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Pastoral Catequética
Etapa I – Módulo II
Apostila do Catequista
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
CONTEÚDO
CONTEÚDO .......................................................................................................................................................................... 3
O PERFIL DO CATEQUISTA ........................................................................................................................................... 5
COMPROMISSOS DO CATEQUISTA ........................................................................................................................... 6
ESPIRITUALIDADE DO CATEQUISTA ....................................................................................................................... 6
PLANEJAMENTO DA CATEQUESE ............................................................................................................................... 7
1º ENCONTRO: ACOLHIDA E ENTROSAMENTO ...................................................................................................... 9
2º ENCONTRO: OS AMIGOS DE JESUS VIVEM EM COMUNIDADE ................................................................ 12
3º ENCONTRO: JESUS INICIA SUA MISSÃO A PARTIR DO BATISMO ...................................................... 17
4º ENCONTRO: JESUS FORMA SUA EQUIPE ......................................................................................................... 19
5º ENCONTRO: JESUS NOS ENSINA A REZAR..................................................................................................... 22
6º ENCONTRO: JESUS FALA DO REINO EM PARÁBOLAS ................................................................................. 26
7º ENCONTRO: JESUS NOS ENSINA A REPARTIR .............................................................................................. 31
8º ENCONTRO: JESUS NOS ENSINA A AMAR E PERDOAR ............................................................................... 33
9º ENCONTRO: JESUS NOS ENSINA A ACOLHER ............................................................................................... 37
10º ENCONTRO: JESUS NOS ENSINA A VERDADEIRA FELICIDADE ............................................................ 39
11º ENCONTRO: ENTRADA DE JESUS EM JERUSALÉM ...................................................................................... 44
12º ENCONTRO: LAVA-PÉS E INSTITUIÇÃO DA EUCARISTIA ....................................................................... 47
13º ENCONTRO: PAIXÃO, MORTE E RESSURREIÇÃO DE JESUS .................................................................... 51
14º ENCONTRO: JESUS ESCOLHE PEDRO ............................................................................................................... 57
15º ENCONTRO: JESUS NOS ENVIA O ESPÍRITO SANTO ............................................................................... 61
16º ENCONTRO: O ESPÍRITO SANTO E SEUS DONS .......................................................................................... 68
17º ENCONTRO: JESUS E A LEI DE DEUS ............................................................................................................... 72
18º ENCONTRO: MANDAMENTOS: GUIA PARA A VIDA ..................................................................................... 76
19º ENCONTRO: MANDAMENTOS: DIGNIDADE À VIDA (5º, 7º e 10º) .......................................................... 81
20º ENCONTRO: MANDAMENTOS: DIGNIDADE À VIDA (6º, 8º e 9º) ........................................................... 86
1º TEMA EXTRA: QUARESMA E CAMPANHA DA FRATERNIDADE .................................................................. 92
2º TEMA EXTRA: FRATERNIDADE E BIOMAS DO BRASIL ................................................................................ 94
3º TEMA EXTRA: SEMANA SANTA E PÁSCOA ...................................................................................................... 101
4º TEMA EXTRA: O SANTO PADROEIRO ............................................................................................................... 103
5º TEMA EXTRA: MAIO, MÊS DE MARIA E DIA DAS MÃES ........................................................................... 109
6º TEMA EXTRA: CORPUS CHRISTI ......................................................................................................................... 112
7º TEMA EXTRA:VOCAÇÃO – DIA DOS PAIS ......................................................................................................... 116
8º TEMA EXTRA: SETEMBRO – MÊS DA BÍBLIA................................................................................................... 119
9º TEMA EXTRA: MISSÕES ....................................................................................................................................... 125
10º TEMA EXTRA:DÍZIMO .......................................................................................................................................... 127
BIBLIGRAFIA ................................................................................................................................................................... 131
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
O PERFIL DO CATEQUISTA
Boa comunicação.
Participação, engajamento e
Ter no mínimo 16 anos e espírito de serviço à
ter sido crismado. comunidade.
(Fonte: Objetivos e Diretrizes da Pastoral Catequética, 86) Amor preferencial pelos pobres.
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COMPROMISSOS DO CATEQUISTA
ESPIRITUALIDADE DO CATEQUISTA
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
PLANEJAMENTO DA CATEQUESE
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
1. Objetivos:
Fazer uma experiência com Jesus, o Amigo para conhecê-Lo
melhor e caminhar com Ele por toda a vida.
2. Conteúdo do Encontro:
Diálogo para saber o que fizeram durante as férias.
Todos se conhecem devido à caminhada do ano passado.
Acolhimento aos catequizandos que integram a nova turma.
3. Desenvolvimento do Tema:
Promover um ambiente acolhedor.
Receber com alegria cada catequizando Organizar os
catequizandos sentados em círculo, tendo no centro imagem ou
figura de Jesus, vela, flores e Bíblia.
Pedir que formem pares e se entrevistem de forma a se conhecerem melhor.
Em seguida cada um fará a apresentação do amigo que foi entrevistado, não podendo fazer a
própria apresentação. Quem estiver sendo apresentando vai verificando se as informações a seu
respeito estão corretas conforme foi passado na entrevista.
Explicar que agora formam um grupo de amigos que, juntos irão aprender sobre a mensagem de
Jesus para todos.
Explicar que juntos construímos a comunidade dos amigos de Jesus, e pertencemos à uma Paróquia
(ou Capela que pertence à Paróquia....).
Explicar sobre a paróquia, as pessoas que nela trabalham, o que fazem.
Falar sobre o Santo Padroeiro da Paróquia (ou Capela).
Visitar a Igreja ou Capela.
Conversar sobre as atitudes que se espera dos amigos de Jesus (apostila)
Conversar sobre a melhor convivência em família, com os amigos, com a nova turma de catequese.
Perguntar o que esperam da catequese neste ano.
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história da humanidade e em nossa história pessoal O querigma também pode ser aprofundado
de vida. Diante do querigma, a pessoa se decide sob a ótica da amizade. Para isso poderá utilizar do
livremente pelo Cristo, encantando-se com Ele e sua livro “O pequeno Príncipe”. O encontro do príncipe
proposta, reorientando toda a sua vida num processo com a raposa em que se estabelece uma profunda
de conversão constante e crescente. amizade, para fazer uma comparação com a amizade
O querigma apresenta os principais fatos da que Ele quer aprofundar com cada um, explicando
vida de Jesus, que o fazem reconhecê-lo como que para isso Jesus quer cativar os catequizandos e
Senhor de nossas vidas, nosso mais e mais íntimo ser cativado por eles. Aproveite as narrativas! Elas
amigo. É preciso apresentar que Ele é o Filho de são sempre bem vindas! Conte as narrativas com
Deus, enviado pelo Pai para ser uma pessoa como arte, com entusiasmo, para que o catequizando
nós. Viveu igual a nós em tudo, sendo muito bom para saboreie o que é contado. Pode ser organizado um
com todos. Amou a todos os que dele se pequeno teatro, ou apenas feita uma leitura. (Cf.
aproximaram e, por amar tanto, enfrentou a morte e Saint-Exupery. “O pequeno Príncipe”. 48 ed. Rio de
a venceu, ressuscitando. A Igreja é a comunidade Janeiro: Agir, 2002, p. 66-69)
das pessoas que quiseram ser amigas de Jesus e
seguir seus passos. Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista,
O querigma, portanto, proporciona Vol. I, Ed. Vozes, 2008 – p. 11.
experiência de amor profundo de Cristo, gerando
adesão a Ele.
Só quem fez esta experiência de Jesus
Cristo pode passar pelo processo catequético, pois
só quem conheceu o Salvador pode aprofundar sua
vida nele e moldar suas ações de acordo com a vida e
o ensinamento do Mestre.
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos
necessidade um do outro. Serás para mim o único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor, eu creio que ela me cativou ...
É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra ...
Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
Num outro planeta?
Sim.
Há caçadores nesse planeta?
Não.
Que bom! E galinhas?
Também não.
Nada é perfeito, suspirou a raposa.
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Anotações
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
1. Objetivos:
Despertar os catequizandos para o sentido da Santa Missa
em nossa vida cristã.
Despertar o desejo de participar da missa e entender os
vários momentos da celebração.
Conhecer os fundamentos da missa para melhor participar
dela e vivenciá-la.
Reconhecer a Eucaristia como sacramento do amor, da
fraternidade e da partilha
2. Conteúdo do encontro:
A presença de Jesus na celebração da missa, através da Palavra, da pessoa do sacerdote, do
altar e da Eucaristia.
Na missa cumprimos o importante papel de povo de Deus. Tornamo-nos um só corpo em Cristo.
Cada catequizando faz parte desta comunhão, desta união de fé e amor, deste povo que Deus
ama.
Explicar a missa parte por parte.
3. Desenvolvimento do Encontro:
Conversar com os catequizandos sobre uma festa de aniversário.
Enumerar os momentos, desde a preparação da festa até o seu final, o bolo, o parabéns a você,
o apagar a vela, que é o ponto alto da comemoração.
Tudo numa festa é importante, mas o principal é a comemoração da vida de uma pessoa.
Assim é a Celebração Eucarística. Lembramos de um fato do passado – Cristo que fez a ceia
com os apóstolos, doou a sua vida, dando seu corpo e sangue para a salvação de todos.
Quando vamos à missa, relembramos as palavras e gestos que Jesus usou e atualizamos a
entrega de Jesus porque Ele veio para salvar a todos, tanto os que viviam no seu tempo como os
cristãos de todos os tempos (passado, presente e futuro).
Leia o texto bíblico Lc 22, 14-20.
Realize um segundo momento, com uma leitura dialogada: toda a turma narra e um dos
catequizandos faz a leitura das falas de Jesus.
Dramatize a cena com base nos versículos 19 e 20 em que Jesus abençoa e distribui o pão e o
vinho.
Levar os catequizandos até a igreja para explicar as partes da missa .
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APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
Os cristãos de todos os lugares se reúnem passagem da morte para a vida, e a passagem
como família de Deus para encontrarem o Senhor desta vida (deste mundo) para o Pai.
e entrar em comunhão com Ele. Lá estão ricos e Com isto, pode-se afirmar que a Eucaristia
pobres, doentes e sadios, jovens e idosos, mas, é uma lembrança da morte e ressurreição de
todos em Cristo, formam a comunidade-Igreja, e Jesus? Na Eucaristia não revivemos a Páscoa do
unidos celebram no amor de Cristo. Senhor. Não é algo que ficou perdido no tempo. É
1. O que celebram? celebrar aquele acontecimento, trazendo-o para o
Jesus reuniu os apóstolos para uma ceia hoje, com a mesma força que teve no passado. É
especial, diferente das que até então havia como a Páscoa dos judeus, que ainda hoje é a
participado com eles. Usou coisas simples e festa que comemora a saída do Egito, a passagem
comuns ao povo da época, vinho e pão, e operou o da escravidão para a liberdade.
maior de seus milagres pela força de suas palavras 2. Quando se celebra a Eucaristia?
e por obra do Espírito Santo. "Fazei isto em Os primeiros cristãos celebravam a
memória de mim" foi o que Jesus nos ordenou Eucaristia, assim como nós hoje, no domingo.
nesta Última Ceia. Desde então a Eucaristia faz Várias passagens bíblicas nos afirmam isso, como
parte da vida do cristão. por exemplo: 1Cor 16,2 e Ap 1,10, onde se lê:
No Novo Testamento várias passagens domingo, Dia do Senhor. A palavra domingo vem do
narram a Instituição da Eucaristia: 1Cor 11,23-25, latim Domine Dies, Dia do Senhor. Portanto, é o
Lc 22,19-20 e Mc 14,22-24. O Evangelista João domingo que dá sentido aos outros dias da semana.
6,51-54 prefere narrar a importância de Somente aqueles que, por razões fortes e
comungar o Corpo e Sangue do Senhor. considerando os tempos atuais, podem celebrar no
Os primeiros cristãos chamavam a missa de sábado, em missa vespertina.
Ceia do Senhor ou Fração do Pão. Nós hoje
4. Quem celebra?
preferimos chamá-la de Eucaristia, que significa
O grande celebrante é Jesus. Porém, toda
Ação de Graças, que não é apenas um muito
comunidade de fé também celebra com Cristo
obrigado pelos benefícios recebidos, mas uma
quando ouve a Palavra de Deus e recebe o Corpo e
entrega alegre e confiante da vida a Deus.
o Sangue de Jesus pela ação do Espírito Santo:
O que nos pode ajudar a entender o que é a
"As ações litúrgicas não são ações privadas, mas
Eucaristia são as palavras ditas na missa, após a
celebrações da Igreja, que é o 'sacramento da
consagração: "Anunciamos, Senhor, a vossa morte,
unidade', isto é, o povo santo, unido e ordenado
e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde,
sob a direção dos bispos. Por isso, estas
Senhor Jesus". Toda a nossa vida e nossa história
celebrações pertencem a todo o corpo da Igreja"
são marcadas pelo mistério pascal celebrado na
(CIC 114).
Eucaristia. Anunciamos a morte de Cristo no
Fonte: Crescer em Comunhão, Vol. III, Livro do
passado, há dois mil anos. Proclamamos sua
Catequista, 2008. p. 102-103
ressurreição, sua presença vivente entre nós, no
presente. Esperamos sua vinda gloriosa, no futuro.
Portanto, a Eucaristia é a celebração da morte e
ressurreição de Jesus Cristo, a sua Páscoa - sua
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
Quando alguém muito querido vem a nossa recebermos forças na luta do dia-a-dia. O
casa, como o recebemos? Então vamos ver como sacerdote oferece a Deus tudo o que é colocado
nos preparamos para participar da Missa. no altar.
Hoje e domingo, dia do Senhor. Vamos Oração Eucarística: Nesta oração é
encontrar nossos amigos, parentes, etc. transformado o pão e o vinho no Corpo e Sangue
Ao entrar no local da celebração, vamos de Cristo. Tudo o que vimos e ouvimos é
ficar em silêncio, para preparar em oração o transformado na Eucaristia. Recordamos o
grande acontecimento da Paixão, Morte e momento em que Cristo deu a sua vida por nós. Ele
Ressurreição de Jesus. está presente sobre o altar; não o vemos, mas isto
Canto de Entrada: Ao iniciar, cantamos sabemos pela fé. A oração por Cristo, com Cristo
alegres por estarmos reunidos com os irmãos na e em Cristo, resume este ato da fé. Ao
casa do nosso Deus e Pai, o sacerdote recebe a pronunciarmos o Amém, queremos dizer que
todos cumprimentando em nome das três pessoas aceitamos tudo, com amor e gratidão.
da Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Pai Nosso: É a oração que Jesus nos
Santo. ensinou e é a mais completa das orações. Essa
Ato Penitencial: Quando amamos alguém de oração nos torna irmãos, porque Deus é o nosso
verdade, é necessário ir ao seu encontro, sem Pai.
mágoa. Por isso, pedimos perdão de nossas faltas. Oração pela Igreja: A Igreja, Santa pela
O Ato Penitencial nos convida a dar uma parada e graça de Deus e pecadora porque realizada por
ver onde pecamos e no que precisamos mudar de pecadores e em favor de pecadores, pede pela
vida. unidade de seus filhos para testemunho de Jesus
Hino de Louvor: Depois de pedir perdão, Cristo, na fé, no culto e na caridade (cfr. Jo 17).
junto e diante de toda a Comunidade, estamos em Saudação da Paz: Desejamos a paz do
condições de glorificar a Deus. Cantamos ou Cristo a todas as pessoas: aos amigos e aos
rezamos, com alegria o Glória. inimigos. Só Cristo pode, realmente, nos dar a paz
Rito da Palavra: Até agora Deus nos ouviu. e ajudar-nos a viver como irmãos.
É nossa vez de ouvi-Lo nas três leituras tiradas da Cordeiro de Deus: Pedimos três vezes que
Bíblia, intercaladas pelo Salmo de Meditação e a tenha piedade de nós, para frisar bem que só
Aclamação do Evangelho. A Palavra de Deus Deus tira os pecados do mundo e o quanto
transforma a nossa vida. E as leituras vão nos precisamos de perdão. Não somos dignos de
mostrar que Deus sempre está presente no seu sermos perdoados, mas Jesus quer nos perdoar e
povo. ficar conosco.
Fomos acolhidos, recebemos o perdão, Comunhão: A mesa está posta e o alimento
ouvimos a palavra de Deus, e o celebrante explica preparado. Somos convidados a participar da
as leituras na homilia. Vamos sintetizar tudo isso, Comunhão com toda a humanidade que sofre e
rezando o Creio em Deus Pai, que contém as também se alegra, porque Cristo é ponto de
verdades fundamentais da nossa fé. unidade dos que n'Ele crêem. E esta união deve
Oração dos Fiéis: Toda a comunidade faz acompanhar-nos até nossas famílias, vizinhos e
os pedidos, conforme as suas necessidades. colegas de escola e trabalho, como sinal da vida e
Rezamos também pelos governantes, pelos que unidade.
sofrem, pelo mundo inteiro. Despedida: Ao despedir-nos, devemos estar
Ofertório: É a hora de colocar sobre o cheios da graça de Deus. O sacerdote diz: “Vamos
altar toda nossa vida para ser consagrada. Por em paz e que o Senhor nos acompanhe”, e nos
isso, não pode ser oferta só de dinheiro, de abençoa em nome da Santíssima Trindade.
mantimentos para os pobres, mas da vida, para
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Respondemos: Amém. Mas na verdade a Missa não além de ser bíblica, contém todo o Mistério da
termina, ela continua durante a semana. nossa fé e salvação.
Podemos notar que no começo e no fim da
Missa, o sacerdote invoca a proteção da Fonte: Fé, Vida e Comunidade, Livro do Catequista,
Santíssima Trindade. Vemos assim que a missa Paulus, 2003 – p. 312-314.
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
1. Objetivos:
Levar os catequizandos a conhecerem a pessoa de Jesus, como viveu, sua missão, seu projeto de
vida e seu amor pela comunidade.
Compreender que o batismo de Jesus marca o início de sua vida pública e o nosso batismo inicia-nos
na vida cristã.
2. Conteúdo do Encontro:
O Batismo nos leva a um compromisso de vida. Devemos nos
esforçar para viver como filhos de Deus e irmãos uns dos
outros.
Ao ser batizado Jesus quis assumir um compromisso.
Relembrar os símbolos do Batismo.
Verificar se todos foram batizados
3. Desenvolvimento do Tema:
Quem é Jesus para você? (deixar que falem )
Vocês sabiam que Jesus nasceu numa cidade pequena chamada
Nazaré, numa família igual a tantas outras daquela época?
Jesus, mesmo sendo Filho de Deus, quis nascer de uma mulher
que foi Maria e que hoje nós chamamos de Nossa Senhora , que é a nossa mãe do céu. Jesus teve
um pai adotivo José, que era carpinteiro e que ensinou Jesus a fazer os objetos de madeira que se
usava na época.
Jesus nasceu de uma família como a nossa e viveu no meio do seu povo.
Os primeiros anos de vida de Jesus são parecidos com a vida de qualquer criança, Ele chora, ri,
brinca, come, tem amigos, ajuda seus pais etc...
Freqüenta a Igreja da sua época que era chamada Sinagoga dos Judeus.
Ninguém podia imaginar que o filho de José, o carpinteiro fosse o Messias o Filho de Deus.
Depois de adulto Jesus partilhava das angústias e das esperanças de seu povo. Vivia as alegrias e os
momentos difíceis que todos viviam, e sem usar os privilégios que tinha como Filho de Deus.
Jesus era consciente de que tinha uma missão a cumprir no meio de nós: anunciar a todos o Amor do
Pai e seu Reino de justiça e paz.
Ao completar 30 anos Jesus vai até o Rio Jordão para ser batizado por João Batista que pregava
um batismo de conversão, de mudança de vida. Jesus queria ficar ao lado dos pobres e oprimidos e
também dos pecadores que João batizava.
Explicar como foi o Batismo de Jesus
Falar da voz do Pai, da presença do Espírito Santo sobre o Filho que é Jesus = Santíssima Trindade.
(Jesus recebe a Força do Alto, do Pai para iniciar a sua missão)
Falar que no nosso Batismo também recebemos a Graça de Deus e somos chamados a sermos
missionários do Reino de Deus.
O nosso compromisso com o Reino de Deus deve concretizar-se em nossas atitudes humanas de
amor fiel a Deus.
4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Mt 3, 16-17; Mt 4, 12-17
5. Ambientação: toalha, bíblia.
6. Material utilizado: Apostila, figura do batismo de Jesus.
7. Atividades: orientar as atividades.
8. Momento de Oração: Orientar que façam orações espontâneas lembrando-se do próprio batismo e
pedindo a Jesus que os ajude viver bem a sua missão de batizados.
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A vida pública de Jesus tem início com o seu esperança estava baseada na promessa da vinda
batismo por João no rio Jordão. João Batista, o do Messias. Ele deveria ser o enviado de Deus
precursor de Jesus, proclamava "um batismo de para libertar o seu povo. Sendo consagrado,
arrependimento para remissão dos pecados" (Lc (ungido) pelo próprio Deus, deveria ter força e
3,3). Por isso era procurado por muitas pessoas de poder.
diferentes grupos e classes sociais que vinham Jesus não costumava usar o título de
fazer-se batizar por ele. Messias. Quando chamavam Jesus de Messias, ele
O seu batismo visava preparar as pessoas aceitava o título. Quando Pedro diz que Jesus é o
para a chegada daquele que vem mostrar a Messias, Jesus recomenda-lhe que não diga a
proximidade do Reino (cf. Mt 1, 15), por isso dizia: ninguém; que guarde segredo (cf. Mc 8, 29-30).
"depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Jesus manifesta aos seus discípulos a sua
Eu não sou digno de me abaixar para desamarrar missão. Anuncia a eles que sua missão não será de
suas sandálias" (Mc 1,17). glória, de grandes sucessos. Convida muitos a
Quando Jesus vai ao Jordão e pede a João participar de sua missão: "Quem quiser vir comigo,
para ser batizado por ele, este o questiona. Jesus esqueça-se de si mesmo e carregue a sua cruz"
insiste na necessidade de ser batizado par João. (cf. Mt 16, 24).
Com sua atitude demonstra que Ele, mesmo sem Os discípulos não entendiam a missão de
ser pecador, se solidariza com a condição dos Jesus. Sonhavam com desfiles espetaculares e
pecadores. entradas triunfais. Percebe-se isto claramente
Durante o batismo de Jesus duas provas quando Pedro quer impedir a ida de Jesus para
divinas acontecem: os céus se abriram e o Espírito Jerusalém, para não enfrentar o sofrimento.
de Deus desceu como pomba e pousou sobre Jesus Jesus tinha falado: "Preciso ir para
e uma voz do céu disse: "Tu és o meu Filho amado, Jerusalém e ali os líderes judeus, os chefes dos
de ti eu me agrado" (Mc 1, 11). Assim, o Pai e o sacerdotes e os professores da Lei vão me fazer
Espírito Santo dão testemunho da divindade de sofrer muito. Serei morto, e no terceiro dia,
Jesus e de sua missão salvífica. ressuscitarei. Então Pedro o repreendeu: "Que
O batismo de Jesus marca o início de sua Deus não permita! Isto não pode acontecer de
vida pública. Ele deixa Nazaré e se coloca a jeito nenhum!" Severamente Jesus respondeu a
serviço do povo em favor da vida Ele mesmo falou: Pedro: "Saia da minha frente, Satanás! Você está
"Vim para que todos tenham vida e a tenham pensando como homem e não como Deus pensa!"
em abundância" (Jo 10,10). Para nós o batismo (cf. Mt 16, 21-23).
marcou uma nova vida. Ser batizado é assumir a A única vez que Jesus proclama
mesma missão de Jesus. Nós, cristãos, somos abertamente que é o Messias, é na resposta a
chamados a lutar pela vida, onde ela é ameaçada. pergunta de Caifás no seu julgamento e
No tempo de Jesus, os habitantes da condenação (cfr. Mt 26, 63-64).
Palestina esperavam a chegada do Messias que
libertaria o país das mãos dos Romanos e Fonte:
devolveria, à nação de Israel o esplendor dos Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. I,
tempos de Davi e de Salomão. Ed. Vozes, 2008 – p. 34.
O povo tentou libertar-se das dominações Fé,Vida e Comunidade, Ed. Paulus, 2003 – p. 187-
estrangeiras, mas nada conseguiu. A sua única 188
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
1. Objetivos:
Reconhecer no convite que Jesus fez aos apóstolos um chamado
para cada um.
Reconhecer que Jesus não realizava a missão sozinho, chama a
outros para participar.
2. Conteúdo do encontro:
Jesus espalha a semente do Reino de Deus em todos os corações
e preparava os doze Apóstolos para serem mensageiros do Reino.
Relatar os compromissos que os discípulos tiveram que deixar
por aceitar o convite de Jesus e também os nossos compromissos
de cristãos.
Enfatizar o discipulado.
3. Desenvolvimento do Tema:
Mostrar o cartaz com os nomes dos 12 apóstolos = enviados por Jesus para uma missão.
Perguntar se já ouviram falar deles... Quem são? O que faziam antes? (obs.- Pedro, Tiago, João
eram pescadores; Mateus cobrava impostos etc...)
Falar da importância de trabalhar em equipe. Ex: grupos de escola, futebol, etc...
Quando mais pessoas trabalham juntas, com o mesmo objetivo, o resultado do trabalho é melhor.
Jesus também quis montar uma equipe para ajudá-lo na sua missão: levar o anúncio do Reino de
Deus a todas as pessoas do mundo inteiro.
Jesus ensinava como as pessoas deviam viver para ter uma vida mais feliz. Ele ensinava que
devemos seguir a Palavra de Deus, porque ela orienta a nossa vida.
Jesus queria que a sua missão nunca parasse, por isso convidou pessoas (apóstolos) para fazer
parte do seu grupo, aprender com Ele, e depois continuar a sua missão de ensinar as pessoas.
Hoje Ele chama cada um de nós para isso. Quando somos batizados, Jesus nos dá essa missão.
Todos são chamados, devemos ser discípulos, para aprender, e depois devemos ensinar aos outros.
Devemos ser apóstolos de Jesus como catequistas, missionários, freiras, padres, pessoas que
fazem trabalho nas pastorais da Igreja.
Dinâmica: Jesus nos chama pelo nome
Objetivo: importância de sermos conhecido pelo nome "Jesus chama cada um pelo nome".
Material: Um crachá para cada pessoa do grupo e um saco ou caixa de papelão para colocar todos os
crachás.
Descrição: O coordenador deverá recolher todos os crachás colocar no saco ou na caixa; misturar
todos os crachás em seguida entregar um crachá para cada catequizando. Este deverá encontrar o
verdadeiro dono do crachá, em 1 minuto.
Comentar: O nosso nome é muito importante. Assim como Jesus chamou os Apóstolos pelo nome, Ele
também nos chama pelo nome para fazer parte da sua equipe.
4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Lc 6, 12-16 ou Mc 3, 17-19
5. Ambientação: toalha, bíblia, cartaz com o nome dos apóstolos
6. Material utilizado: Apostila, bíblia, cartaz com o nome dos apóstolos
7. Atividades: orientar as atividades
8. Momento de Oração: em silêncio, de olhos fechados, pedir que pensem em Jesus que os está chamando
pelo nome – em seguida rezar juntos a oração da apostila.
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APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
Na caminhada junto com Jesus os discípulos Mestre no Sermão da Montanha. Por isso, a
ouviram suas pregações, viram suas curas e seus conversão ao Reino é um processo nunca
milagres. Os discípulos acompanharam Jesus encerrado, tanto em nível pessoal quanto social,
fisicamente e comungaram de sua vida e idéias. porque, se o Reino de Deus passa por realizações
Eles o seguiram pelos caminhos da Galiléia e da históricas, não se esgota nem se identifica com
Judéia ate a cruz. Esta caminhada se configura elas (cf Puebla 193, 1221, 1159).
pela conversão - aceitação de Deus na própria vida Jesus deixou Nazaré e começou a andar pelos
- e pelo seguimento em trilhar os caminhos de vilarejos e cidades da Galiléia, proclamando que o Reino
Jesus. Conversão e seguimento constituem o dom de Deus havia chegado.
da fé, uma vez que esta é opção de vida, adesão a Em pouco tempo, juntou gente que o seguia
Jesus Cristo, a Deus e ao seu Projeto de vida nova e acreditava nele. Chamavam-se discípulos. Dentre
para todos. eles Jesus escolheu doze, para serem seus
A fé e a conversão envolvem a pessoa apóstolos, que quer dizer: "enviados",
inteira ao reconhecer, acolher, interiorizar e "Mensageiros", "proclamadores".
desenvolver uma experiência de encontro pessoal Por que Jesus escolheu doze? O povo judeu
com Jesus Cristo, encantando-se por Ele e era descendente das doze tribos. Assim os
tomando-se seu discípulo. Ser discípulo é uma patriarcas, os chefes das doze tribos foram os
opção que implica para o ser humano em assumir fundadores do povo de Deus. Os doze apóstolos
no seu modo de viver palavras e ações que eram destinados a ser os fundadores do novo povo
estejam de acordo com as exigências de ser de Deus, daqueles que entram no Projeto de Deus.
cristão: acolher a vontade divina, participar Que tipo de pessoas Jesus devia escolher para
ativamente da missão da Igreja revelando-a na serem apóstolos? Deviam ser puros, santos,
vida familiar, matrimonial, profissional, tomando- importantes ou bons oradores?
se seguidor de Jesus Cristo em todas as Os primeiros quatro homens que Jesus
instâncias da vida. escolheu eram pescadores do mar da Galiléia. Jesus
É o próprio Jesus que toma a iniciativa, criou-se em Nazaré, a 40 Km do mar da Galiléia;
chamando para segui-lo. O apelo é feito, conhecia bem os pescadores. Certo dia, Jesus foi ao
primeiramente, àqueles a quem ele confia uma mar da Galiléia, viu no barco dois irmãos André e
missão particular, a começar pelos doze apóstolos Simão, lançando suas redes. Quando ouviram Jesus
que o acompanhavam e a quem envia em missão chamando, recolheram a rede e dirigiram o barco
pelas cidades, aldeias e vilas anunciando a Boa- para a margem.
Nova do Reino. São eles que inicialmente, ao ouvir “Venham! - Disse Jesus a André e Simão.
o chamado de Jesus, abandonam tudo e o seguem. Sigam-me. Vocês são pescadores, mas eu os farei
No entanto, a renúncia que realizam dos próprios pescadores de homens". Como juntavam peixes em
bens e de si mesmos somente será compreendida suas redes, assim iriam juntar homens para o
após a ressurreição de Cristo, quando o Espírito Reino de Deus.
Santo os guiar para a verdade total (cf. Jo 16,13). Os dois reconheceram Jesus, porque André
Jesus nos convida a tomar-nos seus tinha sido discípulo de João Batista, e trouxera
discípulos deixando-nos o seu exemplo e o seu irmão Simão para conhecê-lo. Acreditaram em
testemunho dos apóstolos que se comprometeram Jesus, e iam dar, com alegria, sua vida por Ele.
a viver e a participar da edificação do seu Reino. Ao chamado de Jesus, deixaram
Assim, na medida em que vamos seguindo o Cristo imediatamente o barco e as redes, e o seguiram.
Ressuscitado, seu Espírito que habita a Igreja nos Sabiam o que queriam e que serviço novo tinha
inspira a ficarmos mais parecidos com Ele, para eles. Mais adiante, Jesus encontrou outro
especialmente no Amor a Deus e ao próximo, e a barco. Pertencia ao velho Zebedeu, um abastado
fidelidade as orientações de vida dadas pelo pescador. Tiago e João, seus dois filhos, estavam
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
com ele, sentados no barco. Consertavam suas Filipe, outro apóstolo, foi trazido a Jesus
redes. Jesus chamou-os, dizendo: "Tiago e João, por André, de quem era grande amigo. Filipe, por
venham. Sigam-me". E eles deixaram tudo e sua vez, trouxe seu amigo Bartolomeu, às vezes
seguiram a Jesus (cf. Mt 4,19-22). chamado Natanael.
