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Uma Igreja Família Vivendo o Amor de Deus

Discipulado
Bíblico

Módulo I - Introdução Bíblica

A Trindade
Comunidade Cristã Vida Plena

Pastor José Antonio Filho


Presidente de Honra

Pastor Arrison Antonio


Presidente

Pastor Aleksandre Antonio


Vice-Presidente

Impressão e Acabamento:
Rafhá Artes Gráficas Ltda-me.

Capa:
Doublé Design Artes Gráficas.

Diagramação:
Computer System Solution.

Editado por:
Comunidade Cristã Vida Plena.

Autor:
Aleksandre Antonio

© Copyright – 2009
1ª Edição – 2009
Todos os Direitos Reservados.
Proibida Reprodução Total ou Parcial.

Site: www.comunidadecristavidaplena.org
E-mail: discipuladobiblico@comunidadecristavidaplena.org

Rua Doutor Magalhães da Silveira, nº 150 – Cep 03554-040


Cidade Patriarca – São Paulo – SP

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Saudação

Sou grato a Deus por haver colocado no coração do Pastor


Aleksandre, o desejo de estar ministrando ao povo de Deus tão
importante estudo das Escrituras Sagradas. Estou certo de que não lhe
faltou inspiração divina para a realização deste projeto, que com
certeza, muitos benefícios trará aos participantes.

Portanto, parabenizo à todos que estão se dispondo a crescer na


graça e no conhecimento da palavra de Deus, abrindo seu coração para
o aprendizado.

Creio que todos os que forem até o final deste estudo, sentirão
a necessidade de cada vez mais se aprofundarem neste conhecimento,
pois ele é Fonte de Vida, e abrirá o vossos olhos para enxergar o futuro
com mais clareza.

Sabemos plenamente que para sermos bom ensinador


precisamos ser um bom aprendiz, portanto, esta é sua oportunidade.

Disse Jesus: "Examinai as Escrituras, porque vós cuidais ter


nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam”. (São João 5.39)

Que Deus, em Cristo Jesus, vos abençoe ricamente.

Pastor José Antonio Filho


Presidente de Honra

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Prefácio

A Deus toda Honra, Glória e Louvor.

Conhecer a Palavra de Deus contida na Bíblia Sagrada é de


grande valor para a vida de todo e qualquer Cristão. O seu estudo
sistemático constitui um dos mais importantes métodos de aprendizado
e enriquecimento cultural. Aquele que se dispõe a fazê-lo, com certeza
terá ampliado em muitos seus horizontes a respeito do reino.

Foi pensando no crescimento espiritual dos amados irmãos, bem


como no aprimoramento da obra do Senhor, que com muita alegria e
satisfação lhes apresentamos este Discipulado Bíblico e colocamos em
suas mãos esta maravilhosa ferramenta de estudo.

Tanto a ministração das aulas, como também a árdua tarefa da


elaboração das apostilas, está à cargo do Pastor Aleksandre Antonio.
Formado em Teologia, e com uma vasta experiência na área do ensino
secular e religioso, tem atuado na área da Educação Cristã ao longo
dos últimos vinte anos como: Palestrante, principalmente nas áreas
Doutrinária, Escatológica e Vida Cristã, Superintendente e Professor de
Escola Bíblica Dominical e Coordenador e Professor de Teologia.

Por fim, louvamos a Deus, pelo privilégio de podermos com esta


obra literária, oferecer nossa modesta colaboração ao seu povo.

Pastor Arrison Antonio


Presidente

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Apresentação
Prezados, Graça e Paz.

O Discipulado Bíblico está dividido em cinco módulos, cada


módulo contendo 5 matérias, conforme tabela na página seguinte.

O participação no Discipulado Bíblico será feita mediante


matrícula. Poderá dele participar, todos que desejarem, bastando para
isso adquirir a apostila para acompanhar as aulas. Teremos uma aula
por semana, e a cada mês, será ministrada uma nova matéria. Em
todas as aulas serão registradas as freqüências dos alunos. Será
considerado aprovado na matéria, o aluno que comparecer a pelo
menos setenta e cinco por cento das aulas e nota não inferior a média
cinco. A critério do professor, será aplicada uma prova substitutiva aos
alunos que faltarem no dia da primeira prova, desde que por motivo
justo ou por não obterem a nota mínima para a aprovação na matéria. O
aluno que fizer prova substitutiva terá sua nota obtida através da média
aritimética das provas realizadas. Por ano teremos dez meses letivos,
de fevereiro à novembro; os meses de dezembro e janeiro, terão as
aulas suspensas em virtude das festas de fim de ano e das férias
escolares. Portanto ao fim de dois anos e meio o Discipulado Bíblico
estará concluído. Os que forem aprovados em todas as matérias,
receberão ao término do curso, o Certificado de Conclusão. A
Cerimônia de Formatura, será realizada em nossa Igreja.

“Antes, crescei na graça e conhecimento de Nosso Senhor e


Salvador Jesus Cristo” (II Pedro 3:18)

Pastor Aleksandre Antonio


Vice-Presidente

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Módulos do Discipulado Bíblico

Módulo I Doutrina da Salvação


A Trindade
Introdução Ordenanças Bíblicas
Os Dons do Espírito Santo
Bíblica Os Frutos do Espírito

Módulo II Os Evangelhos
Atos dos Apóstolos
O Novo Epístolas Paulinas
Epístolas Gerais
Testamento Apocalipse - Escatologia

Módulo III Louvor e Adoração


Missões e Evangelismo
Vida Cristã A Família Cristã
Ética Cristã
Seitas e Religiões – Heresiologia

Módulo IV História dos Judeus


História da Igreja
Historiografia A Reforma Protestante
O Movimento Pentecostal
Bíblica Geografia Bíblica

Módulo V Doutrina de Deus – Teologia


Doutrina de Cristo – Cristologia
Teologia Doutrina do Espírito Santo – Paracletologia
Doutrinas Bíblicas – Teologia Bíblica
Sistemática Doutrina da Igreja - Eclesiologia

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ÍNDICE

Página

Saudação 02
Prefácio 03
Apresentação 04
Módulos do Discipulado Bíblico 05
Índice 06
Auxílio Didático 07
Introdução 08
I - Fundamentos da Trindade 09
Em Defesa da Trindade 09
A Divindade de Jesus Cristo 11
A Divindade do Espírito Santo 16
II - Conceito Bíblico da Trindade 21
Definição de Trindade 21
Provas Bíblicas da Trindade 21
Deus existe como três pessoas 22
As Três Pessoas da Trindade são distintas entre si 24
As obras de cada Pessoa da Trindade 25
A Trindade Manifestada 26
III - A Doutrina da Trindade no Velho Testamento 27
IV - A Doutrina da Trindade no Novo Testamento 29
Anexo I – Atributos de Deus 30
Anexo II – Características da Trindade 31
Anexo III – Declaração de Fé da CCVP – Vida Plena 32
Anexo IV – Credo Apostólico 34
Anexo V – Credo Niceno 35
Anexo VI – Credo Atanasiano 36
Anexo VII – Escrituração em Hebraico da Trindade 39

