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Iniciação Doutrinária

Rev. Edson Costa Silva

Primeira Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte

BELO HORIZONTE
2013
Uma palavra introdutória!

O Cristianismo é confessante! A exigência feita por Nosso Senhor Jesus Cristo registrada pelo
evangelista Mateus no capítulo 10 verso 32 é: “Portanto, todo aquele que me confessar diante dos
homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus...”.
O apóstolo Paulo escrevendo sua carta aos romanos no capítulo 10.9-11 afirma: “Se, com a
tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre
os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para a justiça e com a boca se confessa a
respeito da salvação. Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será confundido”.
O Reino de Deus é composto por soldados que confessam e professam o nome de Cristo
como Senhor e Salvador. No Reino de Nosso Senhor não existe lugar para “agente secreto”.
Porém, a filiação de uma pessoa à Igreja de Jesus Cristo como um todo, e a sua Igreja local,
em particular, não deve ser tomada de maneira leviana.
Pelo fato de os sacramentos e outras bênçãos importantes da graça de Deus estarem
envolvidos, requer que o confessante, expresse um forte desejo para se tornar membro comungante.
Não desejamos em absoluto, que ninguém busque a membresia de uma Igreja local por
coerção de quem quer que seja, porém, cabe à Igreja de Cristo prover meios de preparação dos
candidatos para que os mesmos tenham consciência do passo a ser dado.
O presente volume, visa por meio de um esboço simples, de perguntas e respostas, equipar o
candidato à pública profissão de fé, conscientizando-o da seriedade, mas também da alegria
indizível que brota no coração de todo aquele que confessa Jesus Cristo como único e suficiente
salvador de sua vida.
O desejo mais sincero do meu coração, ao preparar estas lições, é que você aproveite ao
máximo cada assunto, aprofundando nele de maneira séria e comprometida com as leituras
adicionais e em especial, com os inúmeros textos das Sagradas Escrituras que cada lição traz, e que
este volume, contribua na sua formação doutrinária de maneira a glorificar a Deus a quem devemos
toda honra e glória!

“Desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual...” 1 Pe 2.2


“Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para
responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós”. 1 Pe 3.15
“Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus...” 1 Pe 4.11

Rev. Edson Costa Silva


Primeira Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte
Fevereiro de 2013
1
ÍNDICE
 Lição 01 “A Profissão de Fé”.............................................................................................. 03

 Lição 02 “A Bíblia 1ª parte”............................................................................................... 05

 Lição 03 “A Bíblia 2ª parte”............................................................................................... 08

 Lição 04 “A Trindade e o Homem”................................................................................... 10

 Lição 05 “O Pecado”........................................................................................................... 12

 Lição 06 “A Salvação”........................................................................................................ 14

 Lição 07 “A Igreja - Os Sacramentos – A Ceia ”............................................................. 16

 Lição 08 “O Batismo”......................................................................................................... 19

 Lição 09 “A Origem da Igreja Cristã e a Reforma Protestante”.................................... 26

 Lição 10 “O Presbiterianismo e a IPB”............................................................................. 29

 Lição 11 “Mordomia Cristã e o dízimo”........................................................................... 32

 Lição 12 “Mordomia do domingo”.................................................................................... 35

 Lição 13 “Matrimônio e Divórcio”.................................................................................... 38

 Lição 14 “Decretos Eternos de Deus e Predestinação”.................................................... 40

 Lição 15 “Censuras Eclesiásticas”..................................................................................... 43

 Lição 16 “O Culto Religioso”............................................................................................. 45

 Lição 17 “A Morte – Ressurreição e o Juízo Final” ........................................................ 47

 Bibliografia .......................................................................................................................... 51

2
“A PROFISSÃO DE FÉ”
LIÇÃO 01

1- O que é Classe de Catecúmenos?


É o nome adotado pela Igreja Presbiteriana do Brasil à classe que deseja unir-se formalmente
a ela, mediante a profissão de fé, instruindo sobre a Bíblia, as doutrinas e a vida cristã.
Catecúmenos (latim) quer dizer “noviço”. Aquele que é instruído de viva voz. Agostinho dizia
que todos nós somos catecúmenos, pois, não conhecemos todos os desígnios de Deus.

2- O que é Profissão de Fé?


É um ato de obediência à vontade expressa do Senhor Jesus aos seus seguidores. É a
declaração pública feita por aquele que crê que Jesus Cristo é o Filho de Deus. (Mt 10.32; Mt
16.13-16).

3- Por que devemos professar nossa fé?


Porque é uma exigência de Jesus. (Mt 10.32-34).
Porque é uma necessidade. (Rm 10.9-10).
Porque é condição de evangelização honesta. Porque, como alguém poderá evangelizar
sem que primeiro ele tenha aceitado o evangelho. (Mc 16.15, At 1.8).

4- Que relação existe entre a profissão de fé e os direitos e privilégios do crente na Igreja?


Existe a relação de dar ao novo membro todos os direitos e privilégios da Igreja.

5- Cite alguns privilégios que o crente passa a possuir após a profissão de fé?
Participação na Santa Ceia;
Direito a batismo dos filhos;
Ocupação de cargos eletivos na Igreja;
Passa a ser membro comungante da Igreja.

6- Um candidato à profissão de fé pode ser recebido pela Igreja sem freqüentar a classe de
catecúmenos?
Sim. Desde que seja aprovado pelo conselho da Igreja em exame. Porém, não é aconselhável.

7- Quando o batismo é necessário e quando não o é, para a pública profissão de fé?

3
É necessário quando o candidato não foi batizado em uma Igreja genuinamente Evangélica. Se
já o foi, não será necessário o fazer novamente.

8- Somente são salvos aqueles que batizam e fazem à pública profissão de fé?
Não. Ninguém se salva, nem pelo batismo administrado pelo Pastor, nem pela profissão de fé.
(Lc 23.43)

9- Então por que fazer a profissão de fé e ser batizado?


Porque fazendo isso, estaremos cumprindo a ordem clara de Jesus, estaremos nos tornando
membros da Igreja e finalmente teremos a autoridade para evangelizar. (1 Pe 2.9)

10- Quais são os três elementos que precisam estar presentes na profissão de fé? Comente-
os?
- O intelecto - A emoção - A vontade

Intelecto: Envolve a compreensão, a convicção. A profissão de fé não pode ser um salto


no escuro. (Mt 22.29, Jo 5.39)
Emoção: Envolve amor. Uma das faces do amor é o sentimento, por isso, faz parte das
nossas emoções. Quem ama a Jesus deve provar isto através de seus atos. (Jo 14.21).
Mas a intensidade do amor não pode ser medida pela intensidade da emoção.
Vontade: Envolve o querer, o assumir um compromisso, Mc 8.34. Não podemos ser
apenas admiradores de Jesus.

CONCLUSÃO

A pública profissão de fé, em si mesma, não salva! Nem o batismo. Porém, Jesus é quem nos salva,
e Ele exige uma confissão. O Cristianismo é confessante! Todo aquele que receber Jesus como seu
salvador, deve fazer a sua pública profissão de fé. Como vimos, Jesus exige uma tomada de posição
pública de seus seguidores.
PARA PENSAR
Você pertence a Jesus?
Você acha que uma pessoa que recebeu Jesus como seu salvador, vai querer ou não
publicar sua fé?
Se o ladrão da cruz não tivesse morrido logo após sua conversão, você acha que ele
iria ou não, publicar sua fé?

4
“A BÍBLIA” (1ª PARTE)
LIÇÃO 02

1- Qual é a origem do nome Bíblia?


A palavra bíblia é de origem grega. É derivada da palavra grega “Biblos” e significa “livros”. A
Bíblia não é somente um livro, mas é uma coleção de livros. Uma verdadeira biblioteca.

2- Como era a Bíblia nos tempos de Jesus?


Era em forma de rolos de peles polidas. Mais ou menos de 12 a 20 rolos de diferentes tamanhos. O
AT era em forma de rolos. Um rolo contendo o Pentateuco, outro os Profetas, outro os Salmos, etc,
etc.

3- Como está dividida a Bíblia que temos hoje?


Ela está dividida em duas partes, ou dois testamentos. O AT contém 39 livros. O NT contém 27
livros.

4- O que significa a palavra testamento?


Esta palavra de origem latina, corresponde a palavra hebraica “berith” e a grega “diatheke”. Seu
significado é “acordo”, “pacto” ou “aliança”. O termo testamento chegou até nós, quando da
primeira versão latina do AT grego, a chamada “Vulgata Latina”, traduzida por Jerônimo, ele
traduziu a palavra grega diatheke por “testamentum”.
O AT distingue a chamada “Velha aliança”, estabelecida por Deus, e o NT distingue a “Nova
aliança” estabelecida por Jesus. Tanto o Velho, quanto Novo, formam a UNA Palavra de Deus.

5- O que é um testamento, ou uma aliança?


Um acordo entre duas ou mais partes. Dois aspectos estão presentes numa aliança!
a) Uma santa disposição em favor um do outro;
b) Uma obrigação entre as partes.
Três palavras resumem bem uma aliança. 1) Conhecimento; 2) Amor; 3) Fidelidade.

6- A Bíblia foi escrita em quantas línguas?


Originalmente, a Bíblia foi escrita em TRÊS línguas. O AT foi escrito em HEBRAICO e
ARAMAICO, o NT foi escrito em GREGO. As porções do AT que foram escritas em ARAMAICO
são partes de Esdras, Jeremias e Daniel. O aramaico foi muito difundido na região da
mesopotâmia a partir do séc. VII a.C. Ainda hoje é falado nas aldeias do interior da Síria.

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7- Quantos livros, por quantos autores e durante quanto tempo foi escrita a Bíblia,
aproximadamente?

Contém .................... 6 .........livros

A BÍBLIA Foi escrita por ........... 3 6 .........autores (aproximadamente)


Durante......................1 ........séculos

8- Em quantas partes está dividido o AT?


Em 05 partes.
-Pentateuco: GN, EX, LV, NM, DT (05 Livros)
-Históricos: JS, JZ, RT, 1SM, 2SM, 1RS, 2RS, 1CR, 2CR, ED, NE, ET (12 Livros)
-Poéticos: JÓ, SL, PV, EC, CT (05Livros)
-Profetas maiores: IS, JR, LM, EZ, DN (05 Livros)
-Profetas menores: OS, JL, AM, OB, JN, MQ, NA, HC, SF, AG, ZC, ML (12 livros)

9- Em quantas partes está dividido o NT?


Em 06 partes.
-Evangelhos: MT, MC, LC, JO (04 Livros)
-Histórico: AT (01 Livro)
-Epístolas Paulinas: RM, 1CO, 2CO, GL, EF, FP, CL, 1TS, 2TS, 1TM, 2TM, Tt, FM (13 Epístolas)
-Epístola aos Hebreus: HB (01 Epístola)
-Epístolas Gerais: TG, 1PE, 2PE, 1JO, 2JO, 3JO, JD (07 Livros)
-Profético: AP (01 Livro)

10- O que é Pentateuco? Quem foi seu autor?


É o nome dado aos 05 primeiros livros da Bíblia, também chamados de “A Lei”. O termo
Pentateuco é resultado da junção de duas palavras gregas, PENTA: CINCO e TEUKOS:
VOLUMES. Desse modo, Pentateuco significa cinco volumes ou cinco livros. O “autor” do
Pentateuco foi Moisés, com exceção apenas do último capítulo de Deuteronômio que fala de sua
morte.

11- Qual a diferença da Bíblia para um outro livro?

6
A Bíblia é o livro dos livros. Ela é a Palavra de Deus. Ela é um livro “inspirado”, isto é “soprado”
por Deus 2 Tm 3.16 . Ela não é meramente um livro sobre Deus, ela é um livro proveniente de
Deus. Por isso, a Igreja confessa sua confiança e certeza de que a Bíblia é a verdadeira “Vox
Dei”, ou seja, a “voz de Deus”. Nossa Única Regra de Fé e de Prática!

PARA PENSAR

Pense na trajetória para que a Bíblia chegasse em nossas mãos hoje!


Qual é a melhor maneira de valorizarmos a Palavra de Deus?

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“A BÍBLIA” (2ª PARTE)
LIÇÃO 03

1- A Bíblia é um livro divino, humano, ou divino-humano ao mesmo tempo?


A Bíblia é um livro divino-humano ao mesmo tempo. Divino porque foi soprada por Deus.
Humana porque foi escrita por homens. O Espírito Santo inspirou homens para que a
escrevessem. (2 Pe 1.20-21)

2- Quais são os três vocábulos que nos ajudam a compreender o ensino da Bíblia como
Palavra de Deus?
a) Revelação: É o ato pelo qual Deus se deu a conhecer ao homem. (Jo 20.31)
b) Inspiração: É o ato pelo qual Deus mediante o Espírito Santo, influenciou e guiou os
escritores sagrados para que registrassem fielmente os atos e as palavras de seu plano de
salvação. (2 Tm 3.16-17)
c) Iluminação: É o ato pelo qual Deus pela ação do Espírito Santo, esclarece os leitores da
Bíblia, capacitando-os a compreenderem a verdade salvadora revelada. (1 Co 2.14)

3- Todas as Bíblias são iguais?