Simão Pedro morava na cidade de Os outros, que Jesus escolheu para serem
Cafarnaum, um porto ativo à margem do lago. Os seus apóstolos foram: Judas, Tomé, e um outro
romanos tinham uma tropa na estrada principal, Tiago, chamado Tiago o Menor, para distingui-lo
que cortava a cidade, do norte ao sul. Cafarnaum do irmão de João.
tinha sua própria alfândega, onde os pescadores e Ora, estes onze apóstolos eram diferentes
os viajantes eram obrigados a pagar impostos aos uns dos outros em muitos pontos. Todos, porém
romanos. Ali estava um publicano: Levi Mateus, eram da Galiléia, do norte de Israel. O 12º
sentado à mesa, e ao lado de um soldado que, de apóstolo era Judas, chamado Iscariotes, porque
pé, velava por sua segurança, pois o povo não nascera em Keriot, uma aldeia no sul de Israel.
gostava de pagar impostos aos romanos, nem o De todos, era o mais estranho. Mas os doze,
imposto próprio dos judeus. Concentravam seu apesar de serem tão diferentes entre si, estavam
ódio contra os publicanos, judeus que coletavam os bem unidos pela mesma fé em Jesus.
impostos para os romanos. Eram traidores de seu Jesus tinha uma concepção totalmente
próprio povo, e todo mundo sabia como diferente do que era ser discípulo. Este não era
enriqueciam a custa do povo, do qual cobravam para ele um aluno, mas um amigo: "Não vos chama
mais do que era prescrito. "servos", dizia Ele aos seus discípulos, mas
Assim Levi Mateus era odiado e "amigos" (cf. Jo 15, 14-15).
desprezado, rico em dinheiro, mas pobre em Queria que os seus discípulos vivessem com
amigos. Um dia ficou muito surpreso, quando Ele, que ficassem em sua companhia, sem o deixar,
deparou com Jesus. "Mateus, vem e segue-me", para terem contatos incessantes e, portanto,
disse Jesus (cf. Mt 9,9). diálogos e ensinamentos... Caminhando, comendo,
Mateus deixou tudo como estava e seguiu a rindo ou chorando com eles, assando-lhes peixe de
Jesus. Depois disso, Mateus preparou na sua casa manhãzinha na margem do lago ou dormindo ao
uma grande festa para Jesus. Convidou todos os lado deles, ao relento.
amigos. Na maioria eram naturalmente publicanos Aproveitava os acontecimentos da vida de
ou gente desprezada. O povo de Cafarnaum ficou todos os dias para familiarizá-los com o seu
escandalizado ao ver o profeta em tal companhia. pensamento.
As pessoas, em desacordo, perguntavam: Cafarnaum era um excelente campo de
Como Jesus pode sentar-se a mesa com trabalho para Jesus.
pessoas tão desprezíveis? Quando permanecia na cidade, hospedava-se
E Jesus respondeu: na casa de Simão Pedro.
Só os doentes precisam de médico. Eu não vim De Cafarnaum partia sempre com os doze
chamar gente como vocês, que estão em amizade com apóstolos para as cidades e aldeias vizinhas da
Deus. Preciso chamar os pecadores, para abrir seus Galiléia.
corações a Deus (cf. Mt 9,12). Em todo lugar anunciou a Boa Nova e seu
Justamente o contrário eram os homens, amor. Mostrou o amor de Deus em tudo que fazia.
chamados Zelotas. Eram ardentes patriotas, que Amava a todos, não menosprezava ninguém.
lutavam assiduamente contra a dominação romana. Falava com autoridade.
Jesus escolheu um Zelota, chamado Simão, Também seu ensinamento era de fácil
para ser um dos seus discípulos. compreensão, pois ensinava, contando lindas
histórias (parábolas) e fatos da vida.
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O amor de Deus mostrou-se também em Jesus espalhava a semente do Reino em
Jesus, na sua compaixão pelos doentes. todos os corações e preparava os doze apóstolos
Assim as massas corriam para ouvir Jesus. A para serem mensageiros do reino.
força do amor de Deus irradiava-se nele.
Odiava o pecado, mas amava o pecador. Deu Fonte:
sempre preferência aos pobres e aos oprimidos. Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. I,
Ed. Vozes, 2008 – p. 40-41.
Fé, Vida e Comunidade, Livro do Catequista, Ed.
Paulus, 2003 – p. 200-203.
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
1. Objetivos:
2. Conteúdo do Encontro:
Rezando o Pai Nosso expressamos nossa relação de
filhos de Deus Pai.
Com o Pai Nosso declaramos que pertencemos a uma
grande família e, igualmente, entendemos a partilha do Pão Nosso de cada dia como
reconhecimento da providência paterna de Deus, que se preocupa com os problemas de seus filhos.
Através da oração pedimos e nos responsabilizamos por aquilo que pedimos.
3. Desenvolvimento do Tema:
Perguntar se todos costumam rezar e quando rezam.
Falar da importância da oração como uma comunicação, conversa com Deus.
Deus nos criou por amor, nos escuta e sabe de tudo que precisamos. “Pedi e recebereis, buscai e
achareis...” (Lucas 11, 9).
Jesus também pedia ao Pai... agradecia... conversava... Isto é oração
Quando Jesus rezava? De manhã (Lc 6,12); de noite (Mc 1, 35); nas alegrias (Lc 10, 21); na tristeza (Lc
22, 41); pedindo (Lc 23, 34 ; Jo 17).
Com a oração recebemos a força necessária para vencermos todos os obstáculos.
Perguntar se todos conhecem a oração do Pai nosso.
É a oração dos filhos de Deus: todos nós!
É oração de perdão.
É oração de partilha.
Ler as passagens bíblicas onde Jesus ensina aos apóstolos a oração do Pai Nosso.
Explicar o significado de cada parte do Pai Nosso.
Acompanhando na apostila fazer com que todos leiam e compreendam o significado de cada frase do Pai
Nosso.
6. Material utilizado: Apostila, bíblia, cartaz com uma figura de Jesus rezando.
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APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
Os Evangelhos nos transmitem uma série de Pai dos Céus que vê no mais íntimo do teu coração,
ensinamentos de Jesus sobre a oração. te recompensará" (cf. Mt 6-6).
Segundo o costume do seu povo. Jesus rezava Cada um deve apresentar-se diante de Deus
de manhã, à noite, antes e depois das refeições. tal como é: com suas fraquezas. Um dia Jesus
Rezou antes da multiplicação dos pães e da última apresenta dois tipos de oração: a do fariseu,
Ceia. orgulhoso de si, da sua cultura e da sua fidelidade
Todos os sábados se dirigia à Sinagoga, religiosa, e a de um publicano consciente e
tomando parte nas orações feitas em comum. arrependidíssimo das suas fraquezas e das suas
Participava também das cerimônias no Templo de faltas (Lc 18,95).
Jerusalém. Enquanto o primeiro se julga digno da estima
Os Evangelhos nos apresentam Jesus, de Deus e exprime o desprezo pelas pessoas de má
rezando de uma maneira espontânea e pessoal, conduta, o segundo só do poder Deus espera o
conforme os acontecimentos e circunstâncias. A sua perdão das suas faltas.
oração acontecia na vida: era com os apóstolos de A fé que transporta montanhas
regresso da missão (cf. Lc 10,21), junto do sepulcro O amigo que importuna em plena noite (cf. Le
de Lázaro (cf. Jo 11,41-42), ao longo de uma vigília 11 5-13), o juiz corrupto importunado pela viúva, (cf.
(cf. Jo 17), a caminho do Horto das Oliveiras (cf. Lc Le 18,2) são parábolas contadas por Jesus, cheias
23,24), na noite em que foi preso (cf. Mc 15,34), e de doutrina sobre a oração.
até sobre a cruz, pedindo pelos seus algozes, (cf. Lc Uma mulher que sofre de hemorragia pensa:
23,34) recita o início de um salmo (cf. Mt 27,46). "Se tocar na orla da sua túnica, serei curada". E isto
Os evangelhos mostram como Jesus passava aconteceu. Jesus volta-se e diz a ela: "A tua fé te
horas inteiras em meditação, em intimidade com o salvou" (cf. Mc 5,34).
Pai. Antes de nascer o sol, ia num lugar isolado para Um centurião romano vem pedir-lhe a cura de
orar. Vai à montanha e passa toda a noite em oração um criado seu, e tem a certeza de que Jesus pode
(cf. Lc 6, 12; Mc 6,46; Mt 14,23). curar mesmo a distância. Jesus diz-lhe: "Nunca
Jesus não condenou as manifestações de encontrei ninguém com tanta fé. Vá! e o criado ficou
alegria e de entusiasmo, os cantos, a música ou a curado (cf. Mt 8,5-13).
dança. Ao contrário, somos levados a pensar que Uma mulher estrangeira, Cananéia, confia que
tenha tomado parte nas danças sagradas com os Jesus pode e quer expulsar as forças do mal que
peregrinos na noite da Festa dos Tabernáculos, nos dominam a sua filha. E ela insiste. Jesus responde:
pátios do Templo, ao som da trombeta, ao ritmo dos "Mulher, é grande a tua fé (cf. Mt 15, 28).
tamborins e dos címbalos (cf. Jo 7, 37). Jairo, chefe da Sinagoga, foi ao encontro de
Jesus cantou o hino pascal depois da Última Jesus porque sua filha estava morrendo. Jesus vai a
Ceia (cf. Mc 14,26). casa dele. No caminho, sabe da notícia: a menina
Mas Jesus condenou a ostentação na oração. morreu. Jesus diz a Jairo: Creia firmemente! E a
Todos os dias, à tardinha, em Jerusalém, se ouvia menina viveu. (cf. Mc 5,36).
o som das trombetas do Templo. Era o anúncio do Jesus conhece, em profundidade, o coração
sacrifício da tarde. A população era assim humano. Mas o homem se interroga: – como Deus
convidada a reunir-se ali e a rezar. Alguns pode preocupar-se com ele entre bilhões de pessoas
fariseus faziam tudo para se colocar, nas do mundo? Às vezes pensa num Deus "chefe" e não
encruzilhadas e tomavam ostensivamente atitudes num Pai cheio de bondade, por isso desespera-se
espalhafatosas na oração sob os olhares porque não vê a realização de seus desejos.
admirados da gente simples. Jesus desmascarava Depressa perde a confiança, pensando que já rezou
esta hipocrisia: "Aos olhos de Deus, dizia Ele, o suficiente, então abandona toda a atitude de
aqueles já receberam a sua recompensa! ... Mas tu, esperança em Deus.
quando quiseres rezar, retira-te para o teu quarto "O Pai Nosso"
e ali, onde ninguém te veja, fecha a porta. Então, teu
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
Um dia os discípulos viram Jesus rezar. O “Pai Nosso" não é apenas uma oração
Quando acabou a oração pediram-lhe: "Ensina-nos a importante; é também uma Profissão de Fé. Na
rezar" (Lc 11,15). Igreja primitiva exigia-se que o batizando o
Para orar, dizei somente isto ... E ensina-lhes recitasse publicamente antes de receber a água
a oração do "Pai Nosso". Encontramo-la nos batismal.
evangelhos de Mateus (cf. 6,9-15) e de Lucas (cf. 11, No tempo de Jesus, cada grupo religioso tinha
1-4). as suas orações próprias que lhe serviam de
Começa por uma invocação ao "Pai dos Céus". identificação religiosa.
Na religião dos judeus admitia-se que Deus tivesse Jesus ensina aos discípulos como deviam
pelo seu povo cuidados de pai. Deus tinha se rezar: "Não imiteis os pagãos diante dos seus ídolos.
comprometido com o povo ao longo da sua história: o Pensam que será por muito gritar, que serão
tinha libertado, protegido e perdoado. atendidos mais facilmente. Um erro! Vosso Pai dos
Quando Jesus falava do Pai dos Céus, queria céus conhece as vossas necessidades antes que lhe
falar duma vida de família que ultrapassa a apresenteis". (Mt 6,7-8).
imaginação. Ele empregava a palavra "Abba" que se “O Pai Nosso é verdadeiramente o resumo de
traduz por "Papai". Jesus quer comunicar a vida de todo o Evangelho. Depois de o Senhor nos ter legado
Deus aos seus discípulos. Quer fazê-los entrar na esta fórmula de oração, acrescentou: 'Pedi e
Família do mesmo Deus. recebereis' (Lc 11,9). Cada um pode, portanto,
Por isso, devem dizer na oração: "Pai". o dirigir ao céu diversas orações segundo as suas
apóstolo Paulo escreveu aos cristãos da Galácia: necessidades, mas começando sempre pela oração
"Deus enviou o seu Filho para fazer de nós seus do Senhor, que continua a ser a oração fundamental”
filhos adotivos. E a prova de que nós somos filhos, (CIC 2761).
Deus pôs nos nossos corações o Espírito de seu filho
Fonte: Fé, Vida e Comunidade, Livro do Catequista,
que clama "Abba! Pai!" (Gl 4, 4-7)
Ed. Paulus, 2003 – p. 230-233.
Notemos, que dizendo: "Pai Nosso" e não
"Meu Pai", o discípulo de Jesus faz uma proclamação
de fraternidade . Não há diferença entre os homens
de qualquer raça, povo ou condição social. Todos são
filhos do único Pai e devem amar-se como irmãos.
Esta oração lembra que não podemos aproximar-nos
de Deus, esquecendo os irmãos.
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Anotações
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
1. Objetivos:
Compreender que as parábolas revelam a manifestação do
amor de Deus e um convite para participar do seu Reino.
Mostrar que Jesus contava pequenas histórias apresentando e
favorecendo ao povo a acolhida do Reino de Deus.
2. Conteúdo do encontro:
Quando Jesus usa as parábolas está nos revelando os
ensinamentos do Reino de Deus.
Como contribuímos para a construção do Reino de Deus, aqui
na terra?
O que significa Reino de Deus?
Quais as diferenças e semelhanças entre o Reino de Deus e a
nossa sociedade?
3. Desenvolvimento do Tema:
Perguntar se eles se lembram que Jesus chamou a todos nós para ajudarmos na construção do
Reino de Deus.
Pedir que falem sobre os acontecimentos no mundo (TV, Jornais, etc..): será que tudo o que
acontece está de acordo com o Projeto de Jesus? (mostrar que existem muitas coisas erradas,
mas também muitas coisas boas)
Para ensinar como podemos construir o Reino de Deus aqui na terra, na nossa vida, Jesus contou
muitas parábolas.
Explicar o que é uma Parábola – “Parábolas são histórias que Jesus contava fazendo uma
comparação das experiências da vida das pessoas com as coisas do Reino de Deus que Ele queria
ensinar e que as pessoas pudessem entender e praticar”
Convidar os catequizandos a encontrar na Bíblia o capítulo 13 do Evangelho de Mateus.
Ler com eles o título das várias parábolas deste capítulo para que reconheçam que foram muitas as
parábolas que Jesus contou.
Ler o texto de Mateus 13, 1-9 – A parábola do Semeador.
Motivá-los a observar os elementos comparativos do texto completando as atividades da apostila.
Fazer a dinâmica:
Colocar a bandeja com a terra suja no centro da sala (mesa ou chão).
Distribua a semente (dê mais de uma para cada catequizando)
Dizer que a bandeja representa o nosso coração. O que precisamos fazer para que a semente
que vamos plantar possa nascer e crescer bem?
Limpar a terra, deixando-a bem fofinha (= tirar os pecados do coração).
Dizer que a semente é a Palavra de Deus.
Perguntar se querem cultivar seu coração com coisas boas para serem felizes, e fazer a
vontade de Deus.
Relembre o texto bíblico com a ajuda dos catequizandos.
Relembre o sentido da parábola: o que a parábola fala para cada um de nós e que convite nos
faz.
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Convidar cada criança a plantar a sua semente fazendo uma intenção de realizar alguma coisa boa
para os outros e assim ajudar Jesus na construção do Reino. Ex: ler a Bíblia, rezar , partilhar o
lanche, doar uma roupa, pedir perdão, rezar etc.
Fazer as atividades da apostila, explicando o sentido das outras parábolas.
4. Leitura utilizada: Mt 5, 13, Mt 13, 31-32, Mt 5, 14 , Mt 13, 33, Lc 8, 4-15, Mt 13, 44, Lc 15, 4 ou
outras parábolas sobre o Reino de Deus.
5. Ambientação: toalha, bíblia, imagem, flores. Ver a ambientação solicitada na dinâmica.
6. Material utilizado: Apostila, bíblia, bandeja (ou caixa) com terra, cheia de sujeira e sementes.
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
As Parábolas são para entender ou para não Toda Parábola consta de dois elementos: o
entender? símbolo material e o simbolizado espiritual.
Parece que os ouvintes compreenderam seu O símbolo material é tirado da natureza
sentido superficialmente, sem acolher mais humana. E compreensível a todos, mas a
profundamente a mensagem. Isto exigiria uma compreensão do simbolizado espiritual depende do
mudança radical de vida. grau de fé em que cada pessoa está. Se ela está
Marcos apresenta o texto de Isaías 6,9 no grau 50, interpreta a parábola no grau 50;
para constatar isto: quem esta no grau 10, interpreta no 10, e assim
"Falava em parábolas para que, olhando, não por diante. Não é possível dar uma explicação
vejam; ouvindo, não ouçam e não entendam, a definitiva e universalmente válida das parábolas.
menos que se convertam". A sua universalidade admite inúmeras
Uma Parábola não contém uma só e interpretações, proporcionais ao grau de reflexão
determinada mensagem, como uma fórmula e de vivência de cada pessoa.
fechada. O importante é que as Parábolas devem ser
A Parábola é aberta, feita para provocar a refletidas para levar à ação de transformar a
reflexão e a tomada de atitude das pessoas. sociedade, conforme o coração de Deus. Jesus
As Parábolas são: chama para entrar no Reino, por meio de
um instrumento de diálogo, Parábolas, traço característico de seu ensino. Por
elaboradas a partir da experiência vivida, meio delas, convida para o Banquete do Reino, mas
pretendendo levar à conversão e à ação. exige também uma opção radical: para merecer o
O Ponto Central das Parábolas e o Reino de Reino é preciso dar tudo. As palavras não bastam,
Deus ou Reino dos Céus. exigem-se atos.
Esse Reino de Deus existe em todo homem, As Parábolas são para o homem uma espécie
está dentro do homem, como uma semente, um de espelho.
embrião. Mas, na maior parte, os homens estão Como é que ele recebe a Palavra? Como chão
insensíveis a este dom. A Parábola ajuda o homem duro ou como terra boa? Que faz ele dos talentos
a despertar, a desenvolver este Reino que Jesus recebidos? Jesus é a presença do Reino neste
chama a "luz do alqueire", o "tesouro escondido", a mundo estão secretamente no centro das
"pérola preciosa". Para os ouvintes, inexperientes Parábolas.
de Deus, Jesus não podia dizer o que na realidade "É preciso entrar no Reino, quer dizer,
era esse Reino. Só podia comunicar através de tornar-se discípulo de Cristo, para conhecer os
comparações e analogias a que era semelhante a mistérios do Reino dos Céus (cfr. Mt 13,11). Para
esse Reino "é semelhante a um grão de mostarda" os que ficam de "fora" (cf. Mc 4,11), tudo continua
... "a um fermento" "a uma festa nupcial" ... "as enigmático" (CIC 546).
dez virgens", etc. Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do
Jesus passava muitas horas em oração Catequista,Vol. I, Ed. Vozes, 2008 – p. 54.
antes de ensinar o povo. Foi na oração que Jesus Fé, Vida e Comunidade, Livro do Catequista, Ed.
descobriu a pedagogia para explicar ao povo o que Paulus, 2003 – p.220-222.
é o Reino de Deus.
Nenhuma das parábolas foi imaginada por
Jesus; todas foram vividas por Ele. E só podem
ser compreendidas, por nós, quando plenamente
vividas.
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
1. Objetivos:
Perceber que o amor generoso de Jesus nos leva a viver a
partilha.
Compreender que Jesus quer que os bens sejam
partilhados entre todos, conforme suas necessidades.
2. Conteúdo do Encontro:
Através da mensagem de Jesus podemos entender que
para acabar com a fome no mundo é preciso partilhar,
valorizando o pouco que cada um possui e que é repartido
entre todos, assim a comunidade se torna um sinal do
amor generoso de Deus.
Destacar o valor da caridade e da solidariedade.
Quais os movimentos existentes em nossa comunidade que prestam auxílio às pessoas
empobrecidas e carentes? Como por ex. os Vicentinos.Como podemos ajudá-los?
3. Desenvolvimento do Tema:
DINÂMICA:
Teatrinho com 3 situações: usar 3 carteiras como “casas”.
Escolher 3 (ou mais) crianças para cada “casa”:
Escolher uma criança para ser aquele que vai pedir algo para comer.
Bate palma na 1ª casa e alguém da casa fala: “Não tenho nada agora, passe depois!” (sai triste)
Vai para a 2ª casa, bate e alguém diz: “Só tenho pão velho, duro, você quer?” ( sai triste)
Vai para a 3ª casa, bate e alguém fala: “Você está com fome? Vou te dar um pão fresquinho!
Acabei de comprar!” Todos ficam felizes: quem deu o pão e quem recebeu. Houve partilha,
repartiu com o necessitado a mesma coisa que a família ia comer.
Conversar se elas gostam de repartir com os outros as suas coisas, balas, lanches, emprestar
coisas para amigos ou irmãos etc...
O que elas sentem quando vêem pessoas vivendo nas ruas, crianças pedindo esmolas, descalças, com
fome. Crianças doentes sem assistência médica... etc...
LER A BÍBLIA e comentar: Jesus teve compaixão do povo – Jesus pediu para que os discípulos
mesmos dessem de comer ao povo necessitado (hoje pede para nós).
Jesus deu graças ao Pai antes de multiplicar os pães e peixes. Dar graças significa que tudo vem do
nosso Pai do céu que deseja que tudo o que Ele dá seja repartido entre todos.
Mostrar para as crianças que para Jesus multiplicar e repartir os pães e peixes foi preciso que
alguém mostrando a bondade oferecesse o que tinha: 5 pães e 2 peixes.
Se cada um de nós repartirmos o pouco que temos com aqueles que não têm nada todos ficaremos
satisfeitos e estaremos fazendo a vontade de Jesus.
DÍZIMO é uma forma de partilhar os nossos bens com aqueles que precisam.
4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Mt 14, 13-21.
5. Ambientação: toalha, bíblia, velas, imagem – cartazes.
6. Material utilizado: Apostila, bíblia, cartazes com pessoas que passam por necessidades.
7. Atividades: orientar as atividades.
8. Momento de Oração: orientar a oração.
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No Antigo Testamento, os milagres são descobrir e desenvolver sua vocação primeira de
sempre sinais de Deus agindo em favor do povo. viver em comunhão com Deus e com as pessoas, a
No Novo Testamento, os milagres partir do amor que agora transborda
realizados por Jesus são também chamados de naturalmente.
sinais, pois apontam sempre para uma realidade O encontro com Cristo é condição ao seu
maior: a glória de Deus. seguimento e a observância de seu mandamento
Jesus fez, sem dúvida, muitos milagres. Em maior: "Amai-vos uns aos outros. Como eu vos
todos eles, é possível identificar sua intenção. tenho amado, assim também vós deveis amar-vos
No seu tempo, Jesus tinha como uns aos outros" (Jo 13,34). Mas quem é o outro, ou
destinatárias pessoas que acreditavam em um o próximo, conforme nos referimos mais
Deus libertador, mas aguardavam ainda a vinda do normalmente? Essa pergunta é muito importante:
Messias. O próximo não se refere a um parente ou amigo,
Jesus, ao fazer milagres, provocando mas ao ser humano. Amar a Deus é amar a pessoa
acontecimentos extraordinários, suscita nos necessitada, que precisa da minha ajuda e
interlocutores aquilo que chamamos de primeiro presença. Seja ela quem for, conhecida ou não.
passo na fé, ou seja, a aceitação de Jesus como o Esse é o verdadeiro compromisso com Deus e com
Messias, o Filho de Deus. " ... Sabemos que vens o outro. É também esse compromisso que motiva e
da parte de Deus como um mestre, ninguém pode justifica as "campanhas da fraternidade" e muitas
fazer os sinais que fazes, se Deus não estiver com obras assistenciais. Essa é a condição: que
ele" (Jo 3,2b). amemos, como Ele mesmo, os nossos inimigos, que
"Os sinais operados por Jesus testemunham nos tornemos próximos dos mais afastados, que
que o Pai o enviou. Convidam a crer nele. Aos que a amemos como Ele as crianças, os pobres, os
ele se dirigem com fé, concede o que pedem. excluídos ... (cf. CIC 1823).
Assim os milagres fortificam a fé naquele que O apóstolo Paulo nos recomenda a bem viver
realiza obras de seu Pai: testemunham que ele é o o amor. Diz-nos ainda:
Filho de Deus." (CIC 548). "Por ora subsistem a fé, a esperança e a
Reconhecendo Cristo como Messias, a glória caridade - as três. Porém, a maior delas é a
de Deus se manifesta aos homens. caridade." (1 Cor 13,13).
No entanto, ' Jesus nunca permite que seus Em outras palavras, o novo mandamento
seguidores parem nos milagres. É necessário dar "amai-vos uns aos outros como vos amo" (Jo 15,12)
um segundo passo na fé, que é o conhecimento e nos leva à ação concreta em relação aos mais
seguimento de Jesus. Se Ele ressuscita Lázaro, é necessitados: "Tive fome e me destes de comer,
para afirmar: "Eu sou a ressurreição e a vida". Se tive sede e me destes de beber, era peregrino e
ele multiplica os pães, é para depois dizer "Eu sou me acolhestes." (Mt 25,35).
o pão descido do céu".
Os milagres, portanto, são meios que Jesus
Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do
utilizou para ensinar que o plano glorioso de Deus,
Catequista, Vol. II, Ed. Vozes, 2004 – p. 40 e 56
há muito esperado, está se cumprindo; e para
introduzir as pessoas neste mistério divino.
"A caridade é a virtude teologal pela qual
amamos a Deus em primeiro lugar e ao próximo
como a nós mesmos, por amor de Deus." (CIC
1822).
Os discípulos foram os primeiros a
experimentarem de perto o amor de Jesus Cristo.
No encontro pessoal e íntimo com Ele, puderam
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
1. Objetivos:
Conscientizar os catequizandos que amando e perdoando
estamos realizando o projeto de vida de Jesus.
Reconhecer o valor do perdão que Jesus veio nos
ensinar.
Perceber que nosso Deus nos oferece em Jesus o
perdão e nos pede reconciliação com Ele e com nossos
irmãos.
Reconhecer que é na vivência do amor incondicional que
reside a maior felicidade e a condição para um mundo
mais justo e fraterno.
Compreender que amamos a Deus quando amamos
verdadeiramente as pessoas como irmãos e irmãs e
perdoamos e damos o perdão.
2. Conteúdo do Encontro:
Fazer a reflexão que é fácil amar e perdoar a quem gostamos, mas Jesus ensina que Deus é
misericórdia, que dizer, está sempre disposto a perdoar qualquer pessoa, qualquer um de nós:
“Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos aos que nos têm ofendido”.
Quem ama perdoa sempre, inclusive os inimigos.
Porque as pessoas acham difícil pedir perdão, fazer as pazes?
Conseqüências da inimizade, do sentimento de vingança e de raiva.
3. Desenvolvimento do Tema:
1º Momento – Jesus ensina a amar:
Iniciar o encontro com a ambientação para o 1º momento.
Conversar com os catequizandos sobre situações de pobreza e riqueza das pessoas nos diversos
lugares do mundo: locais de desenvolvimento econômico, alta tecnologia, de pobreza, florestas
exuberantes e terras áridas, desmatamentos.
Comente que a árvore que estão vendo no centro da sala representa o desamor no mundo.
Compare as situações de vida das pessoas nestes locais: de facilidades e dificuldades, desperanças
e sonhos, de paz e guerra...
À medida que forem conversando, coloque na árvore as gravuras de má qualidade de vida das
pessoas.
Pergunte o que Jesus acharia destas situações. Deixe-os se expressarem livremente.
Comente que Jesus se identifica com os que sofrem, com os pobres, com os doentes, com os
abandonados... e Ele conta com as pessoas para ajudar o seu próximo a mudar de vida.
Ler Mt 25, 34-45 que nos indica a prática que deve acompanhar todo cristão junto aos ’pequeninos’.
2º Momento – Jesus ensina a perdoar:
Mudar as figuras para o 2º momento.
Para entender melhor o sentido do perdão, ler o texto Jo 8, 3-11 se for possível de forma
dialogada.
Explorar os seguintes aspectos a partir do texto bíblico e com a ajuda dos cartazes:
o A pergunta que Jesus faz à mulher e as palavras que pronunciou ao despedir-se.
o O jeito de olhar dos fariseus e escribas sobre a mulher.
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o Como terá sido o olhar da mulher para Jesus e dele para a mulher.
o Existem olhares que nos ajudam a ser melhores. Comparar os olhares das figuras expostas
para perceber tal afirmação.
Ler Mt 18, 21-22 – Jesus nos anima a perdoar sempre.
A tristeza, a raiva e o desejo de vingança fecham o coração ao perdão.
Muitas vezes julgamos as pessoas somente pelo olhar.
Quando alguém nos desrespeita logo queremos nos vingar: “não levo desaforo para casa”.
Jesus nos anima a perdoar para viver em paz.
Todos nós precisamos do perdão. Ele faz parte da nossa vida, pois é perdoando que se é perdoado e
sendo perdoados que vivemos em comunhão com nossos irmãos.
Na oração do Pai-Nosso, que Jesus ensinou, nós pedimos para que Deus perdoe as nossas ofensas
do mesmo modo que nós perdoamos aqueles que nos ofenderam.
Se Deus é tão bom para nós, precisamos ser bons e misericordiosos com os outros.
4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Mt 22, 34-40, Jo 8, 3-11, Mt 18, 21-22.
5. Ambientação:
1º momento: colocar no centro da sala o desenho de um tronco de árvore e galhos com aparência de
árvore seca (ou o próprio galho seco) e gravuras retiradas de jornais e revistas que retratem
situações de desamor das pessoas.
2º momento: colocar no centro da sala figuras de pessoas se abraçando, de mãos dadas ou que
expressem sinal de perdão. Colocar também figuras de pessoas discutindo, brigando. Colocar,
ainda, pessoas com olhares que expressem ódio, alegria, amor, paz, dentre eles a figura de Jesus.
8. Momento de Oração: encerrar o encontro com a oração do Pai Nosso, meditando o trecho em que
pedimos perdão a Deus, na medida em que perdoamos a quem nos tenha ofendido .
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
Catecismo da Igreja Católica
A norma do amor será a de amar como Jesus 1822. A caridade é a virtude teologal pela qual
amamos a Deus sobre todas as coisas por Ele mesmo, e
nos amou:
ao próximo como a nós mesmos, por amor de Deus.
O amor de Cristo foi até as últimas 1823. Jesus faz da caridade o mandamento novo
consequências: "Nisto conhecemos o Amor: que (75). Amando os seus «até ao fim» (Jo 13, 1),
ele deu a vida por nós. E nós também devemos dar manifesta o amor do Pai, que Ele próprio recebe. E os
discípulos, amando-se uns aos outros, imitam o amor de
as nossas vidas pelos irmãos" (1Jo 3,16). Com isso
Jesus, amor que eles recebem também em si. É por isso
queremos afirmar que: que Jesus diz: «Assim como o Pai Me amou, também Eu
Jesus se dirige ao ser humano concreto - seja vos amei. Permanecei no meu amor» (Jo 15, 9). E ainda:
«É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos
publicano, prostituta, pobre, oprimido,
outros, como Eu vos amei» (Jo 15, 12).
fariseu, rabino -, a todos os seres humanos;
Nós amamos a Deus e defendemos sua causa
amando como Jesus amou em qualquer por dentro. Ela fica sempre aberta, pois assim é
situação em que o ser humano se encontre; Deus-Pai: Ele sempre perdoa!
Este amor deve ser humano, aqui neste mundo Assim também se apresenta Jesus nos
e agora, no tempo que estamos vivendo; evangelhos: sempre acolhedor para o perdão. Isto
Nada deve estar acima do amor aos irmãos ou se pode constatar nos encontros com Zaqueu,
contentar-se em cumprir a lei: "Com efeito, eu Mateus, Madalena, a adúltera, os inimigos, na
vos asseguro que, se a vossa justiça não agonia da cruz. E ainda, nas curas que realizava, a
exceder a dos escribas e a dos fariseus, não condição era o perdão: "Seus pecados te são
entrareis no Reino dos Céus" (Mt 5,20). perdoados, vai em paz!" (Lc 7,48-50; Mc 2,5).
Por ser o amor nosso mandamento, a única Jesus resume sua atitude fundamental para
medida do amor é amar sem medida. Esta é a com os pecadores na Parábola do Filho Pródigo (Lc
última vontade de Jesus: "Dou-vos um 15,11-32).0 pedido de perdão do filho mostra
mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. abertura de si, confiança em ser solto das
Como eu vos amei, amai-vos também uns aos amarras que o prendiam provocadas pelo pecado e
outros. Nisso conhecerão todos que sois meus disposição para assumir uma vida nova. Isso supõe
discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros" (Jo uma grande capacidade de superação de si mesmo
13,34-35). e confiança nos outros.
