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C1\T()LIC/\
CEPCEP · CEN'RG DE ESTLDOS JOS "OVOS
ECULlURAS DE EXP~ESSÃO PORTUGL'ESA
Índice
3 Resumo
4 Introdução
9 1. Metodologia
11 2. Resultados e discussão
32 Conclusões
34 Valores
34 Ação
36 Bibliografia
2
Resumo
Universidade Católica A Jornada Mundial da Juventude é um convite que o Papa
Portuguesa dirige particularmente aos jovens, mas que é extensível a todas
CEPCEP - Centro de as pessoas, para a reflexão sobre os principais desafios presen-
Estudos dos Povos e
tes e futuros, à luz da fé Católica, e tendo em vista uma ação
Culturas de Expressão
Portuguesa
positiva face a esses mesmos desafios. O presente estudo é
um contributo para essa reflexão.
Estudo JOVENS, FÉ E
A partir de um questionário online, realizado entre abril e
FUTURO outubro de 2022, e contando com 2480 respostas de jovens
entre os 14 e os 30 anos de idade, apresentamos uma caracte-
rização dos jovens portugueses relativamente à sua fé e às suas
Patrícia Dias (coord.)
práticas religiosas, apresentamos a forma como perspetivam
Rodrigo Queiroz e Melo
o futuro, debatendo desafios, riscos que os preocupam e mu-
Fernando llharco danças que consideram necessárias, identificamos os valores
André llharco que são mais importantes para eles, e equacionamos a relação
Catarina Ouff Burnay entre crenças e ação.
3
Introdução
No contexto da Jornada Mundial da Juventude, a decorrer
em Portugal em agosto de 2023, e na sequência da pandemia
covid-19, que tem tido um impacto relevante na forma como
cada um de nós vive a sua vida, o Centro de Estudos dos Povos
e Culturas de Expressão Portuguesa (CEPCEP) desenvolveu
para a Conferência Episcopal Portuguesa um estudo com o ob-
jetivo de compreender melhor como é que a atual geração de
jovens entre os 14 e os 30 anos vive a dimensão espiritual nas
suas vidas, a religião e a fé, e encara o futuro.
Numa época da história em que somos confrontados com
a necessidade de tomar decisões e mudar comportamentos
que definirão, irreversivelmente, o futuro, quer em termos de
mudanças climáticas e sustentabilidade, quer de modelos eco-
nómicos e políticos, quer ainda na relação que temos com a
tecnologia, é importante conhecer e refletir sobre a vida e as
crenças dos jovens no que se refere a estas mesmas temáti-
cas . Conhecer a visão que os jovens têm de um futuro que é
mais deles do que das gerações mais velhas poderá ajudar-nos
a responder aos grandes desafios que enfrentamos de forma
concertada e intergeracional.
São vários os estudos que foram desenvolvidos desde mea-
dos de 2020, e que procuraram avaliar o impacto da pandemia
covid-19 nas mais diversas dimensões. Estes estudos são mui-
to variados, pois provêm de geografias distintas e usam diferen-
tes abordagens metodológicas, bem como foram realizados em
diferentes momentos da vivência da pandemia, desde períodos
de confinamento obrigatório até estudos já mais recentes, que
incidem sobre a retoma da rotina diária já sem regras de distan-
ciamento ou limitações às atividades sociais. No entanto, no
âmbito das Ciências Sociais, é possível identificar dois grandes
temas que emergem dos estudos que incidiram sobre crianças
e jovens: o impacto da pandemia nas aprendizagens (mais di-
recionados para contextos formais de ensino) e o impacto da
pandemia na saúde mental .
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CEPCEP
Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa Estudo JOVENS, FÉ E FUTURO
Vários autores concordam que as entre estes jovens, foram manter uma ro-
crianças e jovens estiveram particular- tina diária definida, fazer exercício físico e
mente vulneráveis durante este perío- perspetivar a situação e o futuro de forma
do, pois além da sua situação individual, positiva. Uma revisão sistemática da lite-
também estiveram expostos a fatores ratura comparativa sobre a saúde mental
de stress provenientes dos pais (lmran, de crianças e jovens (entre os O e os 24
2020). A perturbação da rotina quotidia- anos) antes, durante e depois da pan-
na, em particular o encerramento tem- demia covid-19 (Kauhanen et ai., 2022),
porário de escolas e o confinamento, que incidiu sobre 21 estudos diferentes,
bem como o medo de ficar doente e o concluiu que houve uma deterioração da
distanciamento social de amigos e pares saúde mental de crianças e adolescen-
resultou num decréscimo do bem-estar, tes, reportando aumento de depressão,
físico e psicológico, das crianças e dos ansiedade e perturbações psicológicas.
adolescentes. Um dos fatores que pa- ·Alguns destes estudos propõem que o
rece ter tido um impacto mais negativo aumento da solidão e de pensamentos
na saúde mental dos jovens foi o tempo negativos estão na origem de uma di-
excessivo dedicado aos ecrãs, que setor- minuição do bem-estar psicológico, mas
naram locus de estudo, de socialização e não demonstram um retorno ao estado
de entretenimento. Sentimentos comuns pré-pandémico apesar de um regresso
detetados entre os adolescentes foram a progressivo a um 'novo normal' no qual
ansiedade, a frustração e o aborrecimen- aprendemos a conviver com a covid-19.
to, pois o isolamento forçado nos anos Por exemplo, foi reportado um agrava-
da pandemia não lhes permitiu terem o mento de perturbações alimentares en-
contacto social necessário para o seu de- tre os jovens, à escala global, desde o
senvolvimento sociopsicológico saudável início da pandemia, que ainda não mos-
nesta fase das suas vidas . Outro estudo, trou sinais de reversão (Katzman, 2021 ).