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Auxílio Didático

Para um melhor aproveitamento do Discipulado Bíblico


seguem-se abaixo alguns conselhos aos alunos participantes:

1. Sempre ore antes de começar a estudar, peça a Deus que


lhe dê sabedoria e entendimento sobre o tema a ser
estudado.
2. Prefira estudar sempre em locais tranqüilos, claros e
arejados.
3. Mantenha sempre a mente aberta para receber novas
informações, conhecimentos e verdades da Palavra de
Deus.
4. Se for estudar por longos períodos, faça um intervalo de
dez minutos a cada hora.
5. Evite o uso de aparelhos sonoros durante o estudo.
6. Sempre estude a matéria antes de ser abordada em sala
de aula.
7. Esta apostila foi elaborada em uma seqüência de textos
para melhor compreensão das matérias, evite lê-los
aleatoriamente.
8. Após a leitura, completa do texto, busque na Bíblia as
referências citadas na apostila.
9. Destaque os pontos principais e anote suas dúvidas para
perguntá-las ao professor.
10. Tenha a mão todo o material necessário para o estudo,
tipo:
 Bíblia. Se possível mais de uma versão.
 Dicionário Bíblico.
 Concordância Bíblica.
 Atlas Geográfico Bíblico.
 Atlas Histórico Bíblico.
 Livro ou caderno de apontamento pessoal.
 Lápis e caneta.

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Introdução

Nesta apostila estaremos estudando a doutrina da


Trindade. Nela consiste um dos maiores mistérios do
Cristianismo.

Segundo nos ensinam as Sagradas Escrituras, Deus é um.

O estudo desta apostila divide-se em quatro partes


principais: O Fundamento da Trindade, O Conceito Bíblico da
Trindade, A Doutrina da Trindade no Velho Testamento, e A
Doutrina da Trindade no Novo Testamento.

Parte I: FUNDAMENTOS DA TRINDADE

Nesta primeira parte estaremos abordando os fundamentos


bíblicos sobre a Trindade, demonstrando a Divindade de Jesus e
do Espírito Santo através das suas características intrínsecas.

Parte II: CONCEITO BÍBLICO DA TRINDADE

Neste ponto estudaremos a Conceituação Bíblica sobre a


Trindade.

Parte III: A DOUTRINA DA TRINDADE NO VELHO


TESTAMENTO

Nesta parte enfocaremos as manifestações e declarações


alusivas à Trindade no Velho Testamento.

Parte IV: A DOUTRINA DA TRINDADE NO NOVO


TESTAMENTO

Na quarta parte estaremos abordando as declarações que fazem


inferência à Trindade no Novo Testamento.

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I - FUNDAMENTOS DA TRINDADE

1. EM DEFESA DA VERDADE

Dentre as muitas heresias ensinadas contra a sã doutrina


bíblica, e que se encontram espalhadas mundo à fora, a que
poderia ser classificada como a mais terrível é a que nega a
existência da Trindade.

Grupos sectários e heréticos como as Testemunhas de


Jeová principalmente, pregam a não divindade de Cristo e do
Espírito Santo, além de tirar a personalidade Deste último.

Já em outra versão herética do tema existem os unicistas,


que dizem ser o Pai, o Filho e o Espírito Santo uma Pessoa Divina
só, e não um Deus só, inexistindo assim a Trindade; dentre os
unicistas destacamos a Igreja Voz da Verdade, Pentecostal Unida
do Brasil, Tabernáculo da Fé, Igreja de Deus do Sétimo Dia,
dentre outras.

De uma forma bem simples, podemos conceituar a


Trindade assim: “Deus existe e se manifesta eternamente em três
Pessoas distintas, porém ligadas na essência divina que as
compõem: o Pai, o Filho e o Espírito Santo”.

Assim, a Trindade Bíblica é o ensino que nos apresenta


que um Único Deus Eterno subsiste e se manifesta em Três
Pessoas Divinas e Eternas, sendo que as Três são manifestações
distintas e pessoais da Figura do Único e Eterno Deus, ou seja,
seria algo do tipo “Três em Um”.

É inegável que a natureza trinitariana de Deus é algo que


se torna de difícil compreensão para o limitado conhecimento
humano e sua percepção de curto alcance.

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Mas quando passamos a analisar do ponto de vista bíblico
as características de Deus, observamos que estas mesmas
características são ditas e aplicadas tanto ao Pai, como ao Filho,
como ao Espírito Santo.

A Bíblia, que é a Palavra escrita de Deus aos homens


inspirada pelo seu Santo Espírito (1 Tm 4:1; 2 Tm 3:16; Hb 4:12;
2 Pe 1:19-21), e que é a ÚNICA fonte de autoridade, doutrina e fé
do cristão (Gl 1:8-9; 1 Co 4:6; Ap 22:18-19), mostra de um modo
claro e irrefutável a existência da Trindade, aonde o Pai é
perfeitamente divino, assim como o Filho e o Espírito Santo, os
três unidos em uma só essência da deidade.

Isso se torna claro logo no versículo inicial da Bíblia (Gn


1:1), aonde vemos, no texto original hebraico, a presença da
palavra “Elohim”, que significa “Deus” e que se encontra no
plural, embora o verbo “criou” esteja no singular. Assim,
percebemos que logo no inicio da revelação divina ao homem,
encontramos um Deus que é, ao mesmo tempo, plural e singular,
um único Deus, mas mais de uma Pessoa.

Dentre inúmeras referências bíblicas que revelam a


Trindade, faremos uso apenas de algumas. Em 1 Jo 5:7 está
escrito: “Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a
Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um”; o Pai e o
Espírito Santo são reconhecidos imediatamente, mas quem seria
a Palavra? A resposta se encontra em Ap 19:13 que diz: “E
estava vestido de uma veste salpicada de sangue; e o nome pelo
qual se chama é a Palavra de Deus”; aqui nós vemos Jesus
recebendo mais um título, que desta vez é o de Palavra de Deus.
Jesus é a Palavra de 1 Jo 5:7, e juntamente com as pessoas do
Pai e do Espírito Santo, formam um só Deus, pois os três são um.

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2. A DIVINDADE DE JESUS CRISTO

Um dos erros dos que não vêem Jesus como Deus é não
saber diferenciar quando Ele falava como HOMEM e de quando
falava como DEUS, pois Jesus era perfeitamente homem e
perfeitamente Deus (Jo 10:33).

Jesus falou como homem, dentre outras passagens, em Mc


13:32 e em Mt 26:38-39; como Deus falou, dentre muitas outras
passagens, em Jo 17:5 e em Jo 14:6.