Tanto o Antigo como o Novo Testamento Essa prática do perdão que Jesus anuncia
têm como "costura" o perdão de Deus. Aliás, deveria continuar na sua Igreja. Se, para tantas
podemos dizer que a Bíblia é a história do Pai que outras realidades da vida cristã Jesus deixou
sempre perdoa o filho. É a expressão máxima do sinais, sacramentos, para essa realidade do
amor, da bondade e da misericórdia de Deus para perdão também instituiu um sinal, para que, pelo
conosco. O perdão é o que nos aproxima dele. perdão visível, sacramental, ele pudesse se
Porém, não basta pedir o perdão, é preciso nos encontrar conosco durante nossa vida. Esse sinal é
reconciliar com Ele e com os irmãos. o Sacramento da Penitência, Reconciliação ou
Para o perdão é preciso uma só pessoa, para a Confissão.
reconciliação é preciso duas: Deus e o homem. Em Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do
todo caso, para reconstruir a relação quebrada com o Catequista, Vol. I, Ed. Vozes, 2008 – p. 67,
outro, é preciso mostrar que se quer a paz e a 72-73
reconciliação, ou seja, quem ofende precisa pedir
perdão e o ofendido precisa responder ao pedido de
desculpa, acolhendo-o de forma confiante. Mesmo
rompendo com Deus, Ele não reage, não fecha a porta
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
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9º ENCONTRO: JESUS NOS ENSINA A ACOLHER
1. Objetivos:
Perceber que Jesus valoriza e acolhe cada pessoa
humana sem distinção.
2. Conteúdo do Encontro:
Jesus acolhia e curava os fracos e oprimidos.
Sentido dos milagres e curas de Jesus. Jesus continua a
fazer milagres?
Como podemos imitar Jesus no acolhimento.
Acolher a Palavra de Deus é também acolher o próprio
Deus em sua vida.
3. Desenvolvimento do Tema:
Dinâmica: Sentir-se cego
Vendar os olhos dos catequizandos e pedir que se
locomovam dentro da sala para que realmente possam
fazer uma experiência da realidade e limitações de
um cego. Após algumas locomoções abraçá-lo carinhosamente.
Depois que todos passaram pela experiência partilhar a experiência – o que e como se sentiram
com os olhos vendados.
Ler Mc 10, 46–52.
Compare a experiência da dinâmica com a do cego Bartimeu.
Partilhar a leitura mostrando o quanto Jesus era sensível para com os mais fracos: as crianças,
cegos, paralíticos, mendigos, pobres...e como acolhia as pessoas.
A partir dessa acolhida de Jesus, a pessoa fica curada, se torna um discípulo de Jesus e o segue.
No tempo de Jesus pessoas que possuíam alguma deficiência eram considerados pecadores e por
isso eram excluídos da sociedade, do Templo – eram desvalorizados pelos políticos e religiosos da
época.
Sentar à beira do caminho era exclusão, não podiam conviver com os outros.
Mostrar, na leitura bíblica, como Jesus acolhia, ajudava a todos, fortalecia a fé de cada um, amava,
perdoava e acolhia como eram.
Fazer um paralelo com os excluídos de hoje.
Questionar o que conhecem do mundo de hoje.
Questionar o que Jesus faria para essas pessoas hoje.
E nós, como devemos agir?
Ler Lc 10, 38-42 – Jesus costumava visitar os amigos – ler a apostila.
Comentar a resposta de Jesus, muitas vezes nós também ficamos agitados, e deixamos de lado o
que é mais importante.
4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Mc 10, 46-52 e Lc 10, 38-42
5. Ambientação: toalha, bíblia, imagem, vela, flores.
6. Material utilizado: Apostila, bíblia, vendas para a dinâmica.
7. Atividades: orientar as atividades
8. Momento de Oração: Rezar juntos a oração da apostila.
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
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10º ENCONTRO: JESUS NOS ENSINA A VERDADEIRA FELICIDADE
1. Objetivos:
Identificar na proposta do Sermão da montanha o
caminho para a construção de um mundo mais
fraterno e feliz.
Reconhecer nas bem aventuranças anunciadas por
Jesus o verdadeiro caminho para a felicidade
humana.
2. Conteúdo do Encontro:
Comparar os valores ensinados por Jesus e os
valores da nossa sociedade.
O dinheiro e os bens materiais trazem felicidade?
Que tipo de felicidade é essa?
Existem pessoas pobres que são felizes? Por quê?
3. Desenvolvimento do Tema:
Colocar na sala cartazes, recortes de jornais e
revistas ou frases de propagandas que mostram os
valores da sociedade de hoje e figuras da verdadeira felicidade.
Fazer uma tempestade de idéias sobre a pergunta:
O que as pessoas acham ser a felicidade?
O que nos faz felizes por algum tempo e o que nos pode fazer felizes para sempre?
Descobrir com os catequizandos o que a sociedade de hoje valoriza.
Definir alguns conceitos de felicidade.
Jesus ensina que onde estão os verdadeiros valores, está a verdadeira felicidade.
Ler Mt 5, 1-12.
Jesus elogia e diz que são bem aventurados, isto quer dizer, que são felizes: os pobres, aqueles que
agora têm fome, aqueles que choram, aqueles que sofrem por causa das coisas de Deus, estas
pessoas pertencem ao Reino de Deus.
Jesus quer mostrar que a felicidade não está na riqueza, nos lucros e em outros bens que são
passageiros, que não fazem as pessoas felizes, fraternas e justas.
Jesus fala no Sermão da Montanha, das alegrias que teremos no céu. Ele nos fala dos valores do
Reino que garantem nossa felicidade eterna.
4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Mt 5, 1-12
5. Ambientação: decorar o espaço com frases e figuras conforme o item 3.
6. Material utilizado: Apostila, bíblia, figuras e frases descritos no item 3.
7. Atividades: orientar as atividades
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
8. Momento de Oração:
Leia com os catequizandos um pensamento de Santa Teresa de Jesus, várias vezes em dois coros:
“Nada te perturbe, nada te assuste. Tudo passa, Deus não muda.A paciência tudo alcança.A quem
tem Deus nada lhe falta. Só Deus basta”.
Ou use a música de Tudo passa de Salete Ferreira:
Tudo passa, tudo passa, tudo vai passar / Só não muda o amor de Deus que é Pai. / Nem a morte,
nem a dor, nem a solidão / Pode superar o amor de Deus por mim oh! oh! / Só Deus não passará /
Só Deus permanecerá / Só Deus / Seu amor que vive em mim / Só Deus não passará / Só Deus
permanecerá / Só Deus / Ele voltará / Oh! Senhor teu corpo e sangue minha redenção / Aliança
por toda eternidade / Vem agora, oh meu Deus toma meu coração / Pois sem ti nada posso realizar
ah! ah! ah!
Depois peça que os catequizandos elaborem uma oração, escolhendo uma das bem-aventuranças.
Em seguida peça que cada um reze silenciosamente a oração que formulou.
Encerrar com a oração da confiança em Deus: o Pai Nosso.
41
Quem seguir a mensagem evangélica das acreditam em Deus e não acreditam em nada). E a
bem-aventuranças faz-se um ser bem-aventurado, cada dia se acentuam o materialismo, a descrença,
uma pessoa feliz segundo o Evangelho. O bem- a violência, etc.
aventurado é aquele que não acumula bens só para Vivemos numa sociedade onde as palavras:
si. Toma-se um ser mais disponível ao Reino dos honestidade, moral, verdade, justiça e amor,
Céus. Nunca se cansa de louvar e adorar a Deus. perderam o seu sentido original.
Está sempre pronto a arrepender-se e confessar A sociedade valoriza mais o ter do que o
seus pecados, amar e servir o irmão, sem querer ser. Não valoriza os doentes, os pobres, os que
nada em troca. promovem a paz e a justiça.
O bem-aventurado é uma pessoa feliz e, Tudo isso nos traz uma angústia, porque
certamente, queremos viver felizes. estamos lutando contra a maré. À vista disso,
Jesus, subindo o monte, nos aparece como somos tentados a desanimar e, às vezes, até
um novo Moisés promulgador da Nova Lei, no novo deixar tudo.
Sinai. Chama de bem-aventurados os pobres e Mas, vale a pena continuar? A sociedade é
humildes. Fala a linguagem que Deus usou com seu um grande desafio para nós.
povo através dos profetas. Ex: em Sofonias 2,3; Qual a atitude de Jesus diante disso? O que
3,12-13. S. Paulo emprega a mesma linguagem em Jesus valoriza? As palavras de Jesus,
1Cor.1, 26-31. pronunciadas no Sermão da Montanha há quase
O Sermão da Montanha é um sermão 2.000 anos, vem de encontro a essa angústia e são
revolucionário. Jesus "vira a mesa". É uma válidas hoje e sempre: porque são palavras de vida
inversão de valores tradicionais. Os hebreus eterna. Não tem época, nem lugar. E qual deve ser
cultivavam a convicção de que a prosperidade a nossa atitude?
material, o sucesso, eram sinais das bênçãos de Devemos retomar as Bem-aventuranças
Deus; a pobreza e a esterilidade eram sinais de para não deixar morrer em nós o desejo de
maldição. evangelizar e transformar a sociedade ...
Agora os bem-aventurados não são mais os As Bem-aventuranças (Mt. 5, 1-12) se
ricos deste mundo, os saciados, os favorecidos, encontram dentro do Sermão da Montanha (Mt 5
mas os que têm fome e choram, os pobres e a 7).
perseguidos. É a nova lógica, que Maria, a bem-
aventurada por excelência, canta: "Derrubou os Quem são os bem-aventurados e por quê?
poderosos ... " (Lc 1,52). .os pobres de espírito - porque deles é o
Jesus vem e anuncia o seu programa. reino dos céus.
Anuncia o Reino (cf.Mc 1,14). Jesus vem provar, os mansos - porque possuirão a terra.
por palavras e ações, que o Reino de Deus tinha os que choram - porque serão consolados.
chegado e estava se realizando na sua Pessoa os que têm fome e sede de justiça -
(cf.Lc 4, 16ss). porque serão saciados.
Jesus encarnou a realidade do povo. A sua os misericordiosos - porque alcançarão
mensagem era resposta às necessidades da época. misericórdia.
Quando Jesus veio ao mundo ele encontrou: os puros de coração - porque verão a Deus.
Templo e Lei. os pacíficos - porque serão chamados
A Aliança era assim vivida: presença no filhos de Deus.
templo, observância da lei, oração, jejum, esmola, os que sofrem perseguição por amor à
pureza nos ritos (externos). Os fariseus e os justiça - porque deles é o Reino dos Céus.
doutores da Lei faziam assim a cabeça do povo.
Como viver a Nova Aliança hoje? Os pobres de espírito: São pessoas que
Este nosso século XX é marcado pelo reconhecem o seu nada e aprendem que tudo o que
materialismo e ateísmo (milhares de pessoas não
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
tem, vem direta ou indiretamente de Deus. elas começam com um poema, e terminam da
Abertas para Deus acolhem, não julgam, perdoam. mesma maneira: casa construída sobre a rocha
Os mansos (virtude apostólica): São pessoas (cf. Mt 7.24-27; Lc 6, 47-49).
compreensivas. "Aprendei de mim que sou manso e Ler as Bem-aventuranças e refletir:
humilde de coração" (Mt 11,29). Possuir a terra é Onde Jesus pronunciou as Bem-aventuranças?
possuir o coração do irmão para levá-lo até Cristo. em Mateus, na Montanha; em Lucas, na
Os que choram: São pessoas que tem capacidade planície, lugares abertos.
de se arrepender e aquelas que são solidárias com não no Templo nem na Sinagoga, mas num
o sofrimento do outro. lugar onde todos pudessem ter acesso à sua
Os que tem fome e sede de justiça: São Palavra e à sua Pessoa.
pessoas que desejam realmente fazer a vontade A quem ele falou?
de Deus, construindo um sociedade justa, sem aos pescadores, agricultores, comerciantes,
corrupção. "Meu alimento é fazer a vontade de às pessoas simples e marginalizadas,
meu Pai" (Jo 4,34). a maioria sem voz nem vez.
Os misericordiosos: São pessoas que tem a
O que ele disse?
coragem de perdoar e pedir perdão.
Ele prometeu riqueza, mudança de vida,
Os puros de coração: São pessoas bondosas,
prestígio, etc.?
leais, sem ganância. "Se seu olho é puro, tudo em
Ou, "Vocês são bem-aventurados ... porque,
você é luz." (Mt 6,22).
aqui e agora, vocês já desfrutam do Reino dos
Os pacíficos: São pessoas que promovem a paz.
Céus? "
Viver em paz não é cruzar os braços, mas é lutar.
"As bem-aventuranças retomam e aperfeiçoam
É transformar. A paz exige luta e perseverança.
as promessas de Deus, desde Abraão, ordenando-as
Os que sofrem perseguição por causa da
para o Reino dos Céus. Correspondem ao desejo de
justiça: São pessoas que se desinstalam, que
felicidade que Deus colocou no coração do homem"
saem de si para lutar por um mundo melhor.
(CIC 1725).
As Bem-aventuranças são o ponto alto e
"As bem-aventuranças colocam-nos perante
o coração do Evangelho. Resumem todo o
opções decisivas relativamente aos bens terrestres;
programa do Reino.
purificam O nosso coração, para nos ensinarem a amar
Elas são a Boa-Nova (cf. Mt 5, 3-12) que os
a Deus sobre todas as coisas" (CIC 1728).
cristãos devem difundir pelas suas boas ações (cf.
Mt 5, 13-16). Vós sois o sal da terra ... Fonte:
Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol.
Elas são também o anúncio da felicidade e
IV, Ed.Vozes, 2008 – p.20 e 40.
condição para possuir o Reino dos Céus.
Fé, Vida e Comunidade, Livro do Catequista, Ed.
As Bem-aventuranças foram escritas por Paulus, 2003 – p. 213-217
Mateus e Lucas. Tanto em Mateus como em Lucas
43
11º ENCONTRO: ENTRADA DE JESUS EM JERUSALÉM
1. Objetivos:
Reconhecer que a entrada triunfal de Jesus em
Jerusalém é comemorada até hoje na liturgia da
procissão do Domingo de Ramos.
2. Conteúdo do Encontro:
Relembrar a entrada de Jesus em Jerusalém, onde
o povo o aclamou: “Jesus, Filho de Davi e Rei.
O povo deseja um rei justo que os liberte da
opressão.
A partir do Domingo de Ramos inicia-se a Semana
Santa.
2. Desenvolvimento do Tema:
Perguntar se estão lembrados da procissão do
Domingo de Ramos (explicar os ramos, os cantos)
Relembrar a seqüência das atividades de Jesus:
com 30 anos foi batizado por João Batista, foi para o deserto, entrou na Sinagoga e disse que Ele
era o Messias esperado (Lc,4) / começou a ensinar o povo ( parábolas), fez muitos milagres, ensinou
a amar , perdoar, repartir etc... / uma multidão o seguia / chamou os apóstolos etc... / como já
aprendemos.
Passou três anos ensinando a todos até que chegou a hora da sua paixão e morte (explicar), então
Ele foi para a cidade de Jerusalém onde tudo iria acontecer.
Quando entrou na cidade, montado num jumentinho, foi recebido como rei, aclamado com cantos de
hosana e ramos de palmeiras, as pessoas colocaram seus mantos coloridos no chão para Jesus
passar.
O povo recebe Jesus como o grande e poderoso rei libertador, mas quando ele é preso e condenado
o povo se desilude e o abandona. Não sabiam que Jesus veio nos libertar do pecado do mal e nos
dar a vida eterna no céu.
Ler a passagem na Bíblia. (Zacarias e Mateus).
CELEBRAÇÃO: Montar um tapete com as cartolinas ou papéis coloridos / dar ramos para as
crianças e cantar o canto de Hosana ( santo ). Pode ser CD.
4. Leitura utilizada: da própria apostila, da Bíblia – Lc 19, 28-40
5. Ambientação: toalha, bíblia,
6. Material utilizado: Apostila, bíblia, Gravura do Domingo de Ramos, ramos de palmeira e tapete (de
papel) colorido.
7. Atividades: orientar as atividades
8. Momento de oração: Aproveitar o momento de celebração e encerrar com a oração do Credo.
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
45
realização a razão principal da minha vida. Exige um coração que não se aliena com o inebriamento
que eu me dedique livremente ao outro pela do prazer; um coração cujo amor é verdadeiro e
verdade, pelo amor, por Deus que, em Jesus não apenas paixão de um momento. Mãos inocentes
Cristo, me precede e me indica o caminho. Trata- e coração puro: se nós caminhamos com Jesus,
se da decisão fundamental de não considerar a subimos e encontramos as purificações que nos
utilidade e o lucro, a carreira e o sucesso como conduzirão verdadeiramente àquela altura para a
finalidade última da minha vida, mas de qual o homem é destinado: a amizade com o
reconhecer ao contrário como critérios autênticos próprio Deus.
a verdade e o amor. Trata-se de escolher entre O Salmo 24 [23] que fala da subida que
viver só para mim mesmo ou doar-me pela coisa termina com a liturgia de entrada diante do
maior. E consideremos bem que verdade e amor pórtico do templo: "Levantai, ó portas, os vossos
não são valores abstratos; em Jesus Cristo eles frontais, levantai-vos, portas antigas, e entre o
tornaram-se pessoa. Ao segui-Lo entro para o rei da glória".
serviço da verdade e do amor. Perdendo-me Na antiga liturgia do Domingo de Ramos o
reencontro-me. sacerdote, ao chegar diante da igreja, batia com
Voltemos à liturgia e à procissão dos Ramos. força com a haste da cruz da procissão na porta
Nela a liturgia prevê como canto o Salmo 24 [23], ainda fechada, que após este bater se abria. Era
que era também em Israel um canto processional uma bonita imagem para o mistério do próprio
usado para a subida ao monte do templo. O Salmo Jesus Cristo que, com o madeiro da cruz, com a
interpreta a subida interior da qual a subida força do seu amor que se doa, bateu do lado do
exterior é imagem e nos explica assim mais uma mundo à porta de Deus; do lado de um mundo que
vez o que significa subir com Cristo. "Quem subirá não conseguia encontrar o acesso para Deus. Com
o monte do Senhor?", pergunta o Salmo, e indica a Cruz Jesus abriu de par em par a porta de Deus,
duas condições fundamentais. Os que sobem e a porta entre Deus e os homens. Agora ela está
desejam chegar deveras ao cume, chegar à altura aberta. Mas também do outro lado o Senhor bate
verdadeira, devem ser pessoas que se interrogam com a sua cruz: bate às portas do mundo, às
sobre Deus. Pessoas que perscrutam à sua volta portas dos nossos corações, que assim com
para procurar Deus, para procurar o seu rosto. frequência e em tão grande número estão
Queridos jovens amigos como é importante hoje fechadas para Deus. E fala-nos mais ou menos
precisamente isto: não se deixar simplesmente assim: se as provas que Deus na criação te dá da
levar aqui e ali na vida; não se contentar com o que sua existência não conseguem fazer com que te
todos pensam, dizem e fazem. Perscrutar Deus e abras a Ele; se a palavra da Escritura e a
procurar Deus. Não deixar que a pergunta sobre mensagem da Igreja te deixam indiferente então
Deus se dissolva nas nossas almas. O desejo do olha para mim, para o Deus que por ti se fez
que é maior. O desejo de conhecer o seu Rosto... sofredor, que pessoalmente sofre contigo vê que
A outra condição muito concreta para a eu sofro por amor a ti e abre-te a mim, teu
subida é esta: pode estar no lugar santo "quem Senhor e teu Deus.
tem mãos inocentes e coração puro". Mãos Eis o apelo que neste momento deixamos
inocentes mãos que não são usadas para atos de penetrar no nosso coração. O Senhor nos ajude a
violência. São mãos que não estão sujas pela abrir a porta do coração, a porta do mundo, para
corrupção, com subornos. Coração puro quando é que Ele, o Deus vivente, possa no seu Filho entrar
puro um coração? É puro um coração que não finge neste nosso tempo, alcançar a nossa vida. Amém.
e não se mancha com mentiras nem hipocrisia. Um
coração que permanece transparente como água
nascente, porque não conhece a falsidade. É puro
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
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12º ENCONTRO: LAVA-PÉS E INSTITUIÇÃO DA EUCARISTIA
1. Objetivo:
Compreender que ao instituir o Sacramento da Eucaristia na
Última Ceia, Jesus torna perpétua a sua presença viva na
Igreja.
Compreender que: como Jesus devemos servir uns aos outros.
2. Conteúdo do Encontro:
Jesus nos deixou uma lição de amor e humildade ao lavar os pés
dos apóstolos.
Ao celebrar a Páscoa da libertação do povo de Israel do Egito,
Jesus celebrou a Páscoa da Nova e eterna Aliança, pois se fez
o novo Cordeiro Pascal.
Ao dar graças ao Pai Jesus institui a Eucaristia e pede aos
apóstolos que façam em sua memória.
3. Desenvolvimento do Tema:
Apresentar dois cartazes: um da Última Ceia e um de uma refeição em família e pedir que
comentem os dois.
Conversar sobre uma refeição em família. O que as pessoas fazem? Conversam. Comem. Ficam
alegres. É bom estar juntos.
Como não deve ser uma refeição em família. Não deve faltar o que comer. Não deve haver brigas ou
discussões.
Deixar que os catequizandos falem sobre os pontos positivos e negativos de uma família, na hora da
refeição.
Explicar o sentido da Ceia Pascal dos judeus (Páscoa dos judeus = comemoração da libertação do
povo escravo no Egito, por Moisés)
Jesus transforma a última ceia com os apóstolos numa Nova Aliança (= compromisso, promessa)
feita com Seu Sangue e Seu Corpo na Eucaristia.
O sacrifício de sua vida na cruz é a Nova e Eterna Aliança feita entre Deus e seu povo para a nossa
salvação, nossa vida eterna.
Antes de começar a ceia, Jesus num gesto de humildade, lava os pés dos seus apóstolos para
ensinar que é necessário ser humilde e servir a todos, como Ele mesmo faz.
Na Quinta-feira Santa a Igreja relembra esse gesto: o bispo ou o padre lava os pés de 12 homens
escolhidos na comunidade.
Ler João 13, 1–15
Depois de lavar os pés dos apóstolos Jesus ceia com eles e institui a Eucaristia. Pede que se faça a
mesma coisa em memória Dele.
Jesus celebra nesta refeição a Nova Páscoa e deixa para nós um novo mandamento: “Amai-vos uns
aos outros como eu vos tenho amado”
Ler Lc 22, 14-20.
Jesus quis ficar sempre conosco. Por isso, nesta refeição de Páscoa, Ele se torna Alimento – a
Eucaristia – que nos dá força para caminharmos sempre unidos.
Hoje em todas as missas o padre repete as mesmas palavras de Jesus e a hóstia (pão) e o vinho se
transformam no Corpo e no Sangue de Jesus pela força do Espírito Santo.
Isso acontece no momento da consagração do pão e do vinho quando o padre diz: “ Tomai e comei
todos vós: isto é o meu Corpo que é dado por vós...” Tomai e bebei todos vós este é o sangue da
nova e eterna aliança que é derramado por vós...”- e o padre ergue o Corpo e o Sangue de Cristo,
oferecendo ao Pai do céu, como Jesus pediu.
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
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2. O pão ázimo e comido porque a partida da Última Geia. (Ler Mt 26,26-30; Mc 14,26; Lc
repentina do Egito não permitiu a preparação 22,7).
do pão com fermento. A ceia pascal cristã – presente entre nós
3. As verduras amargas eram destinadas a depois da Última Ceia, enriqueceu-se de outro
recordar a amargura da escravidão no Egito. significado:
Cantava-se, então, o Hallel (Salmos 113- Cristo e o novo "Cordeiro pascal" imolado
114). Após o canto, o pai de família tomava o pão para a libertação de todos.
ázimo, pronunciava sobre ele a benção. O partia Agora, nada mais há que possa romper a
para servi-lo aos presentes. Só então tinha lugar o Aliança de Deus com os homens.
momento culminante da ceia, a repartição e a O pacto iniciado com Abraão e confirmado
consumação do cordeiro pascal. com Moisés foi definitivamente selado pela
Depois era servida a terceira taça, Morte e Ressurreição de Jesus.
enquanto se pronunciava sobre ela uma benção "Ao abraçar em seu coração humano, o amor
especial, chamada "benção da taça", Seguia o do Pai para com os homens, Jesus amou-os até ao
canto do grande Hallel (Sl 115, 1-118, 29). Servida fim (Jo 13, 1), pois não há maior amor do que dar a
a quarta taça, uma fórmula de louvor e uma breve vida por aqueles que se ama" (Jo 15,13) (CIC 609).
oração de agradecimento concluíam a celebração.
Diversos tragos deste cerimonial da ceia Fonte: Fé, Vida e Comunidade, Livro do
pascal podem-se descobrir nos relatos evangélicos Catequista, Ed. Paulus, 2003 –p. 243-245
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
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13º ENCONTRO: PAIXÃO, MORTE E RESSURREIÇÃO DE JESUS
1. Objetivo:
Perceber que o sofrimento de Jesus por amor a nós foi
para nos levar a viver com Ele a sua ressurreição.
Despertar sentimentos de gratidão e confiança em Jesus
que se oferece ao Pai por amor a nós.
Despertar o desejo de conhecer e amar o Cristo
ressuscitado.
2. Conteúdo do Encontro:
O amor vence a dor, o sofrimento e a morte.
Como podemos vencer a morte e viver a ressurreição em
cada dia da nossa vida: na família, na escola, no trabalho e
na comunidade.
O Círio Pascal simboliza o Cristo presente: ontem, hoje e
sempre.
3. Desenvolvimento do Tema:
Fazer ligação com os encontros anteriores (Jesus entra em Jerusalém e a Última Ceia )
Jesus foi preso e condenado por ensinar idéias diferentes daquela época. Ele acolhia os pecadores,
os marginalizados, os doentes, os leprosos, falava do Reino de Deus nesse mundo e se declarou o
Messias esperado pelo povo, o Filho de Deus. Fazia muitos milagres, até no sábado. A lei não
permitia.
O povo aclamava Jesus como Rei e os poderosos ficaram com medo que Jesus tomasse os seus
tronos. Mas Jesus disse que o Reino de Deus é diferente: Reino de Paz, Amor, Justiça para todos.
Jesus ensinou como viver já aqui o Reino de Deus e ganhar a vida eterna.
Jesus entregou a sua vida na Cruz, por amor a cada um de nós, para nos libertar do mal e nos dar a
vida eterna no Céu.
Acompanhar com os cartazes o sofrimento de Jesus.
Explorar o símbolo da cruz, esclarecendo que carregar a cruz não é necessariamente sinal de dor
ou sofrimento. Temos que abraçar a cruz por amor a Jesus. Explorar o sinal da cruz e o seu
significado como o sinal do cristão.
Mas Jesus é Deus todo poderoso e então não fica morto, mas Ressuscita ao 3º dia, no Domingo e
prometeu que com o seu poder Ele vai ressuscitar todos nós, também.
Esclarecer o significado da ressurreição.
A ressurreição de Jesus é o grande sinal da vida.
4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Jo 19, 1-30; Mt 28, 5-10; Mt 28, 16-20
5. Ambientação: toalha, bíblia, vela, flores, cartazes.
6. Material utilizado: Apostila, bíblia, cartazes da Via Sacra, uma cruz de palito de sorvete para cada
catequizando, um pano branco, flores, vela acesa
7. Atividades: acompanhar as atividades
8. Momento de Oração: Pedir que cada catequizando coloque um pano branco na sua cruz enquanto
acendemos a vela, simbolizando a ressurreição de Cristo.
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
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Para São Lucas a Paixão e Morte de Jesus
Quem servia a um rei – como escravo,
revela-O como Salvador dos pecadores (23, 43). E
funcionário, conselheiro, chefe do exército,
São João O vê, nas mais difíceis circunstancias da
ministro – era chamado, na Bíblia, “servo do rei”.
vida, como Rei e Messias (18, 33-37).
Nas orações bíblicas o homem diz a Deus: “Eu sou
Apesar da Paixão e Morte de Jesus, o
teu servo!” quando se diz de Moisés, Josué, Davi
sofrimento humano continua e a pergunta
que eram “servos do Senhor”, trata-se de um
persiste: por que há tanto sofrimento no mundo?
título especial de honra. Também os profetas e
Por que tenho que sofrer tanto? Só a fé nos
até Nabucodonosor, o rei que destruiu Jerusalém
responde que toda dor, até a morte, tem um
e deportou os judeus para a Babilônia, receberam
sentido. Se não tivessem sentido, Deus Pai não
tal título.
teria permitido que seu Filho, o "Filho do Homem"
Na segunda parte do livro de Isaías, o povo
sofresse e morresse.
de Deus é chamado “Servo do Senhor ou Servo
"Na Cruz, Jesus consuma o seu sacrifício. E
de Javé” porque deve dar testemunho em favor
o amor até ao fim (cfr. Jo 13,1) que confere seu
de seu Deus, diante de todo o mundo.
valor de redenção e de reparação, de expiação e
Jesus utilizou esses textos, aplicando-os a
de satisfação ao Sacrifício de Cristo. Ele nos
si e à sua missão. E a primeira pregação cristã
conheceu e amou na oferenda da sua vida. A
reconheceu em Jesus o Servo perfeito,
caridade de Cristo nos impulsiona, quando
anunciado por Isaías.
consideramos que um só morreu por todos e que,
por conseguinte, todos morreram (2Cor 5,14).
Se quisermos entender bem o que significa
Nenhum homem, ainda que o mais santo, tinha
Ressurreição, devemos percorrer esse caminho.
condições de tomar sobre si os pecados de todos
Por isso, começamos com o texto mais
os homens e de oferecer-se em sacrifício por
antigo sobre a fé da primitiva Igreja na
todos. A existência em Cristo, da Pessoa Divina do
Ressurreição de Cristo. Esse texto está no
Filho, que supera e, ao mesmo tempo, abraça
capítulo 15 da primeira Carta aos Coríntios. Paulo
todas as pessoas humanas, e que O constitui
escreveu aos cristãos de Corinto no ano 54 d.C.,
Cabeça de toda a humanidade, torna possível o seu
apresentando a verdadeira fé da Igreja na
sacrifício redentor por todos" (CIC 616).
Ressurreição.
RESSURREIÇÃO DE JESUS Ele usa uma fórmula da profissão de fé que
Páscoa – palavra hebraica que significa a "Cristo morreu pelos nossos pecados,
centro não só dos Evangelhos, como de todo o Escrituras, e apareceu a Cefas e depois aos Doze"
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
Ressurreição de Cristo é o centro da nossa fé: trazemos em nós o gérmen da nova vida pela
"Se, porém, Cristo não ressuscitou, então e vazia Ressurreição de Cristo.
nossa pregação e vossa fé não tem sentido" (1 Cor Jesus está conosco até o fim dos séculos.
15, 14). Podemos conviver e contar com ele. Ele luta
"Ressurreição", "exaltação" são palavras e conosco e vive em nós. Crer na Ressurreição é
expressões usadas para afirmar que Jesus está crer que a vida é mais forte do que a morte, o
vivo, que Deus não O abandonou na morte. Assim, bem é mais forte do que o mal.
a Ressurreição de Jesus aparece como o "sim" de Que é ressuscitar?
Deus à vida de Jesus: "Este homem ( ... ) vós o Na morte, que é a separação da alma e do
entregastes, crucificando-o por mãos de ímpios; corpo, o corpo do homem cai na decomposição, ao
Deus, porém, O ressuscitou", diz Pedro na manhã passo que a sua alma vai ao encontro de Deus,
de Pentecostes (cf. At 2, 23-24). Deus se pôs ao ficando a espera de ser novamente unida ao seu
lado de Jesus. Confirma-se, assim, que Jesus é o corpo glorificado. Deus, na sua onipotência
Filho de Deus vivo. restituirá definitivamente a vida incorruptível aos
A fé na Ressurreição de Jesus se apóia nas nossos corpos, unindo-os às nossas almas, pela
experiências dos apóstolos e dos discípulos. Uma virtude da Ressurreição de Jesus (CIC 997).
testemunha muito importante é Pedro. Mas Quem ressuscitará?
inúmeros discípulos constataram a ressurreição Todos os homens que morreram: os que
de Jesus, como, por exemplo, os discípulos de tiverem feito o bem sairão para uma ressurreição
Emaús (cf. Lc 24,13-35); eles constataram a de vida; os que tiverem praticado o mal, para uma
Ressurreição. Desse modo, seus discípulos deviam ressurreição de julgamento (cf. Jo 5,29)-(CIC
entender o que Jesus dissera: “Eu já não sou 998).
deste mundo" (cf. Jo 8,23). De que maneira?
