Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Pastoral Catequética
Apostila do Catequista
1
2
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
CONTEÚDO
3
4
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
O PERFIL DO CATEQUISTA
Faz parte do necessário perfil do catequista:
Boa comunicação.
Participação, engajamento e
Ter no mínimo 16 anos e espírito de serviço à
ter sido crismado. comunidade.
5
COMPROMISSOS DO CATEQUISTA
ESPIRITUALIDADE DO CATEQUISTA
6
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
PLANEJAMENTO DA CATEQUESE
7
1º ENCONTRO: ACOLHIDA E ENTROSAMENTO – JESUS ESTÁ ENTRE NÓS
1. Objetivo
Promover um ambiente acolhedor recebendo com alegria cada
catequizando, igualmente.
Estabelecer critérios de compromisso dos catequizandos.
2. Conteúdo do Encontro:
De forma dinâmica refletir a citação bíblica que nos ensina, na atitude
do bom samaritano, o gesto concreto do amor ao próximo. Jesus
ensina-nos como devemos amar a Deus e ao próximo. É toda a base de
uma vida verdadeiramente cristã, é o alicerce do Reino de Deus.
3. Desenvolvimento do tema:
Dar boas vindas – Motivação: quando encontramos uma pessoa qual é a primeira coisa que queremos
saber dela? (pausa) O que vocês estão querendo saber de mim? (pausa) O nome, não é isso? É isso que
vamos fazer agora. Vamos saber o nome de todos, pois afinal passaremos o ano juntos!
Para guardar melhor vamos preparar um crachá, cada um vai enfeitar o seu, bem bonito e escrever o
seu nome. Dar tempo para que cada um possa escrever e desenhar no seu crachá.
Dinâmica – teia de aranha (com um rolo de barbante).
Colocar a gravura voltada para o chão, no centro da sala, formar um círculo em volta.
Desenrolar um pouco laçando em seu dedo (começa pela catequista). Dizer o nome e mais
alguma coisa, por exemplo: “Meu nome é Maria Auxiliadora, sou casada, tenho três filhos, sou
catequista há cinco anos, gosto de ir à praia”
Em seguida jogar o rolo para o próximo (sou fulano, estou aqui para conhecer JESUS) e assim
por diante com a participação de todos.
Comentar a teia formada: O que parece isso? (pausa) Uma teia de aranha. Quem conhece a
teia de aranha? Alguém já viu aranha? (pausa - Esta dinâmica ajudará no conhecimento e
entrosamento da turma).
Comentários: Vocês já imaginaram se algum de nós soltar o dedo... o que vai acontecer?
(pausa) Vai ficar um buraco. Será que vai fazer falta? (pausa) Vai... o seu lugar só você pode
ocupar. Cada um de nós é muito importante. Por isso cada um vai fazer o possível para não
faltar aos encontros. Deverá vencer o sono de manhã, o frio, a chuva, o sono depois do almoço,
o cansaço do final do dia, o calor de verão. Não podemos deixar que nada nos atrapalhe.
Cada um de nós falou o porquê de estar aqui, será que é por isso mesmo? Eu acredito que
fomos chamados. O nosso 1º chamado foi à vida. O nosso 2º chamado foi no dia do nosso
batismo e fomos convidados a ser santos e hoje estamos aqui e, com certeza, não sabemos
exatamente o porquê, mas acredito que cada um de nós foi chamado para estar aqui. Com o
passar dos encontros cada um irá descobrir o motivo verdadeiro.
Ler o versículo Mt 18, 20, virar a figura que está no chão mostrando que Jesus está no meio
de nós e quer ser nosso amigo. Ele estará presente em nossos encontros porque no reunimos
em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Jesus quer ser nosso amigo, assim como foi amigo dos apóstolos, dos doentes, do pobres e dos
pecadores.
Jesus está sempre conosco, nos momentos tristes e nos momentos felizes, mesmo que não se
perceba a sua presença.
Ler e comentar o texto da apostila e preencher o quadro com os nomes dos amigos.
8
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
9
2º ENCONTRO: MISSA: ORIGEM, GESTOS E SÍMBOLOS
1. Objetivo:
Levar o catequizando a compreender que sua participação na missa faz crescer a sua unidade com
os outros e com Deus.
Compreender que os gestos e símbolos usados na liturgia ajudam a participar melhor das
celebrações.
2. Conteúdo do Encontro:
Explicar a Instituição da Eucaristia, como deve ser a nossa participação e os símbolos litúrgicos
presentes na missa.
3. Desenvolvimento do Tema:
Distribua caixinhas de presente para cada catequizando. Dentro deve estar um pedaço de papel
escrito “Eu dou minha vida por você” e uma imagem de Jesus impressa colada no fundo da caixa.
Pode ser colocada uma bala para acompanhar o bilhete.
Converse com os catequizandos sobre os presentes que eles recebem no Natal ou aniversário, o que
sentem? Peça que abram os presentes e pergunte o que sentiram ao recebê-lo. Explique que este é
o maior presente que Deus nos dá: sua vida por nós!
Explicar que a Missa se parece com uma festa de aniversário (ver a história no final do
Aprofundamento).
Mostre o quadro da Santa Ceia, perguntando o que significa a imagem, qual fato está representado,
introduzindo o tema. Convide-os a imaginar a seguinte cena: Uma pessoa está à beira da morte,
reúne seus familiares e amigos, pois tem coisas muito importantes para dizer. Ele sabe que vai
morrer e a única coisa que resta é deixar suas últimas palavras.
Ler Lucas 22, 7-20, a partir da leitura explicar que nesta Ceia Jesus nos deixou a Eucaristia,
deixou-nos um presente.
Jesus disse a eles que deveriam celebrar inúmeras vezes aquela ceia, até que Ele retornasse. E
todas as vezes que repetissem tal gesto, Ele estaria presente.
Na Igreja que nasceu com os primeiros cristãos, obedeceram a ordem de Jesus de fazer memória
daquele dia como vemos em 1Cor 11, 23-26, a Igreja foi se organizando e orientando e então temos
a missa como ela é hoje.
Leve os catequizandos á Igreja e converse sobre os gestos que usamos no cotidiano, pode-se usar o
canto “Deus Trino” cantando e fazendo gestos durante o canto. Conversar sobre os principais
gestos para bem participar da missa e as atitudes de respeito dentro da Igreja, diante do
Santíssimo – andar de forma respeitosa, sem correrias.
Nos bancos repita com eles os gestos mais comuns, sentar, levantar, ajoelhar... explicando o
sentido de cada gesto.
10
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
Muitos símbolos usados na Liturgia têm sua origem no Antigo Testamento: era no altar que o
sacerdote fazia os sacrifícios a Deus. Ler Ex 30, 1-11.
Falar sobre os demais objetos e símbolos litúrgicos – mostrar o que está dentro da Igreja e em
seguida voltar para a sala e utilizar as figuras.
4. Leitura utilizada: Lc 22, 7-20; 1Cor 11, 23-26; At 4, 32-35; Ex 30, 1-11.
5. Ambientação: Arrumar a mesa com o Quadro da Santa Ceia e as figuras, vela, flor, imagens e Bíblia –
parte do encontro deve ser dado na Igreja para que se possa vivenciar melhor e tirar dúvidas.
6. Material utilizado: Quadro ou cartaz da Santa Ceia – Caixinhas de presente conforme a dinâmica e
figuras de objetos litúrgicos.
7. Atividades: conforme o tempo disponível, podem ser feitas no momento que o catequista explica ou
em casa como reforço para o catequizando.
8. Momento de Oração:
Rezar o Salmo 140(141). Orientá-los de modo que reclinem a cabeça num momento de interiorização
e escutem a Palavra de pé.
Incentivá-los a fazer preces espontâneas
Encerrar com o canto “Deus Trino”, fazendo gestos.
11
de Jesus, que os cristãos se reuniam 'para partir Nossa experiência cristã é marcada por
a pão' (At 20,7). Desde aqueles tempos até as muitos símbolos, ou seja, os sinais sagrados que
nossos dias a celebração da Eucaristia perpetuou- servem como "pontes" que nos levam ao encontro
se, de sorte que hoje a encontramos em toda com Deus. Para nós cristãos tem um forte
parte na Igreja, com a mesma estrutura significado a cruz, a vela, as imagens, o pão, o
fundamental. Ela continua sendo a centro da vida vinho, a água, o óleo e tantos outros símbolos que
da Igreja." (CIC 1343). nos colocam em comunhão com Deus. Muitos
“Se os cristãos celebram a Eucaristia desde desses símbolos estão presentes numa Celebração
as origens, e sob uma forma que, na sua Eucarística.
substância, não modificou apesar da mudança dos No entanto, é importante a distinção entre
tempos e das liturgias, é porque temos símbolos litúrgicos e arranjos, adereços e
consciência de estarmos ligados ao mandato de enfeites no ambiente de celebração. Embora
Jesus, dado na véspera de sua paixão: 'Fazei isto agrade aos olhos um bom arranjo de flores, o
em memória de mim' (1Cor 11,24-25)." (CIC 1356). exagero pode ser empecilho para se perceber a
Cabe ainda ressaltar que as palavras da presença do símbolo litúrgico.
consagração repetidas pelo sacerdote são Também é preciso estabelecer uma
eficazes, tornando Cristo realmente presente. hierarquia nos elementos simbólicos numa
"No Santíssimo Sacramento da Eucaristia estão Celebração Eucarística. o ambão, ou Mesa da
'contidos verdadeiramente, realmente e Palavra, e o altar, a Mesa da Eucaristia, são
substancialmente a Corpo e a Sangue juntamente elementos simbólicos que devem ter um destaque
com a alma e a Divindade de Nosso Senhor Jesus especial no espaço do ambiente de celebração.
Cristo e, por conseguinte, o Cristo todo." (CIC Devem ser belos por si. De preferência sem
1374). O ato de consagrar torna real o mistério enfeites, ou pelo menos discretos.
da transubstanciação, pois as substâncias do pão e Ninguém mais que Jesus mostrou o quanto o
do vinho se transformam: tornam-se outra ser humano é importante, pois Ele mesmo se fez
realidade - o Corpo e o Sangue do Senhor. humano, para falar mais de perto conosco. Um
Gestos e Símbolos gesto, um sorriso, um aperto de mão ... expressa o
Nós humanos, por sermos dotados de razão, que uma pessoa pensa ou sente. A Constituição
damos sentido ao mundo que nos rodeia. Tudo nos Sacrosanctum Concilium adverte sobre a
fala, porém é preciso prestar atenção, ver e ouvir o participação ativa na Liturgia através das
que as pessoas, as coisas e os acontecimentos querem aclamações do povo, as respostas, os cânticos, os
nos dizer. Isto nos possibilita relacionarmos com o gestos e o porte do corpo (cf. SC 30; 568).
mundo, com as pessoas e com Deus. Através desses Muitos gestos podem ser utilizados e
símbolos, que expressam nossas idéias e sentimentos, valorizados na celebração: elevar as mãos, curvar-se,
podemos facilitar nossa comunicação. Por exemplo: prostrar-se, dançar, bater palmas, caminhar em
uma aliança de casamento tem um sentido muito procissão. Muitos dos gestos são ligados a cultura do
maior que o de ser simplesmente um anel. Ela sela um povo: dar as mãos, abraçar, oferecer velas, flores.
compromisso de vida entre duas pessoas que se Também são usados símbolos fortes que expressam a
amam. Assim, o símbolo vai além do aspecto racional luta do povo: cruz, instrumentos de trabalho,
da pessoa, ele envolve os sentimentos, emoções, alimentos, a terra ...
afetos ...
12
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
anuncio desta Palavra e para a qual, durante a ato penitencial e na hora de dar o "sim" durante a
como símbolos ou sinais significativos" (AVLB 40). "mesa" da palavra tem uma forma de uma estante,
Os Gestos e posturas são muito em cima da qual se coloca a Bíblia. Mas pode ter
oração. Também são formas de rezar. Eis os principalmente nas igrejas maiores. A mesa da
principais gestos e posturas assumidos pela Palavra fica do lado direito do altar.
13
Patena: pequeno prato de metal, no qual é da túnica. É distintivo do ministro ordenado, do
colocada a hóstia grande. poder sacerdotal.
Pala: peça quadrada dura, que serve para cobrir o Toalha: é algo próprio da mesa da refeição. Tem
cálice. aspecto de festa, de alegria e solenidade.
Túnica: manto branco ou de cor neutra que Lecionário: traz as leituras, o Evangelho e o Salmo
lembra a túnica de Jesus, o modo de vestir do seu do dia
tempo. Significa que o padre está a serviço.
Estola: paramento em forma de faixa vertical Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, vol.
comprida. Desce do pescoço e é colocada por cima III, Vozes, 2004 – p. 58-59 e 76 a 78.
14
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
Muitas pessoas começaram a abraçar o Cebolinha, desejando-lhe feliz aniversário, tudo de bom e
que Deus lhe iluminasse e lhe cobrisse de bênçãos.
O Cebolinha ganhou muitos presentes. As pessoas que chegavam, vinham lhe ofertar seu presente
com um grande sorriso de felicidade.
Sua mãe trouxe um bolo lindo e colocou sobre a mesa, junto com os refrigerantes.
Cebolinha estava abrindo seus presentes, cada um lhe dava mais alegria que o outro...
Então, ele olhou para sua mãe e falou: “Lembla, mãe? No ano passado a vovó estava aqui também.
Agola ela já está lá no céu, e eu sei que um dia nos vamos nos encontlar com ela, junto com Nossa Senhola,
os anjos e os santos... Por falar em santo, que bom que o Padle João veio, né mãe?”
“É mesmo Cebolinha. Ele batizou você quando ainda era um bebê e agora tá aqui festejando seu
aniversário!”
Chegou a hora de cantar PARABÉNS. Todos ficaram de pé, se aproximaram da
mesa e cantaram com entusiasmo.
Partiu-se o bolo e serviu-se o refrigerante. Todos comeram e beberam. Estava uma
delícia!!!
Cada um que ia embora agradecia a família pela festa, pela receptividade, por tudo.
E se despediam com um sorriso e um até breve.
No dia seguinte, Cebolinha foi brincar com seus presentes.
Então, ele viu que tinha muitos, muitos brinquedos e resolveu dar alguns deles para o Cascão.
Vamos entender
Convite para a festa Jesus nos convida para a Missa (seu banquete)
A mãe prepara a festa Alguém prepara a Missa
Os convidados são recebidos Entrada / Saudação
Cascão pede desculpas Ato Penitencial
Conversa dos convidados Glória / Liturgia da Palavra
Abraçam o Cebolinha Oração da comunidade
Ganhando presentes Apresentação das ofertas
Bolo e refrigerante na mesa Consagração
Abrindo os presentes Ofertório
Cebolinha fala da avó e do padre Oração eucarística
Parabéns Amém / Pai Nosso / Abraço da paz
Comer e beber Comunhão
Ir embora e agradecer Ação de graças / Despedida
Nosso compromisso para a semana que a Missa
Dia seguinte e repartir brinquedos
nos pede
15
3º ENCONTRO: ANO LITÚRGICO
1. Objetivo:
Compreender como a Igreja organizou o Ano Litúrgico para ajudar a vivenciar os principais
mistérios da fé: encarnação, manifestação, paixão, morte e ressurreição de Cristo.
Assimilar que a Eucaristia deve ser vivida todos os dias procurando o fortalecimento para viver
como Jesus ensinou.
2. Conteúdo do Encontro:
O esquema do Ano Litúrgico, momentos fortes e o tempo comum. As leituras bíblicas, as cores
litúrgicas e seus significados.
3. Desenvolvimento do Tema:
Motivar os catequizandos perguntando: quando começa o ano? Quando acaba? E na escola, o ano
letivo, quando começa? E acaba quando? Perguntar se sabem como é na Igreja – é a mesma coisa?
Quando começa?
Partindo da data do Natal mostrar que o ano começa 4 semanas antes, quando começamos a nos
preparar para o Natal – falar do ciclo do Natal.
Falar depois do Ciclo da Páscoa que inicia na Quaresma e termina no dia de Pentecostes.
Falar do Tempo Comum – que é dividido em duas partes.
Mostrar no diagrama da Apostila. Explicar as cores litúrgicas e seu significado.
Explicar as leituras bíblicas – Escolher leituras dos anos A, B e C nos Evangelhos sinóticos
mostrando que a cada 3 anos lemos junto com a Igreja todos os Evangelhos. Fazer as leituras dos
anos A, B e C para a Solenidade da Ascensão do Senhor fazendo uma comparação entre as três.
Utilizar os folhetos de missa para mostrar como a Igreja se organiza de modo que em todo o
mundo todos celebram o mesmo tempo litúrgico, as mesmas leituras e os sacerdotes utilizam os
paramentos das mesmas cores.
Ler as orações do folheto (Coleta ou Prefácio da Oração Eucarística) ressaltando o tempo litúrgico
vivenciado através das orações.
4. Leituras utilizadas: Mt 28, 16-20 (Ano A); Mc 16, 15-20 (Ano B); Lc 24, 46-53 (Ano C).
5. Ambientação: Arrumar as cadeiras em círculo, mesa c/toalha, flores, vela, Bíblia, imagens.
6. Material utilizado: figuras simbolizando o Natal, Advento, Páscoa, Pentecostes, etc..
16
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
19
CORES LITÚRGICAS
Dizem respeito às vestes litúrgicas, e à toalha do ambão . São elas:
O BRANCO - Simboliza a vitória, a paz, a alma pura, a alegria. Usa-se: na Quinta-feira Santa, na Vigília
Pascal do Sábado Santo, em todo o Tempo Pascal, no Natal, no Tempo do Natal, nas festas dos santos
(quando não mártires) e nas festas do Senhor (exceto as da Paixão), nas festas e memória da Bem-
aventurada Virgem Maria, dos Santos Anjos, na festa de Todos os Santos, São João Batista, São João
Evangelista, Cátedra de São Pedro e Conversão de São Paulo. É a cor predominante da ressurreição.
O VERMELHO - Simboliza o fogo, o sangue, o amor divino, o martírio. É usado: no Domingo
de Ramos e da Paixão, na Sexta-Feira santa, no Domingo de Pentecostes, nas festas dos Apóstolos, dos
Santos mártires e dos Evangelistas.
O VERDE - É a cor da esperança. Usa-se no Tempo Comum. (Quando no TC se celebra uma festa do
Senhor ou dos santos, usa-se então a cor da festa).
O ROXO - Simboliza a penitência. Usa-se no Tempo do Advento e da Quaresma. Pode-se também usar
nos ofícios e missas pelos mortos. (Quanto ao Advento, está havendo uma tendência a se usar o violeta,
em vez do roxo, para distingui-lo da Quaresma, pois Advento é tempo de feliz expectativa e de
esperança, num viver sóbrio, e não de penitência, como a Quaresma).
O PRETO - É símbolo de luto. Pode ser usado nas missas pelos mortos, mas nessas celebrações pode-se
usar também o branco, dando-se então ênfase não à dor, mas à ressurreição.
O ROSA - Simboliza também a alegria. Pode ser usado no 3º Domingo do Advento, chamado "Gaudete",
e no 4º Domingo da Quaresma, chamado aqui "Laetare", ambos domingos da alegria.
20
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
Anotações
21
4º ENCONTRO: MISSA – MESA DA PALAVRA
1. Objetivo:
Despertar os catequizandos para o sentido da Santa Missa
em nossa vida cristã.
Despertar o desejo de participar da missa e entender os
vários momentos da celebração.
Conhecer os fundamentos da missa para melhor participar
dela e vivenciá-la.
Reconhecer a Eucaristia como sacramento do amor, da
fraternidade e da partilha
2. Conteúdo do Encontro:
A presença de Jesus na celebração da missa, através da Palavra, da pessoa do sacerdote, do altar
e da Eucaristia.
Na missa cumprimos o importante papel de povo de Deus. Tornamo-nos um só corpo em Cristo.
Cada catequizando faz parte desta comunhão, desta união de fé e amor, deste povo que Deus ama.
Explicar a missa parte por parte.
3. Desenvolvimento do Tema:
Converse com os catequizandos para saber que vivência eles têm sobre a missa, em especial sobre o
que acontece no ambão e no altar – mostrar as duas partes principais da missa.
Leia o texto bíblico Lc 24, 13-34 e motive-os a conversar sobre os personagens do texto e o que se
passa com eles.
Faça a comparação do que se passa na leitura com a missa: (1) o encontro dos personagens com
Jesus, (2) o desânimo, (3) os ensinamentos de Jesus, (4) a refeição, (5) a alegria ao reconhecer
Jesus Ressuscitado.
Recordar com os catequizandos o que acontece no início da missa (acompanhar no folheto litúrgico),
explicando a importância de cada momento: a procissão de entrada, o beijo no altar, a saudação do
sacerdote, o ato penitencial, o glória, a oração da Coleta...
Realizar uma procissão levando os objetos para compor a Mesa da Palavra: toalha branca, a bíblia,
as flores e as velas acesas.
Escolher para a Liturgia da Palavra os textos do domingo que antecede o encontro. Fazer a leitura
do texto do Antigo Testamento, do salmo e do Evangelho, precedido por um canto de Aclamação.
Faça uma breve reflexão dos textos mostrando como se inter-relacionam (aproveitar a homilia do
domingo anterior).
Faça a oração do Credo e conclua com a Oração da Comunidade que podem ser espontâneas ou
preparadas pelo catequista.
4. Leitura utilizada: Lc 24, 13-34.
5. Ambientação: Arrumar as cadeiras em círculo, mesa c/toalha, flores, vela, Bíblia, imagens..
6. Material utilizado: Providenciar o material da Mesa da Palavra.
7. Atividades: Levar folheto da missa da próxima semana ou Liturgia Diária para ajudar os catequizandos
na atividade.
