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CONFIRA NESTA EDIÇÃO:

FÉRIAS DA CATEQUESE: HORA DE


AVALIAR A CAMINHADA
PÁG. 16
O ADVENTO À LUZ DO NASCIMENTO DO
CATEQUIZANDO COM DEFICIÊNCIA
PÁG. 42
COMPREENDER O DEUS
VIVO NA SUA CRIAÇÃO
PÁG. 50

E MAIS:
PARA MOTIVAR OS CRISMANDOS A LER A
BÍBLIA: BÍBLIA CATÓLICA DO JOVEM
PÁG. 32
Guia de Navegação para Tablets e Smartphones
Editorial
CONFIRA NESTA EDIÇÃO:
FÉRIAS DA CATEQUESE: HORA DE
AVALIAR A CAMINHADA
PÁG. 16
O ADVENTO À LUZ DO NASCIMENTO DO
CATEQUIZANDO COM DEFICIÊNCIA
PÁG. 42
Iniciamos um novo ano e queremos COMPREENDER O DEUS
VIVO NA SUA CRIAÇÃO
nesta edição dar um primeiro passo, PÁG. 50

um “passo direito”, falando de


EVANGELIZAÇÃO – tema da matéria
de capa.
Se experimentamos algo bom, uma das primeiras moções
que temos é a de falar àqueles que estão próximos

sou
sobre o quanto foi bom. Ao termos um encontro com
Cristo, temos essa necessidade de anunciá-Lo as outras
pessoas. Então, seguindo as orientações do Papa
Francisco, que deseja uma Catequese Evangelizadora,
nosso papel é o de comunicar o que experimentamos.
Então não adianta ser catequista sem ter experimentado

catequista
a graça de Deus! Se fosse diferente, seríamos apenas
“professores de tabuada”. Não somos professores! (Sem
querer desvalorizar essa louvável profissão). Somos
EVANGELIZADORES!
E MAIS:
PARA MOTIVAR OS CRISMANDOS A LER A
BÍBLIA: BÍBLIA CATÓLICA DO JOVEM
PÁG. 32

A cada edição percebo o quanto os nossos colunistas se


Edição 8 | Ano 3 | Janeiro/2015
dedicam em transmitir tal experiência. Cada um do seu
jeito, mas todos com um mesmo objetivo. Que você, ao
Direção geral: Sérgio Fernandes
ler esta revista digital, tenha uma experiência com esse
Consultor Eclesiástico: Pe. José Alem
sagrado que nos tocou.
Revisão: Marcus Facciollo
Em 2015 também iremos “apertar o passo” para colocar Projeto gráfico: Agência Minha Paróquia
no ar as novidades que faltavam uma ou outra finalização Diagramação: Renan Trevisan
para serem lançadas, como a plataforma de Cursos e os Desenvolvimento WEB: Matheus Moreira
Subsídios digitais. Nossa equipe, com o apoio do Pe. José Atendimento: Ana Carolina Silva
Alem, está avaliando todo o projeto para incrementá-lo Comercial: Adriana Franco
com mais ideias, tudo pela Catequese no Brasil! Banco de imagens: Shutterstock

sou
Uma surpresa que tivemos no final do ano passado
foi o convite da CNBB para tomarmos frente dos
conteúdos sobre Catequese e Comunicação para os

catequista
cursos a distância que serão lançados pela Pastoral da
Comunicação Nacional. Em breve apresentaremos aqui
todo o projeto em detalhes.
Desejo a você uma ótima leitura e conto com a sua A revista digital Sou Catequista é uma publicação da
interação enviando o seu comentário pelas redes sociais, agência Minha Paróquia, disponível gratuitamente para
pelo nosso site ou pelo e-mail contato@soucatequista.com. smartphones e tablets nas plataformas IOS e Android. Os
conteúdos publicados são de responsabilidade de seus
br. Sua participação é essencial para o amadurecimento autores e não expressam necessariamente a visão da agên-
desse projeto! cia Minha Paróquia. É permitida a reprodução dos mesmos
desde que citada a fonte. O conteúdo dos anúncios é de
Sérgio Fernandes total responsabilidade dos anunciantes.
Direção geral

www.soucatequista.com.br
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Para ler a revista,
NESTA EDIÇÃO deslize para as
próximas páginas ou
toque nos itens do índice.
NOSSOS
8 LEITORES

BÍBLIA
FÉRIAS
FÉRIAS DA CATEQUESE: 54 A ENCARNAÇÃO
Frei Ildo Perondi
16 HORA DE AVALIAR A
CAMINHADA
João Melo

60
CRISMA
PARA MOTIVAS OS
CRISMANDOS A LER
32 A BÍBLIA: BÍBLIA
CATÓLICA DO JOVEM
Pe. Dr. Paulo F. Dalla-Déa

CATEQUESE INCLUSIVA MATÉRIA DE CAPA


O ADVENTO À LUZ A CATEQUESE NA MISSÃO
DO NASCIMENTO DO EVANGELIZADORA DA IGREJA
42 CATEQUIZANDO COM Pe. José Alem
DEFICIÊNCIA
Pe. Dr. Paulo F. Dalla-Déa

O CATECISMO
66 RESPONDE
LITURGIA
A MESA DA PALAVRA E A
DA EUCARISTIA CATEQUISTAS EM REDE
UMA DUPLA MESA QUE APLICATIVO
44 É SEMPRE O MESMO 68 PEQUENINOS DO
CRISTO – MINISTÉRIO DOS SENHOR
LEITORES
Pe. Dr. Paulo F. Dalla-Déa
CATECINE
73 “LITTLE BOY”, O FILME
TEOLOGIA
COMPREENDER O DEUS
50 VIVO NA SUA CRIAÇÃO
Márcio Oliveira Elias 76 DICAS DE LEITURA
ESTAMOS
PREPARANDO
MAIS UMA
#NOVIDADE
PARA VOCÊ!
sou
SUBSÍDIOS CATEQUÉTICOS

catequista
Em breve você receberá uma
notificação do aplicativo
informando sobre como ter
acesso ao primeiro exemplar.
Fique atento(a)!
NOSSOS LEITORES 8

Quero parabenizar os organizadores


desse belo trabalho da revista online
Sou Catequista. Sempre que posso leio e
acredito que se a maioria dos catequistas
tivessem contato com esse material a
nossa catequese no Brasil teria grandes
mudanças.
Nilton de Maria

Fantástico!!! Indispensável a todo


fiel católico! Material de formação
maravilhoso e o melhor: totalmente
funcional, aplicável. Deus os abençoe pela
iniciativa!
Jânio Silva

Excelente! Tenho acompanhado desde a


primeira edição e muito tem me ajudado
na catequese. A qualquer hora podemos
acessar e aproveitar. Parabéns!
Marcela Dornelas

Sou catequista , e esta revista tem me


ajudado muuuuiitto. Principalmente em
forma de aplicativo, é muito pratico...
Roberta Marinho

Gostei. Tem bastante informações


deixando a par do que acontece no
AJUDE-NOS A CHEGAR A universo catequético.
MAIS CATEQUISTAS! Reginaldo Pinheiro
AVALIE E DEIXE O SEU
COMENTÁRIO SOBRE O Excelente! Adorei e indico a qualquer
APLICATIVO NA APPSTORE: um que queira aprofundar seus
conhecimentos.
< CLIQUE AQUI Claudia machado

A SUA AVALIAÇÃO NOS AJUDA A Espetacular. Ajuda bastante com suas


matérias e dinâmicas.
MELHORAR DE POSIÇÃO NO RANKING
Tatiana de Oliveira Machado
E TER MAIS DESTAQUE NAS LOJAS.
9

Sou membro o movimento Regnum Christi NOSSOS NÚMEROS


desde 2008 e catequista desde 2013.
Sou um catequista novato, apesar de
ter experiência de mais de 10 anos
com Pastoral de Juventude, TLC, outros
35.280 assinantes
movimentos e pastorais.
Na catequese trabalhamos com crianças,
pré-adolescentes e adolescentes, são
idades bastante desafiadoras para mim,
1.230.060
visualizações de páginas
acostumado com um público um pouco
mais maduro. Tenho certa dificuldade
em utilizar um conteúdo doutrinário,
teológico ou filosófico adquirido em
22.424
seguidores no Facebook
cursos de teologia e demais formações
para essa faixa etária, entre os recursos
que utilizo está o YouCat, tema de
reportagem dessa edição.
5.330
visitantes únicos/dia no site
Em geral tenho dificuldade em encontrar
subsídios de qualidade para os encontros
que sejam fiéis a doutrina da nossa Igreja,
e hoje tive uma feliz surpresa ao encontrar
esse material, uma revista que possui
um excelente conteúdo e o disponibiliza
gratuitamente para download.
Parabéns pela iniciativa! Pretendo levar o
material ao conhecimento da coordenação
da catequese da minha paróquia, e quem
sabe ao setor e Arquidiocese.
Hernando Santana Pinto
Curitiba – PR

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E obrigado pela amizade!


FÉRIAS 16

férias da catequese:

hora
de avaliar a
caminhada
Por João Melo

Q
uando era criança, lembro que no fim do mês de novembro,
para o comecinho do mês de dezembro, minha catequista
nos dava férias dos encontros de catequese, mas não
deixava de repetir: “Gente, vocês estão de férias da catequese,
mas não de Deus!”. Nas missas dos domingos seguintes e
nas celebrações de Natal e Santa Mãe de Deus no Ano Novo,
ela estava na comunidade também. Muitas comunidades
paroquiais pelo Brasil afora nesse período suspendem os
encontros de catequese. É bem verdade que em alguns lugares
há apresentações de Natal com encenações, corais, novenas de
Natal com a comunidade reunida e nas casas das famílias, além
de uma imensidão de outras propostas e iniciativas válidas para
viver bem o tempo do Natal. Entretanto, para os catequistas,
além de uma pausa restauradora nas atividades, esse tempo é
propício para avaliação, planejamento e formação.
17

Antes de PLANEJAR ou propor


momentos FORMATIVOS é preciso
AVALIAR a caminhada!
Avaliar é sempre o primeiro passo. Feito O método dos três “Q” é proveitoso e
isso, eu e o meu grupo de catequese pode ser usado na avaliação de qualquer
teremos condições de pensar melhor o que pastoral ou grupo que queria rever a
estamos fazendo e as melhores maneiras caminhada feita até agora.
de atingir o nosso objetivo que, no caso
da catequese, é sempre fazer discípulos UM MÉTODO AVALIATIVO
missionários de Jesus Cristo. A necessidade aPROFUNDADO
da formação também nasce dessa reflexão,
pois é no processo de avaliação que o grupo Apresentamos a você um método
dá-se conta dos pontos que precisa corrigir, de avaliação que pretende ser mais
aprimorar e aprofundar. comprometido com a prática da catequese
Uma maneira fácil e prática de fazer uma e que pode ser muito vantajoso na hora
avaliação é usando o método dos três “Q”: em que o grupo for planejar ou pensar
em uma proposta de formação para os
• QUE BOM! Consiste em apontar catequistas. É importante que o grupo
os pontos positivos, as conquistas e o que todo participe e responda às questões
deu certo durante o ano e partilhar com individualmente e com honestidade.
todo o grupo.
• QUE PENA! Consiste em CLIQUE AQUI PARA BAIXAR AS
apontar os aspectos pouco proveitosos, QUESTÕES DA AVALIAÇÃO DA
os episódios e propostas que não CATEQUESE PAROQUIAL
aconteceram como esperado e precisam
ser repensados ou superados para o
próximo ano. Depois que todos responderam às
• QUE TAL? Consiste em sugerir questões, as respostas são partilhadas
o novo. Aqui, já é planejamento! Trata-se pelo grupo. Em seguida, os catequistas
de decidir em repetir ou não aquilo que fazem o estudo dos comentários a cada
deu certo, repensar o que precisa ser questão e, então, podem priorizar o
melhorado e propor outras ideias que planejamento e a formação sobre aquilo
pareçam convenientes para a catequese que lhes parece mais importante no
paroquial. momento. O importante é reunir todo
mundo para uma boa conversa sobre a
catequese da paróquia!
18