As narrativas sobre as aparições de Jesus Cristo ressuscitou com o seu próprio corpo:
foram escolhidas e inseridas nos Evangelhos. O Vede as minhas mãos e os meus pés: sou eu (Lc
dado real, expresso pelos quatros evangelistas e 24,39); mas Ele não voltou a uma vida terrestre.
presente em todo o NT, é que Jesus ressuscitou. Da mesma forma, nele, todos ressuscitarão com
Ele Vive! Apareceu a seus discípulos. seu próprio corpo que tem agora, porém, este
Não se trata de aparição, como de um corpo será transfigurado em corpo de glória (Fl
fantasma. Os Evangelhos dizem que os discípulos 3,21), em corpo espiritual (1Cor 15,44)-(CIC 999).
podiam tocá-Lo, comer e beber com Ele (Lc 24, Quando?
36-43; Jo 20, 17). Definitivamente no último dia (Jo 6,39-
A Ressurreição não diz respeito apenas a 40.54; 11,24); no fim do mundo. A ressurreição
Jesus. É também para nós; ela mudou nossa vida. dos mortos está intimamente associada à parusia
São Paulo expressou, assim: "Por acaso ignorais de Cristo (CIC 1001).
que todos os que fomos batizados em Jesus
Cristo, fomos batizados para participar de sua Fonte: Fé, Vida e Comunidade, Livro do
Morte?" (Rm 6,3). Todos fomos "sepultados" nas Catequista, Ed. Paulus, 2003 – p. 252-255 e
águas batismais. A emersão das águas significa a 260-262.
ressurreição, a saída do sepulcro, como Cristo.
São Paulo quer dizer que, no Batismo, nossa O projeto salvador de Deus realizou-se
vida uniu-se à de Cristo: “Se fomos incorporados a "uma vez por todas" (Hb 9,26) pela morte
Cristo por uma morte semelhante à d'Ele, também redentora de Jesus Cristo (cf. CIC 571).
o seremos mediante a Ressurreição" (Rm 6,5).
Mas, por que a morte de Cristo nos salva?
Temos, pois, um futuro garantido porque
Na verdade, não é só a morte de Cristo que nos
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salva, mas toda a sua vida. Desde a encarnação até "A morte violenta de Jesus não foi o
a sua ressurreição, tudo o que Jesus Cristo fez, é resultado de um acaso num conjunto infeliz de
hoje salvação para toda a humanidade. Isso circunstâncias. Ela faz parte do mistério do
porque Jesus é Deus, que se encarna, assumindo projeto de Deus (CIC 599). Jesus aceita sua
plenamente a nossa condição humana. morte livremente e dá uma interpretação para ela
- Ele quer morrer para realizar com seu povo uma
A morte de cruz é o ato último e extremo
nova e eterna aliança, que salve toda a
desse imenso amor e doação de Deus por nós. Para
humanidade. Esse sentido da morte nós
Ele não bastou fazer-se igual à sua criatura, pois
encontramos na ceia que Jesus tomou um dia
o Senhor quis amar até as últimas consequências,
antes de sua crucificação: "Isto é o meu corpo
até o extremo. Por isso, quis morrer por nós, e
que é dado por vós [...]. Este cálice é a nova
com uma morte extremamente dolorosa e
aliança em meu sangue, que é derramado por vós ...
humilhante revelando-nos que "É o 'amor até o
" (Lc 22,19-20). Com efeito, Jesus aceitou
fim' que confere o valor de redenção (...) ao
livremente sua paixão e sua morte, e por amor de
sacrifício de Cristo" (CIC 616). Diante dessa
seu Pai e da humanidade, para sua salvação:
imensa prova de amor nós somos convidados a não
"Ninguém me tira a vida, mas eu a dou livremente"
ficar passivos. É Jesus mesmo quem nos convida:
(Jo 10,18). "Daí a liberdade soberana do Filho de
"Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo,
Deus quando Ele mesmo vai ao encontro da morte"
tome a sua cruz e siga-me" (Mt 16, 24).
(CIC 609).
A vida cristã é vida de imitação e
seguimento de Jesus. - Se Ele doou sua vida, nós
Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista,
também podemos doar a nossa por amor aos
Vol. I, 2008 – p. 85-86
demais, associando nossos sofrimentos aos de
Cristo na cruz. "Fora da cruz não existe outra
escada por onde subir ao céu" (Santa Rosa de
Lima, apud: CIC 618).
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
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14º ENCONTRO: JESUS ESCOLHE PEDRO
1. Objetivo:
Reconhecer que o convite feito a Pedro por Jesus, também
é feito a nós, para que testemunhamos a nossa vida em
Cristo.
2. Conteúdo do Encontro:
O convite feito por Jesus a Pedro é pessoal e amoroso.
Jesus também nos chama a caminhar ao seu lado e ser
pescador como Pedro, testemunhando a alegria de viver com
Cristo.
3. Desenvolvimento do Tema:
Ouvir o canto: “O povo de Deus no deserto andava...” com o
objetivo de refletir com os catequizandos o início da
caminhada do Povo, desde o Antigo Testamento até os
nossos dias.
Pistas para conversar: perguntar os nomes dos catequistas
da paróquia, ministros, diáconos, padres, do Bispo e do Papa, explicando a missão de cada um deles
e qual é a nossa missão de batizados.
Nosso Deus continua caminhando com seu povo, inicia a caminhada com Abraão, Moisés, com os
Profetas, envia Jesus Cristo que escolhe os Apóstolos - Ler Lc 5, 1-11.
Dentre os Apóstolos Jesus escolhe Pedro – Ler Mt 16, 13-18.
Jesus afirma após a confissão de Pedro, na comunidade dos discípulos: “Eu te digo: tu és Pedro, e
sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno nada poderão fazer contra ela”.
O nome de Pedro era Simão, filho de Jonas. O nome Pedro em hebraico (Kefas) significa pedra,
rocha. Naquela região existiam muitas pedreiras ou grutas onde os pastores ou os viajantes iam se
esconder para se proteger da chuva ou dos ladrões. Assim Pedro iria guardar e proteger a
comunidade e levar os ensinamentos de Jesus.
É dada a Pedro a missão de seguir e continuar a doação total de Cristo.
Pedro é perseguido e preso por causa da sua missão, pois não se omitiu diante das injustiças sociais
– Ler At. 12, 1-11.18-19.
Hoje temos o Papa, Bispos, Padres, Religiosas e Religiosos, e leigos que assumem, pelo Batismo a
missão de Jesus Cristo em favor do povo de Deus.
É hoje missão do Papa, dos Bispos e de todos os cristãos manter a unidade e fidelidade aos
ensinamentos de Cristo pela prática libertadora.
Conversar sobre a hierarquia da Igreja e sucessão dos papas – ver apostila.
8. Momento de Oração: Convidar os catequizandos formular uma oração pedindo pelo Papa, pelo Bispo e
pelos sacerdotes, e rezar juntos.
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
A Igreja somos nós e temos um grande intensamente essa experiência nas pequenas
compromisso para com nossos irmãos, vivendo a Comunidades Eclesiais de Base.
Boa Nova de Jesus. A comunidade deve ser organizada através
Igreja é Povo, é comunidade viva, é viver de Reflexão e Planejamento. Há então,
em comunhão. necessidade de reunir todos os seus membros.
Para que isto aconteça, é necessário que Estas reuniões são muito importantes para um
vivamos o amor de Jesus Cristo e que coloquemos conhecimento mútuo, sentindo os problemas uns
em comum tudo aquilo que temos, como nos falam dos outros. E, também, para caminharmos unidos,
os Atos dos Apóstolos (2,42-47). realizando a fraternidade.
A união concreta dos cristãos não é um fato Assim, uma comunidade bem organizada e
que já acabou: é uma tarefa de todo dia. Por isso, atuante terá grande influência na sociedade. Ela
devemos ter o sentido de responsabilidade, isto será um Sinal e oferecerá Serviços, visando a
quer dizer, devemos contribuir com as nossas construção do Reino de Deus.
próprias qualidades e aptidões (carismas), para As Paróquias devem tornar-se comunidades
atender às necessidades de todos os nossos de irmãos. Para conseguir esta fraternidade é
irmãos. necessário formar pequenos grupos porque uma
Hoje podemos nos sentir Igreja Povo – paróquia, às vezes, é grande demais, sobretudo no
Comunidade viva. Brasil.
Mas esta realidade "Igreja-Povo- Por isso, estão se formando pequenas
Comunidade Viva" é de todos os dias e depende comunidades, principalmente na periferia das
muito, muito de nós. grandes cidades e nas zonas rurais. Os moradores
A Igreja, então, não é uma casa, um prédio. de um bairro procuram uma comunhão de vida
Nem somente o Papa, os Bispos, os Padres formam entre si. Querem por amor a Jesus Cristo, ajudar-
a Igreja. Eles estão a serviço da Igreja. A Igreja se mutuamente, como vizinhos e amigos.
é a Família de Deus; a Igreja somos todos nós. Podemos dizer, então, que "Comunidade de
São todos os que têm a mesma fé. Base" é um grupo de pessoas que procuram ter um
São Paulo, na sua Carta aos Coríntios, nos relacionamento pessoal mais profundo, capaz de
fala: "Somos um só corpo, que é formado de criar o sentido de solidariedade. E a união de
muitas partes" (1Cor 12, 20). Devemos sentir-nos moradores de um lugar (capela, bairro) em torno
também uma parte importante do Corpo de Cristo, dos seus problemas, das suas necessidades, dos
que é a sua Igreja. seus desejos em vista a um' objetivo comum. A
Como cristãos, membros do Corpo de Cristo, partir de "grupos de base", de "grupos de
precisamos estar sempre atentos em: reflexão", de "círculos bíblicos", podemos
ver as coisas boas e más da comunidade e caminhar para chegar as Comunidades Eclesiais de
descobrir o que podemos fazer diante disso; Base.
realizar o Reino de Deus no bairro, em Elas devem ser grupos abertos
nossa cidade; (missionários) de pessoas que buscam crescer na
conhecer e participar do plano de trabalho fé. Essas pessoas se reúnem em torno da Palavra
da Igreja do Brasil, da Diocese, da Paróquia; de Deus, animadas pelo Espírito Santo e
participar da comunidade não somente na alimentadas pelo Sacramento da Eucaristia. Onde
catequese para a Primeira Eucaristia, casamento, vivem, testemunham o amor de Deus, no serviço
Missas de 7º dia ... mas com compromisso que mútuo.
prende a nossa vida à comunidade. São chamadas de:
Para que isto aconteça em âmbito de Igreja
Povo - Comunidade viva, é necessário viver
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Comunidades: porque procuram o "As características do Povo de Deus: O
relacionamento das várias pessoas, unindo-as na Povo de Deus tem características que o
busca de interesses comuns. distinguem de todos os agrupamentos religiosos,
Eclesiais: porque procuram fazer com que étnicos, políticos ou culturais da história:
as pessoas vivam a fé, a esperança e o amor. Elas Ele é o Povo de Deus: Deus não pertence como
são alimentadas pela Palavra de Deus, com a propriedade a nenhum povo. Mas adquiriu para
disposição de, no compromisso com esta Palavra, si um povo, dentre os que outrora não eram um
serem abertas à realidade onde vivem e agem de povo: 'uma raça eleita, um sacerdócio régio,
acordo com essa mesma realidade. Convencidos de uma nação santa' (1Pd 2,9);
que Deus fala pelos acontecimentos, procuram a pessoa torna-se membro deste povo não pelo
mudar para melhor e mais humana, a realidade nascimento físico, mas pelo nascimento do
onde vivem. Na Comunidade Eclesial as pessoas alto, da água e do Espírito (Jo 3,3-5), isto é,
celebram os acontecimentos diários como sinais pela fé em Cristo e pelo Batismo;
da presença de Deus, tendo na Eucaristia a força este povo tem Jesus Cristo por "Chefe",
e o fundamento para a vivência fraterna. "Cabeça", o "Messias = "Ungido", pelo fato da
A Comunidade realiza a Igreja visível: Paróquia, mesma Unção derivar da Cabeça para o Corpo,
Igreja Particular e Universal. Continua a missão o povo é o Povo Messiânico;
de Jesus Cristo e caminha de acordo com o Plano a condição deste povo é a dignidade dos filhos
de Pastoral da Diocese, animada pelo Bispo, de Deus: como num templo, onde reside o
sucessor dos Apóstolos. Espírito Santo;
de Base: porque procuram realizar essa sua lei, é o mandamento novo de amar como
caminhada a partir das pessoas e do ambiente Cristo mesmo nos amou. É a lei nova do
onde vivem. Espírito Santo (Rm 8,2; GI 5,25).
"A Igreja - Povo de Deus: Em qualquer sua missão é ser o sal da terra e a luz do
época e em qualquer povo é aceito por Deus todo mundo. Ele constitui para todo o gênero
aquele que teme e pratica a justiça. Deus, contudo humano o mais forte germe de unidade,
decidiu santificar e salvar os homens, não esperança e salvação.
sozinhos, sem nenhuma conexão uns com os sua meta é o Reino de Deus iniciado na terra
outros, mas constituídos num povo, que O por Deus mesmo, Reino a ser estendido mais e
conhecesse na verdade e santamente O servisse. mais, até que, no fim dos tempos, seja
Escolheu por isso a Israel como a seu povo. consumado por Deus" (CIC 782).
Estabeleceu com ele a Aliança e o instruiu passo a
passo ... Tudo isso, porém , aconteceu em Fonte: Fé, Vida e Comunidade, Livro do
preparação à nova e perfeita Aliança que se Catequista, Ed. Paulus, 2003. P. 279-282
estabeleceria em Cristo ... Esta é a Nova Aliança,
isto é, o Novo Testamento no seu Sangue,
chamando dentre judeus e gentios um povo, que
junto crescesse na unidade, não segundo a carne,
mas no Espírito" (CIC 781).
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
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15º ENCONTRO: JESUS NOS ENVIA O ESPÍRITO SANTO
1. Objetivos:
Reconhecer que o Espírito Santo é Deus dentro deles, que
age em suas vidas e os coloca no seguimento a Jesus Cristo.
Reconhecer a presença do Espírito Santo que anima e conduz
as comunidades.
2. Conteúdo do Encontro:
Jesus quer nos salvar cumprindo bem a promessa do Pai: dar
o Espírito Santo.
O Espírito Santo nos faz reconhecer que somos pecadores e
nos leva a Jesus para recebermos o perdão.
É necessário que cada um peça para si a graça da presença
do Espírito Santo em sua vida.
Vivendo na comunidade Igreja cada um de nós experimenta a
vida no Espírito, sente-se ajudado na sua busca de santidade.
3. Desenvolvimento do Encontro:
Através de uma “explosão de idéias” incentive os catequizandos a falarem do que se lembram sobre
o Espírito Santo.
Dinâmica:
o Providenciar pedaços bem pequenos de papéis e régua escolar.
o Pegue a régua e friccione-a com rapidez no cabelo, e aproxime, sem encostar, nos papéis
recortados.
o Observar o que aconteceu e deixar que os catequizandos falem livremente, tentando
responder: o que atrai o papel?
Comentar que o Espírito Santo é:como a força que estava na régua, nós somos os papeizinhos; é
invisível, mas atua em tudo e em todos desde o início da criação; é quem dá vida a todos; é aquele
que guiou a história da salvação, guiou Jesus, hoje guia a Igreja e cada um de nós.
Os papéis que não grudaram são como as pessoas que não deixam a força do Espírito Santo agirem
nelas e assim não são conduzidas pelo Espírito Santo na vida.
Deus Pai é Deus acima e além de nós; Deus Filho é Deus entre nós, um de nós, no meio de nós; Deus
Espírito Santo é Deus dentro de cada um de nós.
Falar do Espírito Santo, nosso Santificador:
Explicar que o Espírito Santo é a 3ª Pessoa da Santíssima Trindade.
É a “ força que vem do alto”, conforme Jesus havia prometido enviar quando ressuscitasse e
voltasse para o Pai.
É o amor mútuo do Pai e do Filho que transborda e contagia a todos nós.
Ele nos conduz, nos guia, pelo caminho de Jesus revelando tudo o que é necessário para a nossa
salvação.
8. Momento de Oração:
Motive os catequizandos a fazer uma oração espontânea, pedindo ao Espírito Santo que ajude a ser
bom filho, bom aluno...
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
Após cada oração, cantar com eles o refrão: “Vem, Espírito Santo, vem, vem iluminar”
Rezar em dois coros a oração do Espírito Santo que está na apostila.
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as pessoas descubram grandes coisas, faz com pessoas de alto nível. O Espírito Santo as inspirou
que elas desempenhem uma missão, mesmo que com novas orientações e novos rumos, que ainda a
esta ultrapasse as possibilidades humanas. Igreja oficial não tinha conseguido e, só
A História do Povo de Deus é iluminada pelo posteriormente, os aprovou.
Espírito Santo que escolheu, dinamizou homens e O Espírito Santo está fora do nosso
mulheres de todas as idades e de todas as alcance. Ninguém o pode trancar.
condições. Ele é como um vento. É o que Jesus dizia a
E precise estar atento à sua ação. O homem Nicodemos:
é livre e pode fazer-lhe resistência. No mar, o "Tu ouves o vento, mas não sabes de onde
vento não fica diminuído para soprar nas velas de vem, nem para onde vai. Assim acontece também
um barco. É preciso dirigir o barco e orientar as aquele que nasce do Espírito" (Jo 3, 8).
velas para captar toda a força do vento. O Espírito, assim como o vento, não sopra
Deus não deve ser procurado fora do unicamente na Igreja de Cristo, mas também nos
mundo. O seu poder age no meio dos homens. corações de todas as pessoas de boa vontade que
Muitas vezes, os discípulos de Jesus procuram a verdade.
experimentaram a força que agia através deles. Os cristãos devem reconhecer a ação do
Por exemplo: quando por motivos de sua fé, eles Espírito nas diversas iniciativas dessas pessoas.
são levados aos tribunais, como aconteceu com os O Espírito Santo não teme as
apóstolos depois de Pentecostes, as respostas que transformações e está continuamente pronto a
eles deram deixaram os juízes admirados e instaurar novos caminhos. Isto só é terrível para
confusos. aqueles que esperam que o futuro se assemelhe ao
É o Espírito Santo que sugere os passado.
argumentos e faz lançar por terra as acusações Mas quando Jesus Ressuscitado enviou os
mais fortes e desfazem as armadilhas preparadas Apóstolos em missão, a Igreja quis pôr em relevo
pelos inimigos de Jesus. as diferentes ações do Espírito Santo, através
Jesus já o predissera: "Diante dos dos dois Sacramentos:
tribunais, não vos perturbeis porque o Espírito No Batismo, acentua-se a ação
Santo falará por vós" (Mc 13, 11). purificadora e santificante; o batizado é
O Espírito Santo é soberanamente livre; ele perdoado dos seus pecados e nasce para a Vida
age frequentemente de forma inédita e Divina.
inesperada como fez no início da Igreja. A Na Confirmação, acentua-se a ação
primeira iniciativa dos apóstolos foi a de fortificante, dinâmica do Espírito Santo em vista
completar o seu número, depois do abandono de da missão irradiante do cristão no seu meio
Judas. Eles tinham consciência de que o povo era ambiente e no seu modo de vida para transformar
o novo Israel de Deus, mas desfalcado do número a sociedade.
doze (as doze tribos de Israel). Em vista disso "A vida moral dos cristãos é sustentada
elegeram Matias, fiel testemunha de Jesus. O pelos dons do Espírito Santo. Estas são
Espírito Santo também escolheu Paulo, o disposições permanentes que tornam o homem
perseguidor fanático da Igreja, fora do grupo dos dócil para seguir os impulsos do mesmo Espírito"
Doze e de toda a Instituição. (CIC 1830).
O próprio Pedro, no seu discurso de
Pentecostes, reconhecia que estava realizando o Fonte: Fé, Vida e Comunidade, Livro do
que fora predito pelo profeta Joel: que o Espírito Catequista, Ed. Paulus, 2003 – p. 265-267.
de Deus se comunicaria tanto as crianças como
aos jovens e adultos. COMPÊNDIO DO CATECISMO DA IGREJA
Na História da Igreja vemos muitas pessoas CATÓLICA
humildes que foram mais inspiradas do que
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16º ENCONTRO: O ESPÍRITO SANTO E SEUS DONS
1. Objetivos:
Conhecer a ação do Espírito Santo através dos seus dons.
Reconhecer a presença do Espírito Santo na vida e se abrir à sua
ação.
2. Conteúdo do Encontro:
Em Pentecostes Jesus deixa seu Espírito.
O Espírito Santo concede-nos muitos dons.
Os dons do Espírito Santo são uma forma de nos colocarmos
a serviço da comunidade.
Como descobrir esses dons?
3. Desenvolvimento do Tema:
Fazer ligação com encontros anteriores (Ressurreição, Jesus volta ao Pai e promete enviar o
Espírito Santo.
Em João 16, 5 = Jesus promete que enviaria o Espírito Santo.
Em Atos 1, 8 = Jesus pede que esperem essa vinda.
Em Atos 1, 12 – 14 = Os apóstolos, juntamente com Maria e outras pessoas, ficam reunidos em
oração no cenáculo em Jerusalém esperando essa promessa.
Em Atos 2, 1 – 4 = Dia de Pentecostes – enquanto rezam recebem o Espírito Santo com toda a sua
força. ( Explicar os símbolos: Vento, línguas de fogo)
Explicar a festa de Pentecostes ( festa das colheitas = 50 dias após a Páscoa) em Jerusalém.
Explicar os muitos símbolos do Espírito Santo.
Explicar que o Espírito Santo anima a Igreja, está presente nos Sacramentos, na Palavra de Deus e
distribui muitos dons para as pessoas trabalharem na comunidade.
Explicar os dons do Espírito Santo.
Explicar que a comunidade, a nossa Igreja é guiada e ajudada pelo Espírito Santo.
Mostrar que na oração do CREDO dizemos que acreditamos no Espírito Santo.
4. Leitura utilizada: At 2, 1-13
5. Ambientação: toalha, bíblia, jarro com água, meio copo de óleo, uma vela, um desenho ou figura de uma
pomba, um ventilador pequeno (para explicar os símbolos do Espírito Santo).
6. Material utilizado: símbolos do Espírito Santo pombinhas com Atos 1, 8, para lembrancinha.
7. Atividades: orientar as atividades
8. Momento de oração: Inicie o momento de oração com o canto: “A nós descei” (Ir.M.Kolling),convide os
catequizandos a rezarem a oração que está na apostila.
68
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
69
OS SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO 696. O fogo. Enquanto a água significava o
nascimento e a fecundidade da vida dada no
(Catecismo da Igreja Católica)
Espírito Santo, o fogo simboliza a energia
694. A água. O simbolismo da água é significativo transformadora dos atos do Espírito Santo. O
da ação do Espírito Santo no Batismo, pois que, profeta Elias, que «apareceu como um fogo e cuja
após a invocação do Espírito Santo, ela torna-se o palavra queimava como um facho ardente» (Sir
sinal sacramental eficaz do novo nascimento. Do 48, 1), pela sua oração faz descer o fogo do céu
mesmo modo que a gestação do nosso primeiro sobre o sacrifício do monte Carmelo, figura do
nascimento se operou na água, assim a água fogo do Espírito Santo, que transforma aquilo em
batismal significa realmente que o nosso que toca. João Batista, que «irá à frente do
nascimento para a vida divina nos é dado no Senhor com o espírito e a força de Elias» (Lc 1,
Espírito Santo. Mas, «batizados num só Espírito», 17), anuncia Cristo como Aquele que «há de
«a todos nós foi dado beber de um único Espírito» batizar no Espírito Santo e no fogo» (Lc 3, 16),
(1 Cor 12, 13): portanto, o Espírito é também aquele Espírito do qual Jesus dirá: «Eu vim lançar
pessoalmente a Água viva que brota de Cristo fogo sobre a terra e só quero que ele se tenha
crucificado como da sua fonte, e jorra em nós ateado!» (Lc 12, 49). É sob a forma de línguas,
para a vida eterna. «uma espécie de línguas de fogo», que o Espírito
695. A unção. O simbolismo da unção com óleo é Santo repousa sobre os discípulos na manhã de
também significativo do Espírito Santo, a ponto Pentecostes e os enche de Si. A tradição
de se tomar o seu sinônimo. Na iniciação cristã, espiritual reterá este simbolismo do fogo como
ela é o sinal sacramental da Confirmação, que um dos mais expressivos da ação do Espírito
justamente nas Igrejas Orientais se chama Santo. «Não apagueis o Espírito!» (1 Ts 5, 19).
«Crismação». Mas, para lhe apreender toda a 697. A nuvem e a luz. Estes dois símbolos são
força, temos de voltar à primeira unção realizada inseparáveis nas manifestações do Espírito Santo.
pelo Espírito Santo: a de Jesus. Cristo («Messias» Desde as teofanias do Antigo Testamento, a
em hebraico) significa «ungido» pelo Espírito de nuvem, umas vezes escura, outras luminosa, revela
Deus. Houve «ungidos» do Senhor na antiga o Deus vivo e salvador, velando a transcendência
Aliança, sobretudo o rei David. Mas Jesus é o da sua glória: a Moisés no monte Sinai, na tenda
ungido de Deus de maneira única: a humanidade da reunião e durante a marcha pelo deserto; a
que o Filho assume é totalmente «ungida pelo Salomão, quando da dedicação do templo. Ora
Espírito Santo». Jesus é constituído «Cristo» pelo estas figuras são realizadas por Cristo no Espírito
Espírito Santo. A Virgem Maria concebe Cristo do Santo. É Ele que desce sobre a Virgem Maria e a
Espírito Santo, que pelo anjo O anuncia como cobre «com a sua sombra», para que conceba e dê
Cristo quando do seu nascimento e leva Simeão a à luz Jesus. No monte da transfiguração, é Ele
ir ao templo ver o Cristo do Senhor. É Ele que que «sobrevém na nuvem que cobriu da sua
enche Cristo e cujo poder emana de Cristo nos sombra» Jesus, Moisés e Elias, Pedro, Tiago e
seus atos de cura e salvamento. Finalmente, é Ele João, nuvem da qual se fez ouvir uma voz que
que ressuscita Jesus dentre os mortos. Então, dizia: "Este é o meu Filho, o meu Eleito, escutai-
plenamente constituído «Cristo» na sua O!"» (Lc 9, 35). E, enfim, a mesma nuvem que
humanidade vencedora da morte, Jesus difunde «esconde Jesus aos olhos» dos discípulos no dia
em profusão o Espírito Santo, até que «os santos» da Ascensão e que O revelará como Filho do
constituam, na sua união à humanidade do Filho de Homem na sua glória, no dia da sua vinda.
Deus, o «homem adulto à medida completa da
698. O selo é um símbolo próximo da unção. Com
plenitude de Cristo» (Ef 4, 13), «o Cristo total»,
efeito, foi a Cristo que «Deus marcou com o seu
para empregar a expressão de Santo Agostinho.
selo» (Jo 6, 27) e é n'Ele que o Pai nos marca
também com o seu selo». Porque indica o efeito
70
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
indelével da unção do Espírito Santo nos (Ex 31, 18), a «carta de Cristo», entregue ao
sacramentos do Batismo, da Confirmação e da cuidado dos Apóstolos, «é escrita com o Espírito
Ordem, a imagem do selo («sphragis») foi de Deus vivo: não em placas de pedra, mas em
utilizada em certas tradições teológicas para placas que são corações de carne» (2 Cor 3, 3). O
exprimir o «caráter» indelével, impresso por hino «Veni Creator Spiritus» invoca o Espírito
estes três sacramentos, que não podem ser Santo como «digitus paternae dexterae» —
repetidos. «Dedo da mão direita do Pai».
699. A mão. É pela imposição das mãos que Jesus 701. A pomba. No final do dilúvio (cujo
cura os doentes e abençoa as crianças . O mesmo simbolismo tem a ver com o Batismo), a pomba
farão os Apóstolos, em seu nome. Ainda mais: é solta por Noé regressa com um ramo verde de
pela imposição das mãos dos Apóstolos que o oliveira no bico, sinal de que a terra é outra vez
Espírito Santo é dado. A Epístola aos Hebreus habitável. Quando Cristo sobe das águas do seu
coloca a imposição das mãos no número dos batismo, o Espírito Santo, sob a forma duma
«artigos fundamentais» do seu ensino. Este sinal pomba, desce e paira sobre Ele. O Espírito desce
da efusão onipotente do Espírito Santo, guarda-o e repousa no coração purificado dos batizados. Em
a Igreja nas suas epicleses sacramentais. certas igrejas, a sagrada Reserva eucarística é
conservada num relicário metálico em forma de
700. O dedo. «É pelo dedo de Deus que Jesus
pomba (o columbarium) suspenso sobre o altar. O
expulsa os demônios». Se a Lei de Deus foi
símbolo da pomba para significar o Espírito Santo
escrita em tábuas de pedra «pelo dedo de Deus»
é tradicional na iconografia cristã.
71
17º ENCONTRO: JESUS E A LEI DE DEUS
1. Objetivos:
Compreender que Jesus Cristo veio dar à Lei de Deus o
pleno cumprimento ao nos revelar que o amor a Deus e ao
próximo é a fonte mais segura de felicidade.
Aprender a rezar os Dez Mandamentos para poder vivê-
los.
2. Conteúdo do Encontro:
Os Mandamentos são caminhos a seguir e expressam, em
gestos concretos, uma convivência de amor com Deus e
com os irmãos.
3. Desenvolvimento do Tema:
Levar uma figura de um carro e comentar: quais os tipos
de carros que conhecem, o que faz um carro andar, o que
precisa para dar partida em um carro.
A partir do exemplo do carro, mostrar que, como o carro
precisa de pistas para andar, nós também precisamos de pistas para viver.
Fazer junto com os catequizandos, a relação entre o que observaram e comentaram sobre os carros
com a vida, destacando os seguintes aspectos: carro é a nossa vida, o motor é o coração e a chave
de partida é a voz de Deus que orienta a consciência.
Carro é nossa vida – comentar como guiamos o carro também guiamos a nossa vida. Para guiar um
carro precisamos conhecer as normas e leis de trânsito. A nossa vida também precisa de leis que
nos ajudem a viver melhor.
Organize uma conversa perguntando o que são leis? Quais leis conhecem? Se as leis são
importantes na vida de uma pessoa? Por quê? Como ajudam as pessoas a viverem melhor?
Motor é a consciência – Deus, nosso Pai, colocou em cada pessoa a consciência que está sempre
vigilante, dizendo: “isto é de Deus, pode fazer”, ou, então, “isto não é do bem, afaste-se”.
Chave de partida é a voz de Deus que orienta a consciência – se obedeço à voz da consciência,
sou feliz.
Fazer a correspondência dos Dez Mandamentos com vida. Lembrar que os conselhos recebidos dos
pais é a voz de Deus que lembra os Dez Mandamentos. Recordar a história de Moisés e da Aliança.
Ler Ex 20, 1-17.
Levar uma Arca da Aliança com os Dez Mandamentos dentro e relembrar com os catequizandos a
arca que fizeram no Módulo I.
Os Mandamentos de Deus são leis que devem ser seguidas por todos. Quando elas são respeitadas
as pessoas são felizes, mas quando são deixadas de lado acontece a dor e o sofrimento.
Nossa consciência é iluminada pela Palavra de Deus, mas é preciso que busquemos na fé e na oração
essa Palavra para colocá-la em prática.
Essas Leis que Deus nos deu são leis para sermos felizes.
Ler Mateus 5, 17-19 para descobrir o que Jesus falou sobre os Dez Mandamentos. Em seguida Ler
Mt 22, 37-40 que é a síntese dos mandamentos anunciado por Jesus.
Solicitar que os catequizandos relatem fatos que ocorrem no mundo porque as pessoas não seguem
os Mandamentos de Deus. Ajude-os se necessário, falando de situações de guerra, brigas, roubos,
violência, fome.
Pedir que os catequizandos escrevam os mandamentos nas tábuas da lei.
4. Leitura utilizada: Ex 19, 3-6; Ex 20, 1-17; Mt 5, 17-19
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
5. Ambientação: Colar o cartaz do carro. No momento oportuno substituir pelo coração vermelho.
6. Material utilizado: (1) cartaz de um carro; (2) coração de cartolina vermelha (0,50x0,50); e (3) tábuas
da lei recortadas em sulfite para cada catequizando. (modelo no final da apostila)
7. Atividades: orientar as atividades
8. Momento de oração:
Em um momento de reflexão, explicar que no coração de cada um de nós está presente esta mesma
Lei. Nosso desejo de amar, de ser feliz e de ajudar as pessoas é a maior prova disso.