que envolveu alunos de 56 escolas se- Resultados similares foram apresentados
cundárias na Suíça, mostrou que os par- para outras condições como a depressão
ticipantes que já demonstravam níveis e a ansiedade, e para problemas de saú-
elevados de stress emocional antes da de mental em geral (Correia, 2020; Cost
pandemia foram os que apresentaram et ai., 2021 ). Outro estudo, realizado com
um agravamento mais acentuado duran- alunos do Ensino Secundário e do Ensino
te o período subsequente, independen- Superior, em Espanha, revelou que, em
temente da influência de outros fatores geral, o seu consumo de álcool aumen-
de stress característicos destes tempos, tou durante a pandemia. Uma recolha
como dificuldades económicas, medo pós-pandémica de dados mostrou que
relativamente à própria saúde ou à dos esse consumo diminuiu entre os alunos
entes queridos, e isolamento social (Sha- universitários, mas que se manteve ele-
nahan et ai., 2022). Este estudo revelou vado entre os mais jovens. Além disso,
ainda que as estratégias mais eficazes os jovens com sintomas de depressão e
para preservar a saúde mental durante ansiedade são os mais propensos a con-
os períodos de confinamento obrigatório, sumir álcool, quer durante quer após a
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CEPCEP
Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa Estudo JOVENS, FÉ E FUTURO
pandemia, entrando num círculo vicioso temos do futuro e a forma como o pers-
de agravamento da sua saúde física e petivamos, dando destaque ao enten-
mental (Vera et ai., 2021 ). Por outro lado, dimento da temporalidade, à abertura a
um outro estudo aponta para a possibili- alternativas, a uma visão sistémica dos
dade de a vivência da espiritualidade, de- fenómenos e acontecimentos, à preocu-
finida como um conjunto de valores de pação com os outros, e à crença na agên-
conexão consigo mesmo, com os outros cia individual (Sools et ai., 2022).
e com o transcendente, ajudou os jovens
São vários os estudos que demons-
a lidar com os desafios que a covid-19 co-
tram que um evento marcante como a
locou à sua saúde mental. O estudo pro- pandemia covid-19, a todos os níveis,
põe ainda que estes valores associados à motivou um questionamento sobre a for-
espiritualidade, bem como um leque de
ma como se vive o presente e uma re-
recursos e competências relacionados
flexão profunda sobre como se pretende,
com a vivência da espiritualidade, não só
ou deve, viver o futuro. Uma revisão da
tornaram os jovens mais resilientes face literatura sobre o tema demonstra que,
à adversidade como os fazem perspetivar após os períodos de confinamento, em
um futuro pós-pandémico de uma forma
paralelo com o abandono de medidas de
distinta (Chirico, 2021 ).
higienização, segurança e distanciamento
Partindo das premissas de que os social, emergiu um discurso sobre o 'novo
jovens tendem a ser mais otimistas em normal', no qual se constata que o perío-
relação ao futuro, um estudo desenvolvi- do pós-pandémico não é propriamente
do no Reino Unido abordou a forma como um regresso ao status quo pré-pandémi-
jovens adultos (entre os 22 e os 29 anos) co, mas sim uma reconfiguração da vida
lidaram com uma crise como a pandemia quotidiana à luz desta experiência tão
covid-19, sobretudo com a sua dimensão disruptiva. Neste discurso sobre o 'novo
económica e financeira e com a questão normal', sobressaem temáticas como a
do desemprego. O estudo revelou que as necessidade de repensar o futuro e de
atitudes relativas ao futuro são determi~ mudar, genericamente associadas ao re-
nadas por uma interação entre recursos conhecimento da importância da adap-
individuais (por exemplo, educação, cul- tabilidade, da inovação e da resiliência,
tura, competências, conhecimento, rede e à reorientação para a sustentabilidade
de contactos) e atitudes individuais. Entre (Ossiannilsson, 2021 ). Esta ideia emer-
estas últimas, o individualismo, entendido ge também no estudo de Chirico (2021 ),
como a crença na capacidade de agência segundo o qual jovens orientados para
individual e a confiança na sua eficácia, valores ligados à espiritualidade e com
é um fator determinante para perspetivar vivência mais intensa da sua dimensão
o futuro com otimismo (Keating e Mellis, espiritual tendem a valorizar a sustenta-
2022). Estes resultados são consistentes bilidade como o objetivo mais importan-
com teorizações prévias sobre o tema, te a atingir no futuro. O caminho para a
que debatem quais são os principais fa- sustentabilidade passa por uma trava-
tores que enquadram a consciência que gem (ou reversão) urgente das mudanças
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CEPCEP
Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa Estudo JOVENS, FÉ E FUTURO
climáticas e pela consecução dos objeti- transição para uma vida adulta: ter uma
vos para o desenvolvimento sustentável carreira profissional bem paga, fazer parte
propostos pela ONU (2015). A par deste de um casal, e ter filhos. Os jovens com
desejo de promover a sustentabilidade mais escolaridade sentem maior pressão,
e de adotar um modo de vida mais sus- por parte dos pais, de familiares, de pares
tentável, emerge também uma preocu- e da sociedade em geral, relativamente a
pação com o trabalho nos estudos sobre ter sucesso no futuro nestas três facetas
a forma como os jovens perspetivam o da vida, pressão esta que é mais senti-
futuro. Esta preocupação não incide tan- da pelas mulheres do que pelos homens.
to sobre se terão emprego ou forma de Em concreto, cerca de 30% dos jovens
subsistência, mas é mais um questiona- inquiridos consideram que, para atingi-
mento sobre a forma como o trabalho é rem os seus objetivos no futuro, terão
conceptualizado e vivenciado na socieda- de sair de Portugal, pois perspetivam de
de contemporânea, e uma busca de mo- forma negativa o mercado de trabalho na-
delos alternativos que proporcionem um cional. O principal problema identificado
maior equilíbrio entre a atividade laboral e no país é mesmo económico, pois se a
outras dimensões da vida, bem como um pandemia covid-19 motivou uma maior
maior bem-estar (Carbajo e Kelly, 2022). busca de felicidade no trabalho e um
Partindo deste enquadramento ge- maior equilíbrio entre o trabalho e outras
dimensões da vida, cerca de 66% dos jo-
nérico, é interessante considerar o co-
vens portugueses afirmam que o aspeto
nhecimento existente sobre os jovens
portugueses. Um estudo recente da Fun- mais importante no que consideram ser o
dação Francisco Manuel dos Santos, que emprego ideal é "ter um bom salário".