Não. Na Bíblia Católica Romana existe 07 livros a mais no AT. Até o séc. XVI não havia uma
definição sobre a aceitação destes livros. Alguns aceitavam outros, não. Estes livros foram
acrescentados e reconhecidos oficialmente pela Igreja Católica Romana no Concílio de Trento
em 15/04/1546. Teve o objetivo básico de combater o movimento da Reforma Protestante
ocorrido em 1517. Além destes 07 livros, a Bíblia Católica possui acréscimos nos livros de
Ester e Daniel. Porém, no NT não há diferença.

4- Como são chamados estes 07 livros. E como se chama cada um deles?


Eles são chamados de livros Apócrifos. A palavra “Apócrifo” significa “falso, herético,
proibido ao público”. Conheça seus nomes: TOBIAS, JUDITE, BARUQUE, SABEDORIA,
ECLESIÁSTICO, I MACABEUS, II MACABEUS.

5- Por que estes livros não fazem parte da Palavra de Deus?


São várias as razões, mas as principais são:
-Eles jamais fizeram parte da Bíblia dos judeus, porque nunca foram considerados canônicos
ou sagrados. Este é um fato fundamental.

8
-Seus bons ensinos estão todos incluídos nos livros que adotamos, não havendo necessidade de
repetições.
-Há neles ensinos contraditórios com outros livros da Bíblia, tais como: Justificação pelas
obras (Ec 3.1-3, Tb 4.7-11). Mediação dos Santos (Tb 12.12). Oração pelos mortos (2 Mc
12.44-46). Supertição grosseira (Tb 6.7-19)

6- Qual é a nossa única regra de fé e prática?


A Bíblia é a nossa única e infalível regra de fé e prática. Isso significa que nela encontramos
toda a orientação, tanto para nossa fé, bem como para nossa conduta. Ela é perfeita para
habilitar o homem para toda boa obra, 2 Tm 3.14-17.

7- Até quando será a duração da Bíblia?


A Palavra de Deus não passa, dura para sempre. (Sl 119.89, Mt 24.35, Is 40.8)

8- Podemos confiar e crer de todo o nosso coração no que fala a Bíblia?


Sim. Pois Deus não mente (Tt 1.2). Todas as promessas serão cumpridas fielmente (Mt 24.35).
A Bíblia diz que os justos, ou os salvos, irão para o Céu (Mt 25.34). E os injustos, ímpios ou
incrédulos, irão para o inferno (Mt 25.41). Estes são os dois destinos eternos. Não existe meio
termo.

9- Como deve ser interpretada a Bíblia?


A regra infalível de interpretação da Bíblia é a própria Bíblia. Isto é, quando um texto não
estiver claro, devemos procurar a luz de outro texto, a sua interpretação. A Bíblia, portanto,
interpreta a própria Bíblia. Chamamos isso na Teologia de Analogia da Fé.

10- O que devo fazer para me familiarizar, ou seja, tornar um conhecedor da Bíblia?
Não existe outro método a não ser estudá-la. Leia a Bíblia cotidianamente. Como alimentamos
todos os dias os nossos corpos, assim também devemos alimentar nossas vidas espirituais (Ap
1.3). Se você está começando sua vida cristã, o livro mais recomendado para iniciar um
conhecimento bíblico é o livro de Mc, depois At, depois leia Mt, Lc, Jo. O livro dos Salmos
poderá ser intercalado durante estas leituras. A seguir leia as cartas de Paulo, somente então
se recomenda ler o AT. Mas lembre-se, isto é apenas uma sugestão, pois, a Bíblia é Palavra de
Deus. Não podemos nos esquecer de que a leitura precisa ser feita em oração pedindo a
iluminação do Espírito Santo.

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“A TRINDADE” - “O HOMEM”
LIÇÃO 04

1- O Que é a Doutrina da Trindade?


A Doutrina da Trindade é um mistério. Não podemos entendê-la pela razão, nem explicá-la
com simples palavras. Ela está acima da razão. A doutrina da Trindade é a existência de um só
Deus, mas que subsiste em três pessoas. PAI- FILHO- ESPIRITO SANTO.

2- Como aceitamos essa Doutrina?


Aceitamos pela fé, pois, ela está acima da razão. Estamos rodeados de mistério no mundo
natural em que vivemos (água em três estados, luz, energia elétrica, etc). Se nós aceitamos os
mistérios do mundo natural, com maiores razões, devemos aceitar os do mundo espiritual,
como por exemplo, a Trindade.

3- Cite textos bíblicos em que a Trindade é claramente mencionada?


- Criação (Gn 1.26) - Batismo de Jesus (Mt 3.16-17) - Na grande Comissão (Mt 28.19)
- Na benção apostólica (2 Co 13.13)

4- Quais são as funções específicas das três pessoas da trindade?


Em virtude da sua unidade, as três pessoas da Trindade estão sempre presentes em todas as
obras realizadas por Deus. Mas podemos distinguir algumas funções específicas;
- DEUS PAI: Criador (Gn 1.1)
- DEUS FILHO: Salvador (Lc 2.11)
- DEUS ESPIRITO SANTO: Regenerador, santificador e consolador (Tt 3.5; 1Pe 1.2; Jo
14.16-17).

5- O que é o Credo Apostólico? Podemos ver nele a Trindade?


O Credo Apostólico é a mais antiga declaração de Fé do Cristianismo. A base do Credo é
trinitária, isto é, a doutrina da Trindade serviu como orientação para a sua formulação.
Para decorar: “Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do Céu e da terra”. Em Jesus
Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu
da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado;
desceu ao Hades1; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; está sentado à mão direita de Deus Pai
Todo-poderoso, donde há de vir julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo; na Santa

1
Palavra grega para indicar “Lugar e o estado dos mortos”.

10
Igreja Católica;2 na comunhão dos Santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do
corpo; na vida eterna. Amém.

O HOMEM
6- Qual é a origem do homem?
O Homem é criatura de Deus. Formado do pó da terra. Criado à imagem e semelhança do
Craidor. (Gn 1.26-27, Gn 2.7)

7- Em termos genéricos, o que é Criacionismo e Evolucionismo?


Criacionismo: É a doutrina que aceita Deus como criador do homem, fundamentando-se
exclusivamente na Bíblia. (Gn 1.26-29, Gn 2.7-8)
Evolucionismo: É uma “teoria” puramente materialista, que atribui à própria matéria a
capacidade de dar origem a vida. Afirma que o homem teve sua origem em espécies inferiores,
como o macaco. Porém, a Bíblia aniquila por completo esta teoria. (Gn 1.21,24,25)

8- Cite algumas qualidades do homem criado por Deus?


Um ser moral: Com capacidade para distinguir entre o bem e o mal. (Gn 2.16-17).
Um ser livre: Podia obedecer e desobedecer. (Gn 3.6).
Um ser racional: Capaz de compreender as conseqüências de seus atos. (Gn 2.17)
Um ser espiritual: Recebeu o sopro de vida de Deus. (Gn 2.7)
Um ser imortal: Dotado de corpo e alma. (Ec 12.7) (Mt 10.28)
Enfim, um ser especial, criado à imagem e semelhança de Deus.

9- Deus usou o mesmo processo para criar o homem e os animais?


Não. Os animais foram criados pela palavra poderosa e criadora de Deus, que disse; “Haja”,
ou “produza”. (Gn 1.20,21,24,25). Na criação do homem, houve diálogo entre a Santíssima
Trindade. Deus o formou do pó da terra, e consequentemente a mulher da costela do homem.
(Gn 2.7, Gn 2.21-22)

10- Em termos de vida, qual a diferença entre o homem e os animais?


Os animais foram criados seres viventes sendo que a morte coloca fim em suas existências. (Gn
1.20-21). O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, e o Senhor soprou nele o fôlego
de vida. O homem e a mulher possuem vida eterna. ( Gn 1.26-27, Gn 2.7, At 17.24-26).
Refletir: Possuindo o homem vida eterna, você acha que ele deve ou não se preocupar com ela?

2
Católica: Grego catolikê: Universal

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“O PECADO”
LIÇÃO 05

1- O Que é pecado?
O Breve Catecismo de Westiminster, símbolo de fé de nossa Igreja, na pergunta 14 dá a mais
satisfatória e conhecida resposta a esta pergunta. “Pecado é qualquer falta de conformidade
com a Lei de Deus ou qualquer transgressão da Lei de Deus”. Pecado também significa “errar
o alvo”. O homem após pecar deixou de alcançar o alvo para o qual foi criado, a glória de
Deus.

2- Qual é o fim principal do Homem?


O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre. (1ª pergunta do
Catecismo Maior). Afirma John Piper: “O fim principal do homem é glorificar a Deus ao gozá-
lo para sempre”. Com a entrada do pecado no mundo, o homem sem Cristo, erra sempre esse
alvo.

3- Qual é a origem do pecado?


Podemos dizer que o pecado originou-se primeiramente na esfera angelical, em satanás,
quando este era um dos principais querubins (anjo) dos céus, que transgredindo, foi expulso do
Céu. Mas para a humanidade a origem do pecado foi em Adão e Eva, que introduziram o
pecado no mundo. (Gn 2.16-17, Gn 3.4-6,11).

4- Como é que o pecado se manifestou em Satanás e conseqüentemente em Adão?


Manifestou em forma de soberba ou orgulho, e no desejo de ser igual a Deus. Evidenciado na
desobediência de nossos primeiros pais. (Gn 3.1-5; Jo 8.44; 1 Jo 3.8; Jd 6).

5- O que quer dizer “universalidade do pecado”, cite textos bíblicos que afirmam que o
pecado é universal?
Universalidade do pecado quer dizer que o pecado atingiu toda raça humana. (Rm 3.9-12; Sl
51.5; Ec 7.20).

6- O que é pecado original?


É o pecado que herdamos em conseqüência da queda. É a nossa participação no comum pecado
da raça humana, pois, somos descendentes de Adão, nosso representante, Rm 5.12. Sendo
assim, o pecado original é transmitido de nossos primeiros pais à sua posteridade por geração

12
natural, de maneira que todos os que assim procedem deles são concebidos e nascidos em
pecado. (Sl 51.5; Jo 3.6).

7- Qual é o salário do pecado?


O salário do pecado é a morte. (Rm 6.23; Ez 18.20). Ele se manifesta no homem através dos
desejos da carne. (Gl 5.19-21; Mc 7.21-23)

8- Quais são os efeitos do pecado no Homem?


a) O pecado afasta o homem de Deus. (Is 59.2; Gn 3.8-10)
b) O pecado enfraquece o corpo e causa doenças. (Is 1.4-6; 1Co 11.30; Jo 5.14; Lv
26.17-17).
c) Leva o homem para o inferno. (Ap 21.8; Ap 22.15; 1Co 6.9-10).

9- O crente peca?
Sim. Mas ele não peca por simples prazer, como faz o incrédulo, mas sim por acidente. (1 Jo
2.1-2) e quando ele peca, se arrepende, confessa o seu pecado a Deus, e o Senhor o perdoa e o
justifica. (1 Jo 1.9-10; 1 Jo 2.1-2).

10- Qual é o único remédio capaz de curar o homem dos seus pecados?
Somente o sangue de Jesus Cristo vertido na cruz do calvário, nos purifica de todo o pecado,
lavando o homem que o recebe como salvador, a um estado de salvação eterna, 1 Jo 1.7.

“Aplicação”

“Nossos primeiros pais, sendo deixados à liberdade de sua própria vontade, pela tentação de
Satanás transgrediram o mandamento de Deus, comendo do fruto proibido; e, por isso, caíram
do estado de inocência em que foram criados”. (Resposta à Pergunta 21 do Catecismo Maior).

- O que seria de nós se não fosse a misericórdia e a graça de Deus?


- No caso da misericórdia, deixando de retribuir aquilo que merecíamos, e no caso da graça, nos
dando aquilo que não merecemos? Você reconhece que é um pecador e necessita da
misericórdia de Deus? Sabendo que o pecado causa separação entre nós e Deus, devemos ou não
fugir dele?

Bibliografia recomendada para aprofundar no tema:


BERKHOF Louis – Teologia Sistemática - Ed. Cultura Cristã.

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“A SALVAÇÃO”
LIÇÃO 06

1- Pode o homem se salvar por si mesmo?


Não. A palavra de Deus afirma categoricamente que é impossível ao homem conquistar a
salvação por si mesmo. (Gl 2.16,21; Ef 2.8-10)

2- De quem partiu o plano de salvação e o que Deus fez para nos salvar?
Partiu do próprio Deus, que para nos salvar enviou o seu próprio filho Jesus Cristo, para que
todo o que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna. (Rm 5.8; Jo 3.16). O Reformador
Lutero dizia que se a Bíblia fosse apenas Jo 3.16 já seria o suficiente.

3- Como devemos nos portar mediante a salvação?


Sendo a salvação, não uma conquista de nossos próprios méritos, mas sim, uma dádiva de Deus
que provém da sua grandiosa graça, devemos nos portar com humildade e eterna gratidão, e
não com sentimento de orgulho e vanglória. (Ef 2.8-10)

4- De Deus o Pai, partiu o plano de salvação. Deus o filho (Jesus Cristo), foi quem pagou o
preço da salvação, morrendo na cruz em nosso lugar. Qual é o papel da 3ª pessoa da
trindade, isto é, o Espírito Santo, na salvação?
O papel do Espírito Santo é aplicar o plano de salvação ao pecador. Na linguagem bíblica essa
tarefa é denominada de “novo nascimento”, e na linguagem dos teólogos “regeneração”. É o
Espírito Santo quem convence o pecador do pecado, da justiça e do juízo. (Jo 16.7-11; Tt 3.5)

5- Que terá de fazer o pecador para ser salvo?