Pedir para cada catequizando colar no coração a sua tábua da Lei, fazendo uma oração de
agradecimento a Deus por ter nos dado a Lei do Amor como meio para ser feliz.
Rezar juntos a oração que está na apostila.
73
Jesus criticou a interpretação dos fariseus serviço como condição para o relacionamento
e dos doutores (Mt 5,20; 26,1-36) e deu uma nova humano.
explicação (Mt5,17-48). Fomos criados por Deus e carregamos no
mais íntimo de nós mesmos a vontade de amar,
Fonte: Fé, Vida e Comunidade, Livro do servir, ajudar, libertar, gerar vida. Isso tudo é a
Catequista, Paulus, 2003 – p. 98-99. Lei de Deus que está presente em nossos
corações. Segui-la significa conhecer a Lei de
Jesus Cristo foi fiel à Lei de Deus Deus profundamente, perceber que está presente
manifestada nos Dez Mandamentos. Ele em nós mesmos e nas Escrituras, viver a vontade
reconheceu que ela nasceu do coração de seu Pai e de Deus vigiando a nossa prática e aplicar a sua
que estava presente ao mesmo tempo no coração Lei em nossa vida.
de cada pessoa, por isso Ele disse: "Eu não vim
abolir a Lei, mas levá-la ao cumprimento" (Mt Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista,
5,17). Assim, o que Ele fez foi assumi-la e colocá- Vol. II, Vozes, 2008 – p. 77-78.
la no plano do amor ao doar a sua vida na cruz, por
nós, configurando a Nova e Eterna Aliança. Com CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA
sua atitude Ele qualificou a Lei estabelecendo o O DECÁLOGO E A LEI NATURAL
critério de que só quem ama a Deus e ao próximo, 2070. Os Dez Mandamentos fazem parte da
com disposição de fazer da própria vida uma revelação de Deus. Mas, ao mesmo tempo,
doação, é capaz de viver conforme a vontade de ensinam-nos a verdadeira humanidade do homem.
Deus e ser verdadeiramente feliz. Põem em relevo os deveres essenciais e, por
A Lei entregue a Moisés foi aperfeiçoada conseguinte, indiretamente, os direitos
em Cristo. Ele concentrou os Dez Mandamentos fundamentais inerentes à natureza da pessoa
em: "Amar a Deus e ao próximo como a ti mesmo humana. O Decálogo encerra uma expressão
... " (cf. Mt. 22,37-40). Amar-se, cuidar-se, privilegiada da «lei natural»:
assumir-se como filho de Deus é condição e base No princípio, Deus admoestou os homens com os
para se poder amar a Deus e ao próximo e vice- preceitos da lei natural, que tinha enraizado nos
versa. Jesus Cristo é amor, por isso a nova Lei é, seus corações, isto é, pelo Decálogo. Se alguém
essencialmente, o amor. Seguir Jesus Cristo não os cumprisse, não se salvaria. E Deus não
implica conhecê-lo e amá-lo, assim como seu Pai e exigiu mais nada aos homens» (20).
no Espírito Santo amar a todos os irmãos 2071. Embora acessíveis à simples razão, os
indistintamente. Diante disso, todos nós, enquanto preceitos do Decálogo foram revelados. Para
Igreja somos vocacionados a levar adiante a atingir um conhecimento completo e certo das
missão de Jesus Cristo, portanto, somos exigências da lei natural, a humanidade pecadora
chamados a ser não somente os portadores da Lei precisava desta revelação:
do Amor, mas seus propagadores. «Uma explicação completa dos mandamentos do
A partir do Novo Testamento é possível Decálogo tornou-se necessária no estado de
compreender também que a Lei de Deus não está pecado, por causa do obscurecimento da lei da
em contradição com a Lei Natural divulgada pelas razão e do desvio da vontade» (21)
"pessoas de boa vontade". Ao contrário, Nós conhecemos os mandamentos de Deus pela
acreditamos que esta Lei de Deus, plenamente revelação divina que nos é proposta na Igreja e
revelada em Cristo, complementa a vida do ser pela voz da consciência moral.
humano na terra, em todos os seus sentidos. Ela A OBRIGAÇÃO DO DECÁLOGO
protege a vida, a família, possibilita uma reta 2072. Uma vez que exprimem os deveres
aproximação da natureza, das ciências, porque em fundamentais do homem para com Deus e para
tudo coloca Deus em primeiro lugar e o respeito e com o próximo, os Dez Mandamentos revelam, no
seu conteúdo primordial, obrigações graves. São
74
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
basicamente imutáveis e a sua obrigação impõe-se esse é que dá muito fruto, porque, sem Mim, nada
sempre e em toda a parte. Ninguém pode podeis fazer» (Jo 15, 5). O fruto, a que se faz
dispensar-se dela. Os Dez Mandamentos foram referência nesta palavra, é a santidade duma vida
gravados por Deus no coração do ser humano. fecundada pela união com Cristo. Quando cremos
2073. Mas a obediência aos mandamentos em Jesus Cristo, comungamos nos seus mistérios
também implica obrigações cuja matéria, em si e guardamos os seus mandamentos, o Salvador
mesma, é leve. Assim, a injúria por palavras é vem em pessoa amar em nós o seu Pai e os seus
proibida pelo quinto mandamento, mas só poderá irmãos, o nosso Pai e os nossos irmãos. A sua
ser falta grave em razão das circunstâncias ou da pessoa toma-se, graças ao Espírito, a regra viva e
intenção de quem a profere. interior do nosso agir. «É este o meu mandamento:
«SEM MIM, NADA PODEIS FAZER» que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei»
2074. Jesus diz: «Eu sou a cepa, vós as varas. (Jo 15, 12).
Quando alguém permanece em Mim, e Eu nele,
75
18º ENCONTRO: MANDAMENTOS: GUIA PARA A VIDA
1. Objetivos:
Compreender que Jesus Cristo veio dar à Lei de Deus o pleno
cumprimento ao nos revelar que o amor a Deus e ao próximo são a
fonte mais segura de felicidade.
Compreender que os três primeiros Mandamentos ajudam a
descobrir e a encontrar o Verdadeiro e Único Deus, amando-O
ainda mais com um correto testemunho de vida.
Compreender que o quarto Mandamento mostra que o amor, o
respeito, a obediência, a gratidão aos pais devem ser uma meta na
vida de cada ser humano.
2. Conteúdo do encontro:
Significado de amar a Deus sobre todas as coisas: as atitudes a
que se refere este mandamento, superstições e crenças em objetos, horóscopos etc.
Falta de fé, de esperança e amor a Deus expressos pela falta de oração.
Desrespeito com as coisas sagradas, consagradas a Deus; o uso impróprio do nome de Deus, de
Jesus Cristo, da Virgem Maria e de todos os Santos. Juramento falso usando o nome de Deus.
A sociedade que obriga, impõe aos trabalhadores o trabalho sem dias de folga para o descanso;
Deus nos quer livres; o domingo, dia de descanso sagrado, de ficar com a família e também reunir-
se como Igreja, povo de Deus, para celebrar a Aliança e a liberdade;
Importância da participação das famílias nas missas na comunidade.
Autoridade que Deus concedeu aos pais; Deus quis que depois Dele mesmo, nós honrássemos e
amássemos nossos pais, avós, os mais velhos.
Falta de respeito, desunião nas famílias. Relacionamento entre pais e filhos.
3. Desenvolvimento do Tema:
Explicar que Deus fez uma aliança, um compromisso com seu povo, para que o povo pudesse ser
feliz na terra que eles iriam habitar.
Deus quer que cada um de nós seja fiel a esses mandamentos para que a nossa vida seja cada vez
mais santa.
Os Mandamentos que Deus nos dá são para mostrar o caminho da nossa felicidade aqui e no céu.
Quem não respeita as leis de Deus acaba fazendo o mal aos outros e a si mesmo. Será sempre
infeliz.
Ler Ex 20, 1-11 e explicar que os 3 primeiros mandamentos são para o nosso relacionamento com
Deus.
Ler Lc 24, 1-8 para explicar porque hoje nós guardamos o domingo e não o sábado.
Apresentar uma figura de uma família e perguntar o que pensam sobre Família e o que entendem
sobre respeitar pai e mãe.
Pedir para que eles memorizem os 4 primeiros mandamentos.
Repetir a leitura Mt 22, 37-40, feita no encontro anterior, e provoque uma conversa sobre a
relação entre a apresentação dos Dez Mandamentos no Antigo e no Novo Testamento.
4. Leitura utilizada: Ex 20, 1-12; Lc 24, 1-8; Mt 22. 37-40
5. Ambientação: toalha, bíblia, imagem, cartazes com imagens de famílias.
6. Material utilizado: (1) cartazes com imagens de famílias; (2) pedaços de papel para o catequizando
escrever o pedido de perdão.
7. Atividades: orientar as atividades
8. Momento de oração:
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
77
Sábado judaico e anuncia o repouso eterno do 1º Mandamento: “SÓ JAVÉ COMO DEUS E
homem em Deus (cf. CIC 2174-2176; 2190-2191). NENHUM OUTRO”
Os cristãos santificam o Domingo e as
No Egito, na casa da escravidão, a religião
festas de preceito participando na Eucaristia do
dos deuses era usada para reforçar o sistema e o
Senhor. Para isso, deixam de realizar as
poder do faraó.
atividades que os impedem de prestar culto a
O faraó fazia grandes imagens, estátuas e
Deus e perturbam a alegria própria do dia do
templos para dar ao povo a impressão de grande
Senhor, como também, o devido descanso da
respeito a Deus. Levava o povo a dobrar os joelhos
mente e do corpo. Mas, são permitidas as
diante do seu poder como se fosse um poder
atividades ligadas às necessidades familiares ou a
divino.
serviços de grande utilidade social, desde que não
O Primeiro Mandamento pede três coisas:
criem hábitos prejudiciais à santificação do
Não ter outros deuses além de Javé;
Domingo, à vida de família e à saúde (cf. CIC
Não fazer imagens;
2177-2185; 2192-2193).
Não dobrar os joelhos diante destes
4° mandamento: "Honrar pai e mãe" (Ex deuses e imagens! (Ex 20,3-5)
20,12). O primeiro mandamento, manda escolher
entre Javé e outros deuses, isto é, entre a
Este mandamento nos manda honrar e
liberdade e a opressão, entre a vida e a morte.
respeitar os pais e aqueles que Deus, para o nosso
Quem quer ser da comunidade do povo de
bem, revestiu com a sua autoridade (cf. CIC 2196-
Deus, deve aceitar Javé como Deus único e
2200; 2247-2248). Remete-nos, também, à
verdadeiro (Dt 6,4-5), pois Javé é um Deus
valorização da família, na qual se estabelecem
apaixonado pelo povo (Ex 20, 5-6). Quem quer ser
relações pessoais e responsabilidades primárias.
do povo de Deus deve romper o sistema do faraó
Em Cristo, a família torna-se igreja doméstica,
e dos reis que usam a religião como meio para
porque ela é comunidade de fé, de esperança e de
oprimir e explorar o pobre.
amor (cf. CIC 2201-2205; 2249).
Jesus pede para romper com o sistema dos
Em relação aos pais, os filhos devem
falsos deuses: "Ninguém pode servir a dois
respeito (piedade filial), reconhecimento,
senhores" (Mt 6,24).
docilidade e obediência, contribuindo, assim,
Jesus resgatou a imagem verdadeira de
também com as boas relações entre irmãos e
Deus que é o próprio ser humano, o próximo,
irmãs, para o crescimento da harmonia e da
criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1,27).
santidade de toda a vida familiar. Se os pais se
Ele mandou amar o próximo e dar a vida pelo irmão
encontrarem em situação de indigência, de
(Mt 22,39; Jo 15,13).
doença, de solidão ou de velhice, os filhos adultos
Há pessoas que para obedecer o primeiro
devem-lhes ajuda moral e material (cf. CIC 2214-
mandamento tiram da parede da casa as imagens
2220; 2251).
ou fotografias. Pensam que assim cumprem o
Os pais, participantes da paternidade
mandamento.
divina, são os primeiros responsáveis pela
Mas o importante é não apoiar o sistema,
educação dos filhos e os primeiros anunciadores
em nome de um falso deus, que explora e oprime o
da fé. Têm o dever de amar e respeitar os filhos
povo.
como pessoas e filhos de Deus e, dentro do
possível, de prover as suas necessidades materiais 2º Mandamento: "NÃO PRONUNCIAR O NOME
e espirituais. Em particular, têm a missão de DE DEUS EM VÃO"
educá-los na fé cristã (cf. CIC 2252-2253).
O segundo mandamento completa o primeiro
e lhe dá maior força.
Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Ele diz:
Vol II, Ed. Vozes, 2008 – p. 81-83.
78
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
No Egito, a invocação dos deuses encobria o observância do dia de descanso, ou dia do sábado.
roubo, a injustiça, as mordomias, as mentiras. Sábado quer dizer "sétimo dia". Nós costumamos
Diziam que era o "direito dos reis" (1Sm falar em "santificar os domingos e os dias santos
8,11-18). de guarda".
momento em que começou a libertar o povo do "Trabalharás durante seis dias, e neles
Egito. (Ex 3,13-15). farás todas as tuas obras. O sétimo dia, porém, é
Javé quer dizer: Emanuel, Deus-conosco, o sábado de Javé, teu Deus! Nele não farás
presença libertadora. nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a
É o resumo da garantia dada a Moisés na tua filha, nem o teu animal, nem o estrangeiro que
sua missão de libertar o povo: "Eu estarei com está nas tuas portas. Porque em seis dias Javé
você!" (Ex 3,12). Jesus é Emanuel, o Deus-conosco fez o céu, a terra, o mar, e tudo que eles contém,
Ele é a nova maneira de Deus estar abençoou o dia do sábado e o santificou" (Ex 20.
"Por causa do seu nome, ele guia o povo por não trabalhar e ir à Igreja?
Quem tem a coragem de levar a sério o para impedir que a escravidão voltasse a oprimir o
da sua libertação (Sl 90,14). O povo tinha que trabalhar e produzir, sem
Depois da ressurreição, Jesus recebeu um descanso (Ex 5. 7-9). O faraó não queria dar
novo Nome que está acima de todo Nome (Fl 2,9). licença para o povo celebrar e fazer festa (Ex 5.
O Nome de Jesus é o SENHOR (Fl 2,11; At 4-5). Mais tarde, na escravidão da Babilônia, o
Mas, não basta dizer: "Senhor! Senhor!" É pescoço, estamos esgotados pelos trabalhos
preciso praticar a vontade do Pai (cf. Mt 7,21), forçados, oprimidos em dura escravidão" (Lam
79
É por isso que Javé, teu Deus, te ordenou Era o que hoje chamamos a "grande família
guardar o dia do sábado!" (Dt5,15). patriarcal". Era um conjunto de várias outras
Ao celebrar o sábado, a comunidade deve famílias que moravam no mesmo lugar e que eram
também se lembrar das maravilhas que Javé unidas entre si por laços de parentesco.
realizou. Várias famílias formavam um clã. Vários clãs
Deve ser uma esperança de libertação, formavam uma tribo.
força na luta e na alegria de ser conduzida pelo A "família" daquele tempo correspondia ao
poder de Deus e pelo trabalho dos homens. Mas, nosso povoado, hoje.
este mandamento não é observado, porque o Dentro da sociedade, ela exercia a função
trabalhador no dia de descanso, muitas vezes, que hoje está começando a ser exercida pelas
precisa trabalhar para dar comida aos seus filhos. comunidades. Assim, "honrar pai e mãe" era não só
E muitos não celebram, na comunidade, a respeitar os pais, mas era também respeitar a
esperança de libertação e as maravilhas de Deus. autoridade dos "pais" da comunidade.
No Novo Testamento, Jesus reforça o
4º Mandamento: "HONRAR PAI E MÃE PARA
poder das comunidades.
TER LONGA VIDA NA TERRA"
Em caso de algum abuso ou crime, ele diz,
O quarto mandamento inclui uma promessa deve-se procurar resolver o caso no grupo menor
para aquele que o observar. Ele diz: possível!
"Honra teu pai e tua mãe, para que se Se isto não der certo, deve-se apelar para a
prolonguem teus dias na terra que Javé, teu Deus, "Igreja" isto é, para a "comunidade".
te dá!" (Ex 20,12). Qual é o sentido deste E aquilo que a comunidade decidir fica
mandamento? decidido pelo próprio Deus! (Mt 18,15-18).
O texto da Bíblia é claro: todos são Por tudo isso, o renascimento das
obrigados a honrar pai e mãe. comunidades em fase de organização no Brasil e
Mas em que sentido este respeito pelos pais na América é uma semente de esperança para o
pode contribuir para prolongar a permanência do surgimento de uma sociedade menos opressora e
povo na terra que ele vai conquistar? Os egípcios mais fraterna, do jeito que Deus quer.
também diziam aos filhos: "Honra teu pai e tua
mãe!"
Fonte: Fé, Vida e Comunidade, Livro do
Quando hoje dizemos "honra teu pai e tua
Catequista, Ed. Paulus, 2003. P. 100 a 104
mãe", pensamos nas famílias em que nascemos.
Famílias relativamente pequenas: pai, mãe e filhos.
Cada uma delas vive a sua vida, independente da
outra. Na Bíblia, porém, a família era mais ampla.
80
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
81
19º ENCONTRO: MANDAMENTOS: DIGNIDADE À VIDA (5º, 7º e 10º)
1. Objetivos:
Reconhecer a dignidade da vida humana.
Assumir a defesa da vida no dia a dia.
Reconhecer que somos muito importantes no plano de amor de Deus,
que nos criou para sermos felizes e vivermos como pessoa e não como
objeto.
2. Conteúdo do Encontro:
Respeitar e valorizar a santidade da vida, por isso proíbe o atentado
contra a vida.
Identificar os sinais de morte em nossa sociedade.
Não se mata só com armas, mas através dos sentimentos, das
palavras: ódio, raiva, vingança, mentira, desprezo, exclusão social.
Atitude de respeito em relação à propriedade alheia.
Ambição, cobiça desregrada dos bens dos outros e a inveja, que consiste na tristeza que se
experimenta perante os bens alheios e o desejo exagerado de se apoderar deles.
3. Desenvolvimento doTema:
Recordar os Mandamentos estudados até agora.
Preparar algumas perguntas sobre os Mandamentos e colocar em uma caixinha. Rodar a caixa entre
os catequizandos batendo palmas. Ao parar de bater palmas, quem está com a caixa tira uma
pergunta e responde. Colocar também algumas perguntas sobre os Mandamentos que dizem
respeito à dignidade da vida.
A vida é sagrada e desde o seu início e ninguém pode destruir um ser humano, pois é um ato
gravemente contrário à dignidade da pessoa e à santidade do Criador.
Respeito dos bens alheios, mediante a prática da justiça e da caridade, da temperança e da
solidariedade.
Significado da palavra cobiça.
Retomar a importância de ter como propósito procurar viver no dia a dia os Mandamentos de Deus.
Pedir que memorizem os Mandamentos.
4. Leitura utilizada: Gn 1, 26; Am 8, 4-8; Mt 6, 19- 23, Sl 119[118], 1-3.6.8-14
5. Ambientação: toalha, bíblia, vela acesa, cartaz com imagem de Jesus.
6. Material utilizado:
cartazes e frases ou notícias de assassinatos, roubos etc;
cartaz com imagem de Jesus;
tiras de papel com os versículos do salmo
7. Atividades: orientar as atividades
8. Momento de oração:
Coloque em evidência a imagem de Jesus e num recipiente sobre a mesa, os versículos do salmo, ao
lado da Bíblia e da vela acesa.
Organize a turma círculo em volta da Bíblia e da imagem de Jesus e diga que Ela vai rezar o salmo
“conosco”.
Peça que cada catequizando retire um versículo e proceda a leitura.
Após a leitura conduzir um breve momento de agradecimento a Deus pelo conteúdo aprendido
neste encontro.
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
seu proprietário. É o que também acontece no Vol II, Ed. Vozes, 2008 – p. 83, 87-89.
"0uvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás! "Eu sou Javé, teu Deus, que te fez sair do
Aquele que matar terá que responder em juízo. Egito, da casa da escravidão. Por isso: não
Eu, porém, vos digo: aquele que se encolerizar furtarás". Mas também no Egito era proibido
contra o seu irmão, terá que responder em juízo." roubar. Os ladrões eram presos como em qualquer
(Mt 5, 21-22). Conforme Jesus, só observa outra sociedade. Desta maneira, o faraó até
dentro de si tudo aquilo que pode levar ao Pois, prendendo e castigando os ladrões, ele
assassinato: raiva, xingamento, maldição (Mt 5, dava segurança aos seus súditos. Em que ponto,
22), chegando à plenitude do amor a Deus e ao então, o sétimo mandamento significava uma
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
O sistema do faraó e dos reis de Canaã era A observância deste mandamento ajudava o
baseado no roubo. O faraó e os reis podiam tomar povo a evitar o acúmulo de bens e a explorar o
as terras, os animais, os produtos, os empregados, irmão.
os filhos e as filhas do povo. Ele fazia entender que a Providência Divina
Era um "direito do rei", reconhecido por lei passa pela organização fraterna e justa do povo.
(1Sam 8,11-18). E por isso, tais atitudes do faraó
10º Mandamento: “NÃO COBIÇAR O QUE
e dos reis não eram consideradas como roubo.
PERTENCE A TEU PRÓXIMO”
Como exemplo, o Rei Salomão chegou a ter
uma renda anual de 666 talentos de ouro (1Reis O último mandamento ataca e combate a
10,14). São mais de 22 toneladas de ouro! Chegou ganância e a cobiça. A ganância do faraó era
a empregar, em trabalhos forçados na construção grande. Ele era imitado pelos reis de Canaã. Basta
do templo, mais de 180.000 operários (1Reis 5, 13- lembrar a ganância do rei Salomão. Quando o
16; ou 1 Reis 5, 27-30). Era dono de uma frota de profeta Samuel, velho já, encerrou a sua carreira
navios (1Reis 9, 26-28; 10, 22). No seu palácio, os de chefe e Juiz, ele prestou contas de sua gestão
pratos, os copos e os talheres eram de ouro puro e mostrou que nunca tinha sido ganancioso (1Sm
cavaleiros (1Reis 10, 26). Diariamente, recebia Samuel era obrigado a prestar contas, a
13.500 litros de flor de farinha e 27.000 litros de submeter-se à crítica do povo. Depois de Samuel
pasto, além de outras coisas, dadas pelos Os reis nunca prestaram contas ao povo.
prefeitos, nomeados por ele, no país inteiro (1Reis Imitando o faraó e os outros reis, eles começaram
4,22-23 27-28; ou 1 Reis 5, 2-3.7-8). a acumular, levados pela ganância. Davi foi
Da mesma maneira o faraó roubava as Por isso, não adiantava proibir o roubo, se
terras, não pagava salário, roubava a força física não se combatia também a ganância que produz o
clamor da boca do povo e fazia o povo chorar de Assim, o último mandamento ataca a raiz da
angústia (Ex 3, 7). Este roubo não era castigado, opressão, combate a sua causa mais profunda:
nem era chamado de roubo. Mas Deus o observou, "Não cobiçarás nada do que pertence a teu
o examinou, percebeu as conseqüências e, na sua próximo". Esta lei é para impedir que o sistema da
lei, ele decretou: "Não furtarás." (Ex 20,15). Por escravidão volte a reinar e a dominar o povo. Ela
esse decreto Deus não se dirige a uma pessoa defende o direito que os pequenos têm de possuir
isoladamente, mas ao próprio povo. Ele deseja uma o necessário para viver.
nova organização que não seja baseada no roubo Os primeiros cristãos conseguiram realizar
Também havia leis para impedir os roubos Em vez de cobiçar e acumular, vendiam seus
segurança fosse total, e onde cada um fosse Mas, quando São Tiago escreve sua carta,
respeitado nos meios de vida que possuía. Uma anos mais tarde, a situação já não era assim.
sociedade assim dava tranquilidade e favorecia a Ele condena violentamente os ricos que se
convivência e a confiança mútua. enriqueciam à custa dos pobres sem defesa. São
Tiago diz aos ricos: "Vocês condenaram o justo e
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o mataram, porque ele não oferecia resistência" Só assim teria poder para impedir que a
(Tg 5,6). ganância tornasse a se infiltrar na cabeça do povo.
A fraqueza, sem defesa do pobre, suscita e
aumenta a ganância e a prepotência impune dos Fonte: Fé, Vida e Comunidade, Livro do
ricos. Catequista, Ed. Paulus, 2003 - p. 104-111
Por isso, o último mandamento conclama o
povo oprimido, que acabava de sair da escravidão,
a se organizar de maneira diferente.
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
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20º ENCONTRO: MANDAMENTOS: DIGNIDADE À VIDA (6º, 8º e 9º)
1. Objetivos:
Descobrir a importância dos Mandamentos da Lei de Deus como
proposta de vida para amar o próximo seguindo a sua vontade.
Saber rezar os Dez Mandamentos para poder vivê-los, pois são
Palavras de Vida.
Valorizar a verdade e o cultivo de verdadeiras amizades a exemplo de
Jesus.
Compreender a sexualidade como uma dimensão para o ser humano
viver o amor.
2. Conteúdo do Encontro:
Deus criou o ser humano como homem e mulher, com igual dignidade pessoal e inscreveu nele a
vocação ao amor e à comunhão.
Comentar quais atitudes estão contra o sexto e nono mandamento.
Conversar sobre a família.
Falar sobre o sexo, sobre o relacionamento “homem e mulher”.
Deus não fez o homem e a mulher para ficar sozinho. Ele fez o homem para que um ajudasse o
outro, por isso é natural que o homem e a mulher gostem de ficar juntos. Eles precisam um do
outro e desejam formar uma família.
Nós nos comunicamos com o outro com todos os nossos sentidos (falando, ouvindo); comunicamo-nos
também através do sexo.
O diálogo com o corpo só é sincero se há respeito entre o homem e a mulher. Nunca considerar o
corpo do outro como um objeto.
Lembrar sempre que cada pessoa é Templo onde mora Deus, á casa de Deus.
A falsidade e hipocrisia são as atitudes que Jesus mais condena, porque vem do orgulho e matam a
amizade entre as pessoas.
3. Desenvolvimento do Tema:
Apresentar vários cartazes de casais e deixar que falem sobre eles.
Perguntar o que entendem por sexualidade.
Em nossa sociedade muitas vezes a sexualidade está banalizada, a falta de valores, a dificuldade
de viver valores que são contrários ao que a maioria das pessoas pensa.
Nosso mundo entende sexo como valor em si mesmo. Está desvinculado do compromisso com o
outro. Muitos pensam no outro como um objeto.
A sexualidade deve nos ajudar a ser mais gente, a ser mais feliz.
A força da graça de Deus na sexualidade.
Deus quer que as pessoas cuidem bem da própria vida e da vida dos outros.
O 8º Mandamento nos ensina a ser leais e sinceros. Jesus não gosta daqueles que por fora são de
um jeito e por dentro de outro.
A falsidade prejudica a nós mesmos. Um pecado grave é a calúnia. Caluniar uma pessoa é falar
coisas dela sem saber se é verdade. Jesus pede que não julguemos ninguém.
4. Leitura utilizada: Ef 5, 31-33; Ef 5, 25-28; Mt 5, 33-37
5. Ambientação: toalha, bíblia, imagem.
6. Material utilizado: Figuras de casais, felizes e infelizes.
7. Atividades: orientar as atividades
8. Momento de Oração: Escrever a oração pedida na apostila. Depois cada um deverá rezá-la em silêncio,
fazendo com Jesus o compromisso de ser sempre sincero e puro de coração. Encerrar com a oração
do Pai Nosso.
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
direito. ADULTÉRIO"
A lisonja ou adulação, se a sua finalidade for a No sexto mandamento, a lei de Deus mostra
realização de pecados graves ou a obtençãoo a sua profundidade e a sua importância.
de vantagens ilícitas. A mudança que ela quer realizar na
O oitavo mandamento requer o respeito à sociedade é radical e total.
verdade, acompanhado pela discrição da caridade: O relacionamento deve ser um
na comunicação e na informação, que devem relacionamento de amor e de fraternidade. Não
assegurar o bem pessoal e comum, a defesa da basta que se criem relacionamentos de igualdade
vida particular e o perigo de escândalo; na reserva no campo político, econômico e social. O
dos segredos profissionais, que se devem sempre relacionamento de igualdade deve penetrar no
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núcleo mais íntimo da vida humana que é o opressão que é a dominação da mulher pelo
relacionamento homem-mulher, no casamento. homem.
É o passo concreto que a lei de Deus dá no É um desafio!
sexto mandamento: "Não cometerás adultério".
8º Mandamento: "NÃO DIRÁS FALSO
Este mandamento não faz distinção entre
TESTEMUNHO"
homem e mulher.
Tanto ao homem como à mulher, não é Deus declara ao grupo de Moisés: "Eu sou
permitido trair o seu companheiro. Javé, Deus, que te fez sair do Egito, da casa da
Na realidade, a mulher levou desvantagem escravidão. Por isso: “não dirás falso testemunho
frente ao homem na aplicação concreta deste contra teu irmão!” (Ex 20,2.16).
Dava-se mais liberdade ao homem do que à 1.Não imitar o exemplo dado pelo sistema
No NT, Jesus retoma o ideal que Deus tinha sobretudo o pobre, nos tribunais da justiça.
em mente quando deu o sexto mandamento: 2. Lutar para criar uma nova
"Ouvistes que foi dito: Não cometerás adultério". organização na qual seja possível todos
Eu, porém, vos digo: todo aquele que lançar um conseguirem os seus direitos na justiça. E que já
olhar de cobiça para uma mulher, já cometeu não seja possível alguém levantar contra o seu
Naquele tempo, o divórcio era facilitado. Por No código da aliança, a Bíblia dá uma série
qualquer motivo o homem podia mandar embora a de normas como fazer isto concretamente (Ex
princípio o Criador os fez homem e mulher?" (Mt Além disso, o que se quer promover com a
E ele proibiu que a esposa fosse repudiada. verdade se torne novamente a base do
outra mulher, cometia adultério e era motivo para Sem o amor à verdade, a possibilidade de
que a sua esposa também cometesse adultério (Mt diálogo é destruída na sua raiz e a convivência
Esta palavra de Jesus impressionou os Jesus veio revelar esta intenção do Pai. Ele
apóstolos, que disseram: “Se é assim a condição disse: “Que o vosso sim, seja sim, e o vosso não,
do homem em relação à mulher, então não vale a seja não!” (Mt 5, 37). A organização igualitária do
Isto é um sinal de que Jesus limitou a de economia e de política.É também uma questão
Ele quis restabelecer a igualdade. verdade vos libertará!” (Jo 8, 32). Aqueles que
O sexto mandamento foi reduzido à pratica caminham e lutam com Javé por uma nova
da castidade, num esforço de respeitar o próprio sociedade devem praticar o amor à verdade.
A Bíblia quer mais do que isto. base e criam condições para uma nova justiça;
Ela quer que seja respeitada a imagem de A sociedade garante a justiça social.
Deus no ser humano, no respeito mútuo, sem Quando realiza as condições que permitem às
Mas, motivado pelo crescimento igual e devido, segundo a sua natureza e vocação.
harmonioso do homem e da mulher, acabando com A justiça está ligada ao bem comum e ao
uma das raízes mais profundas do sistema de exercício da autoridade (CIC 1928)
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu Catequista, Ed. Paulus, 2003 – p. 106, 109-
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1º TEMA EXTRA: QUARESMA E CAMPANHA DA FRATERNIDADE
1. Objetivos:
Refletir o que é quaresma e como o cristão vive este período.
Refletir sobre o tema e lema da Campanha da Fraternidade
2017.
Cuidar da criação, de modo especial dos biomas brasileiros, dons
de Deus, e promover relações fraternas com a vida e a cultura
dos povos, à luz do Evangelho. (Objetivo Geral de CF-2017).
2. Conteúdo do Encontro:
Criar um quadro com os 40 dias da quaresma (Ver modelo no final
deste encontro).
Distribuir pedaços de folhas coloridas (15 cm X 10 cm) para os
catequizandos, que deverão dobrar ao meio.
Colar os pedados dos papéis em um papel cartão, colocando os
quarenta dias da quaresma.
Fazer um calendário do período quaresmal: para cada semana escolher um versículo bíblico sobre a
natureza para memorizar e colocar uma figura que expresse ideias de sustentabilidade.
3. Desenvolvimento do Tema:
Ler com os catequizandos o texto da apostila, explicando passo a passo sobre a Quaresma.