8. Momento de Oração: Motivar os catequizandos a fazer preces espontâneas.
22
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
Consciente, porém, de sua fraqueza, pede conformarmos com a vontade do Pai, a exemplo de
forças para cumprir vontade de Deus, a exemplo de Cristo.
Cristo. A oração do Creio é rezada apenas nas missas
Só compreenderemos o alcance da Liturgia da dominicais e solenidades “tendo por objetivo levar o
Palavra, se não a considerarmos como simples povo a dar seu assentimento à Palavra de Deus
leitura, mas se crermos que é Cristo mesmo que fala ouvida nas leituras e na homilia, bem como recordar-
quando se lêem as Sagradas Escrituras na Igreja e lhe as regras de fé antes de iniciar a celebração da
quando a Igreja ora e salmodia. Eucaristia” (Instrução Geral nº 43).
Na Liturgia nunca se proclamam duas leituras A oração dos fiéis ou Oração universal é um
seguidas, sem a interposição de algum canto ou elemento importante em toda Liturgia da Palavra.
Salmo. São os cantos interlecionais. Era comum no Antigo Testamento que o povo desse
O Canto que segue a primeira leitura é o sua resposta de louvor e de pedido à Palavra de
Salmo Responsorial. É o canto ou a recitação de um Deus proclamada, como, por exemplo, o Povo de
salmo em resposta à primeira leitura. Faz parte Israel aos pés do Monte Sinai, que respondeu:
integrante da Liturgia da Palavra, constitui como que “Faremos tudo conforme o Senhor disse e seremos
mais uma Leitura, tirada do Livro dos Salmos. obedientes” (Ex 24, 7).
Nele, Deus fala através da atitude orante do São Paulo recomenda a Timóteo “que se façam
homem. Eis por que o Salmo Responsorial tem um súplicas e orações, ações de graças por todos os
lugar privilegiado entre todos os demais cantos da homens, pelos reis e por todos aqueles que têm
Missa. Não deve ser substituído por outro canto autoridade, para que tenhamos vida calma e
correspondente. tranqüila, com toda a piedade e honestidade” (1Tm
Se o Salmo se refere à leitura que precedeu, 2, 1-2).
a Aclamação do Evangelho se refere ao que vai A comunidade pede pelas necessidades da
seguir. Será normalmente o Aleluia com um verso do Igreja; pelos poderes públicos e pela salvação do
Evangelho fora do tempo da Quaresma e outra mundo; pelos que sofrem qualquer dificuldade e pela
aclamação correspondente durante a Quaresma. comunidade local.
Importante é fazer coincidir a aclamação com o Cabe ao sacerdote celebrante dirigir a
momento em que o Livro dos Evangelhos é conduzido oração, convidando os fiéis a rezar, por meio de uma
solenemente pelo Sacerdote ou Diácono para o lugar breve exortação e concluindo com uma súplica. Toda
da proclamação. Pois o que se aclama é o Cristo a assembléia exprime a sua súplica, seja por uma
presente no seu Evangelho. invocação comum após a intenção proclamada
A homilia explana a Palavra de Deus; ajuda os (Senhor, escutai a nossa prece!), seja por uma
fiéis a confrontarem sua vida com a Palavra de Deus oração em silêncio (cf Instrução Geral nº 45-47).
proclamada, para desertar neles a conversão que
Fonte:
então se expressará através da profissão de fé, Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. III,
através da oração dos fiéis e da própria Liturgia Ed.Vozes, 2008 – p. 112-113.
Eucarística. Celebrar a vida cristã, Frei A. Beckhäuser, Ed. Vozes, 9ª
Toda a Liturgia da Palavra, prolongada na Ed. 2001
homilia, quer, no contexto da Eucaristia, despertar a
conversão, despertar os motivos de ação de graças,
ou seja, a Eucaristia, e preparar, ou melhor
desencadear uma atitude sacrifical que brota, sem
dúvida, da conversão, isto é, da vontade de nos
25
5º ENCONTRO: MISSA – MESA DA EUCARISTIA
1. Objetivo:
Despertar os catequizandos para o sentido da Santa Missa
em nossa vida cristã.
Despertar o desejo de participar da missa e entender os
vários momentos da celebração.
Conhecer os fundamentos da missa para melhor participar
dela e vivenciá-la.
Reconhecer a Eucaristia como sacramento do amor, da
fraternidade e da partilha
2. Conteúdo do Encontro:
A presença de Jesus na celebração da missa, através da Palavra, da pessoa do sacerdote, do altar
e da Eucaristia.
Na missa cumprimos o importante papel de povo de Deus. Tornamo-nos um só corpo em Cristo.
Cada catequizando faz parte desta comunhão, desta união de fé e amor, deste povo que Deus ama.
Explicar a missa parte por parte.
3. Desenvolvimento do Tema:
Reler o texto bíblico Lc 24, 13-34 e reiniciar a comparação do ponto onde parou na Liturgia da
Palavra.
Realizar a procissão levando os objetos para compor a Mesa da Eucaristia.
Ler o texto bíblico Lc 22, 14-20, e fazer a comparação com as palavras do sacerdote na missa.
Explicar as partes da Liturgia Eucarística ajudando os a perceber o significado das orações e dos
símbolos usados na celebração.
Explicar que Jesus está presente na missa na pessoa do sacerdote, na Palavra proclamada, no altar
e na Eucaristia – por isso a importância da missa e do amor que devemos ter por ela.
Ao encerrar o encontro convidá-los a rezar o Pai Nosso de mãos dadas ao redor da mesa e repartir
o pão e o suco de uva – voltando ao encontro anterior lembrar os gestos de partilha, fraternidade e
unidade.
Convidá-los a assumir um compromisso de não mais faltar às missas.
26
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
Ofertório ou da preparação das oferendas para o si, tornando a todos irmãos, renova-se a aliança
Sacrifício, e na Comunhão. com Deus e com os homens em Cristo; realiza-se
A ceia ou banquete é o sinal mais imediato, um verdadeiro intercâmbio, uma permuta entre o
mais fácil de perceber. A Eucaristia celebra-se céu e a terra, entre Deus e os homens.
em forma de ceia, como Jesus o fez antes de ser No simbolismo do pão e do vinho podemos
entregue. Esta forma ele transmitiu à Igreja para encontrar três níveis de significação:
que repetisse em memória de sua morte e a) Pão e vinho, símbolo de nova vida e
ressurreição. de toda a criação – simbolizam nossa vida
Vários são os elementos que lembram esta conservada por Deus. Representam nossa vida,
ceia. Temos o altar, a mesa do sacrifício cristão, enquanto é criação de Deus, enquanto é dom de
em torno da qual se congrega a assembléia dos Deus. Não só a vida, mas tudo quanto é dado com a
fiéis. Os elementos mais significativos são sem vida: a criação toda como obra de Deus. O pão e o
dúvida o pão e o vinho – comida e bebida – vinho são símbolo daquilo que o homem é.
apresentados em bandejas e cálices. Durante a b) Pão e vinho, símbolo do que o homem cria –
oração Eucarística repetem-se os gestos de simbolizam a criação do homem, enquanto ele
Cristo na Última Ceia. O sacerdote toma o pão e continua a criação de Deus. Têm caráter simbólico
depois o cálice. Cristo declara que seu Corpo e não só no seu ser pão e vinho, mas no seu tornar-
Sangue seriam verdadeiramente comida e bebida se pão e vinho. Para que o pão chegue a ser pão e o
(cf. Jo 6) e São Paulo, interpretando o significado vinho chegue a ser vinho, há todo um processo
do Banquete Eucarístico, distigüindo-o de uma desencadeado pelo homem. Ele prepara a terra,
ceia comum, afirma: “Pois todas as vezes que semeia, cuida, colhe. Mói o trigo, transforma-o em
comerdes este pão e beberdes deste cálice, massa, para que finalmente chegue a ser pão. Ele
anunciareis a morte do Senhor até que Ele venha” planta a videira, cuida dela, colhe a uva, fá-la
(1Cor 11, 26) passar por todo um processo de fermentação
O banquete ou jantar tem por objetivo para, então, saborear o fruto da videira. Por isso,
exprimir uma atitude de festa. Através do significam a ação e o trabalho do homem.
banquete, do jantar ou uma refeição fraterna Abrangem não só o que o homem é, mas também o
realiza-se uma união, uma aliança, um encontro, um que ele faz e possui através da sua ação criadora
intercâmbio, uma permuta, um serviço. No fundo, como colaborador na obra de Deus.
realiza-se um convívio. Quem convida alguém para c) O pão e o vinho simbolizam Jesus Cristo.
comer, quer partilhar a vida com ele, deseja fazê- Na Última Ceia, Jesus relacionou o pão com seu
lo conviver. Quer partilhar com ele o que há de Corpo dado, com sua morte salvadora; e o vinho
mais precioso, a vida. com o Cálice do seu sangue que é derramado, com
Se aplicarmos agora a riqueza de sentido do seu sangue da nova e eterna aliança. Cristo
banquete ou da ceia à Eucaristia, descobriremos relacionou, portanto, o pão e o vinho com o
que a Celebração Eucarística é uma festa por mistério de sua Páscoa, de sua Paixão-Morte e
excelência, em que celebramos Cristo. Ressurreição.
Comemoramos a Morte e Ressurreição de Cristo Assim, na hora em que estes sinais adquirem
com tudo o que significam para nós. Realizamos a o seu significado na Celebração Eucarística, o pão
maior homenagem que podemos prestar a Deus e o vinho exprimem a nossa vida, a nossa ação,
por Cristo. A Eucaristia é um agradecimento por aquilo que somos e o que fazemos relacionado com
excelência. Realizamo-la em atitude de alegria, de Cristo, conforme Cristo.
união com Deus em Cristo e com os irmãos; na Se o pão e o vinho significam a nossa vida,
intimidade da vida divina, em que ele mesmo se com tudo o que somos e temos, unida a Cristo,
nos dá em alimento; realiza-se na maior amizade, então o rito da preparação das oferendas é de
pois Cristo reconciliou a todos com o Pai e entre grande importância.
27
Quando, pois, representantes da assembléia amam e se perdoam é de importância, antes da
levam as oferendas ao altar, eles levam a nossa Comunhão, o rito da paz, pois só quem for capaz
vida, o nosso trabalho, as nossas realizações, de viver a paz com o irmão pode participar da
unidos a Cristo. Podemos dizer que no mistério nós mesa do mesmo Pai.
nos colocamos com Cristo sobre o altar para Por isso, após a Oração Eucarística e o Pai-
sermos transformados em Cristo e por Cristo Nosso e antes da comunhão, os cristãos desejam
sermos apresentados ao Pai. expressar por um gesto de união e de amor o que
Ao preparar as oferendas, o sacerdote se realizou na oração comum e se há de
deposita um pouco de água no cálice com vinho. manifestar ainda mais profundamente na hora da
Sabemos que os judeus usavam o vinho misturado Comunhão: a conversão a Deus e ao próximo.
com água na celebração da Páscoa, gesto com Após a fração do pão que precede o rito da
certeza praticado por Jesus. O vinho, segundo a Comunhão, o Celebrante coloca uma partícula da
Sagrada Escritura, lembra a redenção pelo sangue hóstia no cálice, rezando em silêncio: “Esta união
e de modo particular a Paixão de Cristo, ao passo do Corpo e do Sangue de Jesus, o Cristo e Senhor
que a água traz à mente o povo de Deus salvo das nosso, que vamos receber nos sirva para a vida
águas e o novo povo de Deus nascido das águas do eterna”.
Batismo. A união dos dois elementos separados pelo
Assim como as gotas de água colocadas no memorial da morte de Jesus Cristo é feita para
vinho somem totalmente, são assumidas pelo simbolizar a sua ressurreição. A Eucaristia
vinho, transformadas em vinho, no Sacrifício da celebra não o Cristo morto, mas o Cristo morto e
Missão nós devemos entrar em Cristo, identificar- ressuscitado, pão vivo descido dos céus, garantia
nos com Ele, fazer-nos um com Ele. da imortalidade. A oração fala de um Cristo vivo
Vendo a disposição do homem, sua que é Senhor nosso; um Cristo alimento; um Cristo
orientação ao Senhor e Criador, como rei e alimento para a vida eterna.
sacerdote da criação com tudo o que é e possui Em todas as missas cantamos ou recitamos
representados pelo símbolo do pão e do vinho, “Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
Deus os aceita em Cristo. Não só os aceita, mas os tende piedade de nós”; e “Eis o Cordeiro de Deus,
transforma, os assume pela ação de graças por que tira os pecados do mundo”.
Cristo, com Cristo e em Cristo. A palavra dirigida O cordeiro é um símbolo cheio de
a Cristo no dia do seu batismo e no Monte Tabor significados, se considerarmos as Sagradas
renova-se em cada celebração Eucarística, no Escrituras. No Antigo Testamento o Cordeiro
momento em que Cristo se torna presente pela tornou-se símbolo de libertação e vida de um povo
ação de graças. Mas esta palavra não se restringe quando aspergiram os umbrais das portas com o
a Jesus Cristo. Ela se dirige a todos os que se sangue do cordeiro. E cada ano, celebrando a
inseriram na atitude de Cristo: “Este é o meu Páscoa, as famílias dos hebreus comiam o cordeiro
filho, esta é a minha filha muito amados, nos quais pascal em comemoração à libertação do Egito.
tenho posto minha complacência”. Vendo nossa generosidade, Deus nos convida
A seguir, assim preparados, assim dispostos à maior intimidade possível, à intimidade do
e reconciliados, podem aclamar: o Pai Nosso... banquete, à intimidade do amor, à intimidade da
como que uma resposta, a síntese final da própria comunhão de vida, transformando esta relação
Oração Eucarística. É na atitude do Pai nosso, num comércio santo, em que Deus dá de si mesmo
orientados todos ao Pai como filhos, e em alimento, em união. Deus nos faz participar de
conseqüentemente como irmãos, que podem sua mesa, mesa de alegria, de paz, de vida, onde
participar da mesma mesa. ele mesmo é o alimento; ele nos faz participar da
Nessa linha do Pai nosso, dos filhos e filhas sua imortalidade.
do mesmo Pai, que torna todos irmãos, que se
28
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
A Celebração Eucarística se encerra com a com os irmãos; uma missão de viver com o Senhor,
saudação, a benção e a despedida. A Oração pois ele nos deve acompanhar ou, nós devemos ser
depois da comunhão, serve de conclusão do rito de a presença dele no mundo.
Comunhão. Após esta oração e antes dos ritos
finais é o momento apropriado para avisos
paroquiais. Fonte:
Ritos Finais Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. III,
Após a oração pós-comunhão, iniciam os Ed.Vozes, 2008 – p. 112-1113.
Ritos Finais. O presidente dá a benção e envia os Celebrar a vida cristã, Frei A. Beckhäuser, Ed. Vozes,
29
6º ENCONTRO: INTRODUÇÃO AO CREDO – CREIO EM DEUS PAI
1. Objetivo:
Conhecer o símbolo dos apóstolos, na qual é a expressão da
estrutura e profissão de fé cristã.
Conscientizar que o cristão que foi batizado professa sua fé no
Deus Verdadeiro.
2. Conteúdo do Encontro:
Trabalhar os termos credo, símbolo dos apóstolos, profissão de
fé.
Esta oração apresenta as verdades que cremos, gerando em
nós uma comunhão com os irmãos e com a Santíssima Trindade.
Mostrar nossa profissão de fé no Deus único, apresentando os seus atributos de Pai, Todo-
Poderoso e Criador.
Recordar a criação do mundo que é o começo e o fundamento de todas as obras de Deus,
A oração do credo é rezada em especial na missa e no início do terço.
3. Desenvolvimento do Tema:
Converse com os catequizandos sobre questões que aceitamos como verdades para mostrar que
crer faz parte de nossa vida, muitas vezes sem provas.
Exemplos de questões:
o O homem foi para a lua, certo? Como sabemos que é verdade?
o A terra gira em torno do Sol? Como podemos ter certeza?
o Quando doente você foi ao médico e ele lhe deu remédios, você tomou? Como pode ter certeza
de que ele não estava lhe dando um veneno?
Explore a relação em acreditar nestas e em outras questões e na Palavra de Deus. Aceitamos
muitas coisas como verdades, não questionamos! Mas quando o assunto é religião ficamos cheios de
porquês! As pessoas acreditam em muitas coisas, mas com facilidade duvidam da Palavra de Deus.
Convide-os a ler Hb 11, 1-12 e 1Pd 3, 15-17 para que possam perceber que apesar de não ser
possível provar podemos dar razões de nossa fé – ou seja podemos com a nossa própria vida
explicar porque acreditamos em Deus.
Converse sobre as maravilhas criadas, a perfeição da natureza, do universo, do corpo humano, como
funcionam... as descobertas dos cientistas... o DNA... nossa visão..., o funcionamento do cérebro...
quanto mais os cientistas nos revelam suas descobertas mais percebemos que seria difícil existir
tanta perfeição sem que o autor fosse Deus.
Agora pergunte que imagem têm de Deus – quem é Deus para eles. Refletir sobre que imagem de
Deus nós temos.
Com o texto da apostila: explicar que a fé é um ato pessoal (Deus nos fez livres para acreditar ou
não) – mas é também um ato eclesial, isto é, da Igreja (CIC 166-169).
A Igreja é formada por pessoas de diferentes línguas, culturas e ritos. Por causa disso, desde os
primeiros séculos a Igreja adotou uma fórmula para que todos os cristãos em todas as partes do
mundo usassem uma linguagem comum para exprimir a sua fé – daí nasceu a oração do Credo ou
Símbolo dos Apóstolos.
Comparar e explicar os dois – indicando as semelhanças – usar a apostila.
30
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
Pedir que fechem as apostilas e faça uma tempestade de idéias formulando perguntas usando o
texto da apostila sobre as características de Deus – onisciente, onipresente, onipotente,
transcendente, eterno, imutável, perfeito e santo, trino.
Tudo o que os catequizandos responderem será escrito no quadro.
Discutir as respostas eliminando do quadro as respostas incorretas.
Explicar o que isto significa dizer que: Deus está na origem de tudo, Ele nos criou à sua imagem e
semelhança.
Discutir as qualidades de Deus: é bom, é amor, é misericordioso, é compassivo, é paciente, é
verdade, é fiel e é justo.
Descobrir como é o Deus que está no coração dos seus catequizandos – com quem Ele se parece?
4. Leitura utilizada: Hb 11, 1-12 e 1Pd 3, 15-17.
5. Ambientação: Arrumar as cadeiras em círculo, mesa com toalha, flores, imagem e uma vela acesa.
6. Material utilizado: figuras representando Deus (Deus-castigo e Deus-amor).
7. Atividades: Acompanhar e orientar as atividades.
8. Momento de Oração:
Distribuir as frases entre os catequizandos. Todos ao redor da vela acesa (se achar difícil mantê-
la acesa durante todo o encontro acendê-la somente no momento da oração)
Catequista: A luz da vela é o símbolo da fé (está presente na missa, nos sacramentos, no sacrário).
Com a ajuda do símbolo da fé, vamos fazer a nossa profissão de fé, afirmamos que somos pessoas
que acreditam em Deus e em seus ensinamentos:
Catequizandos: (cada um lê o seu) e todos respondem:
Todos: Senhor, eu Creio, mas aumenta a minha fé!
Catequizando: Creio em Deus, que nos ama e nos quer felizes.
Catequizando: Creio que Deus criou todas as coisas que existem no mundo.
Catequizando: Creio que Deus está presente em todos os lugares ao mesmo tempo.
Catequizando: Creio que Deus sabe tudo, todas as coisas que acontecem são do conhecimento
Dele..
Catequizando: Creio que Deus tem autoridade total sobre todas as coisas e sobre todas as
criaturas.
Catequizando: Creio que Deus é eterno – Nunca houve nem haverá um tempo, nem no passado nem
no futuro, em que Deus não existisse ou que não existirá. Ele não está limitado ao tempo humano.
Catequizando: Creio que as coisas extraordinárias que o homem descobre pela ciência revelam a
bondade e o poder de Deus, como criador de tudo o que existe.
Catequizando: Creio que a ciência, a busca da verdade pelo estudo, também é obra de Deus, pois
foi Ele quem deu inteligência para o ser humano.
Catequizando: Creio que as verdades de nossa fé, foram transmitidas por dois mil anos e que
muitas pessoas deram a vida em nome desta fé.
Catequizando: Creio que Jesus Cristo é o filho de Deus que veio ao mundo revelar o amor do Pai.
Catequizando: Creio que Jesus Cristo veio ao mundo para nos salvar.
31
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
O ser humano sente dentro de si uma Assim é também com Deus e a fé que n'Ele
profunda sede do Infinito. É Deus mesmo quem depositamos. Alias, podemos dar muito mais
provoca em nós essa sede, ao mesmo tempo em crédito àquilo que Deus nos revela do que aquilo
que vem ao nosso encontro, mostrando a sua que nos é dito pelas pessoas. Os seres humanos
verdadeira face. Como resposta a essa ação de podem enganar-se, Deus nunca. Confiamos n'Ele
Deus, que preenche nossa vida, temos a fé. porque Ele não pode nem enganar-se e nem
"A fé é o fundamento da esperança, é uma enganar-nos. (CIC 156).
certeza a respeito do que não se vê." (Hb 11,1). Mas como poderíamos saber com certeza se
Pela fé o homem livremente se entrega o conteúdo da revelação é pura invenção da mente
inteiramente ao Deus que se revela, dizendo seu humana? Como podemos saber se Deus é ou não
"sim" a tudo o que Ele disse e fez (cf. DV 5). um belo engano da humanidade?