Na narrativa do Evangelho segundo João, nós percebemos


que os próprios judeus compreenderam as palavras de Jesus,
sobre o que se refere a Ele, Jesus, ser Deus, conforme Jo 10:30-
33 que diz: “Eu e o Pai somos um. Os judeus pegaram então
outra vez em pedras para o apedrejar. Respondeu-lhes Jesus:
Tenho-vos mostrado muitas obras boas procedentes de meu Pai;
por qual destas obras me apedrejais? Os judeus responderam,
dizendo-lhe: Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela
blasfêmia; porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo”.
Perceba-se que Jesus disse “Eu e o Pai somos um”, se a doutrina
unicista fosse verdade e Jesus e o Pai fossem uma só pessoa
(inexistindo assim a Trindade), Jesus teria dito “Eu sou o Pai”, que
seria a expressão gramatical correta, mas o Mestre fez questão
de separar as Pessoas Dele e do Pai, mas teve o cuidado de ligá-
las ao dizer “somos um”, um o quê? Um único Deus.

As palavras de Tomé para Jesus em Jo 20:28 só vêm


reforçar esse ensino bíblico-teológico: “E Tomé respondeu, e
disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!”.

Podemos perceber também a DIVINDADE e SENHORIO


de CRISTO na relação existente entre as palavras do próprio
Jesus e do apóstolo Paulo, aonde Jesus disse em Mc 12:29
que “O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o
SENHOR nosso Deus é o único Senhor”, e em 1 Co 8:6 Paulo
diz que “Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo
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e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo
qual são todas as coisas, e nós por ele”.

Em Mc 12:29 nós vemos claramente o ensino de que há


um só Deus, e que esse Deus é o único Senhor, ou seja, o título
de „Senhor‟ está ligado somente a Deus; mas quando nós lemos o
texto de 1 Co 8:6, percebemos que o título de „Senhor‟ está
atribuído como pertencente unicamente a Jesus.

No mesmo verso, Paulo diz que Deus, o Pai, é dono de


todas as coisas e é por quem nós vivemos, mais a frente o
apóstolo diz que todas as coisas são pelo Senhor Jesus Cristo e
nós por ele. Tudo que se aplica ao Pai, se aplica à Jesus Cristo!
Os atributos de Um são os mesmos do Outro!

Paulo também nos ensina sobre a atuação de Jesus na


criação e sua natureza eterna, que é antes de todas as coisas,
como foi dito de forma inequívoca em Cl 1:16,17, que diz: “Porque
nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra,
visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam
principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele.
E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por
ele”. O texto se refere claramente a Jesus, que “é a imagem do
Deus invisível” Cl 1:15, colocando Jesus como Criador de tudo e
levando sua existência para a eternidade, pois Ele é „antes de
todas as coisas‟, além de sustentador de tudo que existe; esse
raciocínio só vem se fortalecer com as palavras de Jesus em Jo
8:58, que diz: “Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos
digo que antes que Abraão existisse, eu sou”, ou seja, Jesus já
existia mesmo antes de Abraão vir a nascer; somente Jesus
sendo eterno para isso se tornar possível, tendo em vista que
Abraão nasceu milhares de anos antes de Jesus nascer
fisicamente de Maria. Voltando ao livro de Colossenses, Paulo
nos ensina ainda em Cl 2:9 que em Jesus “habita corporalmente
toda a plenitude da divindade”.

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Paulo, na Carta a Tito, ainda nos mostra duas vezes a
divindade do Senhor Jesus de um modo inquestionável e
irrefutável. As conclusões dos versos 1 e 2 do primeiro capítulo
nos revelam a deidade de Cristo, aonde lemos que: “... segundo o
mandamento de Deus, nosso Salvador” (Tito 1:3) e “... do Senhor
Jesus Cristo, nosso Salvador”(Tito 1:4); no verso 3 o apóstolo
Paulo nos revela que „Deus‟ é o nosso único „Salvador‟, aplicando
o termo no singular, não abrindo espaço para outro „Salvador‟ se
não „Deus‟; já no verso 4 Paulo aplica o intransferível título divino
de „Salvador‟ a Pessoa de Jesus Cristo. Podemos concluir então
que ou Jesus é Deus e Salvador, ou a Bíblia entrou em uma
contradição, mas como a Bíblia é a Palavra de Deus escrita aos
homens, infalível e inerrante, a única conclusão restante é a
admissão da Divindade do Senhor Jesus! Ainda na Carta do
apóstolo Paulo a Tito, nós vemos Paulo chamando Jesus de
Deus, como se pode perceber em Tito 2:13 que diz: “aguardando
a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do
grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo”; Paulo não fez a
separação entre as Pessoas de „Deus‟ e „Senhor Jesus Cristo‟, o
apóstolo usou a conjunção „e‟ somente, dizendo que Jesus é o
„grande Deus‟ e „nosso Senhor‟ ao mesmo tempo; se as Pessoas
fossem distintas, Paulo teria dito „e do‟, mas ele usou apenas a
conjunção „e‟.

O apóstolo João também era tão certo da divindade de


Jesus que, dentre inúmeras outras referências além das já
citadas, fala em 1 Jo 5:20 as seguintes palavras: “E sabemos que
já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para
conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos,
isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a
vida eterna”. João ainda registrou em Jo 17:5 as palavras de
Jesus que diz: “E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo,
com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse”.
Ver também Jo 14:9. Mais uma vez a Bíblia nos ensina sobre a
divindade de Jesus.

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O escritor do livro de Hebreus também revela a divindade
do Senhor Jesus, o Deus Filho, como fica claro nas palavras
de Hb 1:8 que diz:“Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono
subsiste pelos séculos dos séculos; Cetro de eqüidade é o cetro
do teu reino”. No mesmo livro ainda vemos a ordem de
ADORAÇÃO ao Filho Jesus em Hb 1:6, que diz: “E outra vez,
quando introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de
Deus o adorem”, sendo que a Bíblia nos ensina que somente ao
Senhor Deus devemos prestar culto e adoração (Êx 20:3-5; Mt
4:10), ou seja, o Senhor Jesus é o mesmo Deus dos tempos
antigos e de Israel.

O profeta Isaías, inspirado pelo Espírito Santo de Deus,


profetizando sobre o nascimento do Messias, fala em Is 9:6 as
seguintes palavras:“Porque um menino nos nasceu, um filho se
nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará
o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da
Eternidade, Príncipe da Paz”. Isaías atribuiu a Jesus o título de
DEUS Forte e de Pai da ETERNIDADE; se Jesus não for divino
de acordo com a Bíblia, tudo o que me ensinaram sob
interpretação lingüística foi mentira, ou mudaram os parâmetros
do estudo lingüístico e não avisaram aos professores !!! O próprio
nome profético atribuído ao Messias, Emanuel, significa „Deus
conosco‟ (Mt 1:23), ou seja, Deus verdadeiramente estaria na
Terra através de seu Divino Filho Jesus Cristo.