Fazer em conjunto com a classe o registro da semana – escrever em cada quadrinho uma atitude,
uma boa ação que deverá ser feita naquele dia, durante a quaresma.
Combinar a cada encontro as ações da semana.
Orientar na execução do calendário quaresmal.
Para explicar sobre a fraternidade, a solidariedade, contar a história:
A pomba e a formiga.
Às margens de um riacho cristalino, uma pomba bebia água, quando viu uma formiga no meio da
correnteza. Em vão a formiga se esforçava par alcançar a margem. Então, a pomba jogou na água um
raminho de mato, e a formiga conseguiu agarrar e se salvar.
Nesse mesmo tempo, passava um caçador que, ao ver a pomba, pensou em abatê-la. Ficou imaginando o
belo prato de pomba assada. Quando se preparava para atirar, sentiu uma picada no calcanhar. O caçador
abaixou-se para ver o que o tinha picado. Era a formiga, a mesma que tinha acabado de ser salva pela
pomba! Bem depressa, a pomba aproveitou para fugir da mira do caçador. Quando este olhou de novo para
o rio, seu almoço tinha desaparecido.
Comentar a história:
Quando é que eu ajo do mesmo jeito que a formiga?
Quando é que sou pomba?
Quando sou caçador?
Quem foi solidário e fraterno?
A cada ano a Campanha da Fraternidade faz importantes reflexões sobre alguma problemática que
aflige nossa sociedade.
Neste ano a Campanha da Fraternidade nos convida a pensar nos BIOMAS BRASILEIROS E
DEFESA DA VIDA. (Mostrar o cartaz)
Tema: Fraternidade: Biomas Brasileiros e defesa da vida
Lema: “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2, 15)
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Lc 8, 5-8 – Comentário: Para que a vida possa existir
e se multiplicar, é preciso semear. O vento, os pássaros, as borboletas espalham as sementes e fazem a
vida brotar. Você já plantou uma árvore?
5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem cartaz da Campanha da Fraternidade, mapa do Brasil,
colocar figuras que mostrem os biomas brasileiros.
QUARESMA
QUARESMA
19/03
Boas
atitudes da
semana
93
2º TEMA EXTRA: FRATERNIDADE E BIOMAS DO BRASIL
1. Objetivos:
Cuidar da criação, de modo especial dos biomas brasileiros, dons de Deus, e promover relações
fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do Evangelho. (Objetivo Geral de CF-2017).
2. Conteúdo do Encontro:
Seguir a orientação do Texto-Base da CF-2017, sobre o conteúdo a ser trabalhado. Ver
aprofundamento do catequista.
Nesta Campanha nós vamos conhecer os biomas brasileiros, para aprender como cuidar da criação,
que é dom de Deus e promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do
Evangelho. Isso quer dizer que à luz da fé vamos conversar sobre o significado dos desafios
apresentados pela situação atual dos biomas e dos povos que neles vivem.
Explicar quais são os biomas brasileiros (se possível apresentar figuras).
3. Desenvolvimento do Tema:
Uma história para ajudar a refletir:
“Carlinhos mora no interior. No sítio onde ele mora tem muitos animais domésticos, animais
selvagens e muita vegetação. Em um domingo, ele foi visitar sua prima que mora na cidade. Ela o
levou a conhecer a cidade e ele ficou impressionado e muito triste pelo que viu: as águas dos rios
estavam escuras e cheias de lixo, os parques, as praças tinham poucas árvores, muito lixo no meio
dos jardins mal cuidados, muitas pessoas morando debaixo das marquises. Ele achou que a cidade é
um lugar ruim de morar. Quando ele perguntou a sua prima o porquê de tanta sujeira, sua prima não
soube responder. Carlinhos voltou para seu sítio com muitas perguntas que as pessoas não sabiam
responder.”
Conversar: vocês acham a natureza bonita? A natureza foi criada por Deus. Nós também fazemos
parte da natureza. Como vocês acham que a gente deve cuidar da natureza? Quando você cuida
natureza e trata com respeito e atenção as pessoas você está exercitando a fraternidade.
O lema da Campanha da Fraternidade 2017 deve ser assumido por todos nós. Durante muito tempo,
as pessoas usaram a natureza tirando dela tudo de bom e deixando o lixo, a poluição, desmatamento que
pouco a pouco destroem a natureza de Deus. No texto do Gênesis Deus fala da árvore do bem e do mal.
Quando você acha que o homem é bom para a natureza e quando ele é mau? O que você mais aprecia na
natureza de Deus?
5. Ambientação: organizar com os catequizandos um espaço que lembre um jardim: plantas, pássaros,
flores, borboletas, um pequeno lago... (usar a imaginação e criatividade)
6. Material utilizado: Apostila, bíblia, mapa do Brasil / cartaz da Campanha da Fraternidade 2017
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
2. Lendo a história de Carlinhos, o que nós podemos fazer para melhorar o ambiente em que
vivemos?
3. Lendo os dois textos, o que estamos fazendo com a criação de Deus?
Solicitar que os catequizandos conversem em casa sobre o que vivenciaram no encontro e com seus
familiares refletirem como em suas famílias veem as maravilhas que Deus fez para todos, o que
podem fazer para não estragar essas maravilhas e como se relacionam com a natureza que é
criação de Deus. Anotar na apostila as ideias sobre o que conversaram.
8. Momento de Oração – Rezar a oração da Campanha da Fraternidade 2017 (apostila).
ORAÇÃO
Deus, nosso Pai e Senhor, nós vos louvamos e bendizemos, por vossa infinita bondade
Criastes o universo com sabedoria e o entregastes em nossas frágeis mãos
para que dele cuidemos com carinho e amor
Ajudai-nos a ser responsáveis e zelosos pela Casa Comum
Cresça em nosso imenso Brasil
o desejo e o empenho de cuidar mais e mais da vida das pessoas
e da beleza e riqueza da criação
alimentando o sonho do novo céu e da nova terra que prometestes. Amém!
95
é, ao mesmo tempo, um voltar-se para Deus, para o povos? O que restou daquelas águas? O que restou
próximo e para a vida da criação que nos cerca. O daquela imensa biodiversidade que maravilhava os
enfoque da Iniciação à Vida Cristã da Quaresma olhos? O ambiente que vivemos interessa a todos os
próprio do ciclo do Ano A, ressalta que a conversão e seres humanos, independentemente de sua religião,
a adesão à vida de fé em Jesus Cristo implicam uma credo, ou mesmo sem nenhum deles. Precisamos nos
nova postura diante da realidade em que se encontra perguntar qual destino estamos dando a tantas
a vida nos diversos biomas brasileiros. Como é que riquezas e qual Brasil queremos deixar para as
alguém poderá celebrar a Páscoa ou os sacramentos gerações futuras.
que o inserem no mistério de Cristo alheio à vida da Nesse começo do 3° milênio, somos uma população
criação na qual está mergulhado e que o sustenta? de mais de 200 milhões de brasileiros, 80% vivendo
A Igreja Católica já há algum tempo tem sido uma em cidades. O impacto dessa concentração
voz profética a respeito da questão ecológica. Não populacional sobre o meio ambiente produz dilemas
apenas tem chamado a atenção para os desafios e que põem em risco as riquezas naturais. O avanço das
problemas ecológicos, como tem apontado suas tecnologias em todos os campos, tende a distanciar
causas e, principalmente, tem apontado caminhos as pessoas dos problemas socioambientais que estão
para sua superação. As Igrejas particulares, ao seu redor. Os povos que perderam seus
Comunidades Eclesiais de Base, Pastorais Sociais, territórios, tantas vezes dados por extintos,
Semanas Sociais Brasileiras, Fóruns das Pastorais reivindicam seu lugar na sociedade, sua cidadania,
Sociais, o Grito dos Excluídos, muito se aproximaram com a prerrogativa de viverem conforme suas leis e
do nosso povo para defender seus direitos e para suas tradições, sendo plenamente reconhecidos como
promover a convivência harmônica com o meio brasileiros. Além do mais, pertencemos a uma mesma
ambiente em todo o Brasil. casa comum, condividindo esse planeta com sete
Vamos, então de forma simples, abordar cada um bilhões de pessoas e bilhões e bilhões de seres vivos.
de nossos biomas, com seus respectivos povos, sua Somos cidadãos globais. Esse fato implica que a
situação atual, procurar entender suas tensão entre a economia e a ecologia se colocou como
características e problemas fundamentais. À luz da o maior desafio para a humanidade. É de sua equação
fé, nos interrogaremos sobre o significado dos harmônica que depende o futuro da humanidade e de
desafios apresentados pela situação atual dos biomas todos os seres vivos que habitam a Terra.
e dos povos que neles vivem. Objetivo Geral
A expressão bioma vem de “bio”, que em grego Cuidar da criação, de modo especial dos biomas
quer dizer “vida” e “oma”, sufixo também grego que brasileiros, dons de Deus, e promover relações
quer dizer “massa, grupo ou estrutura de vida”. Um fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do
bioma é “um conjunto de vida (animal e vegetal) Evangelho.
constituído pelo agrupamento de tipos de vegetação Objetivos Específicos
contíguos e identificáveis em escala regional, com Aprofundar o conhecimento de cada bioma,
condições geoclimáticas similares e história de suas belezas, de seus significados e importância
compartilhada de mudanças, o que resulta em uma para a vida no planeta, particularmente para o povo
diversidade biológica própria”. brasileiro.
Assim, um bioma é formado por todos os seres Conhecer melhor e nos comprometer com as
vivos de uma determinada região, cuja vegetação é populações originárias, reconhecer seus direitos, sua
similar e contínua, cujo clima é mais ou menos pertença ao povo brasileiro, respeitando sua história,
uniforme, e cuja formação tem uma história comum. suas culturas, seus territórios e seu modo específico
Por isso, a diversidade biológica também é parecida. de viver.
Há teses de sete e até oito biomas, considerando os Reforçar o compromisso com a
manguezais como um deles e outro marinho, mas esse biodiversidade, os solos, as águas, nossas paisagens e
não é o reconhecimento oficial. No Brasil temos seis o clima variado e rico que abrange o chamado
biomas: a Mata Atlântica, a Amazônia, o Cerrado, o território brasileiro.
Pantanal, a Caatinga e o Pampa. Nesses biomas vivem Compreender o impacto das grandes
pessoas, povos, resultantes da imensa miscigenação concentrações populacionais sobre o bioma em que se
brasileira. insere.
Hoje, mais de 500 anos depois da chegada dos Manter a articulação com outras igrejas,
colonizadores, seria interessante nos perguntar: O organizações da sociedade civil, centros de pesquisa
que restou daquela floresta? O que restou daqueles e todas as pessoas de boa vontade que querem a
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
preservação das riquezas naturais e o bem-estar do sofrer as mais diversas formas de pressão para abrir
povo brasileiro. caminho para o “desenvolvimento e o progresso” que
Comprometer as autoridades públicas para chegava do Sul e do Sudeste para “redimir” a
assumir a responsabilidade sobre o meio ambiente e Amazônia do “atraso” em que vivia. Estava instaurado
a defesa desses povos. um novo período colonial no Brasil, a Amazônia se
Contribuir para a construção de um novo tornava a mais nova colônia do Brasil.
paradigma econômico ecológico que atenda às Há décadas os conflitos pelo território estão
necessidades de todas as pessoas e famílias, marcando toda a região amazônica. As populações
respeitando a natureza. tradicionais defendem seus direitos seculares,
Compreender o desafio da conversão querem ter seus territórios reconhecidos e
ecológica a que nos chama o Papa Francisco na carta legalizados. São históricas as lutas indígenas pela
encíclica Laudato Si’ e sua relação com o espírito demarcação de suas terras e de seus lagos.
quaresmal. A Amazônia, por sua riqueza em águas e
VER biodiversidade, é cobiçada por corporações do Brasil
OS BIOMAS BRASILEIROS e do mundo inteiro, cada uma em seu respectivo
1. Bioma Amazônia ramo: água, fármacos, essências, minérios, saberes
A Amazônia é o maior bioma do Brasil. ancestrais das populações etc.
Geograficamente é formada pelos estados da região O manejo florestal passou a ser uma atividade na
Norte: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima, qual foram inúmeras as denúncias de trabalho
Rondônia e Tocantins. Mas o bioma avança para os escravo.
estados do Mato Grosso e Maranhão. O problema fundamental da Amazônia é o modelo
A Panamazônia (países que têm floresta de desenvolvimento adotado para a região. Ignorando
amazônica) transcende os limites brasileiros e está a vocação da floresta, seu papel no clima, no ciclo do
também no território da Colômbia, do Peru, da carbono, a fragilidade de seus solos, a contribuição
Venezuela, do Equador, da Bolívia, do Suriname, da para os demais biomas brasileiros, sobretudo no ciclo
Guiana Francesa e da Guiana Inglesa. das águas, o avanço desse modelo tem sido um
Segundo o Ministério do Meio Ambiente: “A desastre denunciado no mundo inteiro.
Amazônia é quase mística: um verde e vasto mundo É preciso reconhecer que a Amazônia contribui
de águas e florestas, onde as copas de árvores para o equilíbrio do planeta com a sua identidade
imensas escondem o úmido nascimento, reprodução e própria. Ela fornece umidade, produtos tropicais,
morte de mais de um terço das espécies que vivem oxigenação etc. O atual modelo econômico quer
sobre a Terra. A Amazônia também contém campos reduzir esse bioma às mesmas características dos
naturais e vegetação de altitude por também atingir outros violentando-o a produzir o que ele não
os Andes, onde muitos rios amazônicos nascem”. suporta.
Com a mesma grandeza e diversidade das formas A Igreja Católica na Amazônia Legal vive e cresce
de vida no bioma Amazônico, são também seus povos com características próprias, enraizadas na
originários, eles são os responsáveis por esse pulmão sabedoria tradicional e na piedade popular que
da mãe terra continuar resistindo, eles são as durante séculos alimentou e continua a manter viva a
principais riquezas deste bioma. espiritualidade dos povos da floresta e das águas, e
O processo do chamado da Amazônia é um agora, do mundo urbano.
exemplo mais que claro de como ele se deu como 2. Bioma Caatinga
reprodução do sistema colonialista que presidiu a A Caatinga encontra-se envolvida pelo clima
formação do Brasil, a partir da chegada dos semiárido, entre a estreita faixa da Mata Atlântica e
portugueses em 1500 e na Amazônia a partir de o Cerrado. Abrange predominantemente territórios
1600. Essa reprodução ficou evidente, em 1970, de 8 estados do Nordeste, mais o Norte de Minas
quando a abertura e construção da Transamazônica. Gerais.
A estrada tinha como objetivo “levar homens sem- Caatinga é uma palavra originária do tupi-guarani,
terra, para uma terra sem homens”. que significa mata branca. A Caatinga é o único bioma
As populações locais, indígenas, posseiros, exclusivamente brasileiro. Tem um clima semiárido e
ribeirinhos, seringueiros, quilombolas e toda uma é o semiárido mais chuvoso do planeta. Trata de um
infinidade de comunidades não tinham importância bioma rico de vida inteligente, adaptada ao clima
nesse processo. Essas populações locais passaram a semiárido. Ela é tão rica que alguns especialistas
97
falam em “caatingas”, no plural, para identificar sua 4. Bioma Mata Atlântica
imensa biodiversidade. A Mata Atlântica abrangia uma área equivalente a
Este bioma, com seu clima e vegetação, plasmou 1.315.460 Km² e estendia-se originalmente ao longo
sobremaneira a formação e a vida social do povo da do que hoje são 17 estados: Rio Grande do Sul, Santa
Caatinga. Podemos constatar uma maior influência Catarina, Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do
das matrizes étnicas indígenas e branca. Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo,
Observa-se, atualmente, que a vida de fé das Bahia, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Pernambuco, Rio
comunidades cristãs, presentes neste bioma, é Grande do Norte, Ceará e Piauí.
marcada pela piedade popular, que se caracteriza A Mata Atlântica era originalmente densa,
pela devoção e pelas romarias, o que se revela no extensa e rica de variedade animal e vegetal, além de
expressivo número de santuários. campos de altitude, mangues e restingas. Entretanto,
3. Bioma Cerrado desde o descobrimento do Brasil que ela vem sendo
O Cerrado é uma vegetação típica de locais com destruída, o pau-brasil, característico dela, foi o
estações climáticas bem definidas (uma época bem principal alvo de extração e exploração dos
chuvosa e outra seca), ele compõe as regiões com exportadores que colonizavam o Brasil e hoje está
solo de composição arenosa, sendo considerado o praticamente extinto.
bioma brasileiro mais antigo. Sua vegetação é Ainda guarda riquezas naturais: tem poder de
encontrada principalmente na região Centro-Oeste, regeneração. As iniciativas de preservar o que resta
ou seja, ele é característico dos estados do Mato e tentar regenerar o mínimo para não faltar água,
Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins, e regular o clima, ainda é uma esperança viva.
também faz parte das belezas da região oeste de Nesse espaço existem populações praieiras,
Minas Gerais e das regiões sul do Maranhão e do quilombolas, remanescentes indígenas, os “caiçaras”,
Piauí. além da imensa concentração populacional urbana.
O solo do cerrado caracteriza-se por apresentar A evangelização chegou junto com os primeiros
cor avermelhada, em função da grande presença de colonizadores, embora esse seja um processo
óxido ferroso. Outra característica do solo do contraditório em nossa história.
cerrado é o fato dele apresentar pH baixo. Com a chegada dos primeiros missionários
Esse bioma contribui para as águas das principais jesuítas, deu-se início ao processo de aldeamentos, a
bacias hidrográficas brasileiras. Grande parte das construção de conventos e colégios.
águas tem sua origem na Amazônia, sendo recebidas 5. Bioma Pantanal
e acumuladas no Cerrado, que funciona como uma O bioma Pantanal é considerado uma das maiores
grande “caixa d’água”. Daí suas águas são extensões úmidas contínuas do planeta e o de menor
redistribuídas pelo território nacional, confirmando extensão territorial no Brasil, entretanto este dado
assim a grande importância deste bioma no ciclo das em nada desmerece a exuberante riqueza que o
águas, com sua consequente preservação. Como referente bioma abriga.
podemos perceber o Rio São Francisco recebe suas Situado dentro da Bacia do Alto Paraguai, o bioma
águas, quase em sua totalidade, do Cerrado e as Pantanal é considerado como Reserva Biosfera e
distribui em outras regiões. patrimônio Natural Mundial pela UNESCO. Seu
Os povos do cerrado são a principal e maior território envolve três países sendo 70% dessa
riqueza deste bioma. Os indígenas são os primeiros planície no território brasileiro (nos estados do Mato
habitantes do Cerrado. Os camponeses, junto às Grosso e Mato Grosso do Sul), 20% na Bolívia e os
comunidades indígenas, constituem os grupos outros 10% no Paraguai.
importantes no Cerrado. Outro grupo importante é a O Pantanal tem uma das maiores extensões
dos agricultores familiares. Também há grupos de úmidas contínuas do mundo, com grande beleza e rica
assentados, acampados e extrativistas, que lutam biodiversidade.
pela desapropriação de áreas para fins de Reforma Quando chegaram os primeiros colonizadores
Agrária e pela criação de Unidades de Conservação europeus, o Pantanal já era ocupado por importantes
de Usos Sustentável. povos indígenas de várias etnias. Hoje a maioria vive
Seguimentos e organismos ligados à Igreja em uma área indígena do Pantanal, porém alguns
Católica, como a Conferência dos Religiosos do Brasil optaram por viver em cidades da região ou trabalhar
e a Comissão Pastoral da Terra, bem como a atuação nas fazendas.
de algumas dioceses, tem transformado realidades Além do turismo de pesca, também desenvolveram
em várias partes do estado. o turismo ecológico e rural, que, na última década,
98
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
100
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
1. Objetivos:
Favorecer ao catequizando a percepção de que o sofrimento de
Jesus por amor a nós foi para nos levar a vivo com Ele a sua
ressurreição.
Reconhecer a alegria da vida nova que Jesus veio nos propor e
valorizar os símbolos dessa proposta.
2. Conteúdo do Encontro:
Explicar cada dia da Semana Santa (do Domingo de Ramos até o
Domingo de Páscoa)
Retomar o compromisso da quaresma.
3. Desenvolvimento do Tema:
Utilizar cartazes para explicar cada dia da Semana Santa e ler com os catequizandos o texto da
apostila.
Fazer a Via Sacra (sugestão em anexo).
Incentivar os catequizandos para que participem dos dias da Semana Santa na paróquia.
DOMINGO DE RAMOS: Jesus entra em Jerusalém e é aclamado com ramos de Palmeira e cantos
de Hosana.
QUINTA-FEIRA SANTA: Jesus reúne os apóstolos e institui a Eucaristia na sua última ceia.
SEXTA-FEIRA SANTA: Jesus é condenado e carrega a sua Cruz até o Monte Calvário, onde
entrega a Sua vida num sacrifício de Amor por toda a humanidade.
SÁBADO SANTO: Tempo de silêncio, recolhimento e espera pela Ressurreição de Jesus.
DOMINGO: “Aleluia! JESUS RESSUSCITOU”, ESTÁ VIVO NO MEIO DE NÓS!” - traz vida
renovada, cheia do Espírito Santo para todos nós!. É DOMINGO DE PÁSCOA!
101
VIA SACRA – 2017
DIRIGENTE: Nesta Quaresma, com a Campanha sofrendo muito de vê-Lo daquele jeito. Era sua
da Fraternidade, tomamos consciência da Mãe, Maria.
realidade de como são tratados os biomas TODOS: Jesus, nós O adoramos. Porque,
brasileiros para assim promover relações morrendo na cruz, Você nos salvou.
fraternas com a vida e cultura dos povos.
Agora, vamos recordar as horas de sofrimento ORAÇÃO: Ó Deus, que sois a fonte da
de Jesus. Essas horas se chamam Via Sacra. A fraternidade, por intercessão de Nossa
cada momento do sofrimento e morte de Jesus Senhora das Dores, ajudai-nos a crescer na
chamamos de Estação. promoção da vida. Isto vos pedimos em nome
Jesus veio ao mundo para trazer vida e paz. É de Jesus, nosso Senhor.
Ele quem nos reúne em oração para fazermos TODOS: Amém!
memória do seu caminho de dor nesta Via Sacra.
4ª Estação:
TODOS: Em nome do Pai, do Filho ... JESUS É PREGADO E MORRE NA CRUZ
1ª Estação: DIRIGENTE: Quando Jesus chegou ao “Gólgota”,
JESUS É CONDENADO À MORTE pregaram-No na cruz entre dois criminosos, um à
sua direita e outro à sua esquerda. Jesus era
DIRIGENTE: Jesus veio ao mundo para ensinar os
homens a viverem em Paz. Mas as pessoas não quiseram inocente. Ele não tinha culpa de nada, mas morreu
mudar de vida e por isso condenaram Jesus à morte. na cruz para nos salvar.
TODOS: Jesus, nós O adoramos. Porque, TODOS: Jesus, nós O adoramos. Porque,
morrendo na cruz, Você nos salvou. morrendo na cruz, Você nos salvou.
ORAÇÃO: Ó Pai, que acolhestes “o espírito de
ORAÇÃO: Ó Pai, a vós que em Jesus vosso
Filho preso, nos recorda a justiça do Reino, vosso Filho” no alto da cruz, concedei que os
ajudai-nos a nos comprometer com todos os povos trabalhem para criar um mundo novo, no
que não têm seus direitos reconhecidos. Isto qual todos os limites sejam superados. Isto vos
vos pedimos em nome de Jesus, nosso Senhor. pedimos em nome de Jesus, nosso Senhor.
2ª Estação: 5ª Estação:
JESUS RECEBE E CARREGA A CRUZ JESUS RESSUSCITA
DIRIGENTE: Depois que condenaram Jesus à DIRIGENTE: Depois do sábado Jesus ressuscita. É
um novo dia, um novo céu, uma nova terra, um novo mar.
morte, deram a cruz para que Ele a carregasse
até o lugar onde seria crucificado. TODOS: Jesus, nós O adoramos. Porque,
morrendo na cruz, Você nos salvou.
TODOS: Jesus, nós O adoramos. Porque,
morrendo na cruz, Você nos salvou. ORAÇÃO: Ó Pai e Senhor da vida, com a
ORAÇÃO: Ó Deus, vós que sois a fonte de toda ressurreição de vosso Filho Jesus Cristo, foi
liberdade, libertai a natureza e toda a humanidade renovada toda a criação. Ajudai-nos sempre a
dos aprisionamentos que prejudicam a vida. Isto descobrir que estais vivo em cada criatura,
vos pedimos em nome de Jesus, nosso Senhor. para manifestar a glória do Ressuscitado. Isto
vos pedimos em nome de Jesus, nosso Senhor.
TODOS: Amém!
TODOS: Amém!
3ª Estação:
JESUS ENCONTRA SUA MÃE DIRIGENTE: Queridas crianças, estamos
DIRIGENTE: Quando Jesus caminhava com a encerrando a nossa Via Sacra, lembrando que,
cruz às costas, havia muitas pessoas que O para que Jesus possa ressuscitar no nosso
olhavam no caminho. Algumas pessoas não ligavam coração, é importante estarmos sempre perto
Dele e valorizar e cuidar da vida e da natureza.
para o seu sofrimento. Mas no meio das pessoas
estava alguém que amava muito Jesus, que estava TODOS: PAI NOSSO.......
102
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
1. Objetivo:
Fazer com que os catequizandos conheçam o santo padroeiro e conscientizá-los sobre o chamado
de Deus para uma vida santa. Fazer com que conheçam a sua Paróquia
2. Conteúdo:
Nós também podemos e devemos ser santos
História do Santo Padroeiro e história da Paróquia
3. Desenvolvimento do tema:
Todos nós somos chamados à santidade (Mt 5,48 e I Ts 4,3)
Perguntar se sabem o que é ser santo.
Explicar que a partir do nosso Batismo todos somos chamados ser santos.
Para sermos santos é preciso descobrir qual a vontade de Deus para nossa vida, e isso se
descobre através da oração e da leitura da Palavra de Deus.
O que podemos fazer para melhorar as nossas atitudes no dia a dia... (deixar que falem)
Perguntar se conhecem algum santo e sua história ou se têm algum santo de devoção deixar que
falem).
Falar dos santos dos nossos dias – pessoas santas como Madre Teresa de Calcutá e seu
trabalho, Papa João Paulo II e seu exemplo de amor perdão e santidade de vida.
Falar dos Santos recém canonizados:
Frei Galvão o primeiro Santo brasileiro, canonizado pelo Papa Bento XVI, em 11 de maio de
2007;
Falar das crianças que foram canonizadas – Santo Domingos Sávio, Santa Maria Goretti.
Falar do Padroeiro – ler as leituras indicadas pela paróquia
Contar a história do Santo a partir da leitura bíblica.
Falar sobre a Paróquia – completar as atividades
4. Leitura utilizada: Usar as citações usadas pela paróquia nas celebrações do Santo Padroeiro
5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, cartaz da Semana Santa
8. Momento de Oração – Levar as crianças até a imagem do Santo Padroeiro e rezar a oração (no verso
do santinho)
Pesquisar histórias de santos canonizados recentemente ou a vida de pessoas que estão processo
de canonização na Diocese ou na nossa região, como: Frei Galvão, Madre Tereza do Jesus Eucarístico,
Franz de Castro Holzwarth.
103
CONGREGAÇÃO PARA AS CAUSAS DOS SANTOS
104
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
santos, porque eles mostram que a santidade é pelas santas que pertencem aos mais diversos
acessível às multidões, que a santidade pode ser contextos de referência histórica, mas viveram a
imitada. Com a sua existência pessoal e histórica, mesma fé. Este internacionalismo confirma que a
eles fazem experimentar que o Evangelho e a vida santidade não tem limites e que não morreu na
nova em Cristo não são uma utopia ou um mero Igreja mas, pelo contrário, continua a ser de
sistema de valores, mas "fermento" e "sal", profunda atualidade. O mundo muda, mas os
capazes de fazer viver a fé cristã dentro e fora santos, embora também mudem com o mundo que
das várias culturas, regiões geográficas e épocas se transforma, representam sempre o mesmo
históricas. rosto vivo de Cristo. Não existe nisto, porventura,
"O futuro dos homens observava o saudoso um indício inconfundível da vitalidade peculiar,
Cardeal Giuseppe Siri nunca é claro, porque todos meta-cultural e meta-histórica para nós,
os seus pecados corroem todos os caminhos da católicos, "sobrenatural" é a palavra justa do
história e levam a uma dialética cheia de causas e anúncio e da Graça cristã?
de efeitos, de erros e de vinganças, de explosões 5. Neste contexto de pensamentos, é
e de interrupções. A certeza de que os santos interessante fazer uma observação sobre o modo
continuarão a acompanhar os homens é uma das como a Igreja católica reconhece e proclama os
poucas garantias do futuro" (Il primato della beatos e os santos. Refiro-me em particular ao
verità, pág. 154.). trabalho da Congregação para as Causas dos
4. O fenômeno dos santos e da santidade Santos, chamada a estudar e reconhecer a
cristã cria um sentido de admiração que nunca santidade e os santos através de um
esmoreceu na vida da Igreja e que não pode procedimento minucioso e sábio, consolidado,
deixar de surpreender até um observador laico renovado e renovável no tempo.
atento, sobretudo hoje, num mundo que muda Os santos e a santidade são reconhecidos
contínua e rapidamente, num mundo fragmentado com um movimento que parte de baixo para cima.
sob o ponto de vista cultural, tanto a nível de Ainda hoje, é o próprio povo cristão que,
valores como de costumes. É da admiração que reconhecendo por intuição da fé a "fama de
deriva a pergunta: o que é que faz com que a fé santidade", indica ao seu Bispo titular da primeira
encarne em todas as latitudes, nos diversos fase do processo de canonização os candidatos à
contextos históricos, entre as mais variadas canonização e, em seguida, à Congregação
categorias e estados de vida? Como é possível competente da Santa Sé. Nem a Congregação para
que, sem dinamismos de poder, impositivos ou as Causas dos Santos, nem o Papa, "inventam" ou
persuasivos que sejam, e sem dinamismos de "fabricam" os santos. Como todos os cristãos
uniformidade, existam tantos santos, tão sabem, isto é obra do Espírito Santo. Que este
diferentes entre si e em tal harmonia com Cristo mesmo Espírito como diz o Evangelho "sopra onde
e com a sua Igreja? O que é que leva à livre quer", é uma constatação a que estamos
assunção do núcleo germinativo cristão, que habituados desde há séculos, e hoje muito mais,
depois desenvolve tanta diversidade e beleza na uma vez que a Igreja está espalhada em todas as
unidade da santidade? Como é diferente a partes do mundo e em todas as camadas sociais.
globalização, de que hoje se fala com tanta Assim, deve reconhecer-se que o Papa João
frequência, da catolicidade ou universalidade da Paulo II fez da proclamação de novos beatos e
fé cristã e da Igreja, que essa fé vive, conserva e santos uma autêntica e constante forma de
difunde! evangelização e de magistério. Ele quis
Aquele internacionalismo do catolicismo, que acompanhar a pregação das verdades e dos
não é procurado com vista ao poder, mas ao valores evangélicos com a apresentação de santos
serviço e à salvação, é confirmado pelos santos e que viveram aquelas verdades e aqueles valores de
105
modo exemplar. Durante o seu Pontificado, e, de cada um. Agradeço ao Senhor ter-me
portanto, desde 1978 até hoje, João Paulo II concedido, nestes anos, beatificar e canonizar
beatificou 1.299 pessoas, 1.029 das quais são muitos cristãos, entre os quais numerosos leigos
mártires, e canonizou 464 beatos, 401 dos quais que se santificaram nas condições ordinárias da
encontraram a morte no martírio. Os leigos vida" (n. 31).
elevados às honras dos altares são também muito Sem dúvida, tantas beatificações e
mais do que geralmente se pensa: com efeito, canonizações são também um sinal da capacidade
trata-se de 268 beatos e de 246 santos, 514 no de inculturação da vida da fé cristã e da Igreja.
total. 6. Por fim, gostaria de me debruçar sobre a
Para alguns, eles são muitos; para outros, contribuição cultural oferecida pelos santos, pelo
poucos. seu culto e pelo ardente e sério trabalho de
No que diz respeito ao número de santos, o estudo que precede e que se segue à sua
Papa João Paulo II não ignora o parecer de quem canonização.
considera que eles são demasiados. Pelo contrário, O Concílio Vaticano II pediu que uma "cuidadosa
fala disto explicitamente. Eis a resposta do Papa a investigação histórica, teológica e pastoral"
este propósito: "Às vezes diz-se que hoje há acompanhasse a proposta do culto dos santos (cf.