Essa fé, em primeiro lugar, é um dom de Essas perguntas são feitas por muitas
Deus. Não poderíamos crer, não poderíamos pessoas em nosso tempo, que se questionam sobre
conhecer e nem sequer perceber a presença de a validade de crer ou não em Deus. Muitos alegam
Deus se não fosse Ele mesmo quem nos inspirasse que a hipótese de Deus existir não é válida porque
e nos conduzisse. O Espírito Santo ilumina nosso não se pode comprovar. Na verdade nós, cristãos,
ser, move nosso coração e converte-o, abre sabemos que o conteúdo da Revelação não pode
nossos olhos a fim de que vejamos e aceitemos, ser provado cientificamente. Ninguém pode levar
aderindo à verdade que nos foi revelada (cf. DV Deus até o laboratório e verificar que Ele é Amor,
5). porque crer nisso é dom de Deus e não fruto dos
A fé é dom de Deus, mas é também um ato esforços humanos.
humano. Crer em Deus é confiar n'Ele não diminui A fé é dom, mas Deus quis se utilizar de
nossa inteligência, nem nossa liberdade. "Já no meios externos para comprová-la a fim de que nós
campo das relações humanas não é contrário à pudéssemos ter segurança no nosso crer. Quando
nossa própria dignidade crer no que outras Deus se revela, Ele garante-nos provas que
pessoas nos dizem ... " (CIC 154). Com freqüência tornam o conteúdo da revelação digno e ser aceito
acreditamos em nossos semelhantes. Cremos no pela nossa razão. "Deus ( ... ) se impõe a si mesmo,
médico que nos dá seu diagnóstico, cremos no isto é, se faz experienciar perante testemunhas
cientista que nos expõe suas teorias, cremos em ... " (Schneider, 2000, p. 55).
nossos amigos quando nos revelam seus segredos e Um dos meios externos dos quais Deus se
suas intenções, cremos em nossos pais quando nos utiliza são os milagres.
contam nossa história. A maioria das nossas Eles ocorreram no povo da Antiga Aliança,
relações pessoais gira em torno da crença que na Nova Aliança, em especial com Jesus, na vida
depositamos nas pessoas. Não comprovamos tudo dos santos e santas e ocorrem ainda hoje. Deus os
o que nos dizem, porque isso seria impossível! Não realiza não para mostrar seu poder, nem para
precisamos estudar todo o curso de medicina para fazer um espetáculo, nem muito menos para
comprovarmos a veracidade das palavras do agradar aqueles que querem exigir de Deus uma
médico, nem muito menos podemos refazer todas resposta mágica para seus problemas. Os milagres
as experiências científicas para comprovar que acontecem porque Deus quer comprovar sua
são ou não mentirosas, menos ainda podemos doutrina, porque ele quer garantir que a revelação
penetrar no interior das pessoas para saber se é digna de fé, e não uma doutrina completamente
são sinceras - nós simplesmente acreditamos maluca, inventada pelos homens (cf. CIC 156;
nelas. Eicher, 1993, p. 552 - 559).
32
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
Para nos ajudar a comprovar a credibilidade incoerente com a ciência. Porém, alguns dos
da fé temos também uma imensa "nuvem de grandes cientistas da história acreditavam e
testemunhas" (Hb 12,1) a nos cercar - são os acreditam em Deus. Fé e ciência não se
homens e mulheres que acreditaram e foram contradizem, mas complementam-se mutuamente.
capazes de doar toda sua vida, inclusive pagando o A verdade científica pode ajudar a esclarecer
caro preço do martírio a fim de não negar suas pontos obscuros da fé, bem como a fé pode
convicções. Os mártires não são "malucos auxiliar na resposta às questões que a ciência não
desvairados". Eles de fato tinham certeza de sua consegue responder (cf. GS 36).
fé. Ninguém morre por uma mentira. Assim, Pedro, A fé, tanto como dom de Deus quanto como
Tiago, Tomé e os demais apóstolos sabiam que ato humano, deve ser cultivada. Devemos
tinham visto e comprovado que Jesus havia alimentá-la com a Palavra de Deus e com uma vida
ressuscitado dentre os mortos. Eles não podiam intensa de oração, esclarecendo as dificuldades
negar tal fato, pois era a verdade. Por isso que se nos apresentam com a confiança de que
morreram. Deus jamais nos deixará de iluminar com seu
"A fé é certa, mais certa do que qualquer Santo Espírito, que nos ensina "toda a verdade"
conhecimento humano" (CIC 157). Por isso, ela não (cf. Jo 16,13).
pode estar em desarmonia com a razão. É o mesmo
Deus quem criou o ser humano capaz de raciocinar Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol
e capaz de crer. Por isso, fé e ciência se III, Ed. Vozes, 2002 – p. 32-34.
30. Porque é que a fé é um ato pessoal e ao Filho e Espírito Santo – e manifesta uma única via
mesmo tempo eclesial? (166-169) – A fé é um ato de salvação. Portanto, nós acreditamos, num só
pessoal, enquanto resposta livre do homem a Deus coração e numa só alma, tudo o que está contido
que se revela. Mas é ao mesmo tempo um ato na Palavra de Deus, transmitida ou escrita, e nos é
eclesial, que se exprime na confissão: “Nós proposto pela Igreja como divinamente revelado.
cremos”. De fato, é a Igreja que crê: deste modo,
33. O que são os Símbolos da Fé? (185-188 –
ela, com a graça do Espírito Santo, precede, gera
192. 197) – São fórmulas articuladas, também
e nutre a fé do indivíduo. Por isso a Igreja é Mãe
chamadas “profissões de fé” ou “Credo”, mediante
e Mestra.
as quais a Igreja, desde as suas origens, exprimiu
31. Porque é que as fórmulas da fé são resumidamente e transmitiu a própria fé, numa
importantes? (170-171) – As fórmulas da fé são linguagem normativa e comum a todos os fiéis.
importantes porque permitem exprimir, assimilar,
36. Porque é que a profissão de fé começa com
celebrar e partilhar, juntamente com outros, as
“Creio em Deus”? (198-199) – Porque a afirmação
verdades da fé, utilizando uma linguagem comum.
“Creio em Deus” é a mais importante, a fonte das
32. De que maneira a fé da Igreja é uma só? outras verdades respeitantes ao homem, ao
(172-175) – A Igreja, embora formada por mundo e à nossa vida de crentes n’Ele.
pessoas de diferentes línguas, culturas e ritos,
37. Porque professamos um só Deus? (200-202)
professa, unânime e a uma só voz, a única fé,
– Porque Ele se revelou ao povo de Israel como o
recebida dum só Senhor e transmitida pela única
Único, quando disse: “Escuta Israel, o Senhor é
Tradição Apostólica. Professa um só Deus – Pai,
um só” (Dt 6,4), “não há outros” (Is 45,22). O
33
próprio Jesus o confirmou: Deus é “o único é o seu Verbo, “resplendor da sua glória, e imagem
Senhor” (Mc 12,29). Professar que Jesus e o da sua substância” (Heb1, 3).
Espírito Santo são também eles Deus e Senhor,
47. Quem é o Espírito Santo que Jesus Cristo
não introduz nenhuma divisão no Deus Uno.
nos revelou? (243-248) – É a terceira Pessoa da
42. De que maneira Deus revela que é amor? Santíssima Trindade. Ele é Deus, uno e igual ao Pai
(218-221) – Deus revela-se a Israel como Aquele e ao Filho. Ele “procede do Pai” (Jo 15, 26), o qual,
que tem um amor mais forte que o pai ou a mãe princípio sem princípio, é a origem de toda a vida
pelos seus filhos ou o esposo pela sua esposa. Ele, trinitária. E procede também do Filho (Filioque),
em Si mesmo, “é amor” (1 Jo 4,8.16), que se dá pelo dom eterno que o Pai faz de Si ao Filho.
completa e gratuitamente, “que tanto amou o Enviado pelo Pai e pelo Filho encarnado, o Espírito
mundo que lhe deu o seu próprio Filho unigênito, Santo conduz a Igreja “ao conhecimento da
para que o mundo seja salvo por seu intermédio” Verdade total” (Jo 16, 13).
(Jo 3,16-17). Enviando o seu Filho e o Espírito
48. Como é que a Igreja exprime a sua fé
Santo, Deus revela que Ele próprio é eterna
trinitária? (249-256, 266) – A Igreja exprime a
permuta de amor.
sua fé trinitária confessando um só Deus em três
43. O que implica crer em um só Deus? (222- Pessoas: Pai e Filho e Espírito Santo. As três
227, 229) – Crer em Deus, o Único, implica: Pessoas divinas são um só Deus, porque cada uma
conhecer a sua grandeza e majestade; viver em delas é idêntica à plenitude da única e indivisível
ação de graças; confiar sempre n’Ele, até nas natureza divina. Elas são realmente distintas
adversidades; reconhecer a unidade e a entre si, pelas relações que as referenciam umas
verdadeira dignidade de todos os homens, criados às outras: o Pai gera o Filho, o Filho é gerado pelo
à imagem de Deus; usar retamente as coisas por Pai, o Espírito Santo procede do Pai e do Filho.
Ele criadas.
49. Como operam as três Pessoas divinas?
44. Qual é o mistério central da fé e da vida (257-260, 267) – Inseparáveis na sua única
cristã? (232-237) – O mistério central da fé e da substância, as Pessoas divinas são inseparáveis
vida cristã é o mistério da Santíssima Trindade. também no seu operar: a Trindade tem uma só e
Os cristãos são batizados no nome do Pai e do mesma operação. Mas no único agir divino, cada
Filho e do Espírito Santo. Pessoa está presente segundo o modo que lhe é
próprio na Trindade.
45. O mistério da Santíssima Trindade pode
ser conhecido só pela razão humana? (237) – 50. O que significa que Deus é onipotente?
Deus deixou alguns traços do seu ser trinitário na (268-278) – Deus revelou-se como “o Forte, o
criação e no Antigo Testamento, mas a intimidade Potente” (Sal 24, 8-10), Aquele para quem “nada é
do seu Ser como Trindade Santa constitui um impossível” (Lc 1,37). A sua onipotência é
mistério inacessível à razão humana sozinha, e universal, misteriosa, e manifesta-se na criação
mesmo à fé de Israel, antes da Encarnação do do mundo a partir do nada e na criação do homem
Filho de Deus e do envio do Espírito Santo. Tal por amor, mas sobretudo na Encarnação e na
mistério foi revelado por Jesus Cristo e é a fonte Ressurreição do Seu Filho, no dom da adoção filial
de todos os outros mistérios. e no perdão dos pecados. Por isso a Igreja dirige
a sua oração ao “Deus onipotente e eterno”
46. O que nos revela Jesus Cristo sobre o
(“Omipotens sempiterne Deus”).
mistério do Pai? (240-242) – Jesus Cristo
revela-nos que Deus é “Pai”, não só enquanto é 51. Porque é importante afirmar: “No princípio
Criador do universo e do homem, mas sobretudo criou Deus o céu e a terra” (Gn 1,1)? (279-
porque, no seu seio, gera eternamente o Filho, que 289, 315) – Porque a Criação é o fundamento de
todos os projetos divinos de salvação; manifesta o
34
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
amor onipotente e sapiente de Deus; é o primeiro 56. Como é que o homem colabora com a
passo para a Aliança do Deus único com o seu Providência divina? (307-308,323) – Ao homem,
povo; é o início da história da salvação que culmina Deus concede e requer, respeitando a sua
em Cristo; é uma primeira resposta às questões liberdade, a colaboração através das suas ações,
fundamentais do homem acerca da sua própria das suas orações e mesmo com os seus
origem e do seu fim. sofrimentos, suscitando nele “o querer e o operar
segundo os seus benévolos desígnios” (Filp 2,13).
52. Quem criou o mundo? (290-292, 316) – O
Pai, o Filho e o Espírito Santo são o princípio único 57. Se Deus é onipotente e providente porque
e indivisível do mundo, ainda que a obra da criação é que existe o mal? (309-310, 324. 400) – A
do mundo seja particularmente atribuída ao Pai. esta pergunta, tão dolorosa quanto misteriosa, só
o conjunto da fé cristã pode dar resposta. Deus
53. Para que foi criado o mundo? (293-294,
não é de maneira nenhuma, nem diretamente nem
319) – O mundo foi criado para a glória de Deus,
indiretamente, a causa do mal. Ele ilumina o
que quis manifestar e comunicar a sua bondade,
mistério do mal no seu Filho Jesus Cristo, que
verdade e beleza. O fim último da criação é que
morreu e ressuscitou para vencer aquele grande
Deus, em Cristo, possa ser “tudo em todos” (1 Cor
mal moral que é o pecado dos homens e que é a
15,28), para a sua glória e para a nossa felicidade.
raiz dos outros males.
54. Como é que Deus criou o universo? (295-
58. Porque é que Deus permite o mal? (311-
301 – 317-320) – Deus criou o universo
314,324) – A fé dá-nos a certeza de que Deus não
livremente, com sabedoria e amor. O mundo não é
permitiria o mal se do próprio mal não extraísse o
o produto duma necessidade, dum destino cego ou
bem. Deus realizou admiravelmente isso mesmo na
do acaso. Deus criou “do nada” (ex nihilo: 2Mac
morte e ressurreição de Cristo: com efeito, do
7,28) um mundo ordenado e bom, que Ele
maior mal moral, a morte do Seu Filho, Ele retirou
transcende infinitamente. Deus conserva no ser a
os bens maiores, a glorificação de Cristo e a nossa
sua criação e sustenta-a, dando-lhe a capacidade
redenção.
de agir, e conduzindo-a à sua realização, por meio
do seu Filho e do Espírito Santo.
55. Em que consiste a Providência divina? (302- Fonte: Compêndio do Catecismo da Igreja Católica
306, 321) – A Providência divina consiste nas (Site: www.vatican.va)
disposições com as quais Deus conduz as suas
criaturas para a perfeição última, à qual Ele as
chamou. Deus é o autor soberano do seu desígnio.
Mas para a realização do mesmo serve-se também
da cooperação das suas criaturas. Ao mesmo
tempo, dá às criaturas a dignidade de agirem por
si mesmas, de serem causas umas das outras.
35
7º ENCONTRO – CREIO EM JESUS CRISTO E NO ESPÍRITO SANTO
1. Objetivo:
Reconhecer Jesus Cristo presente na sua vida diária, com fé e
amor por Ele que tanto nos ama.
Fortalecer a fé no Espírito Santo reconhecendo-o no cotidiano
da vida.
2. Conteúdo do Encontro:
Mostrar o significado do nome Jesus Cristo, verdadeiro Deus e
verdadeiro Homem, que veio ao mundo e viveu com as pessoas
de seu tempo.
Mostrar que Jesus nos ensina o caminho que nos leva ao Pai, um
caminho que conduz a uma vida feliz com Deus.
Com Jesus temos o perdão dos pecados, a salvação dada a todas
as pessoas e a vida eterna.
Apresentar o Espírito Santo como luz para andar na direção de Deus.
Mostrar que o Espírito Santo se faz presente no nosso dia-a-dia.
3. Desenvolvimento do Tema:
Fazer a leitura do texto da apostila e conversar sobre o que conhecem sobre Jesus.
a. Jesus é Filho único de Deus (CIC 430-451)
b. Foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria (CIC 456-478/484-507)
c. Padeceu sob Pôncio Pilatos (CIC 571-573 / 595-618)
d. Foi sepultado (CIC 624-628)
e. Desceu aos infernos (CIC 632-635)
f. Ressuscitou ao terceiro dia e subiu aos céus (CIC 638-655)
g. Donde há de vir julgar os vivos e os mortos (CIC 668-679)
Ler o texto da apostila sobre o Espírito Santo e conversar sobre o que já conhecem:
h. Creio no Espírito Santo (687-688) (se quiser pode aprofundar até o 741).
4. Leitura utilizada: Lc 3, 22; Mt 17, 5; Rm 5, 7
5. Ambientação: Arrumar as cadeiras em círculo, mesa com toalha, vela, flores e imagem.
6. Material utilizado: Apostila e Bíblia. CD com música instrumental para o momento de oração.
7. Atividades: Fazer as atividades da apostila junto com os catequizandos.
8. Momento de Oração:
Invocar o Espírito Santo
Ler 1Jo4, 7-16 (de preferência coloque uma música instrumental e peça aos catequizandos que
fechem os olhos. Leia o texto calmamente).
Pedir que leiam o versículo que mais gostaram e comentem.
Encerrar com a Profissão de Fé (Credo)
36
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
“E EM JESUS CRISTO, SEU ÚNICO FILHO, de santidade; para nos tornar “participantes da
NOSSO SENHOR” natureza divina” (2 Ped 1, 4).
81. Que significa o nome “Jesus”? (430-435) – Dado 86. Que significa a palavra “Encarnação”? (461-463)
pelo Anjo no momento da Anunciação, o nome “Jesus” – A Igreja chama “Encarnação” ao mistério da admirável
significa “Deus salva”. Exprime a sua identidade e a sua união da natureza divina e da natureza humana na única
missão, “porque é Ele que salvará o seu povo dos seus Pessoa divina do Verbo. Para realizar a nossa salvação, o
pecados” (Mt 1,21). Pedro afirma que “não existe Filho de Deus fez-se “carne” (Jo 1,14) tornando-se
debaixo do céu outro Nome dado aos homens pelo qual verdadeiramente homem. A fé na Encarnação é o sinal
possamos ser salvos” (Act 4,12). distintivo da fé cristã.
82. Porque é que Jesus é chamado “Cristo”? (436- 87. De que modo Jesus Cristo é verdadeiro Deus e
440) – “Cristo” em grego, “Messias” em hebraico, verdadeiro homem? (464-467) – Jesus é,
significa “ungido”. Jesus é o Cristo porque é consagrado inseparavelmente, verdadeiro Deus e verdadeiro
por Deus, ungido pelo Espírito Santo para a missão homem, na unidade da sua Pessoa divina. Ele, o Filho de
redentora. Ele é o Messias esperado por Israel, enviado Deus, que é “gerado, não criado, consubstancial ao Pai”,
ao mundo pelo Pai. Jesus aceitou o título de Messias, fez-se verdadeiramente homem, nosso irmão, sem com
precisando porém o seu sentido: “descido do céu” (Jo isto deixar de ser Deus, nosso Senhor.
3,13), crucificado e depois ressuscitado, Ele é o Servo 88. Que ensina acerca disto o Concílio de Calcedônia
Sofredor “que dá a sua vida em resgate pela multidão” (ano 451)? (467) - O Concílio de Calcedônia ensina a
(Mt 20,28). Do nome Cristo é que veio para nós o nome confessar “um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus
de cristãos. Cristo, perfeito na sua divindade e perfeito na sua
83. Em que sentido Jesus é o “Filho Unigênito de humanidade; verdadeiro Deus e verdadeiro homem,
Deus”? (441-445) – No sentido único e perfeito. No composto de alma racional e de corpo, consubstancial ao
momento do Batismo e da Transfiguração, a voz do Pai Pai pela sua divindade, consubstancial a nós pela
designa Jesus como seu “Filho predileto”. humanidade, “em tudo semelhante a nós, exceto no
Apresentando-se a Si mesmo como o Filho que “conhece pecado” (Heb 4, 15); gerado pelo Pai antes de todos os
o Pai” (Mt 11,27), Jesus afirma a Sua relação única e séculos, segundo a divindade e, nestes últimos tempos,
eterna com Deus Seu Pai. Ele é “o Filho Unigênito de por nós homens e para nossa salvação, nascido da
Deus” (1 Jo 2, 23), a segunda Pessoa da Trindade. É o Virgem Maria e Mãe de Deus, segundo a humanidade”.
centro da pregação apostólica: os Apóstolos viram “a 89. Como é que a Igreja exprime do mistério da
Sua glória, como de Unigênito do Pai” (Jo 1, 14). Encarnação? (464-469) – Exprime-o afirmando que
84. O que significa o título “Senhor”? (446-451) – Na Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem,
Bíblia, este título designa habitualmente Deus com duas naturezas, a divina e a humana, que se não
Soberano. Jesus atribui-o a si mesmo e revela a sua confundem, mas estão unidas na Pessoa do Verbo.
soberania divina através do poder sobre a natureza, Portanto, na humanidade de Jesus, tudo – milagres,
sobre os demônios, sobre o pecado e sobre a morte, sofrimento, morte – deve ser atribuído à sua Pessoa
sobretudo com a sua Ressurreição. As primeiras divina, que age através da natureza humana assumida.
confissões cristãs proclamam que o poder, a honra e a 90. O Filho de Deus feito homem tinha uma alma
glória devidas a Deus Pai são também devidas a Jesus: com um conhecimento humano? (470-474) – O Filho de
Deus “deu-Lhe o Nome que está acima de todos os Deus assumiu um corpo animado por uma alma racional
nomes” (Fil 2,9). Ele é o Senhor do mundo e da história, humana. Com a sua inteligência humana, Jesus aprendeu
o único a quem o homem deve submeter completamente muitas coisas através da experiência. Mas também,
a própria liberdade pessoal. como homem, o Filho de Deus tinha um conhecimento
85. Porque é que o Filho de Deus se fez homem? íntimo e imediato de Deus seu Pai. Penetrava igualmente
(456-460) – O Filho de Deus encarnou no seio da os pensamentos secretos dos homens e conhecia
Virgem Maria pelo poder do Espírito Santo, por causa plenamente os desígnios eternos que Ele viera revelar.
de nós homens e para nossa salvação, ou seja: para nos 91. Como se harmonizam as duas vontades do Verbo
reconciliar a nós pecadores com Deus; para nos fazer encarnado? (475) – Jesus tem uma vontade divina e
conhecer o seu amor infinito; para ser o nosso modelo
37
uma vontade humana. Na sua vida terrena, o Filho de intervenção de homem. Ele é o Filho do Pai celeste,
Deus quis humanamente o que divinamente decidiu com segundo a natureza divina, e Filho de Maria segundo a
o Pai e o Espírito Santo para a nossa salvação. A natureza humana, mas propriamente Filho de Deus nas
vontade humana de Cristo segue, sem oposição ou suas naturezas, existindo nele uma única Pessoa, a
relutância, a vontade divina, ou melhor, está divina.
subordinada a ela. 99. Em que sentido Maria é “sempre Virgem”? (499-
92. Cristo tinha um verdadeiro corpo humano? (476- 507) – No sentido de que Maria “permaneceu Virgem na
477) – Cristo assumiu um verdadeiro corpo humano, concepção do seu Filho, Virgem no parto, Virgem
através do qual Deus invisível se tornou visível. Por esta grávida, Virgem mãe, Virgem perpétua” (Santo
razão, Cristo pode ser representado e venerado nas Agostinho). Portanto, quando os Evangelhos falam de
santas imagens. “irmãos e irmãs de Jesus”, trata-se de parentes
93. O que significa o Coração de Jesus? (478) – próximos de Jesus, segundo uma expressão usual na
Jesus conheceu-nos e amou-nos com um coração Sagrada Escritura.
humano. O Seu coração trespassado para nossa salvação 100. De que modo é que a maternidade espiritual de
é o símbolo daquele infinito amor com o qual Ele ama o Maria é universal? (501-507) – Maria tem um único
Pai e cada um dos homens. Filho, Jesus, mas, n’Ele, a sua maternidade espiritual
94. “Concebido por obra do Espírito Santo...”: o que estende-se a todos os homens que Ele veio salvar.
significa esta expressão? (484-486) – Significa que a Obediente, ao lado do novo Adão, Jesus Cristo, a
Virgem Maria concebeu o Filho eterno no seu seio, por Virgem é a nova Eva, a verdadeira mãe dos vivos, que
obra do Espírito Santo e sem a colaboração de homem: coopera com amor de mãe no seu nascimento e na sua
“O Espírito Santo descerá sobre ti” (Lc 1, 35), disse-lhe formação na ordem da graça. Virgem e Mãe, Maria é a
o Anjo na Anunciação. figura da Igreja e a sua realização mais perfeita.