incluiu cerca de 5 000 jovens entre os 15 Avaliando o presente, os jovens sen-
e os 34 anos, explorou como é que eles tem-se muito satisfeitos com as suas
se veem a si próprios, como se compor- relações amorosas, os filhos, com as re-
tam no quotidiano, o que pensam sobre lações familiares e de amizade, e pouco
várias temáticas relacionadas com o seu satisfeitos com a compensação monetá-
futuro, e como se sentem relativamente ria que recebem pelo seu trabalho e com
aos desafios que enfrentam nas suas vi- a sua aparência física. A aparência física
das, ou pensam vir a enfrentar. emerge como um fator determinante,
sobretudo entre as mulheres, para a for-
O estudo apurou que os jovens com
ma como perspetivam um futuro feliz,
mais escolaridade se sentem mais satis-
ou não . Relativamente aos valores que
feitos com as suas vidas no presente, e
consideram mais importantes, os jovens
também são mais confiantes e têm cren-
foram questionados sobre dez valores,
ças mais fortes relativas à sua capacidade
para construírem o futuro que desejam, dando mais importância à lealdade, à
segurança e ao respeito. Relativamente
ou seja, demonstram níveis superiores
de empoderamento . E como é esse fu-
à espiritualidade, 58% dos jovens decla-
turo que desejam? Passa por três facetas ra ter algum tipo de crença religiosa, e
50% da totalidade dos jovens assume-se
essenciais que consideram fazer parte da
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CEPCEP
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1. Metodologia
Este estudo tem os seguintes objetivos:
i) Compreender como é que os jovens vivem a dimensão es-
piritual das suas vidas, incluindo vivências e crenças diver-
sificadas, incidindo particularmente na religião Católica;
ii) Conhecer as perceções dos jovens dos 14 aos 30 anos de
idade sobre os pri_ncipais desafios para o futuro (ex. susten-
tabilidade, alterações climáticas, economia, política, saúde,
tecnologia, trabalho, exploração do espaço);
iii) Explorar relações e padrões entre crenças, valores e priori-
dades para o futuro e a vivência religiosa dos jovens;
iv) Conhecer o grau de envolvimento dos jovens na constru-
ção do futuro, e compreender até que ponto acreditam que
a sua ação pode fazer uma diferença importante.
Para dar resposta a estes objetivos, a abordagem adota-
da foi a quantitativa, assente na realização de um inquérito por
questionário a uma amostra representativa deste grupo popula-
cional em Portugal .
O desenvolvimento do questionário assenta numa revisão
da literatura científica sobre os temas em análise. Foram desen-
volvidas duas versões do questionário, com a mesma estrutu-
ra, mas com ligeiras adaptações da linguagem e também com
formas diferentes de disseminação. A versão A do questionário
foi desenvolvida para os jovens dos 18 aos 30 anos, e a ver-
são B corresponde a uma adaptação da primeira para jovens
dos 14 aos 17 anos, incluindo uma linguagem mais informal e
explicações adicionais sobre alguns termos . Participaram neste
estudo 2480 jovens, tendo os questionários sido disseminados
através de um email com link-convite ou OR code para 827 ins-
tituições de ensino (escolas e instituições de ensino superior) e
667 associações dedicadas aos jovens, como associações de
estudantes, associações culturais, ONG, redes jovens, grupos
de escuteiros e associações desportivas.
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CEPCEP
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2. Resultados e
Discussão
2.1. Caracterização da amostra
Relativamente ao universo do nosso estudo, os Censos
realizados em 2021 revelam que a população total residente em
Portugal é de 10.343.066 pessoas. Os grupos etários conside-
rados apenas nos permitem quantificar a população jovem re-
sidente entre os 15 e os 29 anos, que é de 1.629.876, ou seja
15,8% da população total.
A amostra é composta por 2480 jovens. No entanto, para
minimizar as desistências, nem todas as questões eram de
caráter obrigatório, pelo que nem todos os participantes res-
ponderam ao questionário na sua totalidade, havendo também
algumas questões que só eram apresentadas em função de
respostas prévias . Assim, indicamos sempre o número de res-
postas obtidas em cada uma das questões analisadas . Houve
um número considerável de inquiridos (686, ou seja, 27,7%)
que, tendo respondido às outras questões, optaram por não res-
ponder acerca dos seus dados pessoais, o que explica que, na
caracterização da amostra, o número de respostas seja apenas
de 1794 (72,3% da amostra total). Apresentamos, na Tabela 1,
uma caracterização sociodemográfica geral da nossa amostra.
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CEPCEP
Centro de Estudos dos Povos e Cu lturas de Expressão Portuguesa Estudo JOVE""S FE E Fl_; TURO
Variável n %
Sexo ~
1794
Masculino 678 37,8%
Feminino 1063 59,3%
--
Prefiro não responder 53 3,0%
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CEPCEP
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Quanto ao sexo, a amostra conta com Por fim, quanto aos rendimentos, e
mais mulheres (59,3%) do que homens como também é expectável para estas
(37,8%). faixas etárias, 61,8% declaram não ter
Figura 1. Pos ição dos jovens relativamente à relig ião, po r grupo etário.
40
. Total . 14-17 . 18-30
35
30
25
17% 18% 16%
20
20%
15 ..
10
5
o A B e D E F
A Sou crente e pratico uma religião B Sou crente, mas não pratico uma religião C Sou agnóstico D Sou ateu
E Otema é-me indiferente F Não tenho uma posição definida sobre o tema
* As opções de resposta estavam formuladas de modo diferente para os jovens 14-17. Para estes, as opções foram: "Acredito numa reli-
gião e participo em atividades religiosas (como rezar, celebrações); Acredito em Deus (ou noutra forma de divindade). mas não participo
em atividades religiosas; Não tenho posição sobre se Deus (ou outra forma de divindade) existe ou não (sou agnóstico); Tenho a certeza
de que Deus (ou outra forma de divindade) não existe (sou ateu); Não me interesso por esse tema; Não tenho opinião sobre o tema" .
