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Itinerário de educação à Fé

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Ficha técnica: © Imagem de capa: MasaruHorie - www.christiancliparts.net


© Edições Salesianas, 2020 Capa: Paulo Santos
Rua Duque de Palmela, 11 • 4000-373 Porto Paginação: João Cerqueira
Tel. 225 365 750 Coordenação: Rui Alberto, Vera Fernandes, Vera Silva
editora@edicoes.salesianos.pt Impressão: Totem
www.edisal.salesianos.pt ISBN: 978-989-8982-39-1
Publicado em junho 2020 Depósito Legal: 470969/20
Introdução 6º ano
Caro/a catequista; Aqui tens o Guia do “A aventura de acreditar”. É a proposta que te oferecemos
para fazeres catequese com os pré-adolescentes do 6º ano. Faz parte do projeto Ligações. Itine-
rário de educação à fé, que os Salesianos estão a desenvolver, como um serviço e em comunhão
com toda a Igreja.
Acreditar, ter fé, confiar… são palavras importantes. São os verbos a que Deus nos convida para
termos uma relação boa com Ele.

Ligações
Chamámos “Ligações” a este itinerário de educação à fé, porque ele quer estabelecer várias liga-
ções felizes:
ƒƒEntre Deus que Se revelou plenamente em Jesus de Nazaré e cada um dos ­catequizandos;
ƒƒEntre a comunidade cristã, tornada presente por ti e pelos outros catequistas, que bebem
do Evangelho a sua força, e os desafios colocados pela vida real dos catequizandos, das
suas famílias, dos seus contextos;
ƒƒEntre os vários catequizandos que são convidados a experimentar já o que é ser Igreja,
comunidade dos que querem seguir Jesus e o seu Evangelho;
ƒƒEntre a situação atual de cada catequizando e o crente maduro e feliz que Deus está
a chamar;
ƒƒEntre a Igreja e as famílias que pedem para os seus filhos uma boa educação na fé.
Este itinerário de educação à fé surge no caminho de renovação evangelizadora dos últimos anos.
A Igreja, a nível universal com o magistério e a animação dos Papas, e a nível nacional com os
documentos recentes dos bispos portugueses sobre a melhoria da catequese, incentiva todos a um
maior entusiasmo por levar a alegria do Evangelho às pessoas concretas de hoje.
Alinhados com esse esforço, oferecemos o contributo da tradição espiritual, educativa e pastoral
salesiana ao esforço de renovação e qualificação da catequese em Portugal. Num mundo plural,
complexo e cheio de contradições como é este século XXI, é uma bênção a existência de propostas
diferenciadas.

Elaborar uma primeira síntese orgânica de fé


Ao longo deste percurso de fé em que acompanhamos as crianças e adolescentes dos 6 aos 18
anos, muita coisa muda nos catequizandos: a nível físico, a nível psicológico, a nível social, a nível
de fé. Por isso, organizámos este itinerário em quatro fases de três anos cada. Cada uma delas faz
uma escolha dos conteúdos, objetivos e metodologias que melhor se adaptam à idade e que mais
contribuem para a finalidade da catequese.
Estamos agora na segunda fase. Ela tem como meta ajudar os pré-adolescentes a elaborar uma
primeira síntese de fé. Esta fase ajuda o catequizando a contactar com as fontes da fé: a Bíblia e
o Credo.

Indicadores de avaliação
No final deste caminho, gostaríamos que os catequizandos estivessem confortáveis com um con-
junto de atitudes. Eis os indicadores de sucesso para cada uma das seis tarefas da catequese:

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Fase 2: Fazer escolhas e comprometer-se com a fé
O catequizando conhece os principais personagens, episódios e atitudes
Favorecer o conhecimento da fé
da história da salvação e sente-se parte dessa história.
O catequizando celebra regularmente, com autonomia motivacional,
A educação litúrgica
os sacramentos da reconciliação e da Eucaristia.
O catequizando reconhece em Jesus o modelo na relação com Deus e
A formação moral
com os outros e uma fonte para a alegria e o serviço.
O catequizando relaciona-se com Deus a partir da categoria de amizade,
Ensinar a rezar
onde Ele está perto dos problemas do quotidiano.
O catequizando assume o seu protagonismo no grupo de catequese e na
A educação para a vida comunitária
família como experiências de Igreja.
O catequizando dá testemunho dos seus valores cristãos na escola e no
A iniciação à missão
seu círculo de amigos.

Professar a fé
Desde os anos 90 do século XX, a catequese em Portugal recuperou algumas boas tradições dos
primeiros séculos. Uma delas é a prática da traditio-reditio, ou seja, de entregar aos catequizandos
os documentos e riquezas da Igreja (Pai nosso, Bíblia, Credo…) para que eles os assimilem e os pos-
sam “devolver” à comunidade.
Depois de, ao longo do 4º e do 5º ano, os catequizandos terem descoberto a riqueza da Bíblia e
da história de salvação que ela narra, ao longo deste 6º ano ajudamo-los a fazerem uma primeira
síntese de fé. Toda a Bíblia aponta para Jesus Cristo, o filho de Deus, que pode ser encontrado nos
sete sacramentos. E a história de salvação em que Ele nos acompanha está bem representada no
Credo, a síntese na nossa fé. No final deste ano os catequizandos poderão fazer a sua profissão de
fé, isto é, apresentarem-se diante da comunidade para dizer: esta é a nossa fé!

Os tempos
Neste 6º ano, cada catequese ocupa um encontro semanal. Este é o modelo a que muitos cate-
quista estão habituados. O catequista (ou o grupo de catequistas) deve fazer uma boa planificação,
para que nos 60 minutos disponíveis para o encontro:
ƒƒse possam realizar as atividades previstas,
ƒƒhaja um clima sereno e rico de relações entre o grupo e dos catequizandos com o
catequista,
ƒƒse dê o cruzamento entre a vida e o Evangelho.

6º ano: o caminho a fazer


Nos primeiros anos de catequese os catequizandos tiveram um contacto inicial com Jesus e a expe-
riência da fé. Nesta segunda fase (do 4º ao 6º ano) queremos oferecer-lhes uma familiaridade maior
com as fontes da fé. No 4º ano puderam conhecer os evangelhos com mais profundidade. No 5º ano
familizarizaram-se com o Antigo Testamento e os Actos dos Apóstolos. Neste 6º ano propomos dois
grandes temas para as catequeses: os sacramentos e o Credo.
Nos primeiros anos, os catequizandos tomaram contacto com o batismo, a Eucaristia e a reconcilia-
ção. Agora, pela primeira vez no seu caminho de catequese, propomos uma abordagem sistemática
aos sacramentos. Mais do que “coisas” ou meros rituais, eles são presença ativa e efectiva de Jesus
ressuscitado. Começamos onde termina o evangelho de S. Mateus (Eu estou convosco para sempre)
e a partir dessa experiência visitamos cada um dos sacramentos.

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O segundo grande tema que nos ocupará ao longo deste ano é o estudo do credo. Ao longo de 16
catequeses, os pré-adolescentes irão crescer em familiaridade com este documento da nossa fé e,
acima de tudo, com a história de salvação e vida feliz que ele descreve e à qual Deus nos convida.
Não nos interessa um estudo erudito ou intelectual; o credo nasce da vida de um povo em relação
com Deus. E se o estudamos é para envolver a nossa vida mais e mais nessa relação feliz com Deus
a que chamamos fé.

Para ler e viver o credo


A expressão “Credo” refere-se a dois documentos diferentes, mas relacionados entre si: o símbolo
dos apóstolos e o credo niceno-constantinopolitano.
Talvez a mais antiga expressão de fé seja esta, tirada do Deuteronómio:
Proclamarás, então, em voz alta, diante do Senhor, teu Deus: ‘Meu pai
era um arameu errante: desceu ao Egipto com um pequeno número
e ali viveu como estrangeiro, mas depois tornou-se um povo forte
e numeroso. Então os egípcios maltrataram-nos, oprimindo-nos e
impondo-nos dura escravidão. Clamámos ao Senhor, Deus de nossos
pais, e o Senhor ouviu o nosso clamor, viu a nossa humilhação, os nos-
sos trabalhos e a nossa angústia, e tirou-nos do Egipto, com sua mão
forte e seu braço estendido, com grandes milagres, sinais e prodígios.
Introduziu-nos nesta região e deu-nos esta terra, terra onde corre leite
e mel. Por isso, aqui trago agora os primeiros frutos da terra que me
deste, Senhor!’ (Dt 26, 5-10a)
Para os antigos israelitas, a proclamação da fé fazia-se contando a história da nossa relação com
Deus e da salvação que Ele nos ofereceu. O credo ou qualquer outro documento de fé não deve
ser lido como uma fórmula matemática sobre quem é Deus. O Credo é memória viva da história de
amor de Deus para connosco.

Símbolo dos Apóstolos:


Creio em Deus, Pai todo-poderoso, criador do Céu e da Terra;
e em Jesus Cristo, seu único Filho, Nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu
da Virgem Maria; padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morreu e foi sepultado, desceu à mansão dos
mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos Céus; está sentado à direita do Pai Todo-poderoso, de onde
virá para julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo, na santa Igreja católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na res-
surreição da carne; na vida eterna. Amen.

Este Símbolo dos Apóstolos é o Credo cristão mais antigo. Chama-se apostólico não por ter sido
escrito pelos apóstolos, mas por conter as verdades transmitidas por eles.
Uma lenda conta que este Credo foi escrito pelos próprios apóstolos, dez dias depois da Ascensão
de Jesus aos céus. Estavam os Doze reunidos no Cenáculo e receberam o Espírito Santo. Foi então
que, cheios de sabedoria e de inteligência, compuseram o Credo, dizendo cada qual uma frase. Jun-
taram todas as frases e formou-se o Símbolo dos Apóstolos com os seus doze artigos.
Este Credo utiliza-se repartido em três partes e em forma de perguntas na celebração do Batismo,
à qual o neófito responde: “Sim, creio!”

Credo Niceno-Constantinopolitano:
Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do Céu e da Terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis.
Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigénito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos:
Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, não criado, consubstancial ao Pai.
Por Ele todas as coisas foram feitas. E por nós, homens, e para nossa salvação desceu dos Céus.

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E encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem. Também por nós foi crucificado
sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras; e subiu aos
Céus, onde está sentado à direita do Pai. De novo há-de vir na sua glória, para julgar os vivos e os mortos;
e o seu reino não terá fim.
Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado
e glorificado; Ele que falou pelos profetas.
Creio na Igreja, una, santa, católica e apostólica. Professo um só Baptismo para remissão dos pecados.
E espero a ressurreição dos mortos, e a vida do mundo que há-de vir. Amen.

Este Credo tem o nome de Niceno-Constantinopolitano porque foi formulado no Concílio Ecuménico
de Niceia, em 325, e depois completado no Concílio de Constantinopla (381).
Ambos os documentos são uma síntese da revelação de Deus na Bíblia, convocam-nos para a salva-
ção e estão estruturados em três partes, cada uma delas relativa a uma das pessoas da Santíssima
Trindade.

Os catequizandos
A maior parte dos catequizandos, com idades de 11 e 12 anos, estão no 6º ano de escolaridade.

Desenvolvimento intelectual
Eles vivem num momento de estabilidade emocional e sexual, com pouco interesse pelo outro sexo.
É uma etapa tranquila e feliz. Em termos afetivos são algo frios. Mostram alguma resistência às
manifestações externas de carinho, sobretudo em público. Os catequizandos desta idade vivem e
exprimem o seu mundo interior através da atividade, do jogo e do movimento. Isto torna-os abertos
e desejosos de aventuras. O jogo e a aventura, nestas idades, não são apenas um “entretenimento”
antes das “coisas sérias”; são a estratégia preferida para aprender conteúdos sérios e para exprimir
o desejo interior de crescimento.
Em termos intelectuais, aumenta a capacidade de abstração, porém, partindo do concreto. É a idade
das perguntas: sobre si mesmos, sobre os acontecimentos sociais, a natureza, a Bíblia, o mundo,
a ciência. Fazem perguntas porque querem dar significado a tudo o que os rodeia.
Na sua relação com os outros manifestam-se sinceros, naturais, espontâneos. São capazes de
admirar e idealizar os adultos significativos pelos valores que vivem (pais, professores, catequis-
tas…). As suas opiniões sobre os acontecimentos e o mundo que os rodeia depende bastante da
opinião dos pais e outros adultos significativos.
Ainda têm muita dificuldade com o tempo histórico e em situar os acontecimentos no passado. Para
isso, ao trabalhar com acontecimentos e relatos da Bíblia e da vida da Igreja, o catequista deve
fazer um esforço para os relacionar com a realidade atual, para que sejam significativos.

A experiência religiosa
Nesta fase de desenvolvimento, inicia-se uma aproximação mais objetiva ao que sucede à sua volta.
Persiste ainda algum egocentrismo de anos anteriores que se manifesta na visão antropomórfica,
animista ou mágica da realidade. Estes três traços de religiosidade influenciam a imagem que
fazem de Deus. Deus está em função ou ao serviço do seu egocentrismo. Os conteúdos que apren-
dem na catequese e na liturgia ajudam a superar essa visão egocêntrica, mas ficam com uma visão
muito “nocional” e fria de Deus.
A frieza afetiva desta idade (não gostam de expressões externas de carinho) diminui o caráter afe-
tivo ou sentimental da sua relação com Deus.
O ambiente religioso da família influi, positiva ou negativamente, na sua experiência religiosa. Cer-
tas formas de não-crença (superficialidade, materialismo, hedonismo) eclipsam a sua disponibili-
dade para a fé. O testemunho cristão credível de pessoas próximas (educadores, catequistas, pais)
é uma influência positiva.

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A dificuldade que têm em lidar com o tempo histórico torna difícil a aproximação a Jesus.
A pressão social para abandonar a catequese é forte. Na sociedade portuguesa é tradicional a
ligação entre catequese e infância; por isso é natural que, já no 6º ano, se abandone a catequese.
Continua ainda arraigada a ideia que a catequese “serve” para fazer a primeira comunhão; feita
esta, deixa de fazer sentido andar na catequese. Muitos centros de catequese experimentam uma
queda na frequência depois da primeira comunhão ou no fim do 1º ciclo.

Desenvolvimento moral
Esta idade traz consigo uma certa autonomia moral: o “certo” ou “errado” vem da bondade ou mal-
dade dos atos e não só da lei ou da proibição dos adultos. Começam a personalizar o sentido de
culpa (pecado) como ofensa aos outros e como rutura de uma ordem moral, relacionada com Deus.
São mais sensíveis aos valores da relação com os outros: responsabilidade, lealdade, veracidade.
Percebem quando os outros agem justa ou injustamente com a sua pessoa.
Além dos valores da colaboração e do serviço aparecem também sentimentos de rivalidade e com-
petição.
A falta de sintonia com a pessoa de Jesus como pessoa histórica dificulta a identificação com os
valores da sua vida.

A relação com os outros


Nesta idade deteta-se um certo distanciamento em relação aos pais. Começam a ter deles uma
visão mais realista, são menos dependentes. Isto leva ao apreço por outros adultos significativos.
O grupo de companheiros possibilita uma boa socialização fora da família. Estes grupos informais,
muitas vezes instáveis, permitem alguma autoafirmação e segurança. Aceitam como líder o colega
que reúne certos requisitos: independência, decisão, inteligência prática.
A Igreja é vista como um grande grupo ligada à iniciação sacramental. Alguns começam a vê-la como
lugar para agir e fazer coisas interessantes: participar no coro, escuteiros, ser acólito. Quando o
grupo de catequese é sentido como um espaço onde podem potenciar os seus interesses, aumenta
a sua motivação pela catequese.
As pessoas mais associadas à religião (sacerdotes, religiosas…) são vistas de forma algo misteriosa
ou mágica. Os seus defeitos podem causar crise da religiosidade.

Como fazer catequese? As opções


Encontros semanais
Quando se pensa em catequese, pensa-se quase automaticamente nos encontros semanais em que
um grupo, acompanhado por um catequista adulto, faz um conjunto de tarefas para crescer na fé.
Não é o único momento da catequese, mas é realmente importante.
Nesta segunda fase, seguimos a tradição mais habitual que faz corresponder cada catequese a um
encontro semanal, com uma hora de duração.
A nível nacional, depois do 3º ano e da primeira comunhão, assiste-se a uma diminuição da assidui-
dade à catequese. Há zonas onde isso é muito forte e outras em que isso mal se nota. É importante
que cada catequista, e a paróquia como um todo, sejam capazes de comunicar às famílias e aos
catequizandos a importância e as vantagens de participar na catequese.
Esta comunicação não deve assentar na obrigação (“tens de vir à catequese porque sim”; “vais
à catequese porque eu também lá andei e eu é que mando”) nem na troca ( “é preciso andar na
catequese para fazer o crisma”). Não nos envergonhamos de propor uma caminhada de fé de vários
anos que acompanha os catequizandos ao longo das diferentes fases do seu crescimento. Mas
acreditamos que as crianças gostarão de estar na catequese pelo prazer de aprender, pela possibi-
lidade de saborear mais em profundidade a amizade com Jesus, pela criação de um grupo saudável.

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A relação dentro do grupo
A grande experiência social dos pré-adolescentes continua a ser a turma da escola. Mas muitos
deles têm a possibilidade (ou a obrigação) de estar em outros grupos: atividades de tempos livres,
prática desportiva, escolas de música, escuteiros…
Em quase todas estas atividades, a responsabilidade pertence aos adultos. O que se espera destas
crianças é que participem, fazendo aquilo que os adultos lhes pedem. A catequese é vista ainda
como um espaço dos adultos, em que são os catequistas e os catecismos a “mandar”, a determinar
o que acontece. As crianças não se “revoltam” mas, de algum modo, têm consciência que há uma
diferença entre estas propostas tuteladas pelos adultos e outras em que elas podem agir mais livre
e espontaneamente.
Será possível criarmos na nossa catequese um grupo diferente? Onde o facto de estarmos juntos,
de fazermos atividades interessantes, de nos respeitarmos uns aos outros… é atraente para os
catequizandos? Acreditamos que sim.
O grupo de catequese deve ser diferente de outras pertenças pela possibilidade que oferece de
fazer coisas diferentes, divertidas, enriquecedoras, profundas. Mas também pela possibilidade de
ser grupo, onde todos se respeitam e são aceites. Onde não é preciso competir. Onde há convergên-
cia entre as propostas dos “adultos” (catequista + catecismo) e os interesses das crianças.

A relação catequista-catequizandos
Para termos na catequese do 6º ano um grupo atraente, onde dá gosto participar, o catequista é
essencial. Antes de ser alguém que prepara bem as catequeses, o catequista quer ser um adulto
próximo das crianças. Sereno e alegre. Responsável e criativo. Capaz de propor atividades fascinan-
tes e disponível para escutar cada um. Capaz de amar a todos por igual, sem preferências, mas com
um coração especialmente atento aos mais frágeis ou mais feridos.
Ser catequista dos pré-adolescentes é empenhar-se em estabelecer com todos eles (mesmo com
os mais arredios) uma relação de respeito e de confiança. Eles precisam de um catequista dispo-
nível para dialogar e que os ensine a dialogar uns com os outros. Na maneira como o catequista
se relaciona com os catequizandos, estes têm de conseguir “ver” a bondade e a alegria do próprio
Jesus. É um desejo ambicioso… mas possível..

Momentos do ato catequético


No Ligações. Itinerário de educação à fé, assumimos uma maneira de fazer catequese já clássica
e inspirada na prática de Jesus. Propomos que uma catequese aconteça em três momentos: a expe-
riência humana, o anúncio da Palavra e a expressão de fé.
Experiência humana: A catequese começa com a vida real dos catequizandos, com as suas expe-
riências, sonhos e problemas de cada dia. A tua experiência de vida é diferente da dos teus cate-
quizandos. Muitos dos seus dramas e desejos podem-te parecer coisa pouca ou fútil. Para seres um
bom catequista, tens de fazer como Jesus que Se abeirava dos homens e mulheres do seu tempo
com profundo respeito pela sua experiência.
Anúncio da Palavra: Uma boa catequese não se fica na reflexão sobre a experiência de vida. Propo-
mos a Palavra de Deus, convencidos de que só ela é capaz de iluminar e resgatar a vida. É a Palavra
de Deus que está no centro da catequese. A preocupação não é “explicar” a Palavra, mas ajudar os
catequizandos a apropriarem-se dela. Tu, sendo catequista, já fizeste experiência de como é bom
ter a Palavra amorosa de Deus no centro da tua vida, no teu coração. O teu papel é ajudar os teus
catequizandos a descobrir como a Palavra de Deus vai dar um novo e melhor sabor às suas vidas.
Expressão de fé: A Palavra que Deus dirigiu aos catequizandos pede uma resposta. Especialmente
nesta fase do itinerário de fé e nesta idade, é importante responder generosamente aos apelos
de Deus. Na catequese, esta expressão de fé assume três formas principais. É oração, vontade de
estar com o Deus que nos falou. É mudança de atitude, vontade de agir mais segundo o Evangelho.

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É reforço da comunidade, vontade de se sentir mais parte desta Igreja que Jesus chamou e onde
Ele está presente.

Aprender fazendo
É difícil aprender a andar de bicicleta só vendo vídeos do youtube; é impossível nadar bem ouvindo
histórias de grandes nadadores. Aprende-se, fazendo. Em quase tudo na vida e também na vida de fé.
Ao longo deste ano iremos trabalhar os sacramentos e o credo. O “lugar” dos sacramentos é a
liturgia. Mas eles estão sempre ligados à vida. Eles mudam-nos por dentro e capacitam-nos para
enfrentar a vida com novos recursos. Mas há dificuldades: os catequizandos não celebraram alguns
sacramentos (crisma, unção dos doentes, matrimónio, ordem). Torna-se difícil fazer uma catequese
a partir da experiência pessoal que eles tenham desses sacramentos. Tentamos compensar isso
aproximando os nossos catequizandos da experiência de outras pessoas próximas que já tenham
celebrado esses sacramentos.
A mesma preocupação de “aprender fazendo” acontece nas catequeses onde se trabalha o credo.
Ainda persiste em muitas pessoas a noção que “estudar” o credo seria mergulhar numa “coisa” mais
abstrata. Nada disso. Como veremos, o credo é profundamente “prático”, tem que ver com a vida
concreta de cada dia. Ao falar de Deus e da história de salvação que Ele protagoniza, a nossa vida
está sempre presente.

Recursos de apoio
Para enriquecer a comunicação dentro da catequese, as propostas deste guia usam vários recursos.
Em papel. Podem ser cartazes feitos pelo catequista ou os pósteres e fotografias disponíveis na
pasta de apoio (vendida em separado).
Em suporte digital. São canções, ficheiros áudio com a leitura de textos, música de fundo, apresen-
tações, vídeos. São usados como documentos e recursos em vários momentos da catequese (expe-
riência humana, anúncio da Palavra, expressão de fé). Estão todos reunidos e disponíveis numa pen
multimédia (vendida em separado). Estes recursos multimédia também poderão estar disponíveis
para venda avulsa no site https://vimeo.com/ondemand/aaventuradeacreditar
Para os usar, é necessário um computador, um projetor multimédia (ou cabo para ligar o pc a uma
tv) e colunas de som.
Site de apoio: em ligações.net, poderás encontrar materiais complementares e alternativos ao que
está proposto neste guia.

Livro do Catequizando
Neste ano, o Livro do Catequizando assume o formato A4. Contém os recursos necessários para a
realização dos encontros de catequese.
Sabendo que nada substitui a experiência do encontro de catequese, ela pode ser prolongada na
vida quotidiana. A pensar nisso, criámos um conjunto de desafios complementares, que surgem no
Livro do Catequizando. Em todas as catequeses, há pistas e propostas complementares, que o
participante pode aproveitar.
Aventuras na Bíblia: O Manuel e a Teresa são primos. Andam no 6º ano, na mesma turma na escola
e também estão juntos na catequese. Conseguem viajar pelo espaço e pelo tempo num encontro
frequente com Jesus e com os personagens da Bíblia. E contam, com a mentalidade de quem tem
11, 12, anos aquilo que o texto bíblico nos diz. Esta narração é uma reelaboração bem disposta dos
textos da Bíblia. Não quer, nem deve substituir a leitura na primeira pessoa do texto bíblico.
Falo contigo: Palavras para rezar com o coração.
Cantoria: As letras das canções que usamos na catequese.
Cá por casa: Atividades giras para fazer em casa, com o resto da família.
Saber a potes: Curiosidades para saber mais.

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Põe-te à prova: Perguntas para testar os conhecimentos.
Troca-tintas: Usar as mãos com atividades giras relacionadas com o que aprendemos na catequese.
Pica miolos: Exercícios e jogos para gente inteligente!

Catequese e Sacramentos
A maioria dos catequizandos já fez a primeira comunhão. Na planificação que se faz, é importante
motivar os catequizandos para uma celebração saborosa da Eucaristia e da Reconciliação.
A relação com as famílias é importante para conseguir isto. Mas é decisiva a palavra oportuna do
catequista e a forma alegre e profunda como a comunidade celebra a ceia do Senhor todas as
semanas.

A Bíblia debaixo do braço


No 4º ano, os catequizandos fizeram a sua festa da Palavra e receberam um exemplar da Bíblia. Em
cada encontro de catequese, além do livro do catequizando, devem trazer sempre a sua Bíblia. Os
textos da Bíblia que estudamos, meditamos e rezamos não estão no livro do catequizando. Quase
sempre devem ser lidos a partir da Bíblia.
Este esforço ajuda-os a familiarizarem-se com o texto bíblico e habitua-os a uma leitura pessoal
da Palavra de Deus.
Durante a catequese o acesso aos textos da Bíblia faz-se a partir da leitura dessas bíblias. Algumas
vezes, propomos a escuta de uma gravação do texto bíblico ou o visionamento de um vídeo. Muitas
vezes o texto será lido. Em algumas catequeses, pode ser um dos catequizandos a ler em voz alta
a Palavra; noutras convém que seja o catequista.
Ao longo deste ano, os textos bíblicos que propomos são mais longos do que no 4º ano. Por isso,
é importante que a leitura, feita pelos catequizandos ou pelos catequistas, seja cuidada e de qua-
lidade.

Para usar o guia do catequista


O material referente a cada catequese está dividido em duas partes:
ƒƒPara o Catequista
ƒƒDesenvolvimento
“Para o Catequista” inclui algum material para a tua leitura, para te ajudar a preparar bem a cate-
quese.
Começa com uma Apresentação, onde se faz uma breve motivação à catequese.
Os Objetivos indicam os “resultados” que devem aparecer nos catequizandos, no final da cate-
quese.
Os Conteúdos fazem a lista dos vários tipos de conteúdos com que vamos trabalhar ao longo da
catequese. Podem ser de tipo cognitivo (Conceitos), comportamental (Procedimentos) ou Atitudinal
(Valores).
O Esquema mostra numa tabela o que pretendemos fazer ao longo da catequese. A primeira coluna
à esquerda apresenta os três momentos da catequese: Experiência humana, Anúncio da Palavra
e Expressão de fé. A segunda coluna faz a lista de cada uma das atividades previstas. Na terceira
coluna, a seguir ao nome da atividade, está a duração prevista dessa atividade (em m ­ inutos). Por
fim, na quarta coluna, está o grau de dificuldade que atribuímos à atividade. As estrelas podem ir
de uma a cinco, sendo as cinco estrelas sinal de dificuldade máxima. Esta classificação não é uma
indicação absoluta, mas é uma ajuda para o catequista estar mais atento na preparação e na exe-
cução das atividades mais difíceis.

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Do Catecismo ou Do Magistério oferece um pequeno texto tirado do Catecismo da Igreja Católica
ou do ensino dos Papas que ajuda o catequista a situar-se perante o património de fé da Igreja.
É sempre um convite a ler os números seguintes.
A Síntese de conteúdos oferece, num texto breve, algumas informações para enriquecer as com-
petências do catequista. Podem ser de tipo pedagógico ou doutrinal. Apresentam ao catequista o
tema e os conteúdos que irão ser trabalhados com o grupo. É importante que o catequista (ou o
grupo de catequistas) leia o texto com calma. Que tome posição. Que identifique as “novidades”.
Que tome nota daquilo que não entende.
Para cresceres é um pequeno apontamento para a reflexão e oração pessoal do catequista. É impor-
tante que cada catequista se possa confrontar pessoalmente com os mesmos conteúdos que os
catequizandos.
O Desenvolvimento contém as indicações para orientar cada um dos encontros de catequese.
Indica-se sempre o número da catequese e em que momento do ato catequético nos encontramos.
O Material faz a lista dos materiais que vão ser necessários ao longo do encontro. Quase todos
eles estão disponíveis na pasta de apoio, na pen de apoio ou no site de apoio.
Segue-se a Atividade. Cada uma tem um nome específico. Na linha seguinte está a duração pre-
vista para o todo da atividade.
As atividades estão divididas em Etapas. As Etapas estão numeradas e indica-se a duração prevista
para cada uma delas.
Nalguns casos, antes de apresentar as Etapas da Atividade, pede-se uma Preparação: algo que o
catequista tem de ter previamente preparado antes de iniciar a atividade.

Para programar uma catequese


Muitos documentos da Igreja descrevem a catequese como um caminho: parte-se da vida concreta
dos catequizandos, tem-se uma ideia clara da meta onde chegar, fazem-se algumas ações que
aproximam os catequizandos dessa meta. Dentro desta imagem do caminho, aparece a tarefa de
programar, de definir, com o rigor possível, os caminhos a percorrer, os tempos a usar, os recursos
humanos e materiais necessários.
Há quem reaja à necessidade de programar com uma atitude espiritualista; sentem que essa aten-
ção aos processos educativos esvazia a ação de Deus no processo de fé. Numa postura oposta
estão os tecnicistas, convencidos que o rigor de programação é suficiente para assegurar o sucesso
da catequese. Revemo-nos numa estrada mista, mais equilibrada, capaz de conjugar as exigências
de uma e outra tendência.
As propostas que incluímos neste Guia são, já em si mesmas, uma forma de programação. Mas é
importante ter em conta as tuas caraterísticas como catequista, a dimensão do teu grupo, a ­reação
habitual dos teus catequizandos.
Para programar uma catequese, deves começar por ler com atenção as indicações do Guia. Repara
como se articula o que se diz no “Para o Catequista” com o “Desenvolvimento”.
Pergunta-te se as propostas feitas no “Desenvolvimento” servem realmente para atingir os objeti-
vos, se ajudarão os catequizandos do teu grupo concreto a assimilar e experimentar os conteúdos
propostos.
Verifica se dispões dos recursos previstos pelo guia: vídeo, música, espaços para a oração. Se não
dispões deles, pensa, em primeiro lugar, se os consegues encontrar. Se concluíres que não os podes
encontrar, terás de modificar a nossa proposta e alterar as atividades propostas.
Programar é também prestar atenção aos tempos. Num projeto de catequese como este, damos
muita importância à comunicação dentro do grupo, à partilha, ao aprender fazendo. Ora isso torna
mais variável a duração das atividades. Com o conhecimento que tens do teu grupo, verifica se os
tempos que indicámos são realistas. No caso de preveres que as atividades durarão mais do que o

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previsto, tens de decidir o que fazer. Decides que algumas atividades vão durar mais tempo e redu-
zes o tempo dedicado a outras? Há alguma atividade que desistes de fazer?
Se ao programar, tiveres de eliminar alguma atividade, evita a tentação de eliminar as mais difíceis
(aquelas classificadas com mais estrelas); pode ser que elas sejam as mais importantes.

Para programar o ano


Além de programar cada uma das catequeses em sequência, o catequista deve programar as suas
intervenções ao longo do ano todo.
Em primeiro lugar, trata-se de assinalar no calendário as datas de todas as catequeses e encon-
tros semanais. Mas devemos ir mais além. Que atividades extra se quer propor ao grupo (passeios,
celebrações penitenciais, atividades nos tempos fortes…)? Há propostas feitas a nível de paróquia,
vigararia/arciprestado, diocese em que seria interessante os catequizandos participarem? Como
vamos assinalar os tempos fortes da liturgia?
Quase sempre, esta programação anual deve ser feita em diálogo com os outros catequistas e até
com outras pessoas da paróquia.

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Jesus,
connosco
sempre

13
C 1 Para o Catequista

Apresentação
Há um par de frases que se repete várias vezes na missa: “O Senhor esteja convosco / Ele está no
meio de nós”. É uma experiência forte que os amigos de Jesus fazem: Ele está sempre connosco.
Nesta catequese vamos ver como, de forma especial, Ele está presente para nós nos Sete Sacra-
mentos.

Objetivos
ƒƒChegar a uma visão integrada dos Sete Sacramentos.
ƒƒAcolher os sacramentos como experiência da presença de Jesus entre nós.

Conteúdos
ƒƒConceitos:
yy Jesus está sempre presente connosco
yy Os sacramentos tornam Jesus presente à sua Igreja
yy Os sacramentos foram instituídos por Jesus
ƒƒProcedimentos:
yy Nomear os sete sacramentos
ƒƒAtitudes:
yy Agradecer o dom de Jesus nos sacramentos
yy Acolher o desafio que é a presença de Jesus connosco, sempre

Material
ƒƒNove envelopes (a preparar segundo as indicações da atividade “A promessa”)
ƒƒUma moeda
ƒƒFolha com a leitura bíblica (Atividade “A promessa”)
ƒƒCanção “A tua promessa” (disponível na pen multimédia)
ƒƒCartões com imagens-nomes dos sacramentos e das palavras “Sacramento da Iniciação”, “Sacramento
de Cura”, “Sacramento do Serviço” -2 cartões por sacramento (disponível na pasta de apoio)
ƒƒVídeo “Os Sete Sacramentos” (disponível na pen multimédia)
ƒƒComputador, projetor multimédia e colunas
ƒƒCartaz 01 (disponível na pasta de apoio)
ƒƒMúsica de fundo (fundo01, disponível na pen multimédia)

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Esquema
Experiência humana Atividade: Jogo do camaleão 12’ **

Atividade: A promessa 18’ ****


Anúncio da Palavra
Atividade: Os sacramentos 15’ ***

Expressão de fé Atividade: Jesus na minha vida 15’ ***

Do Catecismo
1115. As palavras e as ações de Jesus durante a sua vida oculta e o seu ministério público
já eram salvíficas. Antecipavam o poder do seu mistério pascal. Anunciavam e preparavam
o que Ele ia dar à Igreja quando tudo estivesse cumprido. Os mistérios da vida de Cristo são
os fundamentos do que, de ora em diante, pelos ministros da sua Igreja, Cristo dispensa nos
sacramentos, porque «o que no nosso Salvador era visível, passou para os seus mistérios»

Síntese de conteúdos
As primeiras catequeses deste ano apresentam os sete sacramentos aos catequizandos.
Hoje, propomos o tema dos sacramentos como manifestação e dom da presença de Jesus
entre nós.

Convosco para sempre


Ao longo de toda a história da salvação, Deus quer aproximar-Se da nossa humanidade. Em
Jesus, essa vontade tem o seu ponto mais alto. Deus deixa de mandar recados ou sinais:
envia o seu próprio Filho para Se tornar presente no meio do seu povo. Por alguma razão
um dos títulos de Jesus é “Emanuel”, o Deus connosco.
Muitos cristãos sabem isso, mas sentem que, depois da morte e ressurreição de Jesus,
regressámos, de algum modo, ao antigamente. Jesus seria apenas recordação. Mas lendo
o Novo Testamento ficamos com uma ideia muito diferente. Usando maneiras diferentes
de se exprimirem, todos esses textos insistem que Deus veio para ficar. Jesus oferece o
Espírito Santo aos seus amigos e permanece para sempre junto de nós.

Presente, de muitas maneiras


Jesus não está visível entre nós da mesma maneira como quando passeava por Cafarnaúm.
Mas, mesmo assim, a sua presença é real entre nós. Temos a sua Palavra viva na Bíblia e
nessa Palavra Ele está realmente presente. Na Igreja reunida em seu nome, que é o seu
Corpo, Ele está também presente. Em todos os pobres, em todos os que sofrem, Ele está
presente. De uma forma especial, Ele está presente em sete gestos ou práticas dos cris-
tãos: os sacramentos.

Sete Sacramentos
São gestos e práticas iguais a tantos outros, dentro e fora da Igreja: usar a água como
purificação, casar-se, marcar alguém com óleo, comer uma refeição… Mas estes sete gestos
são diferentes. São mais que rituais que nós fazemos a simbolizar alguma coisa. São gestos
em que o próprio Jesus Se torna presente e onde a sua presença amorosa nos muda, nos
faz crescer.

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Os sacramentos são mais do que símbolos. São sinais e gestos eficazes, que provocam vida
nova e feliz, porque Cristo está mesmo presente e é Ele quem age nos sacramentos. É Ele
quem batiza. É Cristo Quem Se faz presente na Eucaristia. É Cristo quem perdoa os peca-
dos…

Três famílias
Habitualmente, dividem-se os sacramentos em três grandes grupos: iniciação, cura e ­serviço.
O primeiro grupo consta dos sacramentos ligados à iniciação cristã: batismo, confirmação
e Eucaristia. Eles lançam os alicerces da nossa vida e identidade cristãs.
O segundo grupo inclui a reconciliação e a unção dos doentes. A vida cristã é uma expe-
riência feliz e alegre onde também há dor e pecado. Para nos curar, tanto no corpo, como
na alma, estes dois sacramentos de cura são uma ajuda poderosa.
O terceiro grupo fala-nos de serviço: matrimónio e ordem. É belo entender estas duas
vocações (á vida de casados e o sacerdócio) como experiências de serviço.

Uma catequese que continua


Entre as catequeses 1 e 9 iremos trabalhar os sete sacramentos. Como proposta, na sec-
ção “Cá por casa”, será pedido aos catequizandos que façam uma mala dos Sacramentos,
a qual será preenchida semanalmente. Pretende-se que junto de familiares e/ou amigos,
os catequizandos recolham objetos, fotografias ou histórias / memórias. O catequista
poderá recorrer a este trabalho ou criar um grupo (Facebook, WhatsApp, etc…) para que os
­participantes possam partilhar as suas investigações.

Para cresceres
Foste batizado. És amado por Deus. Mesmo assim, pode ser que, às vezes, Deus te pareça
estar longe. Será que Ele Se esqueceu de ti? Ou serás tu que andas um pouco distraído?
Acalma-te um pouco e dá-te conta das tantas maneiras como Deus está presente na tua
vida.

C 1 Desenvolvimento
Com jogos, canções, leituras, os catequizandos vão descobrir que Jesus está sempre presente e
que os sacramentos são uma das formas mais belas dessa presença de Jesus.

Experiência Humana
Atividade: Jogo do Camaleão
Duração: 12 min.

Etapa 1
Duração: 5 min.
O catequista diz que vão fazer um jogo de observação. Na sala ficarão quase todos os
elementos do grupo de catequese menos dois voluntários. Estes dois voluntários devem
observar com atenção o resto do grupo, as pessoas, o que trazem vestido. Depois de uma

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observação atenta, os voluntários saem da sala. Se parecer conveniente ao catequista,
podem até tirar uma foto com o telemóvel.
O resto do grupo troca de peças de roupa, de calçado, de óculos.
O catequista faz regressar os voluntários e convida-os a descobrir que peças de roupa,
calçado ou decoração estão trocadas.

Etapa 2
Duração: 5 min.
O catequista convida a uma segunda ronda deste jogo, com outros voluntários e com uma
nova regra: agora, além de trocarem de roupa, irão fazer desaparecer uma (ou mais) peças
de roupa, calçado, óculos… Os voluntários terão de estar excecionalmente atentos para
identificarem a peça em falta.
Se conveniente, faz-se mais do que uma ronda do jogo.

Etapa 3
Duração: 2 min.
O catequista dá os parabéns a todos pelo engenho em esconder as coisas (todo o grupo)
e pela capacidade de concentração para identificar as coisas ausentes (os voluntários).
Depois, em jeito de conclusão, diz: “Aqui, neste jogo, desapareceu (nomeia as peças que
foram escondidas)… E quando Jesus morreu, Ele desapareceu? Ficou ausente? Vamos ver
isso com atenção!”

Anúncio da Palavra
Atividade: A promessa
Duração: 18 min.

Preparação:
O catequista escreve nos envelopes as seguintes palavras: Guardas (envelope 5), Selo
(envelopes 4 e 6), Pedra (envelopes 3 e 7), Túmulo (envelopes 2 e 8), Lençóis de linho
(envelopes 1 e 9). O envelope 9 deve ser colocado dentro do 8, o 8 dentro do 7, o 7 dentro
do 6 e o 6 dentro do 5. Em cima da mesa, o catequista deverá colocar por ordem a moeda
e os envelopes (1, 2, 3, 4 e 5). Caso numere os envelopes, ter em atenção que a numeração
é apenas para a orientação do catequista; não deve ser visível pelos participantes.

Etapa 1
Duração: 5 min.
Para perceber onde é que Jesus está depois da sua morte e a ressurreição, o catequista
pede a um voluntário que faça as leituras abaixo, enquanto ele as representará através
dos envelopes e da moeda.
Voluntário Catequista
Depois de Jesus ter sido crucificado, um amigo
Colocar a moeda no envelope 1 “Lençóis de
chamado José, que era da cidade de Arima-
linho”, explicando que a moeda representa o
teia, envolveu o Seu corpo em lençóis de linho
corpo de Jesus.
­limpos.

17
Voluntário Catequista
José depositou Jesus num túmulo novo, que
Colocar o envelope 1 dentro do 2 “Túmulo”.
tinha mandado talhar na rocha.
Depois, rolou uma grande pedra contra a porta
Colocar o envelope 2 dentro do 3 “Pedra”.
do túmulo e retirou-se.
Com a permissão de Pilatos os fariseus puse-
Colocar o envelope 3 dentro do 4 “Selo”.
ram o sepulcro em segurança, selando a pedra.
Colocar o envelope 4 dentro do 5, mas tendo
Pilatos ordenou que alguns guardas vigiassem cuidado para não deixar que os catequizandos
o túmulo. percebam que já havia algo dentro do enve-
lope 5 “Guardas” (os envelopes 6, 7, 8 e 9).
A partir de agora começam a ser retirados os
envelopes (6, 7, 8 e 9) que já estavam den-
Ao romper do primeiro dia da semana, houve
tro do envelope 5 – cuidado para não retirar
um grande terramoto. Os guardas puseram-se
o envelope 4. Então, sem que os participantes
a tremer e ficaram como mortos.
se apercebam, retirar o envelope 6 “Selo” de
dentro do 5.
Logo de manhã, ainda escuro, Maria Madalena
Retirar o envelope 7 “Pedra” do 6.
viu retirada a pedra que selava o túmulo.
O anjo do Senhor, descendo do Céu, foi quem
Retirar o envelope 8 “Túmulo” do 7.
removeu a pedra.
Pedro saiu com o outro discípulo e foram ao
túmulo. Corriam os dois juntos, mas o outro
Retirar o envelope 9 “Lençóis de linho” do 8.
discípulo correu mais do que Pedro e chegou
primeiro ao túmulo.
Pedro entrou no túmulo e ficou admirado ao
encontrar os lençóis de linho espalmados no Mostrar o envelope 9 vazio.
chão e não estar lá o corpo de Jesus.

Nota: baseado em Mateus 27,57 – 28,8 e em João 20, 1-10.

Etapa 2
Duração: 3 min.
O catequista pergunta aos participantes o que aconteceu a Jesus depois da sua ressur-
reição. É importante que o catequista os ajude a recordar o que foi dito no 5º ano: Jesus
enviou-nos o Espírito Santo (catequese 17, “Pentecostes: o começo da Igreja” e a passagem
Act 2, 1-13).

Etapa 3
Duração: 3 min.
Com as bíblias abertas em Mt 28, 16-20, o catequista pede um voluntário para a leitura da
passagem.

Os onze discípulos partiram para a Galileia, para o monte que Jesus


lhes tinha indicado. Quando o viram, adoraram-no; alguns, no entanto,
ainda duvidavam. Aproximando-se deles, Jesus disse-lhes: «Foi-me
dado todo o poder no Céu e na Terra. Ide, pois, fazei discípulos de todos
os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo,

18
ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado. E sabei que
Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos.»

Etapa 4
Duração: 3 min.
O catequista recorda o jogo com que começámos a catequese e pede uma grande atenção
e concentração. Pergunta ao grupo qual a diferença entre o jogo que fizemos e este relato
da Bíblia.
Depois do diálogo animado, o catequista sublinha que, ao contrário do nosso jogo, onde
havia sempre uma peça ausente, Jesus diz que estará sempre presente.

Etapa 5
Duração: 4 min.
O catequista pede aos participantes que abram o livro do catequizando, na página 4, e que
acompanhem o canto “A promessa”.
Canto “A promessa”
(Idália Almeida)

Oh, oh, oh
Ele prometeu
Estar sempre ao meu lado
Faça o que fizer
Serei perdoado
Ele está comigo
Até ao fim dos tempos
Através de sinais
Nos sete sacramentos
Oh, oh, oh
Estarás, estarás
Sempre ao meu lado
Estarás, estarás
Para a eternidade
Eu não temerei
Oh, oh, oh

19
Atividade: Os sacramentos
Duração: 15 min.

Etapa 1
Duração: 5 min.
O catequista pede aos participantes que abram o livro do catequizando, na página 6, e que
realizem a atividade que se encontra no Pica-miolos. Têm de acompanhar Jesus no labirinto
e ir completando as palavras incompletas para descobrir uma frase importante.

Solução: Jesus ficou entre


nós através da instituição
de 7 sacramentos, permi-
tindo-nos vivenciar a gran-
deza do seu amor incondi-
cional.

Etapa 2
Duração: 3 min.
O catequista distribui os participantes em dois grupos. Em cima da mesa estão os 14
cartões (2 cartões para cada sacramento), voltados para baixo. O catequista explica aos
participantes que vão jogar ao jogo da memória. As regras são simples.

À vez, um grupo vira dois cartões para cima. Se eles formarem um par de cartões iguais,
eles são recolhidos pelo grupo. Se forem diferentes, eles são viradas para baixo. Mas os
dois grupos devem tentar recordar-se destes cartões.
O outro grupo faz o mesmo, tentando virar para cima dois cartões iguais, para os poder
recolher.
O jogo termina quando todos os pares tiverem sido recolhidos. Vence o grupo que tiver
mais pares de cartões. Se, ao fim de três minutos o jogo não tiver terminado, o catequista
vira os restantes cartões.

20
Etapa 3
Duração: 2 min.
Mantendo os mesmos grupos, o catequista entrega a cada um, um conjunto de 7 car-
tões diferentes (Sacramentos). De seguida, explica que esses 7 sacramentos se encontram
organizados em 3 categorias: “Sacramentos da Iniciação”, “Sacramentos de Cura” e “Sacra-
mentos do Serviço”. Depois, pede que tentem colocar os sete sacramentos nas 3 catego-
rias. Ao fim de 2 minutos proceder-se-á à correção:
ƒƒSacramentos da Iniciação: Batismo, Confirmação, Eucaristia
ƒƒSacramentos de Cura: Penitência e Reconciliação, Unção dos Enfermos
ƒƒSacramentos do Serviço: Ordem e Matrimónio

Etapa 4
Duração: 5 min.
O catequista apresenta o vídeo “Os Sete Sacramentos” para introduzir cada um dos sacra-
mentos.
Guião do vídeo “Os Sete Sacramentos”:
A tua vida como cristão, como discípulo de Jesus, começou no batismo; vais ser confirmado
na tua fé e no compromisso com Jesus com o crisma; a Eucaristia alimenta a tua vida.
És curado no sacramento da reconciliação e ganhas saúde e esperança com a unção dos
doentes. O amor de um homem e uma mulher dá início a uma nova família no matrimónio
e o sacramento da ordem leva alguns irmãos a servirem a comunidade.
Jesus passou entre nós fazendo o bem. E Ele continua sempre connosco. Os sete sacra-
mentos são algumas das maneiras como Jesus está connosco e continua a fazer, aqui e
agora, coisas maravilhosas.
É Ele que nos batiza e faz de nós filhos amados por Deus.
É Jesus que nos envia o seu Espírito Santo e nos dá a força para nos comprometermos com
a causa do Evangelho.
É Ele que perdoa os nossos pecados.
Ele quer dar paz aos nossos corações, mesmo quando estamos doentes.
É Jesus que abençoa e une um casal em matrimónio.
É Jesus que continua a chamar alguns homens para servirem, em seu nome, a Igreja.
É Ele que Se oferece em cada missa e nos dá o seu corpo em alimento.
Três destes sacramentos ajudam à tua iniciação como cristão: o batismo, a Eucaristia e a
confirmação.
Há outros dois que servem para a cura, para consertar o que está errado: a reconciliação
e a unção dos doentes.
E há outros dois ligados ao serviço e à vocação: o matrimónio e a ordem.
Nestes sete sacramentos, Jesus continua presente no meio de nós.

21
Expressão de fé
Atividade: Jesus na minha vida
Duração: 12 min.

Etapa 1
Duração: 5 min.
O catequista expõe o cartaz nº 01 e põe música de fundo. Convida a observar o cartaz. Se
necessário salienta a ligação entre Jesus ressuscitado e os símbolos dos sete sacramentos.

A seguir, convida um dos catequizandos a ler


de novo o texto de Mateus 28, 16-20. Usar voz
­pausada.

Etapa 2
Duração: 10 min.
Sempre com música de fundo, o catequista convida cada um a repetir em silêncio a frase
de Jesus: “Eu estou convosco até ao fim dos tempos”.
A seguir, convida a abrir o livro do catequizando na página 4 para rezarem juntos a oração
“Obrigado pela tua presença”.
Coro 1: Obrigado, Jesus, por estares sempre connosco.
Coro 2: Obrigado, por nunca nos deixares abandonados.
Coro 1: Obrigado pelo teu batismo e por fazeres de mim filho amado por Deus.
Coro 2: Obrigado pela tua Eucaristia e pela força que nos dás.
Coro 1: Obrigado por nos perdoares os pecados.
Coro 2: Obrigado por todos os teus sete sacramentos.
Todos: Obrigado, Jesus, por estares sempre connosco.
Canta-se de novo a canção “A tua promessa”.

22
Batizados
como filhos

23
C 2 Para o Catequista
Apresentação
O batismo é mais do que a água ou a recordação de um rito feito quando éramos crianças. É a
experiência atual de que Deus escolheu tratar-nos como filhos amados.

Objetivos
ƒƒIdentificar os sinais essenciais do batismo.
ƒƒAssociar o batismo à condição de filhos amados por Deus.

Conteúdos
ƒƒConceitos:
yy Pelo batismo, aderimos ao Evangelho
yy O batismo faz de nós filhos de Deus
yy Fórmula batismal
ƒƒProcedimentos:
yy Experiências com água
ƒƒAtitudes:
yy Sentir o batismo pessoal em continuidade com o Batismo de Jesus e o êxodo

Material
ƒƒCartaz nº 02 (disponível na pasta de apoio)
ƒƒCópia em papel do ficheiro “Vitral batismo” (disponível no site de apoio ligacoes.net)
ƒƒTintas acrílicas em bisnaga nas cores de acordo com o cartaz nº 02 (batismo)
ƒƒÁgua para misturar as tintas e para lavar as mãos
ƒƒTina (bacia); Toalhas
ƒƒCopos para a mistura das tintas com água
ƒƒBaú contendo 4 folhas de papel, enroladas de modo a imitar pergaminhos
ƒƒ4 folhas de cores diferentes, em tamanho A4, para a construção das personagens: Anjo, Espírito, Filipe
e o Eunuco Etíope. (Nota: serão cortadas ao meio, de forma a ficar em tamanho A5)
ƒƒDocumento “Fazer fantoches de dedos” (disponível no site de apoio ligacoes.net)
ƒƒCartaz nº 03 (disponível na pasta de apoio)
ƒƒVídeo “Batismo” (disponível na pen multimédia)
ƒƒCanção “Batiza-me” (disponível na pen multimédia)
ƒƒComputador, colunas, projetor multimédia
ƒƒFita-cola
ƒƒMarcadores
ƒƒVelas (1 para cada participante)
ƒƒSímbolos batismais (bacia com água benta, círio, veste branca)

24
Esquema
Experiência humana Atividade: O nosso vitral 15’ ****

Anúncio da Palavra Atividade: Baú do batismo 30’ ****

Expressão de fé Atividade: Batiza-me de novo Senhor 15’ **

Do Catecismo
1262. Os diferentes efeitos do Batismo são significados pelos elementos sensíveis do rito
sacramental. A imersão na água evoca os simbolismos da morte e da purificação, mas tam-
bém da regeneração e da renovação. Os dois efeitos principais são, pois, a purificação dos
pecados e o novo nascimento no Espírito Santo.

Síntese de conteúdos
Se há um momento importante da nossa vida é o dia do nosso batismo.

Batizados com(o) Jesus


Um dos primeiros gestos da vida pública de Jesus é o seu batismo. No meio da multidão,
João Batista derrama a água sobre Jesus. E nesse momento, revela-se a identidade plena
de Jesus. O Espírito pousa sobre Ele e o Pai diz solenemente: “Este é o meu filho muito
amado!” (Mt 3, 13-17). E isto que aconteceu no batismo de Jesus, acontece com cada um
de nós. O Pai compromete-Se a tratar-nos como filhos amados. Para sempre! Tornamo-nos
filhos de Deus, no Filho que é Jesus.
É uma experiência intensa. Que apaga todos os pecados que a pessoa possa ter. Uma expe-
riência que permanece para sempre, pois Deus não muda de opinião: o seu amor é eterno e
com o batismo começamos o caminho para a eternidade feliz de Deus.

Viver batizados
Quando se pergunta a tantos cristãos quando é o aniversário do seu batismo, muitos
atrapalham-se porque não se lembram dessa data. Bastaria dizer que a data do seu
­
batismo é “hoje”. O batismo é um sacramento que imprime caráter, isto é, que é perma-
nente. O importante do batismo não é a água derramada sobre a cabeça: é o amor que
Deus ­derrama desde esse dia, e todos os dias, no nosso coração. Ser batizado é viver
alimentado, acarinhado, por esse Deus que ama a cada um de nós como ama o seu Filho
Jesus. E isso acontece “hoje”, em todos e em cada um dos nossos dias.

Uma fórmula, uma família


Para sermos batizados, basta que alguém, com intenção de fé, derrame água sobre nós e
declare: “Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. Não é uma fórmula
mágica. É o nosso apelido. O Deus que nos ama é Trindade: Pai, Filho, Espírito Santo.
No batismo de Jesus estão presentes as três pessoas da Trindade. E no batismo de cada
um de nós também estão presentes. De algum modo, com o batismo, novo nascimento,
a Trindade torna-Se a nossa nova família.

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Batismo para todos
Durante o anúncio da Palavra vamos aprofundar o episódio do batismo do etíope (Act 8, 26-38).
O diácono Filipe é enviado ao encontro de um etíope. É um homem à procura de qualquer
coisa de melhor para a sua vida. Para os judeus, ele é um estrangeiro: vem de um país dis-
tante, tem hábitos e tradições diferentes. Mas Filipe percebe que a boa e saborosa notícia
de Jesus era também para este homem estrangeiro. E o etíope vai-se entusiasmando com
o Evangelho de Jesus que Filipe anuncia. E faz uma pergunta decidida: “Que me impede de
ser batizado?” Por que é que eu não começo já a fazer essa experiência feliz de ser filho
amado por Deus? E, ali mesmo, numa nascente de água, Filipe batizou este homem.
E o etíope seguiu o seu caminho cheio de alegria. É assim mesmo: quem é batizado, quem
recebe no seu coração o amor transformador de Deus, segue pela vida cheio de alegria.

Não esquecer a mala dos sacramentos!


Entre as catequeses 1 e 9 serão trabalhados os 7 sacramentos. Como proposta, na secção
“Cá por casa”, pedimos aos catequizandos que façam uma mala dos ­Sacramentos,
a qual será preenchida semanalmente. Pretende-se que junto de familiares e/ou amigos,
os catequizandos recolham objetos, fotografias ou histórias / memórias. O catequista
poderá recorrer a este trabalho ou criar um grupo (Facebook, WhatsApp, etc…) para que os
­participantes possam partilhar as suas investigações.

Para cresceres
Hoje, experimenta fazer o teu caminho cheio de alegria. Tens problemas sérios para resol-
ver, carregas dores e ofensas, tens tantos medos… E, contudo, sabes que és batizado.
Amado por Deus. Isso não faz desaparecer os teus problemas. Mas essa experiência pode
ser mais forte no teu coração do que tudo o resto. Por isso, ao menos hoje, vive o teu dia
cheio de alegria.

C 2 Desenvolvimento
A partir de algumas atividades com água vamos descobrir a força do amor que Deus nos tem e que
nos foi dado pelo sacramento do batismo.

Experiência Humana
Atividade: O nosso vitral
Duração: 15 min.

Preparação
O catequista imprime e corta o ficheiro “Vitral batismo” num formato grande. Este ficheiro
contém uma cópia tracejada do cartaz nº 02.

26
Etapa 1
Duração: 2 min.
O catequista afixa o cartaz nº 02 e pergunta aos participantes que sacramento está repre-
sentado no vitral. O catequista recorda que o batismo foi o primeiro sacramento que rece-
bemos e que é ele que faz de nós filhos amados de Deus.

Etapa 2
Duração: 8 min.
O catequista divide os participantes em 3 grupos e entrega, a cada um, as tintas e uma
parte das cópias do ficheiro “Vitral batismo”. Usando os dedos deverão pintar a sua folha
de acordo com o cartaz nº 02.

Etapa 3
Duração: 5 min.
Terminado o trabalho, o catequista coloca a tina (bacia) e a toalha no centro da sala e
pede que, à vez, lavem e limpem as suas mãos. Depois pede que se sentem em círculo e
partilhem como se sentiram ao usar os dedos como “pincéis”. Muitos devem ter usado esta
­“técnica” no jardim de infância, mas há anos que já não o fazem. O catequista pergunta
ainda como é que se sentiram ao poder lavar as mãos em água limpa.

Anúncio da Palavra
Atividade: Baú do batismo
Duração: 30 min.

Preparação:
O catequista coloca em cima da mesa um pequeno baú de madeira. Nele estão guardados 4
“pergaminhos” com as pistas que ajudarão os catequizandos a descobrir alguns dos objetos

27
simbólicos utilizados durante o batismo. O baú estará cheio com tiras de revistas e jornais.
Os “pergaminhos” dizem:
ƒƒSimboliza graça, purificação total;
ƒƒSimboliza Cristo, a luz do mundo, na esperança de que Ele ilumine a criança;
ƒƒSimboliza uma nova vida, uma nova dignidade de que a pessoa batizada se reveste;
ƒƒSimboliza purificação, libertação do mal.

Etapa 1
Duração: 4 min.
O catequista distribui os participantes em duas equipas. Cada equipa escolhe um volun-
tário. Os dois voluntários tentarão encontrar os pergaminhos com as pistas. Assim que
encontrarem todas as pistas, os voluntários, à vez, devem lê-las em voz alta. Os restantes
elementos das duas equipas anotam num papel a que objetos ou símbolos se referem. Se
necessário, o catequista ajuda na solução com algumas dicas extra: se é líquido, o número
de letras que compõe a palavra, etc.
Pistas – soluções:
ƒƒsimboliza graça, purificação total (água);
ƒƒsimboliza Cristo, a luz do mundo, na esperança de que Ele ilumine a criança (vela);
ƒƒsimboliza uma nova vida, uma nova dignidade de que a pessoa batizada se reveste
(roupa branca);
ƒƒsimboliza purificação, libertação do mal (óleo).

Etapa 2
Duração: 10 min.
Mantendo os dois grupos anteriores (cada grupo deverá ter no mínimo 5 elementos),
o catequista entrega aos participantes uma adaptação da passagem Act 8, 26-38. Os dois
grupos deverão ensaiar a passagem, distribuindo tarefas entre si e tendo em conta que irão
representar a passagem através de um teatro de fantoches de dedo. Os fantoches das per-
sonagens serão da responsabilidade de cada grupo. Para isso, o catequista entrega, a cada
grupo, 4 folhas de cor diferentes, em tamanho A5, para a construção das p ­ ersonagens:
Anjo, Espírito, Filipe e o Eunuco Etíope. As folhas deverão ser dobradas em cone, a volta do
dedo. No documento “Fazer fantoches de dedos” (ligacoes.net) há indicações sobre outras
técnicas e formas de fazer.