95. “…Nascido da Virgem Maria”: porque é que 112. Qual é a importância do Mistério pascal de
Maria é verdadeiramente Mãe de Deus? (495) – Jesus? (571-573) – O Mistério pascal de Jesus, que
Maria é verdadeiramente Mãe de Deus porque é a mãe compreende a sua paixão, morte, ressurreição e
de Jesus (Jo 2,1; 19,25). Com efeito, Aquele que foi glorificação, está no centro da fé cristã, porque o
concebido por obra do Espírito Santo e que se tornou desígnio salvífico de Deus se realizou uma vez por todas
verdadeiramente Filho de Maria é o Filho eterno de com a morte redentora do seu Filho, Jesus Cristo.
Deus Pai. É Ele mesmo Deus. 117. Quem é responsável pela morte de Jesus?
96. O que significa “Imaculada Conceição”? (487- (595-598) – A paixão e a morte de Jesus não podem ser
492) – Deus escolheu gratuitamente Maria desde toda a imputadas indistintamente nem a todos os judeus então
eternidade para que fosse a Mãe de seu Filho: para vivos, nem aos outros judeus que depois viveram no
cumprir tal missão, foi concebida imaculada. Isto tempo e no espaço. Cada pecador, isto é, cada homem, é
significa que, pela graça de Deus e em previsão dos realmente causa e instrumento dos sofrimentos do
méritos de Jesus Cristo, Maria foi preservada do Redentor, e culpa maior têm aqueles, sobretudo se são
pecado original desde a sua concepção. cristãos, que mais freqüentemente caem no pecado ou
se deleitam nos vícios.
97. Como colabora Maria no desígnio divino da
salvação? (493-494) – Durante toda a sua existência, 118. Porque é que a morte de Cristo faz parte do
por graça de Deus, Maria conservou-se imune de todo o desígnio de Deus? (599-605) – Para reconciliar consigo
pecado pessoal. É a “cheia de graça” (Lc 1,28) e a “Toda todos os homens condenados à morte por causa do
Santa”. Quando o Anjo lhe anuncia que dará à luz “o pecado, Deus tomou a iniciativa amorosa de enviar o
Filho do Altíssimo” (Lc 1,32), dá livremente o seu Seu Filho para que se entregasse à morte pelos
assentimento com a “obediência da fé” (Rm 1,5). Maria pecadores. Anunciada no Antigo Testamento, em
entrega-se totalmente à Pessoa e obra do seu Filho particular como sacrifício do Servo sofredor, a morte
Jesus, abraçando com toda a alma a vontade divina de de Jesus acontece “segundo as Escrituras”.
salvação. 119. Com é que Cristo se ofereceu ao Pai? (606-
98. Que significa a conceição virginal de Jesus? 609) – Toda a vida de Cristo é oferta livre ao Pai para
(496-498) – Significa que Jesus foi concebido no seio realizar o seu desígnio de salvação. Ele dá “a sua vida
da Virgem apenas pelo poder do Espírito Santo, sem em resgate por muitos” (Mc 10,45) e deste modo
reconcilia com Deus toda a humanidade. O seu
38
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
sofrimento e a sua morte manifestam como a sua 126. Que lugar ocupa a ressurreição de Cristo na
humanidade é o instrumento livre e perfeito do Amor nossa fé? (631, 638) – A Ressurreição de Jesus é a
divino que quer a salvação de todos os homens. verdade culminante da nossa fé em Cristo e representa,
120. Como se manifesta na última Ceia a oferta de com a Cruz, uma parte essencial do Mistério pascal.
Jesus? (610-611) – Na última Ceia com os Apóstolos, na 127. Que “sinais” atestam a ressurreição de Jesus?
vigília da paixão, Jesus antecipa, isto é, significa e (639-644) – Para além do sinal essencial constituído
realiza antecipadamente a oferta voluntária de Si pelo túmulo vazio, a Ressurreição de Jesus é atestada
mesmo: “este é o meu corpo entregue por vós”, “este é pelas mulheres que foram as primeiras a encontrar
o meu sangue, que é derramado...” (Lc 22,19-20). Ele Jesus e o anunciaram aos Apóstolos. A seguir, Jesus
institui assim ao mesmo tempo a Eucaristia como “apareceu a Cefas (Pedro) e depois aos Doze.
“memorial” (1 Cor 11,25) do seu sacrifício e os seus Seguidamente, apareceu a mais de quinhentos irmãos de
Apóstolos como sacerdotes da nova Aliança. uma só vez” (1 Cor 15,5-6) e a outros ainda. Os
121. Que acontece na agonia do horto do Apóstolos não teriam podido inventar a Ressurreição,
Getsemani? (612) – Apesar do horror que a morte uma vez que esta lhes parecia impossível: de fato,
provoca na humanidade santíssima d’Aquele que é o Jesus repreendeu-os pela sua incredulidade.
próprio “Autor da vida” (Act 3,15), a vontade humana do 128. Porque é que a Ressurreição é ao mesmo tempo
Filho de Deus adere à vontade do Pai: para nos salvar, um acontecimento transcendente? (647, 656-657) –
Jesus aceita carregar sobre Si os nossos pecados no Embora seja um acontecimento histórico, constatável e
seu corpo, “fazendo-se obediente até à morte” (Fil 2,8). atestado através dos sinais e testemunhos, a
122. Quais os efeitos do sacrifício de Cristo na Ressurreição, enquanto entrada da humanidade de
cruz? (613-617) – Jesus ofereceu livremente a Sua vida Cristo na glória de Deus, transcende e supera a
em sacrifício de expiação, isto é, reparou as nossas história, como mistério da fé. Por este motivo, Cristo
culpas com a plena obediência do Seu amor até à morte. ressuscitado não se manifestou ao mundo mas aos seus
Este “amor até ao fim” (Jo 13,1) do Filho de Deus discípulos, fazendo deles as suas testemunhas junto do
reconcilia com o Pai toda a humanidade. O sacrifício povo.
pascal de Cristo resgata portanto os homens num modo 129. Qual é o estado do corpo ressuscitado de
único, perfeito e definitivo, e abre-lhes a comunhão Jesus? (645-646) – A Ressurreição de Cristo não foi
com Deus. um regresso à vida terrena. O Seu corpo ressuscitado é
123. Porque é que Jesus convida os discípulos a Aquele que foi crucificado e apresenta os vestígios da
tomar a sua cruz? (618) – Chamando os discípulos a Sua Paixão, mas é doravante participante da vida divina
“tomar a sua cruz e a segui-Lo” (Mt 16,24), Jesus quer com as propriedades dum corpo glorioso. Por esta
associar ao seu sacrifício redentor aqueles mesmos que razão, Jesus ressuscitado é soberanamente livre de
dele sãos os primeiros beneficiários. aparecer aos seus discípulos como Ele quer, onde Ele
quer e sob aspectos diversos.
124. Em que condições estava o corpo de Cristo no
sepulcro? (624-630) – Cristo conheceu uma verdadeira 130. De que modo a Ressurreição é obra da
morte e uma verdadeira sepultura. Mas o poder divino Santíssima Trindade? (648-650) – A Ressurreição de
preservou o seu corpo da corrupção. Cristo é uma obra transcendente de Deus. As três
Pessoas atuam conjuntamente segundo o que lhes é
125. O que são “os infernos”, aos quais Jesus
próprio: o Pai manifesta o Seu poder; o Filho “retoma” a
desceu? (632-637) – Os “infernos” (não confundir com
vida que livremente ofereceu (Jo 10,17) reunindo a Sua
o inferno da condenação) ou mansão dos mortos,
alma e o Seu corpo, que o Espírito vivifica e glorifica.
designam o estado de todos aqueles que, justos ou
maus, morreram antes de Cristo. Com a alma unida à sua 131. Qual o sentido e a importância da
Pessoa divina, Jesus alcançou, nos infernos, os justos Ressurreição? (651-655) – A Ressurreição é o culminar
que esperavam o seu Redentor para acederem da Encarnação. Ela confirma a divindade de Cristo, e
finalmente à visão de Deus. Depois de com a sua morte, também tudo o que Ele fez e ensinou, e realiza todas as
ter vencido a morte e o diabo “que da morte tem o promessas divinas em nosso favor. Além disso, o
poder” (Heb 2,14), libertou os justos que esperavam o Ressuscitado, vencedor do pecado e da morte, é o
Redentor, e abriu-lhes as portas do Céu. princípio da nossa justificação e da nossa Ressurreição:
a partir de agora, Ele garante-nos a graça da adoção
filial que é a participação real na sua vida de Filho
39
unigênito; depois, no final dos tempos, Ele ressuscitará sua ação quando nos revela o Verbo e quando age na
o nosso corpo. Igreja.
132. O que é que significa a Ascensão? (659-667) – 138. Quais são as designações do Espírito Santo?
Passados os quarenta dias em que se mostrou aos (691-693) – “Espírito Santo” é o nome próprio da
Apóstolos sob as aparências duma humanidade normal terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Jesus chama-
que ocultavam a sua glória de Ressuscitado, Cristo sobe lhe também: Espírito Paráclito (Consolador, Advogado)
ao céu e senta-se à direita do Pai. Ele é o Senhor que e Espírito de Verdade. O Novo Testamento chama-o
agora reina com a sua humanidade na glória eterna de ainda: Espírito de Cristo, do Senhor, de Deus, Espírito
Filho de Deus e sem cessar intercede por nós junto do da glória, da promessa.
Pai. Envia-nos o Seu Espírito e tendo-nos preparado um 139. Com que símbolos se representa o Espírito
lugar, dá-nos a esperança de um dia ir ter com Ele. Santo? (694-701) – São numerosos: a água viva que
133. Como reina agora o Senhor Jesus? (668-674) – jorra do coração trespassado de Cristo; a unção com o
Senhor do cosmos e da história, Cabeça da sua Igreja, óleo que é o sinal sacramental da Confirmação; o fogo
Cristo glorificado permanece misteriosamente sobre a que transforma o que toca; a nuvem, obscura e
terra, onde o Seu Reino já está presente como germe e luminosa, na qual se revela a glória divina; a imposição
início na Igreja. Ele um dia voltará em glória, mas não das mãos mediante a qual é dado o Espírito; a pomba
sabemos quando. Por isso, vivemos vigilantes, rezando: que desce sobre Cristo e permanece sobre Ele no
“Vem, Senhor” (Ap 22,20). batismo.
134. Como se realizará a vinda do Senhor na glória? 140. O que significa que o Espírito “falou pelos
(675-677) – Após o último abalo cósmico deste mundo profetas”? (687-688, 702-706) – Com o termo
que passa, a vinda gloriosa de Cristo acontecerá com o profetas entende-se todos os que foram inspirados pelo
triunfo definitivo de Deus na Parusia de Cristo e com o Espírito Santo para falar em nome de Deus. O Espírito
Juízo final. Assim se cumprirá o Reino de Deus. conduz as profecias do Antigo Testamento ao seu pleno
135. Como é que Cristo julgará os vivos e os cumprimento em Cristo, de quem revela o mistério no
mortos? (678-679) – Cristo julgará com o poder Novo Testamento.
adquirido como Redentor do mundo, vindo para salvar os 141. O que é que o Espírito Santo realiza em João
homens. Os segredos dos corações serão revelados, Batista? (717-720) – João Batista, o último profeta do
bem como o procedimento de cada um em relação a Antigo Testamento é cheio do Espírito Santo, que o
Deus e ao próximo. Cada homem será repleto de vida ou envia a “preparar para o Senhor um povo bem disposto”
condenado para a eternidade segundo as suas obras. (Lc 1,17) e a anunciar a vinda de Cristo, Filho de Deus:
Assim se realizará “a plenitude de Cristo” (Ef 4,13), na Aquele sobre o qual João viu o Espírito descer e
qual “Deus será tudo em todos” (1 Cor 15,28). permanecer, “Aquele que batiza no Espírito” (Jo 1,33).
“CREIO NO ESPÍRITO SANTO” 142. Qual é a obra do Espírito em Maria? (721-726)
136. Que quer dizer a Igreja quando professa: – Em Maria, o Espírito Santo realiza as expectativas e a
“Creio no Espírito Santo”?(683-686) – Crer no preparação do Antigo Testamento para a vinda de
Espírito Santo é professar a terceira Pessoa da Cristo. De forma única enche-a de graça e torna
Santíssima Trindade, que procede do Pai e do Filho, e fecunda a sua virgindade para dar à luz o Filho de Deus
“com o Pai e o Filho é adorado e glorificado”. O Espírito encarnado. Faz dela a Mãe do “Cristo total”, isto é, de
foi “enviado aos nossos corações” (Gal 4,6) para Jesus Cabeça e da Igreja que é o seu corpo. Maria está
recebermos a vida nova de filhos de Deus. com os Doze no dia de Pentecostes, quando o Espírito
inaugura os “últimos tempos” com a manifestação da
137. Porque é que as missões do Filho e do Espírito
Igreja.
são inseparáveis? (687-690, 742-743) – Na Trindade
indivisível, o Filho e o Espírito são distintos mas 143. Qual a relação entre o Espírito e Cristo Jesus,
inseparáveis. De fato, desde o princípio até ao final dos na missão terrena? (727-730 ) – O Filho de Deus é
tempos, quando o Pai envia o Seu Filho, envia também o consagrado Messias através da unção do Espírito na sua
Seu Espírito que nos une a Cristo na fé, para, como humanidade desde a Encarnação. Ele revela-O no seu
filhos adotivos, podermos chamar Deus “Pai” (Rm 8,15). ensino, cumprindo a promessa feita aos antepassados e
O Espírito é invisível, mas nós conhecemo-lo através da comunica-O à Igreja nascente, soprando sobre os
Apóstolos depois da Ressurreição.
40
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
144. O que acontece no Pentecostes? (731-732) – suas mútuas funções, para que todos dêem “o fruto do
Cinqüenta dias após a Ressurreição, no Pentecostes, Espírito” (Gal 5,22).
Jesus Cristo glorificado infunde o Espírito em 146. Como atuam Cristo e o seu Espírito no coração
abundância e manifesta-O como Pessoa divina, de modo dos fiéis? (738-741) – Por meio dos sacramentos,
que a Santíssima Trindade é plenamente revelada. A Cristo comunica aos membros do Seu Corpo o Seu
Missão de Cristo e do Espírito torna-se a Missão da Espírito e a graça de Deus que produz os frutos de vida
Igreja, enviada a anunciar e a difundir o mistério da nova, segundo o Espírito. Finalmente, o Espírito Santo é
comunhão trinitária. o Mestre da oração.
145. Que faz o Espírito Santo na Igreja? (733-741)
– O Espírito edifica, anima e santifica a Igreja: Espírito
Fonte: Compêndio do Catecismo da Igreja Católica
de Amor, Ele torna a dar aos batizados a semelhança
(Site: www.vatican.va)
divina perdida por causa do pecado e os faz viver em
Cristo da própria Vida da Santíssima Trindade. Envia-os
a testemunhar a Verdade de Cristo e organiza-os nas
41
8º ENCONTRO: A IGREJA É UNA, SANTA, CATÓLICA E APOSTÓLICA
1. Objetivo:
Apresentar as quatro características como a identidade e
missão da Igreja: Una, Santa, Católica e Apostólica.
2. Conteúdo do Encontro:
Explicar cada característica mostrando que a Igreja é Una por
possuir uma só doutrina, Santa porque tem uma missão
redentora (salvadora) e santificadora, Católica por ser universal e Apostólica por transmitir e
testemunhar os ensinamentos dos apóstolos sobre a Igreja de Cristo.
3. Desenvolvimento do Tema:
Iniciar o assunto perguntando o que sabem sobre a nossa Igreja:
o Quem fundou a nossa Igreja? Quando?
o Quem é o chefe da Igreja no mundo? Quem escolheu o primeiro chefe? Como acontece a
escolha hoje?
o E aqui em nossa região? Como ele é escolhido?
o E aqui na nossa Igreja Catedral? Falar do Pároco, Vigário Paroquial, Diáconos e Seminarista.
É importante saber que Jesus constituiu os apóstolos como líderes da Igreja com a
responsabilidade de formar comunidades nas quais se celebrasse e se vivesse os valores do Reino
de Deus.
Jesus estabeleceu o amor fraterno como a principal regra da Igreja – os cristãos punham tudo em
comum (Atos 2, 42-47).
No dia de Pentecostes Jesus enviou o Espírito Santo para iluminar o caminho da Igreja.
Jesus sabia que seus líderes não eram perfeitos e livres de cometer pecados e a Igreja passou e
passa ainda por momentos em que necessita refletir e revisar os seus atos para andar conforme as
regras estabelecidas por Jesus.
Também é importante saber que a Igreja é formada por cada um de nós. Jesus é a cabeça da
Igreja, nós somos os seus membros. O Espírito Santo nos inspira os bons propósitos e nós agimos.
Nossa Igreja em sua história de mais de dois mil anos de fundação:
o Promove a caridade aos mais necessitados – Ex. Caritas (ajuda aos flagelados de enchentes,
terremotos, pessoas pobres).
o Ajuda no desenvolvimento da educação.
o Defende a vida, especialmente diante dos avanços científicos (falar da Gincana pela Vida)
o Motiva a sociedade a adotar formas dignas e saudáveis de viver, conforme o plano de Deus.
o Falar do Projeto Ficha Limpa que nasceu na Igreja Católica (nós aqui na Catedral assinamos o
documento que foi levado ao Congresso para evitar que políticos ladrões se candidatassem a
cargos políticos).
o Denuncia as injustiças sociais, tiranias e falta de liberdade.
o Está comprometida com os valores do Evangelho propostos por Jesus “Que todos tenham vida, e
vida em abundância” (Jo 10, 10).
Passar para o texto da apostila explicando os atributos da Igreja – estes atributos são como
colunas que sustentam a Igreja.
42
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
Vamos agradecer a Deus por querer a nossa ajuda na construção do Reino, através da Igreja e
pedir a sua ajuda rezando (escrever no quadro ou numa cartolina):
“E a nós, que agora estamos reunidos e somos povo santo e pecador, dai
força para construirmos juntos o Vosso Reino que também é nosso. Por
Cristo, Nosso Senhor. Amém” (Oração Eucarística V da Liturgia da Missa)
Encerrar com a Profissão de Fé.
“CREIO NA SANTA IGREJA CATÓLICA” Cristo. Ela é, na terra, o germe e o início deste Reino
147. O que significa a palavra Igreja? (751-752, salvífico.
777-804) – Designa o povo que Deus convoca e reúne de 151. Em que sentido a Igreja é Mistério? (770-773)
todos os confins da terra, para constituir a assembléia – A Igreja é Mistério enquanto na sua realidade visível
daqueles que, pela fé e pelo Batismo, se tornam filhos está presente e operante uma realidade espiritual,
de Deus, membros de Cristo e templo do Espírito divina, que se descobre unicamente com os olhos da fé.
Santo. 152. Que significa que a Igreja é sacramento
148. Há, na Bíblia, outros nomes e imagens para universal de salvação? (774-776) – Significa que é
indicar a Igreja? (758-766) – Na Sagrada Escritura sinal e instrumento da reconciliação e da comunhão de
encontramos muitas imagens que põem em evidência toda a humanidade com Deus e da unidade de todo o
aspectos complementares do mistério da Igreja. O gênero humano.
Antigo Testamento privilegia as imagens ligadas ao povo A Igreja: povo de Deus, corpo de Cristo, templo do
de Deus; o Novo Testamento privilegia as imagens Espírito Santo
ligadas a Cristo como Cabeça deste povo que é o Seu
153. Porque é que a Igreja é povo de Deus? (781,
Corpo, e as imagens retiradas da vida pastoril (redil,
802-804) – A Igreja é o povo de Deus porque Deus quis
rebanho, ovelhas), agrícola (campo, oliveira, vinha)
santificar e salvar os homens não isoladamente mas
habitacional (morada, pedra, templo), familiar (esposa,
constituindo-os num só povo, reunido pela unidade do
mãe, família).
Pai e do Filho e do Espírito Santo.