PARA O ESTUDO DAS


QUESTÕES DE AVALIAÇÃO
1) Você dá seus encontros 2) Na sua comunidade os
de catequese sozinho ou em catequistas se reúnem? Com
equipe? que frequência?
a) Sozinho a) Sim b) Não
b) Em dupla Se sim, qual a frequência?
c) Em equipe “Onde dois ou mais estiverem reunidos
em Meu nome, Eu estarei entre vós.”
“Jesus enviou seus discípulos dois a
(Mt 18,20)
dois.” (cf. Mc 6,7)
As reuniões ajudam para que o grupo
Dois pensam melhor do que um e dois
seja, como o próprio nome já diz, um
fazem muito mais do que um! Não é bom
grupo de catequese. Essas reuniões
que o catequista esteja só. Se um faltar,
servem para planejamento, preparar
o outro está a postos. A dupla ou grupo
encontros, partilhar experiências, avaliar
de catequistas precisa estar em sintonia,
as atividades feitas, etc. É fundamental
saber cultivar a comunhão no grupo.
que os catequistas estejam, ao menos em
Isso significa preparar os encontros
parte, tratando dos mesmos conteúdos e
juntos, dividir as tarefas e funções,
conduzindo os encontros da mesma forma.
nada de “você faz a oração inicial e eu o
As reuniões servem para organizar essas
restante”. Não é bom também que haja
questões. Temos que nos perguntar: nessas
uma hierarquia em que um é catequista
reuniões tratamos de quais assuntos? Ou,
e o outro é só “auxiliar”. Todos são
ainda: Por que não nos reunimos? O que
catequistas, mesmo aqueles que estão
nos impede? O ideal seria que o grupo se
vivendo uma etapa de experiência inicial.
reunisse ao menos uma vez no mês.
Muita gente para o mesmo grupo de
iniciandos pode atrapalhar, mas não
podemos perder de vista que o catequista
não é uma ilha isolada, a comunhão com
os outros é essencial!
19

3) Quanto tempo dura o seu 4) Qual é a faixa etária dos


encontro de catequese? seus iniciandos?
“Para tudo há um tempo, para cada coisa “Jesus ia crescendo em sabedoria, em
há um momento debaixo dos céus.” (Ecl estatura e em graça, diante de Deus e
3,1) dos homens.” (Lc 2, 52)
A duração do encontro de catequese É evidente que aqui temos uma questão
depende muito do que se faz nele. Não séria, talvez uma das mais urgentes que
há um tempo ideal. A nossa preocupação precisa ser revista! A catequese precisa
não deve ser exatamente com o tempo respeitar as idades e a maturidade de
que se gasta com os encontros, mas como crianças, jovens e adultos para que
se gasta esse tempo. É verdade que para eles possam desenvolver o seu próprio
que um encontro seja desenvolvido dentro crescimento de fé. A catequese fala a
do método VER – ILUMINAR – AGIR - linguagem da criança, do adolescente,
CELEBRAR, por exemplo, uma hora e meia, do adulto e por isso os evangeliza e os
no mínimo, é necessária. ajuda a aprofundar a fé. Nesse sentido,
crianças e adolescentes de 7 a 13 ou 8 a
14 anos na mesma turma são um problema
extremamente preocupante!

Por uma catequese conforme as idades:


Nossa catequese, ao contrário do
que muitos pensam, não é somente a
preparação de crianças para a Eucaristia.
A catequese compreende toda a educação
da fé de todos aqueles que buscam
o Batismo para si ou para outros, de
adultos, jovens e crianças que estão
sendo, de alguma forma, catequizados
e que participarão da mesa eucarística
ou receberão a Crisma. Também há
aqueles que se preparam para celebrar
o sacramento do Matrimônio e tantos
outros que participam das mais diversas
20

iniciativas de educação da fé presentes o grupo de adultos está se preparando


em nossas comunidades. Todos esses para a Crisma? Onde “encaixá-los” na
estão dentro do processo de catequese. catequese? Não há necessidade de
A Igreja no Brasil se esforça para improvisos! O Diretório Nacional de
que a catequese deixe de ser apenas Catequese é claro nos números 180 a
“sacramentalista” para ser uma catequese 200 e lá diz: “A catequese conforme as
de mensagem, que fale para a vida de idades é uma exigência essencial”, sendo
quem é catequizado. Na prática isso assim, que cada iniciando seja inserido
significa deixar de acentuar somente a em grupos conforme a sua idade. O jovem
dimensão de preparação dos sacramentos do caso acima, em idade de Crisma, não
e levar em consideração a pessoa em sua havendo turma de jovens iniciandos
totalidade. Isso quer dizer que inclusive ao Batismo e Eucaristia, participa no
alguns critérios para a organização de grupo de crismandos e celebra todos os
nossas turmas precisam “estar em alta” sacramentos conforme sua maturidade
mais que outros, dentre eles destacamos e no tempo adequado. O mesmo para o
a catequese conforme as idades. Hoje, adulto, pois, inclusive, a catequese de
na maior parte das comunidades temos adultos deve prepará-lo para celebrar
turmas de 1ª Eucaristia, de Crisma, todos os sacramentos da iniciação
algumas de perseverança e raramente (Batismo, Eucaristia e Confirmação),
outras modalidades de catequese e as conforme nos orienta o Ritual da iniciação
organizamos segundo o critério dos cristã de adultos. Certamente que
sacramentos (quem está se preparando “agrupar” iniciandos, das mais diversas
para 1ª Eucaristia fica na turma de quem etapas segundo as suas idades, não
vai se preparar para 1ª Eucaristia, etc.). resolverá todas as dificuldades que temos
Critério válido, mas que precisa ceder em nossa catequese, mas é, sem dúvida,
lugar a outro ainda mais importante: um grande passo para uma catequese
o critério das idades. O que fazer com mais encarnada na realidade, uma vez
um jovem que em idade de Crisma não que os catequistas façam a adequação da
é sequer batizado? O que fazer com um linguagem utilizada durante os encontros
adulto que não recebeu a Eucaristia, mas à faixa etária do grupo.
21

O critério das idades


precisa ser levado
• 17 a 18 anos:
mais em conta do Esta já é a fase da juventude propriamente
dita. Independente do sacramento que
que a divisão por estejam se preparando para receber, não
sacramentos “ainda havendo um grupo específico para essa
não recebidos”. faixa etária eles devem ser inseridos
no grupo de catequese com adultos ou,
Eis um exemplo de
dependendo da maturidade do jovem, no
organização: grupo de catequese de Crisma;

• 7 a 8 anos: • 18 a 59 anos
Catequese de 1 ª Eucaristia para crianças
nessa idade (diferente de pré-catequese), aproximadamente:
supõe-se a fase da alfabetização; Independente do sacramento que estão
se preparando para receber, devem ser
• 9 a 10 anos: inseridos no grupo de catequese com
Catequese de 1 ª Eucaristia para crianças adultos;
nessa idade; é a fase tradicional para esse
tipo de catequese;
• 60 anos em diante:
• 11 a 13 anos: Catequese com idosos. Independente do
Catequese de 1 ª Eucaristia para pré- sacramento que estão se preparando para
adolescentes nessa idade; para os que já receber, devem ser inseridos no grupo de
fizeram 1º Eucaristia, sugere-se catequese catequese com idosos; caso não haja o
de “perseverança” e não catequese de grupo, são inseridos na catequese com
confirmação (Crisma); adultos.
O critério mais importante não é o
• 14 a 16 anos: sacramento que se prepara para receber,
Catequese de Crisma. Os jovens ainda não mas, sim, a idade dos iniciandos!
batizados ou que ainda não fizeram 1ª Qualquer mudança deve ocorrer após a
Eucaristia são inseridos nessas mesmas conscientização do grupo de catequistas
turmas de Confirmação e no tempo de que é importante organizar os
oportuno celebrem os outros sacramentos. iniciandos conforme as idades.
Deve-se evitar adolescentes e crianças
nas mesmas turmas, mesmo sendo todos
iniciandos de catequese eucarística;
22

5) A sua turma tem quantos


iniciandos?
“Jesus chamou para junto de Si a
multidão e disse: ‘Ouçam e entendam’.”
(Mt 15,10)
6) Você tem problemas de
O número de iniciandos por turma reflete
o número de catequistas e a demanda indisciplina ou desinteresse
de procura por catequese. Hoje a Igreja
fala da importância de promover uma
dos iniciandos durante os
catequese personalizada, de atendimento
pessoal e de conhecer o iniciando... Ora,
encontros de catequese?
essa atitude só é possível se o catequista
conseguir fazê-la também durante os a) Sim b) Não
encontros de catequese, por essa razão,
o número de iniciandos não pode ser tão “Eu estendo as minhas mãos para um
grande. 15 iniciandos já é um número
muito alto! Sabemos também que muitas
povo desobediente e rebelde.” (Rm 10,21)
vezes a procura por catequese é maior Constata-se, às vezes, falta de motivação,
que o número de catequistas, por isso respeito e educação. Crianças que não
as turmas ficam repletas. É importante, sabem obedecer, adolescentes e jovens
portanto, esforçar-se por aumentar o que se comportam de forma desrespeitosa
número de catequistas e melhor dividir o e até adultos irreverentes que parecem
número dos iniciandos. Mas, um iniciando não conhecer o valor do sagrado. A tudo
não deve ser impedido de começar a isso chamamos indisciplina. A catequese
catequese porque uma turma já estar ajudará a uma convivência mais sadia.
“cheia”, a comunidade precisa estar atenta
àqueles que podem ajudar na catequese. Muitas vezes a falta de motivação é
causada pela obrigação à catequese.
Nesse caso, o catequista precisa de
simpatia e ser claro nos assuntos que
expõe. Além disso, em todos os casos é
bom conhecer o iniciando pelo nome,
visitá-lo, cumprimentar pela rua e
conversar com ele em outros momentos
fora da catequese. Também é importante
preparar os encontros fazendo a ligação
dos temas com a vida deles, de modo que
aprendam atitudes melhores.
23

O jeito do catequista de ser simpático


é diferente de mimar. É preciso estar
atento também para não ser “violento”
no modo de falar. O catequista não é
alguém que fica gritando, mas sabe falar
firme quando necessário. Há iniciandos
que passam por problemas em casa, na
escola e, por isso, são violentos, outros são
silenciosos demais ou “do contra”. Embora
seja compreensivo, é preciso mostrar
que não é permitido um comportamento
que atrapalhe o encontro. Converse em 7) Você conhece a
particular e dê certo gelo nos “estrelistas”
que fazem tudo para chamar a atenção. maior parte dos pais ou
O mal-educado repreenda-o com firmeza, responsáveis de seus
mas com educação. É preciso “pegar no
pé” e corrigi-lo todas as vezes que ele iniciandos crianças ou jovens
apresentar um comportamento ruim,
demonstrando a sua insatisfação com
ou, ainda, os familiares de
essa atitude! Com o violento é preciso seus iniciandos adultos?
ficar bravo e não permitir agressões.
Converse com o agressor á parte, não
exerça “proteção” ao mais fraco e estimule a) Sim b) Não
o perdão e a reconciliação. Com os
engraçadinhos ganhe a sua confiança e sua “Imediatamente ele foi batizado junto
simpatia, converse em particular. Ao mal- com toda a sua família.” (At 16,33)
intencionado (aquele que faz brincadeiras
maldosas) diga que suas “brincadeiras” não Acontece que pais, familiares e
são engraçadas ou sequer boas, deve-se responsáveis aparecem na igreja, vão à
mantê-lo perto e isolá-lo do grupo por um Missa e nós nem sequer sabemos quem
tempo, se for necessário. Se o problema são eles, como se chamam, não vamos
persistir, converse com o padre e com os até lá cumprimentá-los, perguntar se está
pais, peça ajuda. tudo bem. Acabamos por cultivar uma
relação fria e distante, portanto, estéril.
O valor do sagrado, o senso religioso é
despertado pela prática da oração e de
momentos celebrativos que proporcionem
uma experiência de espiritualidade
adequada.
24