28
Filipe e o Etíope (Act 8, 26-38) - adaptado
Narrador: O Anjo do Senhor falou a Filipe e disse-lhe:
Anjo: «Põe-te a caminho e dirige-te para o Sul, pela estrada que desce de Jerusalém para
Gaza, a qual se encontra deserta.»
Narrador: Ele pôs-se a caminho e foi para lá. Ora, um etíope, alto funcionário da rainha
Candace, da Etiópia, e superintendente de todos os seus tesouros, que tinha ido em pere-
grinação a Jerusalém, regressava, na mesma altura, sentado no seu carro, a ler o profeta
Isaías. O Espírito disse a Filipe:
Espírito: «Vai e acompanha aquele carro.»
Narrador: Filipe, acorrendo, ouviu o etíope a ler o profeta Isaías e perguntou-lhe:
Filipe: «Compreendes, verdadeiramente, o que estás a ler?»
Etíope: «E como poderei compreender, sem alguém que me oriente?»
Narrador: E convidou Filipe a subir e a sentar-se junto dele. A passagem da Escritura que
ele estava a ler era a seguinte:
Etíope: Como ovelha levada ao matadouro,
e como cordeiro sem voz diante daquele que o tosquia,
assim Ele não abre a sua boca.
Na humilhação se consumou o seu julgamento,
e quem poderá contar a sua geração?
Da face da terra foi tirada a sua vida!
Narrador: Dirigindo-se a Filipe, o etíope disse-lhe:
Etíope: «Peço-te que me digas: De quem fala o profeta? De si mesmo ou de outra pessoa?»
Narrador: Então, Filipe tomou a palavra e, partindo desta passagem da Escritura,
­anunciou-lhe a Boa-Nova de Jesus. Pelo caminho fora, encontraram uma nascente de água,
e o etíope disse:
Etíope: «Está ali água! Que me impede de ser baptizado?»
Filipe: «Se acreditas com todo o coração, isso é possível.»
Etíope: «Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus.»
Narrador: E mandou parar o carro. Ambos desceram à água, Filipe e o etíope, e Filipe
­baptizou-o. Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe e o etíope não o
viu mais, seguindo o seu caminho cheio de alegria. Filipe encontrou-se em Azoto e, partindo
dali, foi anunciando a Boa-Nova a todas as cidades, até que chegou a Cesareia.

Etapa 3
Duração:6 min.
Ambos os grupos fazem a sua apresentação.

29
Etapa 4
Duração: 3 min.

O catequista afixa o cartaz nº 03, pedindo aos cate-


quizandos que relacionem as duas imagens que nele
aparecem. A ideia é que se apercebam que, em ambos
os cartazes, há alguém que está a ser batizado: no
primeiro, o Etíope; no segundo, Jesus.
O catequista deixa no ar a pergunta: “Todos nós já
fomos baptizados, tal como este senhor da Etiópia.
O que é que nos aconteceu de especial com esse
sacramento?” E convida a ver o vídeo “Batismo” com
atenção para descobrir a resposta.

Etapa 5
Duração: 4 min.
O catequista projeta o vídeo “Batismo”

Guião do vídeo “Batismo”


Vivemos num planeta coberto de água.
Mais de metade do nosso corpo é feito de água.
Água é vida. Mata a sede, alimenta plantas e animais.
Água é limpeza. Traz frescura, saúde.
Mas a água não lava apenas o corpo. Purifica a alma. Muitos povos usaram a água como
sinal exterior de uma mudança interior. E o mesmo fez João Batista.
Mas com o batismo de Jesus, tudo mudou.
Nesse dia, Deus disse claramente que Jesus era o seu filho amado.
E os cristãos, desde a Páscoa, ao serem batizados unem a sua vida à vida de Jesus.
Com o batismo, somos transformados em filhos amados de Deus.
Quando o sacerdote derrama a água sobre nós e diz “Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e
do Espírito Santo”, algo de poderoso acontece dentro de nós. É como se nascêssemos de novo.
Deus, o Pai de Jesus, compromete-Se a amar-nos e a tratar-nos como filhos. E este amor
é para sempre. Mesmo que nós, ao crescer, nos esqueçamos de Deus, Ele nunca desiste de
nos tratar como filhos amados.
Com este amor, todos os nossos medos, todos os nossos pecados, são apagados e lavados.
Ficamos do lado de Jesus para viver felizes e anunciar o seu Evangelho.

Etapa 6
Duração: 3 min.
O catequista convida o grupo a responder à pergunta: “O que é que nos acontece de espe-
cial no batismo?”

30
Expressão de fé
Atividade: Obrigado pelo teu batismo, Senhor
Duração: 15 min.

Preparação
O ideal será fazer esta atividade junto à Pia Batismal. Senão, preparar um espaço na sala
de catequese decorado com uma bacia condigna, com água benta, com um círio, com uma
peça de roupa branca. Entregar a cada catequizando uma vela.

Etapa 1
Duração: 5 min.
O catequista convida o grupo a cantar “Batiza-me”.
Canto “Batiza-me”
(rAP - Luna Esteves)
Batiza-me, Deus Pai
como filho amado.
Batiza-me, Jesus:
quero ser como Tu!
Batiza-me, Espirito Santo Senhor
no teu fogo de amor.
A seguir, convida cada um a acender as suas velas no círio. Diz o catequista: “Este círio, esta
vela grande, representa Jesus e a sua luz. No dia em que fomos batizados, os nossos pais
e padrinhos acenderam uma vela num círio assim.”

Etapa 2
Duração: 5 min.
O catequista convida a abrir o livro do catequizando na página 8 e a acompanhar a oração
“Obrigado pelo batismo”. As várias invocações podem ser feitas por diferentes catequizandos.
Leitor: Senhor, eu Te agradeço pelo dom do batismo. Aqui, Tu me chamaste pelo
meu nome e acolheste nesta grande família dos teus filhos em Jesus.
Todos: Obrigado, meu Deus, pelo batismo!
Leitor: Senhor, quando o sacerdote me banhou na água em nome do Pai e do
Filho e do Espírito Santo, a minha vida renasceu em Ti para sempre.
Leitor: Senhor, no dia do meu batismo deram-me uma veste branca, e sei que Tu
estás sempre do meu lado para viver uma vida honesta e cheia de luz e
bondade.
Leitor: Senhor, os meus pais e padrinhos acenderam uma vela no círio pascal.
A minha fé foi crescendo e, com a tua ajuda, no fim deste ano já serei
capaz de segurar essa vela com as minhas mãos.

Etapa 3
Duração: 5 min.
O catequista convida todos a erguerem alto as suas velas acesas e a rezarem de coração
agradecido a Deus pelo seu amor, o “pai nosso”.
Conclui-se a oração cantando de novo “Batiza-me”.

31
Confirmados
e animados

33
C 3 Para o Catequista
Apresentação
O segundo dos sacramentos da iniciação cristã, que normalmente só é celebrado na adolescência,
é o crisma ou confirmação. Descobrir este sacramento aumenta o desejo de dar testemunho da fé.

Objetivos
ƒƒConhecer o essencial sobre o sacramento do Crisma.
ƒƒLigar a ação de Jesus, a força do Espírito e a vida pessoal.

Conteúdos
ƒƒConceitos:
yy Jesus promete enviar o Espírito Santo
yy O Espírito Santo dá força e coragem para viver o Evangelho
yy Gestos do crisma: imposição das mãos, unção com o crisma
yy Os efeitos do crisma
ƒƒProcedimentos:
yy Contacto com vários tipos de óleos
ƒƒAtitudes:
yy Apoiar-se no Espírito Santo para testemunho de Jesus no quotidiano
yy Desejar crescer na fé para celebrar o sacramento do crisma

Material
ƒƒComputador, projetor multimédia, colunas
ƒƒ7 recipientes iguais, transparentes e numerados de 1 a 7
ƒƒ7 óleos: 1. óleo de motor, 2. bronzeador, 3. óleo de cozinha, 4. óleo aromático à escolha, 5. óleo para
bebés, 6. óleo para cabelos e 7. Crisma
ƒƒ12 folhas A6 / ou post-it para as letras da expressão “Óleo do Crisma”
ƒƒVídeo “O óleo” (disponível na pen multimédia)
ƒƒCartaz nº 04 (disponível na pasta de apoio)
ƒƒCartões “Os efeitos do crisma” (disponível na pasta de apoio)
ƒƒVídeo “Os efeitos da confirmação” (disponível na pen multimédia)
ƒƒMúsica de fundo (fundo02, disponível na pen multimédia)
ƒƒCanção “Uma força” (disponível na pen multimédia)

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Esquema
Experiência humana Atividade: O óleo do Crisma 20’ ****

Anúncio da Palavra Atividade: Uma força 25’ ***

Expressão de fé Atividade: Vem, Espírito Santo 10’ **

Do Catecismo
1289. Bem cedo, para melhor significar o dom do Espírito Santo, se acrescentou à impo-
sição das mãos uma unção com óleo perfumado (crisma). Esta unção ilustra o nome de
«cristão», que significa «ungido», e que vai buscar a sua origem ao próprio nome de Cristo,
aquele que «Deus ungiu com o Espírito Santo» (Act 10, 38). E este rito da unção mantém-se
até aos nossos dias, tanto no Oriente como no Ocidente. É por isso que, no Oriente, este
sacramento se chama crismação (= unção do crisma), ou myron, que significa «crisma».
No Ocidente, o nome de Confirmação sugere que este sacramento confirma o Batismo e,
ao mesmo tempo, consolida a graça baptismal.

Síntese de conteúdos
Nas últimas décadas houve uma feliz revalorização do sacramento do crisma. A catequese
assumiu uma preocupação pela iniciação cristã e tenta colocar este sacramento no cami-
nho para nos tornarmos cristãos adultos.

Crismados em Cristo
A confirmação está intimamente ligada ao sacramento do batismo, pois é uma imersão no
mesmo Espírito com que Jesus foi ungido. Tal como os reis, sacerdotes e profetas do Antigo
Testamento, Jesus sente-Se ungido para ser o salvador e defensor dos pobres: “O Espírito
do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para levar a Boa Nova aos pobres” (Is 60, 1;
Lc 4, 18). Este Espírito foi comunicado aos apóstolos no Pentecostes (Act 2, 4) e oferecido
aos cristãos.
A Igreja exprime e atualiza este dom com o sacramento da confirmação. Aqui, os cristãos
“Por ele recebem a efusão do Espírito Santo que, no dia do Pentecostes, o Senhor enviou
sobre os Apóstolos. Pelo Espírito Santo que lhes é dado, os fiéis são mais perfeitamente
configurados com Cristo, e são fortalecidos pela sua virtude para darem testemunho de
Cristo em ordem à edificação do seu corpo na fé e na caridade.” (Ritual da confirmação 1.2).

Sentir-se mais Igreja


A confirmação capacita para a participação ativa na dinâmica comunitária e missionária da
Igreja. “A Confirmação proporciona crescimento e aprofundamento da graça baptismal: (…)
torna mais perfeito o laço que nos une à Igreja” (CIC 1303).

Empenhados na causa de Jesus


O Espírito de Jesus, comunicado no crisma, leva a uma ação renovada em favor da justiça.
O Espírito impeliu Jesus a anunciar o Evangelho aos pobres e a todos os que habitam nas
periferias. A ação do Espírito, em Jesus e nos cristãos, nunca fica reduzida ao âmbito inti-
mista e individual. Somos confirmados para colaborar com mais empenho na construção do

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Reino que Jesus anunciou e inaugurou. Com a graça deste sacramento, o cristão sabe que
o compromisso ativo pela justiça, pela misericórdia e pelo amor é uma colaboração ativa
com o Espírito.

Propor a confirmação aos pré-adolescentes


Na maior parte dos casos, os catequizandos só celebrarão este sacramento daqui a quatro
ou cinco anos. O que pode tornar esta catequese algo vaga e pouco aderente à realidade.
Mas, em muitas comunidades, mesmo os mais novos acompanham com interesse o crisma
dos colegas mais velhos. Sentem-se parte de um caminho de iniciação cristã.
Deve haver o cuidado de apresentar o crisma como um sacramento, isto é, como um gesto
eclesial em que a prioridade da ação pertence a Deus. Do mesmo modo que no batismo,
o papel principal pertence a Deus que nos adota como filhos amados e não a nós que nos
convertemos a Ele, no crisma, o papel principal pertence ao Espírito de Deus que gera em
nós forças e possibilidades novas. É importante superar uma visão deste sacramento que
o reduz a uma espécie de “compromisso de fé”.

Para cresceres
No final da missa em que foste confirmado, o bispo usou esta fórmula na bênção final:
Confirmai, Senhor,
a obra de salvação que em nós realizastes
e guardai no coração dos vossos fiéis os dons do Espírito Santo,
para que sejam, diante dos homens,
corajosas testemunhas de Cristo crucificado
e cumpram com todo o amor os seus mandamentos.
Procura dar graças e avaliar a tua vida nestes dois desafios: ser testemunha corajosa de
Jesus e viver com amor os mandamentos.

C 3 Desenvolvimento
À partida, a experiência do crisma aparece como distante para os catequizandos. As propostas que
fazemos nesta catequese querem aproximá-lo da vida, do desejo e dos projetos dos c­ atequizandos.

Experiência Humana
Atividade: O óleo do Crisma
Duração: 20 min.

Preparação
Numa mesa colocar, em 7 recipientes iguais, transparentes e numerados de 1 a 7, um
pouco de cada um destes óleos: 1. óleo de motor, 2. bronzeador, 3. óleo de cozinha, 4. óleo
­aromático à escolha, 5. óleo para bebés, 6. óleo para cabelos e 7. Crisma. Os ­recipientes
deverão estar ­identificados por esta ordem, mas não voltados para os catequizandos (estes
apenas conseguirão ver o número). A mesa deverá estar num dos lados da sala e à frente
as cadeiras dos participantes em semicírculo.

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Em 12 das cadeiras, por baixo de cada uma, deverá estar uma folha com as letras, desor-
denadas, que compõem a expressão: “Óleo do Crisma”. Caso os catequizandos sejam mais
do que 12, deverá acrescentar as cadeiras entre as letras, mas sem informação:

Mesa com os Óleos

A O

C L

O I

R D O E S M
Etapa 1
Duração: 7 min.
O catequista divide os participantes em 4 grupos. Convida-os a preencher a tabela que se
encontra no livro do catequizando, na página 13, indicando o possível nome e caracterís-
ticas do “material líquido” que se encontra em cada um dos recipientes. Para isso poderão
ver, cheirar e tocar.

Caraterísticas
Nome (possível) Solução
(cor, cheiro, espessura, etc)
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
Para agilizar o tempo, os grupos poderão não seguir a mesma ordem (iniciar em 1 e termi-
nar em 7).

Etapa 2
Duração: 3 min.
O catequista pede que o porta-voz de cada grupo indique as características que associa-
ram ao óleo 1. Depois, pede que indiquem o nome desse óleo. Quando todos os grupos se
pronunciarem, o catequista dá o nome correto. Faz-se o mesmo com os restantes óleos.
Ao chegar ao óleo 7, o catequista não dá o nome correto deste óleo: a etapa seguinte tem
uma proposta para o descobrirem.

37
Etapa 3
Duração: 5 min.
Para descobrir o nome do último óleo, os catequizandos deverão verificar se, debaixo das
suas cadeiras, está uma letra. Depois de encontradas as 12 letras, os participantes deve-
rão, em conjunto, ordená-las para decifrar o nome deste último tipo de óleo, composto por
3 palavras (“Óleo do Crisma”).

Etapa 4
Duração: 5 min.
Para explicação deste óleo de crisma, o catequista projeta o vídeo “O óleo”.

Guião do vídeo
O crisma usado na Confirmação é azeite misturado com bálsamo, que traz um cheiro bom
ao azeite e significa a alegria. O azeite, extraído das oliveiras, foi usado ao longo de muitos
milénios e é um símbolo poderoso.
O azeite foi usado para limpar o corpo, para o preparar para competições desportivas,
como combustível em lamparinas, como base de cosméticos e como uma parte importante
da dieta das pessoas.
No Antigo Testamento, o azeite é um sinal do amor abundante de Deus.
Em muitos países, o azeite era usado para marcar, para ungir, pessoas importantes. Reis
e sacerdotes eram ungidos quando assumiam o seu cargo, como um sinal de que Deus
estava com eles.
Durante o sacramento da Confirmação, o bispo vai ungir-te, traçando o sinal da cruz na tua
testa com o Crisma, com este óleo. Ele vai chamar o teu nome e dizer-te: “Recebe por este
sinal o Espírito Santo, o dom de Deus.”
Com este sacramento tu recebes um grande dom: o Espírito Santo. Ele te dará uma força
especial para viveres como discípulo de Jesus e dares testemunho de Cristo sempre, com
as tuas palavras e as tuas ações.
O Crisma é como um selo, uma marca permanente, que realiza a tua adesão total a Jesus
Cristo através do Espírito Santo.

Anúncio da Palavra
Atividade: Uma força
Duração: 25 min.

Etapa 1
Duração: 3 min.
O catequista convida um voluntário a ler um dos textos iniciais do livro dos Actos dos
apóstolos: 1, 3-8.
A eles também apareceu vivo depois da sua paixão e deu-lhes disso
numerosas provas com as suas aparições, durante quarenta dias,
e falando-lhes também a respeito do Reino de Deus.
No decurso de uma refeição que partilhava com eles, ordenou-lhes que
não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem lá o Prometido
do Pai, «do qual - disse Ele - me ouvistes falar. João baptizava em

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água, mas, dentro de pouco tempo, vós sereis baptizados no Espírito
Santo.» Estavam todos reunidos, quando lhe perguntaram: «Senhor,
é agora que vais restaurar o Reino de Israel?» Respondeu-lhes: «Não
vos compete saber os tempos nem os momentos que o Pai fixou com
a sua autoridade. Mas ides receber uma força, a do Espírito Santo, que
descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por
toda a Judeia e Samaria e até aos confins do mundo.»

Etapa 2
Duração: 5 min.
O catequista apresenta o cartaz nº 04. E diz, focando a atenção na parte esquerda do tríp-
tico: “Depois da Páscoa, Jesus esteve um tempo com os seus discípulos. Mas depois teve
de voltar para o céu, para junto do Pai. Mas não quis deixar os seus amigos sozinhos. O que
é que Jesus ofereceu aos seus discípulos?” (o Espírito Santo).

E convida a recordar a catequese 17, do 5º ano, sobre o Pentecostes e a descida do Espírito


Santo (Act 2, 1-4). Pode apoiar-se na parte central do tríptico. O catequista sublinha como
o Pentecostes é o cumprimento da promessa de Jesus. O Espírito é a força que Ele nos
deixou para sermos suas testemunhas..

Etapa 3
Duração: 5 min.
Nesta altura, o catequista pergunta que relação haverá entre a parte esquerda e central
do tríptico e o jogo que fizemos no início da catequese. E explica que há um sacramento
especialmente ligado ao Espírito Santo: o crisma ou confirmação (representado na parte
direita do tríptico). O crisma é, normalmente, presidido por um bispo, sucessor dos apósto-
los que andaram com Jesus e que receberam o Espírito no dia de Pentecostes.
A certa altura, o bispo estende as mãos (como sinal de invocação do Espírito Santo) e reza
esta oração (que está no livro do catequizando, página 13):
Deus todo-poderoso,
Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo,
que, pela água e pelo Espírito Santo,
destes uma vida nova a estes vossos servos
e os libertastes do pecado,
enviai sobre eles o Espírito Santo Paráclito;
dai-lhes, Senhor,
o espírito de sabedoria e de inteligência,
o espírito de conselho e de fortaleza,

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o espírito de ciência e de piedade,
e enchei-os do espírito do vosso temor.
A seguir, cada um dos que vai receber o crisma aproxima-se do bispo e ele faz-lhe o sinal
da cruz com o óleo do crisma na sua testa e diz:
Recebe por este sinal, o Espírito Santo, o dom de Deus.

Etapa 4
Duração: 7 min.
O catequista pega no frasco com o óleo nº7, mostra-o e diz: “Este óleo, chamado crisma, é
o mesmo que o bispo põe na testa durante a confirmação, como sucede aqui (aponta para
o cartaz). Mas o que é que acontece no coração de quem é crismado?”
Dá oportunidade de darem resposta e convida a ver o vídeo “Os efeitos da Confirmação”.

Guião “Os efeitos da Confirmação”


Jesus quer que os seus amigos tenham consigo a mesma força que Ele tinha: a força dada
pelo Espírito de Deus.
E deixou-nos este sacramento do crisma ou confirmação.
Aqui, como no Pentecostes, o Espírito Santo é-te oferecido como antigamente sucedeu aos
apóstolos no dia de Pentecostes.
Mas o que é que acontece quando o bispo te confirma?
Este sacramento confirma o batismo; tu sentes-te com mais confiança filho de Deus. A sua
ternura e o seu amor ficam mais presentes.
Sentes-te mais unido a Jesus. Com mais vontade de acolher o seu Evangelho, de fazer as
mesmas coisas que Jesus fazia: perdoar, cuidar de quem sofre, ajudar quem precisa, dar um
sorriso a quem está triste.
Aumentam em ti os dons do Espírito Santo.
Sentes-te mais unido à Igreja, o grupo dos companheiros e amigos de Jesus que, em todo
o mundo, continuam a sua missão.
Com este sacramento da confirmação recebes uma força especial do Espírito Santo para
dares testemunho da fé, com coragem. Sem medo e com muito entusiasmo.

Etapa 5
Duração: 5 min.
O catequista entrega ao grupo um conjunto de cartões (“Os efeitos do crisma”). O grupo
tem de concordar sobre quais os cartões que se referem aos efeitos do sacramento do
Crisma e quais os que não se referem.

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Expressão de fé
Atividade: Vem, Espírito Santo
Duração: 10 min.

Etapa 1
Duração: 5 min.
O catequista convida a acompanhar a canção “Uma força”
Canto “Uma força”
(rAP - Luna Esteves)
Ides receber
uma grande força
o Espírito Santo.
Ele vai descer sobre vós.
Sereis minhas testemunhas
em todo o lado,
até ao fim do mundo.

Etapa 2
Duração: 5 min.
O catequista convida o grupo a serenar a respiração e a colocar-se numa atitude de oração,
de encontro com Deus.
Convida a abrir o livro do catequizando na página 12 e a ler individualmente a oração “Faz
descer o teu Espírito sobre nós”. Faz-se ouvir música de fundo.
O catequista convida cada um a ler alto a frase que mais lhe chamou a atenção. Explica que
a mesma frase pode ser lida por mais do que um.
No final, todos lêem a oração de forma pausada.

Faz descer o teu Espírito sobre nós


Quando estamos aqui reunidos
um vento sopra sobre nós;
é o teu Espírito.
Quando rezamos
um fogo desce sobre nós:
é o teu Espírito.
Se fôssemos para o deserto,
Tu serias a água.
Se estivéssemos perdidos,
Tu serias a estrada.
Tu és o Espírito que nos une,
o Espírito que nos guia,
o Espírito que nos protege,
o Espírito que nos dá força.
Desce sobre nós,
Espírito Santo.

41
Alimentados

43
C 4 Para o Catequista
Apresentação
“Sem a Eucaristia não podemos viver”, diziam alguns cristãos ameaçados de morte. Vamos ajudar
os nossos catequizandos a descobrir a beleza e a força deste sacramento.

Objetivos
ƒƒCrescer no entusiasmo por participar na Eucaristia.
ƒƒConhecer melhor a estrutura da Eucaristia.

Conteúdos
ƒƒConceitos:
yy Última Ceia
yy Corpo de Jesus
yy Sangue de Jesus
yy A Eucaristia repete e atualiza a última Ceia de Jesus
ƒƒProcedimentos:
yy Ordenar sequencialmente os vários momentos e ritos da eucaristia
yy Reconhecer os espaços litúrgicos
ƒƒAtitudes:
yy Crescer com vontade de se encontrar com Jesus
yy Viver a Eucaristia como encontro em que Jesus Se revela na Palavra e no Pão

Material
ƒƒComputador, projetor multimédia, colunas
ƒƒCanto “Tomo este Pão” (disponível na pen multimédia)
ƒƒCanto “Vivo neste Pão” (disponível na pen multimédia)
ƒƒCanto “Creio, Adoro e Amo-vos” (disponível na pen multimédia)
ƒƒ4 cartolinas (com os títulos “Ritos iniciais”, “Liturgia da Palavra”, “Liturgia eucarística”, “Ritos de despe-
dida”) de tamanho adequado à sala e ao número de elementos do grupo (a preparar pelo catequista)
ƒƒTiras de papel com as palavras: Procissão de entrada; Saudação inicial; Ato penitencial; Glória; Oração
colecta; Primeira leitura; Salmo; Segunda leitura; Evangelho; Homilia; Credo; Oração dos fiéis; 1. Pro-
cissão das Oferendas; Oferendas; 2. Oração eucarística; Prefácio; Epiclese; Consagração; Aclamação;
Intercessão; Doxologia; 3. Rito da comunhão; Pai-nosso; Paz; Fração do Pão; Comunhão; Oração; Bên-
ção; Despedida e envio (disponível na pasta de apoio)
ƒƒCaixa ou saco
ƒƒBostik
ƒƒCartaz nº 05 (disponível na pasta de apoio)
ƒƒVídeo “Corpo de Cristo” (disponível na pen multimédia)

44
Esquema
Experiência humana Atividade: Põe a missa em ordem 15’ ***

Anúncio da Palavra Atividade: A ceia do Senhor 25’ ***

Expressão de fé Atividade: Jesus, eu te adoro na eucaristia 20’ ***

Do Catecismo
1323. «O nosso Salvador instituiu na última ceia, na noite em que foi entregue, o sacrifício
eucarístico do seu corpo e sangue, para perpetuar pelo decorrer dos séculos, até voltar,
o sacrifício da cruz, confiando à Igreja, sua esposa amada, o memorial da sua morte e
­ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade, banquete pas-
cal em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é dado o penhor da glória
futura».

Síntese de conteúdos
A maioria dos catequizandos já foi iniciado à Eucaristia. Nesta catequese queremos renovar
o entusiasmo por este sacramento.

Um sacramento especial
Todos os sacramentos têm uma beleza, pois todos eles tornam presente na nossa vida a
ação luminosa de Jesus. Mas os cristãos têm um especial apreço pela Eucaristia pois ela é
“fonte e cume da vida cristã”. «Os restantes sacramentos, assim como todos os ministérios
eclesiásticos e obras de apostolado, estão vinculados com a sagrada Eucaristia e a ela se
ordenam. Com efeito, na santíssima Eucaristia está contido todo o tesouro espiritual da
Igreja, isto é, o próprio Cristo, nossa Páscoa» (CIC 1324).
No ano 303, durante a perseguição de Diocleciano, alguns cristãos foram presos em Abi-
tinia (na atual Tunísia), enquanto celebravam a Eucaristia. Ficou célebre a resposta que
deram aos funcionários imperiais: “Sem o Dominico (o nome que davam à Eucaristia), não
podemos viver”. Estes cristãos sentem que a Eucaristia define a sua identidade mais pro-
funda. É mais do que um gosto, uma escolha: a Eucaristia é a verdade de quem são.

Uma Eucaristia “fria”


Uma maior secura afetiva dos pré-adolescentes leva-os a apreciar menos a celebração da
Eucaristia. Alguns deles, motivados pela atenção aos interesses lúdicos e motórios, tendem
a uma postura ritualista, onde o coração está posto no que se “faz”: as posições do corpo,
o ritmo dos cantos…
Nesta catequese, tentamos levar os pré-adolescentes num percurso que começa no fazer
(os diferentes momentos da Eucaristia) e os leva ao centro: Jesus que Se entrega por amor,
em nosso favor.

Memória viva da Última ceia


Poucas horas antes de ser preso, Jesus está num jantar de festa, pascal, com os seus ami-
gos. A certa altura faz algo… diferente. Tomou o pão, deu graças (que em grego se diz, euca-
ristia) e partiu-o. Depois disse: “Isto é o meu corpo, que é para vós”. Este episódio marcou

45
muito os seus discípulos e amigos. Paulo, num dos textos cristãos mais antigos (a 1ª carta
aos Coríntios) recorda o episódio e o mesmo fazem os evangelistas. E todas as semanas as
comunidades de cristãos em cada cidade se juntavam para repetir esse gesto. Que gesto é
esse e qual a sua importância?
Jesus identifica o seu corpo com aquele pão. O corpo, na mentalidade semita, é a pessoa na
sua totalidade, na sua autenticidade. O que Jesus diz é que naquele pão, Ele está verdadei-
ramente presente. E que quem come aquele pão, entra numa comunhão de vida profunda
e transformadora com Ele. E faz o mesmo gesto com o vinho.
E desde então, no primeiro dia da semana, os cristãos reúnem-se para se alimentarem do
próprio Jesus, para fazerem experiência da sua presença transformadora.

Para cresceres
Pensa no teu ser catequista. Pensa em ti como membro da tua família. Pensa em ti como
trabalhador, cidadão, consumidor…
Pensa em ti como eucaristizado, como alguém que comungou Jesus. Agora és alguém capaz
de “amar como Jesus amou, sonhar como Jesus sonhou…” (como dizia a canção do
Pe. Zezinho). Com Jesus em ti, o que é que leva ao teu ser catequista, familiar, t­ rabalhador…?

C 4 Desenvolvimento
Nesta catequese vamos conhecer melhor a estrutura da missa para recordar o essencial: aqui
Jesus oferece-Se totalmente.

Experiência Humana
Atividade: Põe a missa em ordem
Duração: 15 min.

Etapa 1
Duração: 10 min.
O catequista começa por explicar que a missa está dividida em quatro partes. Espalha os
4 cartazes, desordenados, na mesa. Depois pede a um voluntário para que os ponha por
ordem. Pode pedir ajuda aos colegas. Terá apenas 30 segundos para os ordenar.

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Concluído este tempo, e sem dar a correção, o catequista mostra a caixa (ou saco). Explica
que lá dentro estão uma série de tiras de papel com os nomes de vários momentos e ativi-
dades feitas durante a missa. Pede aos participantes que retirem da caixa, à vez, uma das
tiras e a coloquem sobre uma das folhas de cartolina. Pode-se usar bostik para prender as
tiras à cartolina.

Quando todas as tiras tiverem sido colocadas nas cartolinas, o catequista pede que olhem
para o resultado global caso queiram fazer alguma alteração (cartolina e /ou tiras).
O catequista poderá dividir as tiras pelos participantes de forma a que a atividade não seja
muito longa.

Etapa 2
Duração: 5 min.
O catequista procede à correção, de acordo com a tabela abaixo.

Cartolina 1 Cartolina 2 Cartolina 3 Cartolina 4


Ritos Iniciais Liturgia da Palavra Liturgia Eucarística Ritos de Despedida
Procissão de entrada Primeira leitura 1. Procissão das ­Oferendas Bênção
Saudação inicial Salmo Oferendas Despedida e envio
Ato penitencial Segunda leitura 2. Oração eucarística
Glória Evangelho Prefácio
Oração colecta Homilia Epiclese
Credo Consagração
Oração dos fiéis Aclamação
Intercessão
Doxologia
3. Rito da comunhão
Pai-nosso
Paz
Fração do Pão
Comunhão
Oração

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Depois apresenta o cartaz nº 05, que dá forma visual ao trabalho feito.

Não convém fazer uma apresentação exaustiva de cada


momento da missa. O catequista fará uma apresentaçao
breve, salientando que:
ƒƒHá dois momentos essenciais (a liturgia da Palavra e a
liturgia eucarística);
ƒƒA liturgia da Palavra tem como lugar principal o
ambão e a liturgia eucarística decorre no altar. Os ritos
iniciais e os de despedida servem para abrir e fechar a
celebração.
Refere de passagem todos os momentos e dá algum
destaque àqueles onde houve desacordo no grupo.

Anúncio da Palavra
Atividade: A ceia do Senhor
Duração: 25 min.

Etapa 1
Duração: 5 min.
O catequista convida os participantes a abrirem o livro do catequizando, na página 16,
para acompanharem o canto “Tomo este Pão” pedindo que estejam atentos à letra.
Canto “Tomo este pão e este vinho”
(Original: Deus também se Canta; Domingos / Nelson Braga; Edições Shalom)
Tomo este pão e este vinho
em memória do meu Salvador;
Tomo este pão e este vinho
são o Corpo e Sangue do Senhor.
Bebendo o Teu sangue neste cálice,
bebo o sangue da Nova Aliança,
o que derramaste pelos Homens
para remissão e esperança.
Tomando o pão que é Teu corpo
comungo a Igreja transcendente,
faz Teu corpo eterna a minha alma,
pela fé me salva para sempre.
Levarei comigo a Tua luz,
irei pelo mundo anunciar
que por nós morreste numa cruz,
mas pudeste a morte derrotar.

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Etapa 2
Duração: 3 min.
De seguida, o catequista convida todos os participantes a abrirem as suas bíblias na Pri-
meira Carta de São Paulo a Coríntios (1 Cor 11, 23-26) e lê a passagem:
Com efeito, eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor
Jesus na noite em que era entregue, tomou o pão e, tendo dado gra-
ças, partiu-o e disse: «Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei isto em
memória de mim». Do mesmo modo, depois da ceia, tomou o cálice e
disse: «Este cálice é a nova Aliança no meu sangue; fazei isto sempre
que o beberdes, em memória de mim.» Porque, todas as vezes que
comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciais a morte do
Senhor, até que Ele venha.

Etapa 3
Duração: 10 min.
Concluída a leitura, o catequista pede aos participantes que estabeleçam uma relação
entre o canto ouvido e a passagem lida. Para os ajudar, pode sugerir os seguintes tópicos:
ƒƒmensagem do canto;
ƒƒepisódio retratado na passagem;
ƒƒrelação do canto e da passagem com uma das partes da missa;
ƒƒsimbologia do pão e do vinho.

Etapa 4
Duração: 7 min.
Para ajudar a fazer síntese, o catequista convida a ver o vídeo “Corpo de Cristo”.
Guião do vídeo “Corpo de Cristo”
Vais à missa, porque queres, porque te mandam e, às vezes, nem sabes bem porquê.
Umas vezes gostas dos cantos, de estar com os amigos.
Gostas mais quando o padre não demora muito tempo.
Mas, se calhar, a Eucaristia é mais do que estas aparências.
Por que é que aqui estamos?
Para recordar e repetir aquilo que Jesus fez na Última Ceia.
Em cada missa, Jesus pega no pão e diz: “Isto é o meu corpo”. Este pão sou Eu. Eu estou
presente neste pão. E Jesus pega no cálice com vinho e diz: “Este cálice é o meu sangue”.
Este vinho sou Eu. Estou presente aqui neste vinho.
Tu podes estar na missa distraído, a pensar no telemóvel, a contar os minutos que o padre
demorou na homilia, com sono porque dormiste pouco na noite anterior…
Mas, se calhar, o que acontece no altar, é mais importante.
Aqui está Jesus que Se oferece por ti e por todos.
Jesus oferece o seu corpo, o seu sangue, a sua vida, para que sejas feliz.
Na última ceia, Jesus pega em toda a sua vida, em todos os gestos de amor e bondade que
tinha feito ao longo dos anos e resume-os neste pão partido e neste vinho oferecido.
E quando vais comungar, estás a unir-te a essa vida oferecida por Jesus.

No final, o catequista pede que o grupo identifique as ideias principais propostas pelo vídeo.

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Expressão de fé
Atividade: Jesus, eu Te adoro na eucaristia
Duração: 20 min.

Preparação
Seria interessante fazer a expressão de fé na igreja, diante do sacrário. Os cantos e as
orações estão no livro do catequizando, páginas 18 e 19.

Catequista: Em nome do Pai...


Estamos em oração à volta do sacrário. É um espaço onde se guarda o Corpo de Jesus.
Está assinalado com uma luz. Convido-vos a fazer um gesto de respeito: ajoelhamo-nos uns
momentos diante de Jesus que está aqui presente.
Canto “Vivo neste Pão”
(Severino Pellizzon, CD Amor maior)
Aleluia (4 vezes)
Senhor Jesus
é vivo
no Pão
Ressuscitado
Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios (1 Cor 11, 23-26)
Com efeito, eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor
Jesus na noite em que era entregue, tomou o pão e, tendo dado gra-
ças, partiu-o e disse: «Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei isto em
memória de mim». Do mesmo modo, depois da ceia, tomou o cálice e
disse: «Este cálice é a nova Aliança no meu sangue; fazei isto sempre
que o beberdes, em memória de mim.» Porque, todas as vezes que
comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciais a morte do
Senhor, até que Ele venha.
Palavra do Senhor.
(Breve momento de silêncio)

Canto “Creio, Adoro e Amo-vos”


(CD Presença Infinita – Mendigos de Deus | Movimento da Mensagem de Fátima)

Meu Deus, eu creio, adoro, espero e Vos amo.


Peço-Vos perdão para os que não crêem,
não adoram, não esperam e não Vos amam.

Todos:
Obrigado, Jesus pela tua Eucaristia.
Obrigado por quereres ficar connosco.
Junto a Ti, somos mais fortes.
Junto a Ti, o nosso coração anda mais alegre.

Para concluir poderá cantar-se o canto “Tomo este Pão”.

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Casados
no Senhor

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C 5 Para o Catequista
Apresentação
O amor entre um homem e uma mulher pode tornar-se, com o sacramento do matrimónio, transpa-
rência da presença amorosa de Jesus na família e na sociedade.

Objetivos
ƒƒValorizar o sacramento do matrimónio.
ƒƒConhecer os ritos mais importantes do casamento.

Conteúdos
ƒƒConceitos:
yy Jesus, com a sua presença, abençoa o casamento
yy Os ritos principais do casamento: dar as mãos, palavras de consentimento, trocar
aliança
yy O casamento é expressão de amor entre os esposos e abertura à vida
ƒƒProcedimentos:
yy A dança como expressão de festa e alegria
ƒƒAtitudes:
yy Valorizar o matrimónio como presença e dom de Deus à sua Igreja e ao mundo

Material
ƒƒComputador, projetor multimédia, colunas
ƒƒCanção “Casamento em Caná” - instrumental (disponível na pen multimédia)
ƒƒCanção “Casamento em Caná” - com vozes (disponível na pen multimédia)
ƒƒTúnicas e/ou lenços para a cabeça (por participante)
ƒƒ2 coroas de flores (para os “noivos”)
ƒƒCartões A6 “Símbolos do casamento” dentro de um envelope cada um (disponível na pasta de apoio)
ƒƒCópias do guião da leitura de João 12, 1-11 (disponível no site de apoio ligacoes.net)
ƒƒVídeo “Casados no Senhor” (disponível na pen multimédia)
ƒƒVídeo “Fazei tudo o que Ele vos diga” (disponível na pen multimédia)

Esquema
Experiência humana Atividade: Vamos para a festa 20’ ****

Anúncio da Palavra Atividade: As bodas de Caná 27’ ****

Expressão de fé Atividade: Fazei o que Ele vos disser! 13’ ***

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Do Catecismo
1604. Deus, que criou o homem por amor, também o chamou ao amor, vocação funda-
mental e inata de todo o ser humano porque o homem foi criado à imagem e semelhança
de Deus que é amor (1 Jo 4, 8.16). Tendo-os Deus criado homem e mulher, o amor mútuo
dos dois torna-se imagem do amor absoluto e indefetível com que Deus ama o homem.
É bom, muito bom, aos olhos do Criador. E este amor, que Deus abençoa, está destinado
a ser fecundo e a realizar-se na obra comum do cuidado da criação: «Deus abençoou-os e
­disse-lhes: “Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a”» (Gn 1, 28).

Síntese de conteúdos
É uma tendência das últimas décadas: as pessoas casam-se menos, divorciam-se mais.
E, contudo, os cristãos acreditam que o amor de um homem e de uma mulher, no sacra-
mento do matrimónio, torna presente Jesus e a sua bondade.

Casamento(s)
É das experiências humanas presentes em todos os tempos e culturas. Homens e mulhe-
res preferem criar relações estáveis, feitas de amor, de fidelidade, onde faz sentido criar e
educar os filhos. Mas em todas as culturas e tempos, boa parte da literatura tem que ver
com as dificuldades em ser um casal feliz.
Na Bíblia, o livro do Génesis apresenta-nos o homem e a mulher como iguais em direitos e
dignidade e chamados ao amor. O Novo Testamento vê que há uma analogia entre o amor
que une Cristo à sua Igreja e o amor dos esposos. Esse amor entre os esposos é uma rea-
lidade humana e é também uma realidade divina: é sacramento.

Uma experiência distante


Para os pré-adolescentes, este sacramento aparece muito distante por causa da idade.
A idade média do primeiro casamento é (2018) de 33,6 anos para os homens e de 32,1 para
as mulheres. É algo que não os “afeta” para já; é uma experiência dos “adultos”. Por outro
lado, uma percentagem elevada de catequizandos também não tem uma experiência feliz,
mesmo que através dos pais, do que é o matrimónio. São muitos os que vivem em famílias
monoparentais, com pais divorciados.

A coragem de anunciar
Mesmo assim, uma boa catequese não desiste de se alegrar com a presença salvadora de
Jesus na nossa vida concreta também através deste sacramento. O Catecismo da Igreja
Católica coloca-o no grupo dos sacramentos do serviço. O casamento não é uma coisa de
moda nem uma coisa antiquada; não é um sentimento muito forte nem uma convenção.
É uma vocação ao serviço. Neste sacramento coincidem o amor dos esposos que querem
viver no amor e ser felizes, com o chamamento de Deus que os abençoa e fortalece.
Pode estar fora de moda, mas faz sentido continuar a explicar o que é esta experiência do
matrimónio cristão: uma relação de amor e serviço, indissolúvel, fiel, animada pela fideli-
dade de Deus, disponível para acolher a vida dos filhos. Um casamento assim pode estar
longe da experiência de tantos catequizandos. E por isso mesmo é que deve ser anunciado.

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Uma catequese generosa
Precisamente por o tema estar tão distante da vida real dos catequizandos, o esquema que
propomos investe forte em alguns detalhes: a decoração, a música, a dança. Sem exageros,
seria bom decorar a sala com elementos alusivos ao casamento. É preciso prever espaço
para a dança que se vai fazer. Algumas bilhas (a recordar as talhas com água do milagre)
ficam a propósito.

Para cresceres
Quer estejas casado/a ou não, já reparaste que a tua vocação maior é ao serviço?

C 5 Desenvolvimento
Entre a imagem que há dos casamentos de hoje e a presença de Jesus no casamento em Caná da
Galileia, os catequizandos vão poder descobrir mais sobre este sacramento de serviço.

Experiência Humana
Atividade: Vamos para a Festa
Duração: 20 min.

Etapa 1
Duração: 10 min.
O catequista recebe os participantes do lado de fora da sala e diz que hoje vamos a um
casamento em Caná. Para isso, temos de nos vestir a rigor. Entrega a cada participante
uma túnica e/ou lenço para a cabeça. Pede 2 voluntários para representarem o noivo e a
noiva; estes podem usar uma coroa de flores na cabeça.
Quando todos estiverem prontos, convida-os a entrarem na sala. O catequista ensaia a
canção “Casamento em Caná”, na sua versão instrumental (O vídeo com a demonstração
está disponível no site de apoio ligacoes.net).

Etapa 2
Duração: 3 min.
Terminada a música, o catequista convida os participantes a dirigirem-se a uma mesa para
escolherem um dos envelopes que contém os cartões “Símbolos do casamento”. São 16
cartões; no caso de grupos maiores, solicitar 16 voluntários; no caso de grupos menores,
poderão levar mais do que 1 cartão, pois é importante que todos os cartões sejam reco-
lhidos.

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Etapa 3
Duração: 7 min.
O catequista pede que um voluntário abra o seu envelope e mostre o cartão que lá está
dentro. A seguir, deve explicar o que representa a imagem. A tarefa continua com o par-
ticipante ao seu lado direito, até todos terem mostrado e falado sobre as imagens. Caso
algum participante queira acrescentar alguma ideia às imagens, poderá fazê-lo.

Anúncio da Palavra
Atividade: As bodas de Caná
Duração: 27 min.

Etapa 1
Duração: 5 min.
O catequista pede 4 voluntários para lerem a passagem das Bodas de Caná (João 2, 1-11).
Narrador: Ao terceiro dia, celebrava-se uma boda em Caná da Galileia
e a mãe de Jesus estava lá. Jesus e os seus discípulos também foram
convidados para a boda. Como viesse a faltar o vinho, a mãe de Jesus
disse-lhe:
Maria: «Não têm vinho!»
Jesus: «Mulher, que tem isso a ver contigo e comigo? Ainda não che-
gou a minha hora.»
Narrador: Sua mãe disse aos serventes:

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Maria: «Fazei o que Ele vos disser!»
Narrador: Ora, havia ali seis vasilhas de pedra preparadas para os ritos
de purificação dos judeus, com capacidade de duas ou três medidas
cada uma. Disse-lhes Jesus:
Jesus: «Enchei as vasilhas de água.»
Narrador: Eles encheram-nas até cima. Então ordenou-lhes:
Jesus: «Tirai agora e levai ao chefe de mesa.»
Narrador: E eles assim fizeram. O chefe de mesa provou a água trans-
formada em vinho, sem saber de onde era - se bem que o soubessem
os serventes que tinham tirado a água; chamou o noivo e disse-lhe:
Chefe de mesa: «Toda a gente serve primeiro o vinho melhor e, depois
de terem bebido bem, é que serve o pior. Tu, porém, guardaste o melhor
vinho até agora!»
Narrador: Assim, em Caná da Galileia, Jesus realizou o primeiro dos
seus sinais miraculosos, com o qual manifestou a sua glória, e os dis-
cípulos creram nele.

Etapa 2
Duração: 5 min.
O catequista convida todos a dançar a canção “Casamento em Caná”, agora com a letra
que se encontra no livro do catequizando, página 21.
Canto “Casamento em Caná”
(Rinnovamento nello Spirito Santo)

Dançam com alegria as filhas de Israel


(Em roda giram para a direita, pondo o pé direito à frente e alternando com o esquerdo)
A boda já está pronta para o filho do Rei.
(Igual ao anterior mas em sentido contrário, para a esquerda)
Aleluia, aleluia, para o filho do Rei.
(Rodam sobre si para a direita, e levantam a mão)
Aleluia, aleluia, para o filho do Rei.
(Igual ao anterior em sentido contrário)

Em Caná da Galileia, em nome do Senhor


(Apontar para o chão com a mão direita, apontar ao céu com a esquerda na 2ª parte do verso)
Os esposos prometeram amar-se para sempre.
(Juntar as mãos, palma com palma (“a rezar”), levar as mãos ao coração na 2ª parte do verso)
Com tambores e com flautas, em roda se dançará
(Colocam a mão direita no ombro esquerdo do colega da direita e fazem girar a roda para a direita)
O vinho sobre a mesa o coração alegrará
(Agora em sentido contrário)

No meio desta festa o vinho chega ao fim


(Abrem os braços e encolhem os ombros)
Acaba-se a alegria, a dança parará
(Ficam cabisbaixos e param)
Maria diz aos servos: Escutai a palavra
(Levantam a cabeça lentamente)
que o meu filho vos dá. Ele vos saciará
(Elevam os braços até à altura da cabeça)

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De novo ficam cheias as taças de vinho
(Levantam o braço direito como que a brindar)
É a oferta do esposo para a fidelidade
(Estendem a palma esquerda à frente em sinal de oferta)
Dancemos então irmãos: do Rei nós somos filhos
(Dão as mãos ficando em roda)
A Ele cantamos louvor para sempre, aleluia!
(Vão até ao centro, de mão dada, e levantam os braços)

(No restante da música, com interlúdios e refrães, fazem um corredor


dois a dois e passam por baixo dos braços em túnel)

Etapa 3
Duração: 5 min.
O catequista convida o grupo a encontrar a ligação entre as imagens do casamento e o
relato das bodas de Caná: “Vimos aquelas imagens todas dos casamentos de hoje… ­Ouvimos
o relato deste casamento em Caná da Galileia onde Jesus esteve… Quais as semelhanças
e as diferenças entre os dois?”

Etapa 4
Duração: 7 min.
Para ajudar a uma síntese, o catequista convida a assistir ao vídeo “Casados no Senhor”.

Guião do vídeo “Casados no Senhor”


Um casamento é sempre uma festa grande.
Toda a gente bem vestida, muitas fotografias, muita comida, um banquete que dura até
altas horas da noite…
Por detrás desta festa toda estão um homem e uma mulher que se amam e que querem
viver juntos, felizes para sempre.
Alguns destes casamentos são diferentes, especiais.
Alguns casamentos são um sacramento. São abençoados por Deus.
Os cristãos casam-se no Senhor.
Querem fazer do seu amor uma continuação do que sucedeu em Caná da Galileia.
Nas bodas de Caná, Jesus esteve presente e ao estar ali santificou o casamento.
Ali, onde faltava o vinho, Ele trouxe abundância, alegria e festa.
Por isso, os cristãos querem que Jesus esteja na sua família, no seu amor.
Na igreja, à frente de todos, os noivos dão as mãos um ao outro.
É um gesto exterior que mostra a decisão interior de estarem unidos para sempre.
E com as mãos unidas dizem o seu “sim” um ao outro:
Eu, recebo-te por minha esposa
e prometo ser-te fiel,
amar-te e respeitar-te,
na alegria e na tristeza,
na saúde e na doença,
todos os dias da nossa vida.
E a seguir trocam de anéis chamados alianças.

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Porque estes anéis, feitos de ouro que nunca se enferruja, são um sinal de que este casa-
mento é para sempre.
“Recebe esta aliança, como sinal do meu amor e da minha fidelidade. Em nome do Pai e do
Filho e do Espírito Santo.”
É Jesus que está presente no casamento, como em Caná.
Com a sua presença, Jesus abençoa e consagra o amor dos esposos.
Jesus senta-se à mesa com os esposos e transforma o casamento num banquete cheio de
amor e alegria.

Etapa 5
Duração: 5 min.
O catequista convida a um diálogo sobre o vídeo. Pode usar estas ou outras questões:
ƒƒO que é que o vídeo te disse que não sabias antes?
ƒƒQue relação há entre as bodas de Caná e o sacramento do matrimónio?
ƒƒQuando os noivos dizem sim um ao outro, quais as palavras que dizem?

Expressão de fé
Atividade: Fazei o que Ele vos disser!
Duração: 13 min.

Etapa 1
Duração: 5 min.
Com o grupo sentado e serenado, o catequista convida a assistir ao vídeo “Fazei tudo o que
Ele vos diga”. O vídeo está baseado numa canção e ilustra cenas alusivas ao matrimónio.

Fazei tudo o que Ele vos diga


Tudo o que Ele vos diga
A felicidade é escutar a voz.
Fazei tudo o que Ele vos diga
Fazei tudo o que Ele vos diga.

Etapa 2
Duração: 3 min.
Depois de um breve momento de silêncio, o catequista pede aos participantes que abram
o livro do catequizando na página 22 para, em dois coros, recitarem a oração “Jesus, fico
contente”:

Coro1: Jesus, fico contente ao ver-te numa festa de casamento.


Tu partilhas a nossa alegria.
E gosto de ver que Tu e a tua mãe se importam com os outros.
Coro2: Jesus, gosto de ver que estás pronto a ajudar quem precisa
Fico contente ao ver como fizeste o teu primeiro milagre
para ajudar aqueles noivos.

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Coro1: Jesus, gosto de descobrir que quando falta a alegria
Tu mudas a água em vinho
e a tristeza e o medo desaparecem.
Coro2: Jesus, peço-Te com confiança que abençoes todos os esposos,
que os ajudes a serem fiéis
a amarem e a perdoarem sempre. Como Tu.
Todos: Jesus, eu acredito cada vez mais em Ti.
Sei que Tu queres que todos vivam felizes no teu amor
Ajuda-me a conhecer-Te e a amar-Te mais.

Etapa 3
Duração: 5 min.
Para finalizar, o catequista convida os participantes a cantarem o canto que dançaram no
Anúncio da Palavra “Casamento em Caná”, cuja letra se encontra no livro do catequizando,
na página 21.

59
Pescadores
de homens

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C 6 Para o Catequista
Apresentação
Nesta catequese vamos compreender melhor o significado e o papel dos ministros ordenados.

Objetivos
ƒƒRelacionar os ministros ordenados com a vocação original de Jesus aos apóstolos.
ƒƒCrescer em apreço pelos ministros ordenados.

Conteúdos
ƒƒConceitos:
yy Jesus convida alguns a colaborar com Ele na missão
yy Ministério
yy O sacerdote é chamado por Jesus e continua a sua missão
yy Os gestos da ordenação: imposição das mãos por parte do bispo, unção das mãos
do sacerdote, entrega do pão e do vinho
ƒƒProcedimentos:
yy Identificar os principais ritos da ordenação
yy Identificar as tarefas do sacerdote
ƒƒAtitudes:
yy Apreço pela vocação sacerdotal
yy Sentido vocacional

Material
ƒƒComputador, projetor multimédia, colunas
ƒƒToalha de pano/plástico azul ou verde (para imitar o mar)
ƒƒ1 rede (para imitar uma rede de pesca)
ƒƒ18 peixes de cartolina
ƒƒ18 clips
ƒƒ3 canas (paus/cabos de vassoura)
ƒƒCordel e Tesouras
ƒƒ3 imanes
ƒƒVídeo “Pescador de homens” (disponível na pen multimédia)
ƒƒVídeo “A ordem” (disponível na pen multimédia)
ƒƒTira de papel com a frase «Não tenhas receio; de futuro, serás pescador de homens.» (disponível na
pasta de apoio)
ƒƒ1 caneta e uma folha branca por participante
ƒƒCartaz nº 10 (disponível na pasta de apoio)
ƒƒCanto “Duc in altum” (disponível na pen multimédia)

62
Esquema
Experiência humana Atividade: Sou pescador 20’ ***

Anúncio da Palavra Atividade: A pesca milagrosa 23’ ****

Expressão de fé Atividade: Vem e segue-me 17’ ***

Do Catecismo
1549. Pelo ministério ordenado, especialmente dos bispos e padres, a presença de Cristo
como cabeça da Igreja torna-se visível no meio da comunidade dos crentes. Segundo a bela
expressão de Santo Inácio de Antioquia, o bispo é týpos toû Patrós, como que a imagem viva
de Deus Pai.

Síntese de conteúdos
Tal como sucedeu com o matrimónio, também este sacramento pode ser sentido como
distante por tantos catequizandos. Queremos contrariar essa sensação. Os ministros orde-
nados são um dom de Deus e uma das formas como Jesus ressuscitado Se faz presente
no nosso hoje.

Sacerdote(s)
Jesus, como diz a carta aos hebreus, é o único e verdadeiro sacerdote (Heb 8). É Ele que
faz a mediação entre a nossa humanidade e a bondade libertadora de Deus. E Jesus fez
de todos os batizados um povo de sacerdotes (1 Pe 2, 4-10). Todos os cristãos, pela força
do batismo, estão chamados e capacitados a dar culto a Deus com a oração e a oferta da
própria vida, a dar testemunho de Cristo com o anúncio da Palavra e o testemunho de vida.
Mas dentro deste povo sacerdotal, Deus chama alguns irmãos para um serviço especial.
Pela imposição sacramental das mãos acontece o sacramento da ordem: é dado a estes
cristãos um carisma especial que os torna representantes de Jesus dentro da comunidade.

Três ordens
São três os ministérios “ordenados”: o episcopado (o que supervisiona), o presbiterado
(o ancião), o diaconado (o que serve). São ministérios diferentes de outros (catequistas,
­leitores…) porque o sacramento da ordem imprime caráter. Pela força do Espírito, o ser da
pessoa é transformado de forma permanente.
Nesta catequese não nos detemos na história e teologia deste sacramento e dos tantos
debates que ainda suscita. Queremos é ajudar os catequizandos a ligar os ministros orde-
nados que há hoje na Igreja à experiência fundante de Jesus que chama os Doze para esta-
rem com Ele e para irem em missão.

Os gestos da ordenação
A liturgia da ordenação é muito rica de emoções e de símbolos. A maior parte dos catequi-
zandos nunca participou nesta cerimónia. Por isso queremos apresentar-lhes alguns dos
ritos. Assim, a partir do seu significado poderão perceber melhor a identidade e a missão
do ministro ordenado, especialmente do padre. Não fazemos uma apresentação exaustiva.

63
Emanuação. O futuro sacerdote coloca as suas mãos entre as mãos do bispo e p
­ romete-lhe
reverência e obediência.
Prostração. Com humildade, o futuro sacerdote reza por terra pedindo a força de Deus e
a proteção dos santos.
Imposição das mãos. É o gesto sacramental mais importante. O bispo estende as mãos e
invoca o Espírito Santo para que o candidato receba o dom do sacerdócio.
Unção das mãos. O bispo unge as mãos do sacerdote com o óleo do crisma como que a
dizer que ele é outro Cristo.
Entrega da patena e do cálice. O bispo coloca nas mãos do padre os sinais da Eucaristia:
a patena com as hóstias e o cálice com o vinho.

Para cresceres
Muitos ministros ordenados não são tão bons quanto desejarias. O mesmo sucedeu entre
os Doze que Jesus escolheu. Mas mais do que lamentares-te ou falar pelas costas, podes
rezar pelos bispos, pelos padres e pelos diáconos. Tem-nos presentes na tua oração. Pede
ao Senhor que os guie, os ilumine e os faça mais santos.

C 6 Desenvolvimento
De uma forma ativa, os catequizandos vão familiarizar-se com o sacramento da ordem e com a sua
raiz: o chamamento de Jesus.

Experiência Humana
Atividade: Sou pescador
Duração: 17 min.

Preparação
No chão da sala coloca-se uma toalha de pano ou plástico azul ou verde, imitando o fundo
do mar. Por cima da toalha, deverá estar uma rede, que será o suporte de diversos peixes
de cartolina. Num primeiro momento (etapa 1), 15 desses peixes deverão estar ­espalhados
pela rede; cada peixe deverá ter um clip colado na boca e, afixado ao clip, uma tira de
papel com uma das seguintes palavras: perseverança, fé, ousadia, determinação, coragem,
­alegria, palavras, bênção, confiança, prosperidade, crescimento, multiplicação, bíblia,­­oração,
­vocação. Num segundo momento (etapa 3), serão distribuídos pela rede 3 p ­ eixes com as
expressões “Pesca milagrosa”, “Lc 5”, “1-11”. Também estes 3 peixes d ­ everão ter um clip
colado na boca. As três canas deverão igualmente estar preparadas: numa e ­ xtremidade
será amarrado um cordel e, na outra ponta desse cordel, deverá existir um íman bem
seguro.

Etapa 1
Duração: 5 min.
O catequista divide os participantes em três grupos. Informa-os que irão à pesca e ­explica-lhes
as regras da atividade:

64
ƒƒCada grupo irá escolher um elemento para ser o primeiro a começar a atividade
(os três grupos iniciam a atividade ao mesmo tempo);
ƒƒSempre que um grupo pesca um peixe, dá lugar a outro elemento do seu grupo;
ƒƒO grupo que pescar mais peixes, será o vencedor (há 15 peixes no total).
Durante a “pescaria” o catequista vai incentivando a competição.

Etapa 2
Duração: 10 min.
O catequista pede aos participantes que se sentem, de forma a que os elementos de cada
grupo estejam juntos. Depois, pede-lhes que indiquem as palavras que se encontram por
detrás dos peixes que pescaram. Os catequizandos deverão dizer o significado de cada
palavra, assim como falar da sua importância para a sua vida de discípulos de Jesus.
Mais do que citações do dicionário, o catequista anima os participantes a falarem espon-
taneamente, relacionando a palavra do peixe com episódios bíblicos que recordam, com
experiências pessoais e eclesiais.
No final, voltam a colocar os peixes na rede, mas com as palavras viradas para cima.

Etapa 3
Duração: 2 min.
O catequista acrescenta três peixes ao mar improvisado e pede a um elemento de cada
grupo que se levante e que pesque um último peixe. Esses peixes conterão informações
acerca da passagem bíblica que será lida e escutada:
ƒƒPeixe 1: Pesca milagrosa;
ƒƒPeixe 2: Lc 5;
ƒƒPeixe 3: 1-11.

Anúncio da Palavra
Atividade: A pesca milagrosa
Duração: 23 min.

Etapa 1
Duração: 3 min.
O catequista convida os catequizandos a verem o vídeo “Pescador de homens”.

Etapa 2
Duração: 3 min.
O catequista convida a abrir as bíblias em Lucas 5, 1-11 e convida um voluntário a ler a
passagem.
Pesca milagrosa e chamamento dos primeiros discípulos (Lc 5, 1-11)
Encontrando-se junto do lago de Genesaré, e comprimindo-se à volta dele a multidão para
escutar a palavra de Deus, Jesus viu dois barcos que se encontravam junto do lago.
Os pescadores tinham descido deles e lavavam as redes. Entrou num dos barcos, que

65
era de Simão, pediu-lhe que se afastasse um pouco da terra e, sentando-se, dali se pôs a
­ensinar a multidão. Quando acabou de falar, disse a Simão: «Faz-te ao largo; e vós, lançai
as redes para a pesca.» Simão respondeu: «Mestre, trabalhámos durante toda a noite e
nada a
­ panhámos; mas, porque Tu o dizes, lançarei as redes.» Assim fizeram e apanharam
uma grande ­quantidade de peixe. As redes estavam a romper-se, e eles fizeram sinal aos
companheiros que estavam no outro barco, para que os viessem ajudar. Vieram e encheram
os dois barcos, a ponto de se irem afundando. Ao ver isto, Simão caiu aos pés de Jesus,
dizendo: «­Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador.» Ele e todos os que
com ele estavam encheram-se de espanto por causa da pesca que tinham feito; o mesmo
acontecera a Tiago e a João, filhos de Zebedeu e companheiros de Simão. Jesus disse
a Simão: «Não tenhas receio; de futuro, serás pescador de homens.» E, depois de terem
reconduzido os barcos para terra, deixaram tudo e seguiram Jesus.