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Apesar de o nosso questionário ter com a sua prática religiosa . Se 55% dos
sido distribuído predominantemente crentes praticantes reza regularmente,
através de instituições públicas não as- essa percentagem é mais elevada entre
sociadas a nenhuma religião, como é o os mais velhos (65%) do que entre os
caso das escolas e das universidades mais novos (46%). Este padrão repete-se
públicas, e de termos também angariado em todos os aspetos medidos com ex-
respostas aleatoriamente na via pública; ceção da aprendizagem da religião, mais
observamos que a nossa amostra é pre- elevada entre os mais novos .
dominantemente Católica (representam
Em resposta a uma outra pergunta,
50,9% dos crentes), mas são várias as 11 % dos crentes praticantes afirmaram
religiões representadas.
participar também em atividades de ou-
Seguidamente, questionamos os que tras religiões . Quando o fazem, fazem-no
se declararam praticantes sobre a forma principalmente porque encontram paz in-
como praticam a sua religião, sendo os terior (4%), para acompanhar familiares
resultados apresentados na Figura 2. ou amigos (3%) ou porque se sentem
Apesar de a percentagem de crentes ser bem acolhidos (3%).
maior entre os mais jovens, os resultados
das respostas à pergunta "Como praticas
a tua religião?" sugerem um maior grau
de compromisso dos mais velhos para
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CEPCEP
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Figura 2. Prát ica relig iosa dos crentes , por grupo etário.
Como praticas a tua religião? (Podes escolher várias opções)
80
e rotal e ,4-17 18-30
70 55% 46% 65%
60
43%39%46%
50
40 30%26%33%
30
20 13% 1-0% 16%
10 3%
o A B e D E F G
A Rezo regularmente B Medito regularmente C Participo em cultos/celebrações religiosos regularmente
D Estou integrado na minha comunidade religiosa (ex. grupo de jovens, escuteiros, etc.)
E Recebo formação (ex. catequese, leitura, pesquisa) F Desempenho tarefas específicas na minha comunidade
religiosa (ex. leitura, voluntariado, coro, etc.) G Outra
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Figura 3. Razões dos crentes para a não-prática religiosa, por grupo etário.
Se tens uma religião, mas não participas em atividades religiosas, porque não o fazes?
(Podes escolher várias opções)*
50
e rotal . 14-17 18-30 29% 16% 44% 39%44% 34%
40
,-....
21% 14% 28% I.(")
N
30 li
g
z
C:S:i
20 · 00
N
li~
z
10 ...,,.,-
Ln
2% 1% 4%
ZB
li
.
o A B e D E F G H
A Falta de tempo B Observo demasiadas atitudes e comportamentos negativos noutros praticantes C Falta de con-
dições para te deslocares ao locar de prática religiosa O Acontecimento pessoal motivou a desistência da prática (ex.
doença, sofrimento) E Meio social (amigos, colegas) desfavorável à prática religiosa F Meio familiar desfavorável à
prática religiosa G Desacordo com algumas das normas da prática religiosa H Falta de compromisso e empenho
* As opções de resposta estavam formuladas de modo diferente para os jovens 14-17. Para estes, as opções foram: "Não tenho tempo;
Observo atitudes negativas noutros praticantes; Tenho dificuldade em deslocar-me ao local da prática religiosa; Aconteceu algo na
minha vida que me fez desistir das atividades religiosas (ex. doença, dúvidas de fé, sofrimento, etc.); Os meus amigos e colegas não
apoiam a minha participação em atividades religiosas (criticam, gozam, etc.); A minha família não apoia a minha participação em ativi-
dades religiosas (não participa em atividades religiosas, não te ajuda com o transporte, etc.; Não estou de acordo com normas da prática
religiosa; Falta-me compromisso e empenho" .
Qual das seguintes frases descreve melhor a tua posição relativamente à religião?
60
51% 51% 51% . Total . 14·17 18-30
50
N
m
40 Ln
li
29% 32% 25% g
~
z
30 à:,-
,-....
co
li
20
13% 12% 14% z
7% 5% 10% e:,'
,-....
10 ~
li
'§
ZE
o A B e D
A Existe verdade em todas as religiões B Há muitas religiões que contêm, mas eu prefiro a minha
C Há algumas verdades noutras religiões, mas a minha é mais verdadeira D Só a minha religião é verdadeira
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CEPCEP
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A Figura 5 mostra o grau de concor- concorda com esta afirmação (60%) bem
dância dos jovens com a possibilidade de como com o facto de a sua fé/crença reli-
a fé ou crença religiosa ter impacto na giosa aumentar o seu desejo de ajudar os
sua forma de ser e perspetivar o futuro. outros (50%) e reforçar o valor que dão
É interessante observar que quase meta- à família (44%). Entre os mais jovens,
de da amostra (49%) considera que a sua consideram que a fé/crença religiosa con-
fé/crença religiosa os ajuda a compreen- tribui para a seu desejo de aperfeiçoa-
der o "sentido da vida". É mais elevada a mento pessoal (43%) e também para o
percentagem de jovens mais velhos que desejo de ajudar os outros (42%) .
Achas que a tua fé ou crença religiosa faz com que te sintas diferente dos outros
a respeito de algumas dimensões da tua vida?
Seleciona aquelas em que consideras que sim*
60
.,,. .,,.o *o
**
a,
u:, *.,,. *.,,. *o
Ln N
Ln
e rotal e 14-17 e 18-30
50
N
cn
40 Ln
li
* *r- *
Ln
N N
M
N
si
30
20
10
o A B e D E F G H
A Sentido da vida B Desejo de ajudar os outros C Desejo de aperfeiçoamento pessoal D Valor que dou à família
E Respeito pelos emigrantes e refugiados F Ética profissional (ou nos estudos) F Honestidade G Participação na
vida cívica e política H Outra
* As opções de resposta estavam formuladas de modo diferente para os jovens 14-17. Para estes, as opções foram: "Sim, faz com que
para mim a vida tenha mais sentido; Sim, faz com que para mim seja importante ajudar os outros; Sim, faz com que esteja sempre a
tentar ser a melhor pessoa que posso ser; Sim, faz com que para mim a família seja muito importante; Sim, faz com que fique sen-
sibilizado/a com as dificuldades que os emigrantes e refugiados enfrentam; Sim, faz com que, como estudante, procure agir sempre
corretamente (ex. não copio, não me aprove ito do trabalho de outros colegas, respeito os professores); Sim, faz com que para mim seja
muito importante ser honesto/a; Sim, faz com que para mim seja importante ser um cidadão ativo (ex. votar quando tiver idade para o
fazer, defender causas como a proteção do ambiente ou outras); Outra".
