vida; seu início pode ser detectado desde a primeira infância ou
adolescência. Isso indico que os prejuízos da ansiedade são inumeráveis e
se estendem para a vida toda do indivíduo.

5. Os principais transtornos de ansiedade na adolescência

Nesta categoria, os pesquisadores enfatizam os principais transtornos


de ansiedade na adolescência descrevendo sinteticamente, ou mais
detalhadamente as patologias originadas do descontrole emocional nesse
contexto, os quais serão discutidos a partir de então.
Filho et al (2013) fez a classificação dos principais transtornos de
ansiedade na adolescência, listou sintomas, e até citou possíveis
terapêuticas, no entanto, a pesquisa contém tantos autores em citações
mínimas e frequentes que dificulta a citação da citação. Estes autores
também falaram dos gatilhos emocionais dos transtornos de ansiedade na
adolescência sem usar precisamente o termo “gatilhos”.
Já Gomes et al (2021) abordou a força da pressão social sobre os
adolescentes, e as normas ditadas levando esses jovens a desenvolver a

4580

Contemporânea – Revista de Ética e Filosofia Política, v. 3, n. 5, 2023. ISSN 2447-0961


ansiedade por se sentirem coagidos e amedrontados. A autora diz que a
“irrequietude hormonal” é suficiente para conturbação corporal e psicológica
nos adolescentes e que a família parece ser o principal indutor de estresse
para a manifestação da ansiedade. E relata sintomas por ansiedade,
sentimentos de medo, depressão, negativismo insegurança e incapacidade
de estabelecer relações afetivas dos adolescentes que coincidia com o grande
número de famílias desunidas desintegradas de pais ausentes, imaturos,
neuróticos incompreensivos, dominadores, desajustados, que não podiam
dar apoio a eles.
Valverde et al., (2012) foram coletadas as informações de prontuários
clínicos de 320 adolescentes que não estavam em atendimento
psicológico/psiquiátrico, atendidos de 2004 a 2006 em um ambulatório-
escola para adolescentes por meio do software O YSR faz parte da família
ASEBA e é o mais utilizado no mundo. Os respondentes foram analisados e
respondendo às questões, enquanto aguardavam a consulta com um
especialista da área da saúde. Destes, 120 (37,5%) eram do sexo masculino,
com idade média de 14 anos (DP = 2) e 200 (62,5%) do sexo feminino, com
idade média de 15 anos (DP = 2). e os pesquisadores concluíram que muitos
adolescentes frequentadores de um ambulatório de saúde apresentam
muitos comportamentos indicadores de algum sofrimento psíquico, enquanto
outros passam pela adolescência de forma branda.
Para verificar a prevalência de sintomas depressivos e de ansiedade
em adolescentes concluintes do ensino médio numa escola pública brasileira
do estado do Rio Grande do Sul Grolli et al. (2017) realizaram um estudo
com 70 adolescentes, com idades entre 16 e 19 anos, que responderam ao
Inventário de Depressão de Beck (BDI) e Inventário de Ansiedade de Beck
(BAI), e os resultados finais apontaram para uma maior taxa de sintomas
mínimos de depressão e ansiedade em comparação com sintomas leves,
moderados e graves, em relação ao gênero dos participantes. Nesse aspecto

4581

Contemporânea – Revista de Ética e Filosofia Política, v. 3, n. 5, 2023. ISSN 2447-0961


as pesquisadoras indicam que é essencial a promoção da saúde mental dos
adolescentes na escola, o que está investigação concorda.

6. Possibilidades terapêuticas os processos patológicos da


ansiedade nos adolescentes da atualidade

Esta categoria trata das possibilidades terapêuticas os processos


patológicos da ansiedade nos adolescentes da atualidade complementando a
temática desta investigação.
Com informações bibliográficas coletadas e sistematizadas em seções
tratando das consequências afetivas, sobretudo na relação familiar e social,
envolvendo questões que atingem as relações sociais reais e virtuais e
cognitivas, Silva et al (2017) destacaram as funções cerebrais modificadas e
os danos para a aprendizagem, obtendo como resultados que as dificuldades
de aprendizagem decorrentes da dependência da internet, de transtornos de
ansiedade e de déficit de atenção é um acúmulo dos conflitos familiares
resultantes do distanciamento e da falta de diálogo, bem como da
predominância de relações superficiais e de falsa intimidade e a ilusão de
que tudo é possível. Este estudo enriqueceu esta pesquisa porque traz
informações que complementam o objetivo de discutir as possibilidades
estratégicas nos processos patológicos da ansiedade na atualidade. Percebe-
se que, promover relacionamentos saudáveis intrafamiliar e extra, reduzir o
tempo de acesso à internet, envolver os adolescentes com interação
educativa e lazer são estratégias benéficas.
Freitas et al. (2021) aplicaram um estudo para identificar a percepção
dos adolescentes sobre o uso das redes sociais e a influência na saúde
mental. A amostra consistiu em 71 participantes coletados a partir da técnica
“bola de neve”. O instrumento utilizado para a realização da coleta de dados
foi o questionário online, elaborado pelos pesquisadores e desenvolvido
através da ferramenta Google Forms. Como resultados obtiveram que, o