demasiadas beatificações. Mas isto, além de Sacrosanctum concilium, 23). Esta indicação já
refletir a realidade, que por graça de Deus é encontrou a Congregação para as Causas dos
aquela que é, corresponde também ao desejo Santos preparada e, hoje, plenamente
expresso pelo Concílio. O Evangelho espalhou-se experimentada.
de tal maneira no mundo e a sua mensagem O cuidado pela verdade histórica esteve
mergulhou as suas raízes de modo tão profundo, sempre presente no trabalho da Congregação para
que o elevado número de beatificações reflete as Causas dos Santos. Já num "Decreto" de Pio X,
precisamente de modo vivo a ação do Espírito de 26 de Agosto de 1913, mais tarde inserido no
Santo e a vitalidade que dele brota no campo mais Código de Direito Canónico de 1917, pedia a
essencial para a Igreja, o da santidade. Com reunião e o estudo de todos os documentos
efeito, foi o Concílio que realçou de forma históricos relativos às causas. Mas a novidade
particular a vocação universal à santidade" fundamental foi apresentada pelo Motu Proprio
(Discurso de abertura do Consistório, em "Já há algum tempo", de 6 de Fevereiro de 1930,
preparação para o Grande Jubileu do Ano 2000, com que o Papa Pio XI instituiu na Congregação
13 de Junho de 1994). dos Ritos a "Secção histórica", com a tarefa de
Na Carta Apostólica Tertio millennio oferecer a contribuição eficaz para a abordagem
adveniente, o Papa João Paulo II escreveu: das causas "históricas", ou seja, das que não
"Nestes anos, foram-se multiplicando as contavam com testemunhas contemporâneas
canonizações e as beatificações. Elas manifestam relativas às mesmas causas. O serviço prestado
a vivacidade das Igrejas locais, muito mais pela "Secção histórica", em seguida denominada
numerosas hoje do que nos primeiros séculos e no como "Departamento histórico-hagiográfico", foi
primeiro milênio. A maior homenagem que todas as alargado a todas as causas, mesmo às mais
Igrejas prestarão a Cristo no limiar do terceiro "recentes", aumentando a sensibilidade histórico-
milênio, será a demonstração da presença crítica a todos os níveis e em todas as fases do
onipotente do Redentor, mediante os frutos de processo.
fé, esperança e caridade em homens e mulheres Finalmente, a Constituição Apostólica
de tantas línguas e raças, que seguiram Cristo nas Divinus perfectionis magister, de 25 de Janeiro
várias formas da vocação cristã" (n. 37). de 1983, seguida das Normae servandae, do dia 7
Além disso, na Carta Apostólica Novo de Fevereiro de 1983, sancionou definitivamente
millennio ineunte, o Papa observa: "Os caminhos a contribuição determinante do método e da
da santidade são variados e apropriados à vocação
106
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
qualidade histórica na abordagem das causas dos que "as maiores personagens da história não são
santos. os conquistadores, mas os santos". E Jean
A verdade histórica, tão diligentemente Delumeau, um historiador do catolicismo de
procurada por motivos teológicos e pastorais, traz Quinhentos, convidava a verificar como os
muitos benefícios também à apresentação cultural grandes impulsos da história do cristianismo
dos santos. Os novos beatos e santos "saíram da foram caracterizados por um retorno às fontes,
sacristia" para serem estudados e apresentados isto é, à santidade do Evangelho, suscitada pelos
também como personagens historicamente santos e pelos movimentos de santidade na Igreja.
significativas, no contexto da vida da sua Igreja, Nos últimos anos, o Cardeal Joseph
da sua sociedade e do seu tempo. Assim, não Ratzinger afirmou justamente que "não são as
interessam mais unicamente à Igreja e aos fiéis, maiorias ocasionais que se formam aqui ou ali na
mas a todos aqueles que se ocupam da história, da Igreja, que decidem o seu e o nosso caminho. Eles,
cultura, da vida civil, da política, da pedagogia, os santos, são a verdadeira e determinante
etc. Desta maneira, a missão destes maioria, segundo a qual nos orientamos. É a ela que
extraordinários homens de Deus continua de aspiramos! Eles traduzem o divino no humano, o
maneira diversa, mas em todo o caso eficaz para o eterno no tempo".
bem de toda a sociedade. 8. Num mundo que se transforma, os santos
A este propósito, é significativo o fato de não só não permanecem marginalizados histórica
que o Arquivo da Congregação para as Causas dos ou culturalmente, mas parece que devo concluir
Santos já não é freqüentado somente por estão a tornar-se sujeitos ainda mais
"pessoas interessadas pelo trabalho eclesiástico", interessantes e credíveis.
mas também por estudiosos leigos que recorrem Numa época de crise das utopias coletivas,
ao mesmo para a relação das suas teses de num período de desconfiança e de incredulidade
licenciatura, para estudos históricos, de em relação ao que é teórico e ideológico, está a
pedagogia, de sociologia, etc., porque ali nascer uma nova atenção para com os santos,
encontram um material abundante e figuras singulares em que se encontra não uma
historicamente credível. nova teoria e nem sequer simplesmente uma moral,
7. Portanto, com o seu valor particular, a mas um desígnio de vida a narrar, a descobrir
santidade diz respeito também à cultura. Os através do estudo, a amar com devoção e a
santos permitiram que se criassem novos modelos realizar mediante a imitação.
culturais, novas respostas aos problemas e aos Só podemos alegrar-nos com este despertar
grandes desafios dos povos e novos de atenção para com os santos, porque eles são de
desenvolvimentos de humanidade no caminho da todos, constituem um patrimônio da humanidade
história. A herança dos santos "é uma herança que que progride para além de si mesma, num
não se deve perder insistiu muitas vezes o Santo desenvolvimento que, enquanto honra o homem,
Padre mas fazer frutificar num perene dever de também dá glória a Deus, porque "o homem vivo é
gratidão e num renovado propósito de imitação" a glória de Deus" (Santo Ireneu de Lião).
(Novo millennio ineunte, 7). Quero ler tudo o que consideramos até aqui,
Os santos são como faróis; eles indicaram à luz de uma mensagem, verdadeiramente
aos homens as possibilidades de que o ser humano fascinante, do Santo Padre João Paulo II que, na
dispõe. Por isso, são interessantes também do minha opinião, pode dar, a quem refletir sobre
ponto de vista cultural, independentemente da este tema, pelo menos uma idéia da visão do Sumo
abordagem cultural, religiosa e de estudo com que Pontífice sobre a santidade, inseparavelmente
nos aproximemos deles. Um grande filósofo vinculada à dignidade batismal de cada cristão e,
francês do século XX, Henry Bergson, observou por conseguinte, explicar melhor também o papel
107
das beatificações e canonizações no caminho santidade! E é indubitavelmente neste sentido
pastoral da Igreja, nestes vinte e cinco anos de que, quando olhamos para a Igreja, jamais
Pontificado de Karol Wojtyla. A mensagem é a que devemos esquecer de ver nela o rosto da "mãe dos
foi enviada para o dia mundial de oração pelas santos", que gera santidade com fecundidade e
vocações de 2002: "A primeira tarefa da Igreja generosidade superabundantes.
é acompanhar os cristãos pelos caminhos da
santidade (...) a Igreja é "a casa da santidade" e a Fonte:
caridade de Cristo, derramada pelo Espírito http://www.vatican.va/roman_curia/congregation
Santo, constitui a sua alma" (Acta Apostolicae s/csaints/documents/rc_con_csaints_doc_20030
Sedis, vol. XCIV, 3 de Maio de 2002, n. 5). 315_martins-saints_po.html
Por conseguinte, na Igreja tudo, e cada uma
das vocações em particular, está ao serviço da
Precisamos de Santos
108
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
109
5º TEMA EXTRA: MAIO, MÊS DE MARIA E DIA DAS MÃES
1. Objetivo:
Mostrar que através do “sim” de Maria concretiza-se o plano da
Salvação na pessoa do seu Filho Jesus Cristo.
Resgatar a importância do dia das mães, sem o seu caráter comercial.
Valorizar a mãe e todos que cuidam de nós todos os dias.
2. Conteúdo do Encontro:
Maria é aquela que acreditou que Deus é o todo poderoso e que a
escolheu para ser a Mãe de Jesus.
Os católicos veneram Maria porque é Mãe de Jesus, da Igreja e
nossa. Essa devoção consiste em imitá-la nesse grande amor a Deus e
aos mais necessitados.
Falar que ela intercede por nós junto a Deus.
3. Desenvolvimento do Encontro:
Maria era uma moça como as outras; pertencia a uma família simples
da cidade de Nazaré, na Palestina. Seus pais eram Joaquim e Ana.
Maria era bondosa, humilde, trabalhadora e cheia de coragem. Sua preocupação era ajudar os
outros, ser amiga de todas as pessoas.
Ela procurava viver a Aliança, por isso observava os 10 Mandamentos.
Maria, foi totalmente aberta à Palavra de Deus. Disse “sim”. Por isso, Deus nasceu no seu coração,
Deus morou nela e a fez mãe de seu Filho único – Jesus.
Maria é a Nossa Senhora que nós invocamos com diversos títulos e neste mês de maio, mês
dedicado à ela, comemoramos o dia de Nossa Senhora de Fátima e Nossa Senhora Auxiliadora.
Explicar que todos os nomes de Nossa Senhora são nomes que o povo dá, conforme a situação da
vida. Só existe uma Nossa Senhora, aquela que Deus escolheu para ser a Mãe de Jesus.
É importante valorizar a mãe e no seu dia fazer uma linda homenagem para ela.
4. Leitura utilizada: Lc 1, 26-38; Jo 2, 1-12; Jo 19, 25-27; At 1, 14
5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem de Nossa Senhora, figuras de mãe
6. Material utilizado: Apostila, Bíblia
7. Atividades: orientar a execução das atividades.
O Evangelho fala pouco de Maria, mas nos O Deus de Maria não é um deus pequeno,
mostra que: mas é o Deus dos pequenos. É o Deus que nela faz
Maria é a Mãe de Jesus, o Filho de Deus, mas grandes coisas.
não toma o seu lugar. Maria se doou a Deus e ao povo e teve
Mostra como Maria viveu e agiu. Teve perfeita fidelidade ao Plano de Deus. Esta é a primeira e
atitude de discípula de Cristo. fundamental exigência da catequese.
A devoção a Maria deve levar a Cristo. Maria é:
Maria nos mostra a emancipação da Co-Mediadora - só Cristo é Mediador (1Tm
mulher. Como mulher, ela desenvolve um papel 2,5).
importante na obra da Salvação. Cheia de graça.
Maria é a mulher forte. Conheceu de perto Imaculada Conceição. (A Igreja declarou
a pobreza, o sofrimento, o exílio. dogma de fé em 1854).
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
Assunta. Foi assumida ao céu onde está de desfrutar dos bens que Deus criou para todos
corpo e alma. (A Igreja declarou dogma de fé (P. 267).
em 1950) DEVOÇÃO A MARIA
O Documento de Puebla ressalta: O povo brasileiro tem profunda devoção a
Mulher de luta: não se acomoda; abre Maria sob o título de N. Sra. Aparecida; e em
caminhos. outros lugares, em outras cidades, Maria
Única criatura que ao mesmo tempo é: Filha - recebe outros nomes.
Esposa e Mãe de Deus. Mas, antes de ser Maria de Nazaré, N. Sra.
No dizer do Concílio Vaticano II - "Maria é a de Fátima, Nossa Senhora do Rosário, etc., ela
imagem perfeita da Igreja". é "aquela que acreditou" que "Deus é o Todo
Ela é a primeira leiga associada à obra Poderoso".
redentora do Cristo. É o modelo indispensável A verdadeira devoção a Maria consiste em
para seguir a Cristo. imitá-la nesse grande amor à Deus e aos mais
Exemplo de vocação porque viveu, com necessitados, e não apenas em fazer
fidelidade, a sua vocação. promessas, novenas, etc.
Maria é para a América Latina, uma esperança Rezemos a Ave Maria, pedindo a Ela que nos
de libertação. Fazendo-se escrava do Senhor mostre o Plano de Deus e interceda por nós
promove a libertação da mulher. Se é escrava "agora e na hora de nossa morte. Amem".
do Senhor, não é escrava de mais ninguém,
podendo lutar contra as demais escravidões, Fonte: Fé, Vida e Comunidade, Livro do
como o egoísmo, a exploração do homem, as Catequista, Paulus, 2003 – p. 157-158.
estruturas que impedem uma participação
fraterna na construção da sociedade para
Informação complementar sobre o Dia das Mães:
O primeiro dia das mães foi festejado em Boston, em 1873. Em 1907, a norte americana Anna
Jarvis resolveu homenagear sua mãe, que havia morrido alguns anos antes. Só depois de três anos é que a
comemoração idealizada por Anna Jarvis foi oficializada no estado da Virgínia Ocidental, onde ela morava.
Em 1915, o presidente dos Estados Unidos decidiu oficializar a data.
No Brasil, a primeira comemoração ocorreu no dia 12 de maio de 1918. Mas foi só em 1932 que
Getúlio Vargas, então presidente, assinou uma lei oficializando o Dia das Mães.
No começo, as homenagens às mães eram feitas com festas, poesias, declamações, cantos e flores.
Hoje em dia, as propagandas incentivam a compra de presentes.
111
6º TEMA EXTRA: CORPUS CHRISTI
1.Objetivo:
Possibilitar aos catequizandos um maior conhecimento, acerca da Festa de Corpus
Christi, em função do seu significado e o seu papel como devoção especial à Cristo
Eucarístico.
2. Conteúdo do Encontro:
Explicar porque existe a Festa de Corpus Christi. Falar sobre os milagres
eucarísticos e mostrar como Deus vai permitindo que coisas extraordinárias
aconteçam para nos ajudar a crer mais ainda no Sacramento da Eucaristia.
3. Desenvolvimento do tema:
Nos próximos dias, celebramos a solenidade do Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi) no mundo
todo. Corpus Christi significa Corpo de Cristo.
A festa teve origem no ano de 1264 e foi instituída pelo então Papa Urbano IV em 1264. É
celebrada na quinta-feira, após a festa da Santíssima Trindade porque seguindo a passagem
bíblica, onde Cristo instituiu o Sacramento da Eucaristia, celebra-se também em uma quinta-feira.
Em 1317, o Papa João XXII determinou a procissão em vias públicas. A festa de Corpus Christi
passou a ter dois grandes momentos: a celebração da Santa Missa e a Procissão sobre os tapetes.
Como filhos da Igreja, levamos Cristo, presente na figura do pão, pelas ruas da nossa cidade.
A Igreja dedica duas grandes festas ao sacramento da Eucaristia: Quinta-feira Santa e Corpus
Christi.
Ler Jo 6, 51-59 - Jesus afirma que seu corpo é verdadeira comida e seu sangue verdadeira bebida.
A Eucaristia não é uma representação de Cristo, mas o próprio Cristo que se faz presente. É neste
momento que a fé se manifesta, isto é crer naquilo que está escondido. Jesus disse: “Bem
aventurados o que crêem sem ter visto”.
Porém, para os mais descrentes, ainda temos os maravilhosos milagres eucarísticos reconhecidos
pela Igreja Católica. Comentar sobre o milagre de Lanciano e contar outros milagres aconteceram
(conforme texto anexo – não é preciso citar todos – escolher alguns e citar local e ano em que
aconteceram).
Convidar os catequizandos participar da confecção dos tapetes, esta é uma forma de mostrarmos
que somos uma comunidade composta de irmãos que possuem dons diferentes.
112
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
DINÂMICA
Fala sério / Com certeza.
OBJETIVO: Perguntas referentes aos temas Corpus Christi e Eucaristia.
DESENVOLVIMENTO: Fazer pequenos cartões com as respostas FALA SÉRIO e COM CERTEZA,
conforme o número de catequizandos. Entregar a cada um, um par de respostas. Fazer as perguntas
abaixo, os catequizandos deverão mostrar o cartaz com a resposta que considerar correta: FALA SÉRIO
(quando a afirmação estiver errada) ou COM CERTEZA (quando a afirmação estiver correta). A cada
afirmação o catequista deve aproveitar para dar a explicação a respeito do assunto.
1. Corpus Christi significa o Corpo de Cristo. – Com certeza –
2. Corpus Christi é celebrado no domingo após o Natal. – Fala sério – primeira quinta-feira após o
domingo da Santíssima Trindade
3. Quando comungamos passamos a ser sacrários vivos porque Cristo carregamos Cristo vivo em nós.
– Com certeza – Ao comungarmos Cristo passa a viver em nós.
4. A Eucaristia foi instituída, isto é, celebrada pela primeira vez, na Sexta-feira Santa. – Fala sério
- Quinta-feira Santa, dia da Santa Ceia
5. Cada vez que a comunidade realiza o gesto do pão e do vinho, ela faz Jesus presente, vivo e
verdadeiro entre nós. – Com certeza – Jesus vivo se faz presente na comunhão.
6. A Igreja dedica duas grandes festas ao sacramento da Eucaristia: Natal e Corpus Christi. – Fala
sério – Quinta-feira Santa e Corpus Christi;
7. Participar da confecção dos tapetes é uma forma de mostrarmos que somos uma comunidade
composta de irmãos que possuem dons iguais. – Fala sério - cada um de nós possui dons distintos,
diferentes.
8. Na Procissão sobre os tapetes, como filhos da Igreja, levamos Cristo, presente na figura do
pão, pelas ruas da nossa cidade. – Com certeza - Na Eucaristia Jesus está vivo no meio de nós.
9. Jesus disse: “É preciso ver para crer” – Fala sério - Jesus disse: “Bem aventurados os que crerem
ser ter visto”.
10. A festa de Corpus Christi tem dois grandes momentos: a celebração da Santa Missa e a entrega
das ofertas. – Fala Sério, o segundo momento é a Procissão sobre os tapetes
11. Na festa do Corpo de Cristo, como filhos da Igreja, levamos Maria, presente na figura do pão,
pelas ruas da nossa cidade. – Fala sério, levamos o próprio Cristo
12. Nos gesto memorial (porque recorda a vida de Jesus) do pão e do vinho, somos convidados a
amar até as últimas conseqüências, como JESUS nos amou, aceitando perder tudo e se
entregando totalmente por causa do Amor. – Com certeza - devemos imitar Jesus.
13. Para comungar é preciso se preparar com piedade e devoção e se estiver em pecado procurar se
confessar. – Com certeza – o encontro com Jesus na Eucaristia é um momento muito especial, por isso
devemos nos preparar bem e estar puros de coração.
14. Deus permite que aconteçam fatos extraordinários como o milagre de Lanciano para nos mostrar
o seu poder – Fala sério – Deus permite que aconteçam milagres para nos ajudar a crer mais no
Sacramento da Eucaristia e para nos ajudar a avançar em nossa peregrinação de fé.
.
113
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
A revista “Jesus” das Edições Paulinas de perigo a heresia de Berengário de Tours (†1088),
Roma, publicou uma matéria do escritor Antonio que negava a Presença real de Cristo na
Gentili, em abril de 1983, pp. 64-67, onde Eucaristia. Aos 28 de março de 1171, o Pe. Pedro
apresenta uma resenha de milagres eucarísticos. de Verona, com três sacerdotes celebravam a
Há tempos, foi traçado um “Mapa Eucarístico”, Missa de Páscoa; no momento de partir o pão
que registra o local e a data de mais de 130 consagrado, a Hóstia se transformou em carne, da
milagres, metade dos quais ocorridos na qual saiu um fluxo de sangue que atingiu a parte
Itália. São muitíssimos os milagres eucarísticos no superior do altar, cujas marcas são visíveis ainda
mundo todo. Por exemplo, Marthe Robin, uma hoje. Há documentos que narram o fato: um
francesa, milagre eucarístico vivo, alimentou-se “Breve’ do Cardeal Migliatori (1404). - Bula de
durante mais de quarenta anos só de Eucaristia. Eugênio IV (1442), cujo original foi encontrado em
Teresa Newmann, na Alemanha, durante mais de Roma em 1975. Mas, a descoberta mais
36 anos alimentou-se só de Eucaristia. importante deu-se em Londres, em 1981, foi
1 - Lanciano - Itália – no ano 700 encontrado um documento de 1197 narrando o
Em Lanciano – séc. VIII. Um monge da fato.
ordem de São Basílio estava celebrando na Igreja 4 - Offida - Itália – 1273
dos santos Degonciano e Domiciano. Terminada a Ricciarella Stasio - devota imprudente,
Consagração, que ele realizara, a hóstia realizava práticas supersticiosas com a Eucaristia;
transformou-se em carne e o vinho em sangue em uma dessas profanações, a Hóstia se
depositado dentro do cálice. O exame das transformou em carne e sangue. Foram entregues
relíquias, segundo critérios rigorosamente ao pe. Giacomo Diattollevi, e são conservadas até
científicos, foi efetuado em 1970-71 e outra vez hoje. Há muitos testemunhos históricos sobre
em 1981 pelo Professor Odoardo Linoli, este fato.
catedrático de Anatomia e Histologia Patológica e 5 - Sena – Cássia - Itália – 1330
Química e Microscopia Clínica, Coadjuvado pelo Hoje este milagre é celebrado em Cássia,
Professor Ruggero Bertelli, da Universidade de terra de Santa Rita de Cássia. Em 1330, um
Siena. Resultados: sacerdote foi levar o viático a um enfermo e
1) A hóstia é realmente constituída por colocou indevidamente, de maneira apressada e
fibras musculares estriadas, pertencentes ao irreverente, uma Hóstia dentro do seu Breviário
miocárdio. para levá-la ao doente grave. No momento da
2) Quanto ao sangue, trata-se de genuíno Comunhão, abriu o livro e viu que a Hóstia se
sangue humano. Mais: o grupo sangüíneo ‘A’ que liquefez e, quase reduzida a sangue, molhou as
pertencem os vestígios de sangue, o sangue páginas do Livro. Então o sacerdote negligente
contido na carne e o sangue do cálice revelam apressou-se a entregar o livro e a Hóstia a um
tratar-se sempre do mesmo sangue grupo ‘AB’ frade agostiniano de Sena, o qual levou para
(sangue comum aos Judeus). Este é também o Perúgia a página manchada de sangue e para
grupo que o professor Pierluigi Baima Bollone, da Cássia a outra página onde a Hóstia ficou presa. A
universidade de Turim, identificou no Santo primeira página perdeu-se em 1866, mas a relíquia
Sudário. chamada de “Corpus Domini” é atualmente
3) Apesar da sua antiguidade, a carne e o venerada na basílica de Santa Rita.
sangue se apresentam com uma estrutura de base 6 - Turim - Itália – 1453
intacta e sem sinais de alterações substanciais; Na Alta Itália ocorria uma guerra furiosa
este fenômeno se dá sem que tenham sido pelo ducado de Milão. Os Piemonteses saquearam
utilizadas substâncias ou outros fatores aptos a a cidade; ao chegarem a Igreja, forçaram o
conservar a matéria humana, mas, ao contrário, Tabernáculo. Tiraram o ostensório de prata, no
apesar da ação dos mais variados agentes físicos, qual se guardava o corpo de Cristo ocultando-no
atmosféricos, ambientais e biológicos. dentro de uma carruagem juntamente com os
2 - Orvieto - Bolsena - Itália – 1263 outros objetos roubados, e dirigiram-se para
Inicio da Festa de Corpus Christi Turim. Crônicas antigas relatam que, na altura da
3 - Ferrara - 28/03/1171 Igreja de São Silvestre, o cavalo parou
Aconteceu este milagre na Basílica de Santa bruscamente a carruagem – o que ocasionou a
Maria in Vado, no século XII. Propagava-se com queda, por terra, do ostensório – o ostensório se
114
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
levantou nos ares “com grande esplendor e com espetacular de Anjos em adoração à sagrada
raios que pareciam os do sol”. Os espectadores Hóstia sangrando. Várias investigações
chamaram o Bispo da cidade, Ludovico Romagnano, eclesiásticas foram feitas durante 750 anos. As
que foi prontamente ao local do prodígio. Quando realizadas em 1340 e 1612 provaram a sua
chegou, “O ostensório caiu por terra, ficando o autenticidade. Em 5 de abril de 1997, por decreto
corpo de Cristo nos ares a emitir raios de D. Antonio Francisco Marques, Bispo de
refulgentes”. O Bispo, diante dos fatos, pediu que Santarém, a Igreja de S. Estevão, onde está a
lhe levassem um cálice. Dentro do cálice, desceu a relíquia, foi elevada a Santuário Eucarístico do
hóstia, que foi levada para a catedral com grande Santíssimo Sangue.
solenidade. Era o dia 9 de junho de 1453. Existem 9 – Faverney, na França, em 1600
testemunhos contemporâneos do acontecimento O Milagre Eucarístico que aconteceu em
(Atti Capitolari de 1454 a 1456). A Igreja de Faverney, na França consistiu numa notável
“Corpus Domini” (1609), que até hoje atesta o demonstração sobrenatural de superação da lei da
prodígio. gravidade. Faverney está localizado a 20
7 - Sena - Itália – 1730 quilômetros de Vesoul, distante 68,7 quilômetros
Na Basílica de São Francisco, em Sena, de Besançon. Um dos noviços chamado Hudelot,
pátria de Santa Catarina de Sena, durante a noite notou que o Ostensório que se encontrava junto
de 14 para 15 de março de 1730, foram jogadas no Santíssimo Sacramento sobre o Altar, elevou-se e
chão 223 hóstias consagradas, por ladrões que ficou suspenso no ar e que as chamas se
roubaram o cibório de prata onde elas estavam. inclinavam e não tocavam nele. Os Frades
Dois dias depois, as Hóstias foram achadas em Capuchinhos de Vesoul também apressaram-se
caixa de esmolas misturadas com dinheiro. Elas para observar e testemunhar o fenômeno. Embora
foram limpas e guardadas na Basílica de São os monges com a ajuda do povo, conseguiram
Francisco; ninguém as consumiu; e logo o milagre apagar o incêndio que queria consumir toda a
aconteceu visto que com o passar do tempo as Igreja, o Milagre não cessou, o Ostensório com
Hóstias não se estragaram, o que é um grande JESUS Sacramentado continuou flutuando no
milagre. A partir de 1914 foram feitos exames espaço.
químicos que comprovaram pão em perfeito estado 10 - Em Stich, Alemanha, 1970
de conservação. Na região Bávara da Alemanha, junto à
8 - Milagre Eucarístico de Santarém – Portugal fronteira suíça, em 9 de junho de 1970, enquanto
(1247) um padre visitante da Suíça estava celebrando
Aconteceu no dia 16 de fevereiro de 1247, uma Missa numa capela, uma série incomum de
em Santarém, 65 km ao norte de Lisboa. O eventos aconteceu. Depois da Consagração, o
milagre se deu com uma dona de casa, Euvira, celebrante notou que uma pequena mancha
casada com Pero Moniz, a qual sofrendo com a avermelhada começou a aparecer no corporal, no
infidelidade do marido, decidiu consultar uma lugar onde o cálice tinha estado descansando.
bruxa judia que morava perto da igreja da Graça. Desejando saber se o cálice tinha começado a
Esta bruxa prometeu-lhe resolver o problema se vazar, o padre correu a mão dele debaixo do
como pagamento recebesse uma Hóstia cálice, mas achou-o completamente seco. A esta
Consagrada. Para obter a Hóstia, a mulher fingiu- altura, a mancha crescera, atingindo o tamanho de
se de doente e enganou o padre da igreja de S. uma moeda de dez centavos. Depois de completar
Estevão, que lhe deu a sagrada Comunhão num dia a Missa, o padre inspecionou todo o altar, mas não
de semana. Assim que ela recebeu a Hóstia, sem o conseguiu encontrar qualquer coisa que pudesse
padre notar, colocou-a nas dobras do seu véu. De ser remotamente a fonte da mancha avermelhada.
imediato a Hóstia começou a sangrar. Assustada, Ele trancou o corporal que apresentava a mancha
a mulher correu para casa na Rua das Esteiras, num local seguro, até que pudesse discutir o
perto da Igreja e escondeu o véu e a Hóstia numa assunto com o pároco.
arca de cedro onde guardava os linhos lavados. À
noite o casal foi acordado com uma visão Fonte: Prof. Felipe Aquino - www.cleofas.com.br
115
7º TEMA EXTRA:VOCAÇÃO – DIA DOS PAIS
1. Objetivos:
Distinguir o significado de Vocação e
Profissão.
Conscientizar os catequizandos a respeito
da responsabilidade, de cada um, para com
as vocações, bem como da importância de
descobrirmos e vivermos nossa vocação.
Resgatar a importância do papel do pai em
nossas vidas.
Conversar com os catequizandos sobre a
importância de amar e valorizar o pai ou o
responsável em todos os dias do ano, não
somente nesta data.
2. Conteúdos do Encontro:
Trabalhar o tema Vocação através da história – A vocação de Pierre.
Esclarecer que presentes não demonstram o tamanho do nosso amor, quanto amamos os nossos pais
ou quanto somos amados por eles. Podemos mostrar nosso carinho e amor compartilhando nossos
momentos.
1 . aptidão ou escolha pessoal para exercer um 1. chamado de Deus para uma missão, que se
trabalho origina na pessoa como reação-aspiração do
ser
2. preocupação principal: o "ter", o sustento 2. preocupação exclusiva: "o ser" , o amor e o
da vida serviço
3. pode ser trocada 3. é para sempre
116
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
8. Momento de Oração – fazer um momento de oração pelas vocações, principalmente pelo dia dos pais.
A VOCAÇÃO DE PIERRE
Pierre é um pássaro.
Ele vive na “Floresta das Vocações”.
Nesta floresta, cada pássaro, inseto ou animal tem uma vocação específica.
E desde muito cedo eles descobrem qual é a sua vocação específica.
Porém Pierre, já é um pássaro jovem, e segundo ele, ainda não conseguiu descobrir qual é a sua
vocação específica.
Vovô Pardal, tenho observado os meus amigos, e percebi que cada um deles já descobriu qual é a
sua vocação! Veja o Canário Zé, o mês que vem ele vai se casar com a andorinha Teté! E o João-de-Barro, é
um arquiteto perfeito, veja só as lindas casas que ele projeta e constrói! E eu? Qual é a minha vocação?
Querido netinho Pierre. . . Infelizmente eu não posso lhe dizer qual é a sua vocação! Cabe a você
descobrir sozinho! A única coisa que posso fazer por você é apontar caminhos! Mas tenha certeza de uma
coisa Pierre: a sua vocação se encontra no seu coração.
Após conversar com seu avô, Pierre saiu um pouco feliz, pois seu avô lhe havia dito que ele também
possuía uma vocação!
Mas também saiu com mais dúvidas ainda: se todos tinham uma vocação, qual era a sua???
Todas as manhãs Pierre gostava de cantarolar em uma pitangueira que ficava em frente a um
antigo asilo, próximo da “Floresta das Vocações”.
E para os velhinhos daquele asilo o canto de Pierre simbolizava vida, esperança, amor. . .
Mas um dia Pierre cansou de cantarolar. . .
Os velhinhos daquele asilo começaram a se entristecer e conseqüentemente ficaram doentes.
Pierre, meu neto querido, porque você não está cantando mais?
Sabe o que é vovô? Eu desanimei. . . Para que cantar se eu não sei qual é a minha vocação?
Você se lembra do dia em que eu lhe disse que eu poderia apontar caminhos para que você pudesse
por si mesmo descobrir qual era a sua vocação?
Sim, me lembro! - Pois bem, este momento chegou!
O avô de Pierre o conduziu até a pitangueira que ficava em frente ao asilo, onde todas as manhãs
Pierre cantarolava.
Olhe para estes velhinhos Pierre! Como você os vê?
Eles estão muito tristes vovô!
Além de estarem tristes, eles também estão doentes!
Mas porque vovô?
Por um simples motivo meu neto querido! Você era o motivo da alegria destas pessoas! Quando você
cantava estes velhinhos tinham vida, esperança. . . Você era sinal de que Deus não os havia abandonado!
Eles acreditavam na vida, porque você era sinal de vida para eles. . .
Puxa vovô! Então está é a minha vocação!!! Levar vida, alegria e esperança para as outras pessoas!!!
A partir daquele dia Pierre se tornou o pássaro mais feliz da “Floresta das Vocações”.
Vovô, muito obrigado por me indicar o caminho!
117
Cada um de nós Pierre, já nasce com uma vocação gravada em nosso coração! Mas temos a
liberdade de dizer: sim ou não a ela! Mas para que possamos dizer sim ou não é necessário passarmos por
várias etapas de amadurecimento: medo, questionamentos, desafios, visão da realidade... E hoje você só é
feliz porque pode dizer um sim maduro a sua vocação!