8) Você já visitou os seus 9) Você prepara o seu


iniciandos? encontro de catequese com
antecedência?
a) Sim b) Não
“Zaqueu, desce depressa, porque é
a) Sim b) Não
preciso que eu fique hoje em sua casa.”
“Os discípulos fizeram como Jesus
(Lc 19,5)
mandou e prepararam a ceia pascal.”
As visitas são fundamentais para criar (Mt 26,19)
laços com os iniciandos e suas famílias.
Elas são um “aproximar-se” e uma maneira Improviso só atrapalha! E não me venha
de mudar a relação de pais-responsáveis com aquela que o Espírito Santo é
com o catequista como professor que vai te ajudar na hora do encontro
(normalmente os pais e responsáveis agem soprando no seu ouvido tudo que Ele
e fazem perguntas como se estivessem quer que você diga... Não é assim que
falando com um professor da escola funciona! Primeiro, é preciso pedir as
de seus filhos – querem saber se eles luzes do Espírito Santo, é verdade! Mas,
se comportaram, se estão aprendendo, na hora de preparar o encontro. Confira o
quando terão... ”aula”, etc.). O catequista planejamento que o grupo de catequistas
passa a conhecê-los e as ser amigo deles fez e depois estabeleça o objetivo do
para que a família do iniciando seja sua encontro de acordo com o tema que vai
aliada na evangelização deste. Para os ser tratado. Leia os textos bíblicos, os
mais velhos, visitar é sinal de intimidade de apoio, as partes dos subsídios ou dos
e de amizade. O catequista que não for livros de catequese que pretende usar
próximo de seus iniciandos dificilmente ou consultar para preparar o encontro.
terá êxito na sua missão evangelizadora. Então, comece a montar o seu encontro!
Pense em tudo o que vai usar, em como
vai propor e desenvolver cada atividade,
no tempo que vai gastar com cada
uma delas, etc. Preparar encontros de
catequese se aprende preparando e
vivendo a experiência dos encontros com
os iniciandos!
25

10) Qual dessas coisas você


já fez ou já usou em sua
catequese?
a ) Filme (vídeo, TV, etc.)
b ) Música
c ) Cantar A habilidade dos catequistas de usar tais
recursos e materiais está mais ligada à
d) Lousa formação prática (oficinas, vivências,
laboratórios, workshops, etc.), que é
e) Cartolina diferente da formação teórica (exposições
f) Passeio sobre conteúdos, doutrina, teorias
metodológicas, etc.). Em outras palavras,
g) Tinta faz-se necessário criar momentos de
formação em que os catequistas usem
h) Celebração da catequese tais recursos e materiais para depois
utilizarem em seus encontros de
i) Dobradura catequese.
j) Lanche comunitário Nessas formações práticas, pode-se
acentuar a dimensão celebrativa da
k) Bíblia catequese – indicada pela inspiração
l) Jogo/brincadeira catecumenal que hoje tanto se discute. As
celebrações próprias para os iniciandos
e mesmo os lanches comunitários, que
“Jesus se pôs a ensinar-lhes muitas não deixam de ser momentos celebrativos
coisas em parábolas.” (Mc 4,2) também, são vivências que contribuem
para que os iniciandos criem gosto pela
Dentre as razões que justificam o uso ou o celebração maior, a Missa.
não uso desses materiais estão os recursos
que a comunidade oferece, as condições Quanto ao uso da Bíblia na catequese,
financeiras, as habilidades desenvolvidas é bom lembrar que o método da leitura
pelos catequistas, a inclusão de tais orante – lectio divina – muito ajudará os
recursos ou atividades na preparação dos iniciandos a se aproximarem da Sagrada
encontros, etc. Escritura!
26

11) Você é catequista faz


quanto tempo?
“Eis me aqui, envia-me Senhor.” (Is 6,8)
O tempo de catequista do grupo mostra se
o grupo é estável e experiente. Da mesma
forma, é sempre bom que haja um número
expressivo de catequistas que começaram
recentemente, pois são principalmente
eles que renovam o grupo e mostram
a sua vitalidade! Quando o tempo de
catequista é extremamente pequeno,
percebe-se uma rotatividade no ministério
da catequese, o que não é positivo e
pode ter vários motivos. Isso pode ser
contido pela valorização dos catequistas
pela comunidade. Celebrar com grande
alegria o Dia do Catequista é uma ótima
sugestão! Por outro lado, é importante
mostrar aos catequistas mais antigos que
há sempre uma constante evolução no
modo de pensar a catequese e que certas
“atualizações” são necessárias, como a
recente discussão sobre a catequese de
inspiração catecumenal. Um bom grupo
é um grupo equilibrado de catequistas
mais experientes e outros mais novos no
ministério.
27

12) Quais os maiores “No mundo tereis aflições. Mas tende


coragem! Eu venci o mundo.” (Jo 16, 33)
desafios que você enfrenta A ausência dos iniciandos nas Missas.
na sua catequese? Para muitos catequistas, esse é o maior
desafio, pois é o “cume” do processo
catequético. Se as crianças, jovens e
a) As crianças faltam aos adultos não participam das celebrações
enquanto iniciandos, quem pode supor
encontros de catequese. que participarão quando terminarem a
b) As crianças não catequese de iniciação?
Com essa preocupação, muitos catequistas
participam da Missa. têm quase que uma “neurose obsessiva”
c) Os pais não apoiam a de que os iniciandos tem que participar
das Missas e por isso cobram a presença
catequese. deles, “pegam no pé” e repetem várias
vezes o anúncio de que “quem não vem
d) Falta apoio do padre e da à Missa não recebe o sacramento”... Ir
à Missa torna-se obrigação como dever
comunidade. imposto. Por mais que haja boa intenção
e) Catequistas nessa atitude, o máximo que o catequista
conseguirá com isso é arrastar alguns
despreparados. iniciandos que participarão das celebrações
por pura obrigação e criarão uma aversão
f) Material da catequese é à celebração porque não entendem, não
celebram, não participam e não vivem
ruim. o mistério que ali se dá! Só sabem que
tem que estar lá para cumprir com uma
obrigação imposta pelo catequista como
condição para o sacramento. E depois
muitos de nós achamos estranho quando,
terminada a catequese de iniciação, eles
vão embora e raramente voltam... Mas,
essa ausência é fruto de uma série de
outras questões que devemos levar em
consideração. Uma delas é a dimensão
celebrativa da catequese.
28

A ausência de uma catequese litúrgica não iniciamos nossas crianças, jovens e


tem esvaziado a celebração cristã. Refletir adultos à celebração, ou seja, eles não
sobre essa questão ajuda a entender o são educados na fé para e pela liturgia. De
porquê de jovens, crianças e também fato, não adianta trocar o nome de “aula”
adultos, depois de participarem da de catequese para encontro e continuar
catequese e receberem os sacramentos, fazendo as mesmas coisas. Muitas vezes
distanciam-se da Igreja. Afinal, não nos limitamos com encaixes de momentos
foram eles iniciados na fé? Não foram de oração e celebração, sem ainda uma
eles “preparados” para serem autênticos relação entre fé-vida. Só boa vontade
cristãos e participarem dos sacramentos? não basta! Participar das celebrações da
Então, por que se afastam da Igreja? Igreja, de modo particular da Missa, deve
É evidente que a questão é complexa, ser algo prazeroso. O catequista precisa
portanto, a resposta também não é aprender a usar os símbolos sagrados,
assim tão simples, há diversos fatores conhecer os ritos, saber conduzir
que influenciam. Mas, não se pode encenações, Evangelho dialogado, lectio
desconsiderar o fato de que as nossas divina, pequenas procissões litúrgicas,
catequeses serem mais “aulas” do que celebrações em conjunto, celebrações
encontros é fator agravante, uma vez que da Palavra, a cantar, dançar, realizar
29

oficina e momentos de oração, adoração O Iniciando “turista”, ou seja, aquele que


ao santíssimo, de louvor, de penitência... aparece de vez em quando, o catequista
Explorar o uso de símbolos como a recebe com alegria e demonstra que ela
luz, fogo, pão, chinelo-sandália, cinza, fez falta, pergunta se aconteceu alguma
incenso, elementos do ano litúrgico, as coisa para que ele estivesse faltando, se
cores litúrgicas, lavar as mãos, caminhar, está tudo bem, etc. Talvez seja necessário
aspergir, imposição das mãos, cânticos conversar em particular.
com gestos, cruz erguida, gestos e
posições do corpo, gestos com as mãos, Não negligencie a administração dos
valorização e significação dos gestos sacramentos, considerando esses
(estar de pé, sentado, ajoelhado, andando, iniciandos “turistas” ou “faltantes” prontos
inclinado), tudo isso cria significação do para celebrar os sacramentos. É preciso
que é celebrar, de modo que os iniciandos deixar claro, desde o início do processo
têm maior contato com o sagrado, o de catequese, que é participando dos
mistério da fé e são assim introduzidos encontros e das celebrações que se é
para a celebração maior, a Missa. O RICA preparado para receber os sacramentos;
(ritual da iniciação cristã de adultos) se isso não ocorre, os sacramentos ficam
sugere um itinerário litúrgico que deve para quando a catequese estiver sendo
inspirar qualquer processo de catequese. levada a sério.
O que podemos fazer para tornar nossa No caso de crianças e jovens, a
catequese mais celebrativa? proximidade dos pais e responsáveis é aqui
É nossa missão promover uma catequese novamente necessária. Se o catequista
litúrgica (e isso significa tornar os os conhece e já os visitou tem uma
nossos encontros de catequese mais possibilidade maior de aproximar-se deles
celebrativos e orantes) e celebrações e ver o que está acontecendo para que o
catequéticas (momentos específicos na iniciando esteja faltando aos encontros.
vida da comunidade em que os iniciandos O catequista pode visitar a casa dos
e catequistas sejam protagonistas; ex.: iniciandos “faltantes”, mas também
funções específicas nas celebrações, precisa valorizar os que participam
os ritos de passagem que marcam o assiduamente dos encontros.
itinerário da catequese de inspiração
catecumenal, etc.). A grande questão que o catequista precisa
fazer é: por que meus iniciandos estão
Outro fator que contribui para que as faltando aos encontros? Pode ser que a
crianças, adolescentes e jovens não resposta seja simplesmente porque eu
participem da celebração é a ausência de preciso promover encontros de catequese
seus pais e responsáveis nelas – por isso mais dinamizados para que meus
a necessária proximidade do catequista iniciandos gostem de participar.
junto à família.
Outro grande desafio que atinge
Outro grande desafio é a frequente falta diretamente os catequistas de crianças
dos iniciandos aos encontros de catequese.
30

e adolescentes, mas também de vários


jovens, é o fato de que muitos pais,
familiares e responsáveis não apoiam a
catequese. Vários catequistas apontam
isso como um dos maiores desafios! Pela
minha experiência, a maioria que diz isso,
porém, nunca visitou seus iniciandos em
suas casas e boa parte ainda não conhece
os pais e responsáveis pelos iniciandos. Os
problemas estão interligados. Muitos pais
não se importam com a catequese. Colocam
seus filhos lá por tradição, porque alguém
indicou, para que a criança “dê sossego em
casa”, etc. Os catequistas podem ajudá-
los na conscientização de seu papel como
aqueles que são também responsáveis pela
evangelização de seus filhos.
atitude de aprimoramento. Todos precisam
Uma boa iniciativa são os chamados com humildade perceber que estamos
encontros de pais (diferentes de reunião sempre em formação. Ninguém está feito,
de pais – no estilo reunião de pais e formado, acabado, há sempre mais o que
mestre da escola). Neles não se reúne para aprender. Valorizar a experiência dos
discutir comportamento, aprendizagem, mais velhos, o conhecimento de outros
etc. Reúne-se para um momento de membros do grupo de catequistas que
formação e convivência. Contato com as pode ser partilhado com os demais, é sinal
Sagradas Escrituras e temas que dizem de maturidade do grupo.
respeito à educação da fé e aos valores da
família. Outras propostas, como festa das Só boa vontade não faz a catequese
famílias, momentos de oração familiar, acontecer. As lideranças da comunidade
também ajudar a superar essa lacuna. precisam estar atentas às situações em
Entretanto, as visitas são ainda a melhor que só a disponibilidade, não aliada às
e mais eficiente maneira de aproximar-se condições mínimas ou à falta de interesse
dos pais para ganhar seu apoio, confiança por formar-se, é a postura de alguns
e amizade. O catequista precisa esforçar- catequistas que precisam ser orientados.
se para tal atitude. Material didático ruim é outro desafio.
Outro desafio: catequistas despreparados. Atualmente há muitos materiais bons e
As formações e as reuniões do grupo outros nem tanto assim... Grande parte
de catequistas são caminhos para segue o estilo catecumenal e propõe
solucionar esse problema. Esse é um celebrações de acordo com o RICA (ritual
desafio que deve ser enfrentado por toda de iniciação cristã de adultos). Um
a comunidade, particularmente pelo bom material contempla os conteúdos
grupo de catequistas em comunhão e em essenciais da fé, ou seja, o símbolo, os
31