Esta foi a pergunta que o carcereiro de Filipos fez ao apóstolo Paulo.
-Arrepender-se de seus pecados. (At 3.19; Lc 13.3)
-Confessá-los a Jesus. (1 Jo 1.9; Rm 10.9-10)
-Crer e receber Jesus como seu salvador. (At 16.31; Jo 3.16)

6- Qual a relação que existe entre salvação e boas obras?


É importante ter isso bem definido em nossas mentes. Somos salvos não pelas boas obras, mas
para as boas obras. Embora as boas obras não tenham participação direta na salvação, elas
são indispensáveis como frutos e provas de nossa salvação. O crente não pratica as boas obras

14
para salvar-se, mas porque foi salvo, elas são as conseqüências de uma vida salva. (Ef 2.8-10
Mt 7.17; Tg 2.26).

7- Existe outro meio de salvação além de Jesus?


Não. A Bíblia é enfática em dizer que somente em Jesus adquirimos a salvação. Deus afirma:
(Is 43.11). Jesus afirma: (Jo 6.40; 14.6). Pedro afirma: (At 4.11-12). Paulo afirma: (1Tm 2.5).
Diante de tantas afirmações, torna-se loucura apresentar outro meio de salvação que não seja
o único, que é Jesus Cristo, pelo qual importa que sejamos salvos.

8- O crente poderá perder a salvação?


Não. Se houvesse a possibilidade de perda da salvação, ou se dependesse de nós assegurá-la
por nós mesmos, então a obra redentora de Cristo estaria incompleta. Jesus ensinou que a
salvação é completa, perfeita e eterna. A certeza da salvação não está na dependência do “eu”,
mas sim, porque Cristo a assegurou por mim morrendo na cruz do calvário. (Jo 10.28-29; 1Jo
5.9-12; Rm 8.38-39). Jesus não fez 50% da obra de salvação e nós devemos então completá-la
com os outros 50%. Ele a sacramentou! Somos salvos por sua obra completa na Cruz.

9- Qual é o tempo da salvação?


Hoje, é o tempo da salvação. Ela precisa ser buscada enquanto estivermos vivos, porque depois
da morte restará apenas o juízo. (Hb 3.7-8; Is 55.6; Hb 9.27)

10- O que acontecerá àqueles que não aceitarem essa tão grande salvação?
Para aqueles que não aceitarem essa tão grande salvação, restará apenas o inferno de
sofrimentos eternos, lugar feito para o diabo e seus anjos. (Hb 2.3; Mt 25.41,46). Onde a
presença de Deus se faz através de sua ira.

“Aplicação”

“A certeza da salvação domina todo crente quando ele retira os olhos de si mesmo e os volta
para Jesus, crendo firmemente no poder da obra salvadora por ele realizada na cruz”.
- Você tem certeza da sua salvação?
- Se Jesus te chamar hoje, para onde você irá?
- Somos salvos porque somos bons, ou por causa da graça de Deus?

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“A IGREJA - OS SACRAMENTOS – A CEIA”
LIÇÃO 07

1- Qual a definição e o significado da palavra “Igreja”?


Quanto a definição: Igreja é um grupo de pessoas crentes batizadas em nome da trindade sob
pública profissão de fé. É uma comunidade cristã, que tem Cristo como seu Rei e Cabeça.
Quanto ao significado: A palavra “igreja” vem do termo grego “ekklesia” e quer dizer
“chamados para fora” Ek-Kaleo: Literalmente: “Chamados para fora de”.

2- Quanto ao caráter multiforme da Igreja, o que é “igreja invisível e igreja visível”?


Igreja invisível; é aquela constituída de todos os eleitos. Os que já foram, dos que
estão sendo salvos e dos que ainda serão salvos no futuro segundo o plano eterno de
Deus.
Igreja visível; é aquela constituída de todos aqueles que confessam a verdadeira
religião, juntamente com seus filhos. Muitos que estão na igreja visível, podem não
pertencer à igreja invisível, dos salvos. Ex: Judas.
Tanto Lutero, quanto Calvino, acentuam o fato de que, quando falam de uma Igreja
visível e invisível, não se referem a duas Igrejas, mas a dois aspectos da única Igreja
de Cristo. É possível que alguns pertençam a Igreja invisível e nunca se tornem
membros da organização visível, como exemplo, aqueles que se convertem em seus
leitos de morte.

3- O que é uma “igreja militante” e “igreja triunfante”?


Igreja militante – é a que vive aqui na terra, que milita, que luta que está
empenhada em uma guerra santa.
Igreja triunfante – é a igreja que está no Céu, que já trocou a espada pela palma da
vitória, aquela que já recebeu a coroa. (2 Tm.4.7- 8).
Os católicos romanos também acrescentam uma “igreja sofredora”, que segundo sua
doutrina inclui os crentes que já não estão na terra, mas ainda não penetraram no
gozo eterno, mas que estão sendo purificados no purgatório.

4- Quais as marcas (características) da verdadeira igreja de Cristo?


As marcas pertencentes à igreja visível e servem para distinguir a igreja verdadeira da falsa
são as seguintes:

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1) Pregação verdadeira da palavra. Esta é a marca mais importante da igreja. (Jo 8.31-32; 2
Jo 9)
2) Administração correta dos sacramentos. Precisam ser administrados por legítimos ministros
da palavra de acordo com a instituição divina, somente aos crentes e aos seus filhos. (Mt 28.19
e At 2.42).
3) Exercício fiel da disciplina. É essencial para manter a pureza da doutrina e salvaguardar a
santidade dos sacramentos. (M. 18.18; 1 Co 5.11-13).

5- Quais as outras marcas principalmente identificadas no NT que são importantíssimas


na vida da igreja?
A presença do Espírito Santo, (At 1.8), o amor (Jo 13.35), o serviço (Mc 10.43-44), o
testemunho (At 1.8), a comunhão (At 4.32).

6- O que é Sacramento?
Sacramento é uma ordenança santa, instituída por Cristo, na qual por sinais sensíveis a graça
de Deus em Cristo é representada, selada e aplicada aos crentes, os quais por sua vez,
expressam sua fé e obediência a Deus, bem como para fazer uma diferença visível entre os que
pertencem a Igreja e o restante do mundo. Disse Agostinho: “Sacramento é um sinal visível de
uma graça invisível”.

7- Quantos e quais são os sacramentos na Igreja de Cristo?


Há somente dois sacramentos na Igreja de Cristo: o Batismo e a Santa Ceia.
A Igreja Católica Romana afirma a existência de sete sacramentos: o Batismo, a Confirmação
ou Crisma, a Eucaristia, a Penitência ou confissão, a Ordem, o Matrimônio e a Extrema unção.

8- Quem instituiu os Sacramentos?


O próprio Jesus Cristo foi quem instituiu os Sacramentos. (Mt 28.19, Lc 22.19-20)

9- Os Sacramentos possuem poderes extraordinários para beneficiar o participante


incrédulo ou para salvar o pecador?
Os Sacramentos não possuem valores em si mesmos. Eles somente tornam-se eficazes, como
meio de graça, mediante a operação do Espírito Santo e a benção de Cristo que os instituiu. Os
Sacramentos não tem nenhum poder para salvar. São meios de graça para o bem dos que são
salvos.

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10- O que é Santa Ceia?
É um ato de culto que tem a forma de uma refeição cerimonial, na qual os servos de Cristo
participam do pão e do vinho, para rememorar a morte sacrificial de Cristo, e assim, celebrar o
novo relacionamento, segundo a aliança que desfrutam com Deus, Mt 26.26-29; Mc 14.22-25;
Lc 22. 17-20; 1 Co 10.16-21; 1 Co 11.17-34.

11- Com é a presença real de Cristo na Ceia?


Transubstanciação: Doutrina católica romana que afirma que o pão e o vinho se transformam
em corpo e sangue de Cristo, sua presença então, se faz pela transubstanciação, isto é,
transformação miraculosa. (Concílio de Latrão em 1215);
Consubstanciação: Doutrina Luterana que afirma que o corpo e o sangue de Cristo estão
presentes “em”, com e “sob” a forma de pão e vinho. É pão é corpo, é vinho é sangue.
Simbolismo: Para muitas igrejas evangélicas, como as pentecostais, a ceia é um mero
simbolismo.
Realismo Espiritual: Como Igreja Reformada, cremos que a Ceia do Senhor, é realismo
espiritual, isto é, Cristo está presente, porém, espiritualmente. O Reformador João Calvino
ensina que enquanto pão e vinho permanecem imutáveis, o Espírito eleva o crente através da fé,
a gozar a presença de Cristo de um modo que é glorioso e real, ainda que indescritível.

12- Qual a diferença básica entre a Ceia e a Páscoa?


A Páscoa era um sacramento cruento, isto é, com derramamento de sangue. A Ceia é um
sacramento incruento, isto é, sem derramamento de sangue. Nela, os laços de sangue foram
substituídos pelos laços da fé.

13- Como deve ser a minha preparação para receber a Santa Ceia?
A participação exige preparo prévio e cuidadoso por parte do crente para que a receba de
maneira digna, mesmo sabendo que a nossa dignidade está em Cristo, porém, não isenta nosso
preparo, Co 11.27. Estas palavras não foram escritas para nos assustar, afastar-nos da Santa
Ceia. Elas foram dirigidas para nossa conscientização do caráter sagrado da Ceia. A
participação na Santa Ceia é um dos privilégios mais ricos para a vida do crente, Co 11.28. A
ordem é examine-se e participe!

“Aplicação”

Qual a importância que temos dado a Igreja e a Santa Ceia?

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“O BATISMO”
LIÇÃO 08

1- O que é batismo?
“Batismo é um sacramento no qual o lavar com água em nome do Pai, do Filho, e do Espírito
Santo, significa e sela a nossa união com Cristo, à participação das bênçãos do pacto da graça e a
promessa de pertencermos ao Senhor”. (Breve Catecismo, pergunta 94)

2- A quem deve ser administrado o batismo?


O batismo não deve ser administrado àqueles que estão fora da igreja visível, enquanto não
professarem a sua fé em Cristo e obediência a Ele. Mas os filhos daqueles que são membros da
igreja visível devem ser batizados. (Gn 17.7,10; At 2.38-39; At 18.8; At 16.14-15; 1Co 7.14)

3- Quais as razões históricas para o Batismo Infantil?


Era praticado no tempo da Igreja Primitiva. Os chamados Pais da Igreja como: Justino Mártir;
Irineu de Lião; Orígenes; Clemente de Alexandria, Agostinho; todos, em seus escritos, afirmam a
existência do batismo dos filhos dos crentes.
O Didaquê, manual da Igreja Primitiva, conhecido também como “Doutrina dos 12 apóstolos”,
prescreve o batismo de crianças.
É importante observar que o batismo de criança estava sendo praticado antes do desvio da Igreja,
pois, os relatos dos pais da Igreja sobre a prática do mesmo, são do período em que a Igreja Cristã
estava vivendo o Evangelho na sua "pureza".

4- Quais são as principais objeções ao batismo dos filhos de crentes?


1ª objeção: A igreja Católica é que introduziu a prática do batismo infantil.
Respondemos: O batismo dos filhos dos crentes foi sempre praticado na igreja cristã. A igreja
Grega (Ortodoxa), Armênia, Nestoriana e Abissínia, que nunca aceitaram a autoridade de Roma,
sempre o fizeram. Não se pode dizer que Batismo de filhos de crentes é coisa da Igreja Católica.

5- Qual a 2ª objeção ao batismo infantil e o que respondemos?


2ª objeção: Não há na Bíblia um mandamento para batizar os filhos dos crentes.
Respondemos: Uma vez que o povo de Deus no AT recebia crianças que dele faziam parte através
da circuncisão, não é preciso haver na nova dispensação mandamento para recebê-las. Para
exclui-las sim, é que precisaria haver mandamento.

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6- Qual a 3ª objeção ao batismo infantil e o que respondemos?
3ª objeção: A Bíblia ensina que quem crer e for batizado será salvo (Mc 16.16). Ora uma criança
não crê. Como pode então ser batizada?
Respondemos: Este texto se refere à ordem de evangelização, não está falando de filhos de crentes.
A prova disto é que Jesus completa... “Quem, porém não crer será condenado”. A criança não crê,
mas também não se recusa a crer. Este texto é todo de ênfase missionária não de norma de
batismo. Como ficam então os excepcionais? Os filhos dos crentes na velha dispensação eram
circuncidados, e a circuncisão como o batismo pressupõe fé no caso dos adultos. Mas no caso dos
filhos pequenos do povo de Deus a circuncisão era ministrada a partir da fé dos pais, que com este
ato, reafirmavam sua obediência à aliança. Um menino de 08 dias não podia crer e nem deixar de
crer, mas os pais o dedicavam a Deus pela circuncisão (para os primogênitos havia também uma
cerimônia especial de consagração, mas todos eram circuncidados). (Daí compreendermos hoje
que a cerimônia de consagração dos filhos dos crentes realizada por algumas igrejas evangélicas é
um equívoco). Só o primogênito era circuncidado e consagrado, para os outros valia somente a
circuncisão, substituída no NT pelo batismo que agora deve ser administrado a todos os filhos dos
crentes. Daí evitarmos a expressão, batismo infantil ou batismo de crianças, preferindo falar em
“batismo de filhos de crentes”.