Etapa 3
Duração: 4 min.
O catequista convida a explicar a resposta que Jesus dá a Simão quando este afirma que
é um homem pecador, que não está em condições de estar perto de Jesus: “Não tenhas
receio; de futuro, serás pescador de homens”.
Se estiverem com dificuldades, o catequista explica que “Jesus está a atribuir uma m ­ issão
àquele pescador – a de ser pescador de homens, isto é, a de chamar outras pessoas para
seguirem Jesus. Este é o verdadeiro discípulo: o que ouve Jesus, O segue e, depois, O a
­ nuncia.”

Etapa 4
Duração: 3 min.
O catequista recorda a primeira catequese do ano e o nome dos sacramentos que foram
trabalhados, relembrando que estes se dividem em grupos:
ƒƒSacramentos da Iniciação: Batismo, Confirmação, Eucaristia
ƒƒSacramentos de Cura: Penitência e da Reconciliação, Unção dos Enfermos
ƒƒSacramentos do Serviço: Ordem e Matrimónio
Depois, pede aos catequizandos que, tendo em conta a passagem lida, sobretudo a res-
posta que Jesus deu a Simão, indiquem de que sacramento vamos falar.

Etapa 5
Duração: 5 min.
Para melhor explicar o Serviço da Ordem, o catequista projeta o vídeo “A ordem”.
Guião do vídeo “A ordem”
A Igreja que somos, o povo de Deus, nasce do chamamento de Jesus.
Foi Ele Quem nos batizou, Quem fez de nós filhos de Deus e nos deu o Espírito Santo.
Jesus é o nosso sacerdote, o único mediador entre Deus e a humanidade.
E cada um de nós, os cristãos, participa desse sacerdócio de Cristo.
Toda a Igreja é um povo sacerdotal, mas algumas pessoas são chamadas a um serviço
especial: são os bispos, os padres e os diáconos.
Foi Jesus que chamou os seus colaboradores. Vem e segue-me. Farei de vós pescadores de
homens. E eles, deixaram tudo e seguiram Jesus.
Ainda hoje Jesus continua a chamar. Ele procura corações disponíveis a segui-lo para fazer
deles seus apóstolos no meio das pessoas de hoje.

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Jesus teve muito cuidado ao escolher os doze apóstolos. Foi ao monte rezar, reuniu todos
os discípulos e chamou doze para estarem sempre com Ele e para os enviar em missão.
Os sucessores dos apóstolos são os bispos. Colaboram com Jesus anunciando o evangelho
e guiando o povo de Deus. O sucessor de Pedro é o Papa, o bispo de Roma. Os primeiros
apóstolos impuseram as mãos aos seus sucessores. Através da imposição das mãos, Deus
comunica o seu Espírito no sacramento da ordem.
Este sacramento da ordem é sempre conferido por um bispo: a outros bispos, aos padres
e aos diáconos.
Os diáconos são homens, casados ou solteiros, chamados a anunciar com coragem a pala-
vra de Jesus e a servir na alegria e na caridade aos mais pobres.
Os padres, os presbíteros são os colaboradores do bispo. Ao serem ordenados colocam as
mãos entre as mãos do bispo. É um sinal de lealdade e obediência.
É Deus que age no sacramento. Por isso, aqueles que vão ser ordenados deitam-se no
chão em sinal de adoração. Reconhecem a sua fraqueza e dispõem-se a receber o dom do
Espírito.
A seguir, em silêncio, o bispo impõe as mãos sobre o novo padre. É assim que o Espírito
Santo desce e transforma aquele homem num sacerdote de Cristo.
O bispo vai ungir as mãos do novo sacerdote. “O Senhor Jesus Cristo, a Quem o Pai ungiu
pelo Espírito Santo e seu poder, te guarde para santificares o povo cristão e ofereceres a
Deus o sacrifício.”
O bispo entrega ao novo sacerdote a patena e o cálice para celebrar a Eucaristia: “Recebe
a oferenda do povo santo para a apresentares a Deus. Toma consciência do que virás a
fazer; imita o que virás a realizar, e conforma a tua vida com o mistério da cruz do Senhor.”
O sacerdote é o homem da Eucaristia. Ele vai repetir, em nome de Jesus, os gestos e as
palavras da Última Ceia.
A sua missão é dar Jesus aos outros. Com os sacramentos, com a palavra, com o exemplo.
Ele está chamado a ser testemunha e presença de Jesus ressuscitado no meio do seu povo.

Etapa 6
Duração: 5 min.
O catequista convida a dialogar sobre o vídeo e os seus conteúdos. Eis algumas questões
que podem orientar o diálogo:
ƒƒAlgum de vós já assistiu a alguma ordenação?
ƒƒQuais os gestos que são usados na ordenação?
ƒƒO que significam esses gestos?

67
Expressão de fé
Atividade: Vem e segue-me
Duração: 17 min.

Preparação
Em cima da mesa estão a toalha e a rede da primeira atividade. Está também uma imagem
de Jesus (cartaz nº 10) e, junto a ela, uma tira de papel com a frase «Não tenhas receio; de
futuro, serás pescador de homens.»

Etapa 1
Duração: 3 min.
O catequista pede aos participantes que escolham um dos peixes que estão na rede (da pri-
meira atividade da catequese) e que escrevam o seu nome na parte da frente.
Depois, diz: “Tal como fez com Simão e com os restantes apóstolos, Jesus convida-nos a
segui-lo. Vamos, pois, aceitar o seu convite.” Quando os catequizandos ouvirem o seu nome,
deverão dizer “Estou aqui, Jesus” e colocar o seu peixe à volta de Jesus.

Etapa 2
Duração: 5 min.
Os participantes são convidados a abrirem o livro do catequizando, página 25, para acom-
panhar o canto “Duc in altum” (que quer dizer “faz-te ao largo”):
Canto “Duc in altum”
(Original: N’Ele, Tarcizio Morais, Ed. Salesianas)

Do mar salgado dos teus olhos


Caem lágrimas, certezas
De um mundo sem memórias
Há oceanos de ternura
Vida e luz de um novo cosmos
Pulsar de nova humanidade
Abraçar de uma vez o amor

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Deixar os ódios naufragar
Construir unidade e paz
Que Cristo veio anunciar
Duc in altum, duc in altum
Verdade e vida és tu Senhor
Partir de Cristo na aventura de ser
Orar a vida santidade a viver,
Rumo ao espaço da história, na memória,
Do evangelho a acontecer em ti
Acontecer em ti
Do mar profundo dos teus sonhos
Vejo a cor e a esperança de um milénio novo
De mãos dadas conseguimos
Mudar todo o instante de lágrimas vazias
Abraçar de uma vez o amor
Deixar os ódios naufragar
Construir unidade e paz
Que Cristo veio anunciar

Etapa 3
Duração: 6 min.
O catequista entrega uma folha de papel a cada catequizando e pede-lhes que façam o
contorno do seu pé. Depois de recortar o contorno que fizeram, escrevem, de um lado,
“deixaram tudo e seguiram Jesus” e, do outro, o que significa para eles seguir Jesus.

Etapa 4
Duração: 3 min.
Os participantes são convidados a abrir o livro do catequizando, página 24, e a rezar a
oração “Vem e segue-me” em dois coros.
Oração “Vem e Segue-me”

Coro 1: Senhor Jesus, bom pastor,


obrigado pelo teu convite:
“Vem e segue-me!”
Dá-nos sabedoria
para ver o caminho,
e generosidade para seguir a tua voz!
Coro 2: Senhor Jesus, sacerdote eterno,
obrigado pelos nossos bispos, padres e diáconos.
Dá a todos entusiasmo por Te seguirem
e coragem para anunciarem o teu Evangelho.
Coro 1: Senhor Jesus, amado pelo Pai.
Dá generosidade a muitos jovens para Te seguirem.
Sustenta a fidelidade dos nossos sacerdotes.
Coro 2: Jesus, senhor da Messe e pastor do rebanho,
Chama-nos para o serviço do teu povo.
Maria, Mãe da Igreja, modelo dos servidores do Evangelho,
Ajuda-nos a responder: “SIM”.
Amén.

69
Perdoados
e amados
por Jesus

71
C 7 Para o Catequista
Apresentação
A confissão é dizer com fé que o amor e o perdão de Deus manifestado em Jesus é muito maior do
que o nosso pecado.

Objetivos
ƒƒLigar o sacramento da reconciliação à prática de Jesus.
ƒƒAumentar o apreço pela confissão.

Conteúdos
ƒƒConceitos:
yy O pecado prende-nos
yy Deus é misericordioso e oferece-nos o seu perdão
yy Momentos do processo penitencial
yy As várias experiências associadas a este sacramento
ƒƒProcedimentos:
yy Recordar o ato de contrição
ƒƒAtitudes:
yy Superar o respeito humano face ao sacramento da reconciliação

Material
ƒƒComputador, projetor multimédia, colunas
ƒƒ1 pedra por participante
ƒƒVídeo “Fazer as pazes com Deus” (disponível na pen multimédia)
ƒƒCartaz nº 06 (disponível na pasta de apoio)
ƒƒ1 manta (ou 1 almofada por participante)
ƒƒ1 cópia do ficheiro “Eu e Jesus” impresso em A4 por participante
ƒƒ1 caneta por participante
ƒƒCanto “Ato de contrição” (disponível na pen multimédia)
ƒƒ1 Vela grande

Esquema
Experiência humana Atividade: As pedras que guardamos 15’ **

Anúncio da Palavra Atividade: A primeira pedra 25’ ***

Expressão de fé Atividade: A alegria de viver o perdão 20’ ***

72
Do Catecismo
1446. Cristo instituiu o sacramento da Penitência para todos os membros pecadores da
sua Igreja, antes de mais para aqueles que, depois do Batismo, caíram em pecado grave e
assim perderam a graça batismal e feriram a comunhão eclesial. É a eles que o sacramento
da Penitência oferece uma nova possibilidade de se converterem e de ­reencontrarem a
graça da justificação. Os Padres da Igreja apresentam este sacramento como «a segunda
tábua (de salvação), depois do naufrágio que é a perda da graça».

Síntese de conteúdos
O perdão de Deus é maior do que o nosso egoísmo, o nosso pecado. Na vida cristã expe-
rimentamos isso de muitas maneiras. Uma delas, onde Jesus está presente sacramental-
mente, é o sacramento da penitência.

Jesus: perdoar em nome de Deus


Jesus veio até nós e inaugurou o Reino, para tornar concreto o plano de Deus sobre a
humanidade e a criação. E diante de tudo o que nega esse Reino, Jesus faz acontecer novos
caminhos. Também diante do pecado.
A humanidade é oprimida e alienada por muitas coisas: doenças, injustiças, miséria. Mas
também pelo pecado, pelas escolhas erradas que nos afastaram dos caminhos de Deus
e da nossa verdade mais profunda. Jesus tem a ousadia de dizer que, com Ele, é possível
experimentar o perdão dos pecados. Com Jesus torna-se possível sermos libertados da
culpa, da vergonha. O perdão que Ele nos oferece em nome de Deus tem poder para nos
curar por dentro.

Os lugares do perdão
Muitas foram as ocasiões em que Jesus falou do perdão generoso de Deus e fez acontecer
esse perdão. Esse perdão não só liberta dos erros do passado, mas cria um futuro novo.
Faz-nos abrir o coração ao amor criativo de Deus e traz novo sabor à vida. Quando Deus
nos perdoa, a nossa vida vai-se tornando mais parecida com o que Deus sonha para cada
um de nós.
Jesus pediu à sua Igreja que continuasse esta sua tarefa. E a Igreja faz isso de muitas manei-
ras. No jejum, na esmola e na oração. E também nos sacramentos. No Batismo que perdoa
todos os pecados. Na Eucaristia que reconcilia os homens com Deus e entre si. Na unção dos
doentes onde se oferece a força para enfrentar a doença e o perdão dos p ­ ecados.

Um sacramento de cura
É no sacramento da reconciliação que “os fiéis obtêm da misericórdia de Deus o perdão das
ofensas que fizeram ao Senhor e, ao mesmo tempo, se reconciliam com a Igreja” (LG 11).
Felizmente, vamos superando os preconceitos que reduziam este sacramento ao contar os
segredos pessoais a um funcionário.
A velha fórmula do ato de contrição ajuda-nos a perceber o que está em causa. “Meu
Deus, porque sois tão bom, tenho muita pena de Vos ter ofendido; Ajudai-me a não tornar
a pecar”. Este sacramento é uma confissão, uma afirmação de fé. Proclamamos que Deus
e a sua ternura são imensos, são maiores até do que o nosso pecado. Só depois vem a
afirmação do nosso arrependimento. Reconhecemos que o nosso pecado (feito contra nós
mesmos ou contra os outros) estraga a relação com Deus. Por fim, com confiança, pedimos
a ajuda de Deus para não cair de novo.

73
Para cresceres
Vives este sacramento não só como purificação, mas como um crescimento?

C 7 Desenvolvimento
Descobrir que Jesus está perto e tem poder e vontade de curar as nossas feridas interiores é,
­realmente, uma boa e alegre notícia.

Experiência Humana
Atividade: As pedras que guardamos
Duração: 15 min.

Etapa 1
Duração: 5 min.
O catequista entrega uma pedra a cada catequizando. Explica que aquela pedra lhes foi
atirada por alguém com maldade e que eles decidiram guardá-la para a devolverem assim
que tiverem oportunidade (cá se fazem, cá se pagam!). Os catequizandos deverão ficar com a
pedra nas mãos, não a podendo deixar cair nem passar de uma mão para a outra.
De seguida, o catequista pede aos participantes que realizem as seguintes tarefas, relem-
brando-lhes que não deverão deixar cair a pedra:
ƒƒImaginar que estão a sair da cama e a vestir-se;
ƒƒImaginar que estão a fazer um trabalho no computador;
ƒƒBater palmas;
ƒƒFazer um círculo e dar as mãos.

Etapa 2
Duração:5 min.
Dando lugar a um pequeno momento de diálogo, o catequista coloca as seguintes ­questões:
ƒƒAlgum de vós se sentiu incomodado ao realizar as tarefas propostas, tendo a pedra
na mão? Porquê?
ƒƒNão teria sido melhor realizá-las com as mãos livres?
ƒƒE se a pessoa que vos atirou a pedra nunca mais aparecer?

Etapa 3
Duração: 5 min.
O catequista pede aos catequizandos que realizem as duas últimas tarefas da primeira
etapa, desta feita sem a pedra na mão. No final, pede-lhes que indiquem as principais dife-
renças entre realizar as tarefas propostas com e sem pedra.
O catequista conclui: “É bem melhor ter as mãos livres. Mas como é que a gente se conse-
gue ver livre destas pedras?”

74
Anúncio da Palavra
Atividade: A primeira pedra
Duração: 25 min.

Etapa 1
Duração: 3 min.
O catequista pede aos participantes que abram as bíblias em João 8, 1-11 e convida um
voluntário a ler a passagem.
Jesus foi para o Monte das Oliveiras. De madrugada, voltou outra vez
para o templo e todo o povo vinha ter com Ele. Jesus sentou-se e
pôs-se a ensinar. Então, os doutores da Lei e os fariseus trouxeram-
lhe certa mulher apanhada em adultério, colocaram-na no meio e dis-
seram-lhe: «Mestre, esta mulher foi apanhada a pecar em flagrante
adultério. Moisés, na Lei, mandou-nos matar à pedrada tais mulheres.
E Tu que dizes?» Faziam-lhe esta pergunta para o fazerem cair numa
armadilha e terem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se para o
chão, pôs-se a escrever com o dedo na terra. Como insistissem em
­interrogá-lo, ergueu-se e disse-lhes: «Quem de vós estiver sem pecado
atire-lhe a primeira pedra!» E, inclinando-se novamente para o chão,
continuou a escrever na terra. Ao ouvirem isto, foram saindo um a um,
a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus e a mulher que estava
no meio deles. Então, Jesus ergueu-se e perguntou-lhe: «Mulher, onde
estão eles? Ninguém te condenou?» Ela respondeu: «Ninguém, Senhor.»
Disse-lhe Jesus: «Também Eu não te condeno. Vai e de agora em diante
não tornes a pecar.»

Etapa 2
Duração: 4 min.
O catequista divide os catequizandos em quatro grupos. Consultando o texto lido nas suas
bíblias, devem preencher os balões da banda desenhada que está no livro do catequi-
zando, páginas 28-29.

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Etapa 3
Duração: 5 min.
O catequista inicia um momento de diálogo, a partir das seguintes questões:
ƒƒQue acusação fazem os fariseus a esta mulher?
ƒƒPor que motivo(s) os fariseus se vão embora?
ƒƒComo reage Jesus perante a mulher adúltera?
ƒƒQue relação há entre este episódio e a atividade “As pedras que guardamos”?

Etapa 4
Duração: 8 min.
Com estas ou outras palavras, o catequista introduz o sacramento da reconciliação: “Hoje,
também nós podemos fazer experiência do perdão de Jesus. Onde? No sacramento da
reconciliação.” E convida a ver o vídeo “Fazer as pazes com Deus”
Guião do vídeo: Fazer as pazes com Deus
Uma das tarefas de Jesus era ajudar as pessoas a fazer as pazes com Deus.
Jesus contou a parábola do filho pródigo que se afastou e voltou à casa do pai. Falou da
ovelha que se perdeu e da generosidade de Deus que vai à procura dela. Perdoou a mulher
apanhada em adultério e convidava toda a gente a procurar o perdão de Deus.
Uma das formas de ser perdoado por Deus é o sacramento da confissão.
Às vezes pecamos. Isto é, fazemos coisas que nos tornam infelizes, que magoam os outros,
que viram as costas a Deus.
Mas Deus não quer que a gente fique assim, com as mãos e o coração presos por causa dos
nossos pecados. E oferece-nos este sacramento para nos libertar dos pecados e devolver
paz ao nosso coração.
Este sacramento tem muitos nomes.
É o sacramento da conversão. Deus ajuda-te a mudar de vida, a deixares para trás o pecado
e o mal.
É o sacramento da confissão. Tu dizes os teus pecados ao sacerdote e a tua consciência
fica limpa e em paz.
É o sacramento do perdão. Porque Deus perdoa os teus pecados.
É o sacramento da penitência. Tu esforças-te por endireitar a tua vida, por corrigir o mal
que fizeste.
É o sacramento da reconciliação. Este sacramento faz as pazes entre ti e Deus.
Mas, às vezes, não nos apetece mudar de vida nem pedir o perdão de Deus.
Porquê confessar-se?
Porque o mal deixa o nosso coração triste.
Porque Jesus quer estar connosco para nos dar o seu perdão e a sua força.
Para fazermos as pazes com Deus, com a Igreja e connosco mesmos.
É fácil confessar-se. São 5 pequenos passos.
1. Faz o teu exame de consciência. Pensa no que tens feito. Repara nos teus gestos
que magoam os outros, que não são dignos de um amigo de Jesus.
2. Arrepende-te de teres ofendido a Deus. Quando tratamos mal alguém que nos ama,
ficamos arrependidos. Sucede a mesma coisa quando ofendemos a Deus.
3. Decide emendar-te. Além de estar arrependido, estás com vontade de mudar. Toma
a decisão forte de não voltares a pecar.

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4. Confessa os teus pecados ao sacerdote. Vai ter com o sacerdote. Ele faz as vezes
de Jesus. Em nome de Jesus, ele vai perdoar os teus pecados.
5. Penitência. O sacerdote indica-te algumas coisas a fazer para emendares os teus
caminhos.
Tens coragem para receber o perdão que Jesus te oferece?

Etapa 5
Duração: 5 min.
O catequista convida o grupo a resumir o que foi dito no vídeo. Depois, para facilitar a cla-
reza de ideias lança algumas perguntas mais dirigidas:
ƒƒQuais os diferentes nomes que tem este sacramento de cura?
ƒƒQuais os cinco passos para fazer uma confissão bem feita?

Expressão de fé
Atividade: A alegria de viver o perdão
Duração: 20 min.

Preparação
O catequista coloca no chão uma manta ou espalha
almofadas (uma por participante). No centro, deverá
estar o cartaz nº 06 (Jesus com a mulher pecadora)
e uma vela junto a ele.

Etapa 1
Duração: 5 min.
O catequista pede aos catequizandos que se sentem no chão e em semicírculo. Estamos
sentados no chão, como a mulher que Jesus perdoou.
Depois, dá-lhes uma cópia em papel do ficheiro “Eu e Jesus” e as pedras que usaram no início
da catequese. Pede-lhes que amassem a folha em volta da pedra o mais que puderem. Quando
tiverem amassado a sua folha, os participantes devem colocá-la no chão e à sua frente.
O catequista pergunta: “O que pode, para ti, representar esta pedra com o papel amarro-
tado que tens à tua frente? Já vimos como esta pedra nos atrapalha quando queremos

77
fazer qualquer coisa. Já vimos como homens de coração duro queriam apedrejar aquela
mulher… O que pode ela representar?”
O catequista deixa-os exprimirem-se livremente.

Etapa 2
Duração: 3 min.
De seguida, o catequista pede que voltem a pegar na folha que amassaram e que tentem
fazer com que esta recupere a sua forma original. Após alguns segundos, pergunta: “Con-
seguiste que a tua folha recuperasse a sua forma original? Porquê?”. Depois de ouvir as
respostas que os participantes forem dando, acrescenta: “Tal como aconteceu com a tua
folha, também na tua vida deixas marcas com as tuas atitudes. Algumas dessas marcas
ficam gravadas no coração daqueles que ofendemos. Por exemplo, quando ofendemos
alguém com as nossas palavras ou com as nossas ações, essa pessoa fica triste e grava no
coração esta ofensa. É como se fosse uma marca no papel que amassamos.”

Etapa 3
Duração: 7 min.
O catequista explica aos catequizandos que está na hora de deixarmos marcas positivas no
coração dos outros. Para isso, e em silêncio, os participantes deverão pensar nas ofensas
que fizeram a alguém ultimamente e, na folha que amassaram, apresentar um pedido de
perdão a essa(s) pessoa(s).
A seguir, o catequista convida-os a escrever, junto à imagem de Jesus, o ato de contrição:
Meu Deus porque sois tão bom
Tenho muita pena de Vos ter ofendido
Ajudai-me a não
tornar a pecar.
No final, podem cantar essa oração.

78
Doentes,
mas amados

79
C 8 Para o Catequista
Apresentação
O sacramento da unção dos doentes é um gesto de fé. Deus faz-nos experimentar como a nossa
relação com Ele é mais forte do que a doença. E o óleo com que ungimos o doente, fá-lo mais pare-
cido com Cristo, o ungido.

Objetivos
ƒƒRelacionar o sacramento da unção dos doentes com a prática de Jesus.
ƒƒApreciar a presença de Deus, mesmo nos momentos de dor.

Conteúdos
ƒƒConceitos:
yy Deus quer vida plena e feliz para todos
yy A atitude de Jesus para com os doentes
yy A unção dos doentes continua a ação bondosa e curativa de Jesus
ƒƒProcedimentos:
yy Identificar situações de sofrimento pessoal
yy Oração de petição por situações concretas de dor
ƒƒAtitudes:
yy Tomar consciência do significado da doença
yy Reconhecer a presença amorosa de Jesus mesmo na dor e na doença
yy Superar o tabu contra o sofrimento e a dor

Material
ƒƒComputador, projetor multimédia, colunas
ƒƒCanção “Eu tinha um tique” (disponível na pen multimédia)
ƒƒCartaz nº 07 (disponível na pasta de apoio)
ƒƒVídeo “Ungidos” (disponível na pen multimédia)
ƒƒUma cópia do documento “Hospital da Esperança” para cada grupo (pdf disponível no site de apoio
ligacoes.net)
ƒƒFolhas A5
ƒƒFolhas brancas A4 (uma por participante)
ƒƒMaterial para escrever e desenhar
ƒƒMúsica de fundo - fundo03 (disponível na pen multimédia)

80
Esquema
Atividade: Eu tinha um tique 6’ **
Experiência humana
Atividade: Hospital da Esperança 14’ ***

Anúncio da Palavra Atividade: A fé que salva os doentes 22’ ****

Expressão de fé Atividade: Jesus, o meu cuidador 18’ ***

Do Catecismo
1503. A compaixão de Cristo para com os doentes e as suas numerosas curas de enfermos
de toda a espécie são um sinal claro de que «Deus visitou o seu povo» e de que o Reino de
Deus está próximo. Jesus tem poder não somente para curar, mas também para perdoar
os pecados: veio curar o homem na sua totalidade, alma e corpo. É o médico de que os
doentes precisam. A sua compaixão para com todos os que sofrem vai ao ponto de identifi-
car-Se com eles: «Estive doente e visitastes-Me» (Mt 25, 36). O seu amor de predileção para
com os enfermos não cessou, ao longo dos séculos, de despertar a atenção particular dos
cristãos para aqueles que sofrem no corpo ou na alma. Ele está na origem de incansáveis
esforços para os aliviar.

Síntese de conteúdos
O sacramento da unção dos doentes é, talvez, o mais desconhecido de todos os sete.
E é pena porque os nossos corpos e os nossos corações continuam a ser assaltados por
doenças e sofrimentos. E Jesus, neste sacramento, quer estar perto de nós para nos curar
e consolar com a sua presença.

Um sacramento desconhecido
Somos uma sociedade fascinada com a técnica. Estar doente é uma “anormalidade”.
Quando dois amigos se encontram, o primeiro pergunta: “Tudo bem?” E a resposta obriga-
tória é “Tudo bem, claro!” E se algo não está bem, há um batalhão de médicos, de com-
primidos, de terapeutas, de psicólogos que tentam resolver tudo. O que é que a fé poderia
­acrescentar?
Além disso, durante séculos, este sacramento só era celebrado quando a pessoa estava
moribunda. E as pessoas começaram a associar este sacramento à morte mais do que à
cura e à vida.

Superar a mentira da doença


A doença, a dor, o sofrimento… são reais. São situações que nos ajudam a procurar mais
profundidade nas nossas vidas. Mas tendem a distorcer a maneira como nos vemos a nós
mesmos e como encaramos a vida. Quando estamos doentes parece que não vemos mais
nada. A vida, a pessoa, reduz-se à doença, à dor. Tudo o resto perde nitidez. Este sacra-
mento, pela ação de Deus, permite contrariar isso. No amor libertador de Deus, descobri-
mos que estamos doentes, não somos doentes. Somos sempre filhos amados de Deus!

Jesus e os doentes
Jesus é mestre no trato com os doentes. Não teve medo de estar perto dos doentes e
dos que sofrem. Pôs ao seu serviço tudo o que tinha e tudo o que era. Curou todo o tipo

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de doenças, ressuscitou os mortos e deu esse poder aos seus discípulos: “proclamai que
o Reino do Céu está perto. Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos,
expulsai os demónios. Recebestes de graça, dai de graça” (Mt 10, 7-8). Com esta atenção
aos doentes, Jesus demonstra que o Reino de Deus já está a acontecer, porque a doença e
a morte já podem ser vencidas.
Os apóstolos, seguindo a missão de Jesus, “ungiam com óleo a muitos doentes e c­ urava-nos”
(Mc 6, 13). Levavam a sério a missão que Jesus lhes tinha deixado: “hão-de impor as mãos
aos doentes e eles ficarão curados” (Mc 16, 18).

Ungir os doentes com Cristo, mais do que com óleo


As necessidades materiais e técnicas dos doentes estão, quase sempre, bem atendidas.
Este sacramento quer “fazer” outras coisas. Faz o doente experimentar de novo que a
sua identidade profunda está em Jesus. Jesus tem o título de “Cristo”, o ungido. Ao ungir
o doente com óleo celebramos e recordamos que o nosso estar em Cristo é mais forte e
mais real do que a doença e a dor. Por outro lado, este sacramento tira-nos do isolamento.
Em Igreja, o doente experimenta de novo a companhia e a esperança. E, finalmente, este
sacramento concede-nos a cura interior, o perdão dos pecados.

Para cresceres
Quando estás doente ou em sofrimento, que lugar dás a Cristo? Já tentaste ouvir a sua
voz nesses momentos? Experimenta e vais ver como a confiança se torna mais forte que
o desânimo ou o desespero.

C 8 Desenvolvimento
De uma maneira divertida, os catequizandos vão poder descobrir que, até na dor, Jesus está pre-
sente e nos enche a vida de confiança.

Experiência Humana
Atividade: Eu tinha um tique
Duração: 6 min.

A sala deve estar desimpedida (arrumar as cadeiras num canto).


O catequista pede aos participantes que formem um semicírculo, deixando uma distância
de um braço esticado entre cada um. O catequista está de frente para todos. Explica que
todos devem repetir o que ele disser e fizer. Para perceber o ritmo, o catequista consulta o
ficheiro audio “Eu tinha um tique”. Depois, dá início ao bans, seguindo os seguintes passos:
O catequista canta um verso de cada vez (ver tabela), marcando o ritmo com o estalar dos
dedos;
Os catequizandos reproduzem os versos e os gestos do catequista (ver tabela);
Depois de cantar o verso “Faça assim”, o catequista introduz, de cada vez que repete o
bans, um movimento novo. Os catequizandos devem imitar o catequista. Sugestões:

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ƒƒRodar uma das mãos (sempre estalando os dedos);
ƒƒRodar a outra mão (continuando sempre com os movimentos anteriores);
ƒƒRodar uma das pernas;
ƒƒRodar a outra perna;
ƒƒRodar o pescoço;
ƒƒRodar a anca.
Catequista Catequizandos
Eu tinha um tique Eu tinha um tique
Fui ao doutor Fui ao doutor
Que me disse Que me disse
Não faça capricho Não faça capricho
A
Faça assim Faça assim
O bans prossegue com grau crescente de dificuldade.

Atividade: O hospital da Esperança


Duração: 14 min.

Etapa 1
Duração: 6 min.
O catequista distribui os participantes em grupos de quatro elementos. Dentro de cada
grupo devem escolher o seu papel: um será o paciente, outro o pai ou a mãe do paciente,
outro o médico e outro o enfermeiro. Se algum grupo tiver mais de quatro elementos,
os catequizandos deverão assumir o papel de personagens associadas a um hospital ou a
familiares do paciente.
O catequista entrega uma folha A5 e uma caneta a cada grupo e explica que os grupos
deverão preparar uma cena em que um paciente se dirige às urgências do hospital da sua
residência. Quando chegar ao hospital, vai ser feita a triagem por um enfermeiro e, depois,
será atendido por um médico, que lhe dará uma receita milagrosa. Para ajudar os partici-
pantes, o catequista entrega um documento - “Hospital da Esperança” - com as instruções
para cada grupo.

Hospital da Esperança
Instruções versão A:
1. O paciente dirige-se ao hospital e entra na sala de triagem;
2. O enfermeiro pergunta ao paciente quais são os seus sintomas;
3. O paciente queixa-se de dores de estômago e diz que passou toda a noite a vomitar;
4. O enfermeiro faz algumas perguntas ao paciente (ex. o que comeu nas últimas
horas, etc), regista os sintomas numa folha e vai entregá-la ao médico, que se
encontra noutra sala;
5. O médico chama o paciente, ausculta-o, explica-lhe o que deve fazer para melhorar
e dá-lhe uma receita. ATENÇÃO: na receita, o médico só pode escrever conselhos
(ex. comer de forma saudável, etc)

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Instruções versão B:
1. O paciente dirige-se ao hospital e entra na sala de triagem;
2. O enfermeiro pergunta ao paciente quais são os seus sintomas;
3. O paciente queixa-se de dores de cabeça e diz que temperatura alta;
4. O enfermeiro mede a temperatura do paciente, faz-lhe algumas perguntas (ex. se tem
dormido 8 horas, etc), regista os sintomas numa folha e vai entregá-la ao médico,
que se encontra noutra sala;
5. O médico chama o paciente, ausculta-o, explica-lhe o que deve fazer para melhorar
e dá-lhe uma receita. ATENÇÃO: na receita, o médico só pode escrever conselhos
(ex. ter uma boa rotina de sono, etc).

Etapa 2
Duração: 8 min.
À vez, os grupos apresentam a sua dramatização.

Anúncio da Palavra
Atividade: A fé que salva os doentes
Duração: 22 min.

Etapa 1
Duração: 4 min.
O catequista afixa o cartaz nº 07. Pede aos catequizandos que o descrevam e relacionem
com as atividades anteriores. O catequista deve ouvir as respostas dos participantes sem
se pronunciar. Eis algumas perguntas que ajudam a desbloquear o diálogo:
ƒƒQuem é o personagem que aparece no cartaz?
ƒƒO que é que Ele tem a ver com as dramatizações que fizemos?
ƒƒRecorda alguns dos gestos em que Jesus esteve com pessoas doentes. O que é que
Ele fazia?

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Etapa 2
Duração: 2 min.
O catequista pede aos participantes que abram as bíblias em Mt 8, 14-17 e convida um
voluntário a ler a passagem.
Entrando em casa de Pedro, Jesus viu que a sogra dele jazia no leito
com febre. Tocou-lhe na mão e a febre deixou-a. E ela, levantando-se,
pôs-se a servi-lo. Ao entardecer, apresentaram-lhe muitos possessos;
e Ele, com a sua palavra, expulsou os espíritos e curou todos os que
estavam doentes, para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta
Isaías: Ele tomou as nossas enfermidades e carregou as nossas dores.

Etapa 3
Duração: 3 min.
O catequista pede aos participantes que voltem a olhar para o cartaz afixado e que o rela-
cionem com a passagem bíblica acabada de ler.

Etapa 4
Duração: 3 min.
O catequista explica que os primeiros cristãos seguiram o exemplo de Jesus e cuidavam
com carinho dos doentes. Até tinham um sacramento de propósito para os doentes. Pede
aos participantes que voltem a abrir as suas bíblias, desta feita em Tiago 5, 14-15 e convida
um voluntário a ler a passagem.
Algum de vós está doente? Chame os presbíteros da Igreja e que estes
orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da
fé salvará o doente e o Senhor o aliviará; e, se tiver cometido pecados,
ser-lhe-ão perdoados.

Etapa 5
Duração: 5 min.
O catequista convida os participantes a visualizarem o vídeo “Ungidos”, que apresenta este
sacramento.
Guião do vídeo “Ungidos”
Gostamos da saúde, de correr, de rir.
Mas a vida também é feita de dor, de sofrimento, de doença. Às vezes, não temos nem for-
ças nem razões para rir ou estar felizes.
A medicina, a higiene, melhoraram muito a nossa vida. Mas continuamos a ficar doentes.
A sofrer no corpo e no coração.
Quando recordas o que Jesus fez durante a sua vida descobres como Ele Se compadecia
dos doentes. Jesus percorria as cidades e aldeias anunciando o amor de Deus que salva.
Ele passava fazendo o bem a todos. E as pessoas traziam os seus doentes até Jesus para
que Ele os curasse.
Jesus convidou os seus discípulos a fazerem o mesmo. A levar o consolo de Deus a todos
os que sofrem. E os apóstolos, animados pelo Espírito de Jesus, cuidavam dos doentes e
curavam-nos.
Ao longo da história da Igreja, os cristãos construíram hospitais e farmácias. Sem medo de
contágios, cuidaram dos infetados mesmo em tempos de peste.

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E celebram com esperança o sacramento da unção dos doentes. Já no tempo dos apóstolos
sabiam o que fazer quando um irmão ficava doente: rezavam por ele e ungiam-no com óleo.
O sacerdote impõe as mãos sobre o doente. Repete os gestos que Jesus fazia. Invoca-se a
proteção de Deus neste momento em que o cristão precisa mais de ajuda.
O sacerdote marca o doente na testa e nas mãos. O cristão que recebe a unção abre com
fé as mãos e o coração à ação amorosa de Deus que salva e perdoa.
A doença e a dor fazem-nos sofrer e são mentirosas. Quem sofre não vê mais nada. Os ami-
gos, a comida saborosa, os jogos… tudo perde o seu sabor. O nosso coração tende a ficar
ocupado com a dor e o sofrimento.
O sacramento da unção dos doentes recorda-nos que somos ungidos, isto é, que somos
marcados como Jesus Cristo, o ungido. Estamos doentes, estamos em dor, mas continua-
mos a ser filhos amados por Deus. Jesus está junto a nós, consola-nos e dá-nos esperança.
O Espírito Santo dá-nos força para sonhar e amar.
Este sacramento pede humildemente a Deus a cura do doente e a força. Mas também con-
serta o interior da pessoa. Ele perdoa os pecados e traz paz ao coração.

Etapa 6
Duração: 5 min.
O catequista convida, quem quiser, a partilhar:
ƒƒUma coisa nova que aprendeste ao ver o vídeo;
ƒƒUma coisa que não chegaste a compreender.
Sem se alongar, o catequista responde às dúvidas que apareçam.

Expressão de fé
Atividade: Jesus, o meu cuidador
Duração: 18 min.

Etapa 1
Duração: 10 min.
O catequista entrega um lápis e uma folha A4 a cada participante pedindo que criem uma
mala de médico da seguinte forma:
ƒƒNo exterior:
yydesenhar uma cruz de Cristo
yydecorar a gosto
ƒƒNo interior:
yyparte superior, escrever a passagem Tiago 5, 14-15;
yyparte inferior, escrever uma oração por um doente conhecido (sem citar o nome).
Nota: Se achar conveniente, o catequista deverá levar uma mala preparada para servir de
exemplo.

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Etapa 2
Duração: 5 min.
O catequista coloca música de fundo. Convida os catequizandos a colocarem-se numa ati-
tude de oração. No centro deste espaço de oração está o cartaz nº 07. Cada um pode ler
a sua oração.

Etapa 3
Duração: 3 min.
No final, pede que todos abram o livro do catequizando na página 33 para, em conjunto,
lerem esta oração:
Oração do doente
Deus da minha debilidade e da minha fortaleza,
da minha tristeza e da minha alegria,
da minha solidão e companhia,
da minha incerteza e esperança.
Na noite da minha doença
entrego-me nas tuas mãos de Pai.
Ilumina esta escuridão
com um raio da tua luz.
Abre uma fenda na minha esperança.
Enche com a tua Presença a minha solidão.
Senhor, que o sofrimento não me derrote,
para que também agora
sinta o alívio do teu Amor
e agradeça a generosidade
de todos os que sofrem comigo.

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O jogo dos
sacramentos

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C 9 Para o Catequista
Apresentação
Ocupamos esta catequese com um jogo. É uma maneira divertida de promover uma síntese sobre
os sete sacramentos.

Objetivos
ƒƒConseguir uma visão integrada dos sacramentos.

Conteúdos
ƒƒConceitos:
yy Os 7 sacramentos manifestam a presença de Jesus.
ƒƒProcedimentos:
yy Jogo
ƒƒAtitudes:
yy Crescer em apreço pela presença de Deus em cada um dos sacramentos

Material
ƒƒMesa grande onde todos os participantes possam estar à volta
ƒƒTabuleiro (Cartaz 08) “O Jogo dos Sacramentos” (disponível na pasta de apoio)
ƒƒPinos: 4 círculos, numerados de 1 a 4, em cartão
ƒƒ1 dado
ƒƒMaterial para as tarefas: cada tarefa tem a sua lista própria.
ƒƒFicheiro “Selos dos sacramentos” (disponível no site de apoio ligacoes.net)
ƒƒAutocolantes “Selos dos sacramentos”
ƒƒLista de perguntas (ficheiro “Perguntas” disponível no site de apoio ligacoes.net)
ƒƒCanto “A tua promessa” (disponível na pen multimédia)
ƒƒComputador, colunas.

Do Catecismo
1210. Os sacramentos da nova Lei foram instituídos por Cristo e são em número de
sete, a saber: o Batismo, a Confirmação, a Eucaristia, a Penitência, a Unção dos Enfer-
mos, a Ordem e o Matrimónio. Os sete sacramentos tocam todas as etapas e momentos
­importantes da vida do cristão: outorgam nascimento e crescimento, cura e missão à vida
de fé dos c­ ristãos. Há aqui uma certa semelhança entre as etapas da vida natural e as da
vida espiritual

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Síntese de conteúdos
O núcleo desta catequese é o jogo dos sacramentos. Depois de termos descoberto um
pouco mais sobre cada sacramento, hoje os catequizandos vão procurar uma visão global.

Sete magníficos
Os sete sacramentos da Igreja nascem de duas fontes: a vida e ministério de Jesus, por
um lado, e a tradição viva da Igreja, por outro. Foi pela sabedoria, ensino e prática da Igreja
que, ao longo dos séculos, a comunidade dos crentes, guiada pelo Espírito Santo, tem sido
fortalecida com estes sete sacramentos.
À medida que a Igreja crescia em compreensão do que Deus tinha revelado na vida e Pala-
vra de Jesus, os cristãos reconheceram sete formas pelas quais a graça de Deus estava
presente e ativa na vida dos crentes e da comunidade:
ƒƒRenascemos para uma vida nova e tornamo-nos filhos amados de Deus;
ƒƒSomos fortalecidos pelo Espírito Santo;
ƒƒTomamos parte da paixão, morte e ressurreição de Jesus;
ƒƒOs nossos pecados são perdoados;
ƒƒSomos amparados na doença;
ƒƒAlguns irmãos servem a comunidade num chamamento ao ministério;
ƒƒOutros irmãos e irmãs partilham o amor e a criação de vida nova no casamento.
Com o tempo, estes sete espaços de graça foram ritualizados naquilo a que chamamos os
sete sacramentos. Eles são “sinais eficazes da graça”. Isto é, quando eles são celebrados o
dom de Deus torna-se realmente presente.

Sacramentos de Cristo
Estes sete sacramentos ajudam-nos a descobrir que Cristo é que é o primeiro sacramento
de salvação. É n’Ele, acolhido em Igreja, que experimentamos o poder e o amor de Deus.
Com estes sete sacramentos recordamos a vida e a mensagem de Jesus. Com eles celebra-
mos de forma sempre nova a força da sua presença de Ressuscitado. Estes sete sacramen-
tos são também celebrações comunitárias da nossa pertença ao Corpo de Cristo. E eles
fazem isso de variadas formas.

Sacramentos da iniciação
Em conjunto, os sacramentos da iniciação (batismo, crisma, eucaristia) iniciam os novos
cristãos e ajudam toda a comunidade a recordar o Jesus histórico e a celebrar a sua pre-
sença de ressuscitado. As palavras e a água do batismo são sinais de morte e de vida: a
pessoa batizada morre simbolicamente para todo o mal e renasce em Cristo. Na confir-
mação, a unção com o crisma e as palavras do bispo conferem à pessoa a plenitude do
Espírito Santo. Na eucaristia, o batizado comunga com o corpo e o sangue de Jesus e
­compromete-se a viver à maneira de Jesus no seu quotidiano.

Sacramentos da cura
Jesus e a Igreja que quer seguir os seus passos, estava atento a todo o sofrimento: espi-
ritual, mental e físico. Jesus mostrou a sua misericórdia com a sua presença disponível,
com a cura das doenças e com o perdão dos pecados. A Igreja hoje, como o fez ao longo
dos séculos, é criativa na procura de formas novas e eficazes de estar presente servindo

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todos os que sofrem. Mas continua a reconhecer a força curativa e renovadora destes dois
sacramentos de cura: a unção dos doentes e a reconciliação.

Sacramentos do serviço
A vida cristã, como seguimento e imitação do estilo de vida de Jesus, é sempre uma voca-
ção ao serviço. Jesus chama-nos a viver partilhando o amor que recebemos de Deus com
outras pessoas concretas. Duas dessas vocações (o matrimónio e o ministério ordenado)
foram instituídas por Cristo e são um sacramento.

C 9 Desenvolvimento
Esta catequese é ocupada com um jogo de tabuleiro que pede uma série de outras atividades.
No fim, há um breve momento de oração. É uma catequese exigente para o catequista na sua pre-
paração. Há que definir bem quais as tarefas e as perguntas. Há algum m
­ aterial a reunir. Queremos
que seja um momento de festa e de energia. Pode ser útil ou necessário pedir ajuda a alguns cate-
quizandos mais velhos ou a alguns pais para enquadrar bem todas as atividades.

Atividade: O Jogo dos Sacramentos


Duração: 50 min.

Preparação
O catequista imprime o ficheiro “Selos dos sacramentos”. Se possível em papel autoco-
lante. Deve haver 7 “selos” para cada participante.
Preparar a lista das “tarefas”. Em baixo damos algumas sugestões. O catequista deve
­adaptar a sua lista ao grupo e ao espaço de que dispõe. Atenção ao material necessário.

Etapa 1
Duração: 5 min.
Com o tabuleiro em cima da mesa, o catequista distribui os participantes em 4 equipas,
entrega um pino a cada equipa e explica o objetivo e regras do jogo.

Objetivo do jogo:
Recolher os 7 selos e colocá-los na caderneta dos sacramentos (livro do catequizando,
página 38).

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Regras:
Cada equipa lança o dado. O resultado permitirá descobrir a ordem pela qual as equipas
devem jogar. A equipa com menor pontuação será a primeira, enquanto que a equipa com
maior pontuação será a última.
Se o catequista quiser ser mais “espiritual” pode convidar a ler Marcos 9, 33-35:
Chegaram a Cafarnaúm e, quando estavam em casa, Jesus perguntou:
«Que discutíeis pelo caminho?» Ficaram em silêncio porque, no cami-
nho, tinham discutido uns com os outros sobre qual deles era o maior.
Sentando-se, chamou os Doze e disse-lhes: «Se alguém quiser ser o
primeiro, há-de ser o último de todos e o servo de todos.»
Todas as equipas devem começar em PARTIDA;
As equipas podem jogar em qualquer direção;
Ganha a equipa que, depois de preencher a sua caderneta, terminar na casa CHEGADA em
primeiro lugar;
Sempre que pararem nestas casas (ver tabela abaixo):
Casa Imagem Regra

STOP Ficar uma vez sem jogar

Responder a uma pergunta. Se responder correta-


Pergunta mente, avança duas casas; se responder incorreta-
mente, retorna à casa PARTIDA

Tarefa Cumprir uma tarefa

Dado Lançar o dado mais uma vez

Baú Receber automaticamente um sacramento à escolha

Batismo Receber o selo associado a este sacramento

Confirmação Receber o selo associado a este sacramento

Eucaristia Receber o selo associado a este sacramento

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Penitência Receber o selo associado a este sacramento

Unção dos
Receber o selo associado a este sacramento
Enfermos

Ordem Receber o selo associado a este sacramento

Matrimónio Receber o selo associado a este sacramento

O catequista procura que todos os elementos da equipa participem no jogo ativamente.

Etapa 2
Duração: 45 min.
Dá-se início ao jogo.
As tarefas são explicadas quando algum grupo parar na casa Tarefa:
Tarefas (sugestões)

1. Conduzir um pneu
Material: um pneu e dois paus
Descrição da tarefa: Um dos elementos da equipa terá de conduzir o pneu de uma
ponta à outra da sala; os pneus só podem ser conduzidos com os paus. O jogador
terá de começar a tarefa de novo sempre que usar as mãos ou outra coisa que não
os paus.

2. Transportar uma batata


Material: duas colheres e duas batatas
Descrição da tarefa: Individualmente, os elementos da equipa terão de transportar
uma batata; essa batata terá de ser transportada numa colher que estará segura pela
boca; sempre que a batata cair, o jogador recomeça a tarefa do ponto inicial; a tarefa
só termina quando todos os elementos tiverem percorrido o percurso ­assinalado pelo
catequista sem deixar cair a batata.

3. Correr dentro de sacos


Material: vários sacos
Descrição da tarefa: Todos os elementos da equipa terão de entrar para dentro do
saco e correr em direção à ponta oposta da sala; sempre que um e
­ lemento cair, esse
elemento terá de recomeçar do ponto de partida.

4. Desenhar às cegas
Material: fotografia, folha, caneta e venda
Descrição da tarefa: Um dos elementos da equipa irá ver uma imagem; depois, irá ser
vendado e terá de reproduzir no papel o que viu; a tarefa só termina quando o resto
da equipa adivinhar o que o colega viu e desenhou.

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5. Derrubar pinos (bowling)
Material: uma bola e seis garrafas com areia
Preparação: com fita-cola, traçar uma linha no chão e, a cerca de 1,5m, colocar as
seis garrafas no chão
Descrição da tarefa: À vez, os elementos da equipa lançam a bola para derrubar as
seis garrafas; a tarefa termina quando todas as garrafas tiverem sido derrubadas.

6. Saltar à corda
Material: uma corda
Descrição da tarefa: A equipa decide que elementos ficam a segurar a corda e que
elemento terá de saltar. O elemento que for escolhido para saltar terá de fazê-lo
sem pisar, tropeçar ou falhar a corda durante 30 segundos.

7. Corrida a três pés


Material: duas cordas
Descrição da tarefa: A equipa divide-se em pares. Os elementos de cada par são
atados pelos tornozelos; ficam com três pés para fazer o percurso escolhido pelo
catequista. Quando os pares chegarem ao fim do percurso, acaba a tarefa.

8. Corrida em equipa (Ski Walker / Board Walk)


Material: duas tábuas com 1,80m de comprimento e 6 pedaços de corda.

Descrição da tarefa: Escolher 3 elementos da equipa que atam os pés às tábuas.


Depois, fazem o percurso escolhido pelo catequista. Se caírem, retomam desse ponto
até chegarem ao fim do percurso.

Atividade: Obrigado
Duração: 10 min.

O catequista convida todos a sentarem-se em círculo. Diz que vão para um momento de
oração e que cada um deve esforçar-se por acalmar e colocar a cabeça e os sentimentos
na presença de Deus.
À medida que cada um se sente concentrado faz, em silêncio, o sinal da cruz.
Quando o grupo estiver preparado rezam, em dois coros, a oração “Obrigado pela tua pre-
sença” (livro do catequizando, página 38).

Coro 1: Obrigado Jesus, pelo teu batismo


com que fizeste de nós filhos amados.
Coro 2: Obrigado Jesus, por enviares o teu Espírito à Igreja
para confirmares a nossa fé e nos dares força.

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Coro 1: Obrigado pelos casais que se amam
e dão testemunho da tua ternura.
Coro 2: Obrigado pelos sacerdotes
que servem o povo de Deus
Coro 1: Obrigado pelo teu perdão
e pelo abraço com que nos purificas.
Coro 2: Obrigado pela energia e esperança
que dás a todos os doentes
Todos: Obrigado Jesus
por nos alimentares com o teu Corpo!
A seguir, canta-se o canto “A tua promessa” (letra no livro do catequizando, página 4).

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Crer ou
não crer

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C 10 Para o Catequista
Apresentação
Começamos a construir uma maior familiaridade com o Credo, o símbolo da nossa fé.

Objetivos
ƒƒAcolher a fé como experiência humana legítima.
ƒƒAumentar o sentido crítico face à credulidade.
ƒƒReconhecer em Jesus o revelador do Pai.

Conteúdos
ƒƒConceitos:
yy “Crer” tem diferentes significados
yy Jesus é revelador de Deus
ƒƒProcedimentos:
yy Exercícios de confiança interpessoal
ƒƒAtitudes:
yy Melhorar o sentido crítico face à credulidade
yy Reconhecer a importância da fé para o crescimento e bem-estar pessoal
yy Superar a tentação de ver a fé como algo infantil

Material
ƒƒ1 carpete
ƒƒLetras da palavra “Acreditar” (disponível na pasta de apoio)
ƒƒCartaz nº 09 (disponível na pasta de apoio)
ƒƒ8 cartões com frases do texto bíblico (disponível na pasta de apoio)
ƒƒ8 folhas A4 brancas
ƒƒCartaz nº 10 (disponível na pasta de apoio)
ƒƒCanção “Jesus é o caminho” (disponível na pen multimédia)

Esquema
Atividade: A fábrica de bolachas 10’ **
Experiência humana
Atividade: Caça ao ladrão 10’ **

Anúncio da Palavra Atividade: Vinde e vede 25’ ***

Expressão de fé Atividade: Jesus é o caminho 15’ ***

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Do Catecismo
176. A fé é uma adesão pessoal, do homem todo, a Deus que Se revela. Comporta uma
adesão da inteligência e da vontade à Revelação que Deus fez de Si mesmo, pelas suas
ações e palavras.
177. «Crer» tem, pois, uma dupla referência: à pessoa e à verdade (à verdade, pela con-
fiança na pessoa que a atesta).

Síntese de conteúdos
Durante anos julgámos que a ciência e a tecnologia iriam resolver todos os nossos proble-
mas. A fé nas pessoas ou em Deus seria coisa fora de moda. Mas a verdade é que a supers-
tição está de volta. Não há canal de televisão generalista que não tenha a sua astróloga de
serviço. Não há notícia que escape à acusação de ser fake news. E há cada vez mais pessoas
a rejeitar as vacinas e a aceitar que a terra é plana.

Sentido crítico
A nossa sociedade vive uma crise de confiança. Há algo que possamos saber com certeza?
Parece que, hoje em dia, não. Conclusão: as pessoas voltam a acreditar em tudo. Desde que
seja apresentado com um pacote bonito, tudo é credível. As pessoas foram perdendo o sen-
tido crítico; tornaram-se crédulas, ingénuas. E tornou-se mais fácil, mais simpático acreditar
no oculto, na magia, do que em Deus.

Acreditar
No sentido comum, a palavra acreditar é um “saber” mais fraquinho. Quando não “sabe-
mos”, limitamo-nos a acreditar. “Eu sei que estavam aqui 20 euros porque fui eu que os
pus aqui em cima da mesa”. “Eu acredito que o meu marido os levou”. Esta maneira de ver
as coisas é muito pobre e superficial.
Diante de um objeto, é possível procurar um conhecimento objetivo, exato. Mas este tipo de
saber objetivo torna-se impossível quando entramos no mundo das pessoas, dos valores,
do sentido de vida. Será possível demonstrar “cientificamente” uma frase como “Eu amo-te”
ou “Sinto-me triste”? Claro que não. Será necessário confiar na pessoa que nos diz a frase.

As duas faces do crer


A expressão “crer” ou “acreditar” tem sempre duas faces. Eu acredito em alguém, esse
alguém merece a minha confiança, e acredito que aquilo que essa pessoa diz é verdade.
A fé cristã, o dizer “sim” a Jesus Cristo tem sempre esses dois aspetos. É uma adesão ao
Deus que Se revela. É confiar e abandonar-Se a Deus. Mas, não menos importante, é aderir,
ter como verdadeiro e importante, aquilo que Deus nos disse. Estes dois aspetos nunca
andam afastados.
O nosso Deus quer-Se comunicar connosco. Ele não quer apenas dizer umas coisas sobre
Si: Ele quer comunicar-Se a Si mesmo. Ele deseja que haja entre nós e Ele uma profunda e
íntima comunhão-comunicação. A resposta a essa comunicação que Deus oferece é a fé. Na
Bíblia, a fé é um sim que dizemos a Deus com toda a nossa pessoa. É mais do que concor-
dância inteletual com algumas verdades. É muito mais do que seguir umas regras morais.
Acreditar em Deus, ter fé, é colocar tudo o que somos, todas as nossas capacidades numa
relação de entrega confiada a Deus.

99
Jesus: um encontro marcante
Dois dos seguidores de João Baptista ouvem-no dizer, ao ver passar Jesus: “Ali vai o Cor-
deiro de Deus”; e começam a andar com Jesus. “Cordeiro de Deus” é uma expressão que
usamos em todas as missas antes da comunhão e no “Glória”.
O cordeiro aparece muito no livro do Êxodo (12, 11-13) com sentido pascal; a sua carne ali-
menta e o seu sangue livra da morte. Em Isaías (53, 4-7.12) aparece um servo que é levado
ao matadouro como um cordeiro. No Apocalipse (5, 8-13), o cordeiro imolado é aclamado
pela multidão celeste como digno de receber todo o louvor.
Os dois discípulos estão à procura. Não sabem ainda o quê ou quem é que poderá saciar a
sua sede de verdade. Mas insistem em procurar. E estão disponíveis para confiar. Primeiro
em João que lhes deu uma pista sobre este Jesus. E depois no próprio Jesus. Querem
conhecê-Lo melhor (“onde moras?”). Querem estar com Ele, morar com Ele, gozar da sua
companhia.

Apostar na fé durante a pré-adolescência


Pouco a pouco, o mundo interior do pré-adolescente está a mudar. Esta mudança, discreta
mas real, afeta também a sua vida de fé. Há o risco da fé começar a ser como os bonecos
da infância: algo que não se deita fora, mas que já não serve. Há o risco de fazer gestos
exteriores (ir à missa, à catequese, fazer a profissão de fé) para agradar aos pais ou só por
inércia, sem motivações interiores sinceras e válidas. Para contrariar isso, queremos uma
catequese com uma forte ligação à vida.
Hoje propomos a fé como algo que lhes interessa, que lhes faz bem. Eles estão num pro-
cesso em que deixaram de ver a “utilidade” da fé (para serem felizes); muitas vozes à sua
volta fazem pressão para que abandonem quer os gestos exteriores da fé, quer as suas
motivações interiores. O catequista está aqui a dizer que a nossa proposta não serve para
o “amestrar”, nem para fazer regredir à infância. O que queremos na catequese não é um
catequizando dócil, amansado, passivo, com comportamentos religiosos fingidos. Convida-
mos à fé num Deus que está do nosso lado, com O qual podemos contar para viver a vida
ao máximo.
É essa experiência do catequista e dos outros adultos da comunidade que queremos par-
tilhar com o pré-adolescente. Não se trata de fazer um discurso com estas palavras; esta
mensagem tem de passar através da forma concreta como fazemos a catequese.

Para cresceres
Diz o CIC que a fé é adesão da pessoa toda… Dá-te conta das “partes” de ti (memórias,
ambientes…) que ainda hesitam em confiar totalmente no Deus que te ama.

100
C 10 Desenvolvimento
Com esta catequese tão cheia de atividades, convidamos os catequizandos a apreciarem o credo
da nossa fé como algo cheio de energia para a vida.

Experiência Humana
Atividade: A fábrica de bolachas
Duração: 10 min.

Preparação
Uma carpete estendida no chão.

Etapa 1
Duração: 5 min.
O catequista pede aos participantes que formem duas filas e que se ajoelhem. Deverão
estar de frente uns para os outros e dar as mãos à pessoa da frente. Os participantes
devem estar bastante perto, não só da pessoa que se encontra à sua frente, mas também
das pessoas que estão ao seu lado.
De seguida, escolhe-se um dos catequizandos para ser uma “bolacha”. Este deverá d­ eitar-se
em cima das mãos dos colegas e será transportado através das mãos dos colegas como se
estivesse numa passadeira transportadora de uma fábrica. Os participantes que estão de
joelhos terão de levantar e baixar os braços para levar a bolacha até ao extremo da pas-
sadeira. Se o catequista achar conveniente, poderá repetir esta etapa com outra “bolacha”.

Etapa 2
Duração: 2 min.
Terminado o jogo, o catequista coloca algumas perguntas que ajudem os catequizandos a
refletir sobre a experiência feita:
ƒƒQue dificuldades sentiste durante o jogo?
ƒƒO que podes aprender com este jogo?

Etapa 3
Duração: 1 min.
De volta aos lugares habituais, o catequista afixa, num lugar visível, as letras desordenadas
da palavra “Acreditar”. De seguida, pede aos participantes que descubram a palavra por
detrás daquelas letras, que será o tema deste encontro.

101
Etapa 4
Duração: 2 min.
O catequista pede aos catequizandos que relacionem a palavra “Acreditar” com o jogo que
iniciou o encontro. Sugestão: tiveram que “acreditar” que os colegas não iriam deixar cair
a “bolacha”.

Atividade: Caça ao ladrão


Duração: 10 min.

Etapa 1
Duração: 1 min.
O catequista afixa o cartaz nº 09 e
explica: «Um ladrão entrou, de arma em
punho, na ourivesaria do senhor Moedas,
obrigando-o a entregar tudo o que estava
na caixa. Levou também um valioso colar
de pérolas. O comissário Onofre proibiu que
a imprensa desse a notícia do roubo e pren-
deu três suspeitos: Mário Chaves, André Ali-
cates, e Miguel Dinamite. Um deles é o cul-
pado. Encontra-o baseando-te nas suas
declarações. Quem é o culpado?»

Etapa 2
Duração: 4 min.
O catequista pede 3 voluntários para lerem as declarações dos suspeitos. De seguida, lança
a questão: “Quem é o culpado?”. Dialogar em grupo para chegar a uma conclusão. No final,
o catequista apresenta a solução: O culpado é André Alicates. Como podia saber do colar de
pérolas se a notícia do roubo ainda não tinha sido difundida pela imprensa?