sacramentos, os mandamentos, o pai-


nosso e a história da Salvação (Primeiro
Testamento, Segundo Testamento e
história da Igreja nascente), tendo como
centro o Mistério Pascal.
Porém, os materiais didáticos não são
como receita de bolo. “Você segue o
esquema e está tudo certo”, não! Eles
são materiais de apoio... Precisam ser
adaptados, revistos e adequados à
realidade de cada turma. Se não forem
usados com cautela, ao invés de ajudarem
no processo de catequese vão acabar por
atrapalhar os encontros.
A falta do apoio do padre e/ou da
comunidade é ainda outro desafio. É
muito triste quando uma comunidade
ou um padre não apoia a catequese...
Quando o desafio for só um deles (ou só
a comunidade ou só o padre), o melhor
a fazer é pedir ajuda à outra parte para
despertar na comunidade ou no padre
o interesse pela catequese. Não é uma
situação fácil, principalmente quando o
apoio não vem das duas partes. Porém, os
catequistas não devem também agir como
quem espera um milagre, uma “atenção” ou
que façam algo que pode até estar dentro
do alcance deles. Uma atitude passiva,
apática não ajuda em nada! O negócio João Melo
é “pôr as mãos à obra” e com educação
procurar a comunidade ou o padre e dizer Seminarista da Arquidiocese
que sentem muito por não perceberem de São Paulo. Especialista em
o apoio deles à causa da catequese da Catequese pelo UNISALSP
comunidade. O diálogo fraterno é a melhor e acadêmico do curso de
solução para esse problema. Os catequistas pós-graduação em Ensino
precisam manifestar sua vontade de ter a Religioso Escolar pelo mesmo
presença do padre ou da comunidade entre instituto. É membro da
eles e saber pontuar claramente o que Comissão Arquidiocesana de
esperam deles. Animação Bíblico-Catequética
da Arquidiocese de São Paulo.
CRISMA 32
34

M otivar jovens a ler hoje em dia não é tarefa fácil.


Estamos em uma mudança muito forte de paradigmas
e de época. Se antes ler era fundamental, hoje o é
ainda mais. Mas a leitura se faz nas telas dos monitores
e está reduzida a poucas letras e a posições superficiais.
Alguns argumentam que estamos na era da liquidez do
conhecimento e das relações. Conheço colegas padres
que dão leituras como forma de penitência... Não sei se
é uma boa forma de desenvolver o gosto pela leitura. O
certo é que hoje as pessoas leem mais do que antes, mas o
suporte não é necessariamente o papel. Aqui temos muitas
iniciativas para os jovens, especialmente no campo bíblico.
Há sites que colocaram todo o conteúdo da Bíblia para
consulta, mas ainda é necessário ter uma conexão boa e
uma tela à mão, seja de celular, seja de computador.

Entrevista de Z. Bauman,
sociólogo polonês, sobre
os tempos atuais e a
liquidez das coisas e dos
relacionamentos.

Nos dias anteriores à Jornada Mundial da Juventude no


Brasil, a Editora Ave Maria publicou uma Bíblia católica
do jovem. Iniciativa necessária, visto que já havia várias
SOCIEDADE traduções protestantes endereçadas aos jovens. Desses
BÍBLICA DO trabalhos, o mais significativo parece ser a Bíblia na
BRASIL linguagem de hoje, feita pela Sociedade Bíblica do Brasil.
goo.gl/NTUlgV Mas, há outros trabalhos significativos além desse. Nesse
item, os nossos irmãos protestantes são fenomenais. E nós
precisaríamos aprender com eles.
35

Trabalho com jovens e adolescentes há


anos e via sempre a dificuldade de ler a
Bíblia com eles na catequese de Crisma.
O que eles sempre questionam é a
linguagem pesada e clássica assumida por
muitas traduções bíblicas. Por isso, adotei
como tradução básica a Bíblia pastoral,
que gosto muito e usava na catequese,
feita pela Paulus e agora refeita
totalmente em uma nova tradução. Assim,
agora temos Bíblia pastoral e a Nova Bíblia
pastoral, ambas publicadas pela Paulus
Editora. Posso afirmar que ambas são
boas, pela tradução fiel dos originais e
pela linguagem acessível. O preço também
não é salgado.
Qual não foi a minha surpresa neste ano,
ao passear na Bienal Internacional do
Livro, em São Paulo, e constatar duas
coisas:
• O LANÇAMENTO DA BÍBLIA CATÓLICA
DO JOVEM PELA EDITORA AVE MARIA; Parece que nem tudo está perdido. Pela
imensa multidão de adolescentes se
• A IMENSA MULTIDÃO DE divertindo no passeio da Bienal vemos
ADOLESCENTES VISITANTES DA BIENAL. que eles podem gostar de ler, a partir de
algumas condições:
• SE A LEITURA NÃO FOR OBRIGATÓRIA,
MAS UM LAZER (SIM, TEM ADOLESCENTE
QUE LÊ ALÉM DE FICAR NO FACEBOOK E
NO TWITTER...);
• SE A LINGUAGEM FOR ACESSÍVEL,
ALGO MAIS DENTRO DO VOCABULÁRIO
QUE ELES ENTENDEM;
• SE HOUVER FIGURAS E EXPLICAÇÕES
(ELES GOSTAM DE LER MANGÁS E
OUTROS TEXTOS AUTOEXPLICATIVOS);
Apresentação da Bíblia
Católica do jovem para • SE A LEITURA FOR INTERESSANTE
a JMJ 2013 (MOTIVAÇÃO É TUDO PARA COMEÇAR).
36

Por isso, fiquei empolgado quando vi


e comprei a Bíblia católica do jovem:
creio que a leitura da Bíblia ainda tem
futuro em nossas comunidades. Se antes
as comunidades foram educadas por GOOGLE PLAY
milhares de minicursos sobre a Bíblia play.google.com
e isso incentivou o amor à Palavra de
Deus em nossas comunidades de base,
hoje precisamos de outros instrumentos,
porque a realidade é outra: em 20 anos
a sociedade mudou muito e não adianta
ficar se lamentando...
Há muitos aplicativos de celular que LECTIONAUTAS
ajudam a levar a Bíblia consigo e isso os goo.gl/XraEvf
jovens sabem muito bem. Basta dar uma
vasculhada no Google Play e ver as opções
grátis que há. Aí encontramos também
aplicativos, livros e filmes. Há ainda a
página Lectionautas, que pode ajudar
muito com a leitura orante da Bíblia. Já
falamos dela em artigo anterior.

Quero aqui comentar alguns pontos


que creio que poderão ajudar o
adolescente a se familiarizar
mais com a leitura bíblica.
Quero comentar apenas os
principais aspectos que
devem ter algum futuro
com os adolescentes e
os jovens de hoje:
37

Ilustrações
A linguagem do século XXI é a imagem.
Toda a atual comunicação é baseada
na imagética, que é a ciência da
comunicação pela imagem. A linguística
tem se dedicado muito a ler e interpretar
a imagem e suas relações com o texto e
conosco. M. Bakhtin, filósofo e linguista
russo do século XX, ajuda muito nessa
empreitada.
Se Gutenberg, no século XV, inventou
a escrita tipográfica impressa e
revolucionou a leitura e a escrita do seu MIKHAIL BAKHTIN
tempo, a atual revolução da internet é goo.gl/wKRVZX
reinventar a escrita por meio de uma
grafia da imagem. Esse é o problema
que muitos não entendem e em que os
adolescentes estão mergulhados até o
pescoço. A grafia e a leitura hoje se fazem
pelo desenho (da letra e dos ícones) e
não pelas letras em separado, para o
bem e para o mal... Assim, as ilustrações
não têm apenas a função de decorar um
texto, mas interagem com ele, deixando-o
mais dinâmico e mais leve, permitindo
uma compreensão menos racional e mais
indutiva do conteúdo.

JOHANNES GUTENBERG
goo.gl/V1FjZV
38

Sabia que...?
Muitos catequistas não fazem isso ou
Conheço poucas pessoas imunes à porque tem uma visão muito autoritária
curiosidade. Algumas se deixam levar (basta ensinar e exigir que aprendam)
pela curiosidade mórbida da vida ou porque creem que a visão católica é
dos outros: eis a pessoa fofoqueira. defeituosa ou ruim. Essa visão negativa
A atual sociedade usa e abusa dessa precisa ser combatida também entre nós,
curiosidade para vender informações, porque só ouvimos professores e pessoas
seja no Facebook ou no marketing. Os mal-intencionadas falando mal da Igreja
adolescentes não estão imunes a essa Católica. Coloquei aqui um vídeo pequeno
curiosidade e trabalhar com ela para mostrando uma visão positiva da Igreja. É
despertar o desejo de saber mais sobre preciso ter curiosidade e também ter amor.
a Bíblia sempre ajuda. Naturalmente A sessão VOCÊ SABIA QUE...? pode ajudar
curioso, a ciência tem se valido dessa nessa tarefa de desenvolver a curiosidade e
virtude do ser humano para despertar de despertar o gosto pela Palavra de Deus.
novos cientistas. Precisamos, nós da
catequese, saber despertar o desejo
m:
dos adolescentes em saber mais sobre a
ó l i c o s regresse
Cat .
Bíblia e sobre a religião, especialmente a
íd e o le gendado
visão católica. v
39

Caderno inicial
O texto bíblico só começa na página
64. Até aí há uma avalanche de
textos, desenhos, tabelas e notas Caderno final
complementares ajudando quem quer
se introduzir à Bíblia a se situar nesse Depois do Apocalipse, o texto bíblico
contexto. Tudo ricamente ilustrado em propriamente dito acaba na página
tons de cinza. Incluem-se aí tabelas da 1.807; a partir da página 1.808 até
formação das escrituras e do tempo de a 1.920 a Bíblia funciona como uma
aparecimento de cada livro, segundo as espécie de agenda adolescente, com
últimas informações da exegese e da um rico vocabulário bíblico, com atos e
história. Há também muitas perguntas ensinamentos principais, com uma lista
respondidas, com as respostas: uma bem feita dos milagres – parábolas e
espécie de site de ajuda (FAQ = frequently ensinamentos de Jesus. Acrescente-se,
asked questions) antes de se entrar na ainda, um índice dos comentários para fé
leitura propriamente dita. Creio que isso e vida dos personagens e da perspectiva
ajuda o leitor iniciante a ser introduzido católica. Tudo muito organizado, fácil
no texto sagrado. e ilustrado. E com conteúdo bem
interessante na perspectiva jovem. Para
Depois, durante todo o texto, há inúmeras quem quiser se aprofundar há uma tabela
caixas de texto respondendo a perguntas, com as bases bíblicas dos sacramentos e
fazendo comentários ou mesmo ciclos de leitura dominical dos anos A, B e
esclarecendo algum ponto. Há mesmo C. E um plano temático de leitura bíblica.
umas caixas recorrentes que se chamam
VIVA A PALAVRA (com perspectiva mais
espiritual), REFLITA (ponto de vista Íntegra do discurso do Papa
mais teológico-popular) e PERSPECTIVA Francisco na Academia de
CATÓLICA (esclarecendo temas como Ciências do Vaticano.
o domingo com dia de culto e o pecado goo.gl/eqdeOt
original). Há ainda COMPREENDA OS
Notícia veiculada nos jornais.
SÍMBOLOS (esclarecendo sobre o altar,
goo.gl/F4192o
por exemplo) e APRESENTAMOS A
VOCÊ... (dando uma perspectiva geral de
um personagem). Tudo isso ajuda o leitor
curioso a se dedicar mais à leitura do
texto bíblico e funciona como a abertura
de uma janela em um site, que esclarece
ou ilustra algo mais antigo e menos fácil.
40