1º passo: Vamos ler, com muita atenção, 2º passo A resposta de Samuel ao chamado
uma parte do texto do cap. 3: O jovem Samuel de Deus foi pronta e decidida. O chamado de Deus
servia ao Senhor sob as ordens (do sacerdote) Eli. se dá também em nossa vida, não uma só vez, mas
Certo dia, Eli estava dormindo no seu quarto. muitas vezes. Primeiro, fomos chamados à
Samuel estava dormindo no santuário do Senhor, existência e, como tal, temos uma missão:
onde se encontrava a arca de Deus. Então, o construir um mundo justo e fraterno, onde haja
Senhor chamou: "Samuel, Samuel!" "Aqui estou!", lugar para todos serem felizes. O segundo
respondeu, e correu para junto de Eli. "Tu me chamado se deu no nosso Batismo. Fomos
chamaste; aqui estou!". Eli respondeu: "Eu não te chamados a seguir Jesus Cristo no seu modo de
chamei. Volta a dormir!" E Samuel foi deitar-se. O viver e doar-se, e para levar sua mensagem ao
Senhor chamou de novo: "Samuel, Samuel!" mundo. Depois, vem o chamado para diversas
Samuel levantou-se, foi ter com Eli e disse: "Tu missões. Pode ser o chamado para um estado de
me chamaste; aqui estou!" Eli respondeu: vida: casamento, ser padre, vida consagrada... Mas
o chamado de Deus vem, muitas vezes, para
"Não te chamei, meu filho. Volta a dormir!"
determinadas funções e serviços: dentro da
O Senhor chamou pela terceira vez: "Samuel!
família, da comunidade, do trabalho... Vamos
Samuel!" Ele levantou-se, foi para junto de Eli e
refletir: Quando tomei consciência de um
disse: "Tu me chamaste; aqui estou!". Eli
chamado de Deus? Como reagi? É sempre fácil dar
compreendeu, então, que era o Senhor que estava
118
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
uma resposta? (Quando a reflexão for feita em o esperamos. Coloque-se diante de Deus, em
grupo, pode haver um momento de partilha) silêncio. Reflita: como respondo aos apelos de
Deus na minha vida? Onde Deus está me
3º passo Nem sempre é fácil dar uma
chamando? Como? Fale com Deus sobre seus
resposta ao chamado de Deus. Moisés lutou com
medos, seu comodismo, sua falta de
Deus, não querendo aceitar a missão. Igualmente o
generosidade... (Se a reflexão for em grupo,
profeta Jeremias. Podemos conferir isto na Bíblia.
pode-se terminar com um canto: "Eis-me aqui,
(Ex 3, 1-14; 4, 10-16; Jer 1, 4-10) Deus chama
Senhor" ou "Senhor, se tu me chamas...")
pessoas de todo tipo, de idades diferentes,
casadas ou solteiras, homens e mulheres. Não Inês Broshuis – Catequeta
podemos pensar que o chamado é só para um
Fonte: Jornal Missão Jovem, agosto de 2004
determinado estado de vida. Deus chama na vida
de cada um e em diversas situações, quando menos
119
8º TEMA EXTRA: SETEMBRO – MÊS DA BÍBLIA
1. Objetivo:
Estimular o conhecimento da proposta de amor de Deus através da
aproximação e da leitura da Bíblia.
2. Conteúdo do Encontro:
Respeito à Palavra de Deus.
Como foi escrita a Bíblia, onde foi escrita, quem escreveu, em que língua
foi escrita, para que foi escrita.
De modo ilustrativo, mostrar o Antigo e o Novo Testamento, quantos
livros tem cada parte, noções iniciais a respeito dos capítulos e versículos, mostrando que ela deve
nos acompanhar por toda a vida.
3. Desenvolvimento do Encontro:
A bíblia é a Palavra de Deus, porque através dela, Deus fala às pessoas.
A palavra “bíblia” vem da língua dos gregos e quer dizer: “coleção de livros”, “biblioteca”.
A bíblia é o livro mais conhecido do mundo inteiro, já está traduzida em todas as línguas oficiais e
em inúmeras línguas e dialetos mais falados.
A bíblia ajuda o povo a viver conforme o desejo de Deus. É através da bíblia que Deus anima e
orienta o seu povo para continuar a lutar e a viver, sem nunca desanimar.
Conversar sobre o que os catequizandos já sabem sobre a bíblia e comentar.
Organizar uma pequena Celebração da Palavra de Deus
Trazer uma bíblia grande, fazer a entrada com ela, colocar em lugar de destaque.
Cantar um canto sobre a bíblia e ler um texto bíblico e, em seguida pedir que cada catequizando
beije a bíblia em sinal de respeito.
120
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
Deus, e qual foi o Projeto que Deus quis realizar Durante muitos anos foi falada e recordada
no meio da humanidade, através desse povo. muitas vezes no meio do Povo, em rodas de
Israel foi um povo escolhido, porque foi conversa, no meio das famílias, e só depois foi
escolhido para realizar o Projeto de Deus. escrita.
O AT é para os cristãos como um O povo se esforçava para colocar Deus na
documento de fé para conhecer melhor a Deus e vida, organizando a vida pessoal e social de acordo
tudo aquilo que Ele falou e fez pela humanidade. o com a justiça.
AT é um documento antigo - uma Antiga Aliança. Os livros da Bíblia não foram escritos na
b) NOVO TESTAMENTO (NT) ordem em que estão. Por ex: o Gênesis que conta a
Foi escrito depois da Ressurreição de criação, é o 1º livro da Bíblia, mas o 1º livro a ser
Jesus. escrito foi o Livro dos Juízes que apareceu pelo
Para compreender o NT e necessário ano 1000 a.C. quando Salomão era rei. Depois do
saber se Israel foi fiel ou não ao Projeto de Deus Exílio surge o Pentateuco (os cinco primeiros
e como Deus agiu no meio dele. O NT apresenta a livros da Bíblia).
Encarnação de Jesus na terra concreta do povo Os livros do NT foram escritos depois da
de Israel. Jesus assumiu sua história, suas morte de Jesus. O Apocalipse foi o último, pelo
tradições, sua cultura e sua religião e o ano 100 depois de Cristo. Para o povo não havia
compromisso de realizar o Projeto do Pai diferença do "dizer" e do "escrever". O
O NT apresenta, também, a experiência e importante era transmitir aos outros uma nova
a reflexão religiosa de Jesus e dos primeiros consciência comunitária, nascida no povo a partir
cristãos. da experiência com Deus. Contavam os fatos mais
Com a vinda de Jesus realiza-se um importantes do passado.
Testamento Novo, uma Nova Aliança, um encontro Como nós hoje decoramos a letra dos
definitivo com Deus. Por isso, tudo o que Jesus cânticos, assim eles decoravam e transmitiam as
disse e fez e tudo o que foi proclamado sobre histórias as leis, as profecias, os salmos, os
Jesus pelos seus apóstolos e discípulos, constitui provérbios e tantas coisas que, depois, foram
o documento de nossa fé - o Novo Testamento. escritas na Bíblia.
Estas partes da Bíblia têm o nome de A maior preocupação do povo era "contar"
TESTAMENTO (palavra latina: "Testamentum") sua experiência para não esquecer os fatos de sua
que significa "documento importante", como história. A memória mantinha-se viva e, para que
aquele documento (testamento) que alguns pais ela não se apagasse, registraram por escrito.
fazem para os seus filhos. A Bíblia saiu da memória do povo. Nasceu
O Testamento na Bíblia, relembra a da preocupação de não esquecer o passado. A
ALIANÇA feita entre Deus e o povo, começada Bíblia começou a ser escrita em torno do ano 1250
com Moisés no Sinai, confirmada e aprofundada ao a.C., e o ponto final foi colocado 100 anos depois
longo de toda a história deste povo. do nascimento de Jesus.
Quando os livros da Bíblia foram escritos,
6. QUANDO FOI ESCRITA A BÍBLIA?
não eram divididos em capítulos e versículos como
A Bíblia não foi escrita de um dia para
estão divididos hoje. A divisão em capítulos
outro. Alguns fatos foram escritos 100 anos
aconteceu pelo ano 1214, feita pelo inglês Estevão
depois que as coisas aconteceram, outros 200
Langton, arcebispo de Cantuária, e a divisão em
anos, e outros até mais de 500 anos. A Bíblia levou
versículos foi feita em 1527, pelo dominicano
11 séculos (1100 anos) para ser escrita.
Pagnini.
É bom lembrar que a Palavra de Deus foi,
A Bíblia foi impressa pela primeira vez, em
em primeiro lugar, vivida pelo Povo de Deus.
latim, no ano 1450 depois de Cristo.
121
7. ONDE FOI ESCRITA A BÍBLIA? Mas nem todos os acontecimentos foram
A Bíblia foi escrita em lugares diferentes. escritos; apenas foram escritos os fatos mais
A maior parte dela foi escrita na importantes da grande História do Povo de Deus.
Palestina, onde o Povo vivia, por onde Jesus andou O modo de falar da Bíblia é o mesmo modo
e onde nasceu a Igreja. de falar da época em que cada Livro foi escrito.
Algumas partes do AT foram escritas na Isto é importante conhecer e considerar para que
Babilônia, onde o povo viveu no cativeiro, 600 anos não fiquemos presos aos símbolos e aos sinais que
a.C. Outras partes foram escritas no Egito para são usados na Bíblia.
onde o povo emigrou depois do cativeiro. "Para descobrir a intenção dos autores
O NT foi escrito na Síria, na Ásia Menor, sagrados, é preciso ter em conta as condições do
na Grécia e na Itália, onde havia muitas seu tempo e da sua cultura, os gêneros literários
comunidades, fundadas pelo Apóstolo Paulo. em uso naquela época, os modos de sentir e
Nesses povos havia diferença de narrar, correntes naquela época. Porque a verdade
costumes, de cultura, de religião, de situação é proposta e expressa de modos diversos, quando
econômica, social e política. Tudo isto deixou se trata de gêneros históricos, proféticos,
marcas na Bíblia e teve influência na maneira da poéticos ou outros" (DV 12,2) - (CIC 110).
Bíblia nos apresentar a mensagem de Deus. Às vezes, não é fácil compreender o que
está escrito porque a linguagem é diferente da
8. QUEM ESCREVEU A BÍBLIA?
nossa. Muitas vezes não entendemos palavras
Não foi uma única pessoa que escreveu a
usadas por nossos avós 50 anos atrás. Então, o
Bíblia. Foram diversos autores.
que dizer das palavras que foram escritas há mais
Deus se serviu de diversos tipos de
de 2.000 anos?
pessoas para escrever a Bíblia: homens e
A fé do antigo povo e dos cristãos
mulheres, jovens e velhos, mães de família, reis,
reconhece que a Bíblia foi escrita por homens que
doutores e pastores, operários de várias
sentiram a inspiração de Deus e colocaram a seu
profissões. Gente instruída que sabia ler e
serviço a inteligência e o conhecimento que tinham
escrever e gente simples que só sabia contar
da vida e da história do povo, a sensibilidade
histórias. Gente viajada e gente que nunca saiu de
humana, sua fantasia e reflexão. Eram homens que
casa; sacerdotes e profetas. Gente de todas as
receberam a inspiração de Deus. "Toda Escritura
classes, todos convertidos e unidos na mesma
é divinamente inspirada". (2Tm 3,16-17).
preocupação de construir um povo irmão, onde
Por essa razão pode-se dizer que a Bíblia é
reinasse a fé, a justiça, a fraternidade, a
obra de Deus, e o Livro de Deus, mas é também
fidelidade a Deus, e onde não houvesse opressor,
Livro da Fé e da Vida de um Povo.
nem oprimido.
A Bíblia é a Palavra de Deus em forma
Eles escreveram por inspiração de Deus.
humana (1 T8 2, 13).
Isto não quer dizer que Deus foi ditando, lá do
Para os cristãos, a Bíblia é o livro mais
céu e eles foram escrevendo.
importante dentre os milhões de livros já escritos
"Para escrever os livros sagrados, Deus
até hoje.
escolheu e serviu-se de homens, na posse das suas
faculdades e capacidades, para que, agindo Ele
neles e através deles, escrevessem, como
verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que
Ele próprio quisesse" (DV11) - (CIC 106)
Eles escreveram os acontecimentos do
Povo de Deus.
122
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
a) Contar o passado
9. EM QUE LÍNGUA FOI ESCRITA A
Nos não nos esquecemos do passado da
BÍBLIA
nossa vida.
A Bíblia foi escrita em 3 línguas
Ficamos corajosos quando sentimos que
diferentes: hebraico, aramaico e grego. O
fomos ajudados a vencer na vida. Assim também o
hebraico foi sempre a língua sagrada. Todo menino
povo de Deus (o povo da Bíblia), olhando as coisas
israelita devia estudá-la.
que Deus tinha feito para ele no passado, se
A língua familiar dos hebreus era o
animava a caminhar para frente.
aramaico, a língua que falava Abraão. Esta língua
Os livros que falam do passado do povo de
foi falada por eles até a entrada na Terra de
Israel chamam-se:
Canaã. Em Canaã a povo teve que aprender o
Pentateuco: (Lei ou Tora). São assim chamados os
hebraico.
cinco primeiros livros da Bíblia: Gênesis (Origem
Quando a Palestina foi invadida pelos
da vida e da história do povo no Egito), Êxodo
gregos, pelo ano 333 a.C., o povo foi obrigado a
(saída do Egito), Levítico (formação de um povo
falar a língua grega.
santo e instruções para o culto), Números (a
Traduções - A Bíblia foi traduzida para
caminho da Terra Prometida) e Deuteronômio
ser compreendida. Como o hebraico era muito
(segunda lei - projeto de uma nova sociedade).
difícil e não era a língua falada pelo povo,
Livros Históricos: Josué - Juízes - Rute - Samuel
surgiram as traduções gregas.
(1 e 2) - Reis (1 e 2) - Crônicas (1 e 2) - Esdras -
A mais famosa tradução foi a dos
Neemias - Tobias - Judite - Ester - Macabeus (1
"Setenta" feita por, 70 sábios, pelo ano 250 a.C,
e 2). São 16 os livros históricos.
em Alexandria.
b) Anunciar o futuro
Quando foi feita, foram acrescentados 7
Ficamos animados quando olhamos para as
livros que não constavam da Bíblia hebraica.
possibilidades que temos no futuro. Nascem em
Há uma diferença entre a Bíblia dos
nós a esperança, a força e a coragem.
católicos e a Bíblia dos protestantes.
Assim o Povo de Deus (o povo da Bíblia) se
As protestantes ficaram com a Bíblia
animava a caminhar para frente, quando eram
hebraica, com 7 livros menos: Tobias, Judite,
colocadas, pelos profetas, as promessas feitas
Baruc, Eclesiástico, Sabedoria, 1 e 2 Macabeus,
por Deus para o futuro.
parte do livro de Daniel e Ester.
Os livros que falam do futuro do povo de
Os católicos seguiram o exemplo dos
Israel se chamam Livros Proféticos: Isaías -
apóstolos, ficando com a tradução grega dos
Jeremias - Lamentações - Baruc - Ezequiel -
Setenta.
Daniel - Oséias - Joel - Amós - Abdias - Jonas -
Tradução para o Latim: São Jerônimo
Miquéias - Naum - Habacuc - Sofonias – Ageu -
traduziu a Bíblia para o latim, no século IV d.C., e
Zacarias - Malaquias. São 18, os livros Proféticos.
esta tradução se chama "Vulgata" ou popular.
c) Mostrar o presente
Hoje a Bíblia esta traduzida nas principais
Ficamos felizes quando sentimos que Deus
línguas de todos os povos e as traduções
caminha conosco, na nossa vida presente e com
populares crescem dia-a-dia.
nossos problemas.
10. PARA QUÊ FOI ESCRITA A BÍBLIA? Assim aconteceu com o Povo da Bíblia
A Bíblia foi escrita para manter o povo na quando começou a caminhar com Deus. Olhava não
caminhada. Três coisas animam o povo a caminhar: só o passado, nem só o futuro, mas também o
a) contar o passado; presente, buscando soluções para seus problemas.
b) anunciar o futuro; Tudo isto está escrito nos Livros
c) mostrar o presente. Sapienciais: Jó - Salmos - Provérbios -
123
Eclesiastes - Cântico dos Cânticos - Sabedoria - nos nestes últimos tempos pelo Filho, a quem
Eclesiástico. São 7, os livros Sapienciais. constituiu herdeiro de tudo e por quem
"Com efeito, tudo o que foi escrito, igualmente criou o mundo" (Hb 1, 1-2).
anteriormente, foi escrito para nossa instrução, a Cristo é a luz que ilumina o passado, o
fim de que, pela constância e consolação que presente e o futuro. Fazendo referência a Ele,
provêm das Escrituras, possuamos a esperança" podemos entender a mensagem da Bíblia hoje.
(Rm 15,4).
"Tendo Deus falado outrora muitas vezes Fonte: Fé, Vida e Comunidade, Livro do
e de muitas maneiras pelos Profetas, agora falou- Catequista, Paulus, 2003 – p. 34 a 39.
124
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
1. Objetivos:
Refletir sobre as missões e sua importância na vida cristã e da
Igreja.
Identificar nossa presença no mundo, na comunidade como
missionário.
Identificar a vocação do cristão no mundo de hoje, atuante e
transformador à da Palavra de Deus .
2. Conteúdo do Encontro:
Iniciar a reflexão com o texto da apostila.
Comentar sobre a importância do sal na nossa vida: dar sabor e mesmo conservar alguns alimentos
(carne seca e salgada).
Solicitar aos catequizandos que pensem e dêem exemplos de situações onde somos “sal” e “luz”
para o mundo.
3. Desenvolvimento do Tema:
É desejo de Deus que todos se salvem, por isso Jesus antes de subir ao céu, deus a seguinte ordem
aos discípulos: “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura”. (Mc 16, 15)
É desejo do Senhor que todos conheçam e pratiquem o Evangelho.
Todos os cristãos são chamados a anunciar, pela vida e pela Palavra, o Evangelho, mas há pessoas
que até deixam sua pátria e partem para longe para levar a Boa Nova da Salvação trazida por
Jesus. Estas pessoas são os missionários.
Todos nós somos convidados a ser missionários, pois podemos falar de Jesus, imitá-Lo, fazê-Lo
conhecido e amado.
Podemos ser missionários em nossa própria família, na escola. Se cada um de vocês viver realmente
o que aprende na catequese, estará sendo um missionário.
Santa Teresinha foi religiosa de clausura. Rezou e se sacrificou tanto pelos missionários que é
considerada Padroeira dos Missionários. São Francisco Xavier também é o patrono dos
missionários.
O que você pode fazer para ser missionário?
125
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
Outubro, mês missionário
Padre Wagner Augusto Portugal
O mundo não conhece a Deus. As exorta: “Queridos irmãos e irmãs, que o Dia
civilizações se desenvolvem, a tecnologia avança, o Mundial das Missões seja ocasião útil para
homem conquista grandes descobertas - mas o compreender sempre melhor que o testemunho do
mundo ainda não conhece Deus. amor, alma da Missão, diz respeito a todos. De
Há aqueles que não o conhecem porque fato, servir o Evangelho não deve ser considerado
sempre viveram em um ambiente de crendices, uma aventura solitária, mas um compromisso
superstições, idolatrias e buscas de filosofias que compartilhado de todas as comunidades. Ao lado
não são cristãs como o espiritismo que nega a dos que estão na linha de frente nas fronteiras da
ressurreição de Cristo e, por isso, incompatível evangelização – e refiro-me aqui com gratidão aos
com a fé cristã católica, sendo até antagônica. missionários e missionárias -, muitos outros,
Estes precisam que um missionário lhes mostre, crianças, jovens e adultos, com sua oração e
com palavras, meditações e ações, a existência de cooperação, contribuem, de várias formas, para a
um Deus uno e trino – Pai, Filho e Espírito Santo – difusão do Reino de Deus na terra. Desejo que
que nos ama e que quer ser amado por nós, esta co-participação, graças à colaboração de
principalmente através do amor aos nossos todos, aumente sempre”.
semelhantes. Por isso, como nos convoca o Santo Padre,
Há aqueles que já foram informados sobre não sejamos individualistas e vivendo uma fé
esse Pai amantíssimo, mas a ganância, a violência, intimistas, mas na missão de juntos construirmos
o egoísmo não lhes deixam conhecer realmente o a Igreja nos coloquemos como discípulos-
projeto de felicidade que Deus tem para nós. É missionários de Jesus Cristo, colocando a mão no
preciso que alguém lhes abra os olhos e os faça arado e nos apresentando ao nosso Pároco, para
enxergar e viver as maravilhas do céu, cujo que possamos como missionários levar o amor de
caminho não é o mais fácil, mas, certamente, é o Deus e a caridade àqueles que ainda não vivem
mais seguro. uma fé que nos coloca nos espírito de redes de
Infelizmente, há também aqueles que comunidade, na partilha e na caridade.
conhecem a ternura e o amor de Deus, mas, por Por isso é preciso que nós, que somos
isso mesmo, se acham tão melhores do que os cristãos conscientes, tomemos o mês de outubro
outros, que se assentam em sua altivez, como ocasião de reflexão e de ponto de partida
esquecendo que a humildade, a simplicidade nos para um trabalho que, embora seja árduo, é
conservam mais perto do Pai e que o orgulho nos compensador e nos ajudará a construir um mundo
afasta d'Ele. melhor, que cada vez mais de pareça com o Céu.
Para todos esses, urge que surjam
missionários dispostos a mostrar ao mundo o Deus
verdadeiro, que é amoroso, simples: que aplaude a
humildade e o serviço espontâneo e
desinteressado.
O mês de outubro é considerado no seio
da Igreja Católica como o mês das missões para
lembrar-nos de nos tornar missionários, levando a
Palavra de Deus a todos que, de uma maneira ou
de outra, não a conhecem realmente.
O Santo Padre Bento XVI em sua
mensagem para o dia das missões de 2010 nos
126
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
1. Objetivos:
Levar os catequizandos a refletirem que o sustento da Igreja é
nossa corresponsabilidade e nossa missão como batizados.
2. Conteúdo do Encontro:
Assim como em nossa casa a Igreja também necessita de recursos
para realizar a sua missão. É nossa responsabilidade como cristãos
sustentar a Igreja em suas necessidades, pois a “igreja somos todos
nós, e suas necessidades são nossas”.
Somos convidados a colaborar com a missão da igreja, lembrando que, tudo é de Deus, tudo
pertence a Ele e tudo o que temos vem de Deus, nossa vida, nossa saúde, nosso trabalho, nosso
lazer.
Deus partilha conosco a vida através da criação, da natureza, tudo Ele nos dá e por disso dizemos
que “Dízimo é Partilha”.
3. Desenvolvimento do Tema:
Contar ou representar a história – Dízimo é Partilha (em anexo)
Comentar sobre a história, explicando sobre o Dízimo Mirim e o quanto a partilha de cada
catequizando ajuda a igreja na sua missão.
O Dízimo possui quatro dimensões ou seja quatro finalidades:
a. Dimensão Religiosa – O nosso dízimo é um agradecimento, um louvor a Deus, por tudo o que
Ele nos dá. Sabemos que Deus não precisa do nosso dinheiro, mas Ele conta conosco para
que não falte nada para a sua Igreja.
b. Dimensão Eclesial – Uma parte do dízimo é destinado para manutenção da Igreja – ou seja
– para o pagamento das contas de água, luz, manutenção das instalações, pagamento de
funcionários, encargos sociais, aquisição e manutenção dos livros, alfaias e roupas para as
celebrações da paróquia e da diocese.
c. Dimensão Missionária - uma parte do dízimo que contribui para formação de novos Padres,
para ajuda a outras Igrejas católicas no mundo com suas necessidades, campanhas de
Evangelização e da Fraternidade, manutenção dos lugares santos e ajuda à Igreja que
sofre.
d. Dimensão Caritativa – uma parte do dízimo que contribui para ajudar as pessoas
necessitadas, através das Obras Sociais, da sua paróquia ou da Diocese.
O que você pode fazer para ser dizimista mirim ? Como você pode partilhar?
4. Leitura utilizada: da própria apostila
5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc.
6. Material utilizado: Apostila, Bíblia,
7. Atividades: orientar a execução das atividades.
8. Momento de Oração: Rezar juntos a oração do dizimista.
Sem comunidade não é dízimo. pastoral quando há identificação com toda a ação
Só é dízimo o que entregamos na da Igreja como comunidade de salvação. Por
comunidade. exemplo: Uma venda recorde de bebidas para
A comunidade retira o aspecto angariar fundos para suprir as necessidades de
meramente jurídico do dízimo para imprimir-lhe o uma pastoral – os fins não justificam os meios.
sentido cristão e pastoral. Por isso que rifas, bingos e outros expedientes
Através da comunidade passa a ser passam ao largo da pastoral quando são utilizados
legítima a preocupação de buscar os meios como meios para suprir necessidades financeiras.
materiais para a manutenção dos serviços de que "Dízimo é partilha."
a comunidade cristã necessita. O dízimo faz parte de uma realidade
Temos que ter em mente que nem tudo o muito maior que se chama "PARTIILHA". Dízimo
que fazemos para resolver os problemas e oferta, entre tantas outras, são formas de
financeiros da comunidade é pastoral. Só é realizar a partilha.
128
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
Para podermos entender o que é a toda a comunidade que queira ser verdadeira
partilha, precisamos mergulhar no próprio comunidade de Jesus Cristo. Para ser Igreja de
mistério de Deus, porque Deus é PARTILHA. Jesus, a comunidade deve ser fiel à Palavra de
Quando dizemos que Deus é Amor, nós Deus, transmitida pelos seus legítimos Pastores,
afirmamos que Deus é Amor partilhado entre deve ser comunidade de oração, deve ter como
três pessoas, reafirmando nossa fé no mistério centro de sua vida a Eucaristia, deve praticar a
inefável da Santíssima Trindade. Sendo partilha partilha dos bens. A partilha torna-se, assim,
por natureza, Deus reparte conosco a vida, uma dimensão da Igreja de Jesus Cristo. Como
através da criação, a sua intimidade, através da não pode haver Igreja verdadeira sem fidelidade
Revelação, e partilha conosco o que Ele tem de aos Pastores, ou sem oração, também não pode
mais precioso que é seu próprio Filho. A haver Igreja sem partilha vivida entre cristãos.
Encarnação e a Redenção são mistérios da Dízimo e Oferta são gestos concretos de
partilha de Deus com a humanidade. partilha, é a forma mais simples para nós
Jesus Cristo partilha sua vida conosco e, vivermos a partilha hoje. Deus não nos pede para
na hora de sua morte, nos dá a própria Mãe para vendermos todos os bens, mas a devolução de
ser Mãe de todos nós. No Sacramento da uma pequena parte dos bens que Ele próprio
Eucaristia Ele partilha conosco, nos sinais do pão coloca em nossas mãos, em forma de dízimo e de
e do vinho, o seu corpo que é "doado" e o seu oferta, para as necessidades dos irmãos e para
sangue "derramado" para a salvação de todos. Por dar à Igreja condições de realizar a sua missão
isso a Eucaristia é o Sacramento da Partilha na dimensão religiosa, social e missionária.
total, sem restrições.
Já no Domingo de Páscoa, e de forma Fonte: Dízimo Ministério da Partilha, Antoninho
plena no dia de Pentecostes, o Espírito Santo é Tatto, O Recado, p.11 a 13.
efundido sobre a Igreja, sendo partilhados seus Os dez Mandamentos do Dízimo
dons entre todos os crentes.
Para continuar a sua missão no mundo, até 01 - Sou dizimista porque amo a Deus e amo o
o fim dos tempos, Jesus Cristo deixa-nos a sua meu próximo.
Igreja que se caracteriza como uma comunidade Partilho com alegria, conforme manda meu
de partilha. coração, seguindo as palavras de São Paulo: “Cada
Lucas, no livro dos Atos dos Apóstolos, um dê conforme decidir em seu coração, sem
2,42-47 nos mostra as características da pena ou constrangimento, porque Deus ama quem
comunidade cristã, idealizada por Jesus Cristo. É dá com alegria.” (2 Coríntios 9, 7).
uma comunidade que é fiel à palavra de Deus 02 - Sou dizimista porque reconheço que tudo
transmitida pelos Apóstolos, é assídua na oração recebo de Deus.
comum, na celebração da Eucaristia e na "O Senhor é meu pastor nada me faltará" (Salmo
"partilha dos bens"; "todos os que criam estavam 23,1).
unidos, e tinham tudo em comum. Vendiam as suas "Vejamos: em que você é mais do que os outros?
propriedades e distribuíam o preço por todos, O que é que você possui que não tenha recebido?"
segundo as necessidades que cada um tinha" (1 Coríntios 4,7).
(Atos, 2,45). É bem verdade que esta descrição, 03 - Sou dizimista porque minha gratidão a
inspirada pelo Espírito Santo, é limitada a uma Deus me leva a devolver um pouco do muito
única comunidade que vivia o entusiasmo do que recebo.
primeiro amor logo no início do cristianismo, como Sobre fé e gratidão encontramos no Evangelho
é verdade que esta realidade não deve ter segundo Lucas, quando Cristo encontrou os dez
durado muito tempo, mas é o ideal proposto para leprosos: "Não foram dez os curados? Onde
129
estão os outros nove?” Só um voltou para dar 09 - Sou dizimista porque quero ver minha
glória a Deus? (Lucas 17, 11-19). comunidade crescer e minha Igreja
04 - Sou dizimista porque creio, e confio, em testemunhar o Evangelho no mundo inteiro.
Deus Pai; minha contribuição é prova de fé e "Ide por toda a terra, pregai a Boa Nova. Batizai
de confiança. em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo"
“Portanto, não fiquem preocupados, dizendo: O (Mateus 28, 19-20; Marcos 16, 15).
que vamos comer? O que vamos beber? O que 10 – Sou dizimista porque amo a minha Igreja!
vamos vestir? Os pagãos é que ficam procurando Dez boas razões para ser Dizimista
essas coisas. O Pai de vocês, que está no céu, 1. O dízimo é uma profunda relação entre
sabe que vocês precisam de tudo isso. Pelo você e Deus.
contrário, em primeiro lugar busquem o Reino de 2. A oferta do dízimo é o reconhecimento
Deus e a sua justiça, e Deus dará a vocês, em dos dons gratuitos recebidos de Deus Pai,
acréscimo, todas essas coisas” (Mateus 6, 31- retribuindo, de forma justa, parte do que d’Ele
33). você recebeu.
05 - Sou dizimista porque o partilhar mata o 3. Seu dízimo ajuda a manter a comunidade
meu egoísmo. religiosa, patrimônio de todos .
A parábola do homem rico cuja terra deu uma 4. O dízimo mantém, também, os que vivem
grande colheita e este resolveu construir para o Evangelho.
celeiros maiores para guardar todo o trigo junto 5. O dízimo que você oferece vai se
com seus bens: Mas Deus lhe disse: “Insensato! transformar em Evangelho, em remédio, em pão,
Nesta mesma noite você vai ter que devolver a em missão.
sua vida. E as coisas que você preparou, para 6. Sua alegria será, extremamente,
quem vão ficar?” Assim acontece com quem grande, quando você verificar, daqui a algum
ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico tempo, o que, com o seu dízimo, se tornou
para Deus” (Lucas 12, 16-21). possível.
06 - Sou dizimista porque creio na vida cristã 7. Em vez de obrigação, você vai se sentir
em comunidade. grato e agradecido a Deus por lhe dar condições
"Onde dois ou mais se juntarem em meu nome, eu de participar da vida paroquial com seu dízimo.
estarei no meio deles" (Mateus 18, 20)."Vocês 8. A prática do dízimo integra, cada vez
são todos irmãos". mais, a pessoa à comunidade.
07 - Sou dizimista porque Deus, o único pai 9. A sua oferta permanente tornará
rico, não quer ninguém passando necessidade. vitoriosa a Pastoral do Dízimo.
“Tudo o que fizestes a um dos meus irmãos mais 10. Com a oferta do dízimo, você será
pequenos, a mim o fizestes" (Mateus 25, 40). participante ativo na construção do Reino de
08 - Sou dizimista porque gosto de viver em Deus.
liberdade e alegria, celebrando desde já a
vida plena. Fonte: http://www.paroquiasantoafonso.org.br
"Vou preparar-vos um lugar" (João 14, 1-5).
"Vinde, benditos de meu Pai..." (Mateus 25, 34).
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Projeto Alicerce – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
BIBLIGRAFIA
6. Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. I, II, III e IV, Editora Vozes, 2008.
10. Caminhando com Jesus – Catequese – 1º e 2º ano. Gabriel Benedito Issaac Chalita, Editora
Santuário.
11. Venham Cear Comigo – Coleção Deus conosco – Livro do catequista e catequizando, Editora
Vozes.
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