Etapa 3
Duração: 5 min.
O catequista pede aos catequizandos que indiquem o(s) significado(s) da palavra acreditar
que conhecem. Depois de ouvidos, o catequista explica que a palavra “acreditar” é sinónimo
de “crer” e que ambas têm, pelo menos, quatro significados:
1. “Crer” num sentido fraco: quando tenho uma opinião que não me convence muito
ou que não é muito importante para mim.
2. “Crer” algo: quando julgo que algo é verdadeiro.
3. “Crer” em algo: quanto tenho esperança e me empenho num projeto ou num obje-
tivo. “Creio no Benfica” significa que se confia que o Benfica vai ter bons resultados.
4. “Crer” em alguém: quando ponho a minha confiança em alguém não só pelo que diz,
mas pelo que faz.

102
Anúncio da Palavra
Atividade: Vinde e vede
Duração: 25 min.

Etapa 1
Duração: 3 min.
O catequista pede aos participantes que abram a bíblia em Jo 1, 29-39, solicitando um
voluntário para ler a passagem:
No dia seguinte, ao ver Jesus, que se dirigia para ele, exclamou: «Eis o
Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! É aquele de quem eu
disse: ‘Depois de mim vem um homem que me passou à frente, por-
que existia antes de mim.’ Eu não o conhecia bem; mas foi para Ele se
­manifestar a Israel que eu vim baptizar com água.» E João testemu-
nhou: «Vi o Espírito que descia do céu como uma pomba e permanecia
sobre Ele. E eu não o conhecia, mas quem me enviou a baptizar com
água é que me disse: ‘Aquele sobre quem vires descer o Espírito e
poisar sobre Ele, é o que baptiza com o Espírito Santo’. Pois bem: eu
vi e dou testemunho de que este é o Filho de Deus.» No dia seguinte,
João encontrava-se de novo ali com dois dos seus discípulos. Então,
pondo o olhar em Jesus, que passava, disse: «Eis o Cordeiro de Deus!»
Ouvindo-o falar desta maneira, os dois discípulos seguiram Jesus.
Jesus ­voltou-se e, notando que eles o seguiam, perguntou-lhes: «Que
pretendeis?» Eles disseram-lhe: «Rabi - que quer dizer Mestre - onde
moras?» Ele respondeu-lhes: «Vinde e vereis.» Foram, pois, e viram
onde morava e ficaram com Ele nesse dia. Eram as quatro da tarde.

Etapa 2
Duração: 4 min.
O catequista divide os participantes em 4 grupos e distribui, aleatoriamente, os 8 cartões
que se encontram na pasta de apoio. Entrega ainda 2 folhas em branco a cada grupo. Cada
grupo deverá ficar com 2 cartões e 2 folhas em branco nas quais irá ilustrar as palavras ou
frases que se encontram em destaque.

Frases da passagem para ilustrar Sugestão de imagem


«Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!» cordeiro, ovelha,…
«mas foi para Ele se manifestar a Israel que eu vim baptizar com vieira (concha), água,
água.» pia batismal,…
«Vi o Espírito que descia do céu como uma pomba e permanecia
Pomba,…
sobre Ele. E eu não o conhecia»
Megafone, pessoa com as
«Pois bem: eu vi e dou testemunho de que este é o Filho de Deus.» mãos a “gritar”, uma pessoa a
falar com outras,…
Cara de curiosidade, ponto de
«Que pretendeis?»
interrogação, …

103
Frases da passagem para ilustrar Sugestão de imagem
GPS, mapa, bússola, ruas e
«Rabi - que quer dizer Mestre - onde moras?»
casas, …
óculos, olhos / olhar, olhos e
«Vinde e vereis.»
mão a convidar, convite,…
Relógio, número 4 com sol a
«Eram as quatro da tarde»
pôr, 16h, …

Etapa 3
Duração: 8 min.
O catequista pede ao representante do Grupo 1 que apresente um dos desenhos. Os res-
tantes grupos deverão descodificar o desenho e encontrar a respetiva frase na bíblia. Para
tal, todos deverão ter a bíblia aberta (Jo 1, 29-39). Este processo deverá repetir-se para as
restantes ilustrações de todos os grupos.

Etapa 4
Duração: 4 min.
O catequista pede aos participantes que abram o livro do catequizando na página 41
e completem a banda desenhada com as frases que lá se encontram.
Soluções:

Etapa 5
Duração: 6 min.
O catequista faz um breve comentário ao texto bíblico. No entretanto, os catequizandos
vão aproveitando as suas dicas para verificar se preencheram bem a banda desenhada.
ƒƒAs pessoas escutam com agrado o profeta João Batista mesmo quando o porta-voz
do Messias usa expressões muito duras para convidar as pessoas à mudança, à con-
versão. As pessoas escutam-no apesar de tudo e acreditam naquilo que ele diz.

104
ƒƒ“Eis o Cordeiro de Deus!”: o Cordeiro de Deus é uma das expressões que a Bíblia usa
para falar do Messias. João Batista já o tinha anunciado. A sua missão era preparar as
pessoas para acolherem o Cordeiro de Deus e indicar-lhes quem era o Messias.
O profeta sabe que as suas palavras são verdadeiras porque vêm diretamente do
Alto, mas sabe também que não é ele o Messias. Ao ver pela primeira vez Jesus, João
não tem dúvidas: é Ele a pessoa em quem acreditar.
ƒƒ“Que pretendeis?”: é a primeira frase que Jesus diz no Evangelho de S. João. O Messias
não quer gente que anda atrás d’Ele sem razões válidas.
ƒƒ“Rabi, onde moras?” (…) “Vinde e vereis”: a resposta de Jesus é decidida. Ele não
explica o seu programa como faria um político, nem elogia o seu produto como faria
um publicitário. Ele simplesmente convida os dois discípulos a fazer experiência direta
de quem Ele é e de como vive. No fundo, o que Jesus responde aos dois discípulos que
lhe pedem uma morada, uma informação é “Se quereis acreditar em Mim, sabei que,
mais do que tudo, conta a vida”. O discípulo entende que não se pode dizer cristão só
porque foi batizado e fez a primeira comunhão. Deve ser cristão, seguidor de Jesus,
em cada dia, vivendo ao estilo de Jesus.
ƒƒ“quatro da tarde”: João, quando escreve esta página, terá pelo menos uns oitenta
anos, mas ainda recorda bem a hora exata deste primeiro encontro com Jesus,
quando ainda era jovem.

Expressão de fé
Atividade: Jesus é o caminho
Duração: 15 min.

Preparação:
Para este momento de oração, o catequista prepara
um espaço amplo, limpo e desimpedido. No centro da
sala, coloca o cartaz nº 10, com a imagem do rosto
de Jesus.

Etapa 1
Duração: 2 min.
O catequista pede que, com o livro do catequizando na mão, todos os participantes se d
­ irijam
para o fundo da sala e permaneçam de pé. De seguida, recorda como os dois ­discípulos

105
foram ter com Jesus, embora com alguma hesitação, com algum receio, mas lá encontra-
ram a coragem para confiar em Jesus. Estavam longe, mas depois aproximaram-se d’Ele.
Estavam numa situação semelhante à nossa: cada um de nós, neste momento, está a uma
certa distância desta imagem de Jesus. Ainda não confiamos muito n’Ele. A nossa fé é
pequena. Por isso vamos, em grupo, descobrir como podemos aproximar-nos mais de Jesus.

Etapa 2
Duração: 5 min.
O catequista pergunta aos participantes: “O que poderemos fazer para nos a
­ proximarmos
mais de Jesus? Para confiarmos mais n’Ele?”. Às respostas dadas por cada catequizando,
proceder-se-á da seguinte forma:
ƒƒEstas sugestões não serão “discutidas”. Cada um livremente propõe meios, decisões
concretas que “aproximem de Jesus”.
ƒƒAo ouvirem as sugestões dadas por cada catequizando, os restantes participantes,
se concordarem com elas, deverão dar um passo em direção a Jesus.

Embora seja um jogo simbólico, este deverá ser levado a sério.

Etapa 3
Duração: 3 min.
Quando o catequista verificar que os catequizandos estão perto da imagem de Jesus, con-
vida-os a abrir o livro do catequizando, na página 41, para rezarem a oração “Creio ou não
creio?”.

Creio ou não creio?


Deixei de acreditar
quando os meus amigos
começaram a meter-se comigo
porque ia à Igreja.
Cortei relações conTigo, Senhor.
Durante uns tempos pensei
que já me sentia grande.
Mas acabei por ficar sozinho.
Fui burro ao acreditar
que seria melhor não acreditar.
Quero voltar a olhar para cima,
voltar a confiar em Ti,
na tua Palavra, Senhor.
Ajuda a minha incredulidade.
Pai-nosso… (rezar com as mãos erguidas ao céu)
No final o catequista conclui: “Aquele primeiro encontro com Jesus foi superimportante
para os dois discípulos. Encontrar Jesus, confiar n’Ele, ter fé n’Ele, foi a melhor coisa que
lhes aconteceu na vida. A partir daquele dia andaram sempre com Ele. Tomara que também
nós possamos fazer a mesma experiência”.

106
Etapa 4
Duração: 5 min.
O catequista convida os participantes a abrirem o livro do catequizando, na página 40,
para acompanharem o canto “Jesus é o caminho”.
Canto “Jesus é o caminho”
(Original: “Jésus est le chemin”, Gilles du Boullay, Comunidade Emanuel (1989))
Jesus é o caminho
Que nos leva à casa do Pai.
Ele é a Verdade e a Vida.
Vinde e louvai!
Ninguém fala como Ele e nos dá tanta paz.
Ninguém faz os sinais de poder que Ele faz.
Deus está com Ele.
João Baptista nos disse: «É o Cordeiro de Deus».
Que o pecado do mundo p’ra sempre venceu.
Vinde e vede.
Quem acredita em Mim tem a vida imortal.
Quem Me segue andará numa luz sem igual.
Eu sou a Luz.

107
Eu não sou
Deus!

109
C 11 Para o Catequista
Apresentação
Acolher o Deus verdadeiro, adorá-lo sobre todas as coisas, é dizer-Lhe um “sim” cheio de entu-
siasmo. Mas é também dizer um “não” a todas as falsas imagens de Deus e a todos os ídolos que
querem dominar o nosso coração.

Objetivos
ƒƒDistinguir entre o Deus verdadeiro e os ídolos.
ƒƒAssumir a fé como uma decisão forte.

Conteúdos
ƒƒConceitos:
yy Diferenças entre o Deus verdadeiro e os ídolos
yy A fé como uma decisão de seguir Jesus
ƒƒProcedimentos:
yy Identificar os ídolos mais frequentes
ƒƒAtitudes:
yy Assumir a fé com uma decisão forte
yy Aumentar o grau de confiança no Deus único e verdadeiro
yy Superar a armadilha da falsa tolerância

Material
ƒƒCanetas (por participante)
ƒƒCartaz nº 10 (disponível na pasta de apoio)
ƒƒVelas
ƒƒMúsica de fundo - “fundo04” (disponível na pen multimédia)
ƒƒCanção “Larga o que trouxeste” (disponível na pen multimédia)

Esquema
Experiência humana Atividade: Aventura no espaço 15’ **

Anúncio da Palavra Atividade: Jovem Rico 25’ ****

Expressão de fé Atividade: Larga o que trouxeste 20’ ***

110
Do Catecismo
222. Crer em Deus, o Único, e amá-Lo com todo o nosso ser tem consequências imensas
para toda a nossa vida:
223. É conhecer a grandeza e a majestade de Deus: «Deus é grande demais para que O
possamos conhecer» (Job 36, 26). É por isso que Deus deve ser «o primeiro a ser servido».
224. É viver em ação de graças: se Deus é o Único, tudo o que nós somos e tudo quanto
possuímos vem d’Ele: «Que possuis que não tenhas recebido?» (1 Cor 4, 7). «Como agrade-
cerei ao Senhor tudo quanto Ele me deu?» (Sl 116, 12).
225. É conhecer a unidade e a verdadeira dignidade de todos os homens: todos eles foram
feitos «à imagem e semelhança de Deus» (Gn 1, 26).
226. É fazer bom uso das coisas criadas: a fé no Deus único leva-nos a usar de tudo quanto
não for Ele, na medida em que nos aproximar d’Ele e a desprender-nos de tudo, na medida
em que d’Ele nos afastar (…)
227. É ter confiança em Deus, em todas as circunstâncias, mesmo na adversidade. Uma
oração de Santa Teresa de Jesus exprime admiravelmente tal atitude:

«Nada te perturbe / Nada te espante


Tudo passa / Deus não muda
A paciência tudo alcança / Quem a Deus tem
nada lhe falta / Só Deus basta».

Síntese de conteúdos
Gostamos de pensar que somos maduros, racionais. E isso passaria por esquecer Deus.
Alguns sociólogos chegaram a propor um esquema em que viriam primeiro as religiões
politeístas (= muitos deuses) e idolátricas (= adoração aos ídolos, às imagens), depois o
monoteísmo (adoração a um único Deus) para evoluir para o ateísmo, a ausência de Deus.

Ídolos
Mas esta sociedade tão sofisticada em que vivemos é idolátrica. Ao esquecermos o Deus
verdadeiro, regressaram os antigos “deuses”. “Deuses” são todas as forças que controlam
a vida da humanidade: o dinheiro, a morte, o prazer, o Estado, a obsessão com a saúde ou
com a aparência, os artistas da moda… Estes falsos deuses roubam o melhor de nós: o
nosso dinheiro, o nosso entusiasmo, a nossa energia. Prometem-nos que se os “adorarmos”,
se pusermos neles o nosso coração, seremos felizes. Mas são incapazes de cumprir esta
promessa. E o nosso coração fica frustrado e cheio de amargura.

Falsas imagens de Deus


Uma outra forma de idolatria é aquela que distorce a imagem do Deus verdadeiro.
ƒƒUm Deus protetor dos violentos: Alguns servem-se de Deus para alimentar a sua
sede de poder. Usam Deus como uma desculpa para os seus próprios interesses.
E isto não tem nada a ver com o Deus verdadeiro que Jesus nos revelou: um Deus
que vem para servir, que mostra todo o seu amor lavando os pés aos discípulos e
morrendo na cruz.
ƒƒUm Deus tapa-buracos: Para outros, Deus seria uma ilusão para lidarmos com as
frustrações. Como não sabemos resolver os problemas do desenvolvimento, da eco-

111
nomia, da concórdia entre os povos, “inventamos” um deus que nos ajudaria a lidar
com todos esses males.
ƒƒJuiz castigador-recompensador: Para outros, Deus daria respostas simétricas ao
nosso agir. Quando nos portamos bem, Ele protege-nos; quando nos ­afastamos da
sua lei, Ele castiga-nos. Mas esse não é o Deus da Bíblia. Deus é amor. E ama-nos,
independentemente do que fazemos. De Deus que é amor nunca vem o mal.
ƒƒUm Deus masculino, pai tirano: Muitas representações mostram-nos um Deus cheio
de caraterísticas masculinas: autoritário, irritadiço. É uma imagem que ajuda a refor-
çar a submissão das mulheres e a discriminação entre os sexos.
Todas estas imagens estão ultrapassadas para os cristãos. Eles reconhecem em Jesus de
Nazaré, nas suas palavras e ações recolhidas pela Igreja, o revelador definitivo de Deus.
Nós sentimos que a melhor imagem de Deus, a mais autêntica, é a que nos foi deixada por
Jesus.

Um Deus ciumento
Mas qual é o problema de “adorar” vários deuses? De ter uma boa relação com o Deus de
Jesus Cristo ao mesmo tempo que se investem afetos e atenção em outros “deuses”?
Na Bíblia, diz-se muitas vezes que o Deus de Israel é “ciumento”, que Ele quer uma relação
em exclusivo com o seu povo.
O Novo Testamento mostra qual é o problema da idolatria: ela faz-nos ser menos humanos.
O nosso Deus quer-nos vivos e felizes, realizando todo o nosso potencial. Quando adora-
mos os falsos deuses, quando pomos o coração nas “coisas”, tornamo-nos, também nós,
“coisas”. Passamos ao lado dos nossos melhores projetos e sonhos, em nome do que não
vale tanto como isso.

Uma escolha difícil


No centro desta catequese está o episódio do jovem rico: Marcos 10, 17-27. Diante de
Jesus está um jovem de alta qualidade. É um jovem cumpridor da lei de Deus. Era um jovem
que já tinha descoberto que Deus era o caminho para uma vida feliz. E ele sente dentro de
si uma insatisfação, uma vontade de algo diferente, melhor. É um jovem que procura res-
postas. E procura a resposta onde elas podem ser encontradas: em Jesus.
E Jesus faz-lhe uma proposta concreta: “Falta dar-te um passo. Vende tudo o que tens,
partilha-o com os pobres e segue-Me!” E é aqui que as coisas azedam. Entre o seu desejo
de felicidade profunda e o apego aos bens que tinha, a decisão tornou-se difícil. E sem dizer
mais nada, vai-se embora. Segurando o seu dinheiro, mas recusando a proposta de Jesus e
o caminho de felicidade plena que Ele lhe oferecia.
Jesus quer do seu lado seguidores de coração inteiro, sem fidelidades divididas. Isto não é
fácil. Há que fazer escolhas. O problema do jovem rico não era ter muitos bens: era ter o
coração preso a esses bens.

Aterrando
Para nós, adultos que levamos a fé a sério, todo este esforço por centrar a fé num só Deus
parece um esforço escusado porque é algo… óbvio. Pode sê-lo para nós, mas não o é para
muitos dos nossos contemporâneos, nem para os pré-adolescentes. Eles crescem numa
sociedade consumista. Aprendemos todos desde pequenos que valemos na medida em
que consumimos. E para os pré-adolescentes esta pressão é muito forte. Estando numa
idade de transição, sentem-se bastante inseguros. Uma das formas fáceis de encontrar
segurança é imitar os comportamentos de consumo que vêem nos colegas e nos media
tradicionais ou nas redes sociais

112
Para os pré-adolescentes, o apelo a abandonar uma postura consumista (e idolátrica) tem
implicações para a segurança e o bem-estar pessoal muito fortes. Não é recomendável
uma estratégia de enfrentamento. É preferível uma abordagem que o ajude a perceber que
o consumismo idólatra é só uma falsa resposta e que uma relação de confiança total em
Deus é preferível, em termos pessoais.

Para cresceres
Olha com calma para dentro de ti mesmo.
Identifica as pessoas, situações, medos… que dominam e apertam o teu coração.
Tudo isso quer ocupar no teu coração e na tua liberdade o lugar que cabe apenas ao
­Deus-amor que Jesus nos revelou.

C 11 Desenvolvimento
Nesta catequese vamos ver quem mora a sério dentro do nosso coração.

Experiência Humana
Atividade: Aventura no espaço
Duração: 15 min.

Etapa 1
Duração: 5 min.
O catequista convida os participantes a abrirem o livro do catequizando, na página 44,
onde se encontra o desenho de um astronauta e explica: “És um astronauta. O centro de
comando acaba de te comunicar que vais passar os próximos 40 anos num planeta perdido
e completamente deserto. Vais receber comprimidos de alimento liofilizado e água em
abundância. No entanto, na tua nave há mais 8 lugares vagos que poderás preencher com
objetos, pessoas (familiares, amigos, figuras públicas), valores e sonhos. Pensa no quê e em
quem queres levar e escreve-o na bandeira do astronauta.”

Etapa 2
Duração: 10min.
O catequista convida os participantes a partilharem o que escreveram na sua bandeira.
Depois, lança as seguintes questões para debate:
ƒƒSerá que os objetos nos podem trazer felicidade? De que forma(s)?
ƒƒQuais são os ídolos preferidos das pessoas da tua idade?
ƒƒPor que motivo(s) precisam deles?
ƒƒO dinheiro, os aplausos, a inveja dos outros, a boa vida… trazem mesmo felicidade?
De que forma(s)? Por quanto tempo?

Nota: As últimas perguntas obrigam o catequista a uma certa “arte”. Não “vale” argumen-
tar a partir de uma posição de força: o que importa é que os catequizandos, por eles mes-
mos, cheguem à conclusão que todos estes ídolos… têm pés de barro.

113
Como conclusão o catequista diz: “Nem sempre os melhores ocupam os primeiros lugares.
Os que se sabem ‘vender’ melhor passam sempre à frente, mesmo quando valem menos.
Os bonitos conquistam mais simpatias (e invejas) que os bons; os ricos que os honestos;
os ­futebolistas que os cientistas; as modelos que as donas de casa. Até Deus, o Primeiro
e o Maior de todos, tem concorrência. São tantos os ídolos que ficam com o seu lugar no
­coração das pessoas. Alguns, como os ateus, viram-lhe as costas para sempre. Outros, como
muitos cristãos, colocam à sua frente outros valores, como o dinheiro, o carro, o emprego,
o sucesso, entre outros. Mas a ‘felicidade’ que todas estas coisas prometem nunca chega”.

Anúncio da Palavra
Atividade: O jovem rico
Duração: 25 min.

Etapa 1
Duração: 3 min.
O catequista pede aos participantes que abram a bíblia em Mc 10, 17-22, solicitando um
voluntário para ler a passagem:
Quando se punha a caminho, alguém correu para Ele e ­ajoelhou-se,
perguntando: «Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida
eterna?» Jesus disse: «Porque me chamas bom? Ninguém é bom senão
um só: Deus. Sabes os mandamentos: Não mates, não cometas adultério,
não roubes, não levantes falso testemunho, não defraudes, honra teu pai
e tua mãe.» Ele respondeu: «Mestre, tenho cumprido tudo isso desde
a minha juventude.» Jesus, fitando nele o olhar, sentiu afeição por
ele e disse: «Falta-te apenas uma coisa: vai, vende tudo o que tens,
dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem e
­segue-me.» Mas, ao ouvir tais palavras, ficou de semblante anuviado
e retirou-se pesaroso, pois tinha muitos bens.

Etapa 2
Duração: 5 min.
O catequista pede aos participantes que expressem a mensagem que o texto escutado
transmitiu. Para isso, o catequista, com o grupo, reconstitui o relato. A seguir, pede para
recordarem as ações mais importantes.
De seguida, e como forma de interpretar melhor estas passagens escutadas, o catequista
explica que:
ƒƒmandamentos são o “código da estrada” que indica o caminho certo para viver a vida.
Neste encontro, Jesus recorda os mandamentos referidos ao próximo («não matar»,
«não roubar»…) para ajudar a perceber que se ama a Deus como se ama o próximo;
ƒƒo “milionário” tem tudo, mas falta-lhe a coisa mais importante: colocar Deus no pri-
meiro lugar na sua vida e não depois das suas riquezas (vende tudo);
ƒƒo jovem rico fica triste (conferir versículo “semblante anuviado e retirou-se pesa-
roso”) com a proposta de Jesus, porque esta é exigente, mas liberta o coração das
cadeias que nos tornam escravos. Quem prefere os próprios ídolos em vez de Deus
acredita que neles está a felicidade, mas vai bem enganado.

114
Etapa 3
Duração: 5 min.
O catequista divide os participantes em dois grupos. Cada grupo ficará responsável por
fazer uma pequena peça teatral sobre o jovem rico. Ambos os grupos terão de continuar a
história deste jovem: o primeiro contará o que se terá passado após a recusa de abandonar
os seus pertences/as suas riquezas; o outro grupo fará o contrário, isto é, mostrará qual
seria o destino do jovem, caso aceitasse o convite de Jesus e renunciasse aos seus bens
para O seguir. Os grupos reúnem-se de forma a preparar a sua apresentação.
Orientações para os grupos:
ƒƒGrupo 1
yyPersonagens: narrador, jovem rico, alguns amigos;
yyCenário: em casa do jovem rico;
yyAção (informação a fornecer somente no caso do grupo se encontrar com
dificuldade em continuar a história): o jovem rico explica aos amigos com quem
esteve e o que era preciso para entrar no Reino de Deus. Os amigos acham que o
jovem fez muito bem e que o que ele precisava era usufruir dos seus bens e deixar
de se preocupar com a amizade com Jesus..
ƒƒGrupo 2
yyPersonagens: narrador, Jesus, jovem rico, alguns jovens que tinham acabado de
renunciar aos seus bens;
yyCenário: num lugar ermo onde Jesus se encontra em oração;
yyAção (informação a fornecer somente no caso do grupo se encontrar com
dificuldade em continuar a história): depois de renunciar aos seus bens, o jovem
procura Jesus para Lhe contar que agora pode entrar no Reino de Deus. Pelo
caminho, encontra outos dois jovens que fizeram o mesmo; vão, a seguir, dar
coragem a um colega que sofre de bullying.

Etapa 4
Duração: 10 min.
Os grupos apresentam a sua peça.

Etapa 5
Duração: 2 min.
Como síntese, o catequista diz que Jesus está convencido que tem diante de si alguém com
sonhos grandes e que quer viver a sua vida com alta qualidade. Alguém com tudo para ser
seu discípulo. Quando lhe propõe refazer a ordem das suas preferências… ouve um “não”
feito de silêncio amargo. O jovem teria de tirar o dinheiro do primeiro lugar, teria de libertar
o coração para não ser escravo do dinheiro. As “coisas” (os vários “ídolos”) podem arruinar
a vida. No início, são muito atraentes, mas depois deixam a vida triste e sem valor. Quem
coloca Deus em primeiro lugar, reconhece que tudo é um dom que d’Ele vem e que deve ser
usado sem egoísmo e para o bem de todos.

115
Expressão de fé
Atividade: Larga o que trouxeste
Duração: 20 min.

Preparação:
O catequista prepara bem a recitação do conto, sem precisar de olhar para o papel quando
o apresentar. Coloca a música de fundo e, em lugar de destaque, a imagem de Jesus com
velas acesas ao lado. Esta decoração deve ser bem cuidada.

Etapa 1
Duração: 4 min.
O catequista convida os participantes para o espaço de oração. Se o grupo ainda não tem
boas rotinas de oração, sem ser pesado, ajuda-os a cultivá-las:
ƒƒFazer silêncio;
ƒƒSentar-se confortavelmente;
ƒƒDeixar tudo o que nos possa distrair (cadernos, telemóveis…);
ƒƒRespirar e inspirar com calma.
Estando o grupo serenado, o catequista narra o seguinte conto:
Em tempos antigos havia um monge que vivia sozinho, numa cabana
junto de um rio.
Estava ele a rezar junto ao rio, quando veio ter com ele um mendigo
esfarrapado que lhe disse:
– Uma esmola para este pobrezinho!
– Já dei tudo o que tinha, disse o monge. Só me resta o meu prato.
Mas o monge lembrou-se que tinha encontrado uma pedra preciosa
entre os seixos do rio e que a tinha escondido na areia, para o caso de
algum dia precisar dela.
Disse ao mendigo onde estava a joia. O mendigo foi logo a correr para
onde o monge lhe tinha indicado. Desenterrou-a. Era linda! Grande.
Devia conseguir uma fortuna por ela. Mas depois sentou-se no chão, a
pensar, com ela na mão. Ficou sozinho na margem até que o sol se pôs.
Então levantou-se e bateu à porta da cabana do monge. E disse-lhe:
– Monge, não quero a tua pedra preciosa. O que eu quero é um pedaço
dessa riqueza que despreza todas as riquezas do mundo.
E atirou a pedra preciosa para a água.

Etapa 2
Duração: 2 min.
O catequista, sem perder muito tempo, convida os catequizandos a indicarem a mensagem
deste conto. Se necessário, resume-o da seguinte maneira: “O importante é saber o que se
escolhe como precioso na vida. O mendigo ficou surpreendido ao ver como o monge era
indiferente à riqueza; provavelmente porque tinha algo de melhor e mais precioso ainda.
O que é que o monge teria de tão precioso assim?”

Nota: as respostas que os catequizandos vão dar podem ser muito variadas. O catequista
presta atenção a todas. Não tem de insistir que a fé do monge em Deus é a “resposta certa”.

116
Etapa 3
Duração: 4 min.
De seguida, o catequista distribui pelos catequizandos marcadores laváveis, convidando os
participantes a pensarem e escreverem nas mãos tudo aquilo a que estão agarrados.
Se houver dúvidas, ele explica o significado deste gesto: “O que estais a escrever nas mãos
são os vossos ídolos, aquilo que vos domina o coração. O mendigo soube largar a pedra
preciosa e procurar algo melhor; nós, muitas vezes, mantemos as mãos agarradas a coisas
que não conseguem dar felicidade ao nosso coração”.
Em silêncio, compenetrados, cada um escreve nas suas mãos os ídolos que os prendem.

Nota: Este não é o tempo para debater que coisas são essas; este é um tempo de exprimir
e recuperar as descobertas feitas ao longo da catequese.

Etapa 4
Duração: 1 min.
No final, o catequista convida a virar as mãos para cima, para o céu. Cada um, no silêncio
do seu coração deve dizer a Deus que prefere ter fé no único Deus verdadeiro do que nos
ídolos.

Etapa 5
Duração: 4 min.
O catequista pede aos participantes que abram o livro do catequizando na página 44 para,
em conjunto, lerem a oração “Só conTigo”.
Só conTigo
Tenho medo de estar sozinha;
tremo com a ideia de ser abandonada.
E por isso, encho-me de coisas,
afogo-me em palavras
e abro a porta do coração
a novos inquilinos todos os dias.
Mas sei que ao fazer tudo isto
te dou com os pés, Senhor.
E acabo por ficar ainda mais sozinha.
Então, experimento deixar-Te entrar.
Dou-me conta que Tu
nunca chegas sozinho.
Tu trazes conTigo os amigos,
as pequenas alegrias,
as pessoas que me querem bem.
Agora sinto-me em boa companhia
e já não tenho medo de ficar sozinha.
No final o catequista explica que, quando temos as mãos agarradas aos nossos ídolos,
não vemos mais nada: nem Deus nem os amigos. Para quebrar essa “cegueira”, convida os
catequizandos a darem as mãos e a rezarem juntos o Pai-nosso. Pede também que cada
um sinta que a amizade com Deus e com os outros é muito mais importante do que tudo
o que suja as nossas mãos.

117
Etapa 6
Duração: 5 min.
O catequista convida os participantes a abrirem o livro do catequizando, na página 45,
para acompanharem o canto “Larga o que trouxeste”:
Canto “Larga o que trouxeste”
[Carla Lima; Hino do X Viana Jovem (janeiro 2010) – diocese de Viana do Castelo]

Tudo me prende,
Tudo me agarra,
Tudo me chama para o mundo.
Tenho um pingente,
Uma samarra,
Cartão de crédito e tudo.
Eu quero ter [tantas coisas], eu quero ir,
Eu quero ver [o mundo todo], eu quero vestir,
Eu quero ser [muito famoso], eu quero mostrar,
- E tu? E tu?
- E eu? Quero saber.
Diz, ó Mestre, o que faço agora?
O que guardo, o que deito fora?
Cumpro a Lei e tudo o que disseste.
- Então, larga o que trouxeste.
- Então, larga o que trouxeste. (2x)
Nada me enche,
Nada me basta,
Nada me satisfaz a sério.
Tenho uma agenda,
Dentro de uma pasta,
Um cheque-brinde, outro mistério.
Eu quero ter [a Vida Eterna], eu quero ir,
Eu quero ver [essa Herança], eu quero vestir,
Eu quero ser [nova Esperança], eu quero mostrar-Te,
- E tu? E tu?
- E eu? Quero saber.
Um dia vou estar preparado,
Quem sabe cantar ao Teu lado,
Outro refrão.
Quando eu compreender a certeza
De que a principal riqueza
Está no meu coração.
Diz, ó Mestre, o que faço agora?
O que guardo, o que deito fora?
Cumpro a Lei e tudo o que disseste.
- Então, larga o que trouxeste.
- Então, larga o que trouxeste. (2x)

118
Pai, patrão
ou papá?

119
C 12 Para o Catequista
Apresentação
Acreditamos em Deus. Mas, que quer dizer a palavra “deus”? Nesta catequese vamos experimentar,
guiados por Jesus, como Deus é um Pai cheio de ternura por todos nós.

Objetivos
ƒƒPurificar a imagem que se tem de Deus a partir da mensagem de Jesus.
ƒƒAumentar o grau de confiança em Deus.

Conteúdos
ƒƒConceitos:
yy Deus como pai de ternura
yy Significado da oração do Pai-nosso
ƒƒProcedimentos:
yy Fazer uma lista dos possíveis nomes que se dá e pode dar a Deus
ƒƒAtitudes:
yy Reconhecer a Deus como Pai cheio de ternura
yy Aumentar o grau de confiança em Deus

Material
ƒƒCartaz nº 11 (disponível na pasta de apoio)
ƒƒTiras “Anexo 1 – Situações para dramatizar” (disponível no site de apoio ligações.net)
ƒƒUm balão (cada participante)
ƒƒUm marcador (cada participante)
ƒƒMúsica ambiente “fundo05” (disponível na pen multimédia)
ƒƒCartaz nº 12 (disponível na pasta de apoio)
ƒƒTiras com um comentário ao pai nosso (disponível na pasta de apoio)
ƒƒBostik (ou fita-cola)
ƒƒCarpete
ƒƒBíblia
ƒƒCartaz nº 10 (disponível na pasta de apoio)
ƒƒVídeo “Pai nosso” (disponível na pen multimédia)
ƒƒComputador, projetor multimédia, colunas
ƒƒCanto “Pai nosso” (disponível na pen multimédia)

120
Esquema
Atividade: Isto faz-me lembrar 10’ *
Experiência humana
Atividade: Na sua pele 10’ **

Atividade: Cuidando dele 10’ ***


Anúncio da Palavra
Atividade: Pai Nosso 15 ***

Expressão de fé Atividade: Querido Pai 15’ ***

Do Catecismo
219. O amor de Deus para com Israel é comparado ao amor dum pai para com o seu filho.
Este amor é mais forte que o de uma mãe para com os seus filhos. Deus ama o seu povo,
mais que um esposo a sua bem-amada; este amor vencerá mesmo as piores infidelidades e
chegará ao mais precioso de todos os dons: «Deus amou de tal maneira o mundo, que lhe
entregou o seu Filho Único» (Jo 3, 16).

Síntese de conteúdos
“Pai” tornou-se o nome que os cristãos usam para falar de Deus. Este hábito vem do próprio
Jesus. Por­que é olhando para Jesus que nós podemos conhecer realmente quem é esse
Deus a quem Jesus chamava “abba” (papá).

Ver Deus a partir de Jesus


Quando Jesus diz a Zaqueu (Lc 19, 1-10) que vai comer a casa dele (com grande escândalo
da gente bem da altura), mostra-nos que Deus é como um pai amoroso que não afasta
ninguém do seu amor, por muito extraviada que tenha sido a sua vida.
Quando Jesus está em oração nota-se bem a sua convicção de ser amado por Deus. É deste
amor recebido do Pai que nasce a força que O leva a amar a todos e a lutar com todas as
suas forças para devolver a vida a todos os que estão feridos.
Quando Jesus morre na cruz, depois de um processo injusto, manifesta até que ponto Deus
ama os homens: “Não há maior amor do que dar a vida pelos amigos”.

Deus, nosso Pai também


Jesus revela-nos o “Deus connosco”. O Deus que quer estar perto dos sem-teto e dos
pobres. É um Deus surpreen­dente que tem “preferência” pelos fracassados. É um Deus que
sai de Si mesmo para servir os homens. Aí onde eles estão mais carentes da sua redenção:
onde há choro, onde há fome, onde há desigualdade injusta… O Deus que Jesus nos revelou
é o Deus que Se manifesta no necessitado e está presente no débil, como bem explicou
Jesus na parábola do bom samaritano.

Deus Pai na Bíblia


Chamar “pai” a Deus não é original do cristianismo. Esta ideia aparece também em outras
religiões. Mas quando o Novo Testamento fala de Deus como pai, estamos num nível total-
mente diferente. Deus revelou-Se a nós como Pai de Jesus Cristo. A palavra “pai” não se

121
refere apenas ao facto de Deus ser criador e senhor do homem e do universo. Deus é “pai”
porque gerou o seu filho unigénito, Jesus Cristo.
Este nome reflete a consciência que Jesus tem da sua íntima relação filial, única e singular,
com Deus. Jesus não Se dirigia a Deus como pai de todos os homens; Jesus fala antes do
Deus “meu pai” (abba), expressão de familiaridade, intimidade, filiação própria e exclusiva.
Esta relação única está expressa em vários textos: “Ninguém conhece o Filho senão o Pai
e ninguém conhece o Pai senão o Filho”; “Quem Me vê, vê o Pai”; “Eu e o Pai somos um”.

Nosso Pai
Nós também podemos chamar a Deus por “pai” na medida em que participamos na relação
única de Jesus com o Pai. E isto acontece por dom do Espírito Santo: “E porque sois filhos,
Deus enviou aos nossos corações o Espírito que clama ‘Abba, pai’” (Gal 4, 6).
Estando unidos a Jesus, atrevemo-nos a tratar a Deus por “pai-nosso”. Não é possível cha-
mar a Deus “pai” se não reconhecermos os outros como irmãos. Não é possível amar a Deus
como Pai se, de verdade, não amamos os homens a quem Deus quer tornar seus filhos.
Amar a Deus como Pai é amar aos homens como irmãos.

Anunciar o Deus de Jesus aos pré-adolescentes


Como é que os pré-adolescentes “imaginam” Deus? Parece haver alguma relação entre a
imagem do pai e a imagem de Deus. Tendencialmente Deus “parece-Se” mais com o pai do
que com a mãe. Mas esta tendência diminui com a idade. Outros estudos mostram como
uma boa relação com os pais anda de braço dado com uma boa imagem de Deus.
Para que servem estas informações? Para o catequista se dar conta que cada um dos
catequizandos pode ter uma imagem de Deus diferente. Falar de Deus como “pai” não é
recebido por todos da mesma forma. Não se apresenta “Deus Pai” aos pré-adolescentes
como se fez durante a infância. Como fazer essa apresentação? Os especialistas falam de
três possibilidades.
A primeira é a instrução verbal. É a mais usada. Consiste em expor aquilo que o adulto
educador (pais, catequistas, sacerdotes…) entendem ser a visão correta de Deus, esperando
que o catequizando aceite essa visão. A eficácia deste método é muito baixa. Raras vezes,
aquilo que se “diz” toca na vida dos pré-adolescentes, é capaz de mudar imagens e atitudes
face a Deus.
Uma segunda estratégia são as dinâmicas de reforço. Associam-se aos momentos de
aprendizagem religiosa algumas vivências positivas, boas interações de grupo. Aqui os
resultados são melhores.
Uma terceira estratégia é a modelagem. O catequista apresenta os conteúdos de fé (ins-
trução verbal) e “reforça” a aquisição destes conhecimentos com atividades e experiências
positivas (dinâmicas de reforço). Além disso manifesta-se a ele mesmo como modelo e
testemunha autêntica e credível dos valores que anuncia. Esta estratégia é a mais eficaz.
O fator mais decisivo para levar os catequizandos a aderir a uma imagem cristã de Deus é
a maneira como o próprio catequista se relaciona com Deus.

Para cresceres
Queres rezar com Lucas 10, 21? “Nesse mesmo instante, Jesus estremeceu de alegria
sob a ação do Espírito Santo e disse: «Bendigo-te, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque
escondeste estas coisas aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim,
Pai, porque assim foi do teu agrado.”

122
Entra em sintonia com essa alegria de Jesus pelas preferências de seu Pai. Deves fazê-lo
ao longo de todo o dia. Propõe-te, logo desde a manhã, a estar mais atento às pessoas que
fores encontrando: os colegas de trabalho, as pessoas com que te cruzas na rua ou nos
transportes…
Pede a Jesus que te contagie, que passe para ti algo da sua maneira de olhar. Que Ele te
faça descobrir nos rostos dessas pessoas, essas mesmas que Deus prefere.
À noite, dedica uns momentos a percorrer os encontros que tiveste, os traços de simplici-
dade e de pobreza que foste encontrando nas pessoas. Recorda também toda a multidão
das pessoas pobres e humildes do terceiro mundo ou da tua terra. Repete, interiormente,
com Jesus: “Bendito sejas, Pai…”

C 12 Desenvolvimento
Continuamos com o tema de Deus. Na catequese anterior insistimos na sua unicidade, criticando os
falsos deuses. Hoje vamos, mais pela positiva, descobrir qual é a imagem de Deus. Vamos descobrir,
a partir de Jesus, que Ele é Pai cheio de ternura.
Esta mudança de tom justifica uma mudança das atividades escolhidas. Não esquecer que os rapa-
zes terão, provavelmente, mais dificuldades em usar para com Deus uma linguagem de afetos
(ternura, pai, amor…) do que as raparigas. O balanço das atividades tem que prever algumas mais
práticas onde a expressão possa acontecer sem usar as palavras.

Experiência Humana
Atividade: Isto faz-me lembrar
Duração: 10 min.

Etapa 1
Duração: 3 min.
O catequista afixa o cartaz nº 11. Ele mostra três frases
inacabadas e o catequista pede aos participantes que o
ajudem a completá-las. As frases são as seguintes:

123
Etapa 2
Duração: 2 min.
Depois, lança as seguintes questões para debate:
ƒƒAs três palavras destacadas no cartaz têm significado igual ou semelhante?
ƒƒHá algum aspeto que as diferencie? Quais?
O catequista apenas escuta e regista as opiniões dos participantes.

Etapa 3
Duração: 2 min.
O catequista convida os participantes a abrirem o livro do catequizando, na página 49,
e a descobrirem a frase escondida:
O ÁPPA É UM IAP QUE EMT SO ARBÇSO ROTESF APRA GROGEPETR SO HLIFSO SAM OAN ES CEE-
SUEQ SAD SOAM ARAP RAACARIIC

Etapa 4
Duração: 3 min.
O catequista pede um voluntário para apresentar a solução do jogo: “O papá é um pai
que tem os braços fortes para proteger os filhos, mas não se esquece das mãos para
acariciar”.
Como conclusão o catequista diz: “Há pais ternos, presentes; mas também os há ausentes
e violentos. Mas a culpa nem sempre é dos pais. Alguns filhos fazem tudo para complicar o
papel dos pais. São rápidos a exigir dinheiro para meter saldo no telemóvel. Refilam quando
está na hora de obedecer e colaborar. Os filhos, quando são ainda novos, amam os pais. Ao
crescer, são muito exigentes com os pais. E nem sempre são justos.”

Atividade: Na sua pele


Duração: 10 min.

Preparação
O catequista prepara as tiras de papel com as situações a dramatizar em número suficiente
para todos os pares. Pode usar o ficheiro disponível no site de apoio: Anexo 1 – Situações
para dramatizar.

Etapa 1
Duração: 2 min.
O catequista pede aos catequizandos que se reúnam em pares. Depois, entrega a cada par
uma tira de papel que contém uma das situações abaixo representadas. Um dos elementos
de cada par representará o papel de pai e o outro o papel de filho/a. Os dois devem prepa-
rar a dramatização da situação que lhes foi entregue.

Situação A: A filha mostra ao pai a negativa que teve a Português.


Situação B: O filho pede ao pai que lhe compre um telemóvel novo.

124
Etapa 2
Duração: 5 min.
De seguida, o catequista convida cada par a dramatizar a situação.

Etapa 3
Duração: 3 min.
O catequista pede aos catequizandos que partilhem o que sentiram durante a sua repre-
sentação. O catequista deverá estar sobretudo atento às reflexões relacionadas com os
que estiveram no papel de pai. Para ajudar neste momento de reflexão e partilha, poderá
colocar as seguintes questões:
ƒƒNo geral, como te sentiste durante a dramatização da tua situação?
ƒƒJá alguma vez tinhas estado na pele do teu pai? O que sentiste?
ƒƒComo reagem os pais em situações como esta? Como achas que se sentem?
ƒƒNa tua opinião, o que é necessário fazer para que não haja conflitos entre pais e
filhos?

Anúncio da Palavra
Atividade: Cuidando dele
Duração: 10 min.

Etapa 1
Duração: 2 min
O catequista entrega um balão e um marcador a cada participante. Os catequizandos
começam por encher o balão e depois desenham o rosto do seu pai, de um lado, e escrevem
duas qualidades do pai, do outro.

Etapa 2
Duração: 3 min.
Depois dos balões preenchidos, o catequista explica que colocará música ambiente e que,
enquanto a ouvirem, devem atirar constantemente o seu balão para o ar sem nunca o
­deixar cair. Para dificultar a tarefa, o catequista “obriga” a bater palmas quando o balão
está no ar.
Ao fim de algum tempo, o catequista começa a “sabotar” a tarefa: soprando os balões,
picando-os, etc.

Etapa 3
Duração: 5 min.
Terminado o jogo, o catequista coloca algumas perguntas que ajudem os catequizandos a
refletir sobre esta atividade e lhes permita estabelecer uma relação entre a mesma e as
atividades anteriores (“Isto faz-me lembrar” e “Na sua pele”):
ƒƒQue dificuldades sentiste durante esta atividade?
ƒƒO que aprendeste com ela?
ƒƒConsegues relacioná-la com o papel do teu pai?

125
ƒƒO que representa o teu pai para ti: patrão, pai ou papá? Porquê?
ƒƒNa tua opinião, como se comporta Deus perante ti? Patrão, pai ou papá?
ƒƒSerá que Ele se preocupa contigo? Como o demonstra?

Atividade: Pai Nosso


Duração: 15 min.

Etapa 1
Duração: 2 min.
O catequista pede aos participantes que abram as suas bíblias em Mateus, capítulo 6. Para
a leitura de Mt 6, 8-14, o catequista escolhe um voluntário.
Não façais como eles, porque o vosso Pai celeste sabe do que neces-
sitais antes de vós lho pedirdes.»
«Rezai, pois, assim:
‘Pai nosso, que estás no Céu,
santificado seja o teu nome,
venha o teu Reino;
faça-se a tua vontade,
como no Céu, assim também na terra.
Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia;
perdoa as nossas ofensas,
como nós perdoámos a quem nos tem ofendido;
e não nos deixes cair em tentação,
mas livra-nos do Mal.’
Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso
Pai celeste vos perdoará a vós. Se, porém, não perdoardes aos homens
as suas ofensas, também o vosso Pai vos não perdoará as vossas.»

Etapa 2
Duração: 3 min.
O catequista pede aos participantes que identifiquem a(s) mensagem(ns) que a passagem
propõe. De seguida, e como forma de interpretar melhor a passagem escutada, o cate-
quista explica que:
ƒƒA ideia de Deus como Papá (Pai Celeste) não é nova, mas Jesus é o único que pode
falar dela com segurança porque é filho de Deus. Jesus fala com Ele com uma ter-
nura infinita, com a palavra “papá”, como faria uma criança que abraça o seu pai.
Juntamente com Ele, todos nós, seus irmãos e irmãs, podemos invocá-lo e “senti-lo”
afetuoso como uma “mamã”;
ƒƒRezar não quer dizer fazer uma lista de presentes a pedir ao pai natal. É estar perto
de Deus, reconhecer que foi Ele que nos criou, que é Ele que nos ama e protege
- o vosso Pai sabe;
ƒƒQuando rezamos a Deus, Pai nosso, fazemo-lo sempre “na companhia” do seu filho
Jesus e de todos os irmãos e irmãs que há no mundo;
ƒƒO pão de cada dia - “Dá-nos hoje o pão necessário”: Jesus usa 38 vezes a palavra
“pão”: é um dom que pedimos ao Pai; mas é também algo que partilhamos como sinal
de fraternidade e amizade. O pão representa o alimento completo do corpo e do espí-

126
rito que só Deus oferece. Na Última Ceia, Jesus torna-Se o “pão verdadeiro”, oferecido
para a salvação de todos.

Etapa 3
Duração: 8 min.
O catequista diz que é muito importante não só saber a oração que Jesus nos ensinou,
como também compreendê-la. Para ajudar os participantes com a compreensão do Pai
Nosso, afixa o cartaz nº 12, onde consta o texto dividido em várias frases.

O catequista coloca, aleatoriamente, em cima de uma mesa, tiras com o significado das dife-
rentes partes do Pai Nosso e pede dois voluntários para, à vez, escolherem tiras. À medida
que forem escolhendo tiras, os voluntários deverão lê-las e, com a ajuda dos ­restantes
participantes, afixá-las no lugar adequado, no cartaz nº 12.

O Céu está onde Deus está. O Céu não é um lugar, mas


Pai Nosso, que estais no Céu, designa a presença de Deus, que é maior que o espaço
ou o tempo.

Santificado seja o Vosso Nome, Santificar o nome de Deus é colocá-Lo acima de tudo.

Pedimos que Cristo regresse, tal como prometeu, e que o


Venha a nós o Vosso Reino, reinado de Deus, que já irrompeu entre nós, se imponha
definitivamente.

Seja feita a Vossa vontade, assim na Pedimos que aconteça na Terra e no nosso coração,
Terra como no Céu. o que já acontece no Céu.

Somos pessoas que esperam da bondade do seu Pai


O pão nosso de cada dia nos dai hoje, do Céu tudo o que é necessário, tanto os bens materiais
como os espirituais.

127
Perdoai-nos a nossas ofensas, assim
O perdão misericordioso que damos aos outros é insepa-
como nós perdoamos a quem nos tem
rável daquele que nós próprios procuramos.
ofendido.

Porque corremos em cada dia e em cada momento o risco


E não nos deixeis cair em tentação, de negarmos a Deus e de pecarmos, pedimos a Deus que
não nos deixe indefesos na violência da ­tentação.

O “mal” do Pai Nosso não é só uma força ou uma energia


espiritual negativa, mas o mal em pessoa, que a Sagrada
Mas livrai-nos do Mal.
Escritura conhece pelos nomes de Tentador, Maligno, Pai
da mentira, Satanás e Diabo.

Desde os tempos mais remotos, os judeus e os cristãos


Ámen concluem as suas orações com “Ámen”, que significa
“Sim, assim seja!”.

Etapa 4
Duração: 2 min.
O catequista conclui, dizendo “Quando percebemos bem o que está dito na oração do­
­“Pai-nosso” fica mais claro o tipo de relação que Deus quer estabelecer connosco: há uma
correspondência entre as nossas necessidades e a vontade que Deus tem de nos salvar.
Deus é um pai loucamente apaixonado pelos seus filhos, por isso trata-os com um amor
doce e forte. Um Deus assim merece o nosso aplauso.”

Expressão de fé
Atividade: Querido Pai
Duração: 15 min.

Preparação:
Para este momento de oração, o catequista prepara um espaço amplo, limpo e desimpe-
dido. No chão deve colocar uma carpete. No centro da sala, coloca uma bíblia e uma ima-
gem com o rosto de Jesus (cartaz nº 10).

Etapa 1
Duração: 4 min.
O catequista pede que, com o livro do catequizando à mão, os participantes se sentem no
chão, em semicírculo e diante da bíblia e da imagem do rosto de Jesus. Coloca aos partici-
pantes as seguintes questões:
ƒƒGostas da ideia de Deus papá? Porquê?
ƒƒCostumas conversar com Ele? Com que frequência?
ƒƒPor que motivo é tão importante fazê-lo?
ƒƒComo podemos conhecê-Lo melhor?

128
Etapa 2
Duração: 4 min.
A partir das respostas dadas na etapa anterior, o catequista apresenta os cinco passos
a seguir para conseguirmos relacionar-nos com o Pai com a mesma intensidade, com o
mesmo entusiasmo e com a mesma confiança com que Jesus o fazia:
1. Dedicar algum tempo para ler a Bíblia: Deus é Pai. Nós confiamos n’Ele, gostamos
d’Ele. Por que é que há de ser um problema dedicar-lhe tempo para melhorar a
nossa relação com Ele?;
2. Usar o coração para rezar: Não nos limitemos a dizer palavras com a boca. Pense-
mos que Ele nos escuta realmente;
3. Contar tudo a Deus: Um dos problemas que temos com os pais, com os professo-
res, com os amigos é a dificuldade que temos em lhes contar tudo. Não tenhamos
medo de dizer tudo a Deus. Peçamos-Lhe uma mão para melhorar a situação;
4. Falar-lhe dos outros e não só de nós: O Deus de Jesus é “nosso” e fica feliz
quando Lhe dizemos que queremos o bem de quem nos irrita;
5. Escolher Jesus como nosso modelo: Ele revelou-nos o rosto de Deus. Se vivemos
na sua amizade, vai ser-nos mais fácil amar a Deus como nosso pai.

Etapa 3
Duração: 2 min.
O catequista convida os catequizandos a abrirem o livro do catequizando, na página 49,
para rezarem a oração “Querido Pai”.
Querido Pai
Querido pai
Tantas vezes repito “pai nosso”
com a cabeça a milhares de quilómetros
das palavras que digo.
Chamo-te “papá” mas porto-me
como um filho caprichoso
que não quer saber de Ti
e não Te obedece.
Digo “nosso” e esqueço-me
que os meus colegas
são também irmãos e irmãs.
Experimento mudar:
“Caro papá que estás no céu…”
É fixe! Soa estranho
mas sinto-te mais próximo,
mais afetuoso,
como se me abraçasses.
Eu Te peço: não ligues
quando me armo em idiota
ou me esqueço
de te perguntar como estás
e se gostas de mim.

129
Etapa 4
Duração: 5 min.
Para finalizar o encontro, o catequista projeta o vídeo “Pai nosso” e explica que escutarão
a oração do pai-nosso por partes, sendo alternado por um leitor. Quando aparece a palavra
“Todos” os participantes poderão também ler / acompanhar.
Guião do vídeo “Pai nosso”
Todos: Pai…
Leitor: Que olhas para todos os teus filhos por igual.
Todos: nosso…
Leitor: De todos. Dos seis mil milhões que moramos nesta terra.
Todos: que estais nos céus…
Leitor: E na terra e em cada ser humano.
Todos: Santificado seja o vosso nome…
Leitor: Nos corações de todos.
Todos: Venha a nós o vosso reino.
Leitor: Reino de amor, de fraternidade, de verdade, de justiça e de liberdade.
Todos: Seja feita a vossa vontade…
Leitor: Sempre. Em tudo e em todos.
Todos: Assim na terra como no céu.
Leitor: Em todo o lado. Na escola e na família. Na catequese e no tempo livre.
Todos: O pão-nosso de cada dia nos dai hoje
Leitor: Pão amassado com esforços de solidariedade e justiça.
Todos: Perdoai-nos as nossas ofensas
Leitor: Como só Tu o sabes fazer. Ou seja, completamente, para sempre!
Todos: Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido
Leitor: Aprendendo conTigo, conseguimos perdoar.
Todos: E não nos deixeis cair em tentação
Leitor: De nos esquecermos dos nossos irmãos necessitados, sem fé nem amor.
Todos: Mas livrai-nos do mal.
Leitor: Dos egoísmos, da injustiça e do medo.
Em alternativa ao vídeo pode concluir-se a oração com o cântico do Pai-Nosso que se
encontra no livro do catequizando, na página 49.

130
Assinou
o mundo

131
C 13 Para o Catequista
Apresentação
O chão que pisamos, o ar que respiramos, a vida que vivemos... tudo vem do amor bondoso e criador
de Deus

Objetivos
ƒƒReconhecer a Deus como criador.
ƒƒCultivar uma atitude de respeito e reverência pela criação de Deus.

Conteúdos
ƒƒConceitos:
yy Conhecer a Deus como criador
yy Articular o conceito de criação, segundo a fé, com os dados da ciência
ƒƒProcedimentos:
yy Identificar as semelhanças e diferenças entre o como se trata os outros e o como
se trata a natureza
ƒƒAtitudes:
yy Cultivar uma atitude de respeito e reverência pela criação de Deus
yy Cultivar uma visão positiva e confiante de si, porque criado por Deus

Material
ƒƒFolhas A5 (uma por par)
ƒƒLápis (um por par)
ƒƒCópias da imagem “Desenho às cegas” (disponível no site de apoio ligações.net)
ƒƒ3 exemplares dos cartões “O que é importante?” (disponível na pasta de apoio)
ƒƒVídeo “Top 5” (disponível na pen multimédia)
ƒƒMúsica de fundo “fundo05” (disponível na pen multimédia)
ƒƒCanção “Louvado sejas, ó meu Senhor” (disponível na pen multimédia)

Esquema
Experiência humana Atividade: Desenho às cegas 10’ **

Anúncio da Palavra Atividade: Confiança na Providência 30’ ***

Expressão de fé Atividade: Tudo me fala de Ti 20’ ***

132
Do Catecismo
282. A catequese sobre a criação reveste-se duma importância capital. Diz respeito aos
próprios fundamentos da vida humana e cristã, porque torna explícita a resposta da fé
cristã à questão elementar que os homens de todos os tempos têm vindo a pôr-se: «De
onde vimos?», «Para onde vamos?», «Qual a nossa origem?», «Qual o nosso fim?», «Donde
vem e para onde vai tudo quanto existe?». As duas questões, da origem e do fim, são
inseparáveis. E são decisivas para o sentido e para a orientação da nossa vida e do nosso
proceder.

Síntese de conteúdos
O tema de Deus como criador lembra-nos o conflito entre a fé e a ciência. Falar de Deus
criador seria desistir dos dados das ciências. Mas o tema da Criação é muito mais interes-
sante!

Conflito fé-ciência?
Quando a revelação fala de Deus criador, não estamos perante um texto científico. Esta-
mos perante uma verdade de fé. A teoria da evolução das espécies ou o big-bang são
construções científicas que tentam dar resposta à questão do “como” chegámos até aqui,
como surgiu o universo, como evoluiu a espécie humana. A Bíblia e a nossa tradição de fé
não tentam responder a essa pergunta. Têm outra preocupação: porquê? De onde vimos?
Para onde vamos?
A ciência não pode (nem quer) explicar o porquê da realidade, do universo existente. A reli-
gião não pode (nem deve tentar) explicar o como, os mecanismos, os processos pelos quais
o universo é como é.

Criar
Na Bíblia, a palavra “criar” tem um sentido muito especial. Diz-se “barah”. É um verbo que
só tem Deus por sujeito. A Bíblia tem uma convicção profunda: Deus é o autor de tudo
quanto existe. E isto tem várias implicações. A primeira é que nada do que existe neste
mundo (os astros, os animais, as pessoas) é “deus”; tudo e todos “vêm” de Deus. O mundo
fica ­“desdivinizado”. E, portanto, ninguém, a não ser Deus, é merecedor da nossa adoração.
A segunda implicação é que se torna necessária uma nova relação com a natureza. Uma
relação violenta face à natu­reza vai contra a ideia de um Deus Criador. Este universo criado
e amado por Deus como coisa boa pede, da nossa parte, uma atitude de cuidado e respeito.
A terceira implicação é que Deus cria o mundo para todos. Deus criou o mundo para a vida
em abundância de todos. E não apenas de alguns. Por isso, qualquer forma de exploração
abusiva, individual ou coletiva, é contrária às intenções de Deus Criador.
A quarta implicação é que a criação não é “neutra”: Deus declarou tudo como “bom”. E isto
permite uma atitude de otimismo face à realidade. Mas também de empenho transforma-
dor para que aquilo que ainda não está de acordo com o “juízo” de Deus, se aproxime da
Criação que Deus sonha.

Criador providente
A criação não é um estalar de dedos que dá início ao universo. O verbo criar não se resume
ao passado. A ação criadora de Deus consiste em dar ser a tudo o que existe. É início e é
providência: força amorosa que faz continuar a ser.

133
A providência é muito mais que um contrato de manutenção em que Deus Se compro­
mete a assegurar o correto funcionamento dos equipamentos (neste caso, todo o
universo). A providência de Deus é a garantia de um amor fiel. Deus preocupa-Se verdadei-
ramente com todas e cada uma das suas criaturas. Afirmar que Deus é criador providente
é ir ao fundo da profissão de fé: é descobrir que Deus cria por amor. A criação não é só a
ignição, o dar início… como se, depois desse gesto inicial, Deus Se esquecesse do universo
e o deixasse em piloto automático, desinte­ressadamente. Deus não Se desinteressa!
A providência de Deus é também libertadora porque Deus quer o crescimento do ser: Deus
quer fazer viver.

Jesus “ecologista”
O texto bíblico que está no centro desta catequese é Mateus 6, 25-34. Jesus leva muito
a sério a ideia de Deus como criador providente. E isso leva-O a viver e a propor uma pro-
funda confiança em Deus e admiração pela obra de Deus.
Confiar em Deus a sério, pôr n’Ele toda a nossa confiança parece exagerado, insensato.
A experiência de confiar, em Deus ou em outra pessoa, passa por reduzirmos o grau de con-
trolo que exercemos sobre a nossa vida. E um dos aspetos da vida em que nos custa mais
ceder o controlo é… a bolsa, o dinheiro. Somos uma sociedade “obcecada” com a segurança.
E até nós, os crentes, damos pouco espaço para que Deus exerça a providência. Não nos
cabe na cabeça que Deus se possa preocupar connosco, com o nosso comer, com o nosso
vestir. Mas Jesus insiste que é incompatível um culto verdadeiro e a preocupação com o
dinheiro.