Muitas
possibilidades
As sessões REFLITA, PLANOS DE LEITURA
e ÍNDICES são também boas pedidas para
saber mais. Porém, creio que a melhor parte Há uma discussão sobre o
mesmo está da página 1.905 até a 1.913, termo correto, inculturação ou
onde há um colorido e ilustrativo quadro enculturação. Quem tem que
simplificado comparando a história da dar o parecer é a gramática e a
Salvação, as atividades literárias (escritas filologia. Em todo caso, quando
dos livros bíblicos), a história das culturas se usa esse termo se quer
bíblicas e asiáticas e as cultura americanas. dizer de uma evangelização
Isso faz com que o jovem entenda onde que desceu ao chão da cultura
está a escrita da Bíblia, comparando-a que se trabalha e que gerou
com a formação do sistema solar, com a uma forma própria de se ler
história da China e com as civilizações pré- e viver o Evangelho de Jesus
colombianas da América. Assim, integram- Cristo. As primeiras formas
se ciência e fé, no melhor estilo do discurso de enculturação foram feitas
do Papa Francisco sobre o tema. pelos evangelistas e o fato de
haver quatro Evangelhos (e não
Há ainda um guia na página 1.914, apenas um) não é ingênuo e faz
intitulado MINHA HISTÓRIA PESSOAL E parte da Revelação do mistério
COMUNITARIA É HISTÓRIA DA SALVAÇÃO, de Cristo como revelação do Pai.
em que passagens essenciais da Bíblia são
ligadas de forma existencial com a vida do
jovem hoje. Isso pode ajudar a inserir a fé
na vida de forma personalizada e leve.
Por todas as coisas anteriores, acredito
que esse seria um presente de Natal
muito interessante para um jovem
crismando ou que acabou de realizar
uma parte de sua catequese. O preço (por
volta dos R$ 65,00) não é mais salgado
do que um perfume ou uma camiseta...
e dura bem mais! Acompanha uma fase
importante da vida.
41

Jovens carismáticos e membros da PJ


também têm muito a ganhar na leitura e
na utilização desse texto em grupos de
reflexão, em cursos ou em retiros para
jovens. No final do texto, preciso dar os
parabéns à equipe editorial da Editora
Ave Maria e aos padres claretianos,
detentores da propriedade da editora,
pela iniciativa em traduzir e adaptar esse
texto do The catholic youth Bible, dos
Estados Unidos, e presentear o leitor
jovem brasileiro que precisa de algo mais
adaptado à sua realidade.
Tem muita gente, entre nós católicos,
que acha que se deve apenas pregar a
doutrina e a religião e tudo está feito.
Ledo engano, a enculturação da fé é
necessária e temos séculos de história
dizendo que ela é positiva. Só para citar
dois exemplos próximos de nós: vocês Pe. Dr. Paulo F. Dalla-Déa
acham mesmo coincidência que a face de Padre diocesano, palestrante, pós-doutor
Maria de Guadalupe seja de uma indígena em ciências da religião, doutor em educação
e que a face de Maria Aparecida seja e religião pela Escola Superior de Teologia
negra? Nossa Senhora, Mãe de Jesus e (EST) de São Leopoldo-RS, mestre em teologia
primeira catequista, já sabia da força que pastoral pela Pontifícia Faculdade Nossa
tem um evangelho que chega pela via da Senhora da Assunção, em São Paulo, com
emoção. Nossa Senhora de Guadalupe, especialização em catequese de crisma.
rogai por nós! Nossa Senhora Aparecida, Trabalha há mais de 20 anos com pastoral da
protegei nossos jovens e dai-lhes gosto juventude e catequese de crisma. É membro
pela Palavra de Deus! da Sociedade de Teologia e Ciências da
Religião (SOTER) e da Sociedade Brasileira de
Catequetas.

Contato para palestras, retiros e formação


com catequistas: (014) 98149-7561 ou
pepaulo.fernando@gmail.com
CATEQUESE INCLUSIVA 42

O Advento
à luz do nascimento
do catequizando com
deficiência
Por Thaís Rufatto dos Santos
43

N
o tempo do Advento, a Igreja espera A ansiedade presente nesse catequista,
o nascimento do Menino Jesus. Essa somado aos mesmos sentimentos
mesma espera ocorre durante os vivenciados pelos pais da criança com
nove meses quando uma mãe aguarda a deficiência, comumente gera o seu
chegada de um(a) filho(a), seja ele(a) com questionamento vocacional para Deus,
ou sem deficiência. indagando-O sobre o motivo pelo qual ela
recebeu essa criança com determinada
Da mesma maneira que o Anjo Gabriel deficiência em sua sala de catequese e
disse a Nossa Senhora que ela seria a mãe o que havia feito para Deus para receber
do Salvador, ela sem questionar o anjo uma criança nessa situação em sua sala.
disse “Eis aqui a Serva do Senhor” (Lc
1,38a). O mesmo ocorre quando uma mãe A resposta para esse catequista diante
recebe um filho com deficiência em seu de tais questionamentos está em Jr 1, 5
ventre, ela diz “sim” à vida dessa criança. (“Antes de teu nascimento, Eu já havia
consagrado e havia designado profeta
A mãe, de maneira geral, tem o nascimento das nações”) e, conforme se diz, “Deus
de uma criança comumente cercado por não escolhe os capacitados, mas capacita
expectativas e inúmeras comemorações seus escolhidos”. Essa capacitação está
dos familiares. O anúncio do nascimento inserida em cursos de formação, palestras e
de uma criança com deficiência gera nos buscas literárias voltadas ao assunto sobre
pais inúmeros sentimentos de ansiedade, deficiência. Para esse desafio vocacional
frustração e insegurança relacionados ao catequético o(a) catequista também pode
futuro da criança e sua posterior inclusão embasar-se no aprofundamento da leitura
na sociedade. de Isaías 49,3ª, “Tu és meu servo”.
A família tem grande importância na
realidade dessa criança. É por meio
dela que a criança deficiente se sentirá
segura no que diz respeito ao seu
desenvolvimento e aprendizagem. O
catequista em união com a família da
criança deficiente muito favorecerá
para que ela se sinta de maneira segura
acolhida na catequese e na paróquia. Thaís Rufatto dos Santos
Acolher um catequizando com deficiência Thaís Rufatto dos Santos é Pedagoga,
na sala de catequese de maneira Psicopedagoga, Pós Graduada em Educação
inconsciente faz o catequista seguir o Especial, Consultora em Educação Inclusiva.
modelo de Nossa Senhora, quando Ela Coordenou a Pastoral da Pessoa com
acolheu a mensagem do Anjo Gabriel Deficiência, na Diocese de Santo Amaro - SP. É
anunciando-lhe a chegada de Jesus e sem autora de livros voltados à Catequese Inclusiva.
questioná-lo disse “sim”. Ministra palestras em Paróquias e Dioceses.
Contato: thaisrdossantos@gmail.com
LITURGIA 44

A Mesa da
Palavra e a
da Eucaristia
Uma dupla mesa que é
sempre o mesmo Cristo –
ministério dos leitores
Por Pe. Guillermo/Catequeta
45

“Palavra e Eucaristia se correspondem tão intimamente


que não podem ser compreendidas uma sem a outra: a
Palavra de Deus faz-Se carne, sacramentalmente, no evento
eucarístico. A Eucaristia abre-nos à inteligência da Sagrada
Escritura, como esta, por sua vez, ilumina e explica o
Mistério eucarístico” (cf. BENTO XVI, Verbum Domini, 112).
46

A
teologia litúrgica ensina que a Oliveira de Azevedo, Arcebispo de Belo
celebração eucarística se desenvolve Horizonte: “Nossa Igreja nasce e vive da
numa dupla mesa: a mesa da Eucaristia, assim como é uma Igreja que
Palavra e a mesa da Eucaristia. Ambas nasce e vive da Palavra de Deus. A nossa
estreitamente correlacionadas a ponto de tradição, a nossa experiência eclesial
formar um único ato de culto celebrativo, não permitiria que se fosse numa direção
com um único presidente e uma quase polarizadora. Pelo contrário,
mesma assembleia: Cristo e o povo em isso não nos daria uma força maior,
assembleia celebrante/orante. enriquecedora, enquanto que a Eucaristia
e a Palavra nos sustentam e são para nós,
É fundamental exprimir com claridade indivisíveis”.1
a ligação que existe entre essas duas
mesas. Isto é, a celebração da renovação As duas ações se interligam e se
do memorial pascal do mesmo Senhor em correspondem na mesma celebração,
que primeiro nos fala e a seguir Se nos dá para que o que de fato é litúrgico seja
em nutrimento. Palavras esclarecedoras, também mistagógico; isto é, que essas
a esse respeito, coloca Dom Walmor duas ações, obedecendo ao mandato de

1
Citado por Antônio Damásio Rego Filho, em seu artigo “Presença real de Cristo na Palavra“, em Jornal de Opinião – 29/6-5/7/2009,
Belo Horizonte, p. 11.
Jesus de fazer “isto” em sua memória, consciente e ativa das celebrações,
conduzam a assembleia a entrar em agindo ativamente na vida eclesial.
diálogo íntimo com Deus (1Coríntios Surgem variados grupos de leitores que
11,23-26). com grande zelo se dedicam a exercer
esse bonito ministério como autênticos
Destaquemos alguns sinais sensíveis que proclamadores da Palavra.
nos colocam na “presença” do Mistério,
como uma “certa revelação” do invisível. Nunca se insistiu o bastante sobre a vital
O primeiro é a assembleia celebrante/ importância da celebração da Palavra
orante, reunida no espaço da comunidade na vida da Igreja. Isso é uma pena,
para celebrar a Palavra e a Eucaristia; o porque sabemos que na medida em que
segundo é o presbítero, que, exercendo o povo cristão cresce em profundidade
o seu sacerdócio ministerial, preside as celebrativa, fica mudado pela força
duas ações, celebra com a assembleia e a com que Jesus lhe fala pessoalmente e
serviço dela. Junto da ação do presbítero, renovado com a nutrição da sua presença.
colocamos, entre os mais variados
ministérios, aquele dos leitores. De fato, a Palavra de Deus refletida
no coração dos cristãos começa a
Falando sobre os leitores, é empolgante pulsar uma vida renovada em muitas
perceber que dia a dia cresce o número comunidades cristãs, onde os fiéis,
de leigos e leigas que tomam parte reunidos para as celebrações, preparam-
48

se devotamente para a escuta da Eucarística, em que o pão da Palavra viva


Palavra, especialmente para a escuta do se transforma em pão/corpo do Senhor;
Evangelho de Jesus Cristo, sempre que dessa forma, são duas as mesas, mas um
anunciado com a reverência e o amor que só é o alimento: Jesus Cristo, o Pão da
lhe são devidos. Vida. Orígenes (†254), grande cristão dos
primeiros tempos, afirmava: “Considero
A assembleia celebrante é composta o Evangelho como o corpo de Cristo”, e o
de pessoas que por sua natureza têm grande Agostinho acrescentava: “A boca
inteligência, ouvidos, olhos, tato, de Cristo é o Evangelho: está sentado no
sensibilidade, etc. Queremos dizer, a céu, mas não deixa de falar na terra”.3
respeito das leituras, que “proclamar”
uma leitura não é apenas enunciar Utilizando a metafórica linguagem do
em forma inteligível e coerentemente alimento, podemos dizer que Jesus
as frases. Trata-se de um ato Cristo, o único Pão da Vida, é oferecido
antropologicamente integrativo, que não aos fiéis em duas mesas fartas: a da
atende apenas à inteligência, envolve Palavra de Deus e a do Seu corpo.
todos os sentidos da pessoa humana.
Portanto, devemos cuidar dos vários Os móveis utilizados para oferecer esse
aspectos mediadores da leitura sagrada: pão divino são: o ambão para a Palavra e
som, ambiente, lugar de onde ela se o altar para a Eucaristia. O ambão, isto
proclama, luminosidade, etc. Tudo isso, é, a mesa onde se oferece a Palavra de
claro, estará trabalhado seriamente para Deus como o Pão da Vida, é servido a
evitar a artificialidade, exprimindo com todos como aperitivo, a começar pelas
simplicidade a Palavra proclamada e, leituras da Sagrada Escritura preparando
ao mesmo tempo, desenvolvendo uma o manjar eucarístico.
qualificada capacidade para levar a
assembleia reunida à escuta e ao canto
harmonioso, a fim de que o texto sagrado Pe. Guilhermo
seja dignificado em toda a sua riqueza e Mestre em teologia
peculiaridade.2 bíblica pela Pontifícia
Assim, será fundamental ligar os dois Universidade Urbaniana
ritos celebrados. Primeiramente, o nosso de Roma.
olhar, a nossa atenção e o nosso coração
se voltarão para o ambão, onde o Livro é
aberto e proclamado/oferecido como o
pão da Palavra do Senhor. Nutridos dessa
Palavra, elevaremos a Deus a Oração