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Figura 6. Situações em que os jovens foram discriminados devido à sua posição religiosa, por
grupo etário .
NÃO 82%
.
Total
,.
Alguma vez sofreste alguma discriminação por causa da tua posição religiosa?
► NÃO 87%
14-17 -
NÃO 76%
18-30 <:t
Ln
Ln
li
~
A
4% 3% .,
6%
z
~
1% 6% 18% <:t
(O
B li
0% ' 4% :
e 2%'
±
D 9% ' ~·-·- 15% : z
0% 0% 1% : é,;;,'
E ~
3% 2% 4% ~
F li
G
1% 0% 1%
ZE
•
o 2 4 6 8 10 12 o 2 4 6 8 10 o 5 10 15 20
Figura 7. Conhecimento dos jovens sobre a Jornada Mund ial da Juventude e intenção de
participação, por grupo etário.
Sabes o que são as Jornadas Mundiais da Juventude?
Pretendes participar na JMJ em Lisboa, em 20237
A
42,~
.: Total
13%
NÃO •
4~
14-17
15%
18-30
11 % ,
N
N
N
z
,_
llg
é,;;,'
o
7% 9% 5% '
B li~
e 15% 21 % · 10% ±
z
17% 20% 14% é:i
D o
CV)
16% 14% 17% N
E li
F
: 32% 21% , 43%
zs
•
O 5 1O 15 20 25 30 35 O 10 15 20 25 O 1O 20 30 40 50 60
A De certeza que sim B Muito provavelmente sim B Provavelmente sim D Provavelmente não
E Muito provavelmente não F De certeza que não
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Observamos que, como espectável, mas ainda assim é interessante que mais
os Católicos são o grupo em que mais de metade dos não praticantes - 51, 17%
respondentes têm conhecimento das manifesta intenção de participar, o que é
Jornadas (79,35%). Também é interes- indicativo da capacidade mobilizadora de
sante notar que, entre os não religiosos, eventos desta natureza, e em particular
o conhecimento das Jornadas Mundiais da presença do Papa.
da Juventude é razoável, alcançando
45,65% da amostra. 2.3. Perspetivas sobre o futuro
No que concerne a intenção de par- Com esta secção do estudo, quise-
ticipação na Jornada Mundial da Juven- mos compreender como é que os jovens
tude de agosto de 2023, que se realizará portugueses perspetivam o futuro.
em Lisboa, ao observarmos a intenção de
A Figura 8, na página 21, apresenta
participação expressa agrupando as res-
o seu grau de preocupação, numa escala
postas em "sim" e "não", 75,23% dos
de 1 a 5, em que 1 significa "nada preo-
jovens Católicos manifestam intenção de
cupado" e 5 significa "muito preocupa-
participar, uma percentagem aproximada
do", com diversas dimensões da vida,
da dos que têm conhecimento do even-
no futuro. Observamos considerável
to. Como seria de esperar, 86,41 % dos
uniformidade entre os jovens dos dois
não religiosos não pretendem participar
grupos etários considerados, sendo as
no evento. É interessante observar a dis-
dimensões mais preocupantes para eles
tinção entre religiosos praticantes e não
a guerra (60%) (é de notar que este ques-
praticantes. São mais os praticantes que
tionário foi aplicado depois do início do
pretendem participar no evento-69,96%,
conflito decorrente da invasão da Ucrânia
19
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Figura 8. Preocupações dos joven s com várias dimensões da vida no futuro, por grupo etário .
80
18-30
70
60
li
50 g
z
40
o
30 li
20
z
c'-J
tj-
N
10 11
...
zs
o A B e D E F G H J K L
Figura 9. Grau de concordância dos jovens com afirmações sobre aspetos que consideram
importantes para serem felizes no futuro, por grupo etário.
Que aspetos consideras importantes para seres feliz?*
80
70
53% 55% 52%
60 47%47%47%
cn
<O
o
50 11
~
40
z
r-'
00
cn
30 li
z
20 ci:::i
I.C')
~
10 li
...
z§
o A B e D E F G
A Ter estabilidade no trabalho B Ter um trabalho que me faça feliz C Ter um estilo de vida sustentável
D Encontrar um/a parceiro/a para partilhar a minha vida E Formar uma família com um ou mais filhos
F Fazer as escolhas que quiser, independentemente da pressão da família ou da sociedade
G Contribuir para que a sociedade tenha mais equidade e para que não haja discriminação
* Os participantes responderam de acordo com o seu grau de concordância com cada uma das afirmações usando uma escala de 1
(Discordo completamente) a 5 (Concordo completamente). Neste gráfico são apresentadas as percentagens de "Concordo completa-
mente" com a afirmação.
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Tabela 5. Aspetos que consideram importantes para serem felizes no futuro, consoante o
sexo, a idade e as crenças religiosas.
# A B e D E F G
Homens
Discordo completamente 6 3 8 11 31 12 14
Discordo 11 2 4 16 33 13 21
Indiferente 39 37 68 78 126 14 101
Concordo 312 187 308 235 207 15 284
Concordo completamente 301 445 285 330 266 16 250
Mulheres
Discordo completamente 4 1 3 21 67 17 1
Discordo 4 4 8 22 76 18 3
Indiferente 21 10 64 159 195 19 27
Concordo 387 183 412 349 286 20 285
Concordo completamente 636 859 574 507 427 21 740
Jovens (14-17)
Discordo completamente 7 5 6 14 47 22 8
Discordo 5 1 4 18 51 23 7
Indiferente 34 28 64 134 166 24 59
Concordo 346 186 341 307 266 25 268
Concordo completamente 496 674 482 420 354 26 549
Jovens adultos (18-30)
Discordo completamente 7 3 11 28 83 27 14
Discordo 13 7 11 30 78 28 17
Indiferente 36 28 96 147 211 29 81
Concordo 445 241 470 353 283 30 371
Concordo completamente 554 784 475 500 393 31 575
Católicos
Discordo completamente 2 1 6 4 6 32 8
Discordo 8 3 7 5 9 33 10
Indiferente 17 9 38 51 67 34 39
Concordo 236 127 248 177 165 35 201
Concordo completamente 342 466 306 367 353 36 346
Religiosos
Discordo completamente 7 5 12 12 28 42 13
Discordo 10 5 8 16 37 43 15
Indiferente 39 25 76 122 152 44 78
Concordo 417 235 454 331 322 45 357
Concordo completamente 630 838 557 623 556 46 639
Não religiosos
Discordo completamente 7 3 5 30 102 47 10
Qiscordo 10 3 7 33 92 48 12
Indiferente 33 34 86 165 237 49 69
Concordo 414 213 399 360 255 50 322
Concordo completamente 462 682 441 345 236 51 519
A Ter estabilidade no trabalho B Ter um trabalho que me faça feliz C Ter um estilo de vida sustentável D Encontrar um/a
parceiro/a para partilhar a minha vida E Formar uma família com um ou mais filhos F Fazer as escolhas que quiser, indepen-
dentemente da pressão da família ou da sociedade G Contribuir para que a sociedade tenha mais equidade e para que não
haja discriminação.