Ainda dentro das profecias de Isaías, as palavras de Is


45:23 “Por mim mesmo tenho jurado, já saiu da minha boca a
palavra de justiça, e não tornará atrás; que diante de mim se
dobrará todo o joelho, e por mim jurará toda a língua”; essas
mesmas palavras proféticas são dirigidas ao Senhor Jesus em Fl
2:10-11 “Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos
que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua
confesse que Jesus Cristo é o SENHOR, para glória de Deus
Pai”.

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O livro de Apocalipse reforça e confirma de uma vez por
todas a divindade de Cristo. Em Is 44:6 o Senhor DEUS invoca
somente para Si o título de „primeiro‟ e „último‟: “Assim diz o
SENHOR, Rei de Israel, e seu Redentor, o SENHOR dos
Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não
há Deus”; quando nos transportamos para as palavras de Ap
1:17-18 nós percebemos que Jesus recebe o mesmo título: “E eu,
quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a
sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o último;
E o que vive e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o
sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno”. Esse
mesmo ensino é repetido novamente em Ap 2:8 que diz: “E ao
anjo da igreja que está em Esmirna, escreve: Isto diz o primeiro e
o último, que foi morto, e reviveu”. Foi Jesus que foi morto e que
ressuscitou, e é esse mesmo Jesus que é o primeiro e o último,
que é Eterno, que é a segunda pessoa da Divina Trindade.

Em Ap 22:6 nós lemos que “Estas palavras são fiéis e


verdadeiras. O Senhor, o Deus dos santos profetas, enviou o seu
anjo, para mostrar aos seus servos as coisas que em breve hão
de acontecer”; mais na frente, em Ap 22:16 está escrito que “Eu,
Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas coisas nas
igrejas”; no verso 6 foi Deus que enviou, mas no verso 16 o
enviador já recebe o nome de Jesus; somente eles sendo a
mesma Divindade para estes versos se harmonizarem.

Ainda no livro do Apocalipse, nós percebemos que toda a


liturgia da adoração a Deus Pai em Ap 4:8-11 é a mesma que se
aplica ao Cordeiro (Jesus) em Ap 5:8-14.

O Novo Testamento ainda nos mostra a onipotência de


Jesus em Mt 28:18 e sua onisciência em Jo 4:16-18 e Lc 19:1-5.

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3. A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO

Quanto ao ESPÍRITO SANTO, Ele é detentor dos mesmos


atributos divinos e singulares do Pai e do Filho, portanto, Ele é
perfeitamente Deus, compondo assim a Trindade Bíblica, na
figura da Terceira Pessoa (Mt 28:19).

O livro de Atos dos Apóstolos, escrito pelo médico grego


Lucas, é conhecido no meio teológico como o „Evangelho do
Espírito Santo‟, pois é nesse livro que percebemos o poder do
Santo Espírito de Deus no meio da Igreja Primitiva, com muitos
sinais e maravilhas operados pelo poder do Espírito Santo,
através do Nome de Jesus (At 3:6-7; At 4:29-31; At 7:55; At
13:9-11; At 16:18; At 19:17).

É também nesse livro aonde encontramos inúmeras


passagens que nos atestam sobre a divindade do Espírito Santo.

Em At 5:3-4 lemos o seguinte:“Disse então Pedro: Ananias,


por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao
Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade?
Guardando-a não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu
poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não
mentiste aos homens, mas a Deus”; aqui o apóstolo Pedro coloca
a mentira ao Espírito Santo como a mesma coisa que mentir a
Deus, tornando Deus o Espírito Santo.

Nós vemos também no livro de Atos características da


personalidade do Espírito Santo, aonde em At 13:2 nós lemos
que: “E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito
Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os
tenho chamado”, aqui nós percebemos a caracterização da
personalidade da Terceira Pessoa da Trindade.

Ele é também Aquele que constitui os Bispos da Igreja (At


20:28). O Espírito Santo também fala, conforme At 11:12: “E
disse-me o Espírito que fosse com eles, nada duvidando”;
16
Gl 4:6: “E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o
Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai” e Ap 2:7: “Quem tem
ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”. Ainda em relação
aos atributos de personalidade do Espírito Santo, é possível que
Ele se entristeça, conforme Ef 4:30: “E não entristeçais o Espírito
Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção”
e Is 63:10: “Mas eles foram rebeldes, e contristaram o seu
Espírito Santo; por isso se lhes tornou em inimigo, e ele mesmo
pelejou contra eles”. Também é possível se mentir ao Espírito
Santo, cf. At 5:3-4.

O Espírito Santo também tem vontade própria, conforme 1


Co 12:11 que diz: “Mas um só e o mesmo Espírito opera todas
estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer”.

O Espírito Santo também tem planos e projetos, e ainda


intercede por nós, conforme Rm 8:27 que diz: “E aquele que
examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele
que segundo Deus intercede pelos santos”. O Espírito Santo
ainda é capaz de amar, cf. Rm 15:30: “E rogo-vos, irmãos, por
nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que
combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus” e de
consolar, cf. At 9:31b: “e se multiplicavam, andando no temor do
Senhor e consolação do Espírito Santo”.

Por fim, reforçando e comprovando definitivamente a


personalidade do Espírito Santo, o Mesmo se autodenomina de
“EU” em At 10:19-20, que diz: “E, pensando Pedro naquela visão,
disse-lhe o Espírito: Eis que três homens te buscam. Levanta-te
pois, desce, e vai com eles, não duvidando; porque eu os enviei”.

Depois de comprovado que o Espírito Santo é uma Pessoa,


voltemos para a demonstração bíblica de sua divindade.

O apóstolo Paulo escrevendo aos irmãos da Igreja em


Corinto, demonstrou claramente a divindade do Espírito Santo nas
suas duas cartas destinadas àquela igreja. Em 1 Co 12:4-6 está
17
escrito que: “Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o
mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o
mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus
que opera tudo em todos”, aqui Paulo claramente chamou o
Espírito Santo de „Senhor‟ e de „Deus‟.

Paulo fez a distinção das Pessoas (Espírito, Senhor e


Deus) mas os colocou num mesmo nível e essência, quando
usava para cada Pessoa o termo „é o mesmo‟. Percebemos
claramente a definição de Trindade de uma forma prática nesses
versos, aonde existem Três Pessoas distintas mas com „o mesmo‟
centro Divino.

Confirmando este ensino, Paulo ainda fala em 2 Co 3:17


que: “Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor,
aí há liberdade”; na primeira parte do verso Paulo diz que „o
Senhor é Espírito‟, essa assertiva afirma que o Espírito é Senhor
e Deus; na segunda parte do verso Paulo diz „o Espírito do
Senhor‟, neste caso o uso do artigo „o‟ define a existência de uma
pessoa ou de algo independente, e o uso da preposição „do‟ diz
que essa pessoa ou algo faz parte de outra coisa ou de alguém,
mas quem é essa pessoa e faz parte do quê ou de quem? Essa
Pessoa é o Espírito Santo e ela faz parte de Deus.