A Criação e os pré-adolescentes
Em relação à geração dos pais e avós, esta geração tem uma sensibilidade ecológica,
um respeito pela natureza, muito maior. Por isso alguns dos passos que esta quarta emis-
são propõe não serão difíceis de dar. Um problema que pode surgir é o facto de caírem no
extremo oposto, de “regredirem” a uma nova “religião” natura­lista, em que a preservação
da natureza tem mais importância que a dignidade humana.
Para a Igreja Católica está claro que não há qualquer conflito entre revelação e ciência.
Os dados da ciência sobre a origem do universo ou sobre a evolução dos animais não colide
em nada com o que diz a Bíblia e a tradição da Igreja. Mas é possível que alguns catequi-
zandos, sob influência de pais e/ou professores menos informados, persistam em salientar
esse conflito.

Para cresceres
Procura um tempo de qualidade, de calma e silêncio.
Faz uma lista com as tuas três melhores experiências. Dá graças a Deus pela sua bondade
e presença nesses momentos e experiências.
Faz, a seguir, uma lista com as tuas três experiências mais dolorosas. Onde estava Deus?
Podes julgar que Ele estava longe, desinteressado do que se passava contigo. Mas era isso
mesmo que estava a acontecer?

134
C 13 Desenvolvimento
Nesta catequese vamos aprender com Jesus a louvar a Deus que para nós fez este mundo grande
e belo.

Experiência Humana
Atividade: Desenho às cegas
Duração: 10 min.

Preparação
O catequista deve preparar cópias da imagem “Desenho às cegas” (disponível no site de
apoio) em número igual à metade dos participantes.

Etapa 1
Duração: 3 min.
O catequista distribui os participantes em pares. Pede que os elementos de cada par se
sentem de costas um para o outro. Cada par terá de decidir quem desenha (elemento A)
e quem dá as indicações do que deve desenhar (elemento B). Depois, o catequista entrega
ao elemento A de cada par uma folha A5 em branco e um lápis e ao elemento B uma cópia
da imagem “Desenho às cegas”. O elemento B não pode mostrar a imagem ao elemento A
nem podem olhar um para o outro. O melhor que pode, o elemento B dá ao elemento A as
instruções e as descrições para o A fazer um desenho parecido.

Etapa 2
Duração: 2 min.
Depois de todos os elementos A terem terminado, o catequista pede que comparem o que
criaram com a imagem original, primeiro com o seu par e depois em grande grupo.

135
Etapa 3
Duração: 5 min.
O catequista abre o diálogo colocando estas perguntas:
ƒƒOs desenhos estão semelhantes à imagem original?
ƒƒQue dificuldades sentiste durante a realização do desenho? As indicações foram
­claras?
ƒƒQue pormenor se destaca, pela negativa, neste desenho? Porquê?
Depois de escutadas as intervenções, o catequista explica o sentido da atividade: “Nesta
catequese, vamos perceber melhor o que é isso da Criação. Deus tem um sonho para este
mundo; é como o desenho que os elementos B tinham. Deus cria um mundo cheio de beleza
e amor. E cada um de nós deve fazer o possível por desenhar no papel deste mundo o plano
de Deus. Mas, às vezes, o desenho que fazemos está muito mau: vamos sujando as belezas
da criação enchendo os prados com lixo, envenenando os rios, poluindo a atmosfera. E pior
ainda: vamos transferindo o não-amor também para cima das pessoas. Estamos poluídos nos
pensamentos, descarregamos os nossos problemas em cima dos outros, fechamo-nos na
nossa teimosia.”

Anúncio da Palavra
Atividade: Confiança na Providência
Duração: 30 min.

Etapa 1
Duração: 5 min.
O catequista divide os participantes em 3 grupos e entrega o conjunto dos 6 cartões
“O que é i­mportante?” a cada grupo. Explica que cada cartão respresenta algumas coisas e
experiências importantes para sermos felizes. Cada grupo deve ordenar os seus 6 cartões
em ordem descrescente (do mais importante para o menos importante).

136
Etapa 2
Duração: 10 min.
Cada grupo apresenta as suas conclusões, mostrando a ordem escolhida e os motivos para
tal. No final, o catequista coloca as seguintes questões:
ƒƒFoi fácil para o grupo chegar a um consenso? O que foi mais difícil?
ƒƒQual é o objetivo de alguém que te ajuda a fazer os trabalhos de casa, te escuta
quando desabafas? (Amigos)
ƒƒPor exemplo, para um mendigo qual destes conceitos (imagens) será mais impor-
tante? Porquê? (Comida)

Etapa 3
Duração: 5 min.
O catequista refere que muitas das pessoas que ouviam Jesus eram pobres e pergunta:
“Porque achas que eram estas as pessoas que passavam tempo com Ele?” Depois de escu-
tar os participantes, continua dizendo que Jesus Se preocupava com a vida deles. Ele tam-
bém era pobre.
Convida os participantes a abrirem as suas bíblias em Mateus 6, 25-34 e pede 5 voluntários
para lerem a passagem bíblica, dividindo os versículos de acordo com o seguinte esquema:
Leitor 1: «Por isso vos digo: Não vos inquieteis quanto à vossa vida,
com o que haveis de comer ou beber, nem quanto ao vosso
corpo, com o que haveis de vestir. Porventura não é a vida
mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestido?
Leitor 2: Olhai as aves do céu: não semeiam nem ceifam nem reco-
lhem em celeiros; e o vosso Pai celeste alimenta-as. Não
valeis vós mais do que elas?
Leitor 3: Qual de vós, por mais que se preocupe, pode acrescentar um
só côvado à duração de sua vida?
Leitor 4: Porque vos preocupais com o vestuário? Olhai como cres-
cem os lírios do campo: não trabalham nem fiam! Pois Eu
vos digo: Nem Salomão, em toda a sua magnificência, se ves-
tiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva
do campo, que hoje existe e amanhã será lançada ao fogo,
como não fará muito mais por vós, homens de pouca fé?
Leitor 5: Não vos preocupeis, dizendo: ‘Que comeremos, que bebere-
mos, ou que vestiremos?’ Os pagãos, esses sim, ­afadigam-se
com tais coisas; porém, o vosso Pai celeste bem sabe que
tendes necessidade de tudo isso. Procurai primeiro o Reino
de Deus e a sua justiça, e tudo o mais se vos dará por acrés-
cimo. Não vos preocupeis, portanto, com o dia de amanhã,
pois o dia de amanhã já terá as suas preocupações. Basta a
cada dia o seu problema.»

137
Etapa 4
Duração: 10 min.
O catequista devolve aos 3 grupos os 6 cartões “O que é importante?” e pede que selecio-
nem as imagens que mais se relacionam com o texto bíblico escutado. Depois dos grupos
chegarem às imagens “comida/bebida e roupa/vestuário”, o catequista pergunta:
ƒƒNo que respeita à comida/bebida, para quem devemos olhar? Resposta: para as Aves
(pedir ao leitor 2 para reler a passagem Mt 6, 26)
ƒƒE no que respeita à roupa/ ao que vestir, quem devemos imitar? Flores (pedir ao leitor
4 para reler a passagem Mt 6, 28-30)

Para ajudar a perceber como esta palavra de Jesus é um convite ao desprendimento dos
bens materiais, o catequista coloca as seguintes questões:
ƒƒQue importância damos aos bens materiais?
ƒƒO que é mais importante para nós: os bens materiais ou o que foi criado pelo Pai?
ƒƒConfiamos totalmente no Pai e no seu amor? Reconhecemos esse amor do Pai por
nós?

Como conclusão, o catequista conta que há uma história antiga que explica que o sábio
aponta para a Lua com o dedo. Mas a pessoa pouco inteligente só consegue olhar para o
dedo, esquecendo-se de olhar para a Lua, a meta. O mesmo se passa connosco e com a
Criação. Uma paisagem, uma flor, uma pedra bonita, o céu estrelado, a presença de uma
pessoa… deveriam abrir mais o coração para o encontro com Deus, que tudo criou. Mas
normalmente, ficamo-nos naquilo que se vê e esquecemo-nos da sua origem, de Quem
pensou e realizou estas pequenas e grandes maravilhas para encher de fantasia e beleza
os nossos dias. Comportamo-nos como aquela pessoa pouco inteligente que, diante de
um tesouro imenso, se preocupa em agarrar uma moeda… deixando fugir todo o resto do
tesouro.

Expressão de fé
Atividade: Tudo me fala de Ti
Duração: 20 min.

Etapa 1
Duração: 5 min.
O catequista projeta o vídeo “TOP 5” que propõe 5 conselhos que levam ao compromisso
pessoal de cuidar e preservar a natureza que Deus deu à humanidade.
Guião do vídeo “Top 5”
Aprende a maravilhar-te, a abrir bem os olhos diante das coisas belas. Observa e escuta o
que está à tua volta. Levanta os olhos para o céu e, de vez em quanto, desliga o mp3. Como
é bela a vida! Como é belo este mundo! Claro que tudo pode ser melhorado… mas pensa
no que já existe… pensa na ação de Deus que criou tanta beleza! Durante uma viagem ou
um passeio, olha para a janela… não te distraias… e pensa: tudo isto que vejo, foi querido,
pensado, criado. Que maravilha!
Dissemos “que maravilha” e não “que bonito”. Não banalizes as coisas pequenas. Só quem
sabe apreciar o que é simples, consegue dar o justo valor ao que é grande. A admiração é
o sinal que dás à vida e à criação a importância certa. O que te rodeia é bonito, mas não

138
banal. Não deves estar sempre a contar com isso. Faz uma lista de todas as coisas novas
que descobres em cada dia. Vais ver que fica difícil chegar ao fim.
Reconhece o autor. Por detrás da beleza de um amanhecer, das montanhas ou do mar,
há Alguém que sabe o que faz. De vez em quando, diz-Lhe obrigado pelos tantos presentes
que recebeste de graça. Quando escreves um poema ou fazes um desenho e o mostras
aos teus amigos, eles vão dizer-te duas coisas: “Que bonito!” (ou “que feio!”) e “Foste tu
que o fizeste?”. É exatamente isto que te deve levar a confiares em Deus. Ele fez coisas
extraordinárias. E oferece-tas em cada dia. Como não Lhe vamos dizer “obrigado” por tudo
o que fez e nos ofereceu?
Vive a poesia da natureza. Mergulha em qualquer paisagem verde. Mesmo se moras na
cidade, encontra um jardim para fazer esta experiência. Um passeio com calma no meio
desta beleza, ajuda-te a entender a vida. A beleza da criação não está só no aspeto; está
também no facto que o universo criado não vem de si mesmo. O universo não é como um
quadro que observamos. É um lugar em que estamos, em que nos podemos sentir em har-
monia. Um passeio no parque, uma caminhada, um percurso de bicicleta… tudo é belo. Mas
só se tu te sentires parte daquilo que estás a visitar.
Ajuda a criação. Não imites quem deixa o lixo pelo chão, quem desperdiça a comida, quem
pisa as flores… Comporta-te como “senhor” e “senhora” da criação. A criação mantém-se
bela se nós cuidarmos dela. Deus “assinou” o mundo; não vamos nós fazer gatafunhos em
cima da assinatura de Deus. Ou seja, e descendo ao concreto: apanha os papéis que dei-
taste ao chão, não sujes, não desprezes as coisas e pessoas que estão ao teu lado.

Etapa 2
Duração: 10 min.
O catequista coloca uma música de fundo e pede aos catequizandos que abram as suas
bíblias em Mateus 6, 25-34 e o livro do catequizando, na página 52, onde se encontram a
oração e o canto. De seguida, dá as seguintes indicações:
1. Reflexão: pensa num par de realidades que te rodeiam e que tenham sentidos
opostos. Podem ser objetos, situações, atitudes: um jardim florido e uma lixeira, por
exemplo. (1 min)
2. Partilha: partilha com todo o grupo o par de opostos que escolheste. Esta partilha
não deve tornar-se um debate. (1,5 min)
3. Leitura silenciosa: relê em silêncio o texto de Mt 6, 25-34 e escolhe a frase que é
mais significativa para ti. (2 min)
4. Partilha: lê a frase que sublinhaste. (1,5 min)
5. Reflexão: pensa sobre a presença de Deus em tudo, em todas as situações da tua
vida, quer nas positivas, quer nas negativas. (2 min)
6. Oração conjunta: o grupo lê, em voz alta, a oração “Tudo me fala de Ti” que se
encontra no livro do catequizando, na página 56. (2 min)

Tudo me fala de Ti
Abri os olhos, Deus
e descobri um mundo novo.
Vejo-Te por detrás da beleza do sol que nasce,
na flor que cresce na minha varanda,
nas aves que dançam no céu.
Experimento ver o sinal da tua presença
até no ar poluído da minha cidade
e percebo que me queres uma pessoa “limpa”.

139
Vejo-Te até no gelo que há entre os meus pais
e sei que contas comigo
para reaquecer o seu coração
com o meu amor.
Penso em Ti ao ver
o rosto triste de um imigrante;
vou acolhê-lo: ele é teu filho, como eu o sou.
Encontro-Te nas lágrimas da minha amiga
que perdeu o pai
e procura um pouco de afeto
para não desesperar.
Digo-Te obrigado por tudo o que deste
e porque me chamas a dar-Te uma mão,
a transferir um pouco do teu paraíso
para esta nossa infeliz Terra.

Etapa 3
Duração: 5 min.
Para concluir o momento de oração e este encontro de catequese, o catequista convida os
participantes a cantarem “Louvado sejas, ó meu Senhor” cuja letra se encontra no livro do
catequizando, na página 53.
Canto “Louvado sejas ó meu Senhor”
(Original: D. Machetta,)
Louvado sejas, ó meu Senhor (4x)
Nós queremos louvar-Te em todo o tempo
pela lua, o sol e as estrelas,
e por todas as Tuas criaturas
que há no mundo e são tão belas.
Pela terra que a todos nos sustenta,
pelos frutos, as ervas e as flores,
pelo dia, com sol ou em tormenta,
nós cantamos os Teus louvores.
Pelos lares que vivem tão unidos
e são fonte fecunda do Teu povo,
pelos jovens que lutam com pujança
para termos um mundo novo.
Por aqueles que sofrem a injustiça
na certeza de que haja liberdade,
pelos homens, lançados na aventura
de semearem a felicidade.
E por todos os homens que há na terra,
por aqueles que nascem cada dia,
por aqueles que morrem na esperança
de viverem Tua alegria.

140
Jesus: uma
garantia

141
C 14 Para o Catequista
Apresentação
A parte mais longa do Credo fala-nos sobre Jesus, sobre a sua vida e identidade. Com esta cate-
quese conhecemos melhor a identidade profunda de Jesus.

Objetivos
ƒƒReconhecer em Jesus o Filho de Deus.
ƒƒAssumir os evangelhos como fonte credível para conhecer Jesus.
ƒƒCultivar uma relação profunda e sincera com Jesus.

Conteúdos
ƒƒConceitos:
yy Jesus é o Filho de Deus
yy Os evangelhos são documentos de história e catequese para conhecer Jesus
ƒƒProcedimentos:
yy Elaborar o CC de Jesus de Nazaré, a partir do que se foi aprendendo na catequese
ƒƒAtitudes:
yy Assumir os evangelhos como fonte credível para conhecer Jesus
yy Cultivar uma relação profunda e sincera com Jesus

Material
ƒƒPost-it (podem ser de várias cores)
ƒƒCanetas
ƒƒCartaz nº 13 (disponível na pasta de apoio)
ƒƒCópias do guião da encenação (ficheiro disponível no site de apoio ligações.net)
ƒƒCanção “É Jesus” (disponível na pen multimédia)
ƒƒVídeo “Quem é Jesus?” (disponível na pen multimédia)
ƒƒComputador, colunas, projetor multimédia

Esquema
Experiência humana Atividade: Para vós, quem sou Eu? 20’ ***

Anúncio da Palavra Atividade: Tu és o Filho de Deus vivo 20’ ****

Expressão de fé Atividade: Um hino ao todo-poderoso 20’ ****

142
Do Catecismo
430. Em hebraico, Jesus quer dizer «Deus salva». Aquando da Anunciação, o anjo Gabriel
dá-Lhe como nome próprio o nome de Jesus, o qual exprime, ao mesmo tempo, a sua iden-
tidade e a sua missão. Uma vez que «só Deus pode perdoar os pecados» (Mc 2, 7), será
Ele quem, em Jesus, seu Filho eterno feito homem, «salvará o seu povo dos seus pecados»
(Mt 1, 21). Em Jesus, Deus recapitula, assim, toda a sua história de salvação em favor dos
homens.

Síntese de conteúdos
Jesus de Nazaré é para todos os cristãos um modelo de vida. Ele é, além disso, a garantia
que um modo mais belo de vida é possível. A nossa fé católica está assente em Jesus. Tudo
o que sabemos de importante (sobre Deus, sobre nós mesmos, sobre os bons rumos que
podemos dar à vida) foi revelado por Ele.

Os evangelhos: retratos fiéis de Jesus


Jesus é um personagem muito conhecido em todo o mundo. E a melhor maneira de saber-
mos algo sobre Jesus é gastarmos algum tempo a ler os evange­lhos. Os evangelhos são
os relatos escritos da vida de Jesus, inspirados pelo Espírito Santo. Lê-los é um passo
­importante para um contacto pessoal com Jesus e para entender e acolher a sua mensa-
gem. Os evangelhos são retratos de fé sobre Jesus; não são biografias históricas. Quando
escreveram os evangelhos, os autores escreveram sobre Jesus de uma maneira que subli-
nhasse as verdades de fé que a Igreja tinha aprendido do Espírito Santo.

Os nomes de Jesus
Podemos descobrir muito sobre Jesus a partir do seu nome e dos títulos que Lhe atribuem.
Maria deu o nome de Jesus ao seu filho. Este nome quer dizer “Deus salva”. É através de
Jesus, e só d’Ele, que nós somos salvos, podemos superar todo o mal que nos rodeia e che-
gar à felicidade que Deus deseja para nós.
Cristo é um título formal para Jesus, usado mais de quatrocentas vezes no Novo Testa-
mento. Cristo, ou Messias, quer dizer “ungido”: ser marcado com óleo para uma missão
especial. No Antigo Testamento, os profetas e os reis eram ungidos em nome de Deus.
Muitos judeus acreditavam que Deus iria enviar um novo Ungido (Messias, Cristo) que viria
cumprir as promessas salvadoras de Deus. Pedro foi o primeiro a proclamar Jesus como
Messias: “Tu és o Cristo” (Mc 8, 29); ele anuncia assim que Jesus era o salvador esperado.
Um outro título frequente é o de Filho de Deus. No Antigo Testamento, “filho de Deus” é
usado para os anjos, para o povo de Israel e para os reis. Este título mostra que a pessoa
que o recebe tem uma relação especial com Deus. Mas quando é usado com Jesus, tem
uma força muito maior. Jesus é o único e verdadeiro filho de Deus.
Jesus é também chamado Senhor. Era um título de respeito mas tem também um sen-
tido religioso: “Senhor” era o título usado para designar o nome de Deus. Tratar Jesus por
Senhor é tratá-Lo como Deus. Quando nós hoje dizemos “Senhor Jesus” estamos a reco-
nhecer a sua divindade e a reconhecer que Ele é digno da nossa adoração e seguimento.

143
Jesus faz a pergunta decisiva
Jesus quer saber o que os apóstolos ouviram nas ruas a respeito d’Ele. Faz-lhes uma sonda-
gem de opinião: “Que dizem de Mim as pessoas?” Para os apóstolos esta pergunta de Jesus
é fácil. Falar do que se ouve dizer não os compromete muito. Mas depois vem a pergunta
decisiva: Quem sou Eu para vós? Já há algum tempo que os apóstolos andam com Jesus.
E este é o momento em que Jesus faz uma pergunta clara e pessoal. Jesus quer que eles
se definam.
E Pedro confessa o que o Pai lhe sugere: “Tu és o Messias, o Filho de Deus”. São palavras
que Pedro diz sugeridas por Deus. Para falar de Jesus, só podemos dizer o que o Espírito
nos puser no coração e nos lábios.

Mais do que fantasias e mais do que factos


Esta catequese ajuda os pré-adolescentes a superar a visão dos evangelhos de Jesus como
“histó­rias da Carochinha”. Por influência da família, da escola e dos media, muitos pensam
que Jesus, a sua vida e os seus ensinamentos, não têm mais verdade do que as fábulas que
aprenderam na infância.
O catequista terá um papel importante. Sem ser fundamentalista, apresenta-se ao grupo
como alguém que conhece a mentalidade dominante, que acolhe as possíveis críticas a
uma visão infantilista da Bíblia e que sabe dar razões das suas convicções. Ao mesmo
tempo, não perde de vista que os evangelhos não são relatos factuais.
Os pré-adolescentes caem facilmente na tentação de optar entre duas interpretações dos
evangelhos: a (obviamente falsa) história da Carochinha e a factual-científica. Para eles,
ou uma ou outra têm de ser verdadeiras.
O catequista não deve optar por um meio-termo (umas coisas são verdadeiras, outras não).
O catequista deve insistir no modelo correto de leitura dos evangelhos: uma visão de fé
para alimentar a fé. É verdade que alguns podem objetar a isto dizendo que uma visão de
fé é sempre subjetiva. Os catequistas recordam que esta visão de fé, subjetiva, é assumida
pelas primeiras testemunhas, por aqueles homens e mulheres que conviveram com Jesus,
que O escutaram, que assistiram aos seus gestos de amor.

Dos factos à pessoa de Jesus


Os relatos dos evangelhos tendem, nestas idades, a ser algo “desprezados” pelos cate-
quizandos. Porque tendem a vê-los como factos. Verdadeiros para uns, imaginados para
outros. Interessantes para uns, banais para outros.
O catequista deve empenhar-se em alterar esta maneira de ver os evangelhos e a vida
de Jesus. Não importa tanto saber algumas informações sobre Jesus, mas acima de tudo
estabelecer uma relação com esse Jesus que é retratado nos evangelhos.

Para cresceres
Pensa um pouco: qual o episódio da vida de Jesus que mais te emociona?
Porque o escolheste?
Como é que a tua vida se cruza com esse evento de Jesus?

144
C 14 Desenvolvimento
Esta catequese quer levar a uma visão mais profunda de Jesus. Partindo do conhecimento social e
histórico, das diversas opiniões que circulam por aí sobre Jesus, queremos ir mais longe: aceitá-Lo
como verdadeiro homem e verdadeiro Deus.

Experiência Humana
Atividade: Para vós, quem sou Eu?
Duração: 20 min.

Etapa 1
Duração: 4 min.
O catequista explica que há cerca de dois mil anos Jesus começou a perguntar às pessoas:
“Para vós, quem sou Eu?”. Esta pergunta continua atual. Hoje vamos responder a esta
­pergunta de forma sincera e pessoal.
De seguida, afixa o cartaz nº 13, que mostra a palavra JESUS. Entrega a cada participante
um post-it onde irão responder à pergunta “Quem é Jesus para ti?”. À medida que cada um
for terminando, cola o seu o post-it à volta da palavra JESUS.

Etapa 2
Duração: 4 min.
O catequista ou um voluntário lê as respostas afixadas. No final, o catequista pede que os
participantes façam uma resposta de síntese que englobe todas as opiniões.

Etapa 3
Duração: 7 min.
O catequista diz que sempre houve interesse pela figura de Jesus. Todos os anos há novos
filmes, livros, canções que falam d’Ele. Mas essas imagens que se fazem d’Ele são, às vezes,
muito diferentes do original, apresentado pelos Evangelhos. Para traçar o verdadeiro perfil
de Jesus, o catequista convida os participantes a preencherem, em conjunto, o Cartão de
Identificação de Jesus (página 57 do Livro do Catequizando). Nas observações devem ser
escritas as qualidades de Jesus (podem ser aproveitadas as opiniões das etapas a­ nteriores).

145
Etapa 4
Duração: 5 min.
Depois do preenchimento, o catequista pergunta:
ƒƒFoi fácil chegarem a um consenso em relação ao que escrever em “Observações”?
ƒƒFoi difícil definirem qualidades para atribuir a Jesus? Porquê?
ƒƒQue importância tem Jesus na nossa vida?
ƒƒComo vos tem sido apresentado Jesus? (pelo catequista, pais, amigos, artistas/ídolos,
etc…)
ƒƒJesus é um homem qualquer, uma personagem especial, um homem que era e é
Deus?

Anúncio da Palavra
Atividade: Tu és o Filho de Deus vivo
Duração: 20 min.

Etapa 1
Duração: 8 min.
O catequista propõe aos participantes encenar um diálogo de Jesus (Mt 16, 13-16). Pede
9 voluntários e distribui as personagens; os restantes catequizandos sem papel farão de
figurantes (divididos entre membros do público e discípulos). Se o grupo tiver menos de
9 elementos, alguns deles ficarão com mais de um papel. Todos os participantes deverão
ter cópia do guião. Cada personagem deverá preparar o seu papel de acordo com as falas
e informações. Mesmo os figurantes deverão preparar a sua participação de acordo com o
cenário e ação de que fazem parte (público ou discípulo).

9 Personagens: Jesus, Mateus, 3 membros do público, 3 discípulos, Simão Pedro.


Material: cartaz com a frase “E vós, quem dizeis que Eu sou?”

Os três membros do público estão espalhados pela sala. Em lugar de destaque está o cartaz com
a frase “E vós, quem dizeis que Eu sou?”. Aparece Mateus e dirige-se a todos.

Mateus: Olá, amigos. Sou o Mateus e espero que estejam com vontade de ouvir uma notícia
espetacular!
Público 1: Claro, Mateus! Mas há algo de especial?
Mateus: É que Jesus fez uma pergunta importante quando chegou a Cesareia de Filipe.
(Aponta para o cartaz) Aquela ali.
Público 2: Não é muito difícil de responder. Todos sabemos quem é Jesus.
Mateus: Tens a certeza?
Público 2: Claro. Jesus é o filho de Deus.
Público 3: É o Messias que morreu por nós.
Mateus: Fico contente por saberdes quem Jesus é. É que alguns dos que andávamos com
Ele não tínhamos as ideias muito claras. E a certa altura Jesus teve de nos perguntar.

Mateus afasta-se de cena e senta-se no chão. Entram, à conversa, Jesus e os discípulos.

146
Jesus: Então, vocês estão a dizer-Me que há muita gente que diz que Me conhece?
Discípulo 1: É que já toda a gente Te conhece!
Jesus: E… quem dizem as pessoas que Eu sou?
Discípulo 3: Uns dizem que és João Batista.
Discípulo 2: Outros dizem que és Elias ou um dos profetas.
Jesus (Observa-os com calma. Pergunta devagar): E vós, quem dizeis que Eu sou?
Simão Pedro (decidido): Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo.

Etapa 2
Duração: 4 min.
Os participantes apresentam a sua encenação.

Etapa 3
Duração: 8 min.
Para ajudar a perceber melhor este episódio, o catequista explica algumas das expressões
que aparecem no texto:
ƒƒCesareia de Filipe: é uma cidade famosa pela sua beleza, construída por Herodes
Filipe (um dos filhos de Herodes, o grande), no Norte da Palestina, junto ao rio Jor-
dão, em honra de César Augusto, no ano 2 ou 3 a.C. Tinha a alcunha “de Filipe” para a
distinguir de uma outra Cesareia, sede do governo romano, que estava junto ao mar.
ƒƒJoão Batista: as opiniões das pessoas são para ter em conta. Colocam Jesus entre
os maiores personagens da fé judaica. As pessoas sabem que Jesus tem uma missão
divina para cumprir.
ƒƒE para vós: os amigos de Jesus não têm dificuldade em repetir o que a “gente” diz.
Mas eles são mais que a multidão. Fazem parte da “task force” do Mestre. Devem
partilhar com Ele uma missão especial. Mas a resposta que dão deve ser pessoal,
profunda.
ƒƒFilho de Deus vivo: Pedro toma a palavra em nome dos companheiros e dá uma
resposta que é uma autêntica profissão de fé. Ele reconhece em Jesus o enviado de
Deus Pai.
No final, acrescenta que Jesus é verdadeiro Deus, verdadeiro homem e que estas palavras
servem para “fotografar” Jesus. Simples de escrever, mas muito menos de acreditar. Uns
ficam-se na primeira parte. Jesus não passaria de um personagem real que acabou mal.
Há aqueles que, como no início da Igreja, julgam que Ele é só uma “pessoa a fingir”. Asneira:
muita gente que conviveu com Jesus, viu-O sorrir, chorar, comer e caminhar. Um homem
e muito mais do que um homem. Profeta e mestre. Mas não só. Em mais de uma ocasião,
Jesus refere-Se a Si mesmo com o nome impronunciável de Deus, de quem Se declara Filho.
Jesus não é um paranóico, com a mania das grandezas. É Alguém que acredita ser Filho de
Deus e que vai provar esta afirmação ressuscitando dos mortos.

147
Expressão de fé
Atividade: Um hino ao todo-poderoso
Duração: 20 min.

Etapa 1
Duração: 4 min.
Para iniciar o momento de oração o catequista convida os participantes a cantarem o
canto “É Jesus” que se encontra no livro do catequizando, na página 57.
Canto: “É Jesus”
(Original: J. Rocha Monteiro. Edições Salesianas)
É Jesus
a caminhar sobre o mar
Ele dá-me a mão
Não me deixa pecar
É Jesus
que mandou lançar as redes
meu Senhor
n’Ele viverei
É Jesus
A dar a vista aos que não vêem
A abrir os meus olhos
Aos caminhos da Fé
É Jesus
A curar o paralítico
meu Senhor
n’Ele viverei
É Jesus
A pregar sobre a montanha
Feliz serei
Se viver o amor
É Jesus
Enviado pelo Pai
meu Senhor
n’Ele viverei
É Jesus
Que só procurou servir
E me mostrou
O caminho a seguir
É Jesus
A luz que ilumina o mundo
meu Senhor
n’Ele viverei
É Jesus
Rei da vida e da morte
É a minha herança
Minha glória é servi-Lo

148
É Jesus
O Pastor que me conduz
meu Senhor
n’Ele viverei

Etapa 2
Duração: 3 min.
Escutada a canção, o catequista pede aos participantes que abram o livro do catequi-
zando na página 56 e convida-os a ler em conjunto a oração “Os teus olhos”.

Os teus olhos
Gostava de ter os teus olhos, Jesus
para admirar o céu
e pensar que lá em cima
há Alguém que me ama.
Gostava de ter os teus olhos profundos
para encontrar os teus traços
no rosto de quem vive comigo;
para ver para lá da beleza e da simpatia
e acolher a todos como irmãos e irmãs.
Gostava de ter os teus olhos doces
para ver os outros com o teu olhar de simpatia,
de compreensão, de perdão…
em vez de os olhar de lado e de os julgar.
Gostava de ter os teus olhos intensos
para descobrir o pouco de bom
que há em mim
e usá-lo para ir construindo
um rosto belo como o teu,
sempre virado para o Pai
e para os irmãos.

Etapa 3
Duração: 5 min.
O catequista explica que a oração é uma experiência que fazemos que nos ajuda a estar
mais perto de Jesus e a sermos mais parecidos com Ele. Como diz o provérbio “Diz-me com
quem andas, dir-te-ei quem és”. A pessoa que escreveu esta oração gostou dos olhos de
Jesus. E ao rezar a Jesus está a aprender muitas coisas novas e importantes para a sua
vida.
De seguida, convida os participantes a completarem essa oração usando a caixa “Oração
Pessoal”. Em silêncio devem colocar-se na presença de Jesus e pensar em ações de Jesus
em que esse “órgão” esteve envolvido. As caminhadas que Ele fez com os pés, os gestos
que Ele fez com as mãos, a paciência com que Ele escutava e dialogava com as pessoas, as
palavras luminosas que Ele dizia…

Oração Pessoal
Jesus, eu _________________ (o teu nome)
gostava de ter os teus pés
para __________________________

149
Gostava de ter as tuas mãos
para __________________________
Gostava de ter os teus ouvidos
para __________________________
Gostava de ter a tua boca
para __________________________

Etapa 4
Duração: 3 min.
O catequista põe música de fundo e convida a ler alto a oração que cada um escreveu.
Convida todos a escutar as orações dos outros com coração aberto, mantendo-se sempre
em oração a Jesus.

Etapa 5
Duração: 5 min.
O catequista convida a observar o vídeo “Quem é Jesus?”
Guião do vídeo “Quem é Jesus?”
Quem é Jesus? Cada cabeça, sua sentença! São muitas opiniões.
Jesus tem mais de dois mil anos, mas não os aparenta. Ele permanece sempre jovem, atual,
único, irrepetível, fascinante.
O seu nome é Jesus, Jesus de Nazaré. Alguém que fascina uns e irrita outros. Alguém que
apaixona e alguém que perturba.
Há uma multidão de homens e mulheres que Lhe confiaram a sua vida e que a deram em
seu nome. Muitos, pelo contrário, não sabem quem seja, não Lhe ligam ou trabalham para
apagar o seu nome e a sua palavra da nossa história.
O que é que este homem tem de especial, que acabou tão mal, morto na cruz como um
criminoso? Simples. Era tão radicalmente homem que não podia ser um homem qualquer.
Ele era muito mais. Era o filho de Deus.
Quando Jesus nasceu não havia registo civil. Não há um papel a dizer com rigor o dia, o mês
e o ano em que Ele veio ao mundo. Mas temos muitas fontes e testemunhos históricos
dos seus contemporâneos, cristãos e não cristãos. E por eles sabemos que viveu no tempo
dos imperadores romanos Augusto (31 a.C. – 14 d.C.) e Tibério (14-37 d.C.), que morreu sob
Pôncio Pilatos (26-36 d.C.) na cidade de Jerusalém. São cerca de 33 anos que vão de 4 a.C.
até 30 d.C. Com a vida de Jesus temos a certeza que Deus manteve as promessas feitas
aos antigos israelitas, enviando o seu Filho para ser um homem para nós e connosco.
Faz alguma confusão a ideia que Jesus nasceu no ano 4 antes de Cristo. Os evangelhos não
indicam uma data exata para o nascimento de Jesus. Foi só no século VI que um estudioso
(Dionísio Exíguo) reformou o calendário e começou a contar os anos como nós os temos
hoje. Mas cometeu alguns erros. Os estudiosos mais recentes dizem que Jesus terá nascido
entre os anos 6 e 4 a.C. Para lá destes detalhes históricos, o importante é salientar que a
vinda de Jesus é o cumprimento das promessas de Deus ao enviar o seu próprio Filho ao
nosso encontro.

150
Nasceu
entre nós

151
C 15 Para o Catequista
Apresentação
Nesta catequese descobrimos que, no concreto da nossa história humana, Deus manifesta toda a
sua vontade de nos salvar. Deus não Se contentou em suscitar mais um profeta: enviou o seu pró-
prio Filho. Não metade Deus e metade homem, mas Deus e homem verdadeiro.

Objetivos
ƒƒConhecer o significado da encarnação.
ƒƒAdmirar a atitude acolhedora de Maria.
ƒƒAgradecer a proximidade de Deus em Jesus que Se faz nosso irmão.

Conteúdos
ƒƒConceitos:
yy Encarnação
yy Jesus, Deus e homem verdadeiro
ƒƒProcedimentos:
yy Elaborar uma narrativa coerente dos episódios da infância de Jesus
ƒƒAtitudes:
yy Admirar a atitude acolhedora de Maria
yy Agradecer a proximidade de Deus que em Jesus se faz nosso irmão

Material
ƒƒ12 faixas de pano; cada uma delas tem escrito um dos versículos de Lc 2, 8-19
ƒƒGiz, lápis de cor, marcadores
ƒƒGarrafas ou cones de plástico
ƒƒCartolina (ou quadro) e marcadores
ƒƒCaixa de sapatos
ƒƒMaterial para o diorama (no site de apoio ligacoes.net)
ƒƒCartaz nº 14 (disponível na pasta de apoio)
ƒƒPresépio com Jesus, Maria e José e figuras do presépio (magos, animais, pastores…) em número
­suficiente para todos os participantes
ƒƒMúsica de fundo - “fundo06” (disponível na pen multimédia)
ƒƒCanção “Deus está aqui” (disponível na pen multimédia)
ƒƒColunas, computador
ƒƒRégua, lápis, cola

152
Esquema
Experiência humana Atividade: Corrida à mangedoura 10’ ***

Atividade: Corrida à manjedoura (2) 12’ **


Anúncio da Palavra
Atividade: Dizendo Sim! 25’ ****

Expressão de fé Atividade: Jesus faz-Se nosso irmão 13’ ***

Do Catecismo
463. A fé na verdadeira Encarnação do Filho de Deus é o sinal distintivo da fé cristã:
«Nisto haveis de reconhecer o Espírito de Deus: todo o espírito que confessa a Jesus Cristo
­encarnado é de Deus» (1 Jo 4, 2). É esta a alegre convicção da Igreja desde o seu princípio,
ao cantar «o grande mistério da piedade»: «Ele manifestou-Se na carne» (1Tm 3, 16).

Síntese de conteúdos
Dizem as normas litúrgicas que na Missa, ao recitar o Credo, nos devemos inclinar ao dizer
“E encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e Se fez homem”. Porquê tanta
importância dada a estas palavras? Porque reconhe­cemos que Deus “não brinca em ser-
viço”: Ele veio realmente até nós para nos dar vida abundante.

Os evangelhos da infância
Uma das formas de que as comunidades cristãs se serviram para exprimir a sua fé na divin-
dade de Jesus foram os evangelhos da infância: Mateus 1, 1 – 2, 23 e Lucas 1, 3 – 3, 53.
Visto que Jesus é Deus e procede de Deus, a sua conceção e o seu nascimento são obra de
Deus. “O Espírito Santo virá sobre ti”, diz o anjo a Maria, “e a força do Altíssimo te cobrirá
com a sua sombra” (Lc 1, 35). O anjo diz o mesmo a José: “O que ela concebeu é obra do
Espírito Santo” (Mt 1, 20).
Os evangelistas percebem que estão a relatar algo muito mais denso e rico do que o nas-
cimento de um profeta. O Espírito, que com a sua sombra cobre Maria (e de quem nascerá
o novo Adão), é o mesmo Espírito de Deus que pairava sobre as águas quando Deus criou
o mundo. Jesus não é só um profeta, alguém que fala em nome de Deus; Ele é a própria
Palavra de Deus feita “carne”, feita humanidade.
Confessar que Jesus foi concebido pela graça do Espírito Santo e que nasceu de Maria Vir-
gem é acreditar no poder e no empenho que Deus pôs em nos salvar. O nascimento virginal
de Jesus é um sinal vivo de que Deus renova os homens radicalmente e faz novas todas
as coisas.

Não tenhas medo de Deus


O texto da Anunciação (Lc 1, 26-38) está no centro desta catequese. Para percebermos
como Deus está comprometido neste esforço de nos salvar e amar, nada como meditar
este texto. Deus apresenta-Se pedindo ajuda. É estranho, mas o Deus da Criação, para fazer
a nova criação, pede licença a uma rapariguinha. O nosso Deus não Se impõe; Ele pede a
nossa disponibilidade.

153
Maria está diante de um Deus disposto a tudo para nos salvar. Está diante de um Deus que
mereceu a sua confiança, de um Deus que é a sua esperança e a sua alegria. E Maria
escuta Deus que lhe fala. E Maria responde a Deus: “Faça-se em mim segundo a tua pala-
vra”. Usando palavras de hoje, poderíamos traduzir: “Dou-Te permissão para entrares na
minha vida e dispores dela”. Maria não pôs condições a Deus. Não exigiu horário de ­trabalho,
salário, subidas de esca­lão… Para Maria, basta-lhe estar na fé em Deus.
E Deus vem habitar nesta mulher. Vai enchê-la com a sua graça e com o melhor de Si
mesmo: o seu Filho. O anjo tranquiliza Maria: “Não tenhas medo. Deus precisa de ti, está
contigo e não te abandonará”. É difícil de acreditar. Será possível que Deus precise de mim?

Anunciar a encarnação aos pré-adolescentes


O episódio da anunciação e da conceição virginal de Jesus deixa muitas dúvidas aos
­pré-adolescentes. O catequista deve ser fiel à interpretação bíblica: não se trata de um
símbolo nem de uma fábula. Mas deve também ajudar a perceber que mais do que um “mila-
gre biológico” se trata de uma afirmação de fé. Deus, em Jesus, faz uma humanidade nova.
Difícil de aceitar também é o facto de Deus se comprometer radicalmente com a nossa
salvação. A noção de compromisso está hoje em crise. A vida e a educação recebida por
muitos catequizandos leva-os a ver com dificuldade a ideia de compromissos radicais. Por
isso, esta ideia que Deus Se compromete com toda a força em nosso favor também lhes
parece pouco credível. O realismo da encarnação deve funcionar como fonte inspiradora de
um compromisso por parte dos catequizandos.

Para cresceres
Nos presépios tradicionais está Jesus no centro. À sua volta estão Maria, José, os Magos,
os pastores, a vaca, o burro, as ovelhas…
Ao longo desta semana, procura identificar-te com cada um desses personagens. Como é
que te sentes, sendo cada um deles, e estando aqui tão perto de Deus feito Menino?

C 15 Desenvolvimento
Nesta catequese falamos da Encarnação. Continuamos a contar a história de Jesus, mas a partir de
um grande gesto de amizade que Deus fez: veio morar connosco.

Experiência Humana
Atividade: Corrida à manjedoura
Duração: 10 min.

Preparação
Esta atividade funciona melhor num espaço amplo. Marcam-se os quatro cantos da zona
de jogo e uma linha central, a dividir a zona de jogo a meio. Num dos limites da zona de
jogo, colocam-se as faixas de pano que têm os versículos de Lc 2, 8-13; no lado oposto,
­colocam-se as faixas com os versículos Lc 2, 14-19. Se não for possível, a alternativa será
fazê-lo em sala, com os catequizandos a dar voltas às suas cadeiras.

154
Etapa 1
Duração: 7 min.
O catequista distribui os participantes em duas equipas com o mesmo número de elemen-
tos. Uma das equipas serão os “pastores” e a outra serão as “ovelhas”. Envia cada uma das
equipas para lados opostos da zona de jogo.
As regras do jogo são simples: os jogadores de cada equipa devem deslocar-se ao lado
oposto ao seu, recolher as faixas de pano e colocá-las por ordem no seu lado. Cada jogador
só pode trazer uma faixa de cada vez. Quando um jogador entra na zona de jogo da equipa
adversária, os jogadores da equipa adversária podem tocar-lhe antes de ele agarrar numa
das faixas. O jogador que foi tocado deve regressar ao seu lado e recomeçar a “viagem”.
Quando um jogador tem nas mãos uma das faixas de pano, pode regressar em paz à sua
zona.

Etapa 2
Duração:3 min.
Quando uma equipa conseguir reunir todas as faixas de pano que estavam do lado oposto
ao seu, tenta pô-las por ordem.
Depois das duas equipas terem ordenado os seus textos, lêem em voz alta.

Anúncio da Palavra
Atividade: Corrida à manjedoura (2)
Duração: 12 min.

Etapa 1
Duração: 3 min.
O catequista pergunta ao grupo em que data sucederam os acontecimentos relatados
no texto bíblico que lemos (Lc 2, 8-19). Sem dificuldade, os catequizandos falarão do ano
“zero” ou “um” ou 4 ou 6 antes de Cristo.
O catequista explica que a maior parte dos evangelhos descrevem o que sucedeu na vida
de Jesus quando Ele era adulto. E acrescenta que os evangelistas Mateus e Lucas dedica-
ram os dois capítulos iniciais dos seus evangelhos a descrever o que sucedeu durante a
infância de Jesus.

Etapa 2
Duração: 5 min.
O catequista divide os participantes em 4 grupos. Depois pede que abram as suas bíblias,
da seguinte forma:
ƒƒgrupo 1: evangelho de S. Mateus (capítulo 1)
ƒƒgrupo 2: evangelho de S. Mateus (capítulo 2)
ƒƒgrupo 3: evangelho de S. Lucas (capítulo 1)
ƒƒgrupo 4: evangelho de S. Lucas (capítulo 2)
Diz-lhes que irão tentar saber um pouco mais de Jesus e da sua infância. Cada grupo deve
ler o texto que lhe foi atribuído e preparar um resumo do que é descrito.

155
Etapa 3
Duração: 4 min.
Cada grupo apresenta a todos o seu resumo.
Numa cartolina (ou num quadro) o catequista vai tomando nota dos vários episódios. No final,
conclui: “Todos estes episódios servem para nos apresentar Jesus. E para nos mostrar
como Deus quer mesmo estar perto de nós para nos salvar, dar a sua amizade e iluminar.

Atividade: Dizendo Sim!


Duração: 25 min.

Etapa 1
Duração: 12 min.
O catequista convida o grupo a dramatizar um dos episódios relatados por S. Lucas: a anun-
ciação do anjo a Maria (Lc 1, 26-38). Vamos fazer um diorama. Um diorama é um modelo
em 3 dimensões. O catequista propõe as seguintes tarefas:
ƒƒensaiar a leitura do “Anúncio do nascimento de Jesus”; serão precisas 3 vozes (nar-
rador; Maria; anjo Gabriel)
ƒƒiluminar a cena com lanternas; sempre que Maria ou Gabriel falam, as lanternas inci-
dem sobre eles
ƒƒdecorar e recortar as imagens de Maria e do Anjo para a dramatização
ƒƒfazer o cenário (diorama) a partir da caixa de sapatos e do material da pasta de apoio
A maneira concreta de preparar os materiais e de ensaiar depende do número de elemen-
tos do grupo, da sua capacidade de trabalho e da sua experiência. O catequista distribui as
tarefas, de modo que todos estejam sempre ocupados. Obviamente, interessa mais o pro-
cesso de ensaio e de aprofundamento do texto do que o resultado final (a representação).

Narrador: Ao sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma
cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma virgem desposada
com um homem chamado José, da casa de David; e o nome
da virgem era Maria. Ao entrar em casa dela, o anjo disse-lhe:
Anjo: «Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo.»
Narrador: Ao ouvir estas palavras, ela perturbou-se e inquiria de si pró-
pria o que significava tal saudação. Disse-lhe o anjo:
Anjo: «Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus. H
­ ás-de
conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o
nome de Jesus. Será grande e vai chamar-se Filho do Altís-
simo. O Senhor Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David,
reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado
não terá fim.»
Narrador: Maria disse ao anjo:
Maria: «Como será isso, se eu não conheço homem?»
Narrador: O anjo respondeu-lhe:
Anjo: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo esten-
derá sobre ti a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer é
Santo e será chamado Filho de Deus. Também a tua parente

156
Isabel concebeu um filho na sua velhice e já está no sexto
mês, ela, a quem chamavam estéril, porque nada é impossível
a Deus.»
Narrador: Maria disse, então:
Maria: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua pala-
vra.»
Narrador: E o anjo retirou-se de junto dela.

Etapa 2
Duração: 3 min.
Preparado todo o cenário, o catequista convida os participantes a uma atitude de escuta
durante a dramatização da passagem bíblica (Lc 1, 26-38).

Etapa 3
Duração: 5 min.
Depois da apresentação o catequista dá os parabéns ao esforço de todos.
Pede a todos que abram as suas bíblias em Lc 1, 26-38. Convida a aprofundar o significado
de algumas expressões.
ƒƒ«a uma virgem desposada com um homem chamado José»: quando Deus pede a
Maria para se tornar mãe de Jesus, ela é muito jovem (terá entre 13 e 16 anos) e está
prometida a José. O casamento judaico acontecia em dois tempos e com dois ritos.
Só depois do segundo é que a mulher ia viver para casa do marido. Durante a Anun-
ciação, Maria estava “noiva” com o primeiro rito e morava ainda com os seus pais.
ƒƒ«se eu não conheço homem»: na linguagem bíblica equivale a não ter tido rela-
ções sexuais, que eram reservadas só para aqueles que se tinham tornado marido e
mulher para todos os efeitos.
ƒƒ«nada é impossível a Deus»: o anjo pede a Maria uma confiança total na obra do
Senhor, porque Ele é poderoso. Tal como permitiu a gravidez da prima Isabel, já idosa,
também está capaz de fazer nascer Jesus pela ação do Espírito Santo.

Etapa 4
Duração: 5 min.
O catequista apresenta o cartaz nº 14 (que tem no centro os episódios da anunciação e da
natividade, rodeados por todos os relatos do Antigo Testamento, que descobrimos no
5º ano de catequese).
Convida o grupo a dar um título ao cartaz. À medida que os catequizandos vão fazendo as
suas propostas, o catequista pede que, colaborativamente, as justifiquem.
Se necessário, o catequista identifica alguns dos personagens que aparecem no cartaz.
Recorda, brevemente, as experiências feitas no ano passado.
Em jeito de síntese, o catequista diz que o cartaz nos recorda a história da salvação (que foi
trabalhada no 5º ano de catequese). Ao longo dos séculos, Deus quis comunicar com o seu
povo, estar perto dele, ajudá-lo, (sempre a partir do cartaz e das recordações que ele evoca,
o catequista estimula o grupo a identificar exemplos e personagens). Vimos também como,
muitas vezes, o povo virou as costas a Deus e recusou a sua palavra e a sua presença.
A certa altura, Deus resolveu fazer o quê? Desistir? Nunca! Resolveu fazer ainda melhor.
Em vez de mandar mensagens quis Ele mesmo estar connosco, através do seu Filho.

157
Expressão de fé
Atividade: Jesus faz-Se nosso irmão
Duração: 13 min.

Preparação
O catequista prepara um presépio. Provavelmente, esta catequese é feita fora da época
natalícia. Isso causará alguma estranheza. No centro está Maria, José e o Menino.

Etapa 1
Duração: 3 min.
O catequista entrega uma peça do presépio a cada um dos catequizandos. Faz-se ouvir
uma música de fundo de estilo natalício.
Dialoga brevemente sobre as experiências de presépio que tenham em família, na liturgia… Diz:
“O presépio recorda-nos que Deus ‘não brinca em serviço’. Ele quis mesmo estar connosco.
E por amor enviou-nos o seu Filho.”
Depois, explica brevemente o sentido do presépio. Um presépio é uma representação do
primeiro Natal onde apare­cem os personagens bíblicos (a Sagrada Família, os pastores, os
anjos); mas em muitos sítios há o hábito de colocar também motivos locais e contempo-
râneos. Historicamente não está certo, mas para a fé é muito verdadeiro: Jesus vem ao
encontro não só dos pastores daquele tempo, mas vem ao nosso encontro hoje.

Etapa 2
Duração: 3 min.
O catequista convida cada um a olhar com atenção para o boneco que tem na mão. Deve
identificar-se com ele. Diz: “Vais colocar esse boneco no presépio junto de Jesus. Jesus veio
ter connosco e nós vamos ter com Ele. Mas esse gesto deve ser sincero, bem sentido.”
Em função das atividades que se fizeram nesta catequese, o catequista pode recordar
formas concretas de dizer “sim” ao encontro com Jesus. À medida que cada um se sente
disponível para se encontrar com Jesus, levanta-se e coloca o seu boneco no presépio.

Etapa 3
Duração: 7 min.
Para criar um clima de silêncio e oração, o catequista convida os catequizandos a abrirem o
livro do catequizando, na página 64, para a oração “A sério?”. Entre cada estrofe, cantam
o refrão do canto “Deus está aqui”.

158
A sério
Já me habituei a rezar-Te, Senhor,
na véspera dos testes
e ainda não abri os livros
porque… não tive tempo.
Venho falar conTigo.
Mas acho que já chegou a altura
de não desperdiçar os meus dias,
de viver um pouco mais a sério
nas coisas da escola e de casa.
Percebi isso quando o padre
nos disse que Tu, no início, eras a Palavra
mas que não Te tinhas ficado por aí:
passaste aos factos.
Como poderia eu continuar
a dizer só palavras
que nunca levam a gestos concretos?
No final da oração, podem cantar o canto com expressão corporal.

Canto “Deus está aqui”


(Original: Dios esta aquí - Javier Garcías Mateo)

Deus está aqui, (está aqui)


Tão certo como o ar que eu respiro,
Tão certo como a manhã que se levanta,
Tão certo como este canto que podes ouvir
Tu O podes sentir movendo-se por entre os ramos.
Tu O podes ouvir cantando connosco aqui.
Tu O podes levar quando por esta porta saias.
Tu O podes guardar para sempre no teu coração.
Tu O podes notar a teu lado, neste mesmo instante.
Não sejas também daqueles que O não querem ver.
Lhe podes contar esse problema que tens,
Jesus está aqui, se queres, pode-I’O seguir.

159
Passou
fazendo
o bem

161
C 16 Para o Catequista
Apresentação
Jesus apostou a sua vida no anúncio do Reino. Estando próximo das pessoas mais frágeis, curan-
do-as de todos os males, anunciando o Evangelho, Jesus convida todos a aderir ao Reino de Deus.

Objetivos
ƒƒConhecer o essencial da ação de Jesus.
ƒƒAderir à causa do Reino, ao lado de Jesus.

Conteúdos
ƒƒConceitos:
yy Jesus anuncia o Reino de Deus, com palavras e gestos
yy Jesus tem compaixão de todos os que sofrem
yy Jesus passou fazendo o bem (Act 10, 37-38)
ƒƒProcedimentos:
yy Descrever o estilo de vida de Jesus
yy Identificar vários milagres de Jesus
ƒƒAtitudes:
yy Sentir-se comprometido com Jesus pela causa do Reino
yy Crescer em empatia para com quem sofre

Material
ƒƒCesto
ƒƒCenário – casa do centurião (disponível na pasta de apoio)
ƒƒTesoura, cola, lápis, marcadores.
ƒƒCartaz nº 15 e respetivos balões de fala (disponível na pasta de apoio)
ƒƒVídeo “Milagre em Cafarnaum” (disponível na pen multimédia)
ƒƒComputador, coluna, projetor multimédia
ƒƒ4 velas
ƒƒFósforos ou isqueiros
ƒƒTira com as palavras escritas para as velas: Paz, Fé, Amor e Esperança.
ƒƒCanção “Confiarei no meu Deus” (disponível na pen multimédia)

162
Esquema
Experiência humana Atividade: Um objeto que fala de mim 20’ ****

Anúncio da Palavra Atividade: O servo do Centurião 22’ ****

Expressão de fé Atividade: Confiarei no meu Deus 15’ ****

Do Catecismo
543. Todos os homens são chamados a entrar no Reino. Anunciado primeiro aos filhos de
Israel, este Reino messiânico é destinado a acolher os homens de todas as nações. Para
ter acesso a ele, é preciso acolher a Palavra de Jesus: «A Palavra do Senhor compara-se
à semente lançada ao campo: aqueles que a ouvem com fé e entram a fazer parte do
pequeno rebanho de Cristo, já receberam o Reino; depois, por força própria, a semente ger-
mina e cresce até ao tempo da messe».

Síntese de conteúdos
Especialmente para os pré-adolescentes, a admiração pelo fazer de Jesus é uma porta
aberta para uma fé mais profunda e comprometida com Ele.

Jesus passou fazendo o bem


Anos depois da morte e ressurreição de Jesus, Pedro convida à fé. E para isso conta a his-
tória de Jesus: “Sabeis o que ocorreu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do
batismo que João pregou: como Deus ungiu com o Espírito Santo e com o poder a Jesus
de Nazaré, o qual andou de lugar em lugar, fazendo o bem e curando todos os que eram
oprimidos pelo diabo, porque Deus estava com Ele” (Act 10, 37-38).
Resume os três anos de vida pública com a expressão “andou de lugar em lugar, fazendo o
bem e curando todos os que eram oprimidos pelo diabo”. Jesus teve uma vida ambulante,
indo ao encontro das pessoas concretas. É muito feliz a expressão usada por S. Pedro:
“fazendo o bem”. A bondade que Jesus bebia do Pai, tinha de ser transmitida a todos. Nesta
expressão “fazer o bem” está toda a compaixão que Jesus sentia diante da miséria das
pessoas com quem Se cruzava, estão os milagres e a solidariedade com que Jesus reagia à
dor, está o seu estilo próximo de falar, de Se abeirar das pessoas, está a esperança grande
que Ele oferecia com as suas parábolas e os seus discursos.

Mostrar o rosto de Deus


Nos gestos de amor e bondade que Jesus fazia, percebemos melhor o rosto autêntico de
Deus. O Deus que Jesus anunciava com palavras era visto em ação curando os doentes,
devolvendo paz aos corações atribulados, trazendo perdão aos pecadores.
Com os seus gestos de bem e misericórdia, Jesus anunciava Deus como um Pai que dese-
java vida abundante e feliz para todos os seus filhos. Na ação redentora de Jesus está uma
vida muito mais abundante, muito mais cheia, muito mais… vida, do que todas as promessas
de políticos ou produtos em voga. Está uma vida abundante maior do que a morte. Uma
vida que começa já e será eterna.

163
A ação de Jesus mostra um Deus cheio de amor para todos. Um amor tão grande que
supera todas as barreiras e todas as divisões que a nossa pequenez inventa para dividir e
separar as pessoas umas das outras.

Jesus, fazendo o bem, hoje


Fazer memória dos gestos misericordiosos de Jesus é muito mais do que arqueologia.
Recordamos os gestos e o estilo de Jesus porque experimentamos que Ele, através do seu
Espírito, continua a fazer-nos bem hoje. Pela fé, podemos experimentar que, estando perto
de Jesus, Ele continua a curar-nos, a libertar-nos, a dar-nos esperança.

Para cresceres
Jesus passou fazendo o bem… E Ele passa por Ti, pela tua vida, sempre com vontade de te
fazer bem. Tens a coragem de Lhe pedires ajuda para aquelas situações em que te sentes
mais frágil ou mais ferido?

C 16 Desenvolvimento
De algum modo, esta catequese recupera muito do que se fez ao longo do 4º ano, em que aprofun-
dámos a ação de Jesus nos evangelhos.

Experiência Humana
Atividade: Um objeto que fala de mim
Duração: 20 min.

Etapa 1
Duração: 8 min.
O catequista coloca um cesto no centro da sala. Explica que um grupo é um conjunto de
pessoas que aprende a conhecer-se, a respeitar-se e a amar-se. E amar-se significa também
partilhar: alegrias, tristezas, ansiedades, esperanças.
Com todos sentados em círculo, o catequista pede aos participantes que olhem para si e
para os objetos que trazem consigo (um chapéu, um sapato, uma carteira, uma pulseira,
etc…); escolhem um desses objetos que represente uma “dor pessoal” (um problema ou um
segredo que lhes esteja a causar dor).
Depois de escolhido o objeto, cada um apresenta essa dor pessoal a partir do objeto esco-
lhido, mostrando-o e dando voz ao objeto que escolheu. Por exemplo: “Olá. Eu sou o tele-
móvel do Luís e costumava falar muito com o meu melhor amigo André. Hoje não falo tanto
com ele porque mudou de país e o fuso horário é diferente. (…)”. No final coloca o objeto no
cesto. A dinâmica deverá ser iniciada pelo catequista, que exemplifica a frase, seguindo-se
o participante do seu lado direito e, continuando desta forma, até todos apresentarem a
dor pessoal através do objeto escolhido.
Esta etapa deve decorrer em atitude de escuta e o catequista deve ser firme para que não
se banalize a dinâmica.

164
Etapa 2
Duração: 8 min.
Depois de todos terem apresentado a sua dor pessoal, o catequista pega no cesto, mistura
os objetos e entrega, a cada participante, um objeto que não seja o seu. Em alternativa,
poderá solicitar que cada um retire um objeto à medida que o cesto passa. Cada partici-
pante deverá entregar o referido objeto ao seu legítimo proprietário, explicando a relação
que tem com a dor do dono do objeto. O catequista deve estar atento à relação que os
participantes sentem com “a dor do outro”.

Etapa 3
Duração: 4 min.
Em jeito de síntese, o catequista pergunta ao grupo como se sentiu durante a atividade.
De modo especial deve procurar o feedback do grupo sobre:
ƒƒdificuldades sentidas durante a atividade (quando expomos a dor e quando escuta-
mos o outro sobre a relação com a nossa dor);
ƒƒdescoberta da dor pessoal do outro e empatia com a dor do outro.

Anúncio da Palavra
Atividade: O servo do Centurião
Duração: 22 min.

Preparação
O catequista prepara todo o material necessário para montar o cenário do relato da cura
do centurião. Tem bem preparada a lista de operações e instruções a dar aos catequizan-
dos. Recortar os “balões” de fala, relativos ao cartaz nº 15.

Etapa 1
Duração: 5 min.
O catequista pede aos participantes que abram as suas bíblias em Actos 10, 37-38. Convida
um dos catequizandos a ler o texto.

Sabeis o que ocorreu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois


do baptismo que João pregou: como Deus ungiu com o Espírito Santo
e com o poder a Jesus de Nazaré, o qual andou de lugar em lugar,
fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo diabo,
porque Deus estava com Ele.
A seguir explica: “Anos depois de Jesus ter ressuscitado, os seus amigos ainda O recordam
como Alguém que se compadecia, que não fechava o coração ao sofrimento dos outros.
Resumiram a vida de Jesus dizendo que Ele passou fazendo o bem.”
Pede aos catequizandos exemplos de gestos e situações em que Jesus manifestou essa
bondade.

165
Etapa 2
Duração: 8 min.
O catequista explica que vamos aprofundar um desses episódios chamado “cura do servo
do centurião”. Aqui se pode ver a bondade e o poder de Jesus em ação.