149. Quais são as origens e a realização plena da
154. Quais são as características do povo de Deus?
Igreja? (758-766) – A Igreja encontra a sua origem e
(782) – Este povo, de que nos tornamos membros
a sua realização plena no eterno desígnio de Deus. Foi
mediante a fé em Cristo e o Batismo, tem por origem
preparada na Antiga Aliança com a eleição de Israel,
Deus Pai, por cabeça Jesus Cristo, por condição a
sinal da reunião futura de todas as nações. Fundada
dignidade e a liberdade dos filhos de Deus, por lei o
pelas palavras e ações de Jesus Cristo, foi realizada,
mandamento novo do amor, por missão a de ser o sal da
sobretudo mediante a sua morte redentora e a sua
terra e a luz do mundo, por fim o Reino de Deus, já
ressurreição. Foi depois manifestada como mistério de
iniciado na terra.
salvação mediante a efusão do Espírito Santo, no dia de
155. Em que sentido o povo de Deus participa das
Pentecostes. Terá a sua realização plena no fim dos
três funções de Cristo: Sacerdote, Profeta e Rei?
tempos, como assembléia celeste de todos os
(783-786) – O povo de Deus participa no ministério
redimidos.
sacerdotal de Cristo, enquanto os batizados são
150. Qual é a missão da Igreja? (767-769) – A
consagrados pelo Espírito Santo para oferecer
missão da Igreja é a de anunciar e instaurar no meio de
sacrifícios espirituais; participa no seu ministério
todos os povos o Reino de Deus inaugurado por Jesus
43
profético, enquanto, com o sentido sobrenatural da fé, 162. Onde subsiste a única Igreja de Cristo? (816) –
a esta adere infalivelmente, a aprofunda e testemunha; A única Igreja de Cristo, como sociedade constituída e
e participa no seu ministério real com o serviço, organizada no mundo, subsiste (subsistit in) na Igreja
imitando Jesus Cristo, que, rei do universo, se fez católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos
servo de todos, sobretudo dos pobres e dos que Bispos em comunhão com ele. Só por meio dela se pode
sofrem. obter toda a plenitude dos meios de salvação, pois o
156. Como é que a Igreja é corpo de Cristo? (787- Senhor confiou todos os bens da Nova Aliança ao único
791) – Por meio do Espírito, Cristo morto e ressuscitado colégio apostólico, cuja cabeça é Pedro.
une intimamente a Si os seus fiéis. Deste modo, os 163. Como considerar os cristãos não católicos?
crentes em Cristo, enquanto unidos estreitamente a (817-819) – Nas Igrejas e comunidades eclesiais, que se
Ele, sobretudo na Eucaristia, são unidos entre si na desligaram da plena comunhão da Igreja católica,
caridade, formando um só corpo, a Igreja, cuja unidade encontram-se muitos elementos de santificação e de
se realiza na diversidade dos membros e das funções. verdade. Todos estes bens provêm de Cristo e
157. Quem é a cabeça deste corpo? (792-795) – conduzem para a unidade católica. Os membros destas
Cristo “é a Cabeça do corpo, que é a Igreja (Col 1,18). A Igrejas e comunidades são incorporados em Cristo pelo
Igreja vive d’Ele, n’Ele e para Ele. Cristo e a Igreja Batismo: por isso, nós reconhecemo-los como irmãos.
formam o “Cristo total” (S. Agostinho); “Cabeça e 164. Como empenhar-se em favor da unidade dos
membros são, por assim dizer, uma só pessoa mística” cristãos? (820-822) – O desejo de restabelecer a
(S. Tomás de Aquino). união de todos os cristãos é um dom de Cristo e um
158. Porque é que a Igreja é chamada esposa de apelo do Espírito. Ele diz respeito a toda a Igreja e
Cristo? (796) – Porque o próprio Senhor Se definiu realiza-se mediante a conversão do coração, a oração, o
como o “Esposo” (Mc 2,19), que amou a Igreja, unindo-a recíproco conhecimento fraterno, o diálogo teológico.
a Si por uma Aliança eterna. Ele entregou-se a Si 165. Em que sentido a Igreja é santa? (823-829) –
mesmo por ela, para purificá-la com o Seu sangue, “para A Igreja é santa, porque Deus Santíssimo é o seu autor;
torná-la santa” (Ef 5,26) e fazer dela mãe fecunda de Cristo entregou-se por ela, para santificá-la e fazer
todos os filhos de Deus. Enquanto a palavra “corpo” dela santificadora; e o Espírito Santo vivifica-a com a
evidencia a unidade da “cabeça” com os membros, o caridade. Nela se encontra a plenitude dos meios de
termo “esposa” sublinha a distinção dos dois na relação salvação. A santidade é a vocação de cada um dos seus
pessoal. membros e o fim de cada uma das suas atividades. A
159. Porque é que a Igreja é designada templo do Igreja inclui no seu interior a Virgem Maria e
Espírito Santo? (797-798) – Porque o Espírito Santo inumeráveis Santos, como modelos e intercessores. A
reside no corpo que é a Igreja: na sua Cabeça e nos santidade da Igreja é a fonte da santificação dos seus
seus membros; para, além disso, Ele edifica a Igreja na filhos, que, aqui, na terra, se reconhecem todos
caridade com a Palavra de Deus, os pecadores, sempre necessitados de conversão e de
purificação.
160. Que são os carismas? (799-801) – Os carismas
são dons especiais do Espírito concedidos a alguém para 166. Porque é que a Igreja se chama católica?
o bem dos homens, para as necessidades do mundo e em (830-831) – A Igreja é católica, isto é, universal,
particular para a edificação da Igreja, a cujo porque nela está presente Cristo: “Onde está Cristo
Magistério compete o seu discernimento. Jesus, aí está a Igreja católica” (S. Inácio de
Antioquia). Ela anuncia a totalidade e a integridade da
A Igreja é una, santa, católica e apostólica
fé; leva e administra a plenitude dos meios de salvação;
161. Porque é que a Igreja é una? (813-815) – A
é enviada em missão a todos os povos, em todos os
Igreja é una porque tem como origem e modelo a
tempos e qualquer que seja a cultura a que eles
unidade na Trindade das Pessoas de um só Deus; porque
pertençam.
tem como fundador e cabeça Jesus Cristo, que
167. É também católica a Igreja particular? (832-
restabelece a unidade de todos os povos num só corpo;
835) – É católica toda a Igreja particular (isto é, a
e porque tem como alma o Espírito Santo, que une todos
diocese e a paróquia), formada pela comunidade de fiéis
os fiéis na comunhão em Cristo. Ela tem uma só fé, uma
cristãos que estão em comunhão de fé e de
só vida sacramental, uma única sucessão apostólica, uma
sacramentos seja com o seu Bispo, ordenado na
comum esperança e a mesma caridade.
44
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
sucessão apostólica, seja com a Igreja de Roma, que Espírito porque “quer que todos os homens sejam salvos
“preside à caridade” (S. Inácio de Antioquia). e cheguem ao conhecimento da verdade” (1 Tim 2, 4).
168. Quem pertence à Igreja católica? (836-838) – 173. Como é que a Igreja é missionária? (852-856) –
Todos os homens, de diferentes modos, pertencem ou Guiada pelo Espírito Santo, a Igreja continua no curso
estão ordenados à unidade católica do povo de Deus. da história a missão do próprio Cristo. Os cristãos,
Estão plenamente incorporados na Igreja católica portanto devem anunciar a todos a Boa Nova trazida
aqueles que, tendo o Espírito de Cristo, se encontram por Cristo, seguindo o seu caminho, dispostos também
unidos a ela pelos vínculos da profissão de fé, dos ao sacrifício de si mesmos até ao martírio.
sacramentos, do governo eclesiástico e da comunhão. 174. Porque é que a Igreja é apostólica? (857-869)
Os batizados que não se encontram plenamente nesta – A Igreja é apostólica pela sua origem, sendo
unidade católica estão numa certa comunhão, ainda que construída sobre o “fundamento dos Apóstolos” (Ef
imperfeita, com a Igreja Católica. 2,20); pelo ensino, que é o mesmo dos Apóstolos; pela
169. Qual a relação da Igreja católica com o povo sua estrutura, enquanto instruída, santificada e
judeu? (839-840) – A Igreja católica reconhece a sua governada, até ao regresso de Cristo, pelos Apóstolos,
relação com o povo judeu no fato de Deus ter escolhido graças aos seus sucessores, os Bispos em comunhão,
este povo entre todos, para primeiro acolher a sua com o sucessor de Pedro.
Palavra. É ao povo judeu que pertencem “a adoção a 175. Em que consiste a missão dos Apóstolos? (858 –
filhos, a glória, as alianças, a legislação, o culto, as 861) – A palavra Apóstolo significa enviado. Jesus, o
promessas, os patriarcas; dele provém Cristo segundo a Enviado do Pai, chamou a Si doze entre os Seus
carne” (Rm 9,5). Diferentemente das outras religiões discípulos e constituiu-os como seus Apóstolos, fazendo
não cristãs, a fé judaica é já resposta à Revelação de deles testemunhas escolhidas da sua ressurreição e
Deus na Antiga Aliança. fundamentos da sua Igreja. Deu-lhes o mandato de
170. Que ligação há entre a Igreja católica e as continuarem a sua missão, dizendo: “Como o Pai me
religiões não cristãs? (846-848) – Antes de tudo, há o enviou, assim também Eu vos envio a vós” (Jo 20,21). E
laço comum da origem e fim de todo o gênero humano. A prometeu estar com eles até ao fim do mundo.
Igreja católica reconhece que tudo o que de bom e de 176. O que é a sucessão apostólica? (861- 865) – A
verdadeiro existe nas outras religiões vem de Deus, é sucessão apostólica é a transmissão, mediante o
reflexo da sua verdade, pode preparar para acolher o sacramento da Ordem, da missão e do poder dos
Evangelho e mover em direção à unidade da humanidade Apóstolos aos seus sucessores, os Bispos. Graças a esta
na Igreja de Cristo. transmissão, a Igreja permanece em comunhão de fé e
171. Que significa a afirmação: “Fora da Igreja não de vida com a sua origem, enquanto ao longo dos séculos
há salvação”? (846-848) – Significa que toda a orienta todo o seu apostolado para a difusão do Reino
salvação vem de Cristo-Cabeça por meio da Igreja, que de Cristo na terra.
é o seu corpo. Portanto não poderiam ser salvos os que, Os fiéis: hierarquia, leigos, vida consagrada
conhecendo a Igreja como fundada por Cristo e
177. Quem são os fiéis? (871 – 872) – Os fiéis são
necessária à salvação, nela não entrassem e nela não
aqueles que, incorporados em Cristo pelo Batismo, são
perseverassem. Ao mesmo tempo, graças a Cristo e à
constituídos membros do povo de Deus. Tornados
sua Igreja, podem conseguir a salvação eterna todos os
participantes, segundo a sua condição, da função
que, sem culpa própria, ignoram o Evangelho de Cristo e
sacerdotal, profética e real de Cristo, são chamados a
a sua Igreja, mas procuram sinceramente Deus e, sob o
exercer a missão confiada por Deus à Igreja. Entre
influxo da graça, se esforçam por cumprir a sua
eles subsiste uma verdadeira igualdade, na sua
vontade, conhecida através do que a consciência lhes
dignidade de filhos de Deus.
dita.
178. Como é formado o povo de Deus? (873) – Na
172. Porque é que a Igreja deve anunciar o
Igreja, por instituição divina, existem os ministros
Evangelho a todo o mundo? (849-851) - Porque Cristo
sagrados que receberam o sacramento da Ordem e
ordenou: “ide e ensinai todas as nações, batizando-as no
formam a hierarquia da Igreja. Os outros são chamados
nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19).
leigos. De uns e de outros, provêm fiéis, que se
Este mandato missionário do Senhor tem a sua fonte no
consagram de modo especial a Deus com a profissão dos
amor eterno de Deus, que enviou o seu Filho e o seu
45
conselhos evangélicos: castidade no celibato, pobreza e cada dia, as dificuldades da vida suportadas com
obediência. paciência e os lazeres corporais e espirituais. Deste
182. Qual é a missão do Papa? (881- 882, 936 – 937) modo, os leigos, dedicados a Cristo e consagrados pelo
– O Papa, Bispo de Roma e Sucessor de S. Pedro, é o Espírito Santo, oferecem a Deus o próprio mundo.
perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade da 190. Como participam na sua função profética?
Igreja. É o vigário de Cristo, cabeça do colégio dos (904-907) – Participam nela acolhendo cada vez mais na
Bispos e pastor de toda a Igreja, sobre a qual, por fé a Palavra de Cristo e anunciando-a ao mundo com o
instituição divina, tem poder, pleno, supremo, imediato testemunho da vida e da palavra, a ação evangelizadora
e universal. e a catequese. Esta ação evangelizadora adquire uma
183. Qual é a missão do colégio dos Bispos? (883 – particular eficácia pelo fato de ser realizada nas
885) – O colégio dos Bispos, em comunhão com o Papa e condições ordinárias da vida secular.
nunca sem ele, exerce também sobre a Igreja supremo 191. Como participam na sua função real? (908 –
e pleno poder. 913) – O leigos participam na função real de Cristo,
184. Como é que os Bispos exercem a sua missão de tendo recebido d’Ele o poder de vencer o pecado em si
ensinar? (886-890) – Os Bispos, em comunhão com o mesmos e no mundo, mediante a abnegação de si e a
Papa, têm o dever de anunciar o Evangelho a todos, santidade de vida. Exercem vários ministérios ao
fielmente e com autoridade, como autênticas serviço da comunidade e impregnam de valor moral as
testemunhas da fé apostólica e revestidos da atividades temporais do homem e as instituições da
autoridade de Cristo. Mediante o sentido sobrenatural sociedade.
da fé, o Povo de Deus, adere perfeitamente à fé, sob a
condução do Magistério vivo da Igreja.
Fonte: Compêndio do Catecismo da Igreja Católica
188. Qual é a vocação dos fiéis leigos? (897-900) – (Site: www.vatican.va)
Os fiéis leigos têm como vocação própria a de procurar
o reino de Deus, iluminando e ordenando as realidades
temporais segundo Deus. Correspondem assim ao
chamamento à santidade e ao apostolado, dirigido a
todos os batizados.
189. Como participam os fiéis leigos na função
sacerdotal de Cristo? (901-903) – Participam nela
oferecendo – como sacrifício espiritual “agradável a
Deus por Jesus Cristo” (1Ped 2,5), sobretudo na
Eucaristia – a sua vida com todas as obras, as orações e
as iniciativas apostólicas, a vida familiar, o trabalho de
46
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
1. Objetivo:
Compreender que a Comunhão dos Santos é a comunhão da igreja
que vive sua unidade com Cristo, vive a graça e a misericórdia e
nos reconcilia com Deus.
2. Conteúdo do Encontro:
Explicação do significado dos termos: Comunhão dos Santos,
Remissão dos Pecados e Vida Eterna.
Refletir sobre os novíssimos do homem.
3. Desenvolvimento do Tema:
Com a apostila fechada, fazer uma tempestade de idéias, anotando no quadro o que os
catequizandos responderem.
Perguntas sobre a Comunhão dos Santos: o que é ser santo? Quem são os santos? Nós podemos ser
santos? Como? O que é intercessão dos santos? O que é Comunhão dos Santos? Quem participa da
comunhão dos santos?
Discutir as respostas eliminando as incorretas.
Sobre a remissão dos pecados – deixar que falem – o que entendem?
Fazer as leituras bíblicas e refletir sobre elas.
Cremos na vida eterna – refletir sobre a morte e os novíssimos do homem – deixar que coloquem
suas dúvidas. Esclarecê-las.
Se houver tempo fazer as atividades durante o encontro, se não, fazer em casa.
4. Leitura utilizada: Lc 24, 45-48, 2Cor 5, 17-21, 1Cor 15, 51-52, Jo 11, 25, Jo 14, 2-3, 1Cor 13, 12.
5. Ambientação: Arrumar as cadeiras em círculo, mesa com toalha, flores, imagem.
6. Material utilizado:Apostila.
47
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
Creio na Comunhão dos santos também que os nossos corpos mortais um dia retomarão
194. O que significa a expressão comunhão dos a vida.
santos? (946–953) – Indica, antes de mais, a 204. Qual a relação entre a Ressurreição de Cristo
participação de todos os membros da Igreja nas coisas e a nossa? (988 – 991, 1002 – 1003) – Como Cristo
santas (sancta): a fé, os sacramentos, em especial a verdadeiramente ressuscitou dos mortos e vive para
Eucaristia, os carismas e os outros dons espirituais. Na sempre, assim Ele próprio nos ressuscitará a todos no
raiz da comunhão está a caridade que “não procura o último dia, com um corpo incorruptível: “os que tiverem
próprio interesse” (1 Cor 13, 5), mas move o fiel “a feito o bem para uma ressurreição de vida, e os que
colocar tudo em comum” (Act 4, 32), mesmo os próprios tiverem feito o mal para uma ressurreição de
bens materiais ao serviço dos pobres. condenação”.
195. O que significa ainda a expressão comunhão 205. Com a morte, que sucede ao nosso corpo e à
dos santos? (954–959, 961–962) nossa alma? (992 – 1004; 1016 –1018) – Com a morte,
Designa ainda a comunhão entre as pessoas santas separação da alma e do corpo, o corpo cai na corrupção,
(sancti), isto é, entre os que, pela graça, estão unidos a enquanto a alma, que é imortal, vai ao encontro do
Cristo morto e ressuscitado. Alguns são peregrinos na Julgamento divino e espera reunir-se ao corpo quando
terra; outros, que já partiram desta vida, estão a este, transformado, ressuscitar no regresso do Senhor.
purificar-se, ajudados também pelas nossas orações; Compreender como acontecerá a ressurreição supera as
outros, enfim, gozam já da glória de Deus e intercedem possibilidades da nossa imaginação e do nosso
por nós. Todos juntos formam, em Cristo, uma só entendimento.
família, a Igreja, para louvor e glória da Trindade. 206. Que significa morrer em Cristo Jesus? (1005-
“CREIO NA REMISSÃO DOS PECADOS” 1014) – Significa morrer na graça de Deus, sem pecado
mortal. O que crê em Cristo e segue o Seu exemplo
200. Como são perdoados os pecados? (976 – 980,
pode assim transformar a própria morte num ato de
984 – 985) – O primeiro e principal sacramento para o
obediência e de amor ao Pai. “É certa esta palavra: se
perdão dos pecados é o Batismo. Para os pecados
morrermos com Ele, também com Ele viveremos” (2 Tim
cometidos depois do Batismo, Cristo instituiu o
2,11).
sacramento da Reconciliação ou Penitência, por meio do
qual o batizado é reconciliado com Deus e com a Igreja. “CREIO NA VIDA ETERNA”
201. Porque é que a Igreja tem o poder de perdoar 207. O que é a vida eterna? (1020 1051) – A vida
os pecados? (981–983; 986–987) – A Igreja tem a eterna é a que se iniciará imediatamente após a morte.
missão e o poder de perdoar os pecados, porque o Ela não terá fim. Será precedida para cada um por um
próprio Cristo lho conferiu: “Recebei o Espírito Santo: juízo particular realizado por Cristo, juiz dos vivos e
àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão dos mortos, e será confirmada pelo juízo final.
perdoados, e àqueles a quem os retiverdes serão 208. O que é o juízo particular? (1021 – 1022) – É o
retidos” (Jo 20, 22-23). julgamento de retribuição imediata, que cada um, a
“CREIO NA RESSURREIÇÃO DA CARNE” partir da morte, recebe de Deus na sua alma imortal,
em relação à sua fé e às suas obras. Tal retribuição
202. Que indica a palavra carne e qual é a sua
consiste no acesso à bem-aventurança do céu,
importância? (990, 1015) – O termo carne designa o
imediatamente ou depois de uma adequada purificação,
homem na sua condição de debilidade e de mortalidade.
ou então à condenação eterna no inferno.
“A carne é o eixo da salvação” (Tertuliano). Com efeito,
nós cremos em Deus que é o Criador da carne; cremos 209. O que se entende por “céu”? (1023 – 1026) –
no Verbo que se fez carne para redimir a carne; cremos Por “céu” entende-se o estado de felicidade suprema e
na ressurreição da carne, acabamento da criação e da definitiva. Os que morrem na graça de Deus e não
redenção da carne. precisam de ulterior purificação são reunidos à volta de
Jesus e de Maria, dos anjos e dos santos. Formam
203. O que significa a “ressurreição da carne”?
assim a Igreja do céu, onde vêem Deus “face a face” (1
(990) – Significa que o estado definitivo do homem não
Cor 13,12), vivem em comunhão de amor com a
será só a alma espiritual separada do corpo, mas
Santíssima Trindade e intercedem por nós.