Esse ensino é confirmado nas palavras do Senhor Jesus


em Jo 15:26 que diz: “Mas, quando vier o Consolador, que eu da
parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de verdade, que
procede do Pai, ele testificará de mim”; aqui Jesus ensinou que o
Espírito Santo é „parte do Pai‟ e que Ele „procede do Pai‟,
deixando claro que o „Espírito de verdade‟ é uma Pessoa distinta
do Pai, pois o mesmo estaria na Terra enquanto o Pai e o Filho
permaneceriam no céu; além de demonstrar sua divindade, pois o
Espírito faz parte e procede do Divino Pai.

18
Paulo, comentando sobre nós sermos a morada do Espírito
Santo, fala em 1 Co 3:16 que: “Não sabeis vós que sois o templo
de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?”, deixando claro
que nós somos a morada do „Espírito‟ ou „o templo de Deus‟,
tornando divino o Espírito Santo. Ver também Ef 2:22.

A Bíblia também nos revela o Espírito Santo de Deus como


Criador em Sl 104:30: “Envias o teu Espírito, e são criados, e
assim renovas a face da terra”; Jó 26:13: “Pelo seu Espírito ornou
os céus” e em Jó 33:4: “O Espírito de Deus me fez; e a inspiração
do Todo-Poderoso me deu vida”.

A Palavra de Deus também revela a eternidade do Espírito


Santo em Hb 9:14: “Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo
Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus,
purificará as vossas consciências das obras mortas, para
servirdes ao Deus vivo?”. Ainda no livro de Hebreus, nós vemos o
Espírito Santo falando como Deus, isso se percebe claramente
em Hb 3:7-12.

A onipresença, onisciência e onipotência do Espírito Santo


também são ensinadas pela Bíblia Sagrada. O Espírito Santo é
revelado como Onipresente no Sl 139:7-10 que diz: “Para onde
me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face? Se subir
ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali
estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas
extremidades do mar, até ali a tua mão me guiará e a tua destra
me susterá”. Não se pode esconder do Espírito do Senhor.

A Bíblia nos revela também a onisciência do Espírito Santo


em 1 Co 2:10-11: “Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito;
porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas
de Deus. Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem,
senão o espírito do homem, que nele está? Assim também
ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus”; 2 Pe
1:20-21: “Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da
Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi
19
produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos
de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” e Jo 14:26: “Mas
aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu
nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de
tudo quanto vos tenho dito”.

Por fim encontramos um Espírito Santo que é revelado nas


Sagradas Escrituras como Onipotente. Em Lc 1:35 está escrito
que: “E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito
Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra”, aqui
„o cobrir da virtude do Altíssimo‟ é justamente „o descer do
Espírito Santo‟ sobre Maria, para que a mesma pudesse dar a luz
ao Santo (Jesus Cristo). Percebemos então que a „virtude‟ ou
„poder‟ que cobriu Maria foi justamente o Espírito Santo que
desceu sobre ela. Portanto, o Espírito Santo é apresentado de
uma forma inequívoca com o atributo de Onipotente.

20
II – CONCEITO BÍBLICO DA TRINDADE

1. DEFINIÇÃO DE TRINDADE

Deus é uma Unidade, uma essência divina, existindo em


Três Pessoas na Divindade, sendo essas Três: Deus Pai, Deus
Filho e Deus Espírito Santo.

A Palavra Trindade não se encontra na Bíblia.

O Credo Atanasiano diz: “Adoramos um Deus em Trindade, e


Trindade em Unidade, sem confundir as Pessoas, sem separar a
substância”. (Ver Anexo VI)

Cada uma das Três Pessoas da Trindade é Deus, sendo


iguais em autoridade, glória e poder. Cada uma igual às outras,
merecendo o mesmo culto, a mesma devoção, a mesma
confiança e fé.

2. PROVAS BÍBLICAS DA TRINDADE

2.1 HÁ UM SÓ DEUS ETERNO E VERDADEIRO

A Doutrina da Trindade não é uma forma de Triteísmo, ou


seja, não é uma crença em três Deuses.

“Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor” (Dt 6.4)

“Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor Deus


dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e além de
mim não há Deus” (Is 44.6)

“Não terás outros deuses diante de mim” (Ex 20.3)

“Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30)

21
“Crês, tu que Deus é um só? Fazes bem” (Tg 2.19)

“Sabemos que o ídolo de si mesmo nada é no mundo, e que não


há senão um só Deus” (1Co 8.4)

“Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai


de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em
todos” (Ef 4.5,6)

“Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o último, o princípio e o


fim” (Ap 22.13)

2.2 DEUS EXISTE COMO TRÊS PESSOAS

2.2.1. O PAI É DEUS

“Todavia, para nós há um só Deus, o Pai...” (1Co 8.6)

“... segundo a presciência de Deus Pai...” (1Pe 1.2)

“... subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus”
(Jo 20.17)

2.2.2 O FILHO É DEUS

“Cristo, ..., o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o


sempre” (Rm 9.5)

“Porquanto nele (Cristo) habita corporalmente toda a plenitude da


Divindade” (Cl 2.9)

“Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30)

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo


era Deus” (Jo 1.1)

22
“Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio
do Pai, é quem o revelou” (Jo 1.18)

“Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu!” (Jo 20.28)

“... e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as cousas,


e nós também, por ele” (1Co 8.6)

“Mas acerca do Filho: O teu trono, ó Deus, é para todo o


sempre...” (Hb 1.8)

“... estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o


verdadeiro Deus e a vida eterna” (1Jo 5.20)

“Aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do


nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus” (Tt 2.13)

“Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e


o poder, porque todas as cousas tu criaste, sim, por causa da tua
vontade vieram a existir e foram criadas” (Ap 4.11)

Conforme esses atributos que são dados a Cristo, nos é ensinado


de forma clara a Sua Divindade, caso contrário seria uma
blasfêmia atribuir a Ele, os atributos, caso não fosse Deus.

2.2.3 O ESPÍRITO SANTO É DEUS

“Então disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu


coração, para que mentisse ao Espírito Santo... Não mentistes
aos homens mas a Deus” (At 5.3,4)

“Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o


seu próprio espírito que nele está? assim também as cousas de
Deus ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus” (1Co 2.11)

“Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí


há liberdade” (2Co 3.17)
23
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os
em nome (singular) do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt
28.19)

O Espírito Santo é colocado ao mesmo pé de igualdade


com o Filho e com o Pai e Ele têm os mesmos poderes e
atributos.