Para ajudar à compreensão


da Palavra de Deus, convida a
preparar o cenário. Na pasta
de apoio estão os materiais
para dar forma visual ao
relato. Há várias tarefas a
fazer:
ƒƒcortar e decorar o exterior
da casa;
ƒƒdesenhar as personagens:
Centurião, Jesus e Multidão;
ƒƒdecorar as 4 paredes do
interior da casa;
ƒƒpreparar a leitura da passa-
gem;

Para a leitura propriamente dita, pode-se usar este esquema dialogado:


Narrador 1: Entrando em Cafarnaúm, aproximou-se d’Ele um centurião,
suplicando nestes termos:
Centurião: «Senhor, o meu servo jaz em casa paralítico, sofrendo
­horrivelmente.»
Narrador 2: Disse-lhe Jesus:
Jesus: «Eu irei curá-lo.»
Narrador 1: Respondeu-lhe o centurião:
Centurião: «Senhor, eu não sou digno de que entres debaixo do meu
tecto; mas diz uma só palavra e o meu servo será curado.
Porque eu, que não passo de um subordinado, tenho solda-
dos às minhas ordens e digo a um: ‘Vai’, e ele vai; a outro:
‘Vem’, e ele vem; e ao meu servo: ‘Faz isto’, e ele faz.»
Narrador 2: Jesus, ao ouvi-lo, admirou-se e disse aos que o seguiam:

166
Jesus: «Em verdade vos digo: Não encontrei ninguém em Israel
com tão grande fé! Digo-vos que, do Oriente e do Ocidente,
muitos virão sentar-se à mesa do banquete com Abraão,
Isaac e Jacob, no Reino do Céu, ao passo que os filhos do
Reino serão lançados nas trevas exteriores, onde haverá
choro e ranger de dentes.»
Narrador 1: Disse, então, Jesus ao centurião:
Jesus: «Vai, que tudo se faça conforme a tua fé.»
Narrador 2: Naquela mesma hora, o servo ficou curado.

Etapa 3
Duração: 3 min.
Com a participação de todos, lendo com calma, manipulando os bonecos, proclama-se a
Palavra.

Etapa 4
Duração: 3 min.
O catequista convida a assistir ao vídeo “Milagre em Cafarnaum” para aprofundar alguns
detalhes do texto.
Guião do vídeo “Milagre em Cafarnaum”
Este episódio acontece em Cafarnaúm. É uma cidade situada na costa norte do mar da
Galileia, era conhecida pela pesca e comércio. Jesus morava aqui e fez aqui muitos sinais
na sua bondade.
À conversa com Jesus está um Centurião. No exército romano, era um oficial que coman-
dava uns 80 homens. Era uma pessoa com poder, respeitado. Alguns centuriões eram bru-
tos, agressivos, e abusavam do seu poder. Quer desprezando os seus subordinados, quer
maltratando as populações locais. Mas este centurião que vai ter com Jesus era diferente.
Tinha um lado compassivo e cuidava de todos os seus subordinados. Ele tinha um criado
que lhe era querido e que estava doente; por isso foi ter com Jesus.
O centurião vai ter com Jesus a pedir a cura do seu servo. É um seu escravo. Muitos escra-
vos eram maltratados pelos seus senhores. Se um servo ou escravo ficasse doente era
como se uma peça de mobília se estragasse; não havia grande drama. Mas este centurião
tratava o seu servo com muito mais respeito.
Senhor, eu não sou digno de que entres debaixo do meu tecto: quando o centurião pro-
cura Jesus e lhe pede ajuda, Jesus oferece-se para ir até a sua casa. No entanto, o c­ enturião
acredita que não é digno da sua visita, por isso, sendo Jesus a autoridade máxima, bastava
que Ele desse uma ordem, pois sabia que assim seu servo seria curado. Ainda hoje, nós na
Eucaristia repetimos esta oração do centurião. Antes de comungarmos, o sacerdote apre-
senta-nos o Corpo de Cristo: “Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. E nós
respondemos com fé. “Senhor, eu não sou digno que entre em minha morada, mas dizei
uma palavra e serei salvo”.
Vai, que tudo se faça conforme a tua fé: foi a fé do oficial romano que salvou o seu servo.

167
Etapa 5
Duração: 3 min.
O catequista forma 6 grupos. Afixa o cartaz nº 15, que mos-
tra em banda desenhada o encontro entre Jesus e o centu-
rião. Entrega a cada grupo um dos balões de fala. Com bostik,
cada grupo deve afixar o seu balão no lugar adequado.
Se os outros grupos acharem que há engano, pode-se dialo-
gar na procura da melhor ­solução.

Expressão de fé
Atividade: Confiarei no meu Deus
Duração: 15 min.

Etapa 1
Duração: 5 min.
Os catequizandos, sentados em meia-lua, de frente para as velas apagadas, e o catequista
por detrás destas, deverão adotar uma postura de silêncio. Explica que a passagem do
centurião e do seu servo é um exemplo de grande fé. Nós acreditamos que Jesus continua
hoje a cuidar de nós e daqueles que amamos.
O catequista dá as seguintes instruções aos participantes, que deverão responder em
silêncio:
ƒƒFecha os olhos e pensa numa pessoa de quem gostas muito;
ƒƒImagina que essa pessoa fica gravemente doente;
ƒƒO que é que sentes quando sabes da doença dessa pessoa que amas?
ƒƒO que é que podes fazer ou dizer para ajudar essa pessoa a sentir-se melhor?
Depois de um breve momento de silêncio, o catequista continua a dizer que, quando nos
deparamos com uma doença, devemos aprender a encará-la como uma oportunidade para
ajudar aqueles que mais amamos, dar o melhor de nós, conhecer melhor essa pessoa de
quem gostamos e que está a sofrer, aceitar a realidade humana e as suas limitações.

Etapa 2
Duração: 4 min.
Depois deste momento de silêncio e reflexão pessoal, o catequista acende as 4 velas e
explica que irão escutar o conto “A quarta vela” que se encontra no livro do catequizando,
na página 65. Para isso, necessita de 5 voluntários (4 para as velas e 1 para a menina)
e pede que todos estejam atentos ao que irá acontecer com as velas. O narrador será o
catequista para que, quando se apagarem as velas, todos os participantes estejam atentos.

168
Conto A quarta vela
Narrador: Certo dia estavam quatro velas a ser consumidas lenta-
mente. Podia ouvir-se o diálogo que fluía entre elas. A pri-
meira dizia:
Vela 1: “Eu sou a Paz! E faço esforços para que a minha chama se
mantenha acesa. Vivo em constante tensão para permane-
cer em pé, mas caio com frequência”.
Narrador: E diminuindo a sua chama, apagou-se totalmente. (apagar a
vela) A segunda vela dizia:
Vela 2: “Eu chamo-me Fé! Há muitas pessoas para as quais sou inútil
porque não confiam em nada nem em ninguém”.
Narrador: Quando terminou de falar, um vento passou e apagou-a.
(apagar a vela) Em voz baixa e triste, a terceira vela afirmava:
Vela 3: “Eu sou o Amor! Não me restam forças para continuar acesa.
Muitas pessoas só se lembram de si mesmas. Fecharam o
seu coração e os seus olhos para os outros”.
Narrador: E também a sua luz se apagou. (apagar a vela) Entretanto,
apareceu uma menina. Quando viu as três velas apagadas,
procurou uma forma de as acender… Então, ouviu a voz de
uma quarta vela que permanecia acesa num canto da sala.
Vela 4: “Enquanto eu estiver acesa, podes acender as outras velas”.
Narrador: A menina pegou na vela que tinha acabado de falar e acen-
deu com ela as chamas da paz, da fé e do amor. Ao terminar,
perguntou à quarta vela:
Menina: “E tu, como te chamas?”.
Narrador: A vela respondeu com um sorriso:
Vela 4: “Chamam-me Esperança”.

Etapa 3
Duração: 3 min.
O catequista convida a escutar a canção “Confiarei no meu Deus”, que os participantes
poderão acompanhar no livro do catequizando, na página 64.
Canto “Confiarei no meu Deus”
Confiarei no meu Deus,
Confiarei no meu Deus.
Ele conduz-me, não temo,
Vai comigo a caminhar.
Nem que eu sem luz caminhe pela noite,
Nem que o temor me impeça de avançar.
Nem que eu avance errante pelas ruas,
Sem encontrar amor e amizade.
Nem que eu, inquieto, ande todo o dia,
Sem encontrar a paz do coração.

169
Nem que as forças me venham a faltar,
E a ilusão se apague frente a mim.
Nem que o caminho se oculte nas trevas,
nem que eu não veja teu rosto luminoso

Etapa 4
Duração: 3 min.
Para concluir este momento de oração o catequista pede que os participantes abram
o no livro do catequizando na página 64 para, em coro, rezarem a oração “Oração ao
­Deus-Amizade”:

“Oração ao Deus-Amizade”:
Deus da amizade,
Tu nos deste a capacidade de amar
e de nos entregarmos pelos outros.
Tu Te manifestaste aos homens
como o Deus da amizade,
como Deus próximo, o Deus amigo,
fazendo com eles alianças e promessas
que ninguém jamais fez.
A tua amizade para connosco foi tão grande que,
ao chegar a plenitude dos tempos,
nos enviaste o teu filho Jesus
como o companheiro e amigo de todos.
Ele passou fazendo o bem a todos
e mostrando como Tu nos amas.
Nós estamos muito contentes
por sermos amigos de Jesus,
que é a nossa grande dignidade.
Jesus é o único que hoje
dá sentido e preenche a nossa vida.
Queremos ser, nesta sociedade:
pontes largas e firmes de amizade,
para que todos possam sentir alegria de viver
e proclamar-Te como um Deus genial.
Amén.

170
Morreu
por amor

171
C 17 Para o Catequista
Apresentação
Jesus não morreu de velho. Muita gente, em todos os tempos, recusa a sua proposta de vida feliz e
abundante. E não descansam enquanto não O matam. Mas Jesus mantém-Se fiel até ao fim. E nessa
fidelidade, a sua cruz nos vai salvar.

Objetivos
ƒƒConhecer os relatos da paixão e morte de Jesus.
ƒƒCultivar uma atitude de louvor pela entrega de Jesus na cruz.

Conteúdos
ƒƒConceitos:
yy Jesus mantém-Se fiel ao projeto de Deus e morre por amor
yy Os evangelhos descrevem a paixão e morte de Jesus em vários episódios
ƒƒProcedimentos:
yy Organizar sequencialmente os episódios da paixão e morte de Jesus
ƒƒAtitudes:
yy Agradecer a entrega que Jesus faz da sua vida por nós

Material
ƒƒVendas em número suficiente para todos os participantes.
ƒƒVídeo “A morte de Jesus” (disponível na pen multimédia)
ƒƒComputador, colunas, projetor multimédia
ƒƒDuas caixas grandes
ƒƒBolinhas de esferovite, tiras de jornal ou revistas
ƒƒ2 conjuntos de tiras “Paixão de Jesus” (disponível na pasta de apoio)
ƒƒCartaz Nº 16 “A cruz de Jesus” (disponível na pasta de apoio)
ƒƒCartões “Momentos da Paixão” (disponíveis na pasta de apoio)
ƒƒBostik
ƒƒCanto “As tuas feridas nos curaram” (disponível na pen multimédia)
ƒƒTuríbulo com brasas e incenso
ƒƒMúsica de fundo - “fundo07” (disponível na pen multimédia)

172
Esquema
Experiência humana Atividade: A força da multidão 8’ ***

Atividade: Jesus morreu 10’ **

Anúncio da Palavra Atividade: Ordem, se faz favor 10’ **

Atividade: Paixão de Jesus 17’ ****

Expressão de fé Atividade: Rezar junto à cruz 15’ ***

Do Catecismo
604. Entregando o seu Filho pelos nossos pecados, Deus manifesta que o seu plano sobre
nós é um desígnio de amor benevolente, independente de qualquer mérito da nossa parte:
«Nisto consiste o amor: não fomos nós que amámos a Deus, foi Deus que nos amou a nós
e enviou o seu Filho como vítima de propiciação pelos nossos pecados» (1 Jo 4, 10). «Deus
prova assim o seu amor para connosco: Cristo morreu por nós quando ainda éramos peca-
dores» (Rm 5, 8).

Síntese de conteúdos
Em muitas casas, em todas as igrejas, há uma cruz. Porquê dar destaque a um instrumento
de tortura cruel?

Padeceu sob Pôncio Pilatos


A Igreja sempre guardou memória da maneira como Cristo morreu. As fórmulas de fé mais
antigas (Transmiti-vos, em primeiro lugar, o que eu próprio recebi: Cristo morreu pelos nossos
pecados, segundo as Escrituras; foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia; 1 Cor 15, 3-4) dão
destaque à morte de Jesus. Os evangelhos sinóticos usam 2 capítulos (Mc 14 – 15; Mt
26 – 27; Lc 22 – 23) para descrever com o detalhe possível as circunstâncias da morte de
Jesus. O evangelho de João usa 7 capítulos com a paixão e morte de Jesus, quase um terço
da extensão do evangelho.
É um facto histórico que Jesus foi preso pelas autoridades, passou por um julgamento fan-
toche, foi torturado e morto na cruz. Isso era algo vergonhoso, mas os primeiros cristãos
não o ocultaram. Porque perceberam que nesta morte cruel de Jesus estava a acontecer
a nossa salvação.

Morreu pelos nossos pecados


“A morte violenta de Jesus não foi fruto do acaso, nem coincidência infeliz” (CIC 599). Jesus
morre porque os poderosos do seu tempo rejeitam o Evangelho e o anúncio do Reino.
­Fazemos uma memória devota da morte de Jesus porque o Messias não cedeu à tentação
de desistir do amor do Pai, não Se entregou ao desespero e manteve-Se sempre confiado
em Deus: “Ele aceitou livremente a sua paixão e morte por amor ao Pai e dos homens a
quem Deus quer salvar” (CIC 609).

Um tema difícil
Em outros séculos, a catequese, a pintura, a pregação davam um lugar de destaque à pai-
xão e morte de Jesus. Esta opção não nascia de nenhum tipo de pessimismo: a vida das

173
pessoas era difícil (pobreza, doença, guerras, violências) e era verdadeiramente Boa Notícia
recordar como Jesus também tinha experimentado a dor e a morte e estava assim perto
de nós.
Em tempos mais recentes sentiu-se, e bem, a necessidade de sublinhar, ao lado da morte de
Jesus, a força da sua ressurreição e de colocar a sua morte na sequência da vida pública.
Ao mesmo tempo, a nossa sociedade tornou-se “alérgica” à dor, à morte, ao sofrimento.
E influenciados por essa mentalidade “limpinha”, que idolatra a vida saudável, elegante,
feliz (mesmo que à custa de comprimidos!), começou a haver vergonha de falar da paixão
e morte de Jesus. Se somarmos a isso a suposta necessidade de “proteger” os mais novos
de experiências agrestes, de referências dolorosas, chegamos a um silenciamento quase
total da cruz de Jesus.
Evidentemente, não tem sentido repropor uma visão dolorista da fé cristã. Mas o anún-
cio da paixão e morte de Jesus é essencial para a nossa identidade como seguidores do
Ressuscitado. Fazer memória da cruz de Jesus é descobrir que nas nossas cruzes quo-
tidianas não estamos sozinhos: Ele está connosco. É descobrir que é possível ser fiel ao
Evangelho, mesmo quando as pressões são muito fortes. É aqui que se confirma a força do
nosso batismo: como Jesus, somos filhos amados do Pai sempre. Mesmo quando tudo grita
“morte”, “abandono”, “desespero”, somos filhos, com Jesus e como Jesus.

Para cresceres
O tema da cruz de Jesus desafia-te a uma confiança total em Deus. Para fazer crescer
essa confiança, ao jeito de Jesus, experimenta um diálogo mais profundo e filial com Deus.

C 17 Desenvolvimento
A liturgia da Igreja propõe os relatos da Paixão no Domingo de Ramos e na sexta-feira Santa. Sem
ter a pretensão de esgotar todas as ideias, todas as emoções que os relatos da Paixão oferecem,
queremos ajudar os catequizandos a perceber a centralidade deste mistério.

Experiência Humana
Atividade: A força da multidão
Duração: 8 min.

Etapa 1
Duração: 5 min.
O catequista convida o grupo a um jogo de alta energia. Decorre num espaço limitado (pode
ser a sala) e sem obstáculos. Coloca-se uma venda a um voluntário. Este vai ser uma mul-
tidão de um. O catequista diz: “O nosso colega voluntário está vendado e vai tentar tocar
em alguém. Se tu fores tocado, eu coloco uma venda também em ti; vocês dão o braço um
ao outro e, juntos, correm para apanhar mais gente. Quem não está vendado tenta fugir de
quem está vendado. Para o jogo ser mais equilibrado, quem não está vendado só se pode
mover ao pé-coxinho! Os vendados podem andar ou correr à vontade.”
O catequista dá o sinal de partida. O jogo decorre até todos (ou a maioria) fazer parte da
multidão vendada.

174
Etapa 2
Duração: 3 min.
Depois de terminar o jogo, o catequista recolhe as vendas, convida o grupo a acalmar e
pergunta: “Foi fácil ou difícil escapar à força da multidão quando era só um vendado?
E quando eram mais?” E deixa que comentem as vivências do jogo.
Depois, pergunta: “O que é que este jogo tem a ver com a Páscoa de Jesus?”
É natural que a pergunta os deixe surpresos. À primeira vista, não há ligação entre o jogo e
a vida e morte de Jesus. Se não surgirem boas explicações, o catequista deixa a pergunta
sem resposta.

Anúncio da Palavra
Atividade: Jesus morreu
Duração: 10 min.

Etapa 1
Duração: 5 min.
O catequista convida a assistir ao vídeo “A morte de Jesus”.
Guião do vídeo “A morte de Jesus”
Jesus foi uma pessoa real, que viveu nesta terra, há 2000 anos.
Ele nasceu de uma maneira… diferente em Belém. Cresceu em Nazaré com a sua mãe Maria
e o marido José.
Quando Jesus tinha 30 anos de idade, Ele começou a falar às pessoas sobre Deus. Ele dizia
que tinha vindo de Deus e fazia sinais milagrosos para o provar. Ele curava os doentes, deu
de comer a milhares de pessoas só com uns pães e uns peixes. Acalmou uma tempestade
e até curou uma rapariga de 12 anos que estava morta.
Muita gente amava Jesus e o que Ele fazia. Mas alguns dos chefes estavam preocupados
com Jesus, eles não gostavam do que Ele dizia e fazia, por isso, prenderam-no e condena-
ram-no à morte.
Os soldados levaram Jesus para o monte Calvário, deram-lhe vinho com um remédio para
diminuir a dor, mas Jesus recusou beber.
Eles pregaram Jesus a uma cruz e jogaram aos dados para ver quem é que ficava com a
roupa d’Ele.
Eram umas nove da manhã quando O prenderam à cruz. No cimo da cruz estava um cartaz
a explicar. Dizia: “Este é o rei dos judeus”.
Os soldados também pregaram dois bandidos, um à direita e outro à esquerda de Jesus.
As pessoas que passavam insultavam Jesus e faziam pouco d’Ele. “Então Tu és o tal que ia dei-
tar o templo abaixo e construí-lo de novo em três dias? Salva-te a ti mesmo, e desce da cruz.”
Os sacerdotes e escribas também faziam pouco de Jesus. Diziam uns para os outros: “Ele
salvou os outros mas não consegue salvar-se a si mesmo”. “Se Ele é o Messias, o rei de
Israel, Ele que desça da cruz e a gente acredita!”
Um dos ladrões também gozava com Jesus.
Por volta do meio dia, o céu ficou escuro e ficou assim até às três da tarde. Nessa altura,
Jesus gritou: “Eloí, Eloí, lemá sabachtáni”, que quer dizer “Meu Deus, meu Deus, porque e
abandonaste?”

175
Algumas das pessoas que ali estavam ouviram Jesus e perguntavam-se: “Ele está a chamar
pelo profeta Elias?” Um deles foi a correr pegar numa esponja. Depois de a embeber em
vinagre, prendeu-a a um pau e levou-a até Jesus. E diziam: “Vamos ver se Elias aparece e o
tira da cruz”. Jesus gritou. E então morreu.
Ao mesmo tempo, a cortina que havia no templo, rasgou-se ao meio.
Um centurião romano estava ali. Ao ver a maneira como Jesus morreu, disse: “Este homem
era mesmo o filho de Deus”

Etapa 2
Duração: 5 min.
O catequista faz ao grupo a pergunta que tinha ficado da atividade anterior: “Depois de
vermos este vídeo, com um resumo da vida e morte de Jesus, pergunto de novo: o que é
que o jogo que fizemos tem a ver com a morte de Jesus?”
Agora será mais fácil para os catequizandos perceberem o paralelismo: alguns “cegos” que
não querem ver quem é Jesus, vão arrastando outros para irem contra Jesus.
Se adequado, o catequista tira algumas dúvidas sobre o relato. Não convém entrar em
demasiados pormenores.

Atividade: Ordem, se faz favor!


Duração: 10 min.
Preparação
O catequista prepara duas caixas grandes que deve encher com esferovite, tiras de jornal
ou revistas. Coloca dentro de cada caixa as 11 tiras “Paixão de Jesus”.

Etapa 1
Duração: 5 min.
O catequista divide os participantes em dois grupos e diz que as notícias principais sobre a
paixão de Jesus estão escritas nos Evangelhos. Não foram escritas com o rigor de um histo-
riador que narra os factos por ordem cronológica. Mas é possível perceber o que vem antes
e o que vem depois. Dentro de cada caixa estão 11 tiras com episódios da Paixão de Jesus
segundo São Marcos. Deverão procurá-las e colocá-las pela ordem cronológica. Podem orga-
nizar-se como bem entenderem, contudo têm apenas 4 minutos para concluírem a tarefa.

Etapa 2
Duração: 5 min.
Concluída a etapa anterior, o catequista pede que abram as suas bíblias em Marcos, capítu-
los 14 e 15, e verifiquem se a cronologia construída está correta. Depois desta verificação
deverão numerar (de 1 a 11) os episódios no quadrado indicado:

1. Oração de Jesus em Getsémani 7. Coroação de espinhos


2. Prisão de Jesus 8. A caminho do Calvário
3. Jesus no tribunal judaico 9. Jesus crucificado e escarnecido
4. Três negações de Pedro 10.Morte de Jesus
5. Jesus no tribunal romano: Pilatos 11. Sepultura de Jesus
6. Jesus e Barrabás

176
Atividade: Atividade: Paixão de Jesus
Duração: 17 min.

Etapa 1
Duração: 5 min.
O catequista distribui os 11 cartões “Momentos da paixão” pelo grupo. Se houver mais de
11 elementos no grupo, juntam-se em pares ou trios; se forem menos de 11, algum cate-
quizando recebe mais do que um cartão. O catequista explica que cada um dos cartões
recebidos corresponde a um dos 11 episódios da paixão de Jesus, que vimos na atividade
anterior. Mostra o cartaz nº 16, que representa uma cruz, com espaço onde colocar os
cartões relativos aos 11 episódios da paixão.
Usando os capítulos 14 e 15 do evangelho segundo S. Marcos cada um (ou cada grupo)
deve descobrir a que episódio se refere o cartão que recebeu.

Etapa 2
Duração: 7 min.
Cada um (ou cada grupo) coloca no cartaz nº 16 o seu cartão e lê alto a citação bíblica que
resume o sucedido nesse episódio. Cola-se o cartão ao cartaz com bostik. Os outros cate-
quizandos podem pedir esclarecimentos ou discordar da escolha feita.
Depois de colocar todos os cartões na cruz, o catequista expõe o cartaz-cruz, senta o
grupo confortavelmente e convida a observar com atenção.

Etapa 3
Duração: 5 min.
O catequista diz: “Na catequese, na missa, temos vindo a conhecer e a amar Jesus de
Nazaré. Nesta catequese, estamos a descobrir como é que Ele morreu. Foi uma morte
injusta e cheia de dor. Este Jesus que nasceu em Belém, que passou fazendo o bem, foi
morto na cruz. Morreu por nosso amor. Para nos salvar.”
A seguir o catequista pergunta:
ƒƒQual o episódio que mais te comoveu? Porquê?

177
Expressão de fé
Atividade: Rezar junto à cruz
Duração: 15 min.

Preparação
É importante cuidar do espaço onde decorre este momento de oração. A cruz preparada
nas atividades anteriores deve estar bem visível. Para que haja maior intimidade com a
oração, sugerimos que seja colocada uma manta, almofadas, para que se possam sentar
no chão. Junto ao cartaz com a cruz está um turíbulo (ou outro recipiente seguro) com
algumas brasas; ao lado está uma caixa com grãos de incenso.

Etapa 1
Duração: 5 min.
O catequista convida os catequizandos a uma atitude serena e de escuta para iniciarem a
oração. Para isso, pede que abram o livro do catequizando, nas páginas 68-69, e acompa-
nhem o canto “As tuas feridas nos curaram”.
Tuas feridas nos curaram,
tua morte nos traz a salvação.
E na cruz nos dás a vidap’lo teu sangue o perdão.
Condenam-Te à morte por ser fiel
inocente, testemunho do amor,
e Te carregam o peso da cruz
esquecido na tua pena e na tua dor.
Hoje, senhor, Te voltamos a cravar
nos homens que morrem sem razão
torturado, esfomeado, sem teto,
sendo injustos fechando o coração.
Despojado de toda a dignidade
Condenam-Te o ódio e o rancor,
Coroado de espinhos como Rei,
Dás a vida pelo reino de Deus.
Hoje Teu sangue derrama-se de novo.
Por gritar os direitos e o Amor
Morre o justo que diz a verdade,
Os mais pobres, os que não têm voz.

Etapa 2
Duração: 10 min.
O catequista convida cada um a escrever no seu livro do catequizando uma oração a Jesus.
Podemos-Lhe agradecer por ter dado a sua vida na cruz, podemos pedir-Lhe por alguma
necessidade séria que temos, podemos pedir-Lhe perdão…
Para ajudar a criar um clima sereno, o catequista põe música ambiente adequada.
À medida que terminam a sua oração, o catequista explica o sentido do incenso. O incenso
é uma resina aromática que se oferece em homenagem a Deus. Queima-se e o fumo que
sobe é um símbolo da nossa oração que sobe até Deus.
Convida cada um a aproximar-se da cruz e do turíbulo com reverência, a pegar em alguns
grãos de incenso e a colocá-los sobre as brasas; nessa altura, podem dizer em silêncio a
oração que escreveram.

178
Mais vivo do
que nunca

179
C 18 Para o Catequista
Apresentação
Prenderam, torturaram e mataram Jesus. Ao metê-lo num túmulo, julgavam pôr um ponto final
nesta história de amor. Engano! Deus ressuscitou-O e Ele está mais vivo do que nunca.

Objetivos
ƒƒConhecer os relatos sobre a Ressurreição de Jesus.
ƒƒCultivar uma atitude de otimismo fundado na Ressurreição.
ƒƒLouvar a Deus que em Cristo ressuscitado nos dá vida nova.

Conteúdos
ƒƒConceitos:
yy Conhecer os relatos sobre a ressurreição de Jesus
ƒƒProcedimentos:
yy Identificar as ligações entre a ressurreição de Jesus e a Eucaristia
ƒƒAtitudes:
yy Cultivar uma atitude de otimismo fundado na ressurreição
yy Louvar a Deus que em Cristo ressuscitado nos dá vida nova

Material
ƒƒBalões de hélio
ƒƒCesto grande
ƒƒToalha ou cobertor
ƒƒVídeo “Ele está vivo” (disponível na pen multimédia)
ƒƒComputador, projetor multimédia, colunas
ƒƒ4 folhas A4 (nota: levar mais para o caso de algum grupo se enganar)
ƒƒLápis/caneta
ƒƒGravação “Discípulos de Emaús” (disponível na pen multimédia)
ƒƒVendas para os olhos
ƒƒCruz pascal
ƒƒFlores (naturais, se possível; uma por participante)
ƒƒCanto “Jesus Cristo jamais morrerá” (disponível na pen multimédia)

180
Esquema
Experiência humana Atividade: Jesus não fica encerrado 10’ **

Anúncio da Palavra Atividade: Ele está vivo 33’ ***

Expressão de fé Atividade: Quero viver a cores 17’ ***

Do Catecismo
638. «Nós vos anunciamos a Boa-Nova de que a promessa feita aos nossos pais, a cumpriu
Deus para nós, seus filhos, ao ressuscitar Jesus» (Act 13, 32-33). A ressurreição de Jesus
é a verdade culminante da nossa fé em Cristo, acreditada e vivida como verdade central
pela primeira comunidade cristã, transmitida como fundamental pela Tradição, estabele-
cida pelos documentos do Novo Testamento, pregada como parte essencial do mistério
pascal, ao mesmo tempo que a cruz:
«Cristo ressuscitou dos mortos.
Pela Sua morte venceu a morte,
e aos mortos deu a vida».

Síntese de conteúdos
Em toda a humanidade há um desejo profundo de vencer as forças do mal e da morte. Este
desejo está em nós porque fomos criados por Deus para a vida abundante e não para a
morte. A ressurreição de Jesus, o novo Adão, abre para todos a possibilidade de uma vida
que já não é dominada pela morte.

Os relatos
Cada um dos quatro evangelhos faz um relato à sua maneira do que sucedeu nos dias
seguintes à morte de Jesus. Apesar das diferenças, há alguns pontos em comum entre os
vários relatos:
ƒƒPrimeiro as mulheres e mais tarde os homens vão ao túmulo e descobrem que o
corpo de Jesus já lá não está.
ƒƒOs primeiros a chegar ao túmulo encontram uns anjos que lhes dizem que Jesus já
não está morto, mas vive e que depressa Se revelará aos discípulos. (Em João, é Jesus
mesmo que Se revela a Maria Madalena).
ƒƒMais tarde, Jesus aparece a grupos de discípulos desejando-lhes a paz e encarregan-
do-os de continuar a sua mis­são. Muitas vezes, a reação inicial dos discípulos é de
medo. Mas rapidamente experimentam que Jesus está realmente ali, vivo. Igual ao
que era antes, mas, de algum modo, diferente.
Não sabemos como era Jesus ressuscitado. Ele aparece sem aviso e desaparece de repente.
Os discípulos sabem que não é um “fantasma” porque pode ser tocado e come com eles.
É diferente do que era antes porque algumas pessoas não O reconhecem logo; mas quando
O reconhecem, Ele é a mesma pessoa que tinham conhecido antes. Estar na sua presença
traz paz e esperança.

181
O significado
A importância da ressurreição não está apenas no facto em si: está naquilo que nos revela.
Jesus é confirmado como Filho de Deus. Ver Jesus ressuscitado era uma prova clara que
Jesus era mais do que um ser humano “normal”. Tomé tinha muitas dúvidas quanto à res-
surreição; mas quando se encontrou com Jesus vivo, ajoelhou-se e proclamou: “Meu Senhor
e meu Deus” (João 20, 28). A fé na ressurreição e a fé na encarnação andam de mãos
dadas. Acreditamos na divindade de Jesus porque antes acreditamos na sua ressurreição.
Todo o ensino de Jesus é verdadeiro. Quando Jesus foi preso, torturado e morto, os dis-
cípulos e as multidões ficaram convencidos que tudo o que Jesus tinha ensinado era falso.
Era um sonho bonito que se acabava. Mas Deus, ao ressuscitar Jesus, confirma que a men-
sagem anunciada por Jesus é verdadeira. A ressurreição é garantia que:
ƒƒo amor de Deus por nós não tem limites;
ƒƒa nossa realização como pessoas está em amarmos a Deus e ao nosso próximo;
ƒƒo perdão é mais poderoso, mais divino, que a vingança;
ƒƒem nome de Deus devemos partilhar e construir uma sociedade mais solidária;
ƒƒas pontes que nos separam uns dos outros devem ser abolidas em nome de Deus.

Jantar com Ele


Boa parte do episódio de Emaús é um caminho feito em silêncio. Não há vontade nem
gosto de falar quando nos mataram os sonhos. E neste mesmo caminho cruzam-se com um
viajante. Os dois discípulos não o reconhecem. Estão demasiado concentrados na sua dor
para reconhecer o Senhor da alegria. Viveram com Ele, seguiram os seus passos, ouviram
as suas palavras, viram os seus gestos. E mesmo assim, não O reconhecem.
Porquê esta dificuldade em sintonizar com a presença de Jesus? Possivelmente porque
durante todo o tempo que tinham vivido com Jesus, tinham ainda o coração cheio com os
seus próprios esquemas e ideias.
É agora, que já não esperam nada, que podem começar a entender. O que esperavam (um
Messias vitorioso, que impunha a sua verdade pela força) não os deixava entender. Agora,
com a pedagogia paciente que o viajante lhes oferece, começam a interessar-se, a abrir-se
às possibilidades de esperança já presentes na Escritura.
E as palavras que ouvem, aquecem o coração e fazem renascer o desejo de uma grande
esperança. Só faltava o gesto. E quando Ele parte e abençoa o pão, finalmente reconhe-
cem-n’O. Os gestos não enganam: é Ele mesmo!

Como anunciar a ressurreição?


Nunca é fácil conduzir uma catequese sobre um tema tão central para a nossa fé.
Nos diálogos que vão surgir durante esta catequese, o catequista terá o cuidado de não
reduzir a ressurreição à reani­mação de um cadáver. A imaginação de pais e filhos está cheia
de séries televisivas onde acontecem verdadeiros “milagres” médicos. Naturalmente, os
pré-adolescentes tenderão a perceber a ressurreição de Jesus como um destes casos.
O catequista ajudará a perceber as diferenças:
ƒƒA morte de Jesus foi bem real e dolorosa;
ƒƒNão havia na altura (e não há ainda hoje) “tecnologia” para recuperar alguém tão
maltratado como Jesus na cruz;
ƒƒA ressurreição de Jesus é um gesto de Deus e não um acaso da natureza ou uma
acão humana.

182
O catequista terá também um papel importante em ajudar os catequizandos a fazer a
ponte entre os “factos” da res­surreição e o impacto que ela pode e deve ter na vida de cada
um de nós. Não faz sentido falar da ressurreição como de uma “coisa”, como se fosse algo
exterior a mim. A ressurreição não é imaginação; aconteceu realmente com Jesus. Mas essa
experiência de Jesus afeta-me muito positivamente.

Para cresceres
Sentes-te uma pessoa marcada pela ressurreição? Podes ser mais otimista ou pessimista.
Tudo depende do teu temperamento, da tua história de vida. Mas, a partir da ressurreição
de Jesus, podes enfrentar a vida com alegria. Sempre.

C 18 Desenvolvimento
Esta catequese é sobre a ressurreição, sobre a passagem da morte à vida de Jesus. Jesus não esco-
lheu a cruz por masoquismo; pelo contrário Ele amava a vida e escolheu viver a vida tão a sério que
não teve medo de enfrentar a cruz.

Experiência Humana
Atividade: Jesus não fica enterrado
Duração: 10 min.

Preparação
Coloca os balões de hélio dentro de um cesto e cobre-os com uma toalha ou um cobertor.

Etapa 1
Duração: 5 min.
O catequista começa por fazer a ligação à catequese anterior: “Vimos como Jesus morreu
na cruz. Mas a história não acabou com Jesus metido no sepulcro. Na manhã de Páscoa,
Jesus ressuscitou dos mortos.”
Mostra aos catequizandos o cesto com os balões. Diz-lhes que o cesto representa o túmulo.
A toalha é a pedra que fechava o túmulo. Quando Deus afastou a pedra, Jesus saiu do
túmulo. Retira a toalha e observa os balões a subir.
Convida os catequizandos a tentar meter os balões dentro do cesto. Mas só podem usar
um braço; o outro tem de estar atrás das costas. Os catequizandos podem trabalhar juntos
para apanhar os balões.

Etapa 2
Duração: 5 min.
Ao fim do tempo apropriado, o catequista reúne o grupo e pede-lhes que comentem o
que sentiram durante o jogo. É natural que se misturem os sentimentos de excitação (por
causa do movimento, da dificuldade de usar apenas um braço) e de frustração (é mesmo
muito difícil realizar a tarefa).
O catequista conclui: “Foi giro ver os balões a subir. Nós bem tentámos meter Jesus de
volta no túmulo, mas não conseguimos. Jesus está mais vivo do que nunca.”

183
Anúncio da Palavra
Atividade: Ele está vivo
Duração: 33 min.

Etapa 1
Duração: 3 min.
O catequista convida a assistir ao vídeo “Ele está vivo”.
Guião do vídeo “Ele está vivo”
Passado o sábado, Maria de Magdala, Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram perfumes
para ir embalsamar Jesus. De manhã, ao nascer do sol, muito cedo, no primeiro dia da
semana, foram ao sepulcro.
Diziam entre si: «Quem nos irá tirar a pedra da entrada do sepulcro?» Mas olharam e viram
que a pedra tinha sido rolada para o lado; e era muito grande. As mulheres entraram no
sepulcro, viram um jovem sentado à direita, vestido com uma túnica branca, e ficaram
assustadas.
Ele disse-lhes: «Não vos assusteis! Buscais a Jesus de Nazaré, o crucificado? Ressuscitou;
não está aqui. Vede o lugar onde o tinham depositado. Ide, pois, e dizei aos seus discípulos
e a Pedro: ‘Ele vai à vossa frente a caminho da Galileia; lá o vereis, como vos tinha dito’.»

Etapa 2
Duração: 5 min.
O catequista comenta: “Os evangelhos terminam com o relato da ressurreição de Jesus.
As pessoas julgavam que Jesus e o seu projeto de amor estavam acabados. Mas Deus é
cheio de surpresas e ressuscitou Jesus. Os evangelistas oferecem vários relatos de encon-
tros entre Jesus e os seus amigos. Vamos agora ver um desses encontros”.
O catequista pede que os participantes formem 4 grupos. Com as bíblias abertas em Lc 24,
13-35, pede que um elemento de cada grupo leia a passagem da seguinte forma:
ƒƒ1º grupo: Lc 24, 13-17;
ƒƒ2º grupo: Lc 24, 18-27;
ƒƒ3º grupo: Lc 24, 28-32;
ƒƒ4º grupo: Lc 24, 33-35.

1º Grupo: Nesse mesmo dia, dois dos discípulos iam a caminho de uma
aldeia chamada Emaús, que ficava a cerca de duas léguas de
Jerusalém; e conversavam entre si sobre tudo o que acon-
tecera. Enquanto conversavam e discutiam, aproximou-se
deles o próprio Jesus e pôs-se com eles a caminho; os seus
olhos, porém, estavam impedidos de o reconhecer. Disse-lhes
Ele: «Que palavras são essas que trocais entre vós, enquanto
caminhais?» Pararam entristecidos.
2º Grupo: E um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Tu és o único
forasteiro em Jerusalém a ignorar o que lá se passou nes-
tes dias!» Perguntou-lhes Ele: «Que foi?» Responderam-lhe:
«O que se refere a Jesus de Nazaré, profeta poderoso em
obras e palavras diante de Deus e de todo o povo; como os

184
sumos sacerdotes e os nossos chefes o entregaram, para
ser condenado à morte e crucificado. Nós esperávamos que
fosse Ele o que viria redimir Israel, mas, com tudo isto, já lá
vai o terceiro dia desde que se deram estas coisas. É ver-
dade que algumas mulheres do nosso grupo nos deixaram
perturbados, porque foram ao sepulcro de madrugada e, não
achando o seu corpo, vieram dizer que lhes apareceram uns
anjos, que afirmavam que Ele vivia. Então, alguns dos nossos
foram ao sepulcro e encontraram tudo como as mulheres
tinham dito. Mas, a Ele, não o viram.» Jesus disse-lhes, então:
«Ó homens sem inteligência e lentos de espírito para crer em
tudo quanto os profetas anunciaram! Não tinha o Messias de
sofrer essas coisas para entrar na sua glória?» E, começando
por Moisés e seguindo por todos os Profetas, explicou-lhes,
em todas as Escrituras, tudo o que lhe dizia respeito.
3º Grupo: Ao chegarem perto da aldeia para onde iam, fez menção
de seguir para diante. Os outros, porém, insistiam com Ele,
dizendo: «Fica connosco, pois a noite vai caindo e o dia já
está no ocaso.» Entrou para ficar com eles. E, quando se pôs
à mesa, tomou o pão, pronunciou a bênção e, depois de o par-
tir, entregou-lho. Então, os seus olhos abriram-se e reconhe-
ceram-no; mas Ele desapareceu da sua presença. ­Disseram,
então, um ao outro: «Não nos ardia o coração, quando Ele
nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?»
4º Grupo: Levantando-se, voltaram imediatamente para Jerusalém e
encontraram reunidos os Onze e os seus companheiros, que
lhes disseram: «Realmente o Senhor ressuscitou e apareceu
a Simão!» E eles contaram o que lhes tinha acontecido pelo
caminho e como Jesus se lhes dera a conhecer, ao partir o
pão.

Etapa 3
Duração: 5 min.
O catequista dá a cada grupo uma folha branca de tamanho A4. Depois, pede-lhes que
releiam os versículos atribuídos na etapa anterior e que os ilustrem na folha. Os participan-
tes não se devem preocupar muito com a qualidade e a técnica do desenho.

Etapa 4
Duração: 5 min.
Os grupos apresentam a sua ilustração pela ordem da passagem, devendo explicá-la e
mencionar os sentimentos dominantes das personagens.

Etapa 5
Duração: 5 min.
O catequista faz algumas perguntas e oferece algumas informações para melhorar a com-
preensão do texto.

185
ƒƒQuem são os primeiros personagens a aparecer neste relato?
yyO relato começa falando de “dois discípulos”. Um deles chamava-se Cléofas.
O outro fica sem nome, como que a dizer que podes ser tu, que vais naquele
­caminho, para se encontrar com Jesus.
ƒƒPara onde é que eles vão?
yyEmaús era uma aldeia a doze quilómetros de Jerusalém.
ƒƒQuem é que se junta a estes dois?
yyÉ o próprio Jesus. Mas eles não sabem que é Ele. Pensam que é um forasteiro, um
dos tantos peregrinos que tinham estado em Jerusalém para as festas da Páscoa.
Mais um que viera de longe. E que não conhecia a história de Jesus.
ƒƒDe que é que conversam ao longo do caminho?
yyDo que tinha sucedido a Jesus, que dizia ser o Messias.
ƒƒComo é que os dois discípulos se sentiam com a morte de Jesus?
yyTristes, abatidos, desanimados. Abandonam a cidade e os outros discípulos. Já não
há nada a fazer.
ƒƒComo é que Jesus chama aos dois discípulos?
yy“homens sem inteligência”. Jesus censura-os porque deveriam conhecer o destino
de sofrimento que o Messias teria de enfrentar. O profeta Isaías chamara ao Mes-
sias, o “servo sofredor”.
ƒƒQuando é que os discípulos, finalmente, reconhecem Jesus ressuscitado?
yyQuando se sentam à mesa e Jesus repete os gestos da última ceia, da Eucaristia.
ƒƒO que é que mudou na atitude dos discípulos depois de reconhecerem Jesus?
yyEstão cheios de energia, quiseram voltar para Jerusalém, para se reencontrarem
com os amigos.

Etapa 6
Duração: 5 min.
O catequista convida a um momento de expressão corporal. Se necessário, prepara o
espaço para que os catequizandos se possam mover sem obstáculos. Explica que vão
escutar uma gravação com música (“Discípulos de Emaús”) e a leitura do relato dos dis-
cípulos de Emaús. De olhos fechados (ou com vendas nos olhos), procuram identificar os
sentimentos presentes no relato e exprimi-los com gestos, movimentos, posturas. Sempre
em silêncio. Não se trata de fazer mímica do relato, mas sim de dar forma com o corpo aos
sentimentos dos personagens.

Etapa 7
Duração: 5 min.
O catequista, num ambiente descontraído, convida a comentar a experiência feita na etapa
anterior. Quais as situações em que foi mais difícil identificar os sentimentos dos persona-
gens?

186
Expressão de fé
Atividade: Quero viver a cores
Duração: 17 min.

Preparação
Cruz pascal e tantas flores naturais quantos os participantes. Convém que as flores sejam
de cores diferentes para favorecer a sintonia com a oração proposta “Quero viver a cores”.

Etapa 1
Duração: 5 min.
O catequista explica que, para este momento de oração, se vai recorrer a um símbolo muito
comum em algumas das nossas paróquias. No dia de Páscoa, é costume beijar uma cruz
florida; é uma cruz normal que está adornada com flores. É um gesto que mostra a adesão
de quem o faz à ressurreição de Jesus. Na cruz, que foi instrumento de morte, brotam as
flores, símbolo do Deus da vida. De seguida, entrega a cada um dos participantes uma flor
e informa-os que irão adornar uma cruz. Assim, e sob a orientação do catequista, o grupo
adorna a cruz apresentada pelo catequista. No final, deverá ser colocada no centro do
espaço de oração.

Etapa 2
Duração: 4 min.
Com a cruz no centro do espaço de oração e com os participantes serenados, o catequista
pede aos catequizandos que abram a sua Bíblia na passagem dos discípulos de Emaús
(Lc 24, 23-35). De seguida, explica que cada um deve ler devagar para si o texto de novo.
­Sempre que alguém encontrar uma frase que lhe chame mais a atenção, pode lê-la alto.
Se for das primeiras vezes que o catequista recorre a este tipo de leitura, é conveniente
explicar algumas regras:
ƒƒNão se trata de encontrar a melhor frase;
ƒƒNão se dão prémios a quem ler mais frases;
ƒƒDeve-se sempre manter um tom de voz adequado ao momento de oração.

Etapa 3
Duração: 4 min.
Assim que o catequista sentir que o exercício chegou ao fim, deverá pegar na cruz florida e
apresentá-la a cada um dos catequizandos para que a beijem. Se necessário, explica que este
gesto (que pode ser já conhecido pelos pré-adolescentes) mostra o nosso ­agradecimento a
Deus e a nossa vontade de nos comprometermos com Jesus ressuscitado. No final, todos
juntos, e à volta da cruz, deverão rezar a oração “Quero viver a cores” que se encontra no
livro do catequizando, na página 72.
Quero viver a cores

Gosto muito de desenhar.


Quando for grande quero ser pintora
e ter uma palete com mil cores
para apagar o cinzento
que entristece a vida.

187
Gostaria de pintar de laranja
as caras escuras dos meus pais
que já não sabem rir, só discutem.
Vou encher de vermelho os corações
enegrecidos dos idosos
sempre sós e abandonados.
Vou meter umas gotas de verde
nos olhos inflamados dos colegas
que se armam em prepotentes.
Darei umas pinceladas douradas
na minha alma para que Tu, Senhor,
ao entrares, Te sintas acolhido
como em tua casa, como um amigo
que vive para mim e comigo.

Etapa 4
Duração: 4 min.
Para finalizar o catequista convida os participantes a cantarem o canto “Jesus Cristo jamais
morrerá”, que se encontra no livro do catequizando na página 72.

Se nós repartirmos como o pão nossa vida,


Se acreditarmos que Deus é nosso Pai.
Jesus Cristo jamais morrerá
Jesus Cristo ninguém o matará.
Se nós libertarmos os cativos a gritar
E se em nós raiar este dia que é de Deus.
Se o amor descobrirmos ser mais forte que a morte
Vendo o nosso Deus que vive perto de nós.

188
O Espírito
oferecido

189
C 19 Para o Catequista
Apresentação
O Espírito Santo que pairava sobre as águas na criação, o Espírito que impulsionou os profetas,
o Espírito que desceu sobre Maria, o Espírito que enviou Jesus à missão… foi-nos dado. Vivemos
nesta relação feliz com Deus através desse Espírito que nos põe em comunhão com Jesus e o Pai
e que nos dá luz e força para testemunhar o Evangelho.

Objetivos
ƒƒConhecer o Espírito Santo como uma das pessoas da Santíssima Trindade, ativa e presente hoje
na Igreja e na vida.
ƒƒCultivar o acolhimento do Espírito como fonte de compromisso, serviço e testemunho.

Conteúdos
ƒƒConceitos:
yy O Espírito, presente e ativo hoje na Igreja e na vida
ƒƒProcedimentos:
yy Usar os símbolos para exprimir a fé no Espírito Santo
ƒƒAtitudes:
yy Acolher o Espírito como fonte de compromisso, serviço e testemunho

Material
ƒƒCartaz nº 10 (disponível na pasta de apoio)
ƒƒLanterna ou candeeiro
ƒƒEspiral de papel, pau, vela (ver indicações de montagem na atividade “Os símbolos do Espírito”)
ƒƒVídeo “Símbolos do Espírito Santo” (disponível na pen multimédia)
ƒƒComputador, projetor multimédia, colunas
ƒƒCanção “Espírito Santo (ao longo da vida)” (disponível na pen multimédia)

Esquema
Experiência humana Atividade: Às escuras 10’ ***

Atividade: Soprou 15’ ****


Anúncio da Palavra
Atividade: Os símbolos do Espírito Santo 20’ ***

Expressão de fé Atividade: Sopra em mim Espírito Santo 15’ ***

190
Do Catecismo
747. O Espírito Santo, que Cristo-cabeça derrama sobre os seus membros, constrói, anima e
santifica a Igreja. Ela é o sacramento da comunhão da Santíssima Trindade com os homens.

Síntese de conteúdos
Na catequese falamos muito de Deus Pai e de Jesus. É mais raro escutar pessoas a falar do
Espírito Santo. Mas sem o Espírito, a nossa experiência de Deus fica incompleta.

A missão do Espírito
No início da Criação, podemos ler: “No princípio, quando Deus criou os céus e a terra, a terra
era informe e vazia, as trevas cobriam o abismo e o espírito de Deus movia-se sobre a
superfície das águas” (Gn 1, 1-2). O Espírito Santo esteve em ação também ao longo da his-
tória da salvação do povo hebreu. No Antigo Testamento não abundam as referências, mas
há algumas. O povo eleito associava intimamente o Espírito de Deus à profecia e acreditava
que Deus falava através dos profetas.
No Novo Testamento há mais referências ao Espírito. Lucas é o evangelista que mais des-
taque Lhe dá. O Espírito Santo enche João Batista desde o seu nascimento (Lc 1, 15) e é
através do poder do Espírito que Jesus é concebido em Maria (Lc 1, 35). O Espírito está
presente em Isabel (Lc 1, 41) e Simeão (Lc 2, 25) de modo que eles conseguem reconhecer
a divindade de Jesus. O Espírito Santo desce sobre Jesus no seu batismo (Lc 3, 22) e está
com Ele depois do seu tempo no deserto (Lc 4, 1).
Nos quatro evangelhos, João Batista profetiza que Jesus batizará os seus seguidores com
o Espírito Santo. Quando Jesus foi batizado, o Espírito Santo veio sobre Ele sob a forma de
uma pomba. Em João, na última ceia, Jesus promete aos seus discípulos que depois da sua
morte, o Espírito virá sobre eles: “Eu pedirei ao Pai e Ele vos dará outro defensor para que
esteja sempre convosco, o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não
o vê nem o conhece; vós é que o conheceis, porque permanece junto de vós, e está em vós.
(…) o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, esse é que vos ensinará tudo, e há-de
recordar-vos tudo o que Eu vos disse” (Jo 14, 16.26).
Esta lista de citações mostra que onde está Jesus, aí está o seu Espírito. Os dois têm a
mesma missão e a sua ação não pode ser separada. Mas o papel do Espírito não é chamar
a atenção sobre Si mesmo, mas sim revelar-nos o Pai e o Filho.

Anunciar o Espírito aos pré-adolescentes


Pedagogicamente, qualquer catequese sobre o Espírito Santo enfrenta o problema do
silêncio. Durante muitos sécu­los, falámos pouco sobre o Espírito Santo. É urgente corrigir
essa situação. Além desse “esquecimento”, está o facto de o Espírito tender a ser “invisível”:
a sua ação é revelar o Pai e o Filho, é dar a cada crente a energia para ser como Jesus.
É como o vento; não o vemos, sentimos apenas os seus efeitos.
Pode ser interessante para o catequista ter presente se nas pinturas ou azulejos que deco-
ram os lugares da paróquia há referências ao Espírito Santo. Assim, ao falar do Espírito será
possível remeter a atenção dos catequizandos para uma representação visível.

Para cresceres
Da próxima vez que participares na Eucaristia, presta atenção aos momentos em que se
invoca o Espírito Santo, em que se pede a sua presença e força.

191
C 19 Desenvolvimento
Através de atividades enérgicas e símbolos ricos, os catequizandos vão poder descobrir como é real
e atuante nas suas vidas o Espírito de Jesus.

Experiência Humana
Atividade: Às escuras
Duração: 10 min.

Preparação
Coloca-se em lugar central uma imagem de Jesus (cartaz
nº 10) iluminada por uma lanterna ou candeeiro. É impor-
tante que não haja luz natural na sala, de modo que quando
se desligue essa lanterna, toda a sala fique completamente
às escuras. Conforme o uso dos grupos, recolhe os telemó-
veis (para evitar que estraguem o efeito da dinâmica).

Etapa 1
Duração: 3 min.
Ao entrar (ou depois do acolhimento), a sala fica às escuras. A única luz que se vê é a lan-
terna que aponta para a imagem de Jesus. O catequista pergunta o que conseguem ver.
Naturalmente, só se vê a imagem de Jesus. O catequista pode, com a colaboração de todos,
recuperar o que descobriram nas últimas catequeses sobre Jesus.

Etapa 2
Duração: 3 min.
O catequista desliga a lanterna. Assim, a sala fica completamente às escuras. Pedindo
calma, o catequista pergunta o que é que conseguem ver. Insiste e pergunta se conseguem
ver Jesus. A resposta será, obviamente, negativa.

Etapa 3
Duração: 4 min.
O catequista liga de novo as luzes e pede aos membros do grupo que digam como se
sentiram às escuras. Com naturalidade, dá espaço à partilha. Depois diz: “Aquela lanterna
permitiu-nos ver a imagem de Jesus. Sem ela, não conseguimos ver Jesus. Na vida real, fora
deste jogo que fizemos, aquela lanterna é como o Espírito Santo. É Ele que nos permite ver
Jesus… e vencer a escuridão.”

192
Anúncio da Palavra
Atividade: Soprou
Duração: 15 min.

Etapa 1
Duração: 5 min.
O catequista convida a abrir as bíblias em João 20, 19-22. Pede um voluntário para ler o
texto com calma. Depois, o catequista pede ao grupo que resuma o relato.
Para ajudar a aprofundar o sentido do texto sugere algumas perguntas:
ƒƒEm que dia decorrem estes acontecimentos? (Domingo de Páscoa)
ƒƒOnde decorre a ação? (dentro de casa)
ƒƒQuem são os personagens? (Jesus, os discípulos)
ƒƒO que é que Jesus dá? (a paz, a missão, o Espírito Santo)

Etapa 2
Duração: 10 min.
O catequista convida a encenar o episódio. Mais do que fazer um “teatro” corrido, o cate-
quista irá sublinhar alguns momentos e situações do relato e o grupo terá de procurar uma
posição corporal adequada.

v. 19a: Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas do


lugar onde os discípulos se encontravam, com medo das autoridades judaicas…
ƒƒMetade do grupo representa os discípulos com medo. Em que posição estão? Têm
medo de quê e de quem? Como é que o corpo exprime o medo?
ƒƒA outra metade representa a “casa” onde eles estão, as paredes que rodeiam os
­discípulos.

v. 19b: veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco!»
ƒƒUm dos catequizandos faz de Jesus. Onde é que Ele está? (fora da casa) Mas conse-
gue entrar em casa sem esforço. Como é que Ele faz isso?
ƒƒOs que faziam de “casa” podem juntar-se aos discípulos.
ƒƒJesus coloca-Se no meio dos discípulos. Como é que os discípulos se colocam face
a Jesus. Olham para Ele ou estão de costas? Olham para Ele ou para o chão? Estão
perto ou longe?
ƒƒQue gestos serão bons para exprimir a paz que Jesus lhes dá?

v. 20: Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o peito. Os discípulos encheram-se de alegria por
verem o Senhor.
ƒƒO que é que há de especial para ver nas mãos e no peito de Jesus? (as marcas dos
pregos e da lança)
ƒƒOs discípulos reagem com alegria. Como é que colocas os braços para demonstrar
essa alegria? Porque é que eles estão alegres ao rever Jesus? Como é que está a
cara deles?

193
v. 21: E Ele voltou a dizer-lhes: «A paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, também
Eu vos envio a vós.»
ƒƒSe houver gestos alternativos que não foram usados no versículo 19b para represen-
tar Jesus a dar-nos a paz, podemos usá-los agora.
ƒƒJesus passa para nós os seus amigos, a sua Igreja, a sua missão. Como é que Jesus
faz isso?

v. 22: Em seguida, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo.»


ƒƒComo é que quem faz de Jesus representa este envio do Espírito Santo? É soprar
para o ar ou soprar para o coração de cada um?
ƒƒE os discípulos, que fazem para receber o Espírito Santo que Jesus dá?

Atividade: Os símbolos do Espírito


Duração: 20 min.

Preparação
É importante preparar e saber usar a “espiral”. É uma experiência científica tradicional que
podemos usar para simbolizar a ação do Espírito Santo. Numa base sólida coloca-se um
pau de espetada na vertical. Recorta-se uma espiral em papel leve. Apoia-se a espiral no
topo do pau. Na base acende-se uma pequena vela. O ar quente gerado pela vela acesa faz
mover a espiral. Aqui está um vídeo com as instruções:
ƒƒhttps://www.youtube.com/watch?v=sxFp3hchVYw

Etapa 1
Duração: 3 min.
O catequista diz: “Já sabemos que fomos batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo. Quando começamos a rezar, também dizemos em nome do Pai, do Filho e do Espí-
rito Santo. Nós já sabemos bastantes coisas sobre Jesus e sobre Deus Pai. Mas parece que
sabemos menos sobre o Espírito Santo. Quando Jesus ressuscitou, Ele quis ficar connosco.
E para isso enviou-nos o seu Espírito Santo.”

Etapa 2
Duração: 5 min.
O catequista apresenta a “espiral”. Coloca a espiral em cima do pau, acende a vela e con-
vida o grupo a observar o que sucede. Sem que ninguém toque na espiral de papel, esta
começa a mover-se. Alguém consegue explicar esta “magia”?
Depois de recolher várias hipóteses explica que não há nenhuma magia. A vela, com a sua
energia, aquece o ar que provoca o movimento da espiral. E acrescenta que é um bom
símbolo da ação do Espírito Santo: não se vê o Espírito Santo mas Ele provoca movimento.

Etapa 3
Duração: 8 min.
O catequista convida a ver o vídeo “Símbolos do Espírito Santo”.
Guião do vídeo “Símbolos do Espírito Santo”
O Espírito Santo, a terceira pessoa da Santíssima Trindade, é representada na Bíblia e na
vida da Igreja através de vários símbolos. O Espírito é vento e é respiração. Não vemos o ar
em movimento, mas sentimos os seus efeitos e sem ele não podemos viver.

194
No batismo com água somos marcados pelo Espírito Santo. No relato da morte de Jesus,
um soldado espeta uma lança no peito de Jesus e daí sai sangue e água. No Antigo Testa-
mento, as fontes de água fresca e abundante são também sinais da abundância que o Espí-
rito traz. A pomba é um dos símbolos mais comuns. Quando Jesus foi batizado, o Espírito
desceu sobre Ele em forma de pomba.
No Pentecostes, o Espírito manifestou-se como línguas de fogo. O Espírito, como o fogo,
é energia transformadora. O óleo, ou crisma, é outro símbolo do Espírito. Usado no batismo,
na confirmação, na ordenação ou na unção dos doentes. O óleo na pele da pessoa é sinal
da presença do Espírito e da sua força no coração dessa pessoa.
Jesus curava os doentes e abençoava as crianças impondo as mãos sobre eles. Em nome
de Jesus os apóstolos faziam o mesmo. Durante a Eucaristia, o sacerdote impõe as mãos
sobre o pão e o vinho, e pede que o Espírito desça e os transforme no corpo e sangue de
Jesus.

No final do vídeo, o catequista pergunta se já viram alguns desses símbolos a serem usados.

Etapa 4
Duração: 4 min.
O catequista comenta: “Na Bíblia, na arte cristã, encontramos estes vários símbolos do
Espírito Santo. Mas, se calhar, falta-nos prestar atenção a um símbolo ainda mais interes-
sante. São as pessoas que perto de nós mostram o Espírito Santo em ação. São as pessoas
que, aqui perto de nós, continuam a fazer os mesmos gestos de Jesus. São as pessoas que
como aquela vela, fazem a maravilha de provocar movimento.”
E convida os catequizandos a identificar pessoas que, guiadas pelo Espírito Santo, fazem
gestos de bondade, de esperança e de perdão.

Expressão de fé
Atividade: Sopra em mim Espírito Santo
Duração: 15 min.