2
Cf. JOÃO PAULO II, A Ceia do Senhor, 24/2/1980, nº 10.
3
Cf. Edmar PERON, Mistagogia da Eucaristia. O pão da vida, da mesa da palavra de Deus e da mesa do corpo de Cristo, em Revista de
Liturgia 211, São Paulo, janeiro/fevereiro 2009, 10-11.
TEOLOGIA 50

A
evidência inexorável de que o investigação sobre o homem, pois
universo é antigo, imenso, dinâmico essa busca perpassa a compreensão
e interconectado nos aponta para antropológica e tem necessariamente
uma teologia cristã que não pode ignorar repercussões teológicas.
o modo pelo qual a humanidade de
hoje representa o mundo, originário no O planeta Terra, sendo realmente uma
caldo primordial dessa criação divina criação, é assim como um sacramento da
e destinada à salvação. A pesquisa glória de Deus, com seu valor intrínseco
sobre o cosmos é indissociável de uma particular e, portanto, para nós cristãos,
51

a destruição contínua do planeta A ciência da cosmologia trata das


apresenta marcas de profanação e de origens do universo no plano material,
profunda angústia em face da aludida a fé religiosa nos ordena essa criação
interconectividade. Isso repercute em no plano transcendente. Ambas as
pensar uma teologia também sensível concepções são independentes, com
à dimensão histórico-crítica de sua metas e métodos diferentes, mas podem
mensagem, em que o seu discurso deve ser enriquecidas uma pela outra num
produzir uma intransigente defesa do diálogo honesto e respeitoso, inter-
amor e da justiça a todas as criaturas relacionadas com o conhecimento e
viventes, bem como ao ecossistema em a compreensão de nós mesmos e do
que estamos insertos. nosso cotidiano, fundamentando nosso
encontro com os aspectos racionais da
O cosmos se encontra impregnado da ciência e da transcendência. Um algo
ação fecunda de Deus, em que a vivência mais que pode significar um expressivo
e a experiência são uma constante avanço nas relações humanas e,
dinâmica, em que se realiza o plano consequentemente, no entendimento
divino para que o homem opere sua sobre o sentido da vida e do cosmos.
contribuição para sua transformação.
Deus confia ao homem a missão de Invade nossa reflexão a concepção de
levar a termo o aperfeiçoamento do uma consciência maior que concebeu
universo criado, onde todas as suas ações todo esse quebra-cabeça cósmico,
devem contribuir efetivamente para a porquanto é possível refletir Deus,
transformação benigna do mundo. crer em Deus, acolher Deus e agir à
luz da existência de Deus neste mundo
Na medida em que vamos descortinando que chega ao alcance de seu imenso
nosso conhecimento sobre o mistério desenvolvimento e complexidade cultural
divino, descobrimos que ele é e tecnológica, exatamente por ser uma
inesgotavelmente rico e que jamais obra complexa e imersa no mistério da
conseguiremos chegar até o seu fim consciência criadora.
último, o que não significa simplesmente
que não possamos compreender o que Compreender Deus na atualidade é um
ele contém. Nesse contexto, a cosmologia desafio hercúleo, pois dissertar sobre
se apresenta como um bom exemplo de Ele na pós-modernidade é resgatar a
laboratório para investigar a possibilidade espiritualidade de nossa profissão de
de diálogo entre a ciência empírica fé, imprimindo a necessária dose de
e a fé religiosa. Em tempos de pós- racionalidade. Observamos os diuturnos
modernidade esse debate pode propiciar questionamentos aos conceitos básicos
comportamentos mais abertos e fecundos. da teologia cristã, revelando o desafio
52

de estruturar nossa compreensão conduzir ao gesto salvífico universal,


religiosa num contexto marcado pela como sentido e destino da nossa
manifestação das diferenças culturais, do consciência, entregue aos erros e acertos
pluralismo cético, da transitoriedade da da nossa aventura humana.
ideias, do conhecimento egocêntrico, do
individualismo e do relativismo. Podemos encerrar esta sucinta reflexão
com a citação sobre a ação de Deus
Não é mais possível à teologia Criador em Cristo, que
contemporânea assentar bases em
categorias fixas, em concepções estáticas
e distanciadas da contraposição e “(...) derramou profusamente sobre
contradição de ideias que inundam nós, em torrentes de sabedoria e
a formulação de pensamentos, de prudência. Ele nos manifestou
desenvolvendo assim seus conceitos o misterioso desígnio de Sua
e seus argumentos de forma clara vontade, que em Sua benevolência
e abrangente. Torna-se necessário formara desde sempre, para
mergulhar no oceano intelectual atual, realizá-lo na plenitude dos tempos
articulando as categorias emergentes — desígnio de reunir em Cristo
com a fé, cuja argamassa está presente todas as coisas, as que estão nos
como elemento de elaboração da céus e as que estão na terra”
teologia, capaz assim de ser sempre (Efésios 1,8-10).
contemporânea no contexto histórico.
A teologia vive o instante em que um dos
Referências:
seus maiores problemas é exatamente a
compreensão da universalidade salvífica DUSQUENE, J. O Deus de Jesus. São
Paulo: Paulus, 2000.
do Cristo diante da face pluralista das
tradições religiosas e do racionalismo MUÑOZ, R. O Deus dos Cristãos.
secular pós-teísta, em que esse Cristo Petrópolis: Vozes, 1989.
cósmico transcendente às relatividades QUEIRUGA, A. T. O fim do cristianismo
e diversidades culturais pode desbravar pré-moderno. São Paulo: Paulus, 2003.
nossos corações e também pode nos TAVARES, S. S. Trindade e criação.
Petrópolis: Vozes, 2007.

Márcio Oliveira Elias


Mestre em teologia bíblica pela Pontifícia
Universidade Urbaniana de Roma.
BÍBLIA 54

A
Encarnação
por Frei Ildo
55

As
Mais tarde, por meio dos profetas, surgem
as promessas messiânicas. O Senhor
promete um sinal da Sua presença no
meio do povo, o nascimento de um menino
que trará salvação e alegria. “Pois sabei

promessas que o Senhor mesmo vos dará um sinal:


eis que a jovem está grávida e dará à luz

messiânicas e o um filho e dar-lhe-á o nome de Emanuel”


(Is 7,14). As profecias anunciam que o
Messias será da descendência de Davi (Is
tempo que se cumpre 11,1) e que nascerá em Belém (Mq 5,1). O
Profeta Zacarias anuncia outros detalhes
(Gl 4,4) e encoraja o povo: “Exulta muito, filha de
Sião! Grita de alegria, filha de Jerusalém!

Q
uando entramos em contato com Eis que o teu rei vem a ti: Ele é justo e
os textos do Antigo Testamento vitorioso, humilde, montado sobre um
percebemos que toda a história de jumento, sobre um jumentinho, filho da
Israel está marcada pela presença salvífica jumenta” (Zc 9,9).
do Senhor no meio do Seu povo. Desde Profecias como essas e outras que vinham
o início da Criação, passando por toda a da tradição oral alimentavam a esperança
caminhada dos nossos pais e mães da fé da vinda do Ungido de Deus. Esse tempo da
(Abraão e Sara; Isaac e Rebeca; Jacó, Lia e longa espera chegou ao fim e a promessa
Raquel), movidos pela Aliança e a promessa se cumpriu! Deus nos enviou Seu Filho! É
de possuir uma terra, uma descendência e o que afirma o Apóstolo Paulo: “Quando,
a bênção, Deus garante a Sua presença em porém, chegou a plenitude dos tempos,
todos os momentos dessa caminhada. “Eu enviou Deus o seu Filho, nascido de
estou contigo e te guardarei em todo lugar mulher” (Gl 4,4). Antes foi o tempo da
aonde fores, e te reconduzirei a esta terra, espera, da preparação para acolher a
porque não te abandonarei enquanto não plena manifestação de Deus na história
tiver realizado o que te prometi” (Gn 28,15). humana. Em Jesus, plenitude da revelação,
Durante a dura escravidão no Egito, Deus a promessa se cumpre e o Senhor mesmo
escuta o clamor do povo oprimido e desce vem morar entre nós. Tantos quiseram
para libertar e conduzir o povo para uma contemplar a face de Deus (Ex 33,18) e
nova terra onde “corre leite e mel” (Ex agora Jesus a torna conhecida. Deus tem
3,8). Para Se encontrar e Se comunicar um rosto, o Filho mostra a face do Pai:
com o povo, o Senhor ordena a Moisés “Quem me vê, vê o Pai” (Jo 14,9b).
a construção de uma tenda (Ex 25,22),
lugar onde Ele está presente e manifesta a
Sua glória: “Ali virei Me encontrar com os
israelitas, e o lugar ficará consagrado por
Minha glória” (Ex 29,43).
56

A
Para que o Filho de Deus Se tornasse
homem foi necessário Se encarnar no
ventre de uma jovem. Divino e humano
se unem num único projeto. O mesmo
anjo Gabriel, que já havia anunciado

Anunciação: o “sim” o nascimento de João, o precursor do


Messias (Lc 1,11-25), dirigiu-se a Maria

de Maria – Lc 1,26-38 para anunciar a sua concepção: “Não


temas, Maria! Encontraste graça junto de
Deus. Eis que conceberás no teu seio e
Podemos fazer um exercício de imaginação. darás à luz um filho, e O chamarás com o
Imaginar Deus em Seu Mistério, na Sua nome de Jesus” (Lc 1,31).
Grandeza... Deus que habita os Céus e
governa todo o universo cósmico. E em O “sim” de Maria é importante. Naquela
determinado momento da história as Três jovem, todos nós, homens e mulheres
Pessoas dialogando sobre a Criação e de boa vontade, estamos representados.
olhando para a humanidade decidem que Quando ela disse “Eu sou a serva do
uma Pessoa da Trindade, o Filho, virá visitar Senhor: faça-Se em mim segundo a Tua
a Terra e tornar-Se um de nós. palavra!” (Lc 1,38) ela o disse em nome
próprio, mas também em nome de toda
É o Filho de Deus, o escolhido, que vem a humanidade. Nós O acolhemos e Lhe
encontrar a Sua Criação. Ele vem para dissemos “Seja bem-vindo!”.
o que é Seu (Jo 1,11). Ele que já estava
presente na Criação, pois “no princípio era Inicia-se o período da gestação. Maria está
o Verbo e o Verbo era Deus. No princípio, grávida; é como se toda a humanidade
Ele estava com Deus. Tudo foi feito por meio estivesse grávida do divino que está para
Dele e sem Ele nada foi feito” (Jo 1,1-2). vir. Ele vem habitar conosco, morar no meio
de nós, assumindo toda a nossa realidade,
menos o pecado (Hb 4,15). Jesus não
escolhe o melhor, mas o mais frágil. Um
lugar pequeno, o ventre de uma mãe.
57

A
encarnação: o
Verbo Se fez carne
Ele
e habitou entre nós! é o Emanuel, o Deus
(Jo 1,14) conosco! (Mt 1,23)
O Menino Jesus nasce em meio aos A presença do Deus-menino em nosso
perigos da vida: fora de casa, na noite meio é um grande mistério! Como pode
fria, numa pobre gruta, em meio aos um Deus tão louco de amor que é capaz de
animais, entre o povo pobre (Lc 2,1-14). No despojar-se e assumir a fragilidade de um
Evangelho de João não temos o relato do recém-nascido?! Mas foi assim que o Pai
nascimento e da infância de Jesus, mas o escolheu enviar o Seu Filho a este mundo
quarto evangelista no seu prólogo destaca para redimir a Sua criação. Escolheu um
esse momento de glória da história da jeito simples de se fazer entender sendo
salvação: “E o Verbo se fez carne e habitou concebido por obra do Espírito Santo no
entre nós!” (Jo 1,14). Deus armou sua seio de uma jovem de Nazaré (Lc 1,35; Mt
tenda entre nós humanos! 1,20).