3. AS TRÊS PESSOAS DA TRINDADE SÃO DISTINTAS


ENTRE SI

3.1 Relacionamento Pessoal

Nas relações pessoais que a Trindade têm entre si é


evidenciado que são Pessoas diferentes. As suas designações
Pai, Filho e Espírito Santo testificam isso:

a) Usam mutuamente os pronomes Eu, Tu, Ele quando falam um


do outro, ou entre si (Mt 17.5; Jo 17.1; 16.28; 16.13)

b) O Pai ama o Filho, e o Filho ama o Pai. O Espírito Santo


glorifica o Filho (Jo 3.35; 15.10; 16.14)

c) O Filho ora ao Pai (Jo 17.5; 14.16)

d) O Pai envia o Filho, e o Filho e o Pai enviam o Espírito Santo


que atua como Seu Agente (Mt 10.40; Jo 17.18; 14,26; 16.7)

Porquanto, pelo fato de usar pronomes Eu, Tu, entre Si é


evidenciado que há um só Deus em Três Pessoas Distintas.

24
3.2 São Apresentadas Separadamente

Três Pessoas distintas são apresentadas em 2Sm 23.2,3;


Is 48.16; 63.7-10. Igualmente, à vista do fato da criação ser
atribuída a cada Pessoa da Divindade separadamente, como
também a Eloim com as palavras “Também disse Deus (Eloim):
Façamos o homem „a nossa‟ imagem” (Gn 1.26).

Temos forte convicção da mesma verdade no plural de


Eclesiastes 12.1 que diz: “Lembra-te do(s) teu(s) criador(es) nos
dias da tua mocidade”, e Is 54.5, que diz: “Porque o(s) teu(s)
criador(es) é(são) teu marido”.

4. AS OBRAS DE CADA PESSOA DA TRINDADE

É declarado que Cada Pessoa realiza as obras de Deus e


assim todas a executaram.

4.1 A Criação do Universo


Pai (Sl 102.25); Filho (Cl 1.16); Espírito Santo (Gn 1.2; Jó 26.13).
Tudo se combina com Gn 1.1 (Deus – Eloim).

4.2 A Criação do Homem


Pai (Gn 2.7); Filho (Cl 1.16); Espírito Santo Jó 33.4). Resumindo
tudo isso em Ec 12.1 e Is 54.5, onde Criador é plural no original.

4.3 A Morte de Cristo


Pai (Sl 22.15; Rm 8.32; Jo 3.16); Filho (Jo 10.18; Gl 2.20); Espírito
Santo (Hb 9.14).

4.4 Ressurreição
Pai (At 2.24); Filho (Jo 10.18; 2.19); Espírito Santo (1Pe 3.18).

4.5 Inspiração das Escrituras


Pai (2Tm 3.16); Filho (1Pe 1.10,11); Espírito Santo (2Pe 1.21).

25
5. A TRINDADE MANIFESTADA

A Trindade é um fato bíblico irrefutável, e negar ou


questionar a sua existência é de uma tremenda incoerência e
ilógico para o bom senso bíblico.

A ordenação do Batismo nas águas pelo Senhor Jesus


apresenta a Trindade de uma forma brilhante, aonde lemos em Mt
28:19 “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os EM NOME do Pai, E do Filho, E do Espírito Santo”.
Jesus separou as Três Pessoas de um modo inequívoco com o
uso da conjunção „E‟ entre uma Pessoa e Outra, e é inegável que
os „Três Nomes‟ são ao mesmo tempo UM SÓ, pois Cristo usou o
termo „em nome‟, ou seja, „O PAI‟, „O FILHO‟ e o „ESPÍRITO
SANTO‟ formam um nome só, que é DEUS!!!

Passagens como Gn 1:26: “E disse Deus: FAÇAMOS o


homem À NOSSA imagem, conforme A NOSSA Semelhança”
e Gn 3:22: “Então disse o SENHOR Deus: Eis que o homem é
como um de NÓS, sabendo o bem e o mal”, só vêm enterrar de
uma vez por todas toda e qualquer pretensão, seja de quem for,
de negar a existência da Trindade.

É A TRINDADE comprovada e re-comprovada pela BÍBLIA!

Ver ainda: Gn 11:6-7; Mt 3:16,17; Rm 15:30; 1 Co 12:4-6; 2 Co


13:13; Tito 3:4-6; Jd 1:20,21 e Ap 1:4,5.

26
III. A DOUTRINA DA TRINDADE NO VELHO TESTAMENTO

O Velho Testamento logo no seu início insinua uma


pluralidade na Divindade, demonstrando assim, claramente a
Trindade (Gn 1.1,26; 3.22; 11.6,7; 20.13; 48.15; Is 6.8).

OS NOMES DE DEUS NO PLURAL

Em Gênesis 1.1 vemos o nome Eloim. Este Nome é plural


na forma, mas singular no significado. Os versículos seguintes
demonstram isso (Gn 1.26,27; 3.22); indicando então uma
Trindade.

Há vários versos que Deus aparece falando consigo


mesmo e com isso demonstrando conselho dentro da Trindade.
Sabemos que Deus não se aconselha e nem pede conselhos (Gn
1.26,27; 3.22; 11.7; Is 6.8); indicando assim uma Trindade. Essa
auto-conversa não pode ser atribuída aos anjos, pois eles não
estavam associados com Deus na criação.

O ANJO DO SENHOR

Esse se trata do Logos pré-encarnado, Deus Filho, em


manifestação angelical ou até mesmo humana.

Algumas dessas manifestações se deram a:


Hagar (Gn 16.7-14);
Abraão (Gn 22.11-18);
Jacó (Gn 31.11,13);
Moisés (Ex 3.2-5);
Israel (Ex 14.19; cf. 23.20; 32.34);
Balaão (Nm 22.22-35);
Gideão (Jz 6.11-23);
Davi (1Cr 21.15-17);
Elias 1Rs 19.5-7);
27
Este Anjo foi adorado (Ex 3.5,6), se Ele não fosse Cristo,
seria blasfêmia um anjo receber adoração que é devida só a Deus
(Ap 22.8,9).

Essas manifestações no Velho Testamento tinham por


finalidade prever a hora em que finalmente Ele viria na carne.

Apenas uma única exceção, em que o anjo não é o Logos


se encontra em Ageu 1.13, onde o próprio Ageu é o “mensageiro”
do Senhor.

Outras provas bíblicas dessa afirmação são: Gn 17.2,17;


18.22 com 19.1; Js 5.13-15 com 6.2; Jz 13.8-21; Zc 1.11; 3.1;
13.7.

LOGO NO INÍCIO

Encontramos no primeiro versículo da Bíblia duas


manifestações da Divindade que segue: “No princípio criou
Deus... e o Espírito de Deus movia-se”.

Portanto notamos que o Criador de todas as Coisas é Deus


e o Espírito Santo move-Se sobre este mundo, com o propósito
de nos conduzir, guiar e instruir no caminho que Ele deseja que
andemos.