Etapa 1
Duração: 6 min.
O catequista convida todos os participantes a colocarem-se numa atitude (interior e exte-
rior) de oração e recorda como, ao longo da catequese, descobrimos que todos os cristãos
recebem o mesmo Espírito no Batismo e que esse Espírito Santo é fonte de mudança.
Assim, e à semelhança dos apóstolos, temos de anunciar Jesus com as nossas obras. Mas
de que forma o fazemos? Através das qualidades que Ele nos dá. Seguidamente, o cate-
quista pede aos participantes que enumerem, pelo menos, uma qualidade que possuem.
Depois de todos terem falado, pede-lhes que agora expressem o que podem ou devem
fazer com essa qualidade.

Etapa 2
Duração: 3 min.
Enumeradas as qualidades e reveladas as obras que podem com elas realizar, o catequista
convida os participantes para, em coro, rezarem a oração “Sopra em mim”, que se encontra
no livro do catequizando, na página 76.

195
O catequista dá inicio à oração dizendo:
«Peçamos ao Espírito Santo que desça sobre nós, como desceu aos discípu-
los no dia de Pentecostes, e que nos ilumine e nos encha com a sua força,
ajudando-nos a colocar as nossas qualidades ao serviço dos outros e a viver
como Jesus. Rezemos juntos, …»

Sopra em mim
Santo Espírito, da minha indiferença
dizem-me que és como o vento: diante de quem precisa de uma mão
sopra, pois, dentro de mim e é desprezado por todos.
e varre o pó das palavras Dizem-me
com que agrido os colegas. que és como uma pomba:
Dizem-me também acalma os meus nervos,
que és como o fogo: sempre à flor da pele,
derrete o gelo e traz-me um pouco de serenidade.

Etapa 3
Duração: 3 min.
De seguida, o catequista propõe que, em silêncio, cada um faça uma pequena oração em
que pede ao Espírito Santo uma graça. Pode ser para dar:
ƒƒmais paz à família,
ƒƒsaúde a um amigo,
ƒƒmais paciência ao próprio, etc…

Etapa 4
Duração: 5 min.
Para concluir o encontro, o catequista propõe aos participantes o canto que se encontra
no livro do catequizando, na página 76:

Canto “Espírito Santo (ao longo da vida)”


(Original: Letra e música de Jorge Semião)

Ao longo da vida és a minha luz Espírito Santo, és o meu saber.


E ensinas-me o caminho p’ra alcançar Jesus. Espírito Santo, és o meu viver,
Se obedeço a Deus estás a meu lado. És amor e verdade.
E assim, pelo Senhor, eu serei amado. És minha força e minha Luz,
A estrela que me conduz.
Apóstolo serei, se estiveres comigo.
Espírito Santo, fica a meu lado.
Ó Espírito de Luz, Tu és meu amigo.
Através de Ti eu sou perdoado.
A minha oração Te faço a cantar
Vem desce sobre mim,
Ó Espírito de Deus, Te quero louvar
Que eu sempre te direi sim!

196
Os dons do
Espírito Santo

197
C 20 Para o Catequista
Apresentação
O Espírito Santo é real. Está presente na nossa vida. Dá-nos força e entusiasmo para vivermos uma
vida de fé feliz com os seus sete dons.

Objetivos
ƒƒConhecer a lista e o significado dos dons do Espírito Santo.
ƒƒViver o quotidiano amparado pelo Espírito e os seus dons.

Conteúdos
ƒƒConceitos:
yy A lista dos sete dons do Espírito
ƒƒProcedimentos:
yy Identificar situações pessoais onde o Espírito e os seus dons pode ser uma ajuda
preciosa
ƒƒAtitudes:
yy Sentir-se grato pelos dons do Espírito Santo na vida concreta

Material
ƒƒBombons sem invólucro original e colocados dentro de saquetas de papel de cores várias (em número
igual aos catequizandos)
ƒƒCartaz nº 17 (disponível na pasta de apoio)
ƒƒVídeo “Sete dons” (disponível na pen multimédia)
ƒƒCanção “Vem, Espírito de vida” (disponível na pen multimédia)
ƒƒCartolina e marcadores
ƒƒ7 velas

Esquema
Experiência humana Atividade: O sabor dos bombons 10’ **

Anúncio da Palavra Atividade: Bons dons 25’ ***

Atividade: Sinfonia espiritual 15’ **


Expressão de fé
Atividade: Vem, Espírito de vida 10’ ***

198
Do Catecismo
1831. Os sete dons do Espírito Santo são: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza,
ciência, piedade e temor de Deus. Pertencem em plenitude a Cristo, filho de David. Comple-
tam e levam à perfeição as virtudes de quem os recebe. Tornam os fiéis dóceis, na obediên-
cia pronta às inspirações divinas.

Síntese de conteúdos
A presença do Espírito Santo na vida dos crentes fortalece a nossa pertença à Igreja e o
nosso empenho em nos comprometermos com o estilo de vida proposto por Jesus.

Os dons do Espírito
Tradicionalmente, falamos dos dons do Espírito Santo. Estes sete dons representam todos
os dons que Deus nos dá para uma vida segundo o Evangelho. Normalmente encontra-se
a origem desta lista de sete dons no profeta Isaías: “Sobre ele repousará o espírito do
Senhor: espírito de sabedoria e de entendimento, espírito de conselho e de fortaleza, espí-
rito de ciência e de temor do Senhor” (Is 11, 2).
Aqui estão algumas descrições que nos podem ajudar.
ƒƒSabedoria. Com o dom da sabedoria somos capazes de perceber a ação de Deus em
nós e no mundo. Para a pessoa sábia, as maravilhas da natureza, os acontecimentos
históricos, os altos e baixos da vida, têm sempre um significado mais profundo à luz
da fé.
ƒƒEntendimento. Com o dom do entendimento nós compreendemos como se vive como
seguidor de Jesus. Uma pessoa com entendimento não se deixa perturbar nem con-
fundir pelas mensagens contraditórias que recebe.
ƒƒConselho. Com o dom do conselho sabemos e ajudamos os outros a ver a diferença
entre o certo e o errado e encorajamos a fazer o que está certo.
ƒƒFortaleza. Com este dom, superamos a nossa fraqueza e estamos disponíveis para
enfrentar todos os riscos que há em ser discípulos de Jesus. Uma pessoa com forta-
leza tem a coragem de afirmar aquilo que está certo aos olhos de Deus, mesmo com
risco de enfrentar rejeição e recusa.
ƒƒCiência. Com o dom da ciência acolhemos o significado da revelação de Deus, espe-
cialmente aquilo que está na vida e nas palavras de Jesus. Uma pessoa com ciência
quer sempre saber mais sobre a Escritura e a Tradição.
ƒƒPiedade. Com este dom temos um profundo sentido de respeito por Deus e pelos
seus mistérios. Uma pessoa piedosa reconhece que está sempre nas mãos de Deus e
vive com humildade, confiança e amor.
ƒƒTemor de Deus. Com este dom damo-nos conta da glória e da majestade de Deus.
Uma pessoa com temor de Deus reconhece agradecida que Deus é tudo o que de
melhor podemos desejar.

Anunciar o Espírito em ação aos pré-adolescentes


Dentro da Igreja (homilias, catequeses, posts no facebook…) não há muitas referências
aos dons do Espírito Santo. E as poucas que há usam, normalmente, uma linguagem muito
adulta, madura, que diz pouco aos pré-adolescentes. Com as atividades propostas nesta

199
catequese desejamos ajudá-los a perceber os sete dons do Espírito como algo importante
para a sua vida, para a maneira como correm, jogam, se relacionam com os amigos e a
família. Mais do que uma lista de nomes a decorar, queremos que os catequizandos vivam
uma existência aberta ao Espírito e aos seus dons.

Para cresceres
Pensa com calma na tua vida neste momento. Faz uma lista dos vários aspetos, ambien-
tes, pessoas que são importantes para ti. Quais os itens onde sentes que a tua vida está a
correr menos bem?
Olha com atenção para a lista dos dons do Espírito. Para corrigir essas situações menos
boas, qual destes sete dons te parece mais importante pedir ao Espírito que dá vida?

C 20 Desenvolvimento
O Espírito Santo, “Senhor que dá a vida” (como diz o credo), oferece-Se a cada um de nós para
­vivermos uma vida mais à imagem de Jesus, uma vida mais cheia de luz e sentido. A descoberta dos
seus sete dons vai ajudar os mais novos a tornar realidade essa vida feliz.

Experiência Humana
Atividade: O sabor dos bombons
Duração: 10 min.

Preparação
O catequista recolhe um certo número de bombons, retira-lhes a embalagem e coloca-os
dentro de saquetas de papel de várias cores.

Etapa 1
Duração: 5 min.
O catequista mostra ao grupo um bom lote de bombons. Estão em saquetas de papel de
várias cores. O catequista pergunta ao grupo qual o sabor dos bombons.
É natural que haja respostas variadas e discordantes. Passado algum tempo sem acordo,
o catequista pergunta como é que podemos chegar a saber qual o sabor dos bombons. A res-
posta só pode ser uma: prová-los.

Etapa 2
Duração: 5 min.
Depois de todos provarem o seu bombom, o catequista explica o sentido desta dinâmica:
“Tal como só ficamos a conhecer o sabor dos bombons quando os provamos, só ficamos a
conhecer quem é o Espírito Santo, quando saboreamos os seus dons.”

200
Anúncio da Palavra
Atividade: Bons dons
Duração: 25 min.

Etapa 1
Duração: 3 min.
O catequista convida a pegar nas bíblias e a procurar 1 Cor 12, 4-11. Pede um voluntário
para ler a passagem.
Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo; há diversidade de
serviços, mas o Senhor é o mesmo; há diversos modos de agir, mas é
o mesmo Deus que realiza tudo em todos. A cada um é dada a mani-
festação do Espírito, para proveito comum. A um é dada, pela acção
do Espírito, uma palavra de sabedoria; a outro, uma palavra de ciência,
segundo o mesmo Espírito; a outro, a fé, no mesmo Espírito; a outro,
o dom das curas, no único Espírito; a outro, o poder de fazer milagres;
a outro, a profecia; a outro, o discernimento dos espíritos; a outro,
a variedade de línguas; a outro, por fim, a interpretação das línguas.
Tudo isto, porém, o realiza o único e o mesmo Espírito, distribuindo a
cada um, conforme lhe apraz.

Etapa 2
Duração: 3 min.
O catequista comenta que São Paulo, ao escrever esta carta aos cristãos da cidade de
Corinto, no século I, estava numa situação parecida com a nossa, quando nos ­perguntávamos
pelo sabor dos bombons. “A que é que sabe o Espírito Santo?” É pelos seus dons que
O conhecemos.
E acrescenta: “A partir da Bíblia, os cristãos fizeram uma lista de 7 dons principais do Espí-
rito Santo.” Convida a observar o cartaz nº 17, com a lista desses dons e o seu significado.

201
Etapa 3
Duração: 4 min.
O catequista convida a, individualmente, fazer o jogo proposto no livro do catequizando,
página 82, na secção Pica-miolos. Há nuvens de várias cores e com frases enigmáticas que
se referem a cada um dos dons do Espírito. Os catequizandos, com as indicações do cartaz
nº 17 (e alguma ajuda do catequista) devem descobrir que cores correspondem a que dom.

Etapa 4
Duração: 10 min.
O catequista convida a observa o vídeo “Sete dons” para perceber melhor o que significa
cada um destes dons que o Espírito nos oferece.
Guião do vídeo “Sete dons”
Deus é generoso.
Para sermos mais felizes, enviou-nos o seu Filho Jesus para viver e nos anunciar o ­Evangelho
Durante a sua vida, Jesus foi guiado e animado pelo Espírito Santo.
Depois da sua ressurreição, Jesus entregou aos seus amigos esse mesmo Espírito divino.
E quando nós, os amigos de Jesus, acolhemos o Espírito Santo, Ele oferece-nos os seus dons.
O primeiro desses dons é o conselho. Na Bíblia, o conselho é o projeto de Deus para cada
um de nós. Este dom, este presente do Espírito ajuda-te a conhecer aquilo que Ele espera
de ti. Este dom acontece colocando à tua volta pessoas de confiança (pais, catequistas,
amigos…) que te indicam o bom caminho a seguir. E o Espírito Santo espera que tu, com as
tuas palavras e os teus gestos, saibas dar bom conselho aos teus amigos.
O segundo dom é a sabedoria. Com ela percebemos como funciona a vida, a que coisas
devemos dar importância. A sabedoria diz-nos como as pequenas e grandes alegrias aju-
dam a viver melhor, mas não duram sempre. Por isso, a pessoa sábia constrói a sua casa
sobre a rocha e não sobre a areia. É com a sabedoria que olhamos para os outros com o
mesmo olhar de Deus Pai.
A fortaleza é o dom do Espírito que nos ajuda a resistir à tentação que nos leva ao mal e
nos dá força para fazer o bem. É com este dom que conseguimos ser fiéis aos nossos com-
promissos para com Deus, nós mesmos, a nossa família.
A inteligência faz-nos reconhecer a presença de Deus nas várias coisas que nos acontecem
ao longo do dia. Conseguimos ver para lá das aparências e ver as coisas como são. A pessoa
inteligente não dá importância à aparência, à fofoquice, à banalidade. Com a inteligência,
procuramos a verdade nas pessoas e nas palavras que ouvimos e que dizemos.
A piedade ajuda-nos a reconhecer Deus como um Pai bondoso que ama a todos, com quem
dá gosto dialogar. Com este dom sentimo-nos filhos de Deus e irmãos uns dos outros.
O temor faz-nos perceber que Deus deve ser respeitado. Não precisamos de ter medo que
Deus Se zangue ou que nos castigue. Mas não podes enganar ou desprezar a Deus. Nas
tuas palavras e nos teus gestos, o dom do temor ajuda-te a tratar a Deus como Ele merece.
A ciência é o sétimo dom. Na Bíblia, significa conhecimento, amor total para com Deus.
Ao conhecer a Deus, o cristão vê as pessoas e as coisas em relação a Deus. Este dom da
ciência ajuda-nos a amar a natureza porque é criação de Deus. Ajuda-nos a compreender os
outros e caminhar com eles em direção à felicidade a que Deus nos chama.

Etapa 5
Duração: 5 min.
O catequista pede ao grupo que descreva, por palavras suas, o significado de cada um dos
sete dons.

202
Expressão de fé
Atividade: Sinfonia espiritual
Duração: 15 min.

Etapa 1
Duração: 10 min.
O catequista diz: “O Espírito Santo é como um compositor musical que quer fazer na nossa
vida uma bela melodia. E os seus dons são como as sete notas de que se fazem todas as
canções.” Divide os participantes em grupos de 3 elementos cada. Cada grupo deve fazer
um acróstico com os efeitos do Espírito Santo na vida concreta. A respeito de cada um dos
sete dons, têm que escrever uma pequena frase sobre esse dom na vida concreta; mas
nessa frase têm que aparecer as notas musicais. Por exemplo: “A sabedoria é um DOm de
Deus”, ou “A fortaleza faz-nos REsistir ao mal”…

Etapa 2
Duração: 5 min.
O catequista convida os grupos a partilharem as suas propostas e a fazerem um cartaz
que resuma tudo.

Atividade: Vem, Espírito de vida


Duração: 10 min.

Etapa 1
Duração: 3 min.
O catequista ensaia o refrão “Vem, Espírito de Deus”, que vai ser usado na etapa seguinte
da oração.
Vem, ó Espírito de Deus,
vem, ó Espírito de vida. (4 vezes)

Etapa 2
Duração: 7 min.
Como decoração para este momento de oração, o catequista coloca em lugar central o
cartaz nº 17, ladeado de 7 velas acesas. Explica que elas representam os sete dons que o
Espírito Santo oferece a todos os amigos de Jesus.
O catequista convida a abrir os livros do catequizando, na página 81, onde está o texto da
oração (Falo contigo). Distribui os leitores de cada texto.
O catequista convida a acalmar a respiração, a colocar-se na presença de Deus. E diz:
“Começamos esta nossa oração com o gesto que nos recorda o amor que Deus tem por
nós: Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”.
Refrão cantado
Espírito Santo,
sou como uma árvore plantada junto ao rio,
um rio de água viva que jorra para sempre.

203
Ajuda-me a ser capaz de parar,
para escutar o murmúrio da palavra de Vida,
que é a palavra de Jesus Cristo ressuscitado.
R/ Refrão cantado
Espírito Santo,
sou como uma árvore plantada junto ao rio,
que me alimenta dia e noite com uma água viva.
Ajuda-me a ser uma árvore florida
capaz de produzir muitos e saborosos frutos
para a vida e salvação de todo o mundo.
R/ Refrão cantado
Espírito Santo,
sou como uma árvore plantada junto ao rio,
que lança raízes em largura e profundidade.
Ajuda-me a viver uma fé entusiasmada,
que nada nem ninguém pode derrubar
e me mantenha erguido, de pé.
R/ Refrão cantado
Espírito Santo,
sou como uma árvore plantada junto ao rio,
que cresce lenta e silenciosamente, sem ruído.
Faz com que aceite viver uma vida sem dar nas vistas,
crescendo dia-a-dia no amor e no serviço aos irmãos,
em gestos sacrificados que só Deus conhece.
R/ Refrão cantado
Espírito Santo,
sou como uma árvore plantada junto ao rio,
que por vezes é sacudida por vendavais e invernias.
Ajuda-me a resistir a todas as dificuldades
e, quando chegar o meu último dia nesta terra,
eu seja recebido na casa do Deus dos vivos.
R/ Refrão cantado

204
A Igreja
somos nós

205
C 21 Para o Catequista
Apresentação
O Espírito de Jesus ressuscitado dá-nos vida e une-nos na sua Igreja para juntos experimentarmos
o amor que vem de Deus e para partilharmos esse amor uns com os outros.

Objetivos
ƒƒPerceber a Igreja como continuação do projeto de Jesus.
ƒƒSentir-se unido a todos os seguidores de Jesus.
ƒƒEntender a Igreja como uma realidade de fé.

Conteúdos
ƒƒConceitos:
yy A Igreja continua o projeto de Jesus
ƒƒProcedimentos:
yy Listar os preconceitos mais populares acerca da Igreja
yy Identificar boas práticas eclesiais que mostram a continuidade com a prática de
Jesus
ƒƒAtitudes:
yy Sentir-se unido a todos os seguidores de Jesus
yy Valorizar a Igreja como lugar de salvação

Material
ƒƒFolha em branco
ƒƒCaneta ou lápis
ƒƒFolha de papel (para o origami)
ƒƒQuadro ou cartolina
ƒƒVídeo “A Igreja de Jesus” (disponível na pen multimédia)
ƒƒComputador, projetor multimédia, colunas
ƒƒCírio pascal
ƒƒMúsica de fundo - “fundo08” (disponível na pen multimédia)
ƒƒGravação de Act 4, 32-37 (disponível na pen multimédia)
ƒƒAros de plástico (diâmetro 90 e 70 cm)
ƒƒCanção “Partilhar” (disponível na pen multimédia)

206
Esquema
Experiência humana Atividade: Colaborar 10’ **

Anúncio da Palavra Atividade: Partilhar os bens 26’ ****

Atividade: Somos a Igreja de Cristo 10’ ***


Expressão de fé
Atividade: Os aros 15’ ***

Do Catecismo
752. Na linguagem cristã, a palavra «Igreja» designa não só a assembleia litúrgica, mas
também a comunidade local ou toda a comunidade universal dos crentes. Estes três
­significados são, de facto, inseparáveis. «A Igreja» é o povo que Deus reúne no mundo
inteiro. Ela existe nas comunidades locais e realiza-se como assembleia litúrgica, sobretudo
eucarística. Vive da Palavra e do Corpo de Cristo, e é assim que ela própria se torna Corpo
de Cristo.

Síntese de conteúdos
Muitas pessoas estão dispostas a aceitar Jesus e o seu Evangelho. Mas custa-lhes muito
aceitar que a salvação que Ele veio trazer esteja hoje na Igreja. Seja por causa dos pecados
da Igreja, do individualismo que a todos nos domina ou por outra razão qualquer, o tema da
Igreja acaba por se tornar um peso.

Um povo
Diz o Vaticano II que Deus não quis salvar os homens de forma isolada, mas unidos num
povo (Lumen Gentium 9). Este povo não está unido pela raça nem por um ideal social ou
político, mas sim pela ação do Espírito Santo. Quando as fórmulas de fé (credos) falam da
Igreja, fazem-no sempre ligando a Igreja ao Espírito. É escutando e acolhendo a voz do Espí-
rito que os discípulos de Jesus tomam consciência que são um povo, que estão chamados
a viverem unidos.

Luzes e sombras
Ao longo da história, a Igreja, a comunidade dos crentes, atraiçoou muitas vezes o Evan-
gelho do seu Senhor. Descui­dou o serviço aos pobres, procurou a riqueza e o poder, foi
intolerante… Mas, nestes vinte e um séculos, a Igreja também soube viver o Evangelho com
entusiasmo. Houve sempre homens e mulheres que com muita criatividade e generosidade
levaram a bondade de Deus a quem precisava.

A origem da Igreja
Jesus inaugurou a Igreja chamando os apóstolos “para estarem com Ele e para os enviar
a pregar o Reino de Deus” (cf. Mc 3, 14). Este grupo dos Doze apóstolos nasceu dum
chamamento pessoal de Jesus. Ele pegou neste conjunto de homens, cada um com o seu
emprego, a sua história, as suas dúvidas e fê-los romper com a sua forma anterior de viver:
eles “deixaram imediatamente a barca e o pai e seguiram Jesus” (cf. Mt 4, 20-22).

207
Depois de Jesus ter sido crucificado, os apóstolos estavam escondidos com medo. No meio
do seu abatimento e tris­teza, no primeiro dia da semana, “Jesus entrou, colocou-Se no meio
deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco»” (cf. Jo 20, 19). A ressurreição de Jesus marca o
momento crucial do nascimento da Igreja. Sem a experiência poderosa de Deus que ressus-
cita Jesus, jamais teríamos Igreja. É preciso entender a Igreja a partir da experiência pascal
e não a partir da sua organização atual.
A Igreja nasce como grupos concretos de pessoas que tornam real a convivência fraterna
desejada por Jesus, atuam a pregação do Evangelho e a celebração dos sacramentos. Foi
a estes grupos concretos que, primeiramente, se chamou “Igreja”. É-se Igreja por se ser
“assembleia convocada” por Deus em Jesus. Igreja é a comunidade que se reúne em nome
de Jesus e não de outros interesses ou objetivos.

Para a salvação de todos


A Igreja é o sinal que Deus dá hoje ao mundo da sua vontade salvadora. Aquilo que foi a mis-
são de Jesus (salvar o homem, dar-lhe vida em abundância…) é assumida e continuada hoje
pela Igreja. Será isso possível? Se olharmos à boa von­tade dos homens e mulheres que for-
mam a Igreja… diremos que não. A nossa boa vontade é fraca, às vezes e
­ squece-se do essen-
cial. Mas se percebermos quem foi que nos convocou para sermos a Igreja, se r­ ecordarmos
que é o Espírito de Jesus ressuscitado que nos une e anima… então ­concluímos que… sim!

Propor a Igreja a pré-adolescentes muito individualistas


Possivelmente, muitos catequizandos chegam aqui com uma imagem muito distorcida do
que é a Igreja. Esta seria uma organização que vende/oferece um conjunto de serviços e
valores. Desta organização faria parte o clero e alguns leigos: os catequistas, os minis-
tros litúrgicos… Eles consideram que eles próprios estão de fora da Igreja. Eles são meros
“consumi­dores” daquilo que a Igreja propõe.
Esta catequese permite superar esta visão tão pobre do que é a Igreja. Mas o catequista
tem de “suportar” os conteúdos propostos dando-lhes credibilidade. Possivelmente através
de três estratégias:
ƒƒFazer com que o grupo se sinta já como experiência de Igreja: grupo convocado por
Jesus onde reina a fraterni­dade;
ƒƒA relação com o catequista: o catequista estimula sempre a participação e o diálogo
corresponsável em todas as atividades.
ƒƒA abertura à comunidade local: sem omitir as sombras que empobrecem a qualidade
evangélica da comunidade local, o catequista ajuda a ver o que de bom existe e con-
vida a avaliar a igreja local a partir dos critérios e missão deixados por Jesus.

Para cresceres
Gasta 3 minutos na internet à procura de experiências de Igreja diferentes das que tu estás
em contacto habitualmente. Gasta 2 minutos na tua oração a pedir a bênção de Deus para
esses irmãos e irmãs que estão tão longe de ti mas que, como tu, são amados por Deus.

208
C 21 Desenvolvimento
Com atividades divertidas, com o coração aberto para escutar a Palavra, os catequizandos vão
poder sentir-se mais Igreja.

Experiência Humana
Atividade: Colaborar
Duração: 10 min.

Etapa 1
Duração: 5 min.
O catequista pede que os participantes se sentem em círculo e tenham consigo um lápis
ou uma caneta. Explica que irão fazer um desenho comum. O tema é “A nossa terra”. Dá as
seguintes indicações:
1. O catequista entrega uma folha em branco e material para desenhar a um dos
catequizandos.
2. Este terá 20 segundos para desenhar o que imagina.
3. Ao fim de 20 segundos (é importante o catequista cronometrar muito bem este
tempo), o catequista dá um sinal e a folha passa para o colega da direita que con-
tinuará o desenho.
4. Esta operação repete-se a cada 20 segundos até o último dos catequizandos dar o
seu contributo. (Em alternativa, se o grupo for pequeno, podem-se prever duas voltas.)
5. A atividade tem de decorrer em silêncio, não podendo existir indicações de algum tipo.

Etapa 2
Duração: 5 min.
Finalizado o desenho, o catequista recolhe-o e mostra o produto final aos participantes.
Depois lança algumas questões para debate:
ƒƒQuando eu sugeri o tema “A nossa terra”, era numa imagem assim que estavas a
pensar?
ƒƒDe que forma é que cada uma das partes individuais do desenho reflete o tema esco-
lhido?
ƒƒQual foi a maior dificuldade sentida durante a realização do desenho?
ƒƒSe tivesse existido diálogo e partilha de ideias teria sido mais fácil fazer um bom
desenho sobre a nossa terra?

Como comentário à atividade, o catequista sugere as seguintes ideias:


ƒƒCada um poderia ter feito o seu desenho, sozinho. Mas ao fazê-lo em conjunto, o dese-
nho foi enriquecido pelas ideias e talentos de todos;
ƒƒPara trabalhar em conjunto, o ideal seria que pudéssemos falar uns com os outros,
sugerir, perguntar, oferecer sugestões;
ƒƒMas mesmo não podendo falar, o facto de haver união, respeito entre nós permitiu
fazer uma obra de arte.

209
Anúncio da Palavra
Atividade: Partilhar os bens
Duração: 26 min.

Etapa 1
Duração: 5 min.
O catequista convida a fazer uma igreja em origami, usando uma folha de papel, canetas e
as instruções dadas no livro do catequizando, página 86.

Etapa 2
Duração: 3 min.
Pergunta aos catequizandos o que é que as pessoas que não acreditam em Jesus, que não
se sentem parte da Igreja de Jesus, pensam sobre isto da “Igreja”. Quais são os preconcei-
tos mais comuns sobre a Igreja? Podem escrevê-los nas “paredes” da igreja que fizeram.

Etapa 3
Duração: 5 min.
O catequista convida cada um a partilhar as ideias que escreveram. O catequista vai
tomando nota daquilo que é dito num cartaz ou cartolina.
Depois da partilha, conclui: “Por má vontade ou por ignorância, muitas pessoas têm uma
ideia errada do que é a Igreja que Jesus fundou. Vamos nós ver melhor o que é a Igreja que
Jesus nos convida a ser.”

Etapa 4
Duração: 3 min.
O catequista pede que todos abram as suas bíblias em Act 4, 32-37 e solicita um voluntário
para ler o texto:
A multidão dos que haviam abraçado a fé tinha um só coração e uma
só alma. Ninguém chamava seu ao que lhe pertencia, mas entre eles
tudo era comum. Com grande poder, os Apóstolos davam testemu-
nho da ressurreição do Senhor Jesus, e uma grande graça operava
em todos eles. Entre eles não havia ninguém necessitado, pois todos
os que possuíam terras ou casas vendiam-nas, traziam o produto da
venda e depositavam-no aos pés dos Apóstolos. Distribuía-se, então,
a cada um conforme a necessidade que tivesse. Assim, um levita
cipriota, de nome José, a quem os Apóstolos chamaram Barnabé, isto
é, «filho da consolação», possuía uma terra; vendeu-a e trouxe a impor-
tância, que depositou aos pés dos Apóstolos.

Etapa 5
Duração: 5 min.
O catequista pede que comparem o que diz este resumo dos Actos dos Apóstolos sobre a
Igreja das origens, com o jogo que fizemos tentando desenhar, em silêncio, “A nossa terra”
e com a lista de preconceitos que algumas pessoas têm sobre a Igreja.

210
Etapa 6
Duração: 5 min.
O catequista convida a observar com atenção o vídeo “A Igreja de Jesus”.
Guião do vídeo “A Igreja de Jesus”
Nos mass media não faltam as “bocas” contra a Igreja. Diz-se que “é muito rica”, “fora de
moda”… E é bem verdade, se pensarmos em alguns casos de quem não entendeu nada da
proposta de Jesus.
Mas é também mentira se olharmos para a Igreja com os olhos limpos.
Jesus está presente nas famílias que, apesar das dificuldades, se procuram amar, cuidar
dos mais velhos, perdoar.
A Igreja de Jesus são todas as pessoas que nos escuteiros ou outras associações dão o seu
tempo e energia para deixar este mundo melhor do que o encontrámos.
A Igreja de Jesus são também aqueles que deixam a sua terra, os seus amigos e partem
para longe para ajudar outros povos que precisam de saúde, educação, justiça…
A Igreja é feita de pessoas que amam Jesus.
Não são pessoas perfeitas, mas estão entusiasmadas com o Evangelho.
E tentam viver hoje à maneira de Jesus: amando e perdoando, dando o seu tempo, dinheiro
e qualidades, arriscando a sua vida em favor dos mais frágeis.

Expressão de fé
Atividade: Somos a Igreja de Cristo
Duração: 10 min.

Preparação
O catequista decora o espaço de oração com um grande círio pascal aceso.

Etapa 1
Duração: 3 min.
O catequista convida cada um a pegar nas igrejas em origami que fizeram e a sentar-se em
redor do círio pascal aceso, que representa Cristo ressuscitado. Convém que haja uma certa
distância entre o círio e os catequizandos.
Convida a acalmar e a colocar-se numa atitude de oração, com vontade de falar com Jesus.
Põe uma música de fundo que convide à oração.
Pede a cada um para pegar na igreja que fez em origami. O catequista diz: “Cada um de nós
faz parte desta Igreja de Jesus. Não é uma Igreja feita de pedras nem de papel; é feita de
pessoas como nós que querem viver à maneira de Jesus e sendo amigas umas das outras.
Nós somos os continuadores daqueles cristãos dos primeiros tempos, que viviam unidos e
que se ajudavam uns aos outros.”

Etapa 2
Duração: 3 min.
O catequista convida a ouvir a gravação do texto de Actos 4, 32-37 numa atitude de
­reverência.

211
Etapa 3
Duração: 4 min.
Continuando a ouvir-se a música de fundo, o catequista convida cada um a levantar-se e a
ir colocar a sua igreja perto do círio. E explica o significado desse gesto: “Cada um de nós é
Igreja porque está perto de Jesus e da sua luz”. Depois de colocar a sua igreja, deve colocar
a mão no círio e rezar em silêncio: “Obrigado por me convidares a ser parte da tua Igreja!”

Atividade: Os aros
Duração: 15 min.

Etapa 1
Duração: 5 min.
O catequista pede ao grupo que se coloque de pé, em roda e que todos dêem as mãos.
O catequista coloca um aro com uns 90 centímetros de diâmetro entre duas pessoas antes
que estas dêem as mãos. E o catequista explica o jogo que vão fazer: “Quando eu começar
a cronometrar, vão ter um minuto para fazer viajar o aro ao longo do círculo. Vocês não
podem nunca soltar as mãos uns dos outros. Não podem estragar o aro.”
Se não conseguirem realizar a tarefa em menos de um minuto, o catequista convida-os
a uma nova tentativa. Em cada nova tentativa, o catequista coloca o aro a partir de uma
posição diferente no círculo.
O catequista pode sugerir que falem antes, que combinem a melhor estratégia para reali-
zar a tarefa.

Etapa 2
Duração: 3 min.
Depois de terem superado a prova anterior, o catequista desafia-os a fazerem o mesmo,
mas com um aro mais pequeno (70 centímetros de diâmetro).

Etapa 3
Duração: 3 min.
O catequista desafia o grupo agora a fazer os dois aros darem a volta ao círculo, mas indo
cada aro em sentidos diferentes.

Etapa 4
Duração: 4 min.
O catequista convida a cantar o canto “Partilhar”
Canto “Partilhar”
(rAP - Luna Esteves)
Um só coração
Uma só alma
Tudo em comum
Na graça de Jesus
ressuscitado.

212
Lá em cima
alguém nos
ama

213
C 22 Para o Catequista
Apresentação
Sabemos pouco sobre o que sucederá depois de morrermos. Mas sabemos que o amor de Deus é
mais forte que a morte ou a dor, e que a vida abundante e feliz que Ele nos trouxe estará connosco
para sempre.

Objetivos
ƒƒConhecer o essencial da doutrina cristã sobre a vida eterna.
ƒƒDesenvolver a atitude da esperança cristã.
ƒƒCultivar um são equilíbrio entre o empenho pela salvação e o agradecimento pelo dom de
Deus.

Conteúdos
ƒƒConceitos:
yy Deus oferece vida abundante e feliz para sempre
yy Deus pede um compromisso sério com os valores do Reino
ƒƒProcedimentos:
yy Fazer memória de familiares e amigos já defuntos
ƒƒAtitudes:
yy Cultivar a esperança cristã
yy Equilíbrio entre o empenho pela salvação e agradecimento pelo dom de Deus

Material
ƒƒCartões A6 com as letras “a”, “b” e “c” (disponível na pasta de apoio)
ƒƒ1 folha de cartolina A3
ƒƒPeças com o puzzle “Conselhos para entrar no Reino de Deus” (disponível na pasta de apoio)
ƒƒCanção “O Rico e o pobre Lázaro” (disponível na pen multimédia)
ƒƒVídeo “Viver em esperança” (disponível na pen multimédia)
ƒƒComputador, projetor multimédia, colunas
ƒƒ2 cartões - A chave do coração (disponível na pasta de apoio)
ƒƒChaves de formato variado (pelo menos 2 por participante; uma delas deve abrir o baú)
ƒƒBaú fechado à chave
ƒƒCaixa grande com bolinhas de esferovite, recorte de tiras de jornais, etc…

214
Esquema
Experiência humana Atividade: A resposta exata 15’ ***

Anúncio da Palavra Atividade: O Rico e o pobre Lázaro 25’ ****

Expressão de fé Atividade: A chave do coração 20’ ***

Do Catecismo
989. Nós cremos e esperamos firmemente que, tal como Cristo ressuscitou verdadeira-
mente dos mortos e vive para sempre, assim também os justos, depois da morte, viverão
para sempre com Cristo ressuscitado, e que Ele os ressuscitará no último dia. Tal como a
d’Ele, também a nossa ressurreição será obra da Santíssima Trindade:
«Se o Espírito d’Aquele que ressuscitou Jesus de entre os mor-
tos habita em vós, Ele, que ressuscitou Cristo Jesus de entre
os mortos, também dará vida aos vossos corpos mortais, pelo
seu Espírito que habita em vós» (Rm 8, 11)

Síntese de conteúdos
O que acontece depois de morrermos? Como será? Não sabemos muito bem; sabemos ape-
nas que o amor de Deus nos manterá vivos e felizes para sempre.

A vida tem futuro?


Quando falamos de vida eterna, de ressurreição dos mortos, de vida depois da morte, esta-
mos a fazer uma pergunta simples: a vida tem futuro? Sabemos que a morte é real. Mas a
morte será a última palavra para cada um de nós? Ou haverá possibilidade de esperança?
De formas diferentes, todas as culturas humanas, dizem que sim. Uma prova disso é o facto
de todas as culturas terem ritos fúnebres, cuidarem de forma especial dos cadáveres dos
seus mortos. Este cuidado com os mortos diz que, de algum modo, a vida continua. Mas
hoje, há muita gente que diz negar toda a vida depois da morte. Será porque lhes parece
uma fantasia? Por ser uma crença inútil? Dizem que o importante é o que acontece aqui e
agora. Para eles, prestar atenção à ressurreição dos mortos é uma evasão.

Pela vida… sempre


Afirmar a fé na vida eterna não é apenas crer numa outra vida. É também acreditar que
esta nossa vida de agora, pela graça de Deus, vencerá a morte. O otimismo cristão, a nossa
esperança, tem o seu fundamento naquilo que vimos Deus fazer. Deus ama-nos intensa-
mente e deseja que vivamos para sempre. As nossas forças nunca nos permitirão vencer
a morte. Mas Deus pode vencer a morte. E já o fez: ressuscitou Jesus, o seu Filho amado,
de entre os mortos. E faz o mesmo a todos aqueles que, unidos a seu Filho, se tornaram
­também seus filhos adotivos. Esta crença na vida eterna está ligada a “creio no Espírito
Santo”: Ele é Senhor que dá a vida, agora e para sempre.
O nosso Deus é um Deus vivo que ama a vida. E que quer que todos os seus filhos e filhas
tenham vida em abundância. Agora e sempre. Há, ainda, muitas coisas que se opõem a este
sonho de Deus: injustiça, opressão, pecado. Mas Deus oferece à humanidade os dons para

215
irmos superando tudo o que nos afasta do plano de Deus. E o poder de Deus manifesta-se
plenamente quando percebemos que o nosso grande adversário (a morte física) já está
derrotado e não nos impedirá de continuarmos vivos em Deus.
A felicidade que o amor recíproco nos faz experimentar no tempo presente é sinal, é uma
antecipação, da felicidade e alegria que sentiremos ao sermos amados por Deus. A solida-
riedade com que agora nos opomos ao egoísmo que nos destrói, é só uma antecipação do
que será a unidade de todo o género humano na vida eterna.

As voltas da vida
O texto bíblico que trabalharemos nesta catequese é Lucas 16, 19-31, a parábola do pobre
Lázaro. Lucas apresenta-nos dois mundos fechados e opostos: o mundo da riqueza, prota-
gonizado por “um homem rico que vestia de púrpura e linho e se banqueteava”, e o mundo
da pobreza. O mundo da pobreza tem nome: Lázaro (que quer dizer “Deus ajuda”).
A primeira parte da parábola decorre na vida terrena. De um lado está o rico com a sua
opulência e do outro está Lázaro, o pobre, com a sua pobreza miserável. Não há passagens
nem misturas entre uma cena e outra.
Na segunda parte, continua o antagonismo e a oposição. Os protagonistas são os mesmos
de antes, mas mudou a sorte de cada um. Quem nadava na abundância sofre toda a classe
de privações. Quem nada tinha, tem agora o melhor.
A parábola convida-nos a refletir sobre a prioridade que damos à nossa vida. Ao darmos
a prioridade ao dinheiro, tornamo-nos surdos aos gritos de quem está ao nosso lado.
­Tornamo-nos insensíveis aos outros e a Deus. O problema dos bens não está em tê-los
nem em desejá-los. Está em que quem mais tem, menos dá. Jesus avisa que o nosso destino
final depende do que tivermos partilhado.

Falar de esperança aos pré-adolescentes


Neste tema da vida eterna é provável que os catequizandos sejam muito diferentes uns
dos outros. Aparecerão no grupo todas as ideias e o seu contrário. É até possível que haja
ideias opostas e contraditórias dentro de cada um dos catequizandos.
Em muitos, este tema está associado ao medo, fruto do desconhecimento, de muitas séries
e filmes que apresentam o sobrenatural como assustador ou de lutos mal resolvidos. ­Muitos
pré-adolescentes sentem-se pouco à vontade com este tema. Com estes, o catequista terá
que ter um profundo respeito. Esse medo não é superado pelo catequista que “faz pouco”
desses medos. O catequista, com a sua serenidade, deve dar testemunho de esperança.
Uma outra atitude comum é a “magia”, o desejo de, por algum meio, controlar a vida para
além da morte. Muitos até considerarão que a magia é compatível com a fé cristã e com o
que aprendem na catequese. Nada mais errado. A magia pretende ser o controlo, a manipu-
lação, do outro. E isso é inaceitável para uma visão cristã.

Para cresceres
Recorda as pessoas amigas ou familiares que já partiram.
Agradece a Deus a bondade que mostraram para contigo, o que te ajudaram a crescer.
Louva a Deus pela santidade quotidiana desses companheiros de viagem que se cruzaram
contigo.
Pede ao Deus da bondade e misericórdia que a todos receba depressa no seu abraço e na
sua festa.

216
C 22 Desenvolvimento
A última parte do Credo fala do mais além, da vida eterna, do que será a Vida para lá daquela que
estamos a viver agora. Com os catequizandos queremos superar a ideia de que o mais além seja só
um prémio ou um castigo. O mais além é uma continuação do mais aquém. A diferença está em que
nesta vida aqui temos a liberdade de escolher os nossos caminhos; na nossa vida depois, viveremos
a consequência do que tivermos escolhido.

Experiência Humana
Atividade: A resposta exata
Duração: 15 min.

Preparação
Fazer 6 placas com palitos de espetada e cartões brancos A6, distribuindo as 3 letras pelas
6 placas – duas placas para a letra “a”, duas para a “b” e duas para a “c”.

Etapa 1
Duração: 2 min.
O catequista divide os participantes em pares e pede-lhes que abram o livro do catequi-
zando, na página 88, onde se encontra uma mensagem encriptada. Os catequizandos terão
de descobrir o tema da catequese a partir da descodificação de tal mensagem.

a b c d e f g h i j l m n o p q r s t u v x z
A B C D E F G H I J L M N O P Q R S T U V X Z

l a e m c i m a
a l g u e m n o s
a m a
Solução: Lá em cima, alguém nos ama.

Etapa 2
Duração: 5 min.
Quando todos os pares tiverem descoberto a mensagem, o catequista pede ao par que a
desvendou em primeiro lugar que indique o tema da catequese. Depois, lança algumas per-
guntas relacionadas com o tema:
ƒƒA que lugar se refere a expressão “lá em cima”? E a expressão “alguém nos ama”?
ƒƒQue ideia tens do paraíso, do purgatório e do inferno?
ƒƒCom a morte acaba tudo?

As perguntas colocadas “dão pano para mangas”. O catequista tem presente que esta
­atividade, colocada neste momento da catequese, não serve para fazer sínteses de fé.

217
Aparecerão muitas opiniões desencontradas e erradas. É natural que surjam muitas mais
perguntas. Tudo isso serve para motivar ao tema e para colocar o grupo em condição de
fazer o caminho à descoberta e interiorização da mensagem de Deus.

Etapa 3
Duração: 3 min.
Ouvidas as respostas e opiniões dos catequizandos, o catequista diz que muitas pessoas
não sabem «de onde vêm», «porque vivem» e nem se preocupam em saber «para onde
vão». Outras dizem que a “vida” depois desta vida é esquiva e ninguém veio do outro lado
para nos dizer como são as coisas por lá. Por isso, dizem, é melhor nem pensar e viver um
dia de cada vez. É a conclu­são mais idiota que se pode tirar. Na realidade, houve alguém
que regressou do túnel da morte: Jesus de Nazaré. Ao ressuscitar, declarou que o Céu é
habitado e que há um lugar para todos. O mais além constrói-se aqui. O futuro está nas
nossas mãos. Vamos começar a reservar não só o futuro eterno, mas a transferir um
pedaço do Paraíso (e não do Inferno) para a nossa vida e para a dos outros.

Etapa 4
Duração: 5 min.
De forma a superar ideias erróneas que ainda possam persistir, o catequista divide os par-
ticipantes em 2 grupos e convida-os para um concurso de perguntas. Entrega a cada grupo
um conjunto de 3 placas (“a”, “b” e “c”). Essas placas serão utilizadas para dar resposta às
quatro perguntas que o catequista vai fazer. Cada grupo só poderá levantar uma placa
como resposta. Para dar início à dinâmica, o catequista diz que a ideia de mais além anun-
ciada por Jesus foi, muitas vezes, distorcida por livros, filmes, lendas, fábulas. Para terminar
com essas ideias distorcidas, vamos responder a estas perguntas:
1. A condenação do inferno consiste sobretudo
a) em andar à bulha com os outros desesperados.
b) nos tormentos infligidos pelos demónios.
c) em viver separados de Deus.

2. Qual destas frases está certa?


a) Algumas pessoas estão predestinadas ao inferno.
b) Nenhuma pessoa está predestinada ao inferno.
c) O inferno está cheio com milhões de pessoas.

3. O purgatório é
a) um tempo de purificação.
b) um longo período às escuras.
c) um lugar de tortura.

4. O paraíso é
a) vencer um belíssimo prémio.
b) encontrar só os santos.
c) viver uma festa fantástica com a grande família de Deus.

Solução: 1 c); 2 b); 3 a); 4 c).


O catequista conclui, dizendo que Deus leva a sério o que fazemos aqui e dá-nos a escolha
de O amarmos ou recusarmos para sempre.

218
Anúncio da Palavra
Atividade: O Rico e o pobre Lázaro
Duração: 25 min.

Preparação
As peças do puzzle (disponíveis na pasta de apoio) devem ser recortadas antes.

Etapa 1
Duração: 5 min.
O catequista convida a escutar a canção “O rico e Lázaro”, cuja letra está no livro do cate-
quizando, página 89.

Entre linho fino e banquete em cada dia


estava um homem rico que de púrpura vestia.
Mas à sua porta o pobre Lázaro jazia,
desejando saciar-se do que da mesa caia.
E quando morreu Lázaro, os anjos o levaram para o céu
para morar junto de Abraão.
E quando morreu o rico desde o lugar dos castigos olhou p’ra o céu
e viu o mendigo com Abraão.
Porque os que sofrem logo irão rir,
os limpos de coração o Pai irão ver,
porque é dos humildes o Reino de Deus
Alegrem-se que a recompensa grande irá ser.
“Tem piedade de mim, Pai Abraão, e faz com que molhe
Lázaro o seu dedo em água e a minha língua toque,
para aliviar-me da tortura destas chamas.”
E eis que o pai Abraão, ao homem rico lhe responde:
“Enquanto tiveste bens, ele apenas teve males, agora em troca,
ele tem consolo e tu tormentos
Contudo, há um abismo imenso aberto entre nós e ninguém pode
Atravessar entre os dois lados”.
Então o homem rico implorou a Abraão que enviasse
Lázaro a sua casa para que ele avisasse
Aos seus cinco irmãos dos tormentos (por) que passava
Para que avisados, eles assim não acabassem.
“Têm aos profetas e a Moisés, que os oiçam”, disse Abraão
e o rico replicava:
“Se lhes falar um morto, eles acreditarão”
disse Abraão:
“Nem aos mortos escutarão.”

Etapa 2
Duração: 5 min.
O catequista pega numa cartolina A3, faz um risco a meio e diz: “São dois os personagens
principais desta parábola que Jesus contou. Quais são?” A resposta é fácil. O catequista

219
escreve de um lado da cartolina “Rico sem nome” e, do outro, “Lázaro pobre”. Convida os
catequizandos a encontrar e a escrever palavras que caracterizam os dois personagens.
Para os ajudar, podem e devem ler o texto bíblico.

Etapa 3
Duração: 4 min.
O catequista convida o grupo a fazer um resumo da parábola. Se necessário, o catequista
ajuda o grupo nessa tarefa, oferecendo alguns dos elementos que se seguem.
ƒƒLázaro e o rico. São duas vidas paralelas. Um está dentro de casa e o outro está à
porta. Um tem a vida cheia, com tudo e mais alguma coisa. O outro… está cheio de
nada.
ƒƒMas são vidas com um final diferente. O Rico, que só pensa em estar na boa, termina
a vida com um fiasco tremendo e irreparável; o Pobre, desafortunado e sem cartões
de crédito, mas com um profundo respeito a Deus… ganha a companhia de Deus!
ƒƒO rico era um homem sem coração: veste-se à grande, organiza festas de arromba,
consome do bom e do melhor. Para Jesus, não tem nome, nem rosto. É a gente como
ele que se aplica a frase de Jesus: «Ai de vós os ricos que estais saciados» (Lc 6, 24).
ƒƒO pobre Lázaro: pedinte com um nome porque, como todos os pobres, está escrito
no coração de Deus. É por eles que Jesus “torceu” até os imitar: «Sendo rico, fez-se
pobre para nos enriquecer com a sua pobreza» (2 Cor 8, 9).
ƒƒNo final, todos vamos fazer o acerto de contas: mesmo com dinheiro, amigos, remé-
dios, a morte é inevitável. Quanto ao rico, vai ter de se separar de todas as riquezas
que tinha acumulado. E agora espera-o o abismo que ele tinha cavado com os seus
egoísmos e a sua avidez. O rico não fez nada de mal ao pobre Lázaro. O seu erro foi
nem se dar con­ta que Lázaro vivia. Pecou por omissão. Semeou indiferença toda a
vida… e colheu os frutos.

Etapa 4
Duração: 7 min.
O catequista coloca as 10 peças do puzzle em cima da mesa, baralhadas e a peça central
“Conselhos para entrar no reino de Deus” no centro da mesa. Depois, pede aos participan-
tes que escolham uma peça, leiam o seu conteúdo e indiquem se é ou não um bom conse-
lho. Em caso afirmativo, deverão uni-la à peça central.

Conselhos bons:
ƒƒVive cada momento como se fosse o único e o primeiro que tens nas mãos. E ­lembra-te
que cada segundo que passa não volta atrás.
ƒƒLembra-te das pessoas que já cá não estão. Recorda as mensagens que deixaram
com o seu estilo de vida para as imitares se forem boas ou para te afastares caso
contrário.
ƒƒTu jogas o “para sempre” que virá depois da morte com aquilo que estás a fazer
agora. Escolhe sempre o bem, mesmo quando te custa.
ƒƒCom aqueles que passaram para a outra margem da vida, certos laços ficam
­interrompidos, mas não os afetos. O melhor modo para os manter vivos é rezar por
eles. Ao menos uma vez por semana.
ƒƒ“Oferece um pedaço de paraíso” a quem vive perto de ti, a quem encontras. Nunca
transformes as suas vidas num pequeno inferno.

220
Conselhos maus:
ƒƒA morte termina com qualquer tipo de laço afetivo que haja entre as pessoas, por
isso não vale a pena recordar quem já partiu.
ƒƒEntre os defuntos, há muitos que, durante a vida, não se comportaram bem e que
escolheram o mal, por isso não vale a pena orar por eles.
ƒƒNão procures resposta para as perguntas «de onde venho?», «porque vivo?» e «para
onde vou?» porque o que importa são questões práticas.
ƒƒAmar o próximo como Deus nos amou é uma utopia. Não percas tempo em preocu-
par-te com o bem-estar dos outros.
ƒƒPreocupa-te com o teu bem-estar, independentemente do tipo de atitudes e ações
que tenhas de mostrar. Ninguém é mais importante do que tu.

Etapa 5
Duração: 5 min.
Para concluir, o catequista convida a ver o vídeo “Viver em esperança”.
Guião do vídeo “Viver em esperança”
É tão difícil falar da morte… e pior ainda é aceitá-la. Mas ela é uma parte da vida. Não deve-
ríamos ter medo da morte. Principalmente, se formos discípulos e amigos de Jesus. Aqui já
vivemos (ou tentamos viver) uma vida cheia de alegria e qualidade. E alegramo-nos, porque
depois ainda vai ser melhor.
Vivemos aqui felizes, na amizade de Jesus. Vivemos com esperança. E não nos esquecemos
dos que já partiram. Se tens parentes ou amigos no cemitério, vale a pena visitá-los de vez
em quando. A ligação entre as pessoas não termina com o fim da vida terrena. Precisa-
mente porque os defuntos estão só a continuar a viver numa vida nova.
Durante a tua vida vais ter de escolher muitas vezes entre o bem e o mal, entre o Evan-
gelho de Jesus e o egoísmo. Cada vez que escolheres, lembra-te que estas tuas escolhas
não mudam apenas o que te vai acontecer aqui na terra; elas vão ter efeitos para sempre.
Algumas pessoas, já defuntas, ainda não estão na festa de Deus. Durante a vida não se
comportaram bem, escolheram o mal e agora precisam da tua oração para se tornarem
melhores.
E significa que também tu, já nesta vida, te estás a tornar, em cada dia, num pedaço daquele
paraíso que Deus te oferecerá depois da morte. Que não será só para ti. Podes começar por
não tornar a vida de quem está à tua volta num inferno.
Este conjunto de empenhos faz um forte apelo a viver cada dia com intensidade e quali-
dade. Mas este viver bem o dia-a-dia não nos deve fechar à eternidade.

Expressão de fé
Atividade: A chave do coração
Duração: 20 min.

Preparação
Os cartões desta atividade (um com João 14, 6 e outro com a pergunta “De que forma é
que esta chave se relaciona com Jesus?”) estão dentro do baú, virados para cima. O baú

221
está fechado à chave. A caixa está cheia com as chaves e com muito “entulho” (bolinhas de
esferovite, tiras de jornal etc...)

Etapa 1
Duração: 5 min.
O catequista convida a um jogo cheio de energia. A caixa ficará numa das extremidades da
sala e o baú fechado à chave, na extremidade oposta.

exemplo da sala:
             
  Baú  
   
   
   
   
   
   
   
   
   
  grupo A Caixa grupo B  
Grande
             

O catequista divide os participantes em dois grupos (grupo A e grupo B), pede-lhes que se
coloquem em fila ao lado da caixa (de acordo com a imagem acima). De seguida, explica
que escondeu uma grande quantidade de chaves na caixa grande, mas apenas uma chave é
que abre o baú. A tarefa do grupo será, um a um, encontrar uma chave e ir experimentá-la
no cadeado. Se esta chave abrir o baú, temos um vencedor; senão, esse jogador regressa
ao seu grupo, coloca essa chave já usada na caixa grande e um outro jogador do mesmo
grupo começa a procurar uma chave. Os dois grupos jogam ao mesmo tempo.

222
Etapa 2
Duração: 5 min.
Sem reprimir a natural excitação com o jogo, o catequista procura criar um clima de reco-
lhimento. Para tal, convida todos os participantes a terem consigo as suas bíblias e o
livro do catequizando. Depois, pede ao grupo que abriu o cadeado que retire o “cartão 1”,
dizendo o que lá se encontra: “João 14, 6”. De seguida, pede aos participantes que procu-
rem esta passagem convidando o primeiro que a encontrar a lê-la:
ƒƒ“Jesus respondeu-lhe: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode ir até ao
Pai senão por mim. (…)»” (Jo 14,6).
Depois de um pequeno momento de silêncio, o catequista pede ao outro grupo que retire
o “cartão 2” e leia o que lá se encontra: “De que forma é que esta chave se relaciona com
Jesus?” O catequista convida o grupo a dialogar sobre esta pergunta. No final, ajuda-os a
perceber que é através de Jesus que nós temos a possibilidade de ter uma vida para sem-
pre.

Etapa 3
Duração: 3 min.
Depois de um pequeno momento de silêncio para esta reflexão pessoal, o catequista con-
vida a abrirem o seu livro do catequizando na página 89 para, em conjunto, rezarem a
oração “A cada segundo!”:
A cada segundo!

Olá, grande Deus!


Desculpa lá o mau jeito:
É verdade que há montes de tempo
que não falo conTigo
e que me farto de esquecer
que Tu estás aí.
De vez em quando penso nos meus amigos
que passaram por esta vida a correr.
Tu deverias ter parado o carro assassino
ou afastado aquele cancro.
Agora, consolo-me pensando que vivem
na alegria e na luz da tua casa.
Não sei quando me chamarás a mim.
Nesse dia, quero saltar e abraçar-Te
e dizer-Te como estou feliz
por Te ver cara a cara.
Entretanto, faz-me viver em cada dia
ao ritmo do teu amor eterno.
Não quero ir somando anos à vida:
quero dar vida aos meus anos
e levar um pouco do teu Paraíso
à minha família, à minha escola,
aos meus amigos.

Etapa 5
Duração: 4 min.
Podem concluir o encontro cantando “O rico e Lázaro”.

223
Cheios de
confiança

225
C 23 Para o Catequista
Apresentação
Para os cristãos, acreditar em Deus é uma experiência com duas faces: acreditamos na verdade que
Deus nos revela e acreditamos em Deus, isto é confiamos n’Ele.

Objetivos
ƒƒViver a fé como relação pessoal com Deus.
ƒƒCrescer em confiança na relação com Deus.
ƒƒSuperar formas infantis e ritualistas de fé.

Conteúdos
ƒƒConceitos:
yy Fé é confiar em Deus no quotidiano
ƒƒProcedimentos:
yy Exercícios de confiança
ƒƒAtitudes:
yy Aumentar o grau de confiança pessoal em Deus

Material
ƒƒCartaz nº 18 (disponível na pasta de apoio)
ƒƒVendas (1 por participante)
ƒƒ2 folhas brancas A4
ƒƒ1 caneta
ƒƒ1 corda grande
ƒƒRebuçados (1 por participante)
ƒƒCanção “Deixo-vos a paz” (disponível na pen multimédia)
ƒƒComputador, projetor multimédia, colunas
ƒƒMúsica de fundo - “fundo09” (disponível na pen multimédia)

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Esquema
Experiência humana Atividade: Atreve-te 30’ ****

Anúncio da Palavra Atividade: Confia 15’ **

Expressão de fé Atividade: Vive 15’ ***

Do Catecismo
150. Antes de mais, a fé é uma adesão pessoal do homem a Deus. Ao mesmo tempo,
e inseparavelmente, é o assentimento livre a toda a verdade revelada por Deus. Enquanto
adesão pessoal a Deus e assentimento à verdade por Ele revelada, a fé cristã difere da fé
numa pessoa humana. É justo e bom confiar totalmente em Deus e crer absolutamente no
que Ele diz. Seria vão e falso ter semelhante fé numa criatura.

Síntese de conteúdos
Ao longo de boa parte deste ano os catequizandos têm aprofundado a sua fé, conhecendo
o Credo e a história de salvação a que ele nos convida. Nesta catequese, convidamo-los a
descobrir a fé como relação pessoal com Deus.

Fé: conteúdo e relação


Fé designa a experiência da pessoa que diz “sim” a Deus. E este “sim” tem sempre dois aspe-
tos distintos, mas unidos. A fé é aceitar a revelação de Deus, a sua mensagem. Exprime-se
no empenho em conhecer sempre melhor o sentido profundo das palavras e dos gestos
de amor que Deus dirige à humanidade. E a fé é também aderir a esse Deus que Se revela.
Não basta conhecer a Palavra de Deus; é necessário confiar nela e apostar nela toda a vida.
Estes dois aspetos estão sempre relacionados. Sabemos em Quem confiamos. Na cate-
quese, convidamos os catequizandos a crescer na fé. E isto consegue-se quando eles apro-
fundam a mensagem que Deus nos revelou e, ao mesmo tempo, quando eles crescem em
confiança nesse Deus que Se revela.
Esta adesão a Deus, esta decisão de confiar a nossa vida nos braços ternos do Pai, é uma
escolha pessoal. Mas é, ao mesmo tempo, um dom que Deus nos concede.

Confiar em Deus na pré-adolescência


Como é que uma criança ou um pré-adolescente decide se pode confiar em Deus? É a partir
da relação de confiança que estabelece com adultos significativos que lhe oferecem aco-
lhimento, segurança, cuidado, amor. Quando alguma pessoa significativa (pais, familiares
próximos, catequistas…) é capaz de lhes oferecer uma certa qualidade de vida, eles desen-
volvem uma confiança grande e incondicionada na vida, isto é, nos outros e em si mesmos.
E é sobre esta confiança na vida que se constrói a possibilidade da confiança em Deus.
Esta confiança em Deus, mesmo durante a pré-adolescência, é indireta, mediada pela rela-
ção com os adultos significativos. Os pré-adolescentes ainda não são capazes de elaborar
uma escolha pessoal autónoma.
Mas eles são já capazes de um desejo de vida, que se começa a traduzir na procura de
­experiências e na elaboração de significados pessoais. A experiência religiosa t­ orna-se, assim,

227
um lugar privilegiado onde exprimir o seu desejo de vida. A propósito da fé, o ­pré-adolescente
exprime o seu desejo de segurança, de acolhimento, de suporte, de p ­ roximidade.

Desafios e superações
O pré-adolescente chega a estas idades com uma imagem de Deus associada a gestos
exteriores (ritualismo) e muito baseada na relação com os outros significativos. À medida
que cresce, ganha peso o seu mundo interior. Por isso, é necessário que a fé em Deus se
“desloque” de gestos exteriores (mais ou menos impostos pelos adultos) para o espaço da
relação pessoal. Ao mesmo tempo, o mundo das relações do pré-adolescente ­alarga-se:
há mais professores, há mais amigos com quem se fazem coisas. Todas estas pessoas
­tornam-se importantes e se não considerarem “Deus” como uma realidade relevante,
o ­pré-adolescente tende a esquecê-lo. Isso pode ser contrariado reforçando a qualidade da
relação do catequista com o pré-adolescente e convidando-o a uma relação pessoal com
Deus.