48
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
210. O que é o purgatório? (1030 – 1031) – O diante d’Ele. A seguir a tal juízo final, o corpo
purgatório é o estado dos que morrem na amizade de ressuscitado participará na retribuição que a alma teve
Deus, mas, embora seguros da sua salvação eterna, no juízo particular.
precisam ainda de purificação para entrar na alegria de 215. Quando terá lugar este juízo final? (1040) - O
Deus. juízo final terá lugar no fim do mundo, do qual só Deus
211. Como podemos ajudar a purificação das almas conhece o dia e a hora.
do purgatório? (1032) – Em virtude da comunhão dos 216. Em que consiste a esperança dos novos céus e
santos, os fiéis ainda peregrinos na terra podem ajudar da nova terra? (1042 – 1050, 1060) – Depois do juízo
as almas do purgatório oferecendo as suas orações de final, o próprio universo, libertado da escravidão da
sufrágio, em particular o Sacrifício eucarístico, mas corrupção, participará na glória de Cristo com a
também esmolas, indulgências e obras de penitência. inauguração dos “novos céus e da nova terra” (2 Ped
212. Em que consiste o inferno? (1033–1035, 1056– 3,13). Será assim alcançada a plenitude do Reino de
1057) – Consiste na condenação eterna daqueles que, Deus, ou seja a realização definitiva do desígnio
por escolha livre, morrem em pecado mortal. A pena salvífico de Deus de “recapitular em Cristo todas as
principal do inferno é a eterna separação de Deus, o coisas, as do céu e as da terra” (Ef 1,10). Deus será
único em quem o homem encontra a vida e a felicidade então “tudo em todos” (1 Cor 15,28), na vida eterna.
para quê foi criado, e a que aspira. Cristo exprime esta “AMÉM”
realidade com as palavras: “Afastai-vos de mim,
217. Que significa o Amém, que conclui a nossa
malditos, para o fogo eterno” (Mt 25, 41).
profissão de fé? (1064 – 1065) – A palavra hebraica
213. Como conciliar o inferno com a bondade infinita Amén que conclui o último livro da Sagrada Escritura,
de Deus? (1036 – 1037) – Deus, apesar de querer “que algumas orações do Novo Testamento e as orações
todos tenham modo de se arrepender” (2Ped 3,9), litúrgicas da Igreja, significa o nosso “sim” confiante e
tendo criado o homem livre e responsável, respeita as total a tudo o que professamos crer, confiando
suas decisões. Portanto, é o próprio homem que, em totalmente n’Aquele que é o “Amém” (Ap 3,14)
plena autonomia, se exclui voluntariamente da comunhão definitivo: Cristo Senhor.
com Deus se, até ao momento da própria morte,
persiste no pecado mortal, recusando o amor
misericordioso de Deus. Fonte: Compêndio do Catecismo da Igreja Católica
(Site: www.vatican.va)
214. Em que consistirá o Juízo final? (1038–1041;
1058–1059) – O juízo final (universal) consistirá na
sentença de vida bem-aventurada ou de condenação
eterna, que o Senhor Jesus, no seu regresso como juiz
dos vivos e dos mortos, pronunciará em relação aos
“justos e injustos” (Act 24, 15), reunidos todos juntos
49
10º ENCONTRO: OS MANDAMENTOS DA IGREJA
1. Objetivo:
Praticar os mandamentos da Igreja como povo de Deus.
Viver o compromisso de cristão católico.
2. Conteúdo do Encontro:
Cultivar os mandamentos como valores próprios, como uma prática de vida que o
cristão deve assumir ao longo da caminhada na Igreja.
3. Desenvolvimento do Tema:
Conversar com os catequizandos sobre os mandamentos da Igreja –
mostrando que eles nos ajudam a cultivar valores morais e espirituais que
nos ajudarão a ser bons cristãos.
Motivá-los a cultivar aqueles mandamentos que já podem vivenciar.
Poderá usar a dinâmica da Locomotiva para ajudar a memorizar os
mandamentos
o O catequista colocará um fundo musical e escolherá um catequizando para ser a locomotiva, os
demais representarão os vagões que formarão um círculo.
o Ao iniciar a música a locomotiva sai caminhando pelo círculo, ao parar a música o vagão que
estiver em frente à locomotiva deve dizer os mandamentos da Igreja, se acertar prende-se à
locomotiva que parte ao reiniciar a música. Ao parar a música novamente o vagão que estiver em
frente à locomotiva deve repetir os cinco mandamentos e assim sucessivamente. O catequizando
só poderá percorrer os trilhos se souber as cinco dicas que o tornarão um verdadeiro Cristão.
Outra dica para memorização é a confecção de um cartaz com figuras que representem os
mandamentos.
4. Leitura utilizada: Lv 27, 30-31; Dt 14, 22-23; Mt 23, 23.
5. Ambientação: toalha, Bíblia, imagem, flores e vela.
6. Material utilizado: providenciar material para confecção do cartaz se for utilizar a dinâmica .
7. Atividades:Orientar as atividades.
Respostas da cruzadinha: 1. Missão; 2. Apóstolo; 3. Dízimo; 4. Amor; 5. Testemunho; 6. Fé; 7. Crianças;
8. Domingos; 9. Comungar; 10. Unir; 11. Confessar; 12. Curou; 13. Carne; 14.Vida.
8. Momento de Oração:Rezar pelo Santo Padre o Papa Bento XVI, por Dom Moacir, nosso Bispo, pelo
nosso Pároco e Vigário Paroquial.
Uma coisa que muitos católicos não sabem – e por isso rejeita a mim rejeita, e quem me rejeita, rejeita Aquele
não cumprem – é que existem os "Cinco Mandamentos que me enviou" (Lc 10,16). E prossegue: “Em verdade,
da Igreja", além dos Dez Mandamentos conhecidos. tudo o que ligardes sobre a terra, será ligado no céu, e
Eles não foram revogados pela Igreja com o novo tudo o que desligardes sobre a terra, será também
Catecismo de João Paulo II (1992). É preciso entender desligado no céu.” (Mt 18,18)
que mandamento é algo obrigatório para todos os Então, a Igreja legisla com o "poder de Cristo", e
católicos, diferente de recomendações, conselhos, quem não a obedece, não obedece a Cristo, e
entre outros. conseqüentemente a Deus Pai.
Cristo deu poderes à Sua Igreja a fim de estabelecer De modo que para a salvação do povo de Deus, a Igreja
normas para a salvação da humanidade. Ele disse aos estabeleceu cinco obrigações que todo católico tem de
Apóstolos: "Quem vos ouve a mim ouve, quem vos cumprir, conforme ensina o Catecismo da Igreja
50
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
Católica (CIC). Este ensina: "Os mandamentos da Igreja (O período pascal vai da Páscoa até festa da Ascenção)
situam-se nesta linha de uma vida moral ligada à vida e garante um mínimo na recepção do Corpo e do Sangue
litúrgica e que dela se alimenta. O caráter obrigatório do Senhor em ligação com as festas pascais, origem e
dessas leis positivas promulgadas pelas autoridades centro da Liturgia cristã (CDC, cân. 920).
pastorais tem como fim garantir aos fiéis o mínimo Também é muito pouco comungar ao menos uma vez ao
indispensável no espírito de oração e no esforço moral, ano. A Igreja recomenda (não obriga) a comunhão
no crescimento do amor de Deus e do próximo." (§2041) diária.
Note que o Catecismo diz que isso é o "mínimo 4º - Quarto mandamento: "Jejuar e abster-se de
indispensável" para o crescimento na vida espiritual dos carne, conforme manda a Santa Mãe Igreja" (No
fiéis. Podemos e devemos fazer muito mais, pois isso é Brasil isso deve ser feito na Quarta-feira de Cinzas e
apenas o mínimo obrigado pela Igreja. Ela sabe que, na Sexta-feira Santa). Este jejum consiste em um leve
como Mãe, tem filhos de todos os tipos e condições, café da manhã, um almoço leve e um lanche também leve
portanto, fixa, sabiamente, apenas o mínimo necessário, à tarde, sem mais nada no meio do dia, nem o cafezinho.
deixando que cada um, conforme a sua realidade, faça Quem desejar pode fazer um jejum mais rigoroso; o
mais. E devemos fazer mais. obrigatório é o mínimo. Os que já têm mais de sessenta
1º – Primeiro mandamento da Igreja: "Participar da anos estão dispensados da obrigatoriedade, mas podem
missa inteira nos domingos e outras festas de fazê-lo se desejarem.
guarda e abster-se de ocupações de trabalho". Diz o Catecismo que o jejum "Determina os tempos de
Ordena aos fiéis que santifiquem o dia em que se ascese e penitência que nos preparam para as festas
comemora a ressurreição do Senhor, e as festas litúrgicas; contribuem para nos fazer adquirir o domínio
litúrgicas em honra dos mistérios do Senhor, da sobre nossos instintos e a liberdade de coração (CDC,
santíssima Virgem Maria e dos santos, em primeiro cân. 882)".
lugar participando da celebração eucarística, em que se 5º - Quinto mandamento: "Ajudar a Igreja em suas
reúne a comunidade cristã, e se abstendo de trabalhos necessidades"
e negócios que possam impedir tal santificação desses
Recorda aos fiéis que devem ir ao encontro das
dias (Código de Direito Canônico-CDC , cân. 1246-1248)
necessidades materiais da Igreja, cada um conforme as
(§2042).
próprias possibilidades (CDC, cân. 222). Não é
Os Dias Santos – com obrigação de participar da missa, obrigatório que o dízimo seja de 10% do salário, nem o
são esses, conforme o Catecismo: “Devem ser Catecismo nem o Código de Direito Canônico obrigam
guardados [além dos domingos] o dia do Natal de Nosso esta porcentagem, mas é bom e bonito se assim o for. O
Senhor Jesus Cristo, da Epifania (domingo no Brasil), importante é, como disse São Paulo, dar com alegria,
da Ascensão (domingo) e do Santíssimo Corpo e Sangue pois “Deus ama aquele que dá com alegria” (cf. 2Cor 9,
de Cristo (Corpus Christi), de Santa Maria, Mãe de 7). Esta ajuda às necessidades da Igreja pode ser dada
Deus (1º de janeiro), de sua Imaculada Conceição (8 de uma parte na paróquia e em outras obras da Igreja.
dezembro) e Assunção (domingo), de São José (19 de
Nota: Conforme preceitua o Código de Direito Canônico,
março), dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo (domingo),
as Conferências Episcopais de cada país podem
e por fim, de Todos os Santos (domingo)” (CDC, cân.
estabelecer outros preceitos eclesiásticos para o seu
1246,1; n. 2043 após nota 252) (§2177).
território (CDC, cân. 455) (§2043).
2º - Segundo mandamento: "Confessar-se ao menos
Demos graças a Deus pela Santa Mãe Igreja que nos
uma vez por ano".
guia. O Papa Paulo VI disse que "quem não ama a
Assegura a preparação para a Eucaristia pela recepção Igreja não ama Jesus Cristo".
do Sacramento da Reconciliação, que continua a obra de
conversão e perdão do Batismo (CDC, cân. 989). É claro
que é pouco se confessar uma vez ao ano, seria bom que Prof. Felipe Aquino
http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/
cada um se confessasse ao menos uma vez por mês, pois
fica mais fácil de se recordar dos pecados e de ter a
O que nos diz o Catecismo da Igreja Católica:
graça para vencê-los.
3º - Terceiro mandamento: "Receber o sacramento
da Eucaristia ao menos pela Páscoa da ressurreição" A IGREJA MÃE E MESTRA
51
429. Como é que a Igreja alimenta a vida moral do 432. Quais são os preceitos da Igreja? (2042 –
cristão? (2030-2031; 2047) – A Igreja é a comunidade 2043) – São: 1) participar na missa do Domingo e Dias
onde o cristão acolhe a Palavra de Deus que contém os Santos de Guarda e abster-se de trabalhos e
ensinamentos da «Lei de Cristo» (Gal 6,2); recebe a atividades que impeçam a santificação desses dias; 2)
graça dos sacramentos; une-se à oferta eucarística de confessar os pecados recebendo o sacramento da
Cristo de modo que a sua vida moral seja um culto Reconciliação ao menos uma vez cada ano; 3) comungar
espiritual; e aprende o exemplo da santidade da Virgem ao menos pela Páscoa da Ressurreição; 4) guardar a
Maria e dos Santos. abstinência e jejuar nos dias marcados pela Igreja; 5)
430. Porque é que o Magistério da Igreja intervém contribuir para as necessidades materiais da Igreja,
no campo moral? (2032-2040, 2049-2051) – Porque é cada um segundo as próprias possibilidades.
missão do Magistério da Igreja pregar a fé que deve 433. Porque é que a vida moral dos cristãos é
ser acreditada e aplicada na vida prática. Essa missão indispensável para o anúncio do Evangelho? (2044-
estende-se também aos preceitos específicos da lei 2046) – Porque, com a sua vida conforme ao Senhor
natural, porque a sua observância é necessária para a Jesus, os cristãos atraem os homens à fé no verdadeiro
salvação. Deus, edificam a Igreja, modelam o mundo com o
431. Qual a finalidade dos preceitos da Igreja? espírito do Evangelho e apressam a vinda do Reino de
(2041 -2048) - Os cinco preceitos da Igreja têm por Deus.
fim garantir aos fiéis o mínimo indispensável do espírito
de oração, da vida sacramental, do empenho moral e do Fonte: Compêndio do Catecismo da Igreja Católica
crescimento do amor de Deus e do próximo.
(Site: www.vatican.va)
52
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
1. Objetivo:
Mostrar aos catequizandos que o pecado gera consequências em nossa vida e
como ele se torna obstáculo para nossa santidade.
2. Conteúdo do Encontro:
Explicar o que é Pecado e suas consequências para a vida.
Explicar o significado de pecado mortal e pecado venial.
Explicar o que são os pecados capitais e a sua gravidade.
Recordar e propor de vivência dos Dez Mandamentos.
3. Desenvolvimento do Tema:
Peça para os catequizandos olharem bem para as velas e as flores. Pergunte
qual a diferença entre os símbolos e o que isso tem a ver com a nossa vida em
Deus.
Conduza a conversa até que concluam que nossa vida sem Deus é como uma vela apagada, não tem
sentido. Ou é como uma flor que sem água, perde a vida. Fomos feitos para brilhar e ter vida! Mas
o pecado nos afasta de Deus.
Fazer a seguinte dinâmica:
o Escolher um catequizando para ser Deus. Outro catequizando faz a personagem da criança que
é feliz ao lado de Deus. Passeia e conversa com Deus. Pode abraçar Deus!
o O catequista vai contando a história e descrevendo os pecados que a criança comete, a cada
pecado cometido (Brigou com a mãe...., xingou o amigo..., desrespeitou a professora..., roubou
uma caneta do colega..., etc...) coloca um catequizando no meio, entre Deus e a criança, de
modo que a criança vai ficando cada vez mais longe de Deus, até que não consegue mais
abraçá-lo. Quando Deus já está bem distante o catequista conta que a criança sente falta de
Deus e vai procurar as pessoas que feriu com seu pecado e pede perdão. A cada pedido de
perdão um catequizando volta para seu lugar e a criança vai chegando mais perto de Deus, até
que o último sai e ela pode finalmente abraçar Deus de novo.
Pedir que todos comentem o que perceberam.
Leia com os catequizandos Gn 3, 10-13 e ajude-os a compreender o que foi este primeiro pecado.
Homem e mulher quiseram ser como Deus, abandonando os ensinamentos de seu Criador. Ao se
afastar de Deus criaram injustiças e maldades. O pecado original é a fonte de todo o pecado:
quando queremos ser deuses para nós mesmos e nos afastamos de Deus, desrespeitamos o irmão e
criamos sofrimentos, dor e injustiças.
Apresente as distinções entre pecado mortal e pecado venial, a fim de que saibam fazer um bom
exame de consciência.
4. Leitura utilizada: Gn 3, 10-13.
5. Ambientação: Preparar em lugar visível na sala de catequese duas velas, uma acesa e outra apagada.
Ao lado da vela acesa coloque um vaso com água e uma flor bem bonita dentro dele. Ao lado da vela
apagada coloque um galho seco, sem vaso.
6. Material utilizado: Velas, vaso, flor, galho seco.
7. Atividades: Acompanhar e orientar as atividades.
8. Momento de Oração: Rezar a oração do Credo, e pedir a Jesus que os ajude a fazer uma boa
confissão.
53
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
1ª Matéria grave - São contra um dos Dez 392. O que é o pecado? (1849 – 1851, 1871-
Mandamentos da Lei de Deus. Os mandamentos 1872) – É «uma palavra, um ato ou um desejo
nos ensinam como podemos amar a Deus, ao contrários à Lei eterna» (S. Agostinho). É uma
próximo e a nos mesmos. Ao deixar de cumprir os ofensa a Deus, na desobediência ao seu amor.
mandamentos, com atos graves, comete-se pecado Fere a natureza do homem e atenta contra a
mortal. solidariedade humana. Cristo, na sua Paixão,
revela plenamente a gravidade do pecado e vence-
2ª Plena liberdade - São ações realizadas
o com a sua misericórdia.
sem coação exterior. A pessoa precisa decidir
livremente fazer o mal, sem ser obrigada por 393. Existe uma variedade de pecados? (1852–
ninguém. 1853; 1873) - A variedade dos pecados é grande.
Distinguem-se segundo o seu objeto, ou segundo
3ª Consciência plena - Tem-se plena
as virtudes ou os mandamentos a que se opõem.
consciência de que o que se está fazendo e
Podem ser diretamente contra Deus, contra o
pecado, ou seja, a pessoa sabe claramente que o
próximo e contra nós mesmos. Podemos ainda
que faz e gravemente errado e mesmo assim
distinguir entre pecados por pensamentos, por
decide fazê-lo.
palavras, por ações e por omissões.
Somos libertados de um pecado mortal pelo
394. Como se distingue o pecado quanto à
Sacramento da Reconciliação ou Penitência,
gravidade? (1854) – Distingue-se entre pecado
através do arrependimento e da confissão desse
mortal e venial.
pecado, e de absolvição do padre.
395. Quando se comete o pecado mortal?
Caso uma má ação cometida não possua uma
(1855-1861, 1874) – Comete-se pecado mortal
ou mais das características do pecado mortal, e
quando, ao mesmo tempo, há matéria grave, plena
considerada pecado leve, ou venial. E como a
consciência e deliberado consentimento. Este
poeira sobre a mesa. Basta uma simples espanada
pecado destrói a caridade, priva-nos da graça
para tirá-la: orações, jejum, obras de caridade,
santificante e conduz-nos à morte eterna do
exercícios espirituais, fidelidade na vida cristã.
inferno, se dele não nos arrependermos. É
Apesar do poder do pecado humano, grave ou perdoado ordinariamente mediante os
leve, Deus e sua graça são mais fortes. Nada pode sacramentos do Batismo e da Penitência ou
nos separar de Deus, pois na cruz de Jesus nosso Reconciliação.
pecado foi vencido pelo amor. A pregação e o
396. Quando se comete o pecado venial?
ensino cristãos não estão centrados no pecado: o
(1862-1864, 1875) – O pecado venial, que difere
principal anúncio da Igreja e a vitória de Deus,
essencialmente do pecado mortal, comete-se
"que nos tirou do poder das trevas, e nos
quando se trata de matéria leve, ou mesmo grave,
transportou para o reino do seu Filho amado, em
mas sem pleno conhecimento ou sem total
quem temos a redenção, a saber, a remissão dos
consentimento. Não quebra a aliança com Deus,
pecados" (Cl 1,13-l4) .
mas enfraquece a caridade; manifesta um afeto
O PECADO desordenado pelos bens criados; impede o
391. O que exige de nós o acolhimento da progresso da alma no exercício das virtudes e na
misericórdia de Deus? (1846-1848, 1870) – Exige prática do bem moral; merece penas
o reconhecimento das nossas culpas e o purificatórias temporais.
arrependimento dos nossos pecados. Pela sua 397. Como prolifera em nós o pecado? (1865,
Palavra e pelo seu Espírito, o próprio Deus nos 1876) – O pecado arrasta ao pecado e a sua
revela os nossos pecados, dá-nos a verdade da repetição gera o vício.
consciência e a esperança do perdão.
55
398. O que são os vícios? (1866-1867) – Os 400. O que são as estruturas de pecado?
vícios, sendo contrários às virtudes, são hábitos (1869) - São situações sociais ou instituições
perversos que obscurecem a consciência e contrárias à lei divina, expressão e efeito de
inclinam ao mal. Os vícios podem estar ligados aos pecados pessoais.
chamados sete pecados capitais, que são: soberba,
avareza, inveja, ira, luxúria, gula e preguiça ou
negligência. Fonte:
cooperamos. www.vatican.va).
56
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
1. Objetivo:
Reconhecer que através do Sacramento da Reconciliação nos
encontramos com a misericórdia de Deus.
Perceber que Deus deseja estar próximo de nós
2. Conteúdo do Encontro:
A necessidade do arrependimento e conversão para obter a
misericórdia divina.
Através deste sacramento somos reconciliados com o Pai e com a
Igreja.
Explicar que este sacramento também chamado de sacramento do
Perdão e sacramento da Conversão.
Acentuar que a graça da misericórdia de Deus nos é concedida
através do ato da confissão.
8. Desenvolvimento do Tema:
Deixe a sala fechada de modo que todos entrem com o catequista, ao mesmo tempo.
Inicie o encontro deixando que os catequizandos observem e comentem a bagunça na sala. Escute-
os e aguarde para verificar se tomam a iniciativa de arrumar ou se ficam apenas observando.
Converse sobre como é difícil organizar o que está bagunçado. É preciso muita força de vontade.
Compare com a nossa vida.
Se não tiverem a iniciativa de arrumar a sala, peça que o façam e peça que os cartazes com os
pecados sejam colocados no centro da sala.
Leia com eles os pecados e fale da “bagunça” que eles podem causar na vida das pessoas e converse
sobre a possibilidade de se fazer uma “arrumação” na vida.
Leia com os catequizados a Parábola do Filho Pródigo – Lc 15, 11-32.
Converse sobre a parábola e a gravidade das atitudes do filho mais novo. Compare o desastre da
vida de pecado do filho pródigo com a bagunça que estava na sala.
Em seguida converse sobre:
o As atitudes que fizeram com que ele quisesse “arrumar a bagunça” de sua vida...
o As atitudes do pai quando o viu chegando de volta...
o As atitudes do irmão mais velho quando soube que o mais novo havia voltado.
Ajude-os a entender que a atitude do filho em quere voltar não foi fácil, foi preciso muita
humildade. Mas ele confiava no pai.
Explique a atitude do pai que acolheu o filho com muito amor, porque confiava na capacidade de seu
filho em ser uma pessoa melhor.
Explique que somente a confiança gera perdão. E o perdão é capaz de arrumar a bagunça que o
pecado gera em nossa vida.
Comente que assim é o nosso Deus. Ele é Pai e confia na nossa capacidade de sermos melhores.
Sabe que precisamos ser felizes e nos ajuda a arrumar a bagunça que criamos com os nossos
pecados. Ele confia em nós!