A palavra usada Eloim, Deus em português, é o primeiro


dos nomes da Divindade, é um substantivo plural na forma, mas
singular no significado quando se refere ao verdadeiro Deus.

28
IV. A DOUTRINA DA TRINDADE NO NOVO TESTAMENTO

No Novo testamento a Trindade é perfeitamente


identificada. Por isso ela pode ser facilmente formulada pelas
passagens que se seguem:

1. NA FÓRMULA BATISMAL

As instruções de Cristo de batizarem “em nome do Pai e do


Filho e do Espírito Santo” declaram a Trindade (Mt 28.19).

2. NO BATISMO DE CRISTO

As Três Pessoas da Divindade são evidenciadas


distintamente em Seu Batismo (Mt 3.16,17).

3. NA BÊNÇÃO APOSTÓLICA

As Três Pessoas são vistas (2Co 13.14).

4. O FILHO E O ESPÍRITO É DEUS

Juntamente com o próprio Deus eles formam uma Unidade


(Jo 6.27; 10.30; At 5.3,5).

29
ANEXO I

Atributos ÚNICOS de DEUS e compartilhados UNICAMENTE pelo


PAI, o FILHO, e o ESPÍRITO SANTO:

DEUS DEUS DEUS


JEOVÁ JESUS CRISTO ESPÍRITO SANTO
(PAI) (FILHO) (ESPÍRITO)

Pai Filho Onipresente, Espírito Santo


Onipresente, Mt.28:20 Onipresente, Sl.139:7
Jr.23:24

Pai Onipotente, Filho Onipotente, Espírito Santo


Gn.17:1 Mt.28:18 Onipotente, Lc.1:35

Pai Onisciente, Filho Onisciente, Espírito Santo


IPd.1:2 Jo.21:17 Onisciente, I Cor.2:10

Pai o Criador, Filho o Criador, Espírito Santo


Gn.1:1 Jo.1:3 o Criador,
Jó 33:4

Pai o Eterno, Filho o Eterno, Espírito Santo o


Rm.16:26 Ap.22:13 Eterno,
Hb.9:14

Pai o Santo, Filho o Santo, Espírito Santo o Santo,


Ap.4:8 At.3:14 I Jo.2:20

Pai o Filho o Santificador, Espírito Santo o


Santificador, Hb.2:11 Santificador,
Jo.10:36 I Pe1:2

Pai o Salvador, Filho o Salvador, Espírito Santo o


Is.43:11 IITm.1:10 Salvador, Tt.3:5
30
ANEXO II

Algumas Características encontradas nas três pessoas da


Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo).

CARACTERÍSTICAS PAI FILHO ESPÍRITO


SANTO
Chamado de Deus Fp 1:2 Jo 1:1,14; Cl At 5:3-4
2:9
Habita em nós 2 Co 6:16 Cl 1:27 Jo 14:17

Dá vida Gn 2:7 Jo 1:3; Jo 2 Co 3:6,8


5:21
Tem Comunhão 1 Jo 1:3 1 Co 1:9 2 Co 13:14

Tem Vontade Lc 22:42 Lc 22:42 1 Co 12:11

Fala Mt 3:17 Lc 5:20; Lc At 8:29;


7:48 At 11:12;
At 13:2
Ama Jo 3:16 Ef 5:25 Rm 15:30

Sonda os corações Jr 17:10 Ap 2:23 1 Co 2:10

31
ANEXO III

Declaração de Fé da
Comunidade Cristã Comunidade Cristã Vida Plena

1. Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas:


o Pai, o Filho e o Espírito Santo. (Dt 6:4; Mt 28:19; Mc
12:29)

2. Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra


infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão. (2
Tm 3:14-17)

3. No nascimento virginal de Jesus, em sua morte vicária e


expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos e
sua ascensão vitoriosa aos céus. (Is 7:14; Rm 8:34; At 1:9)

4. Na pecaminosidade do homem que o destituiu da glória de


Deus, e que somente o arrependimento e a fé na obra
expiatória e redentora de Jesus Cristo é que o pode
restaurar a Deus. (Rm 3:23; At 3:19)

5. Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em


Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra
de Deus, para tornar o homem digno do reino dos céus. (Jo
3:3-8)

6. No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e


na eterna justificação da alma, recebidos gratuitamente de
Deus, pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em
nosso favor. (At. 10:43; Rm 3:24-26 e 10:13; Hb 5:9 e 7:25)

7. No batismo bíblico, efetuado por imersão do corpo inteiro


uma só vez em águas, em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus
Cristo. (Mt 28:19; Rm 6:1-6; Cl 2:12)

32
8. Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida
santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus no
Calvário, através do poder regenerador, inspirador e
santificador do Espírito Santo, que nos capacita a viver
como fiéis testemunhas do poder de Cristo. (Hb 9:14; 1 Pe
1:15)

9. No batismo bíblico com o Espírito Santo que nos é dado


por Deus mediante a intercessão de Cristo, com a
evidência inicial de falar em outras línguas, conforme a sua
vontade. (At 1:5; 2:4; 10:44-46 e 19:1-7)

10. Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito


Santo à Igreja para sua edificação, conforme sua soberana
vontade. (1 Co 12:1-12)

11. Na segunda vinda premilenial de Cristo, em duas fases


distintas. Primeira - invisível ao mundo, para arrebatar a
sua Igreja fiel da terra, antes da grande tribulação;
Segunda - visível e corporal, com sua Igreja, para reinar
sobre o mundo durante mil anos. (1 Ts 4:16,17; 1 Co
15:51-54; Ap 20:4; Zc 14:5; Jd 14)

12. Que todos os cristãos comparecerão ante ao Tribunal de


Cristo, para receber a recompensa dos seus feitos em
favor da causa de Cristo na terra. (2 Co 5:10)

13. No juízo vindouro que justificará os fiéis e condenará os


infiéis. (Ap 20:11-15)

14. E na vida eterna de gozo e de felicidade para os fiéis e de


tristeza e tormento para os infiéis. (Mt 25:46)

33
ANEXO IV

O CREDO APOSTÓLICO

“Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do Céu e da terra.

Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi
concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria;
padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e
sepultado; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao Céu;
está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de
vir para julgar os vivos e os mortos.

Creio no Espírito Santo; na Santa Igreja Universal; na comunhão


dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo;
na vida eterna. Amém.”

ORIGEM

O Credo Apostólico, o mais conhecido dos credos, é atribuído


pela tradição aos doze apóstolos. Mas os estudiosos acreditam
que ele se desenvolveu a partir de pequenas confissões batismais
empregadas nas igrejas dos primeiros séculos. Embora os seus
artigos sejam de origem bem antiga, acredita-se atualmente que o
credo apostólico só alcançou sua forma definitiva por volta do
sexto século, quando são encontrados registros do seu emprego
na liturgia oficial da igreja ocidental.