4582

Contemporânea – Revista de Ética e Filosofia Política, v. 3, n. 5, 2023. ISSN 2447-0961


principal sentimento deles nas redes foi o de constrangimento (27%), as
contribuições das redes sociais são estudos/atualizações (29,5%) e que as
consequências para a saúde mental desse do uso foram invasão de
privacidade/divulgação de dados (20,5%) e vício (19,3%). Os pesquisadores
explicam que fazer com que o adolescente encare sua dificuldade e se esforce
para resolvê-la pode melhorar a autoestima provocando-o a buscar soluções.
Dessa forma, torna-se importante a presença dos profissionais de saúde,
realizando a escuta terapêutica harmonizando um clima de confiança e
compreensão, possibilitando mais interação entre as pessoas, e intervindo
eficazmente nas queixas desses adolescentes.
As limitações encontradas para o desenvolvimento desta pesquisa
foram principalmente o pouco conteúdo específico na bibliografia disponível
sobre os principais transtornos de ansiedade na adolescência que fossem
mais direcionados sobre a sintomatologia de cada transtorno de forma
direcionada.
E os pontos fortes foram que muitas áreas de estudo de diferentes
abordagens científicas se interessam em pesquisar o assunto como a
psicologia, a medicina, a enfermagem, a educação e o serviço social. Isso
enriquece o acervo científico, e desperta mais estudos sobre a temática.

7. Conclusão

Segundo a pesquisa realizada os principais transtornos de ansiedade


que atingem os adolescentes na atualidade, infelizmente são os que se
originam na infância ou mesmo na adolescência, desencadeados
principalmente sensação de abandono, pelo estilo de vida que a sociedade
impõe com seus rótulos, exigências, normas dos grupos a que pertencem, e
a não-aceitação da sua realidade social, física ou econômica.
Na análise dos transtornos de ansiedade que surgem na adolescência,
esta investigação concluiu que a ansiedade patológica nessa fase deve muito

4583

Contemporânea – Revista de Ética e Filosofia Política, v. 3, n. 5, 2023. ISSN 2447-0961


à tecnologia, já que ela é uma porta aberta para os adolescentes obterem e
trocarem informações, e fantasiarem tudo que querem. E nessa fantasia
perdem o controle do uso benéfico, e começam a adoecer, sendo que muitos
chegam a estágios graves indo recorrentemente para urgências médicas,
medicações psicoativas, substâncias lícitas ou ilícitas de dependência
química, e às vezes até a morte.
As categorias mostram que, muitas linhas e percepções foram de
abordagem da ansiedade como grave prejuízo na adolescência, e poucas se
prenderam a descrever a sintomatologia do quadro da ansiedade nessa fase,
bem como a terapêutica mais indicada, o que seria de grande valia para
servir de fonte de pesquisa científica, já que não basta falar de uma patologia
com sua etiologia e apresentação, mas também das sequelas e tratamento.
Portanto, é de grande relevância que se faça um estudo de caso de
comparação com uma faixa etária determinada, numa amostra de
adolescentes de diferentes perfis sociais e econômicos, com muito, pouco, e
sem nenhum acesso às redes sociais com a finalidade de mensurar a
estatística da presença dos transtornos de ansiedade entre eles.

4584

Contemporânea – Revista de Ética e Filosofia Política, v. 3, n. 5, 2023. ISSN 2447-0961


Referências

COSTA M de A, Salum Junior GA, Isolan LR, Acosta JR, Jarros RB, Blaya
C, Diemen LV, Manfro GG. Associação entre sintomas ansiosos e uso
problemático de álcool em adolescentes. Trends Psychiatry Psychother.
2013;35(2):106-10.

FILHO, Orli Carvalho da Silva. SILVA, Mariana Pereira da. Transtornos de


ansiedade em adolescentes: considerações para a pediatria e hebiatria.
Adolesc. Saúde (Online), Rio de Janeiro, v. 10, s. 3, p. 31-41, 2013.

FREITAS, Rodrigo Jácob Moreira de; OLIVEIRA, Thaisa Natália Carvalho;


MELO, Juce Ally Lopes de; SILVA, Jennifer do Vale e; MELO, Kísia Cristina
de Oliveira e; FERNANDES, Sâmara Fontes. Percepções de adolescentes
sobre o uso de redes sociais e sua influência na saúde mental. Revista
Eletrônica Trimestral de Enfermagem. 8 de outubro de 2021.

GROLLI, Verônica; DALBOSCO, Simone Nenê Portela; WAGNER, Marcia


Fortes. Sintomas Depressivos e de Ansiedade em Adolescentes do
Ensino Médio, Revista de Psicologia da IMED, ISSN-e 2175-5027, Vol. 9,
Nº. 1, 2017.

GOMES, Jéssica Oliveira. Ansiedade na Adolescência: A influência dos rótulos.


2021. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Psicologia); Anhanguera
de Brasília, 2021.

LOPES, Andressa Pereira; REZENDE, Manoel Morgado. Ansiedade e o consumo


de substâncias psicoativas em adolescente. Revista Estudos de Psicologia,
Campinas, 2013.

RIBEIRO, Ana Laura de Souza; MELO, Vitória Matos de. A música no


tratamento de Transtorno de Ansiedade em adolescentes: Uma revisão
integrativa da literatura cientifica, Revista da Universidade de Uberaba,
jul-2022.

SILVA, Thayse de Oliveira; SILVA, Lebiam Tamar Gomes. Os impactos


sociais, cognitivos e afetivos sobre a geração de adolescentes
conectados às tecnologias digitais. Rev. psicopedag., São Paulo, v.
34, n. 103, p. 87-97, 2017.

SCHOEN, Teresa Helena; VITALLE, Maria Sylvia S. Tenho medo de quê?. Revista
Paulista de Pediatria, v. 30, p. 72-78, 2012.
VALVERDE, Benedita Salete Costa Lima. Levantamento de problemas
comportamentais/emocionais em um ambulatório para adolescentes. Paideia
(Ribeirão Preto) 22 (53), Dez 2012.

4585

Contemporânea – Revista de Ética e Filosofia Política, v. 3, n. 5, 2023. ISSN 2447-0961

Você também pode gostar