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que, por seu lado, não valorizam tanto po- Também apresentámos aos Jovens
derem "fazer as escolhas que quiserem, um conjunto de afirmações sobre como
independentemente da pressão da famí- poderá ser a sociedade no futuro, pergun-
lia ou da sociedade". Entre os religiosos, tando-lhes o seu grau de concordância
a pouca valorização da liberdade para fa- numa escala de 1 a 5, em que 1 signi-
zerem as suas escolhas é particularmen- fica "discordo totalmente" e 5 significa
te acentuada entre os Católicos, sendo "concordo totalmente", como apresen-
mesmo o fator menos valorizado. É inte- tado na Tabela 6. Os jovens relevaram
ressante notar que, mais do que a estabi- graus de concordância mais fortes com
lidade no trabalho, valorizam "terem um as seguintes afirmações: "O avanço da
trabalho que os faça felizes" e "encon- ciência na área da saúde permitir-nos-á
trarem um parceiro/a para partilharem as viver mais tempo com mais qualidade de
suas vidas", bem como "formarem uma vida" (80% concordam e concordam to-
família com um ou mais filhos". A dimen- t~lmente); "As alterações climáticas em
são familiar surge, portanto, como uma curso serão irreversíveis e a vida como
dimensão indispensável do que os jovens a conhecemos no nosso planeta degra-
Católicos consideram felicidade. dar-se-á" (73% concordam e concordam
Tabela 6. Aspetos que consideram importantes para serem felizes no futuro, consoante o
sexo, a idade e as crenças religiosas.
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Q)
e: -
Q)
e:
-
Q) Q)
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o o o
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Cl (.) Cl -e: u u (.) '"' (1)
A vida humana será ameaçada por outras pandemias. 2% 6% 12% 48% 24% 8%
Tecnologias como a Inteligência Artificial irão desenvolver-
-se mais, e poderão ameaçar a nossa liberdade. 7% 19% 15% 32% 20% 7%
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totalmente); "A vida humana será amea- os jovens antecipam um quadro social fu-
çada por outras pandemias" (72% con- turo complexo e desafiante.
cordam e concordam totalmente); e, A Tabela 7, apresenta as três preo-
numa nota mais otimista, "Encontrare- cupações mais importantes, e as três
mos novos modelos para a economia menos importantes, consoante algumas
que promovam mais a sustentabilidade e variáveis consideradas. A preocupação
a equidade" (72% concordam e concor- com a guerra destaca-se em todos os
dam totalmente). Nem todas as afirma- grupos considerados, certamente decor-
ções acima são de fácil conciliação - por rente do conflito atual entre a Rússia e a
exemplo, "viver com mais qualidade de Ucrânia, bem como as alterações climá-
vida" e "a vida como a conhecemos no ticas . A exploração do espaço e a tecno-
nosso planeta degradar-se-á" - e todas logia também são temas que suscitam
elas, de uma forma mais ou menos inten- menor preocupação aos vários grupos
sa, são contingenciais, o que mostra que
considerados.
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Tabela 8. Contagem absoluta das respostas para cada uma das categorias consideradas re-
lativamente a afirmações sobre preocupações com o futuro, consoante o sexo, a idade e as
crenças religiosas.
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C/)
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~
(O
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Muito preocupado 230 279 225 234 221 298 144 260 257 199 103 314
Preocupado 339 286 309 307 221 258 223 290 217 279 192 245
Homens Indiferente 48 53 88-~ 83 148 65 143 73 91 98 190 57
Pouco preocupado 37 36 32 29 33 41 90 32 63 61 80 35
Nada preocupado 16 19 15 12 37 7 66 15 34 29 93 17
Muito preocupado 545 683 487 361 352 608 141 533 526 680 188 737
Preocupado 454 326 459 546 421 374 370 418 323 316 296 272
Mulheres Indiferente 31 23 64 112 208 41 359 56 96 28 321 21
Pouco preocupado 13 13 23 18 36 20 118 32 71 23 105 12
Nada preocupado 6 7 12 12 26 6 55 11 30 6 96 5
Muito preocupado 427 550 409 286 243 527 166 442 460 546 197 640
Preocupado 468 373 451 501 357 360 330 419 311 322 290 27
Jovens (14-17) Indiferente 64 52 87 158 280 65 323 84 118 75 301 37
Pouco preocupado 30 15 30 32 46 35 97 31 62 43 92 21
Nada preocupado 9 12 17 16 59 12 70 17 33 14 85 17
Muito preocupado 518 623 457 452 461 572 183 515 475 519 158 635
Preocupado 501 377 483 526 437 418 404 451 359 422 303 370
Jovens adultos Indiferente 44 48 107 93 147 74 288 80 118 85 333 61
(18-30) Pouco preocupado 34 49 45 26 43 42 158 55 113 57 138 37
Nada preocupado 19 22 23 19 24 10 83 18 50 32 144 15
Muito preocupado 263 321 233 224 218 366 91 301 362 306 103 446
Preocupado 298 235 290 314 230 205 234 246 167 232 172 147
Católicos Indiferente 32 26 59 63 136 29 196 44 44 45 198 9
Pouco preocupado 24 28 25 15 22 19 62 21 29 27 70 11
Nada preocupado 6 12 13 5 14 4 39 7 15 12 59 7
Muito preocupado 682 852 633 514 486 733 258 656 573 759 252 829
Preocupado 671 515 644 713 564 573 500 624 503 512 421 498
Não Católicos Indiferente 76 74 135 188 291 110 415 120 192 115 436 89
Pouco preocupado 40 36 50 43 67 58 193 65 146 73 160 47
Nada preocupado 22 22 27 30 69 18 114 28 68 34 170 25
Muito preocupado 485 600 431 409 384 645 182 551 615 573 205 769
Preocupado 536 410 516 558 414 386 404 451 320 409 319 296
Religiosos 1nd iferente 61 66 122 127 244 71 348 82 95 86 349 32
Pouco preocupado 40 42 41 28 43 29 122 34 68 46 116 23
Nada preocupado 15 22 25 12 45 8 78 19 33 23 107 15
Muito preocupado 460 573 435 329 320 454 167 406 320 492 150 506
Preocupado 433 340 418 469 380 392 330 419 350 335 274 349
Não religiosos Indiferente 47 34 72 124 183 68 263 82 141 74 285 66
Pouco preocupado 24 22 34 30 46 48 133 52 107 54 114 35
Nada preocupado 13 12 15 23 38 14 75 16 50 23 122 17
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Figura 10. Quais os valores mais importantes para os jovens, ambos os gru pos etá ri os .