Pergunte: E nós confiamos Nele?
Mostre o vaso com a flor murcha e a vela apagada.
Em seguida coloque sobre a mesa o vaso com a flor vida ao lado da flor murcha e um castiçal com a
vela acesa ao lado da vela apagada.
57
Pergunte qual a diferença entre os símbolos e o que isso tem a ver com a nossa vida com Deus.
Conduza a conversa até que concluam que nossa vida sem Deus é como uma vela apagada e não tem
sentido. Ou como uma flor que sem água perde a vida. Fomos feitos para brilhar e ter vida! Mas o
pecado estraga tudo.
4. Leitura utilizada: Lc 15, 11-32.
5. Ambientação:
Antes que os catequizandos cheguem desorganize a sala de catequese: vire as cadeiras de pernas
para o ar, coloque-se fora de lugar... espalhe pela sala jornais amassados e rasgados, e os cartazes
sujos
9. Material utilizado:
Jornais velhos
Cartazes sujos (usar papelão escrito com carvão – ou outra forma que fiquem bem feios) com as
frases:
Não amar a Deus.
Faltar à missa aos domingos (sábados) por preguiça.
Desrespeitar o nome e a pessoa de Deus.
Desrespeitar os pais.
Matar ou promover a morte do irmão.
Roubar.
Falar mentiras ou fofocas.
Querer destruir um matrimônio.
Invejar as coisas alheias.
Só diz sinceramente "Pai, perdão porque íntimo e pessoal de muitas pessoas com o Pai de
pequei" (Lc 15,21) quem descobriu a intimidade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Devido a uma
um Deus que é um Pai de amor e misericórdia. Esta interpretação fundamentalista da Sagrada
é a mais importante descoberta da fé cristã: Escritura, baseada, sobretudo, em textos do
Temos um Deus que veio ao nosso encontro e Antigo Testamento e interpretando-os mal,
misericordiosamente nos salvou. Ele é Pai. Porém, muitos pregam e crêem num Deus vingador e
muitas pessoas ainda não conhecem esta verdade. castigador. Apresentam um Deus que está
O próprio Cristo disse: "Pai Santo, o mundo não te esperando cada um para realizar um duro
conheceu" (Jo 17,25). Deus Pai é, para muitos, um julgamento após a morte aos moldes de "olho por
grande desconhecido, infelizmente. olho, dente por dente", ou a balança das ações
Algumas concepções de Deus, construídas boas e más.
durante muito tempo, impossibilitam um encontro
58
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
A grande alegria da fé cristã é a descoberta 'nas redes da morte' (Sl 116,3), dirige-se a Ele
de quem realmente é Deus Pai. Ninguém pode suplicante (cf. Is 38,16). Deste Deus - que é seu Pai -
Jesus afirmará que ‘não e um Deus de mortos, mas de
conhecer o Pai a não ser por Jesus Cristo. Jesus
vivos (Mc 12,27) (DA 129)’".
revela a face misericordiosa de Deus. "O
dinamismo da conversão e da penitência foi A justiça deste Pai só é dura porque está
do Filho Pródigo, cujo centro é "O pai Ao falarmos que Deus é misericordioso não
misericordioso" (CIC 1440). De fato, Ele é puro devemos ter medo de desvalorizarmos sua justiça.
amor! Nossas maldades, ofensas, distâncias não A justiça divina triunfa soberanamente sobre
diminuem o amor que Ele sente por nós! Seu amor todas as injustiças humanas. O que não provem do
é tão grande que não suporta ver nosso amor não tem espaço no Reino de Deus. A justiça
sofrimento. Mas pelo pecado nós é que nos de Deus serve para nos corrigir e colocar no
graça.
E Ele sabe que a grande maioria de nossas O que nos diz o Catecismo da Igreja Católica
dores são provocadas por nós mesmos, com nossos sobre o Sacramento da Penitência e da
pecados. Deus quer nossa conversão não porque Reconciliação:
fica ofendido conosco, mas porque sabe que se 296. Como é chamado este sacramento?(1422 –
nos convertermos a Ele, pedindo perdão dos 1424) – É chamado sacramento da Penitência, da
nossos pecados, passaremos para uma vida nova. O Reconciliação, do Perdão, da Confissão, da
grande sonho do Pai é ver todos os seus filhos Conversão.
vivendo o amor num tempo em que "Ele enxugará 297. Porque existe um sacramento da
de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais Reconciliação depois do Batismo? (1425 – 1426)
morte, nem haverá mais pranto, nem lamento, nem – Porque a nova vida da graça, recebida no
dor; porque já as primeiras coisas são passadas" Batismo, não suprimiu a fragilidade da natureza
(Ap 21,4). humana nem a inclinação para o pecado (isto é, a
Por isso, a expressão "Pai, perdão porque concupiscência), Cristo instituiu este sacramento
pequei" nunca deveria ser dita por medo, mas com para a conversão dos batizados que pelo pecado
a plena convicção de que nosso Deus faz tudo para d’Ele se afastaram.
nos dar a verdadeira vida. Assim, todas as vezes
298. Quando foi instituído este sacramento?
que a vida é ferida, deve nascer imediatamente
(1485) – O Senhor ressuscitado instituiu este
em nós a iniciativa de correr para os braços do Pai
sacramento quando, na tarde de Páscoa, se
que acolhe sempre a todos, curando-nos e
mostrou aos Apóstolos e lhes disse: «Recebei o
ajudando-nos a sermos melhores.
Espírito Santo; àqueles a quem perdoardes os
"Por assim dizer, Deus Pai sai de si para nos
pecados serão perdoados, e àqueles a quem os
chamar a participar de sua vida e de sua glória.
retiverdes serão retidos» (Jo 20, 22-23).
Mediante Israel, povo que fez seu, Deus nos revela seu
projeto de vida. Cada vez que Israel procurou e 299. Os batizados têm ainda necessidade de
necessitou de seu Deus, sobretudo nas desgraças conversão? (1427 – 1429) – O apelo à conversão
nacionais, teve uma singular experiência de comunhão ressoa continuamente na vida dos batizados. Esta
com Ele, que o fazia partícipe de sua verdade, sua vida conversão é um empenho contínuo para toda a
e sua santidade. Por isso, não demorou em testemunhar Igreja, que é santa mas contém pecadores no seu
que seu Deus - diferente dos ídolos - e o 'Deus vivo'
seio.
(Dt 5,26) que o liberta dos opressores (cf. Ex 3,7-10),
que perdoa incansavelmente (cf. Ecl 34,6; Eclo 2,11) e
300. O que é a penitência interior? (1430 –
que restitui a salvação perdida quando o povo, envolvido 1433) – É o dinamismo do «coração contrito» (Sal
59
51,19), movido pela graça divina a responder ao (1458) – A confissão dos pecados veniais é muito
amor misericordioso de Deus. Implica a dor e a recomendada pela Igreja, embora não
repulsa pelos pecados cometidos, o propósito estritamente necessária, porque nos ajuda a
firme de não mais pecar e a confiança na ajuda de formar uma consciência reta e a lutar contra as
Deus. Alimenta-se da esperança na misericórdia más inclinações, para nos deixarmos curar por
divina. Cristo e progredirmos na vida do Espírito.
301. Como se manifesta a penitência na vida 307. Quem é o ministro deste sacramento?
cristã? (1434 – 1439) – A penitência manifesta-se (1461 – 1466) – Cristo confiou o ministério da
de muitas maneiras, em especial pelo jejum, a reconciliação aos seus Apóstolos, aos Bispos seus
oração e a esmola. Estas e muitas outras formas sucessores e aos presbíteros seus colaboradores,
de penitência podem ser praticadas na vida os quais, portanto se convertem em instrumentos
quotidiana do cristão, especialmente no tempo da da misericórdia e da justiça de Deus. Eles
Quaresma e no dia penitencial de Sexta-feira. exercem o poder de perdoar os pecados no Nome
302. Quais os elementos essenciais do do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
sacramento da Reconciliação? (1440 – 1449) – 308. A quem é reservada a absolvição de
São dois: os atos realizados pelo homem que se alguns pecados? (1463) – A absolvição de alguns
converte sob a ação do Espírito Santo e a pecados particularmente graves (como os punidos
absolvição do sacerdote, que em Nome de Cristo com a excomunhão) é reservada à Sé Apostólica
concede o perdão e estabelece a modalidade da ou ao Bispo do lugar ou aos presbíteros por ele
satisfação. autorizados, embora todo o sacerdote possa
303. Quais são os atos do penitente? (1450 – absolver de qualquer pecado e excomunhão a quem
1460) – São: um diligente exame de consciência; a se encontra em perigo de morte.
contrição (ou arrependimento), que é perfeita, 309. O Confessor é obrigado ao segredo?
quando é motivada pelo amor a Deus, é imperfeita, (1467) – Dada a delicadeza e a grandeza deste
se fundada sobre outros motivos, e que inclui o ministério e o respeito devido às pessoas, todo o
propósito de não mais pecar; a confissão, que confessor está obrigado a manter o sigilo
consiste na acusação dos pecados feita diante do sacramental, isto é, o absoluto segredo acerca
sacerdote; a satisfação, ou seja, o cumprimento dos pecados conhecidos em confissão, sem
de certos atos de penitência, que o confessor nenhuma exceção e sob penas severíssimas.
impõe ao penitente para reparar o dano causado 310. Quais são os efeitos deste sacramento?
pelo pecado. (1468 – 1470) – Os efeitos do sacramento da
304. Que pecados se devem confessar? (1456) Penitência são: a reconciliação com Deus e
– Devem-se confessar todos os pecados graves portanto o perdão dos pecados; a reconciliação
ainda não confessados, dos quais nos recordamos com a Igreja; a recuperação, se perdida, do
depois dum diligente exame de consciência. A estado de graça; a remissão da pena eterna
confissão dos pecados graves é o único modo merecida por causa dos pecados mortais e, ao
ordinário para obter o perdão. menos em parte, das penas temporais que são
305. Quando se é obrigado a confessar os conseqüência do pecado; a paz e a serenidade da
pecados graves? (1457) – Todo o fiel, obtida a consciência, e a consolação do espírito; o
idade da razão, é obrigado a confessar os seus acréscimo das forças espirituais para o combate
pecados graves ao menos uma vez por ano e antes cristão.
de receber a Sagrada Comunhão.
306. Porque é que os pecados veniais podem
ser também objeto da confissão sacramental?
60
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
311. Quando se pode celebrar este sacramento o ministério da Igreja, a qual, como dispensadora
com confissão genérica e absolvição coletiva? da redenção, distribui o tesouro dos méritos de
(1480 – 1484) – Em casos de grave necessidade Cristo e dos Santos.
(como o perigo iminente de morte), pode-se
recorrer à celebração comunitária da
Reconciliação com confissão genérica e absolvição Fonte:
coletiva, respeitando as normas da Igreja e com o Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol.
propósito de confessar individualmente os III, Ed. Vozes, 2008 – p;69-70.
pecados graves no tempo oportuno. Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (Site:
312. O que são as indulgências? ( 1471-1479) – www.vatican.va)
As indulgências são a remissão diante de Deus da
pena temporal devida aos pecados, já perdoados
quanto à culpa, que, em determinadas condições, o
fiel adquire para si ou para os defuntos mediante
61
Anotações
62
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
1. Objetivo:
Examinar a própria vida e perceber as faltas, favorecendo o arrependimento e o propósito de uma
sincera conversão.
12. Conteúdo do Encontro:
Explicar a celebração do Sacramento da Reconciliação através dos
cinco passos: Exame de consciência, arrependimento, propósito,
confissão e satisfação.
A experiência do pecado nos invade. Quem antecede o nosso desejo de nos aproximar dele,
nunca errou? Quem nunca sentiu aquele nó na vindo ao nosso encontro mesmo diante de nosso
garganta, aquele aperto no peito e o amargo na pecado. E o que se percebe na história de Zaqueu
boca apos ter cometido um erro? Nós falhamos, (Lc 19,1-10): Jesus se adianta e é Ele quem diz "Eu
somos imperfeitos! Deus, contudo, é amor e quero entrar na sua casa!" e a Zaqueu coube
perdão! Ele nos ama primeiro! A sua graça acolher o Senhor. Sua presença amorosa convidou
63
Zaqueu a mudar de vida, e ele aceitou. A podemos descobrir o que rompe a nossa amizade
reconciliação aconteceu: "Senhor, vou dar a com Deus, com os irmãos, com a natureza e
metade dos meus bens aos pobres e, se tiver conosco mesmo. Por isso, antes de nos
defraudado alguém, restituirei o quádruplo" (Lc aproximarmos do ministro da Reconciliação é de
19,8b). fundamental importância parar por um tempo
"Durante sua vida publica, Jesus não só suficiente e analisar sinceramente nossa
perdoou os pecados, mas também manifestou o consciência. É importante enumerarmos quais
efeito desse perdão: reintegrou os pecadores foram os pecados mortais cometidos desde a
perdoados na comunidade do Povo de Deus, da qual última confissão e, se julgarmos oportuno,
o pecado os havia afastado ou ate excluído [ ... ]. também os veniais. Para que o Divino Médico possa
Conferindo aos apóstolos seu próprio poder de nos curar, é preciso apresentar corretamente
perdoar os pecados, o Senhor também lhes dá a nossas doenças para Ele, sem ocultar nenhuma.
autoridade de reconciliar os pecadores com a 2. ARREPENDIMENTO
Igreja [ ... ] (cf. Mt 18,18; 28,16-20). [ ... ] A De nada adianta enumerarmos nossos pecados
reconciliação com a Igreja é inseparável da se não nos arrependermos deles. Arrepender-se
reconciliação com Deus" (CIC 1443-1445). significa sentir a dor e a maldade de nossos atos
pecaminosos. É perceber como eles nos fizeram
Assim como para Zaqueu Jesus ofereceu a mal, como prejudicaram nosso próximo, e como
oportunidade de reconciliar-se com Deus, para nós feriram nossa comunhão com Deus. “Consiste numa
o Senhor nos convida ao Sacramento da dor na alma e detestação do pecado cometido”
Reconciliação, popularmente conhecido como (CIC 1451)
"Confissão". Neste sacramento celebramos o Deus 3. PROPÓSITO
que nos acolhe, a apresentação explícita de nossas Para que o arrependimento seja sincero e a
falhas, o perdão celebrado é a reconciliação reconciliação perfeita, o penitente precisa
oferecida por Deus. Na pessoa do confessor desejar não mais cometer pecados no futuro,
(padre ou bispo), Deus se nos apresenta como o meditando sobre o modo de evitar as faltas já
Pai acolhedor, que entende nossas angústias, cometidas. O propósito de não mais pecar é o
perdoa nossas faltas, nos aponta o caminho de fruto imediato de um arrependimento sincero.
retorno à plena comunhão com Deus e com sua 4. CONFISSÃO
Igreja. É o ato de procurar o ministro da Igreja
O Sacramento da Reconciliação, portanto, não (padre) e dizer explicitamente o pecado que
é algo que deva nos amedrontar, mas sim uma cometeu. Acusar-se sem medo e admitir tudo
oportunidade carinhosa e delicada que a Igreja quanto tenha feito. Faz-nos bem admitir para
nos oferece para avaliarmos nossa vida e alguém que erramos, e mesmo assim esse alguém
descobrirmos como ser melhor e viver realmente continuar a nos amar. Este é o lado humano da
felizes na presença de Deus. confissão dos pecados. Dizemos para o padre. Que
Uma boa maneira de entender como Deus nos é um irmão na fé, e ele pode nos dizer em nome
reconcilia consigo é dividir didaticamente a dos demais irmãos e do próprio Deus que eles
celebração do Sacramento da Reconciliação em ainda nos amam e nos perdoam.
cinco passos: É Deus quem perdoa os pecados, pois o padre
1. EXAME DE CONSCIÊNCIA age na pessoa de Cristo, acolhendo o pecador e
A voz de Deus fala ao ser humano em seu dando-lhe a absolvição: "O confessor não é o
interior, na consciência. É lá que Ele coloca a sua Senhor, mas o servo do perdão de Deus" (CIC
lei: "faça o bem e evite o mal" (cf. GS 16). 1466). Cabe lembrar que o padre tem a obrigação
Olhando para o mais íntimo de nós mesmos de guardar o sigilo sacramental, ou seja, não
64
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
65
Anotações
66
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
1. Objetivo:
Examinar a própria vida e perceber as faltas.
Obter o arrependimento e o propósito de uma sincera conversão.
2. Conteúdo do Encontro:
Praticar o exame de consciência.
Aprender a confessar.
3. Desenvolvimento do Tema:
Dialogue com os catequizandos sobre o encontro anterior e colha as
diversas opiniões sobre o Sacramento da Reconciliação.
Reforce a atitude do Pai bondoso ao receber de volta o filho que havia saído de casa.
Ajude-os a refletir sobre as atitudes de Jesus, que foi ao encontro de Zaqueu mesmo quando este
ainda estava em pecado (ele roubava cobrando impostos indevidos e desviando o dinheiro para seu
próprio bolso).
Jesus não evitou Zaqueu e não se preocupou por estar na casa de um pecador. Jesus confiava que
Zaqueu podia ser melhor do que era.
Em seguida peça que descrevam as atitudes de Zaqueu. Como ele era e o que faz para mudar de
vida.
Zaqueu não teve medo de confessar publicamente seus erros, pois para ele o mais importante era o
novo homem que ele seria dali por diante. Ele confiava em Jesus e na vida nova que Jesus propunha.
Apresente os cinco passos de Zaqueu para a conversão e leia na apostila os cinco passos para uma
boa celebração do Sacramento da Reconciliação.
Agora leia junto com os catequizandos o texto da apostila – ajudando-os a se prepararem para a
Confissão.
Prepará-los para fazer o exame de consciência pedindo que anotem num papel os pecados que
forem se lembrando durante a reflexão. Explicar que este papel será queimado no final do
encontro (ou colocado numa bacia com água para se dissolver, se o catequista achar melhor)
4. Leitura utilizada: Lc 19, 1-10.
5. Ambientação:
Cadeiras em círculo, toalha na mesa, flores, vaso, vela, Bíblia – colocar no centro da sala uma peça de
barro para queimar os papéis ou uma bacia com água.
6. Material utilizado: vaso de barro ou bacia para queimar os papéis.
7. Atividades: reflexão e exame de consciência.
8. Momento de Oração:
Reze com eles pedindo a Deus para que façam uma boa confissão e se prepararem dignamente para a
celebração da Primeira Eucaristia, realizando gestos de partilha, fraternidade e união como ação
concreta de preparação para este momento
67
Anotações
68
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
1. Objetivo:
Entender que a Eucaristia nos foi dada por Jesus para
celebrarmos a Sua vida em nossa vida.
Perceber que o sofrimento de Jesus por amor a nós, foi
para nos levar a viver com Ele a sua ressurreição.
2. Conteúdo do Encontro:
Narrar como aconteceu a Instituição da Eucaristia.
Relacionar com a Missa.
Contar os milagres Eucarísticos.
3. Desenvolvimento do Tema:
Prepare o ambiente conforme o item 5.
Conforme os catequizandos chegam, peça que se sentem no chão e façam silêncio.
Comece o encontro conversando com os catequizandos sobre o quadro da Santa Ceia e explorando o
seu significado.
A partir deste diálogo, introduzir o tema.
Ler o texto de Lc 22, 7-20.
Convide-os a dramatizar a leitura do Evangelho. Escolha um dos catequizandos para representar
Jesus e explique o que será dito pelos personagens de acordo com o texto e como o pão e o sucoa
de uva serão distribuídos.
Procure fazer a dramatização em clima de espiritualidade.
Faça a comparação com a missa e explique que pelas palavras do padre, o pão e o vinho se
transformam em Cristo, realmente presente.
Conte novamente o Milagre de Lanciano (6º Tema Extra – Corpus Christi) ou acrescente outros
milagres Eucarísticos.
Traga folhetos litúrgicos pedindo que encontrem na Oração Eucarística o momento da
consagração. Ensinar que existem 14 fórmulas de Oração Eucarística.
4. Leitura utilizada: Lc 22, 7-23.
5. Ambientação:
Preparar a sala com um tapete no chão e música instrumental, deixando num clima de silêncio, e o
ambiente bem espiritualizado.
No centro do tapete estender uma toalha com pão, suco de uva, copos e túnicas (se houver
possibilidade – podem ser improvisadas com lençóis que poderão ser solicitados aos catequizandos
no encontro anterior).
Providenciar um quadro da Santa Ceia, ou cartazes alusivos ao tema.
Providenciar cartazes com as frases ditas por Jesus e hoje pelo padre na Oração Eucarística.
6. Material utilizado: Citados acima.
7. Atividades:Acompanhar e orientar as atividades.
Respostas da cruzadinha: a) alimento; b) apóstolos; c) Eucaristia; d) Ceia; e) Nova; f) Aliança; g) Paixão.
8. Momento de Oração:
Agradecer a Jesus pelo seu amor por nós e por ter nos deixado a Eucaristia como nosso alimento
espiritual.
Encerrar com a oração do Símbolo Niceno-Constantinopolitano .
69
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
70
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
72
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
1. Objetivo:
Compreender o motivo da condenação e morte de Jesus Cristo
(nossos pecados e nossa salvação).
Perceber o que sofrimento de Jesus por amor a nós foi para nos
levar a viver com Ele a sua ressurreição.
Despertar o desejo de conhecer e amar o Cristo Ressuscitado.
2. Conteúdo do Encontro:
Recordar a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus.
O caminho do sofrimento de Jesus rumo à ressurreição marca a
passagem das trevas para a luz, da morte para a vida, da
tristeza para a alegria.
3. Desenvolvimento do Tema:
Fazer ligação com os encontros anteriores (a Última Ceia)
Fazer a leitura do texto de Lucas 23.