7- Qual a 4ª objeção ao batismo dos filhos dos crentes?


4ª objeção: O batismo não é sucessor da circuncisão, visto que esta era aplicada e aplicável
somente ao sexo masculino. Ao passo que o batismo estende-se às mulheres.
Respondemos: A não aplicação da circuncisão às mulheres era devido à imperfeição do rito. O
judaísmo era sombra do cristianismo e, portanto imperfeito. A mulher no judaísmo era
representada pelo homem. E ainda que pela imperfeição do rito, não pudesse ela recebe-lo, não
deixava, contudo de participar de seus privilégios, pois segundo a lei, ela só devia casar-se com um
circuncidado.

8- Qual a 5ª objeção ao batismo dos filhos dos crentes?


5ª objeção: Por que batizar menores se Jesus não foi batizado na sua infância?
Respondemos: Realmente não foi, pois na época da sua infância o que vigorava era a velha
dispensação, por isso Jesus foi circuncidado ao 8º dia como toda criança judia, como prescrevia a
Lei. Gn 17.12, Gl 4.4-5, Lc 2.21. Jesus foi apresentado no Templo porque era o primogênito,
somente o primogênito era apresentado no Templo. Lc 2.23, e não todas as crianças, como hoje
muitas Igrejas usam essa apresentação, porém somente o primogênito era apresentado. O batismo

20
foi instituído na nova aliança, após a ressurreição de Jesus, na grande comissão. O batismo
substitui a antiga circuncisão. É por isso que os filhos de crentes devem ser batizados.

9- Por que nós (Igreja Presbiteriana) batizamos filhos menores de crentes?


Porque há vários argumentos sólidos que justificam o batismo de crianças, filhos de crentes.
Destacaremos os seguintes:
As crianças sempre fizeram parte integrante da família de Deus, tanto no AT quanto no
NT (Gn 17.10-11, At 2.39) Se a igreja no AT admitia crianças, não podemos excluí-las
no NT negando-lhes o batismo.
Nas palavras de Paulo em Cl 2.11-12, O batismo é a circuncisão de Cristo. Estes dois
ritos (batismo e circuncisão) têm o mesmo propósito, a saber, a iniciação na igreja de
Deus. Ora as crianças judias eram circuncidadas no 8º dia, depois do nascimento. Nada
há que possa impedir procedimento idêntico que é a aplicação do batismo às crianças
na igreja de Cristo.
No NT há várias referências a batismo de famílias inteiras. É verdade que não fala que
havia crianças, mas é mais natural se concluir que havia crianças nestas famílias e que
elas receberam o batismo. (At 16.15, 16.33, 18.8).
Jesus disse que “das crianças é o reino dos céus”, quem tem o mais, tem o menos.
Como priva-las do batismo, se elas pertencem ao reino dos céus? (Lc 18.15-17)
Pedro disse: Para vós outros é a promessa, para vossos filhos... (At 2.39). É lógico que
a palavra filho inclui crianças, pois os filhos adultos, sendo responsáveis por si, não
podem ser representados por seus pais. Conclui-se daí que a palavra “filhos” refere-se
a menores filhos de crentes.

10- Quando surgiu a idéia de abolir o batismo de filhos de crentes?


A idéia de abolir a prática do batismo de filhos de crentes só surgiu no Séc.XII com os
Petrobusianos, e no Séc. XVI com os anabatistas. Antes disso não há indício de que a igreja cristã
não batizasse crianças.

Parecer conclusivo:

Batismo Infantil

“Batismo é um sacramento, de maneira a purificar com água em o nome do Pai, do Filho e do


Espírito Santo, o que significa e sela nossa aliança com Cristo, e partilhando os benefícios do
pacto da graça, e nossa declaração que verdadeiramente somos de Deus” (CMW, p. 94).

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Batismo é o sinal do pacto da graça durante a era do Novo Testamento, como foi a circuncisão
durante o Antigo Testamento (ver Cl. 2.11-12). Os Cristãos Reformados entendem que o
batismo deve ser aplicado, então, a todos aqueles com quem Deus estabeleceu seu pacto de
graça, mais claramente, com os crentes em Cristo e também com seus filhos. È importante
enfatizar que não há um texto bíblico explícito que determine o batismo infantil. Se houvesse,
todas as igrejas que crêem na Bíblia iriam então praticá-lo. Mas também não há um
mandamento explícito para guardarmos o domingo em vez do sábado, nem por isso deixamos
de entender e de guardá-lo. O argumento de defesa para o batismo infantil pode ser apresentado
na forma de silogismo: 3

Premissa Maior
Todos participantes no pacto da graça devem receber o sinal de tal pacto.

Premissa Menor
As crianças, filhos dos crentes são também participantes do pacto da graça.

Logo, as crianças, filhos dos crentes devem também receber o sinal do pacto da graça. Se as duas
premissas são verdadeiras, a conclusão é incontestável. E é isso o que a confissão descreve como
“conseqüência boa e necessária”.

A única forma de evitarmos o batismo infantil dos filhos dos crentes é se negarmos uma dessas
verdades. Poucos negariam a premissa maior, mas dispensacionalistas claramente negam a premissa
menor. Eles afirmam que as crianças filhos de crentes nunca foram participantes do pacto da graça.
Uma vez que, durante a era do Antigo Testamento, eles participavam da nação de Israel e recebiam o
sinal de sua participação no pacto - a circuncisão. Mas, dizem eles (dispensacionalistas), que
crianças não participam do pacto da graça, porque esse pacto existe somente a partir do Novo
Testamento. Uma vez que não existe um texto que ordena o batismo infantil, então não se deve
fazer.

Entretanto, o pacto da graça existe durante as duas eras (AT e NT), e os filhos dos crentes eram
obviamente participantes do pacto durante o Antigo Testamento. Deus determinou isso (ver Gn.
17.10). Agora, uma vez que Deus não alterou seu pacto (Sl 89.34), nós não nos surpreendemos que
não haja um texto no Novo Testamento indicando que os filhos dos crentes que eram participantes

3
Silogismo: Um silogismo (do grego antigo συλλογισμός, "conexão de idéias", "raciocínio"; composto pelos termos
σύν "com" e λογισμός "cálculo") é um termo filosófico com o qual Aristóteles designou a argumentação lógica perfeita,
constituída de três proposições declarativas que se conectam de tal modo que a partir das primeiras duas, chamadas
premissas, é possível deduzir uma conclusão. A teoria do silogismo foi exposta por Aristóteles.

22
do pacto, agora já não são mais. Ao contrário, Cl 2.11 e 12 traçam um paralelo especifico, entre
batismo e circuncisão; aqueles que eram então circuncidados, que sejam agora batizados.

A Responsabilidade dos pais


Os pais têm uma grande responsabilidade sobre a fé e a educação religiosa dos seus filhos (Dt 6.6-7).
Temos na Bíblia o princípio didático que cremos, revestido de promessa, de que os filhos bem
educados no caminho do Senhor não irão se desviar dele (Pv 22.6). Sendo assim, os pais devem
guiar seus filhos, através da instrução e do exemplo, no caminho da vida eterna.
A promessa do Espírito e da salvação não se restringe aos adultos, mas se estende aos filhos (At
2.38). Um pai ouve de Paulo que seu ato de fé em Deus abriria a porta da salvação a toda a sua casa
(At 16.31).
Quando Zaqueu se converteu, Jesus declarou: “hoje veio salvação para esta casa” (Lc 19.9). A Bíblia
ensina também que a “oração de um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5) e, como já vimos,que
uma mulher crente, por exemplo, santifica sua família a ponto dos seus filhos serem contados entre
os “santos” (1 Co 7.14). Portanto é nossa responsabilidade apresentar nossos filhos ao batismo. É
inadmissível estarmos no pacto e nossos filhos não. Eles pertencem ao Senhor assim como nós.

11- Quais as formas de batismo existentes?


Cristo mandou que batizasse com água em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo. Porém não
determinou o modo de aplicar o batismo. Daí haver na igreja três modos ou formas de aplicar o
batismo; A Aspersão (Aplicação de água sobre a cabeça do batizando aspergindo com a mão). A
Efusão (Derrama-se um vaso de água na cabeça do batizando). A Imersão (Mergulha-se o
batizando na água).

12-Qual é a forma de batismo adotada pela Igreja Presbiteriana, e por quê?


A Igreja Presbiteriana, a Metodista e várias outras batizam por aspersão. Porém, não obstante
entender ser a forma mais correta, ela considera as três formas (aspersão, efusão, imersão),
igualmente válidas.
A IPB adota a aspersão baseada em inúmeros argumentos, dentre os quais destacaremos os
seguintes:
A água é apenas um símbolo, não importando a quantidade ou forma.
A aspersão está mais de acordo com a significação do batismo. A aplicação da água ao
batizando simboliza o lavar regenerador (Tt 3.5). Por isso, é que se diz que nós somos
nascidos da água e do Espírito (Jo 3.5, Ez 36.25).

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O batismo com água simboliza o batismo com o Espírito Santo em forma de derramamento
(Jl 2.28-29, At 2.17). No Pentecostes o Espírito Santo desceu sob a forma de línguas de
fogo, isto é, em forma de aspersão. (At 2.1-4)
O batismo de Saulo (apóstolo Paulo), na casa de Ananias, não poderia obviamente ter sido
aplicado na forma de imersão. (At 9.17-18).
Entendemos que o batismo por aspersão pode ser praticado em qualquer lugar, em
qualquer circunstância e com qualquer pessoa. Ex: doentes em hospitais.

Objeções imersionistas:
Os imersionistas argumentam que a palavra batismo significa imersão, e que o verbo
batizar significa imergir, logo o batismo deve ser aplicado na forma de imersão.
Respondemos: 1Co 10.1-2. Aparece o verbo batizar. Se substituirmos batizar por imergir,
alterará todo o sentido do texto. Logo batizar não é o mesmo que imergir.

Os imersionistas argumentam que o verbo batizar deriva do grego bapto e baptizo, que
significa imergir.
Respondemos: Dn 4.25; Na versão Septuaginta, o verbo molhado é bapto. Como imergir no
orvalho? Logo bapto não pode significar imersão. Lc 11.38; No texto grego lavava é o verbo
baptizo. Os judeus se lavavam antes das refeições. Marcos registra isso; Mc 7.3-4. Portanto o
verbo baptizo aqui não significa imergir.

Os imersionistas afirmam também que o fato de João Batista batizar no rio Jordão significa
que ele batizava por imersão.
Respondemos: Esta expressão bíblica: João batizava no rio Jordão, identifica a região que ele
batizava nada a ver com o modo. Jo 10.40.

Os imersionistas se baseiam em Jo 3.23, dizendo que se João batiza em Enom porque ali
tinha muitas águas, isto prova que ele batizava por imersão.
Respondemos: O Dr. D.J. Wiseman, professor de Assiriologia na Universidade de Londres,
afirma que Enom é, em árabe, Ain, que significa “Fonte”. Logo muitas águas significam: fontes
de muitas águas. Isso significa facilidade devido ao número, não o modo.

Os imersionistas afirmam que Jesus foi batizado por imersão, porque o registro bíblico
afirma que, após ser batizado Jesus saiu da água. Mc 1.10. Filipe e o eunuco desceram à
água.

24
Respondemos: O fato de Jesus ter saído da água após o batismo não significa que ele tenha
sido imergido. Nem toda vez que uma pessoa entra ou sai da água materializa-se imersão. No
caso de Filipe e o eunuco, se descerem à água significa imersão, logo teremos que concluir que
Filipe também foi imerso, pois ambos desceram à água. At 8.38.

Os imersionistas dizem que Paulo compara o batismo a um sepultamento, logo deve ser
feito por imersão. Cl 2.12; Rm 6.4
Respondemos: Quando Paulo falou que fomos sepultados com Cristo na morte pelo batismo,
ele estava se referindo ao significado do batismo e não ao modo do batismo. Nos mesmos
capítulos, Paulo afirma que fomos circuncidados Cl 2.11, e crucificados Rm 6.6, isto prova que
ele está tratando da nossa identificação com Cristo, na sua morte, e não da forma de se
ministrar o batismo.

Outras dificuldades que temos para aceitar no sentido de adotar o batismo por imersão. Por
exemplo, João Batista batizava multidões Mt 3.5-6, além é claro de pregar. Será que ele
dispunha de tempo e energia física para imergir multidões? No dia de Pentecostes foram
batizadas quase 3.000 pessoas em Jerusalém. Nesta cidade não havia rio. Apenas reservatórios
de águas. Como foram efetuados estes batismos? Será que as autoridades permitiram usarem
estes reservatórios? O carcereiro de Filipos foi batizado logo depois da meia noite, depois de
um terremoto que fendeu as paredes da prisão, provavelmente no pátio da própria prisão, onde
residia At 16.23-33. É possível pensar em imersão num caso como este? Uma pessoa doente
muito idosa que se converte em um leito hospitalar e deseja ser batizada. Como efetuar este
batismo?

