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QUEM É
JESUS CRISTO
DOUGLAS SANTARELLI
QUEM É JESUS CRISTO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Quatro declarações devem ser compreendidas e afirmadas a fim de se obter uma imagem
completamente bíblica da pessoa de Jesus Cristo:
1. JESUS CRISTO É PLENA E COMPLETAMENTE DIVINO.
2. JESUS CRISTO É PLENA E COMPLETAMENTE HUMANO.
3. AS NATUREZAS DIVINA E HUMANA DE CRISTO SÃO DISTINTAS.
4. AS NATUREZAS DIVINA E HUMANA DE CRISTO ESTÃO
COMPLETAMENTE UNIDAS EM UMA PESSOA.
A DIVINDADE DE CRISTO
Muitas passagens da Escritura demonstram que Jesus é plena e completamente Deus:
João 1.1,14; João 1.18; João 20.28; Romanos 9.5; Filipenses 2.5-7; Tito 2.13;
Hebreus 1.3; Hebreus 1.8,10; 2Pedro 1.1
Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens
do céu um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram
chegar até ele. Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos,
nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio
eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído. (Daniel 7.13-14)
Jesus estabelece a sua autoridade divina como o glorioso Filho do Homem messiânico ao
declarar que ele tem o poder de perdoar pecados e que é o senhor do Shabbath: “Ora, para
que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar
pecados — disse ao paralítico: Eu te mando: Levanta-te, toma o teu leito e vai
para tua casa” (Marcos 2.10-11); “E acrescentou: O sábado foi estabelecido por
causa do homem, e não o homem por causa do sábado; de sorte que o Filho
do Homem é senhor também do sábado” (Marcos 2.27-28).
Mas ele lhes disse: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também. Por isso,
pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não somente violava o
sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a
Deus. (João 5.17-18)
Eu e o Pai somos um. Novamente, pegaram os judeus em pedras para lhe atirar.
[…] Responderam-lhe os judeus: Não é por obra boa que te apedrejamos, e sim
por causa da blasfêmia, pois, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo. (João
10.30-33)
A HUMANIDADE DE CRISTO
Desde o momento da concepção virginal de Jesus no ventre de Maria, a sua natureza divina foi
permanentemente unida à sua natureza humana em uma e a mesma pessoa, o agora encarnado
Filho de Deus. A evidência bíblica para a humanidade de Jesus é forte, mostrando-nos que ele
possuía um corpo humano, uma mente humana, e experimentou a tentação humana.
Jesus teve um nascimento humano e uma genealogia humana: “vindo, porém, a plenitude
do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para
resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de
filhos” (Gálatas 4.4-5).
Jesus possuía um corpo humano que experimentou crescimento (Lucas 2.40, 52), assim
como suscetibilidades físicas, a exemplo de fome (Mateus 4.2), sede (João 19.28), cansaço
(João 4.6) e morte (Lucas 23.46).
Como um homem velho, o apóstolo João ainda estava maravilhado ante o fato de que a ele fora
dado experimentar Deus o Filho em carne. Como uma criança exultante, ele continua repetindo
para si mesmo à medida que descreve a encarnação:
O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os
nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com
respeito ao Verbo da vida (e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela
damos testemunho, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai
e nos foi manifestada), o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós
outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa
comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. (João 1.1-3)
João sabia acerca da encarnação há mais de 50 anos quando escreve essa carta, mas, ainda
assim, ele escreve com maravilhado assombro à medida que reflete sobre o caminhar nas praias
da Galileia, pescar, comer, rir e ter os seus pés lavados por um carpinteiro que era Deus em
carne!
Jesus continua a ter um corpo físico em seu estado ressurreto, e ele esforçou-se sobremaneira
para assegurar que os seus discípulos entenderiam isso: “Vede as minhas mãos e os
meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e verificai, porque um espírito não
tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho” (Lucas 24.39; cf. Lucas 24.42;
João 20.17, 25-27). Após a sua ressurreição, Jesus voltou para o Pai, ascendendo em seu
corpo divinamente reanimado perante os olhos maravilhados dos seus discípulos, assim
testificando a sua plena e contínua humanidade física (Lucas 24.50-51; Atos 1.9-11). A
ascensão tem sido incluída em cada credo relevante da igreja porque ela ensina a completa e
permanente humanidade de Jesus como o único mediador entre Deus e o homem.