Lucas e Mateus relatam de modo Jesus é o Verbo de Deus encarnado que


diferente as primeiras relações humanas nos revela a face de Deus. No Filho o Pai
de Jesus. Segundo Lucas Ele recebe a Se torna plenamente conhecido, Jesus
visita de pobres pastores (Lc 2,19-20). manifesta a Sua vontade salvífica. Por
Para Mateus são os magos que chegam meio Dele somos chamados a entrar em
de longe, guiados pela estrela, trazendo comunhão no seio da Trindade. Agora,
seus presentes (Mt 2,1-11). Acolhido, mas podemos contemplar o Seu rosto, reclinar
também rejeitado; o Salvador é também a cabeça sobre o Seu peito, achegarmo-
uma ameaça. Por isso, logo depois de nos a Ele e encontrar descanso.
nascer, Jesus já sofre o perigo do rei Por isso podemos dizer que a Encarnação é
Herodes, que quer matá-Lo e então deve presencialidade. Jesus é presença de Deus
fugir para o Egito (Mt 2,12-18). em nosso meio. Ele é o “Emanuel, o Deus
conosco!” (Mt 1,23). Mas Ele é também
presencialidade, isto é, um presente de
Deus à humanidade. Mais que isso Deus
não podia nos dar!
58

A
Jesus passou 30 anos contemplando e
se preparando e amando o mundo. Viveu
na casa de José e Maria, trabalhou na
carpintaria, ensinando que o trabalho
tem valor e edifica o ser humano, viveu

encarnação na e frequentou a vila de Nazaré para


dizer que a comunidade é o lugar da

comunidade de vida e da convivência. Sentiu na pele o


sofrimento do seu povo oprimido pelo
Império Romano e por um regime religioso
Nazaré legalista que excluía os mais pobres, os
trabalhadores, os doentes, as mulheres, os
A Encarnação não foi somente no ventre pecadores, etc.
de Maria, mas também numa família, na É na contemplação com a criação e com
comunidade de Nazaré, no povo de Israel a história do ser humano que Jesus, 30
e em toda a terra. Ele veio para o que era anos depois, começa a anunciar o Reino
Seu (Jo 1,11). de Deus (Mc 1,15; Mt 1,17). Ele passou
fazendo o bem (At 10,38) e dizendo que a
Jesus cresceu numa vila chamada Nazaré. humanidade é o lugar da vida: “Seja feita a
Nazaré em hebraico significa “broto Tua vontade assim na terra como céu!” (Mt
novo”. Aquele lugar desprezado, do qual 6,10) e quase que a gritar constantemente
se dizia “De Nazaré pode vir alguma que “Eu vim para que todos tenham vida e
coisa de bom?” (Jo 1,46), foi onde brotou vida em abundância!” (Jo 10,10).
e cresceu a Vida. Foi ali que Ele viveu
30 anos no anonimato. O que Jesus fez
nesses 30 anos? Conviveu com o que era
Seu. Admirou e contemplou o mundo. É
fascinante imaginar o encontro de Jesus
com a Sua Criação, com o sol que nascia,
com a chuva que caía, com o vento que
soprava, com as flores do campo, com
os frutos das árvores, com a colheita
dos campos, com os pássaros do céu...

Frei Ildo Perondi


Mestre em teologia bíblica pela Pontifícia
Universidade Urbaniana de Roma e
doutorando em teologia bíblica pela Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Professor da Pontifícia Universidade Católica
do Paraná (campus Londrina).
MATÉRIA DE CAPA 60

A Catequese na Missão
Evangelizadora
da Igreja
por Pe. José Alem
61

“...Ide, dizei a seus discípulos e a Pedro:


‘Ele vai à vossa frente para a Galileia. Lá o
vereis, como ele vos disse” (Mc 16, 1-8).

A Igreja é a comunidade de pessoas


que seguem a Jesus e nEle
reconhece a Verdade e a Vida. Essa
fé implica na missão. A Igreja é antes e
Toda a ação
acima de tudo uma missão. E qual é essa
missão? Podemos resumi-la na palavra
“Evangelizar”. Se entendemos bem o
da Igreja é
conteúdo profundo, amplo, imenso dessa
palavra reconhecemos nela não uma
mera atividade mas antes de tudo um
encontro. Encontro com Ele, Jesus, que
evangelizar.
se revela o Filho de Deus e nos revela “... a tarefa de evangelizar todos as
Deus como Pai de todos e nos apresenta e pessoas constitui a missão essencial da
nos doa o Espírito Santo. Igreja; tarefa e missão, que as amplas
e profundas mudanças da sociedade
Evangelizar é antes de tudo viver essa atual tornam ainda mais urgentes.
experiência de fé e transmití-la aos Evangelização constitui, de fato, a graça
outros com a um novo estilo de vida e a vocação própria da Igreja, a sua mais
que faz também partilhar a Palavra com profunda identidade. Ela existe para
nossas palavras. evangelizar...” (Evangelii Nuntiandi 14)
62

Evangelizar, para a Igreja, é anunciar Igreja, através de várias expressões,


a Boa-Nova a todas as parcelas da ensinos, concílios, declarações reconhece
humanidade, em qualquer meio e que ela não deve se preocupar tanto em
latitude, e pelo seu influxo transformá-las conservar e ampliar a si mesma, mas
a partir de dentro e tornar nova a própria antes, buscar estimular o crescimento do
humanidade (cf EN 18) mundo segundo o plano de Deus, para
tornar o mundo mais humano.
A ação da Igreja não tem como finalidade
a própria Igreja ou a sua afirmação no A Igreja tem consciência de ser
mundo, mas se projeta inteira para um depositária do mistério revelado por Deus
plano que a transcende e lhe determina o em Cristo, e de ter a missão específica de
sentido: a construção do Reino de Deus e iluminar , guiar e estimular a história da
seu crescimento na história. humanidade, para que possa tornar-se,
de maneira formal e consciente, lugar de
Compromisso fundamental da Igreja é no realização do Reino de Deus.
mundo e para o mundo, construir o Reino
de Deus e viver a seu serviço. Isso pode Essa natureza evangélica da Igreja é
parecer muitas vezes teórico e confuso no que deve fazer verificar e reformar sua
entanto é o mais belo e verdadeiro projeto organização institucional – sempre
para a vida de todos os povos. Pois a necessária a fim de manter aquela
63

flexibilidade e disponibilidade de fé é um processo continuo, criativo,


testemunho que corresponde à sua original, em andamento permanente. Um
identidade íntima do sacramento do convite a crescer cada dia na graça e no
Reino. conhecimento de Cristo.
Toda essa ação da Igreja conduz a Um dos maiores desafios da sociedade
uma nova maneira de viver a sua ação que vivemos nos últimos séculos é a
pastoral centrada numa catequese busca inquietante do sentido da vida e ao
evangelizadora. mesmo tempo a perda do sentido da vida
em si. No entanto, a fé acolhida e vivida
Evangelizamos no mundo e para o na sua originalidade nos conduz ao Deus
mundo, além de nossas estruturas. Para que é a fonte e o fundamento da vida e
isso é preciso estar atento aos sinais e às quer que nós, criaturas suas, criadas a
expressões da cultura que buscam novos sua imagem e semelhança tenhamos uma
caminhos para um mundo melhor. Isso vida plena (Cf De 30, 19-20)
requer também que os evangelizadores,
isto é, os cristãos todos, sejam pessoas Ao se revelar à humanidade por Ele
que se evangelizam continuamente num criada Deus manifestou-se um Pai
processo ininterrupto de conversão e fé. misericordioso que oferece à humanidade
a condição de ser feliz acreditando no seu
Nunca somos pessoas prontas, amor.
madura, convertidas. Estamos
sempre em processo de conversão, de Essa revelação manifesta que pelo
amadurecimento, de crescimento. Espírito Santo nós homens e mulheres
podemos participar da sua natureza
O Papa Francisco, em uma de suas divina (Dei Verbum 2).
catequeses afirma que “a fé não é
como água destilada, engarrafada e A revelação tem sua plenitude na pessoa
congelada”, fazendo entender que a de JESUS CRISTO , em suas obras e
palavras, em sua vida e principalmente
em seu Mistério Pascal.
Isso tudo é evangelização e catequese.
Ações do compromisso de fé e serviço de
amor ao próximo.
64

Evangelização
e Catequese
Cada época tem seus próprios desafios
sociais, políticos, culturais, educacionais,
morais, religiosos. Nossa realidade hoje
pede uma nova evangelização. Isso
requer também uma nova catequese
pois a catequese coloca-se dentro da
perspectiva Evangelizadora da Igreja.
A Igreja existe para evangelizar –
anunciar a Boa Notícia do Reino
proclamado e realizado em Jesus Cristo
• Primeiro anúncio
Trata-se da apresentação da novidade do
(Evangeli Nuntiandi 14). Evangelho, do anúncio de Jesus Cristo.
A evangelização e a catequese são Os elementos essenciais do primeiro
processos que supõe etapas diversas anúncio:
em condições diversas. A primeira etapa
consiste no Em Jesus, que anuncia a chegada do
Reino, Deus se mostra como Pai amoroso;
O Reino que se inaugura em Jesus, já está
presente em mistério aqui na terra, e será
levado à plena realização quando Ele se
manifestar na glória;
A Salvação, em Jesus, consiste na
acolhida e na comunhão com Deus, como
Pai, no dom da filiação divina que gera
fraternidade;
65

Toda ação evangelizadora e toda


catequese realizadas segundo o projeto
da Igreja, seguindo o exemplo de Jesus
é que os que ouvem e acolhem a Palavra
de Deus se tornem seus discípulos.
Evangelizar e Catequisar é fazer
discípulos.
O seguimento de Jesus é um ato pessoa,
decisão livre e consciente, mas realiza-
se na comunidade fraterna de fé. Não
é possível viver a fé isoladamente
mas partilhando com os outros essa
experiência do encontro e do seguimento
a Cristo.
Isso nos leva a uma nova compreensão do
A comunidade dos que ministério da Catequese.

creem em Jesus, a Igreja, Numa próxima edição vamos aprofundar


esse tema favorecendo uma vivência mais
constitui o germe e o plena desse ministério que é um serviço
da Igreja à humanidade.
início do Reino.
A Evangelização implica não apenas o
anúncio do Evangelho por palavras, mas
também a vida e ação da Igreja.
Por sua vez, a Catequese dá continuidade
à evangelização, com a finalidade de
aprofundar e amadurecer a fé e fazer
discípulos aqueles que acolhem o
anúncio. Pe. José Alem
Toda a ação da Igreja, sua pastoral Sacerdote membro da Congregação dos
é expressão da sua missão, do seu Missionários Filhos do Imaculado Coração de
compromisso de levar todos ao Maria. Educador e comunicador, Professor
conhecimento de Cristo e viver nele e de Filosofia, Espiritualidade, Comunicação,
com Ele uma vida plena. Psicologia da Religião. Especialista em
Logoterapia. Filósofo clínico. Assessor de
cursos e formação através de palestras,
retiros, encontros, oficinas. Escritor e assessor
de projetos de comunicação e educação.
O CATECISMO RESPONDE 66

422. O que é a 424. Que outros tipos de


justificação? graça existem?
1987-1995 / 2017-2020 1999-2000 / 2003-2004 / 2023-2024
A justificação é a obra mais excelente do Para além da graça habitual, existem: as
amor de Deus. É a acção misericordiosa graças actuais (dons circunstanciais); as
e gratuita de Deus, que perdoa os nossos graças sacramentais (dons próprios de
pecados e nos torna justos e santos em cada sacramento); as graças especiais
todo o nosso ser. Isto tem lugar por meio ou carismas (que têm como fim o bem
da graça do Espírito Santo, que nos foi comum da Igreja), entre as quais as
merecida pela paixão de Cristo e nos foi graças de estado, que acompanham o
dada no Baptismo. A justificação inicia exercício dos ministérios eclesiais e das
a resposta livre do homem, ou seja, a fé responsabilidades da vida.
em Cristo e a colaboração com a graça do
Espírito Santo.