Quais dos seguintes valores são os mais importantes para ti? Escolhe os cinco mais
importantes.
Respeito 59%
Liberdade 57%
Amor 52%
Honestidade 51%
Justiça 43%
Paz 38%
Equidade 33%
Humildade 27%
Sabedoria 25%
Responsabilidade 23%
Empatia 22%
Coragem 17%
Solidariedade 16%
Ética 13%
Bondade 12%
Altruísmo 8%
Inclusão 8%
Tranquilidade 7%
~ - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -- - - - - - -
o 10 20 30 40 50 60
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Tabela 10. Média das respostas (em %) relativamente aos valores mais importantes, con-
soante o sexo, a idade e as crenças religiosas.
(1)
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(1)
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A 678 31,42 20,50 46,90 53,69 44,54 20,94 12,98 38,9 34,96 10,18 52,95 13,72 5,01 9,73 14,60 15,49 31 ,86 28,91
B 1063 19,10 13,45 50,24 55,97 54,00 37,35 18,06 43,18 38,48 4,99 59,92 10,25 8,28 6,21 24,65 10,1 6 21 ,17 18,34
e 1149 17,49 15,75 41,25 43,86 42,65 33,86 10,01 32,72 30,03 5,22 49,78 8,79 4,35 4,35 12,01 6,61 22,28 18,71
o 1331 17,96 8,94 32,76 39,14 33,21 14,65 13,30 29,68 25,62 5,33 36,74 9,02 6,69 6,76 18,78 11 ,34 16,53 15,40
E • 707 17,68 11,74 41,30 37,06 48,37 21,78 16,69 32,39 33,24 3,96 45,40 9,62 3,82 4,81 13,86 6,93 27,86 17,54
F 1387 15,79 13,27 38,86 36,77 42,75 22,13 13,27 30,21 28,26 4,47 42,32 8,72 3,97 4,61 12,69 7,79 24,30 15,72
G 1093 20,22 10,61 33,94 47,12 31,02 25,34 9,88 32,20 26,90 6,31 43,37 9,15 7,69 6,95 19,40 10,89 12,72 18,48
A Homens B Mulheres C Jovens (14-17) D Jovens adultos (18-30) E Católicos F Religiosos G Não religiosos
28
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20 C'>
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o A B e D E F G H
A Faço voluntariado B Sou ativista de causas em que acredito C Contribuo para campanhas de solidariedade, faço
donativos D Faço o possível para ter um estilo de vida sustentável (ex. reduzir, reutilizar, reciclar) E Sou um cidadão
participativo (ex. vou votar) F Respeito os direitos humanos G Rezo ou medito H Procuro ser bondoso e agir
corretamente no meu dia a dia I A minha ação individual não faz a diferença
Nota: A afirmação "Sou um cidadão participativo (ex. vou votar)" foi reformulada na versão B do questionário para "Serei um cidadão
participativo (ex irei votar)".
29
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Tabela 11. Posição face à religião dos respondentes que consideram que ao rezar e/ou medi-
tar contribuem para um futuro melhor (em percentagem) (n=1794).
Posição Percentagem
Não tenho uma posição definida sobre a religião 2,48%
Total 100,00%
Entre estes, 57,64% são Católicos. No seJa melhor e que realizam com mais
entanto, é de notar que 15,5% dos que frequência, organizadas por sexo, idade
se afirmam crentes, mas que não prati- e crenças religiosas. Comparando relati-
cam uma religião, acreditam no poder da vamente, isto é, dividindo o total de res-
oração. postas positivas por a cada resposta por
classe e dividindo pelo total de respon-
A Tabela 12 mostra as atividades
que os jovens acreditam poderem contri- dentes dessa mesma classe, obteve-se a
Tabela 12. Realização de atividades que os jovens acreditam terem impacto positivo no futu-
ro, consoante o sexo, a idade e as crenças religiosas, em percentagem .
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a:
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Homens 22% 14% 19% 55% 68% 72% 23% 70% 11%
Mulheres 30% 20% 32% 63% 75% 85% 30% 79% 3%
Jovens (14-17) 16% 11% 20% 46% 51 % 63 % 20% 56% 7%
Jovens adultos (18-30) 23% 14% 18% 42% 54% 55% 20% 55% 4%
Católicos 30% 12% 30% 48% 57 % 62% 45% 61% 2%
Não Católicos 16% 13% 15% 43% 51 % 58% 10% 53 % 7%
Religiosos 22% 11% 21% 42% 50% 56 % 31% 54% 3%
Não religiosos 17% 16% 17% 47% 57 % 62% 6% 57% 8%
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Figura 12. Que mudanças os jovens fariam no futuro, por grupo etário .