Para cresceres
Tem calma. Dá-te conta que, mesmo no meio das maiores confusões em que está a tua
vida, tu estás nas mãos ternas de Deus. Tem calma. Mesmo se lá atrás viraste as costas a
Deus, Ele não desiste de ti, nem muda a decisão de te amar. Por isso, é possível viver na fé
com calma.

C 23 Desenvolvimento
A partir da experiência tão humana da confiança necessária para enfrentar os riscos, convidamos
os catequizandos a repensarem a fé como relação confiada em Deus.

Experiência Humana
Atividade: Atreve-te
Duração: 30 min.

Preparação
Os locais onde decorrerão as várias tarefas dos postos 2, 3 e 4 devem ter uma mesa, o car-
tão e o material referente a esse posto. No posto 2 deverão estar 2 folhas e uma caneta.

Etapa 1
Duração: 5 min.
O catequista apresenta o cartaz nº 18 que contém um conjunto de imagens. O catequista
convida a observar as imagens e a descobrir o que todas elas têm em comum. Há uma
palavra que permite relacionar todas as imagens.
Caso os catequizandos estejam com dificuldades, o catequista deve ajudá-los, fornecendo
algumas pistas: letra final da palavra, um antónimo…

228
Depois de descobrirem a palavra (confiança), o catequista explica que esta catequese tem
por tema a confiança: em nós mesmos, nos outros e em Deus.

Etapa 2
Duração: 3 min.
O catequista diz aos catequizandos que vão ter oportunidade de experimentar a confiança
que têm em si mesmos, nos outros e em Deus. Para isso, pede três voluntários para o
ajudarem na execução da atividade que se segue. Os restantes participantes, terão de
­dividir-se em dois grandes grupos e escutar as seguintes indicações:
ƒƒNesta atividade, os dois grupos terão de completar quatro tarefas diferentes que
decorrerão em quatro postos distintos;
ƒƒA primeira tarefa será efetuada pelos dois grupos ao mesmo tempo; as restantes
serão realizadas pela seguinte ordem:
yyGrupo I: posto 1, posto 2, posto 3 e posto 4;
yyGrupo II: posto 1, posto 3, posto 4 e posto 2;
ƒƒNos postos 2, 3 e 4, haverá um voluntário que irá ler as indicações correspondentes
a cada prova e monitorizar a realização da mesma;
ƒƒO catequista circulará pela sala para observar os elementos dos dois grupos e regis-
tar o que achar necessário.

Etapa 3
Duração: 4 min.
O catequista dá início à atividade no 1º posto, propondo a única prova em comum dos g
­ rupos.
1º posto:
Todos os participantes devem ter os olhos vendados. O catequista, movendo-se pela sala,
pede que sigam a sua voz ou um som que produz (vento, pássaro, ovelha, etc). Também
se pode aproximar de alguém e dizer-lhe ao ouvido para fazer um certo som e os outros
seguem-no. Pode fazer o mesmo com outros participantes, pedindo-lhes para emitir dife-
rentes sons.

Etapa 4
Duração: 12 min.
Uma vez terminada a prova anterior, o catequista recorda a todos os participantes o que
devem fazer a seguir:

229
ƒƒGrupo I deve dirigir-se para o posto 2 (e depois para o posto 3 e 4);
ƒƒGrupo II deve dirigir-se para o posto 3 (e depois para o posto 4 e 2);
ƒƒOs voluntários de cada posto devem ler as indicações e supervisionar a execução da
tarefa;
ƒƒAo sinal do catequista, os grupos avançam para o posto seguinte mesmo que não
tenham terminado a prova.

É importante que o catequista dê apenas 4 minutos para a execução de cada uma das
provas.

2º posto:
Aos pares, os participantes devem prender, com as vendas, um dos seus tornozelos a um
dos tornozelos do seu par e fazer o percurso do Posto 2 ao Posto 3 e regressarem ao
Posto 2. O par deverá arranjar uma estratégia para andar ao mesmo ritmo. À vez, devem
partilhar com o parceiro se gostam de ser ajudados por outras pessoas em casa, na escola,
com amigos, com quem não é tão amigo…. Ou se preferem não ser ajudados... Devem dar
exemplos. Quando chegarem ao destino, devem completar a frase: “Gosto de ser ajudado
quando ... porque ...”.
O voluntário deste posto deve registar as respostas dadas na folha de cada grupo.

3º posto:
O grupo, que está organizado de forma aleatória, coloca uma corda pelos ombros. Depois,
sem deixarem a corda cair nem podendo tocar nela com as mãos, os elementos devem
colocar-se na ordem cronológica dos seus aniversários, começando em janeiro.

4º posto:
Os participantes formam um círculo apertado. Um dos elementos vai para o centro. Esse
elemento deve estar com o corpo totalmente relaxado e, de preferência, com os olhos
vendados. Os participantes que formam o círculo devem fazê-lo balançar em direções dife-
rentes e estar atentos para não deixar cair a pessoa que está ao centro.

Etapa 5
Duração: 6 min.
Concluído o percurso por todos os postos, o catequista pede que todos se sentem em cír-
culo para dialogarem, a partir das seguintes questões:

Para os participantes de cada grupo:


ƒƒComo te sentiste?
ƒƒHouve confiança entre vós?
ƒƒEm que prova te sentiste melhor? E em que prova não sentiste isso?
ƒƒHouve respeito entre vós?
ƒƒNo grupo, houve diferentes papéis entre vós? Porquê? Deixastes-vos guiar por alguém
do grupo?

Para os voluntários:
ƒƒComo se comportaram os grupos?
ƒƒHouve respeito e confiança nos diferentes participantes do grupo?
ƒƒQuais foram as maiores dificuldades que enfrentaram?

230
No final, o catequista comenta: “Vocês estão de parabéns. Melhor ou pior, enfrentaram
com confiança as provas. Somos diferentes. Uns têm mais confiança do que outros. Mas…
podemos crescer em confiança? Quem é que nos poderá ajudar?”

Anúncio da Palavra
Atividade: Confia
Duração: 15 min.

Etapa 1
Duração: 3 min.
O catequista pergunta ao grupo que relação haverá entre os jogos que se fizeram na ati-
vidade anterior e a fé. Se necessário, ajuda a perceber que quer nos jogos quer na relação
com Deus, a confiança é a atitude fundamental
O catequista conclui: “Isto de ter fé, de acreditar em Deus, é saber quem Deus é, conhecer
as coisas maravilhosas que Jesus disse e fez… Mas é também ter uma grande confiança em
Deus. E apoiados nessa confiança enfrentar provas ainda mais perigosas e arriscadas do
que aquelas que fizemos agora mesmo.”

Etapa 2
Duração: 3 min.
O catequista oferece aos participantes um rebuçado e convida-os a comê-lo. Enquanto o
saboreiam o catequista pergunta se lhes agrada o sabor, como é que se sentem ao comer
o rebuçado…
A seguir, comenta este gesto: “Deus é como um rebuçado que se oferece a cada um de
nós como um presente. E tu aceitas esse presente que Deus te dá com confiança. Porque
sentes que Deus quer o teu bem, que te quer feliz. Claro que há pessoas que em vez de
aceitá-lo, recusam-no. Outras aceitam-no, mas em vez de o desembrulharem e o comerem,
guardam-no no bolso, esquecendo-se dele para sempre. Há, ainda outros, que o aceitam,
mas acabam por perdê-lo porque são distraídos e despreocupados. Somente os que o acei-
tam, o desembrulham e o comem, descobrem como Deus é bom e o quanto nos ama.”

Etapa 3
Duração: 3 min.
O catequista convida a abrir as bíblias em João 14, 27 para perceber o que Jesus tem a
dizer acerca de situações como as do vídeo:
Deixo-vos a paz; dou-vos a minha paz. Não é como a dá o mundo, que
Eu vo-la dou. Não se perturbe o vosso coração nem se acobarde.

Etapa 4
Duração: 6 min.
O catequista convida o grupo a jogar à “Anti-frase”. Cada um (ou se o grupo for grande, gru-
pos de 2 ou 3 elementos), deve transformar cada frase da citação bíblica na sua a­ nti-frase,
isto é, numa frase de sentido oposto ao original. Cada um (ou cada grupo) partilha com o
resto do grupo a sua proposta.

231
Depois da partilha, o catequista pede ao grupo que relacione a frase de Jesus com os jogos
de confiança que se fizeram no início da catequese.
Com inteligência, o catequista ajuda o grupo a descobrir como a paz que Jesus dá, gera
confiança dentro de nós e leva-nos a enfrentar sem medo pequenos e grandes desafios.

Expressão de fé
Atividade: Vive
Duração: 15 min.

Etapa 1
Duração: 10 min.
O catequista convida o grupo a cantar a canção “Deixo-vos a paz” e a executar a ­coreografia
(Livro do Catequizando, página 93).
Deixo-vos a paz.
Dou-vos a minha paz.
Não te perturbes.
Não tenhas medo.
Acredita em Mim.
Confia em Mim.

Etapa 2
Duração: 5 min.
O catequista convida agora a um momento de oração. Põe música de fundo e pede a todos
que acalmem e que se coloquem na presença de Deus. Recorda que Deus nos dá a sua
paz. Como sinal de acolhimento dessa paz que Jesus nos dá, cada um deve colocar as suas
mãos abertas, viradas para cima, pousadas no colo.
Quando o grupo estiver preparado, o catequista divide o grupo em dois coros e convida-os
a rezar o texto “Confio em Ti” (Livro do Catequizando, página 92).
Confio em Ti
Coro 1: Como Maria, eu confio em Ti, meu Deus.
Coro 2: Ajuda-me a dizer sim a tudo o que me pedes.
Coro 1: Como os apóstolos, eu gosto de estar contigo Jesus.
Coro 2: Obrigado por me convidares para ser teu amigo.
Coro 1: Como Abraão, Moisés e os profetas, eu escuto a tua Palavra, Espírito Santo.
Coro 2: Guia-me sempre pelos teus caminhos.

232
Viver
à maneira
de Jesus

233
C 24 Para o Catequista
Apresentação
Vala a pena apostar a vida nesta relação feliz e de alta qualidade com Deus, com Jesus e com o
Espírito Santo.

Objetivos
ƒƒConhecer as implicações da fé no estilo de vida.
ƒƒAssumir um ideal de vida inspirado na vida de Jesus Cristo.
ƒƒReconhecer os traços essenciais da santidade cristã.

Conteúdos
ƒƒConceitos:
yy A fé em Jesus tem implicações no estilo de vida
ƒƒProcedimentos:
yy Identificar os traços fundamentais da santidade cristã
ƒƒAtitudes:
yy Assumir como ideal a vida de Jesus

Material
ƒƒVendas (para metade do número total de participantes)
ƒƒFita-cola larga com cor
ƒƒImagem de Jesus (pode ser um cartaz, uma cruz, etc…)
ƒƒRevistas diversas
ƒƒ3 tubos de cola
ƒƒ3 cartolinas A3
ƒƒ3 tesouras
ƒƒQuadro ou cartolina
ƒƒCartaz nº 19 (disponível na pasta de apoio)
ƒƒVídeo “Testemunhas” (disponível na pen multimédia)
ƒƒCanção “Tu és meu salvador” (disponível na pen multimédia)

234
Esquema
Experiência humana Atividade: Labirinto cego 12’ ***

Atividade: Cristão é… 13’ **


Anúncio da Palavra
Atividade: Condições para seguir Jesus 20’ ***

Expressão de fé Atividade: Creio em Ti 15’ **

Do Catecismo
1709. Quem crê em Cristo torna-se filho de Deus. Esta adoção filial transforma-o, dando-
lhe a possibilidade de seguir o exemplo de Cristo. Torna-o capaz de agir com retidão e de
praticar o bem. Na união com o seu Salvador, o discípulo atinge a perfeição da caridade, que
é a santidade. Amadurecida na graça, a vida moral culmina na vida eterna, na glória do céu.

Síntese de conteúdos
A fé é uma experiência que envolve a vida toda. E que pode e deve ser vivida em alta
­qualidade.

Uma vida mudada


A Bíblia está cheia de pessoas que tiveram uma experiência espetacular: quando se encon-
tram com Deus a vida ganha um sabor e uma abundância que as leva a deixar tudo e a
apostar a vida pela causa de Deus.
Jesus entra na nossa vida, conquista-nos o coração e dinamiza toda a nossa existência.
Ele deixa de ser apenas um nome e umas “estórias” para ser Alguém muito próximo, muito
amado. Alguém que dá à nossa vida um novo sentido e uma nova força.

Os frutos desta relação com Deus


Neste encontro com Cristo ressuscitado surgem as “virtudes teologais”: a fé, a esperança
e a caridade. Estas virtudes são dons de Deus que nos capacitam para vivermos como tes-
temunhas e segui­dores de Jesus. Mas que pedem uma resposta generosa da parte de cada
discípulo de Jesus.
Com a fé vemos a vida como Jesus: tudo é dom do Pai que nos ama e vela por nós, que não
quer que ninguém se perca. Olhando como Jesus, vemos para lá da superfície das coisas e
dos acontecimentos e percebemos tudo à luz de Deus e do seu plano de amor.
A esperança é a energia de Cristo que nos capacita para viver todos os acontecimentos
à luz do plano de Deus. A esperança é a raiz da alegria cristã que acredita que o bem é
mais forte que o mal, porque possui a energia de Cristo ressuscitado. Sabemos e sentimos
que tudo o que semeamos de positivo não se perde, mas produz, mais cedo ou mais tarde,
frutos de eternidade.
Ao ver a realidade como Deus a vê e ao per­ceber as enormes possibilidades que temos em
Cristo, nasce em nós a urgência de amar de todo o coração: é a caridade. E esse amor con-
cretiza-se em dinamismos de bem, de comunhão, de justiça, de serviço e de solidariedade.

235
As manifestações da pessoa crente
A experiência de encontro com Jesus, assimilada e feita vida pela fé, pela esperança e pela
caridade, funciona em nós como fermento na massa. Vai-nos transformando e, através de
nós, transforma o ambiente.
Faz de nós pessoas interiores. Capazes de nos apoiarmos nos valores mais profundos
como a gra­tuidade, o acolhimento incondicional, o serviço e a contemplação. Capazes de ir
para lá da aparência e descobrir por detrás dela a presença e a ação de Deus. Pessoas que
sabem escutar, ver, compreender, saborear e apreciar. Pessoas que não são superficiais e
dão um sentido e um valor a tudo. Pessoas que funcionam como um poço cheio de água
que faz brotar vida à sua volta.
Em segundo lugar, faz de nós pessoas de comunhão. Pessoas que vivem e criam comu-
nhão. Pessoas capazes de fazer pontes, de suscitar reconciliação e encontro, porque vivem
positivamente, com uma profunda confiança em si próprias e nos outros.
Finalmente, os que vivem o encontro com Jesus são pessoas ativas. Pessoas capazes de
incidir no seu ambiente, capazes de tudo transformar. Pessoas que atuam com realismo e
com constância. A autêntica experiência da fé não nos torna espiritualistas nem nos separa
da vida concreta. Pelo contrário, envia-nos a ela, mas com uns olhos, umas mãos e um
coração renovados em Cristo.

Professar a fé
Este ano de catequese culmina com a festa da profissão de fé. Este gesto não se resume a
um rito social e litúrgico: é a capacidade de, no quotidiano, viver segundo a fé. Professar a
fé é dizer, sem medo, que acreditamos em Jesus e na sua mensagem, mas é também fazer
gestos concretos à maneira de Jesus.
Este salto da experiência de fé para a ação enfrenta algumas contradições da pré-ado-
lescência. Por um lado, eles são bastante sensíveis ao lado concreto da ação. São genero-
sos diante dos desafios. A possibilidade de serem “heróis”, ainda que em ponto pequeno,
­fascina-os. Mas, por outro lado, sentem-se psicológica e socialmente muito inseguros.
Quando a ação proposta, quando o estilo de vida que brota da fé em Jesus aparece em
oposição às pressões sociais (do grupo de pares, da família, da cultura mediática…) ficam
com vontade de recuar. Parecem ser dominados pelo conformismo, pelo desejo de fazer
como todos os outros para serem aceites.
Que pode o catequista fazer para lidar com esta contradição? Oferecer o seu próprio tes-
temunho e promover no grupo um espaço protetivo, onde uma alternativa de vida pode
germinar.

Para cresceres
Alguns cristãos, de perto ou de longe, enfrentam imensas dificuldades para viver a sua fé
em segurança, com liberdade e dignidade. Dá-te conta de como, ao menos para eles,
a experiência da fé é intensa. Pensa no que podes fazer para aliviar o seu sofrimento.

236
C 24 Desenvolvimento
O Credo termina com um “ámen” que significa “é assim”. Não existe um cristão que não leva à prá-
tica aquilo em que acredita.

Experiência Humana
Atividade: Labirinto cego
Duração: 12 min.

Preparação
No chão da sala de catequese, o catequista marca dois caminhos, em forma de labirinto,
com a ajuda da fita-cola (larga e de cor), que conduzem a uma imagem de Jesus (pode ser
um cartaz, uma cruz, etc…). É importante que estes labirintos não sejam vistos pelos parti-
cipantes antes do tempo.

Sugestão dos 2 caminhos:

                               
           
             
           
  2                
Imagem de
partida
Jesus
  1                
           
             
           
                               

Etapa 1
Duração: 2 min.
O encontro começa fora da sala de catequese. O catequista convida a um jogo de con-
fiança: alguns participantes terão de percorrer, vendados, um labirinto, com a ajuda de um
colega. Ainda do lado de fora da sala, os participantes devem formar pares e decidir qual
dos dois elementos será vendado e qual dará as indicações. O catequista entrega as ven-
das, pedindo aos elementos que darão as indicações que vendem o seu colega. No final,
catequista e participantes entram na sala.

Etapa 2
Duração: 6 min.
Dá-se início à dinâmica, pedindo aos participantes não vendados que coloquem o seu par
(vendado) na zona de “Partida” e que se desloquem, depois, para a zona “imagem de Jesus”.
O catequista distribui os participantes não vendados pelos caminhos 1 e 2. Os participantes
vendados deverão estar atentos às indicações do seu par e fazer o percurso.

237
Etapa 3
Duração: 4 min.
O catequista respeita o tempo estipulado e pára o jogo, mesmo que os participantes venda-
dos ainda não tenham chegado à zona “imagem de Jesus”. Pede aos vendados que retirem
as suas vendas e que todos os participantes se sentem. Depois pergunta-lhes:
ƒƒComo se sentiram ao longo do jogo? (vendados e os que deram as indicações)
ƒƒQual foi a maior dificuldade que sentiste? Porquê?
ƒƒO que é que motivou os vendados a confiar no colega? Porque acreditaram nas indi-
cações recebidas?

Escutadas as opiniões, o catequista resume: “Este jogo é como a nossa relação com Cristo.
Às vezes, parece que andamos de olhos vendados. Mas, mesmo assim podemos sempre
confiar em Deus porque Ele tem um caminho feliz traçado para nós, mesmo nos momentos
menos felizes.”

Anúncio da Palavra
Atividade: Cristão é…
Duração: 13 min.

Etapa 1
Duração: 5 min.
O catequista convida o grupo a fazer uma chuva de ideias (brainstorming) sobre o que é ser
cristão. O catequista pede a cada um que complete livremente a expressão “cristão é…”.
Cada elemento do grupo, sem nenhuma ordem em especial, deve dizer em voz alta uma
palavra ou expressão que complete essa frase. É importante a criatividade, a imaginação.
Não se trata de encontrar (por agora) a melhor resposta. Cada um deve dizer o que lhe vier
à cabeça.
No entretanto, o catequista vai escrevendo num quadro ou numa cartolina tudo o que é
dito pelo grupo. Se o grupo for grande, pode-se pedir a ajuda de um voluntário para escre-
ver na cartolina.
Quando não aparecem mais ideias, o catequista convida o grupo a olhar para o que se
escreveu. Em conjunto tentam agrupar as diversas ideias recolhidas.
Avançando um pouco mais, o catequista explica que:
ƒƒhá cristãos de nome e… cristãos de facto, ou seja, uns que o são somente no papel
(registo de batismo) e outros que o são no dia-a-dia. Temos de ser assim se queremos
ser amigos de Cristo diante de Deus e do mundo. Os cristãos de nome pensam a vida
de uma maneira, mas vivem-na de outra, ao contrário daqueles cristãos que levam
Jesus a sério.
ƒƒJá no tempo de Jesus muita gente se fazia passar por “religiosa”, só para dar nas
vistas e para receber os aplausos da gente. E contra eles, o Senhor Jesus não teve
papas na língua: chamou-os hipócritas, fingidos. Não há nada pior do que passar por
bom sem o ser verdadeiramente. É um risco que ainda hoje os cristãos correm. Prin-
cipalmente aqueles que o são só de nome.

238
Etapa 2
Duração: 5 min.
O catequista pede aos participantes que formem três grupos. Depois, dá a cada grupo 2 ou
3 revistas variadas, um tubo de cola, uma cartolina e uma tesoura. Explica que os partici-
pantes devem construir, através de uma fotomontagem original, o perfil do segundo tipo
de cristão – o cristão de facto/cristão perfeito. Os grupos completam a sua fotomontagem
com algumas frases que ajudem a descrever o seu modelo.

Etapa 3
Duração: 3 min.
Os grupos apresentam o seu cartaz, descrevendo o modelo de cristão perfeito.

Atividade: Condições para seguir Jesus


Duração: 20 min.

Etapa 1
Duração: 2 min.
O catequista pede aos participantes que abram a bíblia em Lc 9, 23-26, solicitando um
voluntário para ler a passagem:
Depois, dirigindo-se a todos, disse: «Se alguém quer vir após mim,
negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, dia após dia, e siga-me. Pois,
quem quiser salvar a sua vida há-de perdê-la; mas, quem perder a sua
vida por minha causa há-de salvá-la. Que aproveita ao homem ganhar
o mundo inteiro, perdendo-se ou condenando-se a si mesmo? Porque,
se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, dele se
envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória e na glória
do Pai e dos santos anjos.»

Etapa 2
Duração: 5 min.
O catequista pergunta aos participantes quais as condições que, segundo o texto escu-
tado, são necessárias para seguir Jesus.
Depois, convida o grupo a prestar atenção a algumas palavras e expressões do texto.
ƒƒa sua cruz: Jesus não quer enganar os seus discí­pulos. Para estar com Jesus, o cristão
deve estar disposto a apostar forte. O caminho que leva à cruz não é uma cómoda
autoestrada, mas uma subida difícil.
ƒƒhá de salvá-la: Deus não se esquece de quem, nos momentos de dificuldade, não
perdeu a fé.
ƒƒenvergonhar: quem decide seguir Jesus torna-se uma pessoa nova e não pode hesi-
tar. Está chamado a percorrer o seu caminho com coerência e fidelidade.

Etapa 3
Duração: 3 min.
O catequista afixa o cartaz nº 19 e pede aos participantes que, a partir das palavras que
aparecem no cartaz, formem uma frase que seja uma bela definição do que é um cristão
bem-sucedido.

239
Solução: Os santos são as verdadeiras
testemunhas que nos fazem sonhar de
olhos abertos.

Caso os participantes tenham dificuldade em desvendar a frase, o catequista dá a indicação


de que a frase se inicia com “Os santos” e termina com “abertos”.

Etapa 4
Duração: 5 min.
O catequista convida o grupo a ver o vídeo “Testemunhas”.
Guião do vídeo “Testemunhas”
Há pessoas que dizem que acreditam em Deus mas fazem-no com superficialidade. Dizem
que acreditam porque sentem qualquer coisa sobre Deus ou porque Lhe pedem ajuda num
aperto.
Para nós, o modelo de fé, continua a ser Jesus. Ele amou o Pai sempre, até ao fim. Mesmo
quando na sua vida apareceu a cruz e Ele foi tentado a desistir.
É difícil ser amigo de Jesus. Às vezes, és gozado pelos teus colegas por ires à Igreja, por
rezares ou por andares na catequese. Outras vezes, ao veres como os teus familiares ou os
professores, não ligam nenhuma a Jesus, sentes que deves fazer o mesmo.
Mas se confias em Jesus, sentes a sua força. Sabes como é bom viver com Ele. E quando
Ele está perto de Ti, dá-te a coragem para aceitar os desafios.

Etapa 5
Duração: 5 min.
De seguida, o catequista diz que muitas foram, e continuam a ser, as pessoas perseguidas,
presas ou mortas porque pertencem à Igreja Católica. A comissão “Novos Mártires”, convo-
cada por João Paulo II, calculou que pelo menos 12.000 pessoas foram martirizadas nes-
tes últimos decénios. É um número muito aproximativo se tivermos em conta os milhões
de cristãos desconhecidos mortos pelos diferentes regimes que ensanguentam o mundo.
Esses mártires viveram uma fidelidade total ao Senhor, apesar da violência, do mal e da
injustiça que se abatem contra pessoas boas e inocentes. São testemunhas do amor,
da esperança e do Evangelho.

Sugestão: Convém que o catequista recolha os dados mais recentes que tenham surgido
nas notícias. Infelizmente não será difícil encontrar notícias recentes sobre cristãos que
deram a sua vida pela fé. Um recurso fácil de aceder é o site da “Ajuda à Igreja que sofre”:
http://www.fundacao-ais.pt/

240
Expressão de fé
Atividade: Creio em Ti
Duração: 15 min.

Etapa 1
Duração: 3 min.
O catequista pede aos participantes que abram o livro do catequizando na página 99.
Cantam a canção “Tu és meu salvador”.
Canto “Tu és meu salvador”

Eu Te amo, ó Senhor
Tu és a minha força
Em Ti, só em Ti, eu confio
Tu és meu salvador.

Etapa 2
Duração: 9 min.
O catequista explica que a letra da canção vem do Salmo 18: “O Senhor é a minha rocha,
fortaleza e protecção; o meu Deus é o abrigo em que me refugio, o meu escudo, o meu
baluarte de defesa” (Sl 18, 3).
O catequista recorda que os salmos constituem um dos livros da Bíblia que reúne uma
coleção de 150 orações, chamado “salmos”. Os salmos eram as orações que Jesus rezava.
No salmo 18, versículo 3, que escutaram, David era um soldado e a sua oração reflete as
preocupações de um soldado.
Imitando este estilo de oração, cada um é convidado a abrir o livro do catequizando na
página 96 e a escrever o seu próprio salmo, que seria o salmo 151 e poderia começar assim:

Salmo 151: A minha oração


Ó Senhor, para mim…
Tu és o amigo que partilha segredos comigo. Tu és...
Tu és o irmão que está sempre lá para mim. Tu és...
Tu és o pai que me protege. Tu és...
Tu és o professor que me ensina. Tu és...
Tu és o médico que me cura. Tu és...
Tu és o treinador que me encoraja. Tu és...
Tu és a multidão que me aplaude. Tu és...
Tu és a comida que me alimenta. Tu és...
Tu és o mistério que me intriga. Tu és...
Tu és o arco-íris que brilha sobre mim. Tu és...
Tu és a sabedoria que me guia. Tu és...
Tu és a mão que me ampara. Tu és...
Tu és o pé que me move. Tu és...
Tu és o sorriso que nunca me abandona. Tu és...
Tu és os olhos que vêem através de mim. Tu és...
Tu és a sombra que me segue. Tu és...
Tu és o oleiro que me molda. Tu és...
Eu amo-Te. Eu preciso de Ti. Ámen. Tu és...

241
Etapa 3
Duração: 3 min.
Para concluir este momento de oração, o catequista pede que rezem, em conjunto, a ora-
ção que se encontra no seu livro do catequizando, na página 96:

Credo
Preciso mesmo de Ti, Jesus!
Dei-me conta que a minha fé é fraquinha:
acredito, pouco e mal!
Tenho medo que os meus colegas
gozem comigo
porque sou cristão;
e então comporto-me
como se não fosses meu amigo
e escondo a minha fé.
Ajuda-me a acreditar à grande.
Mesmo naqueles dias
em que não tenho a coragem
de ir ter conTigo à missa,
ou em que finjo não me lembrar de Ti.
Gostaria tanto que os outros,
ao encontrar-me, aprendessem
a conhecer-Te e a escolher-Te
como amigo.
Ajudas-me?

242
Professar a fé:
ser luz

243
C 25 Para o Catequista
Apresentação
Com esta catequese, ajudamos os catequizandos a fazer uma preparação próxima para a sua pro-
fissão de fé.

Objetivos
ƒƒMotivar para a profissão de fé.
ƒƒCrescer no compromisso para com Jesus e a sua causa.

Conteúdos
ƒƒConceitos:
yy Comunicação clara
yy A boa notícia de Jesus deve ser partilhada
ƒƒProcedimentos:
yy Identificar modos concretos de anunciar a fé
yy Rezar ao Espírito Santo
yy Exercícios de comunicação
ƒƒAtitudes:
yy Crescer na vontade de ser testemunha de Jesus e do Evangelho

Material
ƒƒ2 folhas em branco A5 (Atividade “Mensagem distorcida”)
ƒƒLápis ou caneta
ƒƒFita-cola
ƒƒ2 tapetes (ou cartões)
ƒƒVendas (1 por participante)
ƒƒ2 cópias “Mensagens para os Mudos”
ƒƒRebuçados ou outra recompensa para a equipa vencedora
ƒƒ1 folha de papel vegetal A4
ƒƒ1 fita-cola
ƒƒMarcadores de cor preta (1 por participante)
ƒƒUma vela / lâmpada
ƒƒCanção “Estou alegre” (disponível na pen multimédia)
ƒƒCartaz nº 20 (disponível na pasta de apoio)
ƒƒVídeo “Olhar pelo coração” (disponível na pen multimédia)

244
Esquema
Experiência humana Atividade: Mensagem distorcida 10’ **

Atividade: Entreajuda 10’ ***


Anúncio da Palavra
Atividade: Boa Nova 20’ ***
Atividade: Oficina de oração 3 - Olhar através do
Expressão de Fé 20’ ****
coração

Do Catecismo
197. Como no dia do nosso Batismo, quando toda a nossa vida foi confiada «a esta regra
de doutrina» (Rm 6, 17), acolhemos o Símbolo da nossa fé que dá a vida. Recitar com fé o
Credo é entrar em comunhão com Deus Pai, Filho e Espírito Santo. E é também entrar em
comunhão com toda a Igreja, que nos transmite a fé e em cujo seio nós acreditamos: «Este
Símbolo é o selo espiritual [...], é a meditação do nosso coração e a sentinela sempre pre-
sente; é, sem dúvida, o tesouro da nossa alma» (Sto. Ambrósio).

Síntese de conteúdos
Os pré-adolescentes têm já a maturidade necessária para fazer uma profissão de fé pes-
soal?

Que maturidade?
Ao longo das catequeses desta 2ª fase do projeto Ligações. Itinerário de educação à fé,
temos insistido na necessidade de prestar atenção e respeitar a realidade dos pré-adoles-
centes. Com a forte atenção que têm à dimensão lúdica e motória. Com a autonomia ainda
tão reduzida e dependente dos adultos de referência.
Mas ainda que seja por desejo de protagonismo e autonomia, acabam por crescer na fé e
sentem o desejo de se comprometerem com a causa de Jesus. A sua generosidade, o seu
desejo de “fazer” pode ser a massa adequada com a qual construir uma profissão de fé
sincera.

Professar a fé
Aos Domingos, na missa, depois da homilia, levantamo-nos e, com fé e convicção, rezamos o
Credo. Sentimos o que dizemos e aquelas palavras são manifestação daquilo em que acre-
ditamos e descrição de quem somos: somos pessoas amadas pelo Pai, que se assemelham
cada vez mais a Jesus, animadas pelo Espírito.
O rito da profissão da fé no 6º ano quer ser mais do que uma versão festiva desse gesto
que fazemos todos os domingos. Queremos que na vida quotidiana (na família, na escola,
com os amigos…) cada um dos catequizandos seja como uma luz que reflete a beleza e a
alegria do Evangelho.

Comunicar com clareza


Com esta catequese, os pré-adolescentes vão poder refletir, a partir da experiência, sobre a
importância e dificuldade de comunicar bem. E vão poder entender a profissão de fé como

245
um compromisso pelo qual emprestam as suas vidas a Jesus para serem luz, sinais credí-
veis e coerentes da alegria do Evangelho.
Diante de uma situação ambígua, Jesus ajuda João Batista a perceber melhor a mensagem.
Os gestos de amor libertador de Jesus ajudam João, que está preso, a reconhecer que em
Jesus o Reino de Deus está mesmo em ação.
Para os catequizandos, fazer a profissão de fé é assumir a tarefa de curar as dores e de
anunciar a Boa Nova aos pobres. Sempre, claro, dentro das possibilidades de quem tem
11-12 anos.

Para cresceres
Reflete um pouco e identifica os “lugares” em que te é mais difícil dares testemunho da
fé em Jesus de Nazaré. Pode ser em determinadas alturas da vida, pode ser com algumas
pessoas, pode ser nos teus hábitos de consumo, pode ser diante de certos medos… Pede a
força de Deus para dizeres “Ámen” em todos os momentos e circunstâncias. Para que a tua
vida seja um farol de luz e beleza para todos os que te rodeiam.

C 25 Desenvolvimento
Fazer a profissão de fé é mais do que um gesto social ou ritual. É comprometer-se com Deus a ser
um comunicador fiável da luz e da alegria do Evangelho.

Experiência Humana
Atividade: Mensagem distorcida
Duração: 10 min.

Etapa 1
Duração: 2 min.
O catequista divide os participantes em duas equipas. Se o número total de catequizandos
for inferior a 9, formarão somente uma equipa. Dá as seguintes indicações:
ƒƒcada equipa formará uma fila, em que todos estão virados para o mesmo lado;
ƒƒo catequista transmitirá frases ao último membro da fila, de cada equipa, que as dirá
ao colega da frente ao ouvido;
ƒƒcaso o colega não tenha entendido a frase, esta não poderá ser repetida;
ƒƒcada elemento do grupo passa a frase ouvida (ou percebida) ao colega da frente;
ƒƒo último da fila deverá escrever aquilo que ouviu no papel e entregá-lo ao catequista.
O catequista poderá utilizar a mesma frase para as duas equipas ou frases distintas.
­Exemplo:
1. O sapateiro de Setúbal consertou calçado durante muito tempo sem conseguir
cobrar tostão (total = 13 pontos);
2. A costureira Constança conheceu em Chaves um nobre, valente, carinhoso e cora-
joso cavaleiro (total = 13 pontos).

246
Etapa 2
Duração: 5 min.
O catequista dá inicio à dinâmica. As duas equipas jogam ao mesmo tempo.

Etapa 3
Duração: 3 min.
O catequista pede aos participantes que se sentem em círculo. O catequista lê a(s) ­frase(s)
original(ais) e depois a mensagem que o último participante de cada equipa recebeu.
No final, será atribuído 1 ponto por cada palavra (da frase) acertada, sendo o vencedor a
equipa com maior número de palavras certas.

Anúncio da Palavra
Atividade: Entreajuda
Duração: 10 min.

Preparação
O catequista marca, no chão, com a fita-cola, 3 quadrados iguais (Casas), por equipa. Ao
lado da casa dos cegos deverá estar um tapete (ou cartão). A distância de uma casa à outra
deverá ser o comprimento do tapete (ou cartão). Exemplo:

Equipa A
Tapete (ou cartão)

Mudos Coxos Cegos

Equipa B

Mudos Coxos Cegos

Tapete (ou cartão)

Etapa 1
Duração: 3 min.
O catequista pede que os participantes formem duas equipas: A e B. Depois, cada equipa
subdivide-se em cegos, coxos e mudos. Feita esta subdivisão, o catequista informa que,

247
cada equipa, deverá deslocar-se às suas respetivas casas. Entrega, a cada um, uma venda
que deverá ser usada da seguinte forma:
ƒƒcegos: para vendar os olhos
ƒƒcoxos: para amarrar os dois pés, pelos tornozelos
ƒƒmudos: para tapar a boca
O catequista recorda as regras essenciais: Uma equipa VENCE quando todos os elementos
da sua equipa chegam à Casa dos Mudos. Sempre que um elemento pisa o chão fora do
tapete (ou cartão) tem de regressar ao início; Os Mudos NÃO podem produzir qualquer tipo
de som ou palavra; se o fizerem, a equipa será eliminada. Apenas podem usar gestos. O jogo
começa quando o catequista entrega ao grupo dos mudos umas regras mais detalhadas
que eles, sendo mudos, terão de transmitir aos outros grupos.

No final, o catequista, sem nada explicar, entrega aos mudos a “Mensagem para os Mudos”
pedindo que a leiam em silêncio.

MENSAGEM PARA OS MUDOS

Mudos, devereis passar estas indicações para os Coxos:

Dirijam-se aos Coxos para que estes peçam aos Cegos que peguem no tapete
(ou cartão), que se encontra perto deles, mas do lado de fora da sua Casa, e
que o coloquem à sua frente para que possam atravessar da Casa deles para
a Casa dos Coxos. Já todos na Casa dos Coxos, os Coxos e os Cegos deverão
atravessar para a Casa dos Mudos, utilizando o mesmo tapete (ou cartão) mas
em fila indiana, com as mãos nos ombros. Apenas os Cegos é que podem pegar
no tapete (ou cartão).

Etapa 2
Duração: 7 min.
Dá-se início à dinâmica com a entrega da “Mensagem para os Mudos”. O catequista faz de
“árbitro”, exigindo o cumprimento escrupuloso das regras.

Atividade: Boa Nova


Duração: 20 min.

Etapa 1
Duração: 3 min.
Terminada a atividade anterior, o catequista distribui a recompensa (exemplo: rebuçados).
Depois, pede que todos se sentem em círculo e abram as suas bíblias em Lucas 7, 22-23
para acompanharem a leitura feita pelo catequista:
Tomando a palavra, disse aos enviados:
«Ide contar a João o que vistes e ouvistes:
Os cegos vêem, os coxos andam,
os leprosos ficam limpos,
os surdos ouvem, os mortos ressuscitam,
a Boa-Nova é anunciada aos pobres;
e feliz de quem não tiver em mim ocasião de queda.»

248
Etapa 2
Duração: 5 min.
O catequista pede aos participantes que relacionem as duas dinâmicas feitas (“Mensagem
distorcida” e “Entreajuda”) com a Palavra de Deus escutada.
Como conclusão das ideias dos participantes, o catequista diz: “Nas duas atividades ante-
riores a comunicação era difícil. Melhor ou pior, lá conseguimos comunicar qualquer coisa.
Mas não foi fácil. Quando se trata de comunicar o Evangelho, há uma maneira de garantir
que a comunicação é fácil e correta: fazer os mesmos gestos de Jesus. Jesus convidou os
seus amigos para darem a conhecer que Ele continuava vivo, que contassem esta Boa notí-
cia, espalhando a alegria pelos outros. Em nós, a Boa notícia representa a alegria de sentir
Jesus através das pessoas, acontecimentos, no nosso dia a dia.”

Etapa 3
Duração: 5 min.
O catequista divide os participantes em 2 grupos (por exemplo, rapazes e raparigas) e
explica que a canção é uma sequência de pergunta-resposta. Assim, o grupo 1 só can-
tará onde diz “grupo 1” e o grupo 2 onde diz “grupo 2”. Há uma coreografia simples para
­acompanhar o canto: o grupo que canta, levanta-se ao cantar e senta-se quando está em
silêncio; durante o refrão, todos de pé, batem palmas ao ritmo.
Canto “Estou alegre”
grupo 1: Estou alegre
grupo 2: Por que estás alegre?
grupo 1: Estou alegre
grupo 2: Diz-me porquê. [para para]
grupo 1: Estou alegre
grupo 2: Por que estás alegre? Isso quero eu saber.
grupo 1: Vou contar-te
grupo 2: Vais contar-me - a razão de estar alegre assim. [para pa pa pa pa]
Todos: Cristo um dia me encontrou, seu amor me transformou,
e por isso alegre estou.

Etapa 4
Duração: 7 min.
O catequista coloca sobre a mesa a folha de papel vegetal e, no topo, na horizontal, escreve
como título «Os transmissores das Boas Novas de Jesus». Depois, em silêncio entrega
aos participantes uma caneta de cor preta e pede que escrevam palavras ou frases que
respondam à questão “Como poderemos ser transmissores das Boas Novas de Jesus?”.
Quando todos tiverem escrito a sua resposta, o catequista cola as laterais com fita-cola,
de forma a fazer um cilindro e coloca uma vela / lâmpada no interior. (Manter-se-á acesa
para a Expressão de Fé).
O catequista explica que a lanterna construída é um símbolo da luz e amizade com Jesus,
para que a tenhamos sempre presente e nos ajude a espalhar a Boa Nova, dando ânimo
aos que se encontram ao nosso redor para que continuem a partilhar e a viver a história
de Jesus.

249
Expressão de fé
Atividade: Olhar através do coração
Duração: 20 min.

Preparação
Afixar o cartaz nº 20 em local visível aos participantes. Junto deverá estar a lâmpada cons-
truída na atividade anterior.

Etapa 1
Duração: 5 min.
Com os participantes sentados de frente para o cartaz, o catequista convida-os a uma
atitude serena e de escuta para iniciarem a oração. De seguida, pede-lhes que peguem na
pagela onde se encontra o Credo completo e que, em silêncio, leiam a partir de “Creio no
Espírito Santo…”

Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida,


e procede do Pai e do Filho;
e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado:
Ele que falou pelos Profetas.
Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica.
Professo um só baptismo para remissão dos pecados.
E espero a ressurreição dos mortos,
e a vida do mundo que há-de vir. Amen.

Etapa 2
Duração: 4 min.
Com o grupo serenado, o catequista convida a observar o vídeo “Olhar pelo coração” numa
atitude orante.
Guião do vídeo “Olhar pelo coração”
Neste momento de oração, tenta rezar sentindo dentro de ti o Espírito Santo.
Quando rezamos o credo, na parte final, nós rezamos ao Espírito de Jesus, ao Espírito
Santo. Era este Espírito Santo que movia Jesus; e é Ele que nos move também a nós.

250
Desde o nosso batismo temos, no nosso interior, este mesmo Espírito que Jesus nos pro-
meteu. Vive no mais profundo de nós, no mais íntimo do nosso ser.
O Espírito Santo enche também a igreja, a comunidade de seguidores de Jesus.
O Espírito é a Vida, o Alento, a Força que nos move até ao melhor, ao mais belo e ao mais bonito.
O Espírito produz paz no coração, mas é necessário que cada um entre em si mesmo para
se aperceber disso. Por isso, fica em paz e reza com calma e confiança ao Espírito de Jesus.

Etapa 3
Duração: 6 min.
O catequista dá as seguintes orientações para a oração.

1. Entrar dentro de ti:


ƒƒSenta-te confortavelmente com as costas direitas, sem cruzar as pernas e com as
mãos relaxadas sobre as pernas.
ƒƒFecha os olhos, respira fundo e relaxa os ombros e todos os músculos. Deixa o teu
corpo descontrair.
ƒƒRepara que o ar entra pelo teu nariz e chega aos pulmões. O Espírito é como o ar.
Respira tranquilo. Alegra-te pelo ar que te enche por dentro.
ƒƒRepara como o teu coração está a bater. Podes perceber o ritmo pressionando, com
os dedos, o teu pulso. O sangue corre nas tuas veias. O Espírito é como o impulso de
vida que há dentro de ti.
ƒƒEscutarás ruídos externos a ti. Procura não pensar muito neles e, pouco a pouco,
verás como perdem intensidade.
ƒƒProcura entrar com o teu pensamento no silêncio que há dentro de ti:
yyaí está o Espírito
yydeixa que a paz te vá enchendo

2. Dirige-te ao Espírito:
ƒƒTerminada a fase anterior, e mantendo-te em silêncio, relaxado e em paz, repete,
espaçadamente, as seguintes frases:
yyEspírito Santo, enche o meu coração
yyEspírito Santo, tu és a Vida
yyEspírito Santo, tu estás em mim
yyEspírito Santo, tu és a Paz
yyEspírito Santo, coloca em mim os sentimentos de Jesus
yy Espírito Santo, vem
yyEspírito Santo, vem a todos os amigos de Jesus
yyEspírito Santo, enche o mundo inteiro…

3. Escreve a tua oração:


ƒƒPara terminar o teu pequeno momento de oração, escreve algumas frases ao Espí-
rito. É o momento de expressar o que sentiste na oração ou um outro sentimento
que brote do teu coração:
________________________________________________
________________________________________________
________________________________________________
____________________________________________

251
Etapa 4
Duração: 5 min.
No final, em conjunto, rezam o Credo que se encontra na pagela com o Credo.

PROFISSÃO DE FÉ

Creio em um só Deus,
Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra,
de todas as coisas visíveis e invisíveis.
Creio em um só Senhor, Jesus Cristo,
Filho Unigénito de Deus,
nascido do Pai antes de todos os séculos:
Deus de Deus, Luz da Luz,
Deus verdadeiro de Deus verdadeiro;
gerado, não criado, consubstancial ao Pai.
Por Ele todas as coisas foram feitas.
E por nós, homens, e para nossa salvação desceu dos Céus.
[Todos se inclinam às palavras: E encarnou ... e Se fez homem.]
E encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria,
e Se fez homem.
Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos;
padeceu e foi sepultado.
Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras;
e subiu aos Céus, onde está sentado à direita do Pai.
De novo há-de vir em sua glória,
para julgar os vivos e os mortos;
e o seu reino não terá fim.
Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida,
e procede do Pai e do Filho;
e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado:
Ele que falou pelos Profetas.
Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica.
Professo um só baptismo para remissão dos pecados.
E espero a ressurreição dos mortos,
e a vida do mundo que há-de vir. Amen.

252
Índice
Introdução.......................................................................................................................................................................................3

Catequese 1: Jesus, connosco sempre...........................................................................................................................13


Para o Catequista.....................................................................................................................................................................14
Apresentação......................................................................................................................................................................................................... 14
Desenvolvimento.......................................................................................................................................................................16
Experiência Humana......................................................................................................................................................................................... 16
Atividade: Jogo do Camaleão............................................................................................................................................................ 16
Anúncio da Palavra........................................................................................................................................................................................... 17
Atividade: A promessa............................................................................................................................................................................ 17
Atividade: Os sacramentos................................................................................................................................................................. 20
Expressão de fé................................................................................................................................................................................................... 22
Atividade: Jesus na minha vida........................................................................................................................................................ 22

Catequese 2: Batizados como filhos...............................................................................................................................23


Para o Catequista.....................................................................................................................................................................24
Apresentação......................................................................................................................................................................................................... 24
Desenvolvimento.......................................................................................................................................................................26
Experiência Humana......................................................................................................................................................................................... 26
Atividade: O nosso vitral....................................................................................................................................................................... 26
Anúncio da Palavra........................................................................................................................................................................................... 27
Atividade: Baú do batismo................................................................................................................................................................... 27
Expressão de fé................................................................................................................................................................................................... 31
Atividade: Obrigado pelo teu batismo, Senhor.................................................................................................................... 31

Catequese 3: Confirmados e animados..........................................................................................................................33


Para o Catequista.....................................................................................................................................................................34
Apresentação......................................................................................................................................................................................................... 34
Desenvolvimento.......................................................................................................................................................................36
Experiência Humana......................................................................................................................................................................................... 36
Atividade: O óleo do Crisma............................................................................................................................................................... 36
Anúncio da Palavra........................................................................................................................................................................................... 38
Atividade: Uma força............................................................................................................................................................................... 38
Expressão de fé................................................................................................................................................................................................... 41
Atividade: Vem, Espírito Santo......................................................................................................................................................... 41

Catequese 4: Alimentados....................................................................................................................................................43
Para o Catequista.....................................................................................................................................................................44
Apresentação......................................................................................................................................................................................................... 44
Desenvolvimento.......................................................................................................................................................................46
Experiência Humana......................................................................................................................................................................................... 46
Atividade: Põe a missa em ordem................................................................................................................................................. 46
Anúncio da Palavra........................................................................................................................................................................................... 48
Atividade: A ceia do Senhor................................................................................................................................................................ 48
Expressão de fé................................................................................................................................................................................................... 50
Atividade: Jesus, eu Te adoro na eucaristia ......................................................................................................................... 50

Catequese 5: Casados no Senhor......................................................................................................................................51


Para o Catequista.....................................................................................................................................................................52
Apresentação......................................................................................................................................................................................................... 52
Desenvolvimento.......................................................................................................................................................................54
Experiência Humana......................................................................................................................................................................................... 54
Atividade: Vamos para a Festa........................................................................................................................................................ 54
Anúncio da Palavra........................................................................................................................................................................................... 56
Atividade: As bodas de Caná.............................................................................................................................................................. 56
Expressão de fé................................................................................................................................................................................................... 59
Atividade: Fazei o que Ele vos disser! ....................................................................................................................................... 59

253
Catequese 6: Pescadores de homens..............................................................................................................................61
Para o Catequista.....................................................................................................................................................................62
Apresentação......................................................................................................................................................................................................... 62
Desenvolvimento.......................................................................................................................................................................64
Experiência Humana......................................................................................................................................................................................... 64
Atividade: Sou pescador........................................................................................................................................................................ 64
Anúncio da Palavra........................................................................................................................................................................................... 65
Atividade: A pesca milagrosa............................................................................................................................................................ 65
Expressão de fé................................................................................................................................................................................................... 68
Atividade: Vem e segue-me ............................................................................................................................................................... 68

Catequese 7: Perdoados e amados por Jesus............................................................................................................71


Para o Catequista.....................................................................................................................................................................72
Apresentação......................................................................................................................................................................................................... 72
Desenvolvimento.......................................................................................................................................................................74
Experiência Humana......................................................................................................................................................................................... 74
Atividade: As pedras que guardamos......................................................................................................................................... 74
Anúncio da Palavra........................................................................................................................................................................................... 75
Atividade: A primeira pedra................................................................................................................................................................ 75
Expressão de fé................................................................................................................................................................................................... 77
Atividade: A alegria de viver o perdão ...................................................................................................................................... 77

Catequese 8: Doentes, mas amados................................................................................................................................79


Para o Catequista.....................................................................................................................................................................80
Apresentação......................................................................................................................................................................................................... 80
Desenvolvimento.......................................................................................................................................................................82
Experiência Humana......................................................................................................................................................................................... 82
Atividade: Eu tinha um tique............................................................................................................................................................. 82
Atividade: O hospital da Esperança.............................................................................................................................................. 83
Anúncio da Palavra........................................................................................................................................................................................... 84
Atividade: A fé que salva os doentes.......................................................................................................................................... 84
Expressão de fé................................................................................................................................................................................................... 86
Atividade: Jesus, o meu cuidador ................................................................................................................................................. 86

Catequese 9: O jogo dos sacramentos...........................................................................................................................89


Para o Catequista.....................................................................................................................................................................90
Apresentação......................................................................................................................................................................................................... 90
Desenvolvimento.......................................................................................................................................................................92
Atividade: O Jogo dos Sacramentos.................................................................................................................................................... 92
Atividade: Obrigado........................................................................................................................................................................................... 95

Catequese 10: Crer ou não crer.........................................................................................................................................97


Para o Catequista.....................................................................................................................................................................98
Apresentação......................................................................................................................................................................................................... 98
Desenvolvimento....................................................................................................................................................................101
Experiência Humana......................................................................................................................................................................................101
Atividade: A fábrica de bolachas.................................................................................................................................................101
Atividade: Caça ao ladrão.................................................................................................................................................................102
Anúncio da Palavra........................................................................................................................................................................................103
Atividade: Vinde e vede.......................................................................................................................................................................103
Expressão de fé................................................................................................................................................................................................105
Atividade: Jesus é o caminho .......................................................................................................................................................105

254
Catequese 11: Eu não sou Deus!....................................................................................................................................109
Para o Catequista..................................................................................................................................................................110
Apresentação......................................................................................................................................................................................................110
Desenvolvimento....................................................................................................................................................................113
Experiência Humana......................................................................................................................................................................................113
Atividade: Aventura no espaço.....................................................................................................................................................113
Anúncio da Palavra........................................................................................................................................................................................114
Atividade: O jovem rico.......................................................................................................................................................................114
Expressão de fé................................................................................................................................................................................................116
Atividade: Larga o que trouxeste ..............................................................................................................................................116

Catequese 12: Pai, patrão ou papá?.............................................................................................................................119


Para o Catequista..................................................................................................................................................................120
Apresentação......................................................................................................................................................................................................120
Desenvolvimento....................................................................................................................................................................123
Experiência Humana......................................................................................................................................................................................123
Atividade: Isto faz-me lembrar......................................................................................................................................................123
Atividade: Na sua pele.........................................................................................................................................................................124
Anúncio da Palavra........................................................................................................................................................................................125
Atividade: Cuidando dele...................................................................................................................................................................125
Atividade: Pai Nosso ............................................................................................................................................................................126
Expressão de fé................................................................................................................................................................................................128
Atividade: Querido Pai ........................................................................................................................................................................128

Catequese 13: Assinou o mundo....................................................................................................................................131


Para o Catequista..................................................................................................................................................................132
Apresentação......................................................................................................................................................................................................132
Desenvolvimento....................................................................................................................................................................135
Experiência Humana......................................................................................................................................................................................135
Atividade: Desenho às cegas..........................................................................................................................................................135
Anúncio da Palavra........................................................................................................................................................................................136
Atividade: Confiança na Providência.........................................................................................................................................136
Expressão de fé................................................................................................................................................................................................138
Atividade: Tudo me fala de Ti .......................................................................................................................................................138

Catequese 14: Jesus: uma garantia..............................................................................................................................141


Para o Catequista..................................................................................................................................................................142
Apresentação......................................................................................................................................................................................................142
Desenvolvimento....................................................................................................................................................................145
Experiência Humana......................................................................................................................................................................................145
Atividade: Para vós, quem sou Eu?............................................................................................................................................145
Anúncio da Palavra........................................................................................................................................................................................146
Atividade: Tu és o Filho de Deus vivo......................................................................................................................................146
Expressão de fé................................................................................................................................................................................................148
Atividade: Um hino ao todo-poderoso ...................................................................................................................................148

Catequese 15: Nasceu entre nós....................................................................................................................................151


Para o Catequista..................................................................................................................................................................152
Apresentação......................................................................................................................................................................................................152
Desenvolvimento....................................................................................................................................................................154
Experiência Humana......................................................................................................................................................................................154
Atividade: Corrida à manjedoura.................................................................................................................................................154
Anúncio da Palavra........................................................................................................................................................................................155
Atividade: Corrida à manjedoura (2).........................................................................................................................................155
Atividade: Dizendo Sim!......................................................................................................................................................................156
Expressão de fé................................................................................................................................................................................................158
Atividade: Jesus faz-Se nosso irmão ......................................................................................................................................158

255
Catequese 16: Passou fazendo o bem.........................................................................................................................161
Para o Catequista..................................................................................................................................................................162
Apresentação......................................................................................................................................................................................................162
Desenvolvimento....................................................................................................................................................................164
Experiência Humana......................................................................................................................................................................................164
Atividade: Um objeto que fala de mim....................................................................................................................................164
Anúncio da Palavra........................................................................................................................................................................................165
Atividade: O servo do Centurião..................................................................................................................................................165
Expressão de fé................................................................................................................................................................................................168
Atividade: Confiarei no meu Deus .............................................................................................................................................168

Catequese 17: Morreu por amor.....................................................................................................................................171


Para o Catequista..................................................................................................................................................................172
Apresentação......................................................................................................................................................................................................172
Desenvolvimento....................................................................................................................................................................174
Experiência Humana......................................................................................................................................................................................174
Atividade: A força da multidão......................................................................................................................................................174
Anúncio da Palavra........................................................................................................................................................................................175
Atividade: Jesus morreu.....................................................................................................................................................................175
Atividade: Ordem, se faz favor! ...................................................................................................................................................176
Atividade: Atividade: Paixão de Jesus ....................................................................................................................................177
Expressão de fé................................................................................................................................................................................................178
Atividade: Rezar junto à cruz .......................................................................................................................................................178

Catequese 18: Mais vivo do que nunca.......................................................................................................................179


Para o Catequista..................................................................................................................................................................180
Apresentação......................................................................................................................................................................................................180
Desenvolvimento....................................................................................................................................................................183
Experiência Humana......................................................................................................................................................................................183
Atividade: Jesus não fica enterrado.........................................................................................................................................183
Anúncio da Palavra........................................................................................................................................................................................184
Atividade: Ele está vivo.......................................................................................................................................................................184
Expressão de fé................................................................................................................................................................................................187
Atividade: Quero viver a cores .....................................................................................................................................................187

Catequese 19: O Espírito oferecido..............................................................................................................................189


Para o Catequista..................................................................................................................................................................190
Apresentação......................................................................................................................................................................................................190
Desenvolvimento....................................................................................................................................................................192
Experiência Humana......................................................................................................................................................................................192
Atividade: Às escuras...........................................................................................................................................................................192
Anúncio da Palavra........................................................................................................................................................................................193
Atividade: Soprou....................................................................................................................................................................................193
Atividade: Os símbolos do Espírito ...........................................................................................................................................194
Expressão de fé................................................................................................................................................................................................195
Atividade: Sopra em mim Espírito Santo .............................................................................................................................195

Catequese 20: Os dons do Espírito Santo..................................................................................................................197


Para o Catequista..................................................................................................................................................................198
Apresentação......................................................................................................................................................................................................198
Desenvolvimento....................................................................................................................................................................200
Experiência Humana......................................................................................................................................................................................200
Atividade: O sabor dos bombons.................................................................................................................................................200
Anúncio da Palavra........................................................................................................................................................................................201
Atividade: Bons dons............................................................................................................................................................................201
Expressão de fé................................................................................................................................................................................................203
Atividade: Sinfonia espiritual..........................................................................................................................................................203
Atividade: Vem, Espírito de vida...................................................................................................................................................203

256
Catequese 21: A Igreja somos nós.................................................................................................................................205
Para o Catequista..................................................................................................................................................................206
Apresentação......................................................................................................................................................................................................206
Desenvolvimento....................................................................................................................................................................209
Experiência Humana......................................................................................................................................................................................209
Atividade: Colaborar..............................................................................................................................................................................209
Anúncio da Palavra........................................................................................................................................................................................210
Atividade: Partilhar os bens............................................................................................................................................................210
Expressão de fé................................................................................................................................................................................................211
Atividade: Somos a Igreja de Cristo..........................................................................................................................................211
Atividade: Os aros...................................................................................................................................................................................212

Catequese 22: Lá em cima alguém nos ama............................................................................................................213


Para o Catequista..................................................................................................................................................................214
Apresentação......................................................................................................................................................................................................214
Desenvolvimento....................................................................................................................................................................217
Experiência Humana......................................................................................................................................................................................217
Atividade: A resposta exata............................................................................................................................................................217
Anúncio da Palavra........................................................................................................................................................................................219
Atividade: O Rico e o pobre Lázaro...........................................................................................................................................219
Expressão de fé................................................................................................................................................................................................221
Atividade: A chave do coração....................................................................................................................................................221

Catequese 23: Cheios de confiança..............................................................................................................................225


Para o Catequista..................................................................................................................................................................226
Apresentação......................................................................................................................................................................................................226
Desenvolvimento....................................................................................................................................................................228
Experiência Humana......................................................................................................................................................................................228
Atividade: Atreve-te .............................................................................................................................................................................228
Anúncio da Palavra........................................................................................................................................................................................231
Atividade: Confia......................................................................................................................................................................................231
Expressão de fé................................................................................................................................................................................................232
Atividade: Vive..........................................................................................................................................................................................232

Catequese 24: Viver à maneira de Jesus....................................................................................................................233


Para o Catequista..................................................................................................................................................................234
Apresentação......................................................................................................................................................................................................234
Desenvolvimento....................................................................................................................................................................237
Experiência Humana......................................................................................................................................................................................237
Atividade: Labirinto cego .................................................................................................................................................................237
Anúncio da Palavra........................................................................................................................................................................................238
Atividade: Cristão é….............................................................................................................................................................................238
Atividade: Condições para seguir a Jesus...........................................................................................................................239
Expressão de fé................................................................................................................................................................................................241
Atividade: Creio em Ti...........................................................................................................................................................................241

Catequese 25: Professar a fé: ser luz..........................................................................................................................243


Para o Catequista..................................................................................................................................................................244
Apresentação......................................................................................................................................................................................................244
Desenvolvimento....................................................................................................................................................................246
Experiência Humana......................................................................................................................................................................................246
Atividade: Mensagem distorcida ................................................................................................................................................246
Anúncio da Palavra........................................................................................................................................................................................247
Atividade: Entreajuda...........................................................................................................................................................................247
Atividade: Boa Nova.............................................................................................................................................................................248
Expressão de fé................................................................................................................................................................................................250
Atividade: Olhar através do coração........................................................................................................................................250

257

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