Concluímos dizendo que a pessoa que recebeu Jesus como Salvador está salva. Quem salva é Jesus
e não o batismo. Mas quem recebe Jesus deve também receber o batismo. Jesus e os apóstolos
falaram do batismo como uma obrigação, e não como uma opção. A nossa Confissão de Fé de
Westminster (CFW), fala que é grande pecado desprezar ou negligenciar está ordenança. (Cap.
XXVIII, 5). Com respeito ao batismo dos filhos dos crentes concluímos que: Se no AT as crianças
participavam das bênçãos do pacto e recebiam a circuncisão como seu selo e sinal (Dt 29.10-13,
2Cr 20.13), você acha que hoje elas devem ficar de fora do batismo que substitui a circuncisão do
AT? Não devem! Devem ser elas batizadas e distinguidas dos demais, são heranças do Senhor!

25
“A ORIGEM DA IGREJA CRISTÃ E A REFORMA PROTESTANTE”
LIÇÃO 09

1- Como nasceu a Igreja Cristã?


Historicamente a igreja cristã nasceu no dia de Pentecostes (descida do Espírito Santo At 2). A
princípio ela era considerada apenas uma seita do judaísmo, (At 24.14, 28.22). Mas com o passar
do tempo, ela adquiriu identidade própria.

2- Como era a vida dos cristãos no princípio da história da igreja?


Era uma vida difícil por causa das perseguições. Os cristãos eram perseguidos pelos judeus e pelos
romanos. A perseguição, contudo, ajudava a igreja, que se expandia cada vez mais. Os falsos
cristãos não suportavam a perseguição e saíam da igreja. Assim a igreja ia ao mesmo tempo se
fortalecendo e se purificando, At 4; At 5; At 7; At 8, etc.

3- Quando cessou essa perseguição?


No séc. IV cessaram as perseguições. No ano 313 Constantino e Licínio, concorrentes ao trono
Imperial, se encontraram e assinaram o “Édito de Milão”, concedendo plena liberdade ao
Cristianismo. No ano 323 Constantino derrotou Licínio, tornando-se o único governante do mundo
romano. Constantino então, instituiu o Cristianismo como “Religião oficial do Império Romano”.

4- Quando começou o afastamento da igreja das verdades bíblicas?


Não podemos negar que a partir de sua oficialização como religião oficial do Império, a igreja
começou a passos largos, a se distanciar das verdades bíblicas. A igreja passou a receber um
grande número de adesões. Muitas pessoas entravam para a igreja sem uma verdadeira conversão,
consequentemente, levando a igreja a se afastar da verdadeira doutrina bíblica, pois, a igreja já
não exigia uma mudança de vida, ou seja, uma verdadeira conversão, apenas aceitava as pessoas
com as suas idéias pagãs, então, o paganismo entrou na igreja.

5- Quais foram os principais erros cometidos pela igreja nesta época?


*No ano 375 foi instituído o culto aos santos.
*No ano 431 instituiu o culto a Maria, a partir do Concílio de Éfeso, cidade em que pontificava a
grande deusa Diana dos Efésios, divindade feminina pagã.
*No ano 503 surgiu a doutrina do purgatório.
*No ano 783 foi adotada a adoração de imagens e relíquias.
*No ano de 1090 inventou-se o rosário.

26
*No ano de 1229 foi proibida a leitura da Bíblia.
A igreja cada vez mais se distanciava da Palavra de Deus, corrompendo-se totalmente.

6- Alguns dizem que a igreja católica romana é a igreja organizada pelos apóstolos. Que
dizemos a esse respeito?
A igreja dos apóstolos não adotou nenhum nome específico. Ela é chamada no NT
simplesmente de igreja. Historicamente ela é chamada de Igreja Primitiva.
O sistema de governo e a organização da igreja Primitiva, suas doutrinas e sua liturgia,
eram bem diferentes do que é praticado pela Igreja Católica Romana.
A Igreja Católica Romana surgiu das transformações ocorridas na igreja Primitiva.
Transformações que lamentavelmente só afastaram a igreja dos ensinos de Jesus Cristo.
As heresias mencionadas, aliadas à corrupção e imoralidade do clero, levaram a igreja a
perder suas principais características de Igreja Cristã.

7- Cite mais alguns erros cometidos pela igreja antes da Reforma Protestante?
Hierarquia na igreja (Papas, Cardeais, Arcebispos, Bispos, etc) Mt 20.25-27.
Idolatria Ex 20.3-6
Salvação pelas obras (Ef 2.8-10)
Penitência e Simonia (venda de sacramentos e benefícios eclesiásticos)
Celibato (proibição de casamento dos Padres)

8- Qual foi o erro que serviu de “estopim”, para acontecer a Reforma?


A venda de Indulgências. Ela consistia na absolvição dos pecados, desde que o fiel em troca,
pagasse certo preço, geralmente terras ou dinheiro.

9- O que foi a “Reforma Protestante”?


Martinho Lutero, monge Agostiniano, um dos mais reputados professores da Universidade de
Wittemberg (Alemanha), pôs-se em contato com a Bíblia, lendo-a descobriu a “Justificação pela
fé”, dando ênfase à “graça de Deus”. Diante do escândalo das indulgências, Lutero não se
conteve. Escreveu 95 teses contra as Indulgências e afixou-as à porta da Catedral de Witemberg
em 31 de outubro de 1517. Sendo este, então, o dia oficial da Reforma Protestante. Seu objetivo a
princípio, era promover um debate e corrigir a Igreja de seus absurdos erros.

10- Quais são os três princípios fundamentais da Reforma Protestante?


1) A Bíblia como única regra de fé e prática.

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2) A Justificação somente pela fé.
3) O Sacerdócio Universal dos crentes, isto é, livre acesso á presença de Deus por meio de Jesus
Cristo.

Lutero não tinha o desejo de formar uma nova igreja, mas o seu desejo era fazer uma reforma
dentro da igreja existente. Mas isso não aconteceu. Daí a divisão, ficando de um lado as Igrejas
Evangélicas (Protestantes ou Reformadas), e do outro lado à Igreja Católica Romana.

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“O PRESBITERIANISMO E A IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL”
LIÇÃO 10

1-Como surgiu o Presbiterianismo?


Paralelo à reforma protestante de Lutero, surgiu na Suíça, um reformador chamado Zwínglio. Era
mais novo que Lutero somente 50 dias, mas tinha formação e idéias diferentes de Lutero. Ele foi
mais radical na sua obra de reforma do que Lutero, afastando bem mais das tradições da igreja
romana. As diferenças de pensamento entre Lutero e Zwínglio separaram a reforma em dois
campos, sendo que a igreja da Suíça tomou o nome de “Igreja Reformada”, e a da Alemanha
“Igreja Luterana”. Contudo, Zwínglio não pôde ir muito longe em seu movimento de reforma,
pois, morreu prematuramente no dia 11 de outubro de 1531. Mesmo assim Zwínglio é considerado
o “pai do protestantismo reformado”.

2- Após este início, quem foi o homem responsável pela sistematização e expansão do
protestantismo reformado?
O grande responsável pela sistematização do protestantismo foi o francês“João Calvino”. Ele foi o
reformador que mais se distanciou do romanismo, no retorno à Bíblia. Sua doutrina básica é a da
Soberania de Deus.

3- Quem foi João Calvino?


Calvino nasceu na França no dia 10 de julho de 1509. Seu pai era advogado e sua mãe morreu
quando ele tinha apenas 3 anos de idade. Aos 14 anos, Calvino entrou para a Universidade de
Paris. Com 20 anos formou-se em Direito. Não se sabe o ano com precisão que ele se converteu.
Alguns julgam que foi no ano de 1533. Calvino foi acima de tudo um grande teólogo, escreveu
dezenas de livros. Sua obra principal é a INSTITUIÇÃO DA RELIGIÃO CRISTÃ, conhecida como
“AS INSTITUTAS”, concluída em 1559. O sistema doutrinário elaborado por Calvino é
essencialmente bíblico, e se tornou conhecido como “CALVINISMO”. A obra de Calvino foi o
domínio do Espírito sobre o espírito, na hora de sua morte aos 27 de maio de 1564, mereceu o
título de “Único Reformador Internacional”.

4- Como o protestantismo se espalhou pelo mundo e sua nomenclatura?


Os seguidores do movimento iniciado por Zwínglio e estruturado por Calvino se espalharam
imediatamente por toda a Europa. Na França eles eram chamados de Huguenotes; na Inglaterra,
Puritanos; na Suíça e Paises Baixos, Reformados; na Escócia, Presbiterianos.

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5- Quem é considerado o Pai do Presbiterianismo?
Na Escócia, John Knox (1505-1572), que estudara com João Calvino em Genebra, levou o
Parlamento da Escócia a abraçar a Reforma em 1560. A primeira Igreja Presbiteriana, a Church
Of Scotland, foi fundada como resultado disso. Por isso, John Knox é considerado o Pai do
Presbiterianismo.

6- Como o presbiterianismo chegou até nós?


O presbiterianismo foi levado da Escócia para a Inglaterra; de lá, para os Estados Unidos da
América. Em 1726 teve início um grande despertamento espiritual nos Estados Unidos. Este
despertamento levou os presbiterianos a se interessarem por missões estrangeiras. Missionários
foram enviados para vários países, inclusive para o Brasil.

7- Em que dia a Igreja Presbiteriana chegou ao Brasil, quem foi o missionário que a trouxe?
A Igreja Presbiteriana chegou ao Brasil em 12 de Agosto de 1859, através do missionário “Ashbel
Green Simonton” ou simplesmente, “Simonton”. Antes disso, houve duas tentativas de implantação
do presbiterianismo aqui no Brasil, uma pelos franceses em 1555, e outra pelos holandeses entre
1630-1654, mas com a derrota dos holandeses para os portugueses caiu à tentativa. Mas no séc.
XIX ela chegou definitivamente através de Simonton.

8- Como é o governo da Igreja Presbiteriana?


Existem na igreja evangélica três formas de governo:
1º) Episcopal: cujo princípio básico é: um governa todos.
2º) Congregacional: cujo princípio básico é: todos governam.
3º) Presbiterial: Cujo princípio básico é: alguns governam todos com delegação da
comunidade.
O governo Presbiterial é o governo da Igreja Presbiteriana. Cremos ser esta a forma bíblica de
governo. É o governo do povo por meio de representantes por ele escolhidos. (At 11.29-30,
14.23, 15.2,4, 6, 22, etc). O nome “presbiteriano” vem do termo grego presbyteros, “ancião”,
“superintendente”. O nome aponta para a forma de governo da Igreja.

9- Qual é o símbolo do Presbiterianismo e quais são os oficiais da igreja?


O símbolo do Presbiterianismo é uma sarça ardente.
Existem na Igreja Presbiteriana duas classes de oficiais: Presbíteros e diáconos.
Os Presbíteros podem ser docentes (Pastores, ministros da Palavra), e regentes (presbíteros
que participam do governo da igreja e do pastoreio)

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Os diáconos têm por função distribuir as ofertas dos fiéis para fins piedosos; ter sob sua
guarda os bens temporais da Igreja, bem como manter a ordem do culto.

10- Quantos são os concílios da Igreja Presbiteriana do Brasil e como é seu governo?
O governo da Igreja Presbiteriana não é exercido individualmente, mas coletivamente, por meio de
concílios ou tribunais. São 4 os concílios: Conselho, Presbitério, Sínodo e Supremo Concílio.
O Conselho dirige uma Igreja local; (Se reúne ordinariamente; não possui reunião
extraordinária).
O Presbitério tem jurisdição sobre certo número de igrejas de uma certa região; (Se reúne ao
menos, uma vez por ano, em Reunião Ordinária, e extraordinariamente, quantas vezes forem
necessário)
O Sínodo tem jurisdição sobre diversos Presbitérios (Três no mínimo), e se reúne ordinariamente
de 2 em 2 anos, e extraordinariamente, quando julgar necessário;
E o Supremo Concílio tem jurisdição sobre todas as igrejas, Presbitérios e Sínodos. Se reúne de 4
em 4 anos. A sua Comissão Executiva se reúne anualmente para tratar dos assuntos necessários.

11- Quais os símbolos de fé, e o Sistema doutrinário da Igreja Presbiteriana do Brasil?


A Igreja Presbiteriana do Brasil adota como exposição das doutrinas bíblicas, sendo seus símbolos
de fé: A Confissão de Fé de Westminster, o Catecismo Maior e o Breve Catecismo.
Porém, nossa única regra de Fé e prática é a Bíblia Sagrada.
Em virtude de a Bíblia não trazer as doutrinas já sistematizadas, adotamos a Confissão de Fé, e os
Catecismos como exposição do Sistema de doutrinas ensinadas na Escritura.
A Confissão de Fé e os Catecismos foram aprovados pelo Parlamento Inglês em Assembleia que
durou 5 anos (1643 a 1647). A Igreja Presbiteriana da Escócia, da Inglaterra e a dos Estados
Unidos da América adotaram a Confissão de Fé e os Catecismos como padrão doutrinário. A
Igreja Presbiteriana do Brasil também fez o mesmo.