Jesus tinha uma mente humana, a qual, segundo a vontade do Pai, possuía limitações em
conhecimento: “Mas a respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos
no céu, nem o Filho, senão o Pai” (Marcos 13.32). A sua mente humana crescia e
amadurecia em sabedoria (Lucas 2.52), e ele até mesmo “aprendeu a obediência” (Hebreus
5.8-9). Dizer que Jesus “aprendeu a obediência” não significa que ele se moveu da
desobediência para a obediência, mas que ele cresceu em sua capacidade de obedecer à
medida que suportou os sofrimentos.
Jesus experimentou tentação humana: “Porque não temos sumo sacerdote que não
possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as
coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado” (Hebreus 4.15; cf. Lucas 4.1-2).
Embora Jesus tenha experimentado toda sorte de tentação humana, ele nunca sucumbiu ao
pecado (João 8.29, 46; 15.10; 2Coríntios 5.21; Hebreus 7.26; 1Pedro 2.22; 1João
3.5).
Jesus praticava disciplinas espirituais. Ele regularmente orava com paixão (Marcos 14.36;
Lucas 10.21; Hebreus 5.7), adorava nos cultos na sinagoga (Lucas 4.16), lia e
memorizava a Escritura (Mateus 4.4-10), praticava a disciplina da solidão (Marcos 1.35;
6.46), observava o Shabbath (Lucas 4.16), obedecia às leis cerimoniais do AT (João 8.29,
46; 15.10; 2Coríntios 5.21; Hebreus 4.15), e recebia a plenitude do Espírito (Lucas
3.22; 4.1). Essas atividades religiosas eram desempenhadas com diligência (Hebreus 5.7) e
habitualidade (Lucas 4.16) como os meios de um processo de crescimento espiritual
verdadeiramente humano.
Dada a natureza divina de Jesus, a normalidade da maior parte de sua vida terrena é
surpreendente. Aparentemente, Jesus passou os primeiros 30 anos de sua vida em relativa
obscuridade, fazendo trabalhos manuais, cuidando de sua família e sendo fiel em qualquer coisa
que o seu Pai o chamasse a fazer. Em seu ministério público, Jesus operou sinais miraculosos
e dispensou ensino autoritativo que poderia vir apenas de Deus, e isso foi chocantemente
ofensivo para as pessoas de sua cidade natal, as quais viam a simplicidade e humildade de
Jesus como incompatíveis com a sabedoria e o poder messiânicos:
Por causa da humanidade de Jesus, ele pode verdadeiramente ser um sacrifício substitutivo pela
raça humana. “Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse
semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas
referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo” (Hebreus
2.17). Um homem morreu na cruz quando Jesus morreu, e a sua morte verdadeiramente é a
expiação pelo pecado de seres humanos, de cuja natureza ele participou.
Isaías 9.6; Lucas 2.11; João 1.14; Romanos 1.3-4; 1Coríntios 2.8; Gálatas 4.4-5
Esses versículos apresentam o profundo mistério do eterno e infinito Filho de Deus adentrando
no tempo e no espaço e assumindo a natureza humana. Não existe pensamento mais grandioso
no qual possamos ponderar do que esse.
1. Uma natureza de Cristo às vezes é vista fazendo coisas das quais a outra natureza não
compartilha.
2. Qualquer coisa que uma das naturezas fizer, a pessoa de Cristo a faz. Ele, o Deus
encarnado, é o agente ativo em todo o tempo.
3. A encarnação significa que Cristo adquire atributos humanos, não que ele abriu mão dos
atributos divinos. Ele se despiu da glória da vida divina (2Coríntios 8.9; Filipenses
2.6), mas não a possessão dos poderes divinos.
4. Nós devemos olhar primeiro para os relatos do ministério de Jesus nos Evangelhos, a
fim de vermos a encarnação em atividade, ao invés de seguirmos especulações
moldadas por assunções humanas errôneas.
5. A iniciativa para a encarnação veio de Deus, e não do homem.
Embora esse credo não resolva todas as questões acerca do mistério da encarnação, ele tem
sido aceito por católicos romanos, ortodoxos e pelas igrejas protestantes ao longo da história, e
nunca necessitou de qualquer alteração significativa porque ele eficazmente articula a tensão
bíblica entre as duas naturezas de Cristo, completamente unidas em uma pessoa.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ADAPTADO DE HTTPS://VOLTEMOSAOEVANGELHO.COM/BLOG/2012/12/A-PESSOA-
DE-CRISTO-AS-DUAS-NATUREZAS-DOUTRINA-BIBLICA-33/