423. O que é a graça que


justifica?
1996-1998 / 2005 201
A graça é o dom gratuito que Deus nos dá
para nos tornar participantes da sua vida
trinitária e capaz de agir por amor d’Ele.
É chamada graça habitual ou santificante
ou deificante, pois nos santifica e
diviniza. É sobrenatural, porque depende
inteiramente da iniciativa gratuita de
Deus e ultrapassa as capacidades da
inteligência e das forças do homem.
Escapa, portanto, à nossa experiência.
Com o iJuventude você tem acesso ao mais completo
conteúdo católico jovem, atualizado diariamente e em
sintonia com a Jornada Mundial da Juventude.
Saiba tudo sobre as JMJs (história, símbolos, ouça os hinos) e
fique ligado nas notícias sobre a próxima, que acontecerá na
Cracóvia em 2016.
Na seção #Fé você tem acesso aos textos do Papa, orações
para os jovens, aprofundamento sobre a Santa Missa, instruções
para uma boa Confissão e como rezar o Rosário, e artigos
atualizados sobre o tema Juventude.
A seção Cristoteca é um playlist com mais de 100 músicas
católicas para escutar gratuitamente na hora que quiser.
O iJuventude também traz num só lugar todas as rádios e tvs
católicas que transmitem o seu sinal pela internet. Interaja nas
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cadastro de jovens.
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amigos!
CATEQUISTAS EM REDE 68

APLICAT IVO
PEQUENINOS
DO SENHOR
69

C
hegou o aplicativo Pequeninos
do Senhor! A primeira iniciativa
Iniciativa da Igreja Católica
da Igreja Católica para levar a
aproxima crianças e pais da mensagem de amor ao próximo e
mensagem de amor ao próximo e a Deus para crianças conectadas
a Deus por meio de um aplicativo ao mundo virtual. Disponível para
para smartphones e tablets. smartphones e tablets, o aplicativo
é totalmente gratuito e conta com
jogos, desenhos para colorir, orações,
orientação para catequistas, histórias
em texto e áudio contadas pelos seis
personagens do projeto.
O aplicativo foi desenvolvido pela
Associação Católica Pequeninos do
Senhor, projeto que desde 1997 realiza
um trabalho de evangelização por
meio da acolhida de crianças, de três a
sete anos, durante as Missas e já está
presente em mais de 160 paróquias do
Brasil e algumas do exterior.
70

“Quando pensamos em desenvolver o Por meio do aplicativo, crianças e


aplicativo Pequeninos foi com o intuito catequistas terão acesso a um rico conteúdo
de ter um produto 100% voltado para lúdico para interagir. Nos encontros dos
as crianças, para que, também de modo pequeninos nas paróquias e nas turmas de
lúdico e com uma mensagem indireta, catequese o aplicativo será uma ferramenta
elas se aproximassem dos ensinamentos de auxílio na evangelização. “É um novo
de Jesus e caminhassem junto com Ele caminho de divulgação e implantação
também no mundo virtual”, destaca a do projeto nas paróquias, oferecendo a
presidente do projeto, Rachel Abdalla. oportunidade de mais e mais crianças serem
evangelizadas na linguagem delas, ou seja,
Disponível para os sistemas Android e iOS, brincando”, aponta Rachel.
o aplicativo Pequeninos do Senhor quer
chegar a todas as famílias e crianças do A expectativa? Para Rachel, é das
Brasil e de países de língua portuguesa. melhores: “Esperamos que seja um
Além de levar a mensagem de amor, o sucesso de downloads! Trabalhamos na
aplicativo busca unir a família em torno da Igreja Católica, na evangelização dos
tecnologia e ampliar os laços de amizade preferidos de Cristo, os pequeninos, e é
entre pais e filhos, que podem interagir neles que está a nossa expectativa, aonde
juntos nas atividades dele. “É preciso estar realmente queremos chegar”.
atualizado e, se o mundo dos pequeninos
hoje é virtual, que seja também virtual O aplicativo Pequeninos do Senhor
uma das formas de evangelizar, por que apresentará mensalmente kits com
não?”, avalia Rachel. diversas atividades. A cada mês, a história

#PEQUENINOSAPP
71

de um personagem que ilustra o logo do Disponível para smartphones ou tablets, o


Pequeninos do Senhor será apresentada Pequeninos do Senhor pode ser acessado
em texto e áudio por crianças que no Andoid Market e na App Store. É
participam do projeto em paróquias. compatível para iPhone, iPad e iPod
touch, a partir da versão 5.0 do sistema
Os personagens são: Rebeca, Pedro, iOS, e está disponível para mais de 5.900
Sara, Mateus, Lia e Lucas. Desenhos para modelos de dispositivos móveis com o
colorir, quebra-cabeça, histórias e diversos sistema Android a partir da versão 2.0.
jogos fazem parte do aplicativo e outras
novidades serão lançadas dentro de cada No hotsite http://www.
mês, para atrair a atenção das crianças e pequeninosdosenhor.org/index.php/app/
manter o aplicativo sempre atualizado. é possível acessar o conteúdo e navegar
pelo aplicativo, conferir os screenshots,
Neste primeiro momento, orações serão ler o release, usar o QR-CODE, ver alguns
disponibilizadas mensalmente com vídeos e tirar dúvidas.
texto e áudio – gravado por crianças. Os
catequistas também terão acesso a material
exclusivo de preparação para os encontros HOTSITE
com crianças aos domingos, na missa. O goo.gl/PtNDXj
espaço “Catequistas” contém o Evangelho
de domingo com explicação e sugestão de
atividades com as crianças e jovens. A iniciativa foi feita em parceria com a
agência Minha Paróquia, que é pioneira
em desenvolvimento de aplicativos
católicos.
72

COMO USAR O PROJETO


APLICAT IVO DOS PEQUENINOS
PEQUENINOS DO SENHOR
DO SENHOR Pequeninos do Senhor é uma associação
católica que tem como missão
evangelizar crianças de três a sete anos,
no acolhimento durante as Missas e
celebrações aos fins de semana nas
paróquias. Busca levar aos pequeninos
a Palavra de Deus, o Amor de Jesus, as
virtudes cristãs e o respeito ao próximo e à
criação, de forma lúdica e apropriada a eles.
O tema do Pequeninos do Senhor é:
“Vinde a mim os pequeninos e não os
impeçais porque deles é o Reino dos
Céus” (Mc 10,14). O lema é: “Ide por todo
o mundo e levai o Evangelho a todas as
BAIXE AGORA criaturas” (Mc 16,15).

O APLICAT IVO
Esse serviço de evangelização Pequeninos
do Senhor teve início em 1997, em
Campinas-SP, na Paróquia de Nossa
Senhora das Dores. O projeto conta com
o reconhecimento do Arcebispo e da
Arquidiocese de Campinas, além de outras
Dioceses e Bispos.
Hoje, o projeto Pequeninos do Senhor
está implantado em mais de 160
paróquias e comunidades em vários
Estados do Brasil. Já foi implantado
também na África (em Angola,
Moçambique e Cabo Verde), no Canadá
(em Winnipeg) e no Japão em (Quioto).
CATECINE 73

“LITTLE BOY”, O FILME:


UM CANTO À FÉ E AO
AMOR ENTRE PAI E FILHO

Assista ao trailer:
Little Boy Official Trailer #1 (2015)
74

N
o dia 27 de fevereiro, estreia nos
Estados Unidos “Little Boy”, um filme
dirigido por Alejandro Monteverde,
diretor de “Bella”, e produzido por Open
Roads e Metanoia Films, junto a Eduardo
Verástegui. Também participaram da
produção Roma Downey e Mark Burnett,
os produtores da série “A Bíblia” e do filme
“Filho de Deus”.
O filme, com roteiro de Monteverde de
Pepe Portillo, conta a história de um
menino de 7 anos, Pepper Flynt Busbee
(interpretado por Jakob Salvati), que tem
uma relação muito especial com seu pai
(Michael Rapaport, de Prison Break e
Friends): ele é seu herói, seu modelo.
Juntos, pai e filho inventam e
protagonizam aventuras maravilhosas que
os levam a situações extremas, das quais
saem sempre com uma fé absoluta em sua
capacidade de resolvê-las. “Você acredita Em “Little Boy”, o produtor Eduardo
que pode conseguir isso?”, pergunta Verástegui também intervém como ator,
sempre o pai ao filho. “Sim, eu acredito!”, interpretando o Pe. Crispín. Como ele
responde. mesmo explica, “é um personagem de
Mas, com a entrada dos EUA na 2ª apoio, mas muito importante o que ele vai
Guerra Mundial, o pai de Pepper tem de semear”.
abandonar seu lar. Para o menino, isso é Completam o quadro de atores: Emily
um trauma, até que ele descobre que, com Watson, Kevin James, Tom Wilkinson, Cary
a fé que seu pai lhe transmitiu (na qual Tagawa e o jovem David Henrie.
“não pode haver nem um ápice de dúvida”,
ensina-lhe seu pároco), ele consegue “É preciso ter muita coragem para
mover montanhas, como promete Jesus no acreditar”, escuta o pequeno Pepper na
Evangelho. última cena do trailer. “Seu pai estaria
muito orgulhoso de você.”
A partir desse momento, Pepper tentará
utilizar sua fé para acabar com a guerra e (Artigo publicado originalmente por
reunir novamente sua família. Religión em Libertad)
DICAS DE LEITURA 76

AS 12 PARÁBOLAS
DE JESUS
Pe. Guilherme Daniel Micheletti
Muitos documentos da Igreja oferecem
esclarecedoras palavras sobre o destacado
papel que possui a Bíblia na Catequese,
sendo que a Catequese se faz com a
Bíblia, ligando-a à liturgia, à caridade e à
doutrina; não apenas isso, também deve
ser feita catequese da Bíblia, procurando
conhecer a Bíblia por aquilo que ela é
no seu contexto e para a vida de hoje.
Deste modo, na catequese, descobrimos
a centralidade da Palavra de Deus, pois,
a catequese, em suas diversas formas
e fases, sempre acompanhou o povo
de Deus, colocando no centro de sua
pedagogia a explicação das Escrituras, que
somente Cristo é capaz de dar, mostrando
o seu cumprimento em si mesmo.
Este livro servirá, portanto, de apoio
para que os catequistas conduzam seus
catequizandos a entrar na intimidade
fraterna com Jesus, para dispô-los a uma
escolha fundamental de vida: escolher
Toque para Jesus como Mestre privilegiado. Que
Acesse o site ver maior
Jesus seja o centro, o ponto de referência
para o coração e para a vida dos
catequizandos, levando-os a assumir com
fidelidade filial esta proposta de vida.
77

COLEÇÃO
CRESCER EM
COMUNHÃO Acesse o site Toque para
ver maior

Catequese e família
Volumes 1, 2 e 3

A coleção Crescer em Comunhão, revista e ampliada, procura


oferecer um itinerário de educação da fé para catequistas,
catequizandos e famílias, como caminho para o encontro
com Jesus Cristo. Para isso, integra os elementos essenciais
da iniciação à vida cristã, oferecendo encontros orantes e
centrados na Palavra de Deus e no Magistério da Igreja.
Esta edição revisada traz também subsídios destinados aos
familiares, oferecendo-lhes reflexões para acompanhar seus
filhos em sua formação cristã e assim atender a missão
evangelizadora da Igreja para a família, compreendida como
núcleo vital da sociedade e da comunidade eclesial.
Para desenvolver o processo de educação da fé, visando propor
uma experiência de encontro íntimo e pessoal com Jesus Cristo,
os temas de cada volume se constituem de reflexões orantes,
fundamentadas na Palavra de Deus, para ajudar a família na
tarefa de assumir e viver plenamente a proposta de Jesus Cristo.
GOSTOU?
A próxima edição chega em
breve e queremos que nos
ajude a torná-la ainda melhor.
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