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“A MORDOMIA CRISTÃ E O DÍZIMO”
LIÇÃO 11

1- O Que é “Mordomia Cristã”?


É a doutrina que ensina que cada crente é mordomo de Deus para administrar seu corpo, seu
tempo, sua voz, seus bens materiais, seu testemunho, ou seja, refere-se à administração correta
de todos os bens, dons e talentos que Deus colocou à nossa disposição.

2- O Que é um Mordomo?
Mordomo é aquele que toma conta de bens que não lhe pertencem e deve prestar contas deles.
(Lc 16.1-2)

3- Por que neste mundo, somos mordomos e não donos?


Porque Deus nos colocou aqui na terra como administradores, tudo pertence a Ele. (Sl 24; Gn
2.15-17). Não somos donos de nada!
A terra é do Senhor (Lv 25.23)
O ouro e a prata são do Senhor (Ag 2.8)
Os animais do campo são do Senhor (Sl 50.10-12)

4- O que é dízimo?
Do Latim “decimus”. Dízimo quer dizer “a décima parte”. Dízimo é a décima parte do dinheiro ou
de outros bens, recebimentos ou lucros que ganhamos, dos quais 10% devem ser entregues à Casa
do Senhor. Ml 3.8-10.

5- De onde provinha o sustento do Templo no tempo de Israel?


Deus estabeleceu entre os israelitas o sistema do dízimo para prover o sustento do templo. O povo
entregava a décima parte de tudo o que viesse a possuir. O local de entrega dos dízimos era o
templo ou a Casa do Senhor. (Dt 12.5-6,11,17-19)

6- Muitas pessoas dizem que o dízimo é coisa do AT e que não existe no NT nada sobre o
dízimo. O que dizemos?
Jesus traz um exemplo sobre o dízimo quando fala aos escribas e fariseus. Ele confirma o dízimo,
apenas condena os fariseus por não observarem os preceitos mais importantes da Lei: A justiça, a
misericórdia, a fé, etc (Mt 23.23). Jesus deixa claro que eles deveriam praticar a justiça, a
misericórdia, a fé, sem omitir a fiel entrega do dízimo. Jesus não aboliu o dízimo, mas o confirmou.

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7- A quem foi comparado os sonegadores do dízimo?
Malaquias faz uma dura comparação aos sonegadores do dízimo, classificando-os de ladrões. (Ml
3.8-10). (1 Co 6.9-10)

8- Quais são as principais objeções de quem não é dizimista?


1ª) Objeção: Segundo 2 Co 9.7, cada um deve contribuir segundo tiver proposto no coração,
logo eu contribuo se eu quiser, ou se sentir vontade.
Respondemos: Paulo está falando neste texto sobre a assistência a favor dos santos, está falando
de ofertas, esmola, que devia ser levantada para os pobres de Jerusalém, o que nada tem a ver com
a contribuição da igreja, ou seja, o dízimo. Quando se faz caridade, faça segundo proposto no
coração, mas quando se contribui para a igreja faça como Deus ordenou. (Ml 3.10)

2ª) Objeção: Eu gostaria de administrar meu dízimo, porque eu queria dar uma parte para o
orfanato, outra para o asilo, outra para o seminário, etc.
Respondemos: Está errado. Deus não permite que eu mesmo administre meu dízimo. Quem
administra é a Casa de Deus, e nessa casa que é a igreja, existe um conselho que está encarregado
de administrar o meu dízimo. Se eu mesmo administrar estarei usurpando privilégios do conselho e
Deus não permite isso. (Ml 3.10)

3ª) Objeção: Mas eu não concordo com a administração do conselho.


Respondemos: Deus mandou que eu trouxesse o dízimo para a sua casa, mas não me nomeou fiscal
do dízimo. Quem fiscaliza é Ele. Se o conselho não agir corretamente na administração dos
dízimos, Deus vai cobrar de quem é responsável, pela sua administração.

4ª) Objeção: Devemos entregar o dízimo do bruto, ou primeiro posso descontar o


supermercado, o mercadinho, a farmácia, as minhas contas em geral, etc, etc?
Respondemos: O dízimo é primícia, deve ser retirado primeiramente, Pv 3.9-10. Se formos
descontar as nossas contas será que sobrará alguma coisa para dizimar?

9- Ser dizimista é tudo no Reino de Deus?


Não. O apóstolo Paulo apresenta-nos o exemplo dos macedônios, de que o dízimo não é tudo.
Aqueles crentes não se contentavam com apenas a entrega dos dízimos, mas entregavam tudo o que
possuíam, começando pelas suas vidas e bens. A isto Paulo chamou de “A graça da generosidade”.
Mas ser dizimista é sinônimo de fidelidade.

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10- Posso esperar bênçãos do Senhor por causa da minha fidelidade?
Claro que sim! Não que o Senhor seja devedor a nós, ou que faça barganha conosco. Mas as
bênçãos vêm em decorrência de sua graça, que Ele galardoa os fiéis Sl 19.8-11. Aos dizimistas, aos
fiéis, Deus garante e efetua muitas bênçãos, é promessa da sua Palavra. (Ml 3.10b, Sl 37.25, Sl
112; Sl 1; Pv 10.3, Ex 23.25, Ml 3.11, Ml 3.12).

11-O que diz a Constituição da Igreja Presbiteriana do Brasil sobre os deveres de um


membro? O Dízimo está contemplado?
Claro que sim! São deveres de um membro da Igreja:
a) Viver de acordo com a doutrina e prática da Escritura Sagrada;
b) Honrar e propagar o Evangelho pela vida e pela palavra;
c) Sustentar a Igreja e as suas instituições, moral e financeiramente;
d) Obedecer às autoridades da Igreja, enquanto estas permanecerem fiéis às Escrituras Sagradas;
e) Participar dos trabalhos e reuniões da sua Igreja, inclusive assembleias. (CI-IPB – Cap. III,
Art.14).

Portanto, o ponto c, deixa claro que é dever de todo membro da Igreja sustentá-la financeiramente,
e nós fazermos isso, através dos dízimos e ofertas.

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“MORDOMIA DO DOMINGO”
LIÇÃO 12

1-O que é o domingo? Qual o nosso dever em relação a ele?


O domingo é o “Dia do Senhor”. É dever de todos os homens lembrar-se do dia do Senhor e
preparar-se com antecedência para guardá-lo.

2- Como devem ficar os negócios temporais?


Os negócios temporais devem ser postos de parte, e ordenados de tal modo, que não venham
impedir de santificar o domingo ao Senhor.

3- Como deve ser a consagração desse dia?


Deve se consagrar esse dia inteiramente ao Senhor, empregando-o em exercícios espirituais,
públicos e particulares, bem como, repouso das demais atividades que não sejam de absoluta
necessidade.

4- Podemos gastar o domingo em nosso próprio benefício?


Não. O domingo é o dia do Senhor, sendo seu dia ele pertence a Cristo, e por ser dele, deve ser
gasto no seu serviço. Devemos lembrar que todos os dias são do Senhor, mas o domingo é
separado para o descanso e o serviço sagrado.

5- Sendo o domingo o dia do Senhor, como fica a situação daqueles que trabalham nesse dia?
Devemos observar alguns pontos importantes antes de responder esta pergunta.
Devemos acatar as leis e autoridades. (Rm 13.1-2)
Se alguém não trabalha porque não quer, não tem direito a comer, portanto o trabalho é
lícito. (2 Ts 3.10)
O que é condenável é o crente sair á caça de serviços extras, cujo objetivo seja apenas ganhar
mais, deixando o trabalho do Senhor de lado.

6- Como ficam as recreações no domingo?


É necessário que o crente abstenha de recreações como, por exemplo, (Praia, futebol, piquenique,
excursão, caçada, pescaria etc). Estas coisas são lícitas em outros dias, mas impróprias para o dia
do Senhor. Também é preciso lembrar as donas de casa, que é profanação deixar de ir à igreja no
domingo para ficar em casa fazendo almoço, jantar, ou outros afazeres domésticos. (Lc 10.38-42)

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7- O que representava o sábado?
A Bíblia apresenta o sábado inicialmente ligado à Criação, porque em seis dias criou Deus o
mundo e no sétimo descansou. O sábado, porém, representava o dia de descanso, e isso era uma
exigência da lei. (Ex 20.8-11). O sábado então, foi instituído por causa do homem, como
demonstração da misericórdia divina para o homem, porém, os escribas fizeram do sábado um
peso para os judeus. Grande parte dos debates dos fariseus com Jesus estava relacionado ao
sábado, pois eles acusavam Jesus de não observar o sábado (Mt 12.1-8; Mc 2.27). Frequentemente,
Jesus era visto curando aos sábados (Lc 4.16,31-37). Jesus praticava o bem aos sábados e isso
contrariavam os fariseus.

8- Por que guardamos o domingo e não o sábado?


O NT declara sem possibilidades de confusão, que o sábado era um “tipo de Cristo”, e que se
cumpriu nele (Cl 2.16-17). Por isso, o sábado não é um dia que deva preocupar o Cristão. Os
cristãos do NT começaram a se reunir no primeiro dia da semana, dia da ressurreição de Jesus
Cristo. Assim, como o sábado estava relacionado com a libertação do povo do cativeiro do Egito
(Dt 5.15), assim também, o domingo está relacionado com a libertação que Jesus nos deu
ressurgindo dentre os mortos, nos libertando de forma total. (Jo 8.32-36). A resposta para a troca
do sábado para o domingo está no NT inteiro, porém, a base é a Ressurreição de Cristo.

9- Quais são as evidências de que houve a substituição do sábado para o domingo?


Dados Bíblicos: A história da igreja primitiva nos mostra claramente que após a ressurreição de
Jesus, a igreja passou a se reunir no primeiro dia da semana, ou seja, no domingo (Mc 16.2,9 Jo
20.19,26 At 20.7 1Co 16.2).
Dados Históricos: Se recorrermos a história, veremos o relato de Plínio, governador da Bitínia,
escrevendo ao governador Trajano em 111 d.C, relatando que os cristãos tinham o hábito de se
reunir no 1º dia da semana. Justino Mártir (150 d.C, registrou que os cristãos se reuniam no 1º dia
da semana. Atanásio também fez este mesmo relato em 360 d.C.

10- Qual o alerta que os reformadores Lutero e Calvino fizeram a respeito do domingo?
No século VII os cristãos começaram a ver o domingo como o “sábado cristão”, isto é, chamando
a não observância do domingo como quebra do 4º mandamento. Os reformadores alertam para a
necessidade de termos um dia para descanso, e para reunir-se para ouvir a Palavra de Deus, orar
e louvar a Deus, o dia não importa, pois todos os dias são iguais para Deus (Rm 14.5). Precisamos
ter cuidado para não sabatizar o domingo. Não adianta ser crente no domingo e depois não ser,
nos outros dias da semana. O que é preciso entender, é que:

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Necessitamos de um dia de repouso.
Necessitamos de um dia para as reuniões da igreja. (Hb 10.25)
Se não houver essa ordem à igreja enfraquecerá e os crentes se desviarão.
A pergunta que precisamos fazer não é o que não posso fazer no domingo, mas sim, o que devo
fazer no domingo, para repousar, proclamar e para louvar a Deus na companhia dos irmãos.

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“MATRIMÔNIO E DIVÓRCIO”
LIÇÃO 13

1- Como deve ser o casamento?


O casamento deve ser entre um homem e uma mulher; ao homem não é licito ter mais de uma
esposa, nem à esposa mais de um marido, ao mesmo tempo. (Gn 2.24; 1 Co 7.2; Mc 10.6-9).

2- Por que existe o casamento?


O matrimônio foi instituído:
a) Para a felicidade do gênero humano, auxílio mútuo de marido e esposa;
b) Para a propagação da raça humana por uma sucessão legítima;
c) Para a propagação da igreja por meio de uma semente santa e para evitar a impureza.
(Gn 2.18; Gn.9.1; 1 Co 7.2,9)

3- A quem é lícito casar?


A todos os que são capazes de dar consentimento ajuizado é lícito casar, Hb 13.4.

4- Com quem o Cristão ou a Cristã deve se casar?


É dever dos cristãos se casar somente no Senhor; portanto, os que professam a verdadeira religião
não devem se casar com infiéis, papistas, idólatras, nem devem os fiéis prender-se a jugo desigual
por meio do casamento com os que são notoriamente ímpios em suas vidas, ou que mantém
heresias perniciosas. (2 Co 6.14; 1Co 7.39; 1 Rs 11.1-4)

5- O que é casamento incestuoso?


É a união sexual ilícita entre parentes consangüíneos. Não devem casar-se as pessoas entre as
quais existem os graus de consanguinidade ou afinidade, proibidos na palavra de Deus, tais
casamentos incestuosos jamais poderão tornar-se lícitos pelas leis humanas ou consentimento das
partes, de modo a poderem viver juntas como marido e esposa. (1 Co 5.1; Mc 6.18; Lv 20. 19-21).

6- Em que condições a Bíblia permite a dissolução do casamento?