Se pudesses mudar o futuro, quais seriam as tuas prioridades? Escolhe as três áreas
que mais achas que necessitam de melhorar
r-- o
cõ .- ('f)
;§ ..;. CX)
Sustentabilidade
do planeta
• ••
60% 64% 56% :
Proteção da
biodiversidade
21% 26% 17%
~
li
Relacionamento 23% 21% 24%
z-"
õ
humano
o 10 20 30 40 50 60 70 80
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Conclusões
Enquadrado o estudo, explicitada a metodologia e apresen-
tados os dados, é agora tempo de concluir.
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Contudo, se olharmos para grupo etário desafios para o futuro, as suas preocu-
dos 18-30 anos, os jovens adultos, a pações. Neste campo, sobressaem as
ausência de prática religiosa fundamen- preocupações com a guerra (63%), as al-
ta-se mais no desacordo com algumas terações climáticas (55%) e a equidade
normas dessa prática (44%) . Ou seja, o e discriminação (54%). A economia e a
motivo da ausência de prática religiosa é política são preocupações maiores para
mais de caráter intrínseco - atinente ao os mais velhos (40% e 41 %, respetiva-
sujeito - do que extrínseco - atinente à mente) do que para os mais novos, mas
religião . Curiosamente, a observação de ainda assim, menos preocupantes do
demasiadas atitudes e comportamentos que aquelas três questões.
negativos noutros praticantes, embora
Curiosamente, o trabalho e a família
relevante (21 % nos mais novos e 28%
são preocupações (44% e 45%), mas
nos mais velhos), não é o principal fator
não são as principais . Porém, estas duas
que afasta da prática religiosa . dimensões da vida são as que os jovens
Esta prática religiosa é acompanhada valorizam mais para a sua felicidade futu-
de bastante tolerância em relação a dife- ra, como veremos de seguida .
rentes manifestações de religiosidade.
51 % dos jovens considera haver verdade
em todas as religiões, sendo uma mino- Ser feliz no futuro
ria os que afirmam que só a sua religião O nosso terceiro objetivo era explorar
é verdadeira (5%) ou mais verdadeira do relações e padrões significativos entre,
que as outras (12%). Este dado percebe- por um lado, crenças, valores e priorida-
-se no contexto de uma religiosidade cujo des para o futuro e, por outro lado, a vi-
impacto se manifesta no desejo de aper- vência religiosa dos jovens .
feiçoamento pessoal (43%), de ajudar os Quando observamos o que significa
outros (42%) e dar sentido à vida (40%).
para os jovens ser feliz no futuro, verifi-
Esta última dimensão de impacto da reli- camos que existem diferenças entre gru-
gião - dar sentido à vida - é especialmen-
pos, consoante se considern a presença
te relevante no grupo dos jovens adultos ou a ausência de crenças religiosas .
(60%).
Ambos os grupos valorizam os mesmos
Ou seja, o grupo dos jovens é maiori- fatores de felicidade - ter um trabalho
tariamente religioso, praticante em gran- estável, que os faça felizes, e contribuí-
de medida, e encontra na religião um rem para uma sociedade que tenha mais
benefício de melhoria pessoal e sentido equidade e onde não haja discriminação.
para a vida . Contudo, se para os não religiosos não é
importante constituírem uma família que
inclua filhos, este objetivo é importante
Desafios para o futuro para os religiosos, que, por seu lado, não
O nossos segundo objetivo era co- valorizam tanto poderem fazer as esco-
nhecer as perceções dos jovens dos lhas que quiserem, independentemente
14 aos 30 anos quanto aos principais da pressão da família ou da sociedade .
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Aliás, para os que se afirmam Católicos, são menos preocupantes para os Católi-
este é o fator menos valorizado. Os Cató- cos do que para os restantes. Aliás, os
licos, mais do que a estabilidade no traba- jovens Católicos elegem a temática fa-
lho, valorizam terem um trabalho que os mília e relações, em simultâneo, como a
faça felizes e encontrarem um parceiro/a terceira com a qual mais se preocupam
para partilhar a vida, bem como constituir e como a terceira com a qual menos se
uma família com um ou mais filhos . Adi- preocupam. Este facto sugere a pertinên-
mensão familiar surge, portanto, como cia de futuras investigações para que se
uma dimensão ind ispensável de felicida- possa compreender melhor ambas as po-
de para os jovens Católicos. sições. No âmbito do presente estudo,
constatada esta diversidade, não é pos-
sível avançar com segurança na análise
Como será a vida no futuro deste aspeto .
Esta felicidade futura é projetada
num mundo em que o avanço da ciência
permitirá aos jovens de hoje viver mais Valores
tempo e com mais qualidade de vida Por fim, quanto aos valores que con-
(80%); em que a vida como a conhece- sideram mais importantes na vida, exis-
mos no nosso planeta se degradará por te concordância entre os jovens quanto
força da irreversibilidade das alterações aos mais importantes : o respeito (59%),
climáticas (73%); em que haverá novas a liberdade (57%), o amor (52%) e a ho-
pandemias (72%), mas onde se encon- nestidade (51 %). Mas se os jovens não
trarão novos modelos para a economia, religiosos valorizam a liberdade, os reli-
que promovam mais a sustentabilidade giosos valorizam o amor, o que é consis-
e a equidade (72%). Nem todas estas vi- tente com a afirmação dos não religiosos
sões sobre o futuro são de fácil concilia- de que terem liberdade será fundamental
ção, mas todas denotam que os jovens para serem felizes no futuro, ao passo
antecipam um quadro social futuro com:- que os jovens religiosos dão mais im-
plexo e desafiante . portância a constituírem família. Curiosa-
cam no topo das suas preocupações com dos pelos jovens; o que significa apenas
que dão prioridade a outros valores, po-
o futuro as alterações climáticas , sendo
esta a principal preocupação para os não dendo ou não consideram que a defesa
daqueles valores está mais acautelada.
religiosos. Por outro lado, a família e as
relações são uma das principais preocu-
pações para os religiosos, mas são um
Ação
dos temas que suscita menor preocupa-
ção aos não religiosos. É curioso notar O nosso quarto e último objetivo
que no seio dos religiosos estes temas era conhecer o grau de envolvimento
dos jovens na construção do futuro e
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CAT()LIC,\
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ECUL URAS DE EXPRESSA□ PORTUGUESA