O Credo Apostólico, assim como os Dez Mandamentos e a


Oração Dominical, foi anexado, pela Assembléia de Westminster,
ao Catecismo. “Não como se houvesse sido composto pelos
apóstolos, ou porque deva ser considerado Escritura canônica,
mas por ser um breve resumo da fé cristã, por estar de acordo
com a palavra de Deus, e por ser aceito desde a antigüidade
pelas igrejas de Cristo.”

34
ANEXO V

O CREDO NICENO

“Creio em um Deus, Pai Todo-poderoso, Criador do céu e da


terra, e de todas as coisas visíveis e invisíveis; e em um Senhor
Jesus Cristo, o unigênito Filho de Deus, gerado pelo Pai antes de
todos os séculos, Deus de Deus, Luz da Luz, verdadeiro Deus de
verdadeiro Deus, gerado não feito, de uma só substância com o
Pai; pelo qual todas as coisas foram feitas; o qual por nós homens
e por nossa salvação, desceu dos céus, foi feito carne pelo
Espírito Santo da Virgem Maria, e foi feito homem; e foi
crucificado por nós sob o poder de Pôncio Pilatos.

Ele padeceu e foi sepultado; e no terceiro dia ressuscitou


conforme as Escrituras; e subiu ao céu e assentou-se à direita do
Pai, e de novo há de vir com glória para julgar os vivos e os
mortos, e seu reino não terá fim. E no Espírito Santo, Senhor e
Vivificador, que procede do Pai e do Filho, que com o Pai e o
Filho conjuntamente é adorado e glorificado, que falou através
dos profetas.

Creio na Igreja una, universal e apostólica, reconheço um só


batismo para remissão dos pecados; e aguardo a ressurreição
dos mortos e da vida do mundo vindouro.”

ORIGEM

O Credo Niceno deriva-se do credo de Nicéia (composto pelo


Concílio de Nicéia (325 AD), com pequenas modificações
efetuadas pelo Concílio de Calcedônia (451 AD) e pelo Concílio
de Toledo (Espanha, 589 AD). Este credo expressa mais
precisamente a doutrina da Trindade, contra o arianismo. Eis o
texto do Credo de Nicéia, conforme aceito por católicos e
protestantes:

35
ANEXO VI

CREDO DE ATANÁSIO OU ATANASIANO

1. Todo aquele que quiser ser salvo, é necessário acima de


tudo, que sustente a fé universal.
2. A qual, a menos que cada um preserve perfeita e
inviolável, certamente perecerá para sempre.
3. Mas a fé universal é esta, que adoremos um único Deus
em Trindade, e a Trindade em unidade.
4. Não confundindo as pessoas, nem dividindo a substância.
5. Porque a pessoa do Pai é uma, a do Filho é outra, e a do
Espírito Santo outra.
6. Mas no Pai, no Filho e no Espírito Santo há uma mesma
divindade, igual em glória e co-eterna majestade.
7. O que o Pai é, o mesmo é o Filho, e o Espírito Santo.
8. O Pai é não criado, o Filho é não criado, o Espírito Santo é
não criado.
9. O Pai é ilimitado, o Filho é ilimitado, o Espírito Santo é
ilimitado.
10. O Pai é eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno.
11. Contudo, não há três eternos, mas um eterno.
12. Portanto não há três (seres) não criados, nem três
ilimitados, mas um não criado e um ilimitado.
13. Do mesmo modo, o Pai é onipotente, o Filho é onipotente,
o Espírito Santo é onipotente.
14. Contudo, não há três onipotentes, mas um só onipotente.
15. Assim, o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é
Deus.
16. Contudo, não há três Deuses, mas um só Deus.

36
17. Portanto o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, e o Espírito
Santo é Senhor.
18. Contudo, não há três Senhores, mas um só Senhor.
19. Porque, assim como compelidos pela verdade cristã a
confessar cada pessoa separadamente como Deus e
Senhor; assim também somos proibidos pela religião
universal de dizer que há três Deuses ou Senhores.
20. O Pai não foi feito de ninguém, nem criado, nem gerado.
21. O Filho procede do Pai somente, nem feito, nem criado,
mas gerado.
22. O Espírito Santo procede do Pai e do Filho, não feito, nem
criado, nem gerado, mas procedente.
23. Portanto, há um só Pai, não três Pais, um Filho, não três
Filhos, um Espírito Santo, não três Espíritos Santos.
24. E nessa Trindade nenhum é primeiro ou último, nenhum é
maior ou menor.
25. Mas todas as três pessoas co-eternas são co-iguais entre
si; de modo que em tudo o que foi dito acima, tanto a
unidade em trindade, como a trindade em unidade deve ser
cultuada.
26. Logo, todo aquele que quiser ser salvo deve pensar desse
modo com relação à Trindade.
27. Mas também é necessário para a salvação eterna, que se
creia fielmente na encarnação do nosso Senhor Jesus
Cristo.
28. É, portanto, fé verdadeira, que creiamos e confessemos
que nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é tanto Deus
como homem.
29. Ele é Deus eternamente gerado da substância do Pai;
homem nascido no tempo da substância da sua mãe.
30. Perfeito Deus, perfeito homem, subsistindo de uma alma
racional e carne humana.

37
31. Igual ao Pai com relação à sua divindade, menor do que o
Pai com relação à sua humanidade.
32. O qual, embora seja Deus e homem, não é dois, mas um
só Cristo.
33. Mas um, não pela conversão da sua divindade em carne,
mas por sua divindade haver assumido sua humanidade.
34. Um, não, de modo algum, pela confusão de substância,
mas pela unidade de pessoa.
35. Pois assim como uma alma racional e carne constituem um
só homem, assim Deus e homem constituem um só Cristo.
36. O qual sofreu por nossa salvação, desceu ao Hades,
ressuscitou dos mortos ao terceiro dia.
37. Ascendeu ao céu, sentou à direita de Deus Pai onipotente,
de onde virá para julgar os vivos e os mortos.
38. Em cuja vinda, todos os homens ressuscitarão com seus
corpos, e prestarão conta de suas obras.
39. E aqueles que houverem feito o bem irão para a vida
eterna; aqueles que houverem feito o mal, para o fogo
eterno.
40. Esta é a fé Universal, a qual a não ser que um homem
creia firmemente nela, não pode ser salvo.

ORIGEM
O Credo de Atanásio, subscrito pelos três principais ramos da
Igreja Cristã (PROTESTANTES, CATÓLICOS E ORTODOXOS),
é geralmente atribuído a Atanásio, Bispo de Alexandria (século
IV), mas estudiosos do assunto conferem a ele data posterior
(século V). Sua forma final teria sido alcançada apenas no século
VIII. O texto grego mais antigo deste credo provém de um sermão
de Cesário, no início do século VI.

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ANEXO VII

Escrituração em Hebraico das Palavras


Pai, Filho, e Espírito Santo.

Fim
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