É importantíssimo esclarecer que o casamento é feito para durar o resto da vida, o divórcio não é
do agrado de Deus, ele é permitido como uma proteção à parte inocente. Deus instituiu o
casamento, não o divórcio. Não obstante, biblicamente, entendemos que o casamento pode ser
dissolvido nos seguintes casos:

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Relações sexuais ilícitas, isto concede à parte inocente propor o divórcio. (Mt 5.31-32; Mt
19.9).
Deserção irremediável, ou seja, abandono do lar por parte do cônjuge não crente. (1 Co
7.15).
Devemos nos lembrar sempre, de que o perdão é sempre o melhor remédio, nunca a separação.

7- O novo casamento é permitido para a parte inocente quando o divórcio foi obtido em bases
bíblicas?
Sim! Em caso onde o divórcio foi feito sob bases não bíblicas, a pessoa que se casar primeiro
comete adultério, e a pessoa que se casar com a pessoa que se divorciou em bases não bíblicas,
também comete adultério. (Mt 19.9; Lc 16.18)

8- Muitos dizem vou me separar por que “acabou o amor”, o que dizer sobre isso?
Nada, senão o adultério ou deserção obstinada que não possa ser remediada nem pela igreja nem
pelo magistrado civil se constitui justificativa para a separação do cônjuge. (Mt 19.8).

9- Como deve ser visto o casamento por nós crentes?


O casamento deve ser visto como benção de Deus. (Pv 18.22; Pv 19.14; 1 Tm 4.3). O casamento
precisa ser tratado com respeito, reciprocidade e fidelidade. (Ef 5.22-23; Hb 13.4).
Devemos nos lembrar de que as bases importantes para se construir um casamento feliz, podem ser
encontradas no acróstico da palavra AMOR:
A – apreciação
M – moderação
O – oração
R – respeito

10- Por que o casamento é uma união indissolúvel?


Porque o casamento é uma instituição divina, figura da união entre Cristo e a Igreja. (Ef 5.22-23;
Mc 10.9). O que Deus uniu o homem não o separe! O crente deve entrar no casamento para doar,
não para buscar receber. O casamento é antes de tudo “doação”.

“Aplicação”
Qual a sua opinião sobre casamento misto, e qual a sua posição em relação a esta questão?

Como você analisa o divórcio e o novo casamento?

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“DECRETOS ETERNOS DE DEUS E PREDESTINAÇÃO”
LIÇÃO 14

1- O que são decretos eternos de Deus?


Os eternos decretos de Deus, são os atos sábios, livres e santos do conselho de sua vontade, pelos
quais desde toda eternidade, ele para a sua própria glória, imutavelmente preordenou tudo que
acontece, especialmente com referência aos anjos e aos homens. (Hb 6.17; At 2.23; At 4.27-28)

2- O que é predestinação?
A predestinação no sentido mais amplo, refere-se a todas as criaturas racionais de Deus. Aplica-se
a todos os homens, tanto aos bons quanto aos maus, como indivíduos e não meramente como
grupos. Este decreto inclui também anjos. Predestinação é a doutrina segundo a qual Deus já
determinou o destino eterno de toda criatura racional. (Rm 8.29-30; Rm 9.14-21; Rm 9.22-23; Ef
1.3-6; 1Tm 5.21; Pv 16.4)

3- Estes homens e anjos predestinados já possuem número definido?


Sim. Os seus números são particulares e imutavelmente designados, o seu número é tão certo e
definido que não pode ser aumentado nem diminuído. (Jo 10.14-16; Jo 10.27-28; Jo 13.18; 2 Tm
2.19)

4- Quando aconteceu esta escolha?


Segundo o santo conselho e beneplácito de sua vontade, antes que o mundo fosse criado, Deus
escolheu em Cristo, para a glória eterna, os homens que são predestinados para a vida, para o
louvor da sua glória, ele os escolheu através de sua mera livre graça e amor. (Ef 1.4,9; Rm 8.30; 2
Tm 1.9; Rm 9.11-16; Ef 2.8-9)

5- Como deve ser tratada a doutrina da predestinação?


Deve ser tratada com especial prudência e cuidado, a fim de que os homens, atendendo à vontade
de Deus, revelada em sua Palavra, e prestando obediência a ela, possam pela evidência de sua
vocação eficaz, certificar-se de sua eterna eleição. Assim a todos os que obedecem ao evangelho, à
doutrina da eleição é motivo de glorificar a Deus, a reverenciá-lo, adorá-lo, bem como ter um
coração cheio de humildade e gratidão a Deus pela salvação em Cristo Jesus. (Rm 9.20; Dt 29.29;
2 Pe 1.10; Lc 10.20; Rm 8.33; Rm 11.5,6,10)

6- Quais são as duas partes da predestinação?

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ELEIÇÃO: “Propósito eterno de Deus de salvar alguns da raça humana em Jesus Cristo e
por Jesus Cristo”. A Bíblia fala de eleição em mais de um sentido. a) Eleição de Israel Dt
7.6-8; b) Eleição para serviços especiais Jo 6.70; c) Eleição para Salvação Mt 22.14 Rm
11.5
REPROVAÇÃO: “Decreto eterno de Deus pelo qual determinou omitir alguns homens na
operação de sua graça especial e puni-los por seu pecado, como manifestação de sua
justiça”. (Rm 9.13, 11.7; Jd 4; 1 Pe 2.8).

7- Apresentaremos agora algumas objeções que são feitas quanto à Predestinação.


1ª) Objeção: A eleição é injusta para com aqueles que não estão incluídos no plano de salvação.
Respondemos: Deus não é injusto. A doutrina da eleição não é matéria de justiça, mas sim de
graça. Deus não inclui no plano de salvação nenhuma pessoa por merecimento próprio. Todos são
culpados e merecem a condenação. Deus na sua misericórdia salva alguns. (Jó 8.3; Sl 92.15; Rm
9.14; Dt 32.4; Mt 20.13-15)

2ª) Objeção: Deus não é Pai? Isso revela falta de amor para com seus filhos. Por que não salva a
todos?
Respondemos: Aqueles que não pertencem a Deus não são considerados filhos de Deus, mas sim
criaturas de Deus. Os homens só se tornam filhos de Deus depois que creem, Jo 1.12. A resposta
para a pergunta por que Deus não salva a todos, não sabemos, sabemos que Deus é justo e nele
não há injustiça.

3ª) Objeção: A doutrina da Predestinação anula a pregação do evangelho. Para que pregar?
Respondemos: Não anula. O decreto divino da predestinação se cumpre segundo o propósito de
Deus, que opera segundo sua justiça e sua graça. Ao invés de desmotivarmos, pelo contrário a
predestinação é que nos motiva, pois, em qualquer lugar que preguemos, pode estar ali um eleito
de Deus que ao ouvir a Palavra se converterá. (At 13.48; At 17.32-34; 1 Co 9.16)

8- O que é vocação eficaz e como fica a situação das crianças que morrem na infância e dos
excepcionais diante da vocação eficaz?
Vocação eficaz é o chamado que Deus faz ao pecador para vir a ele (Rm 8.28-30).
As crianças eleitas e os excepcionais eleitos são regenerados e salvos por Cristo, por meio do
Espírito que opera quando, onde e como lhe apraz. Do mesmo modo são salvas, todas as outras
pessoas eleitas, incapazes de serem exteriormente chamadas pelo ministério da Palavra. (Lc 18.15-
16; Jo 3.8; At 2.39).

41
Nota: “Os não-eleitos, ainda que sejam chamados pelo ministério da palavra e tenham algumas
operações comuns do Espírito, jamais chegam a Cristo, e, portanto, não podem ser salvos”. (Mt
22.14; Mt 7.22; Jo 6.64-66)

“Deus não apenas tem o direito de realizar os seus propósitos com as criaturas de suas próprias
mãos, mas igualmente exerce esse direito, e em nenhum ponto isso é revelado com maior clareza do
que em sua graça predestinadora. Antes da fundação do mundo, Deus fez uma escolha, uma
seleção, uma eleição. Diante do seu olhar onisciente estava toda a raça de Adão, e dela Ele
selecionou um povo, predestinando-o à adoção de filhos, predestinando-o a ser conformado à
imagem de seu Filho, destinando-o à posse da vida eterna”. (A.W. Pink- Deus é Soberano, p.53).

Para aprofundar no tema, recomendamos a leitura dos seguintes livros:

*Deus é Soberano – A.W. Pink – Editora Fiel;


*A Evangelização e a Soberania de Deus – J.I. Packer – Editora Cultura Cristã;
*TULIP – Os cinco pontos do Calvinismo à Luz das Escrituras – D.E. Spencer – Editora
Parakletos;
*Efésios – O Deus Bendito – Hermisten Maia Pereira da Costa – Editora Cultura Cristã;
*Eleitos de Deus – R.C. Sproul – Editora Cultura Cristã.

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42
“CENSURAS ECLESIÁSTICAS”
LIÇÃO 15

1- O que são Censuras Eclesiásticas?


O Senhor Jesus, como Rei e Cabeça de sua Igreja, nela instituiu um governo nas mãos de seus
oficiais; governo distinto da magistratura civil. Censuras Eclesiásticas são as disciplinas aplicadas
na Igreja quando necessárias. É o exercício da jurisdição espiritual da Igreja sobre seus membros,
aplicada de acordo com a Palavra de Deus.

2- A quê podemos comparar as Censuras Eclesiásticas?


Elas podem ser comparadas a um remédio para o tratamento do corpo. Esta marca é essencial
para manter a pureza da Igreja e a dignificação do Evangelho de Cristo. (1 Co 5. 11-13; 1 Tm
5.20)

3- O que visa as Censuras Eclesiásticas?


Toda ação disciplinar deve visar à cura e a restauração do faltoso. Portanto, as Censuras
Eclesiásticas visam chamar e ganhar para Cristo os transgressores. Toda disciplina visa edificar o
povo de Deus, corrigir escândalos, erros ou faltas, promover a honra de Deus, a glória de nosso
Senhor Jesus Cristo e o próprio bem dos culpados. (2 Co 2.5-8; Jd 22,23)

4- Por que é necessário as Censuras Eclesiásticas?


As Censuras Eclesiásticas são necessárias para chamar e ganhar para Cristo os irmãos
transgressores, a fim de impedir que pratiquem ofensas semelhantes, para lançar fora o velho
fermento que poderia corromper a massa inteira, para vindicar a honra de Cristo e a santa
profissão do Evangelho, e para evitar a ira de Deus, a qual como justiça, poderia cair sobre a
Igreja, se ela permitisse que o pacto divino e seus elos fossem profanados por ofensores notórios e
obstinados. (Js 7.1, 11-13, 15-20, 24-25; 1Tm 1.20)

5- A quem compete à aplicação das Censuras Eclesiásticas?


A Igreja por dever, é obrigada a guardar sua santidade pelo exercício da disciplina correta, esta é
da competência do governo da Igreja representado pelo Conselho. (At 20.17,28; 1 Ts 5.12-14)

6- Como deve ser dada a aplicação das Censuras Eclesiásticas?


Devem ser dadas com prudência, discrição e amor. (1 Tm 5.20-21; Hb 12.10-13)

43
7- O que é considerado como falta?
Falta é tudo que, na doutrina e prática dos membros e concílios da Igreja, não esteja de
conformidade com os ensinos da Sagrada Escritura, ou transgrida e prejudique a paz, a unidade, a
pureza, a ordem e a boa administração da comunidade cristã. As faltas podem ser de ação ou
omissão, isto é, a prática de atos pecaminosos ou a abstenção de deveres cristãos.

8- A quem poderá ser aplicada as Censuras Eclesiásticas?


Somente aos membros professos comungantes. Os membros não-comungantes e menores não
podem sofrer punição da Igreja. Eles recebem os cuidados espirituais da Igreja, mas ficam sob
responsabilidade direta e imediata das pessoas crentes a eles ligadas, que devem zelar por suas
vidas físicas, intelectual, moral e espiritual.

9- Quais são as ordens das Censuras Eclesiásticas segundo nossa Confissão de Fé?
Repreensão. (2 Ts 3.6,14,15,15; Tt 3.10)
Suspensão do Sacramento da Ceia do Senhor por algum tempo.
Exclusão da Igreja. (Mt 18.17; I Co 5.3-5,13) (CFW Cap. XXX, art.IV)

10- Quando é que deve acontecer a exclusão de um membro da Igreja?


A exclusão consiste em eliminar o faltoso da comunhão da Igreja. Somente poderá ocorrer quando
o faltoso se mostrar incorrigível e contumaz. Após ter passado pela repreensão, admoestação, não
ter demonstrado arrependimento pelo erro, infelizmente ou felizmente para o bem espiritual da
Igreja, necessário se faz à exclusão do seio da Igreja. Esta é uma tarefa árdua, porém, necessária
para o bem espiritual da comunidade cristã. (Mt 18.15-18; Mt 16.19)

Nota: “O membro da Igreja só pode ser disciplinado depois de processo eclesiástico regular. Este
processo será instaurado mediante queixa ou denúncia, por escrito, apresentada por um membro
ou oficial da Igreja. Ao citar o faltoso para comparecer à reunião do Conselho previamente
marcada, deve o Conselho mandar-lhe uma cópia da queixa ou denúncia, facultando-lhe, assim,
ampla possibilidade de defesa. As penas que podem ser aplicadas deverão ser de acordo com a
gravidade da falta cometida, podendo ir de: Admoestação, afastamento da comunhão, até a
exclusão do faltoso”.

“Toda pessoa disciplinada terá direito à restauração de sua comunhão com a Igreja, mediante
prova de arrependimento”.

44
“O CULTO RELIGIOSO”.
LIÇÃO 16

1- O que é culto religioso?


Culto é serviço. Ele é o meio através do qual o homem se relaciona com Deus. O culto glorifica a
Deus e edifica o adorador. Todos nós somos chamados a cultuar o Criador, pois, foi precisamente
para isso que fomos criados. (Sl 100). O Culto deve ser teocêntrico e não antropocêntrico.

2- A quem deve ser prestado o culto?


O culto religioso deve ser prestado a Deus o Pai, o Filho e ao Espírito Santo, e só a ele: não deve
ser prestado nem a anjos, nem aos santos, nem a qualquer outra criatura, nem deve ser prestado a
Deus pela mediação de qualquer outro, senão unicamente a de Cristo Jesus. (Jo 5.23; 1 Tm 2.5; Ef
2.18)

3- Qual é o objeto do culto?


Deus (o Pai, o Filho e o Espírito Santo) é o único objeto de culto.
Ele deve ser adorado porque é soberano (Jr 10.7)
Ele deve ser adorado porque é bom (Sl 136)
Ele deve ser adorado com exclusividade (Mt 4.10; Rm 1.25)
Ele deve ser adorado de todo o coração, de toda a alma e de toda a força (Dt 10.12-13; Sl
138.1)

4- Qual o mediador do culto?


O único mediador do culto a Deus é Jesus Cristo. (1Tm 2.5; Hb 13.15; 1Pe 2.5)

5- Quem é o ofertante do culto?


De forma racional, o homem é o único ser que cultua. Para esse fim foi criado. (Rm 12.1; Gn 1.26-
27; Ef 1.3-6)

6- Qual deve ser o conteúdo do culto?


O culto compõe-se de vários elementos, a saber;
A Oração.
Deve ser feita ao Pai em nome do Filho (Jo. 14.13-14)
É exigida por Deus de todos (Lc 18.1; 1Ts 5.17-18)
Deve ser feita com o auxílio do Espírito Santo (Jd 20)

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Deve ser proferida em língua conhecida dos circunstantes (1 Co 14.14-17)
Não deve ser feita em favor de mortos (Ap 20.12-13)

7- Qual o segundo elemento do culto?


As Escrituras.
Devem ser lidas com temor (Is 66.2)
Devem ser interpretadas e explicadas com cuidado (At 10.33; 2 Tm 4.2)
Devem ser obedecidas com inteligência, fé e reverência (At 17.11; Hb 4.2; Tg 1.22; Ap
1.3)

8- Cite mais elementos que compõe o culto?


Os cânticos (Sl 47, 149.1-4; Ef 5.19, Cl 3.16).
Os Sacramentos (Mt 28.19; Lc 22.14-20; 1Co 11.23..)
Os Juramentos Religiosos e Votos (Ne 10.29; Sl 116.14,18,19)
Jejuns Solenes e Ações de Graças em ocasiões especiais (Jl 2.12-19; Mt 9.14-15)

9- Qual o local do culto?


O culto não se restringe a um determinado lugar, nem é mais, ou menos aceito em função do lugar
em que é oferecido. O culto é mais importante que o local. (Jo 4.20-24; At 17.24). Não obstante,
consagramos um local, que chamamos carinhosamente de “Igreja”, mesmo sabendo que Igreja
somos nós, para prestarmos culto a Deus.

10- Qual é o dia do culto?


Todos os dias são propícios para o culto. Em todos os dias da semana Deus deve ser adorado.
Entretanto, um dia por semana o povo de Deus deve estar livre para descansar e dedicar-se
inteiramente a Deus. Desde o princípio do mundo até á ressurreição de Cristo esse dia de descanso
foi o último dia da semana (sábado), a partir da ressurreição de Cristo esse dia de descanso
passou a ser o primeiro da semana (domingo). Esse dia não pode se transformar em legalismo
escravizante, porém, é um dia em que o povo de Deus se reúne para coletivamente cultuar o nome
do Senhor. (Hb 10.25; 1Co 16.1-4).

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46
MORTE - RESSURREIÇÃO - JUÍZO FINAL
LIÇÃO 17

1- O que é a morte?
A morte é a separação da alma do corpo. Separação que coloca fim a vida neste mundo. Mas a
alma (espírito) continua viva e consciente. Ec 12.7; Tg 2.26. Nunca é aniquilamento, conforme
afirmam algumas seitas. Não é cessação de existência, mas uma interrupção das relações
naturais da vida.

2- Por que o homem morre?


A morte física veio ao homem como punição devida ao pecado. Mas para aqueles que estão em
Cristo, a morte perde este aspecto, torna-se um meio de entrada na vida eterna. Rm 6.23; Sl
116.15; Rm 8.10; Rm 14.8.

3- Qual é o estado do homem depois da morte?


O corpo dos homens, depois da morte, volta ao pó e vê a corrupção; mas a alma deles que nem
morre nem dorme, por ter uma substância imortal, volta imediatamente para Deus que a deu.

4- Qual é o destino da alma?


A alma dos justos, sendo então aperfeiçoada em santidade, é recebida no mais alto dos céus,
onde contempla a face de Deus em luz e glória, esperando a plena redenção do corpo; a alma
dos ímpios é lançada no inferno, onde permanecerá em tormentos e em trevas espessas,
reservada para o juízo do grande dia.

5- Além do céu e inferno existe outro lugar para as almas?


Não! Além destes dois lugares destinados às almas separadas de seus respectivos corpos, as
Escrituras Sagradas não reconhecem nenhum outro lugar.

6- Qual é o estado da alma após a morte? É de sono ou de consciência?


O estado da alma, chamado “intermediário”, entre a morte e a ressurreição é de consciência e
não de sono. O nosso breve catecismo na resposta a pergunta 37, assim afirma: “As almas dos
crentes na hora da morte, são aperfeiçoadas em santidade e imediatamente entram na glória; e
seus corpos, estando ainda unidos a Cristo, descansam na sepultura até a ressurreição”. Nesse
estado a alma está sem corpo, mas ele é para os justos um estado de alegria consciente, e para
os ímpios, um estado de sofrimento também consciente. Ap 6.9-11; Ap 14.13; Ap 20.14; Lc

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16.23-24; 2 Pe 2.9. A heresia “sono da alma”, propagada pelos russelitas (testemunhas de
Jeová), pelos adventistas do sétimo dia, não encontram apoio nas Escrituras. As passagens que
se referem aos mortos como estando dormindo devem ser entendidas como aplicável somente
ao corpo, pois, a alma não dorme. Dn 12.2; Mt 9.24; Jo 11.11; 1 Co 11.30; 1 Co 15.51; 1 Ts
4.14; Lc 23.42-43).

7- A Bíblia fala da morte física como castigo pelo pecado “salário do pecado”. Desde que
os crentes estão livres da culpa por que passam pela morte?
Para os crentes a morte não é castigo, pois, não estão mais sob condenação. A própria ideia
de morte, separação, sentimento de que as enfermidades, a própria idade avançada, e os
sofrimentos são prenúncios de sua aproximação, tudo isso, Deus usa como efeito benéfico para
os crentes. Serve para nos humilhar, abaixar o orgulho, mortificar a carne, reprimir o
mundanismo e promover disposição espiritual. A morte para o crente é a porta de entrada no
céu. Fp 1.23

8- Qual foi o último inimigo vencido por Cristo, e o que significa a palavra ressurreição?
O último inimigo vencido por Cristo foi à morte, 1 Co 15.26. A palavra ressurreição vem da
palavra grega “anastasis” e significa “um levantar ou levantar-se”.

9- Quais são as hipóteses levantadas por aqueles que negam ou tentam negar a
ressurreição de Cristo?
Que os discípulos roubaram seu corpo.
Que as mulheres foram no túmulo errado.
Que Jesus não morreu na cruz, mas apenas desmaiou.
Que o corpo de Jesus foi removido pelas autoridades romanas ou judaicas.
Que as mulheres tiveram uma alucinação.

10- Quais são as provas da ressurreição de Cristo?


São inúmeras, mas nos limitaremos nas seguintes;
O túmulo vazio (Lc 24.1-3)
Os aparecimentos de Jesus (At 1.1-3; 1Co 15.3-8)
Na conversão de Paulo (At 9.3-5)
O testemunho da incredulidade (Jo 20.24-25, 27-29)

11- Assim como Cristo ressuscitou, ressuscitaremos um dia?

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Sim! Nos dias do apóstolo Paulo houve alguns, como ainda há hoje, que não criam na
ressurreição, ou criam na ressurreição apenas espiritual, não do corpo. Mas a Bíblia ensina
claramente a ressurreição do corpo. Assim como Jesus ressuscitou, ressuscitaremos também
um dia. (Rm 8.11,23; 1Co 6.14; 1Co 15.20)

12- A ressurreição será somente dos justos, isto é, dos salvos, ou será também dos injustos?
Algumas seitas do presente negam a ressurreição dos ímpios, como por exemplo, os
adventistas, que creem na extinção dos ímpios. Os fariseus negavam também a ressurreição dos
ímpios. Porém, a Bíblia afirma claramente que todos irão ressuscitar, tanto para honra como
para desonra. (Dn 12.2; Jo 5.28-29; At 24.15)

13- O que é juízo final e quem será julgado neste juízo?


Juízo final é o dia em que o Senhor irá julgar não somente os anjos apóstatas, mas também as
pessoas que tiverem vivido sobre a face da terra. Todos comparecerão diante do tribunal de
Cristo. Serão julgados todos os homens e todos os anjos. (At 17.31; 2 Co 5.10; 2 Pe 2.4)

14- Quem será o juiz?


O juiz será Deus na pessoa de Jesus Cristo. Alguns textos atribuem o julgamento final a Deus
(1Pe 1.17, Ap 14.7). Em muitos outros a atribuição é feita a Jesus (Mt 25.31-32). Há, porém
textos que indicam a participação de anjos e também de nós crentes no julgamento final. (Mt
19.28; 1Co 6.2-3). Deus na pessoa de Jesus Cristo será o supremo juiz.

15- Qual o objetivo do juízo final? Será ele secreto?


O objetivo do juízo final é revelar diante de toda a humanidade e dos anjos a maneira como
viveu cada ser humano aqui na terra, bem como atribuir à sentença final. Será um evento
visível a todo olho. (1Co 3.13; 1Co 4.5; Rm 2.16; Mc 13.24-27)

16- Quais são as bases do juízo final?


São duas as bases do juízo final.
A LEI DE DEUS; Aqueles cujos nomes não foram escritos no livro da Vida, serão
julgados pela lei de Deus, como Deus a tem feito conhecida a cada indivíduo.
A GRAÇA DE CRISTO; Aqueles cujos nomes estiverem escritos no Livro da Vida,
são aprovados por causa da união com Cristo. Suas obras serão trazidas a juízo
apenas como provas desta relação com o Redentor.

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17- Se os salvos estão no Céu, os ímpios no inferno, por que haverá um juízo final?
O juízo final não tem como objetivo definir o destino eterno dos homens. A Bíblia ensina que
este destino é determinado na hora da morte de cada pessoa. Quem morre em seus pecados,
isto é, sem Jesus, está eternamente perdido. Quem morre firmado em Cristo está salvo. O
propósito do juízo é “expor diante de todas as criaturas racionais a glória declarativa de Deus,
que por um lado engrandecerá sua santidade e justiça, e por outro lado engrandecerá a sua
graça e misericórdia”.

Aplicação
 O que esta lição contribuiu para o seu conceito de morte?
 Você já parou para pensar que assim como Jesus ressuscitou, também
ressuscitaremos um dia?
 Você já parou para pensar que no juízo final todas as coisas ocultas serão reveladas?

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BIBLIOGRAFIA

1) ANDRADE, Eneziel Peixoto de; ESTUDOS BÍBLICOS DOUTRINÁRIOS. 1ª ed. São Paulo:
Editora Cultura Cristã. 1999. 80p.

2) NASCIMENTO, Adão Carlos; A RAZÃO DA NOSSA FÉ. 7ª ed. São Paulo: Editora Cultura
Cristã. 1998. 48p.

3) BRAGA, Ludgero; BASES DA FÉ CRISTÃ VOL. I,II,III. 9ª ed. São Paulo: Editora Cultura
Cristã. 1999 159p.

4) RIBEIRO, Américo J; INICIAÇÃO DOUTRINÁRIA. 4ª ed. Campinas, SP: Luz para o


Caminho. 1987. 175p.

5) BERKHOF, Louis; MANUAL DE DOUTRINA CRISTÃ. 2ª ed. Patrocínio, MG: Ceibel. 1992.
364p.

6) BERKHOF, Louis; TEOLOGIA SISTEMÁTICA. 2ª ed. São Paulo: Editora Cultura Cristã.
2001. 720p.

7) CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER. 17ª ed. São Paulo: Editora Cultura Cristã. 2001.
237p.

8) CATECISMO MAIOR DE WESTMINSTER. 12ª ed. São Paulo: Editora Cultura cristã. 2002.
309p.

9) BREVE CATECISMO DE WESTMINSTER. 2ª ed. São Paulo: Editora Cultura Cristã. 2001.
88p.

10) CONSTITUIÇÃO DA IPB. 6ª edição.

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