Acompanhar na apostila. Refletir com os catequizandos: Jesus foi preso, torturado, coroado de
espinhos e crucificado. Jesus pregava um reino diferente, um reino que acolhia os pobres, os
marginalizados, os doentes, os pecadores. Os poderosos daquele tempo ficaram com medo que
Jesus tomasse os seus tronos. O povo sofrido esperava um Messias, anunciado pelos profetas, e
aclamava Jesus como Rei.
Mas Jesus disse que o Reino de Deus é diferente: Reino de Paz, Amor, Justiça para todos.
Jesus ensinou como viver já aqui o Reino de Deus e ganhar a vida eterna.
Comentar: quantas pessoas hoje estragam sua vida ou a vida do irmão, com o vício, a droga, o
consumismo, o desespero, a morte.
Jesus entregou a sua vida na Cruz, por amor a nós, para nos libertar do mal e nos dar a vida eterna
no Céu. Jesus Morreu para nos dar vida em abundância – Jo 10, 10.
Mas Jesus é Deus todo poderoso e então não fica morto, mas Ressuscita. Deus Pai torna a criar
todas as coisas, por Jesus e em Jesus.
Ler Mt 28, 1-10.
Após a ressurreição Jesus apareceu a várias pessoas: às mulheres que foram ao túmulo no domingo
bem cedinho, a Pedro e João, mais tarde aos Onze, aos discípulos de Emaús que o reconheceram ao
partir o pão. Acompanhar na apostila.
Jesus continua a viver no meio de nós, em nossas famílias e comunidades, principalmente na
Eucaristia e na proclamação da Palavra.
Cristo Ressuscitado marca a passagem da morte para a vida, da treva para a luz, da tristeza para a
alegria.
4. Leitura utilizada: Mt 26, 30-35, Mt 27, 1-4 Lc 23, 33–44, Mt 28, 1-10
5. Ambientação: toalha, vela, Bíblia e crucifixo – e uma bacia com água.
6. Material utilizado: Cruz e Água, escrever em quadradinhos de papel, situações de morte – violência,
desamor, inveja, ciúmes, brigas, roubos, traições, mentiras, corrupção, poluição, desmatamento, etc...
7. Atividades:Fazer as leituras bíblicas indicadas para completar a atividade.
8. Momento de Oração:
Encerrar o encontro fazendo uma celebração em dois momentos:
73
o 1º momento – Cruz (morte): diante da Cruz fazer uma oração a Jesus agradecendo a Ele pelo
sacrifício que fez dando sua vida por nós. Pedir pelas pessoas que passam por situações de
morte: fome, drogas, abandono, desemprego, injustiças, doenças, brigas, desentendimentos.
o 2º Momento – Água (ressurreição) – acender a vela: Colocar na água todas as situações que
trazem tristeza e sofrimento para nossa vida, rezando a oração:
“Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não sejamos
envolvidos pelas trevas do erro, mas brilhe, em nossas vidas, a luz da vossa
verdade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que morreu na cruz por
todos nós, na unidade do Espírito Santo. Amém.”
Terminar a celebração com o canto: “Deus enviou seu Filho amando...”
Com o Batismo de Jesus no Jordão tem feito para o homem, e não o homem para o sábado
início sua missão conforme Is 61, 1-2: "O espírito (Mc 2,27). Era um mestre diferente daqueles do
do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me seu tempo, porque admitiu mulheres como suas
ungiu; enviou-me a anunciar a boa-nova aos pobres, discípulas e ensinou a humildade e o serviço, por
a curar os quebrantados de coração e proclamar a isso lavou os pés dos seus apóstolos e recomendou
liberdade aos cativos, a libertação aos que estão que o fizessem aos outros (1o 13,14-15).
presos, a proclamar um ano aceitável ao Senhor". Tais atitudes geravam confronto com a
O cumprimento dessa missão custou-lhe a sociedade da época. As incompreensões dos
vida. O poder, a ganância e a vaidade cegam a dirigentes e das autoridades religiosas insuflaram
humanidade. Jesus não hesitou em defender os o povo a querer a morte de Cristo. Jesus, Filho de
oprimidos. Condenava o poder e a riqueza Deus, chamava o Pai de Abba. Por se considerar
construídos a custa da opressão, assim como as filho de Deus, foi tido como blasfemo. Após ser
desigualdades sociais, as discriminações, as leis traído, foi entregue aos tribunais do Império e do
injustas que favoreciam apenas uma pequena Sinédrio. A Eucaristia, que agora celebramos,
parcela da sociedade. Não aceitou a hipocrisia e o renova a aliança selada com seu sangue e nos
uso da religião em proveito próprio. Anunciou o torna participantes da força salvadora de sua
Reino de justiça, amor e paz, pois todos são iguais morte. "Esta noite em que Cristo, nossa páscoa,
perante Deus e com os mesmos deveres e foi imolado, porque ele é o verdadeiro cordeiro
direitos. que tirou o pecado do mundo."!
Ao longo de sua vida missionária, a pregação A ressurreição de Cristo e o centro de
de Jesus quebrou estruturas para restituir a nossa fé. Se Cristo não ressuscitou, vazia é a
dignidade dos filhos de Deus: o ladrão vem só para nossa pregação, vazia é também a nossa fé (1Cor
roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham 15,14). A ressurreição é a vitória de Cristo sobre
vida e a tenham em abundância (Jo 10,10). a morte e sobre todos os poderes contrários à
Perdoou os pecadores e curou os doentes numa vida humana. Se, por um lado, a sentença do
sociedade em que as pessoas que sofriam eram mundo contra o Senhor decretou sua morte na
discriminadas e excluídas por serem consideradas cruz, por outro, o Pai devolve a vida a seu Filho,
pecadoras. que a retoma livremente, e o Espírito Santo a
Para Jesus, as observâncias religiosas vivifica e glorifica. "A Ressurreição é o ápice da
deviam ajudar o ser humano e não escravizá-lo, Encarnação. Ela confirma a divindade de Cristo,
por isso curava no sábado (considerado dia como também tudo o que ele fez e ensinou, e
sagrado para os judeus). E afirmou: o sábado foi
74
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
realiza todas as promessas divinas a nosso "A Vigília Pascal é a principal celebração da
2
favor." ressurreição do Senhor. Nos cinqüenta dias do
Sua ressurreição é a garantia de que, em Tempo Pascal, celebramos a passagem de Cristo
Cristo, nós alcançamos a vida plena e, com ele, para sua nova vida como se fosse um só dia de
somos igualmente vitoriosos sobre toda a maldade festa, ou melhor, como um grande domingo.
deste mundo e herdeiros da vida eterna. Nada nos Cristo, por seu Espírito, está presente em
poderá separar da vida e do amor em Cristo, nem nós. Ele já não sofre, como glorioso, os limites do
o maior sofrimento, nem mesmo a morte. Sua tempo e do espaço. Está libertado da matéria e de
ressurreição é atestada pelos apóstolos, pelas suas limitações. Por isso este presente na sua
mulheres e por tantos discípulos que o viram Igreja em todo momento: quando se congrega
ressuscitado. Recordemo-nos dos apóstolos e para a oração ou para a celebração dos
mártires que testemunharam, derramando o sacramentos, celebra a Palavra de Deus, prega e
próprio sangue, que ele está vivo e atuante em dá testemunho e se dedica ao serviço dos irmãos
suas vidas. "Senhor do cosmo e da história, nas obras de misericórdia. o que fizestes ao
Cabeça da sua Igreja, Cristo glorificado menor desses pequeninos, a mim o fizestes (Mt
permanece misteriosamente na terra, onde o seu 25, 40).
reino já está presente como germe e início na
Igreja. Um dia voltará na glória, mas não sabemos
o momento. Por isso, vivemos na vigilância, orando:
Vem, Senhor Jesus" (Ap 22)3 Fonte: Iniciação à Eucaristia, Livro do Catequista,
Núcleo de Catequese Paulinas, 2008.
2
Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, nº 131.
3
Ibid, nº 133.
75
Anotações
76
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
1. Objetivo:
Entender que o Sacramento da Eucaristia é essencial à vida cristã.
Sentir-se motivados para viver em profundidade o mistério da
Eucaristia.
2. Conteúdo do Encontro:
Os vários nomes deste Sacramento.
A Eucaristia é ponto mais importante da vida cristã.
A Eucaristia sinal de partilha, fraternidade e união com Cristo.
Os frutos da comunhão.
3. Desenvolvimento do Tema:
Iniciar o assunto com a seguinte dinâmica: balas ou pãezinhos em número
igual ou superior ao de participantes.
Convide os catequizandos a formarem um círculo ao redor da mesa e em
cima coloque os objetos descritos acima.
Após o sinal os catequizandos deverão pegar os objetos – alguns ficarão com muitos e outros
ficarão com poucos objetos, ou até sem nenhum deles.
Peça que os catequizandos relatem a experiência que tiveram com esta atividade.
A partir da fala, será fácil explorar o tema da partilha.
Explicar o tema da Comunhão como sinal de partilha, fraternidade e unidade.
Mostre que ter vida eucarística exige uma atitude solidária e fraterna.
Ler o texto de At 4, 32-35 e reflita sobre o sentido da fraternidade nas primeiras comunidades
cristãs. Utilize o texto 1Cor 10, 16-17 como complementação.
A mesa é, em muitas ocasiões, lugar de festa e alegria. A refeição é sinal de amizade, de
fraternidade, de união. Jesus aproveita a força do significado do alimento para instituir o
Sacramento da Eucaristia. Trata-se de uma refeição sagrada, na qual o pão e o vinho são
partilhados ao redor de uma mesa. É mais do que matar a fome e sede, pois nos reunimos como
irmãos para partilhar o que existe de mais precioso – o próprio Deus. É Jesus quem nos convida.
Pelo Sacramento da Eucaristia recebemos os frutos da comunhão, que são:
o O aumento da nossa união com Cristo – como o alimento fortalece o corpo, o pão Eucarístico
nos dá uma graça invisível. Somos alimentados no espírito para vivermos como Jesus,
renovando a graça que recebemos no batismo.
o Viver separados/longe do pecado: A Eucaristia fortalece a vivência do amor, nos dá forças
para lutarmos contra o mal e apaga os pecados veniais.
o Participar da Igreja: A Eucaristia faz a Igreja. Somos chamados pelo batismo a sermos um
só corpo com Jesus Cristo.
o Estar em estado de graça – A Igreja nos pede que estejamos em estado de graça, que não
tenhamos pecado gravemente. Por isso precisamos participar do Sacramento da Reconciliação.
4. Leitura utilizada: Mc 14, 22-24, At 4, 32-35, 1Cor 10, 16-17..
5. Ambientação: toalha, imagens, vaso com flores e uma bandeja com balas.
6. Material utilizado: balas.
7. Atividades: Acompanhar e orientar as atividades.
77
1) E V A N G E L H O S
2) J E S U S
3) M A R C O S
4) J U D A S
5) C R U Z
6) M A R I A
7) A P Ó S T O L O S
8) R E S S U S C I T O U
9) E U C A R I S T I A
10) A M O R
8. Momento de Oração:
Propor a memorização da fórmula de Adoração: “Graças e louvores se dêem a todo momento, ao
Santíssimo e Diviníssimo Sacramento”.
Procurar estar diante do Sacrário e ressaltar a importância do nosso respeito diante de Cristo
Eucarístico.
Recomende que os catequizandos pensem e rezem pedindo ajuda para se prepararem dignamente
para a celebração da Primeira Eucaristia, realizando gestos de partilha, fraternidade e união como
ação concreta de preparação para este momento.
A mesa, em muitas ocasiões, é lugar de festa e de do Mestre na Última Ceia agora repetido pela comunidade
alegria. Quando comemoramos algo importante como um dos seguidores de Jesus (cf. At 2,42-46). Também o gesto
aniversário ou um casamento, chamamos a família e os amigos de partir o pão foi o sinal visível que fez os discípulos
para comer e beber. Apesar da correria da vida e do reconhecerem
individualismo, ainda muitas vezes as famílias se sentam à O Senhor ressuscitado (cf. Lc 24,30-31). Quando uma
mesa para comer. A refeição é sinal de amizade, de criança (ou adulto) faz sua Primeira Comunhão Eucarística,
fraternidade, de união. Talvez, por esta razão, o alimento é passa a viver uma vida de partilha e solidariedade.
algo sagrado nas culturas. A Mesa da Eucaristia renova e fortalece a comunhão,
Jesus aproveitou a força do significado do alimento como nos diz São Paulo: "0 cálice da bênção que abençoamos
para instituir o Sacramento da Eucaristia. Trata-se de uma não é comunhão com o sangue de Cristo? O pão que partimos
refeição sagrada, na qual o pão e o vinho são partilhados ao não é comunhão com o corpo de Cristo? Porque há um só pão,
redor de uma mesa. É mais do que matar a fome e a sede, nós, embora muitos, somos um só corpo, pois todos
pois nos reunimos como irmãos e irmãs para partilhar o que participamos deste único pão" (1 Cor 1 0,16-17). Na Oração
existe de mais precioso - o próprio Deus. Somos da mesma Eucarística, depois da consagração, o padre ora pedindo que
família (irmãos em Cristo) e, portanto, comemos e bebemos todos sejam um só corpo:
ao redor da mesma mesa, e do mesmo Senhor. "E nós vos suplicamos que, participando do Corpo e
Por esta razão, no início da Igreja, a Celebração Sangue de Cristo, sejamos reunidos pelo Espírito Santo num
Eucarística era chamada de "Fração do Pão", o mesmo gesto só corpo" (Oração Eucarística II).
"Em sua palavra e em todos os sacramentos Jesus nos oferece um alimento para o caminho. A Eucaristia é o
centro vital do universo, capaz de saciar a fome de vida e de felicidade: 'Aquele que come de mim, viverá' (Jo 6,57).
Nesse banquete feliz participamos da vida eterna e, assim, nossa existência cotidiana se converte em uma missa
prolongada. Mas todos os dons de Deus requerem uma disposição adequada para que possam produzir frutos de
mudança. Especialmente, nos exigem um espírito comunitário, que abramos os olhos para reconhecê-lo e servi-lo nos
mais pobres: 'No mais humilde encontramos o próprio Jesus'. Par isso, São João Crisóstomo exortava: Querem em
verdade honrar o corpo de Cristo? Não consintam que esteja nu. Não o honrem no templo com mantos de seda,
enquanto fora o deixam passar frio e nudez" (DA 354).
78
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
1. Objetivo:
Recapitular o tema já visto, lembrando que Eucaristia é compromisso com Cristo e partilha de dons.
Ensinar na prática a maneira correta de receber a comunhão nas duas espécies.
2. Conteúdo do Encontro:
Este encontro pode ser dado por um Ministro Extraordinário da Comunhão que irá orientar o
catequizando a maneira correta de comungar, posturas e atitudes. Vai relembrar o que o catequista
já ensinou e apresentar os objetos litúrgicos utilizados na mesa da comunhão.
3. Desenvolvimento do Tema:
(Entregar uma cópia deste Roteiro ao Ministro Extraordinário da Comunhão que irá conduzir o
encontro)
a) Eucaristia quer dizer “Ação de Graças” – chama-se também Comunhão que significa comum união,
porque recebendo o Corpo de Cristo nos unimos a Cristo e aos irmãos.
b) Recordar com os catequizandos como Jesus instituiu a Eucaristia lendo (Lc 22, 7-20).
Na quinta-feira, sabendo que chegara a hora, Jesus pediu a Pedro e João que fossem preparar
a ceia da Páscoa, para Ele e os doze apóstolos (Lc 22, 7-8). Como todo judeu Jesus celebrava
todos os anos a festa de Páscoa (cartaz 1).
Antes da Ceia, Jesus pegou uma toalha e uma bacia e lavou os pés dos apóstolos (Jo 13, 2-17).
Jesus com este gesto de humildade nos deixou um novo mandamento, para que nos amemos
uns aos outros como Ele nos amou (cartaz 2) .
No decorrer daquela ceia Jesus nos deixou a garantia de seu amor por nós, deixou-nos como
alimento a Eucaristia que nos faria participantes do reino de Deus, e ao mesmo tempo a
garantia da sua presença no meio de nós.
Instituiu assim a Eucaristia como memória de sua morte e de sua ressurreição, (Lc 22, 17-19)
ordenando que seus apóstolos celebrassem-na até a sua volta, neste momento Jesus estava
instituindo também o sacerdócio (CIC 1337).
Jesus quando pregava dizia que deveríamos trabalhar, não pelo pão que estraga, mas pelo pão
que dura até a vida eterna, e prometeu que nos daria deste pão. Esta promessa Ele cumpriu nos
deixando a Eucaristia.
Na véspera de sua morte, Jesus abençoou o pão, deu aos Apóstolos e disse: “Tomai e comei,
todos vós, ISTO É O MEU CORPO que é dado por vós” (cartaz 3), depois abençoou o cálice
e disse “Tomai todos e bebei todos vós, ESTE É O MEU SANGUE, que será derramado
por vós para o perdão dos pecados” (cartaz 4), é disse também “Fazei isto em memória de
mim” (cartaz 5).
O mandamento de Jesus de repetir seus gestos e suas palavras “até que Ele volte” não pede
somente que se recorde de Jesus e do que Ele fez. Este mandamento aponta para a celebração
litúrgica, pelos apóstolos e seus sucessores, do memorial de Cristo, da sua vida, da sua Morte,
da sua Ressurreição e da sua intercessão junto ao Pai (CIC 1341). Memorial não significa uma
mera lembrança de um fato passado, mas a atualização daquele acontecimento, isto é o
efeito daquele fato torna a acontecer.
A missa não é um teatro. O sacrifício que Jesus ofereceu na cruz torna-se sempre atual:
todas as vezes que se celebra no altar o sacrifício da cruz, acontece novamente a nossa
redenção, pois a salvação de Cristo se estende a todos os homens e mulheres de todos os
tempos (CIC 1364).
79
Encontra-se no centro da celebração da Eucaristia o pão e o vinho, os quais, pelas palavras de
Cristo e pela invocação do Espírito Santo (ditas pelo sacerdote), se tornam o Corpo e o Sangue
de Cristo.
Ao se tornarem misteriosamente o Corpo e o Sangue de Cristo, os sinais do pão e do vinho
continuam a significar também a bondade da criação. Assim, no ofertório, damos graças ao
Deus Criador pelo pão e pelo vinho, fruto do “trabalho do homem”, mas antes “fruto de terra e
da videira”, “dons do criador” (CIC 1333).
Neste momento nos levantamos para responder “Anunciamos Senhor a Vossa Morte e
Proclamamos a Vossa Ressurreição” – não permanecemos de joelhos porque aquele que anuncia
o faz em pé.
“Felizes os convidados para a ceia de Jesus” (cartaz 6). Nós somos os convidados para a Ceia do
Senhor. Jesus nos convidou pessoalmente, Ele mesmo nos chamou para estar aqui e recebê-lo. Ele
nos convidou para a festa, mas para responder a este convite, devemos preparar-nos para este
momento tão grande e tão santo. Devemos fazer um exame de consciência antes de comer deste
pão e deste cálice: “Todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente,
estará comente e bebendo a própria condenação” (1Cor 11, 27-29).
O sacerdote diz “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (cartaz 7). Jesus se
ofereceu em sacrifício ao Pai, para pagar por nossos pecados. E nós humildemente respondemos
“Senhor, eu não sou digno(a) de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e
serei salvo(a)” (cartaz 8).
Se participamos bem da missa neste momento estamos preparados para receber Jesus em
nosso coração (cartaz 9).
3 Cálice: onde se deposita o vinho que vai ser consagrado. O vinho usado é puro de uva e o
cálice deve ser de material nobre.
4 Pala: peça quadrada, dura, que serve pra cobrir o cálice.
5 Corporal: é uma espécie de toalhinha quadrada que fica no centro do altar, onde se colocam
a patena ou as âmbulas com a hóstia consagrada, o Corpo de Cristo. Tem a finalidade de
guardar os minúsculos pedaços da hóstia que possam cair. É dobrada de modo especial
(mostrar) de maneira a proteger estas minúsculas partículas. São lavadas de modo especial.
6 Sanguíneo: toalhinha comprida, branca, usada para purificar (enxugar por dentro) o cálice.
Também é lavado com cuidado especial.
7 Âmbula: espécie de cálice com tampa para conservação e distribuição das hóstias aos fiéis.
9 Galhetas: duas garrafinhas que contém a água e o vinho. A água vai ser usada para
purificação do das âmbulas e do cálice e para misturar com o vinho no ofertório,
significando toda a humanidade salva em Cristo pelo sangue derramado na cruz.
d) Os gestos e posturas são muito importantes e também são formas de rezar. Orientar como
os catequizandos devem se dirigir à mesa da comunhão:
Devagar, em silêncio, em oração ou cantando o canto da comunhão. No dia da Primeira Comunhão,
os que permanecem nos bancos devem cantar o canto da comunhão.
Aproximar-se do altar (aqui na Catedral ficar o mais próximo possível do primeiro degrau preto)
e aguardar que o ministro chegue até você.
Quando receberem a comunhão apenas na espécie de pão, podem recebê-la na mão ou na boca.
A posição das mãos – recebe-se a hóstia na palma da mão esquerda, pega-se com a direita e
coloca-se na boca, na frente do ministro. Não consumir diretamente com a boca na mão
esquerda. Os canhotos fazem o contrário.
Não ficar com o dedo em pinça para pegar a partícula, aguardar que seja colocada na palma da
mão – Eucaristia é dom, é presente, e presente a gente recebe com amor e gratidão, e
não pega.
Ter as mãos limpas (sem rabiscos de caneta, nº de telefone, recados, etc). Se tiver as mãos
sujas é melhor receber a comunhão diretamente na boca.
Observar bem as mãos depois que consumiu a hóstia para ver se não ficaram minúsculas
partículas nas mãos, caso tenham ficado consumir também estes (com delicadeza, sem lamber as
mãos). Lembrando que no menor pedaço da Eucaristia se existir, Jesus estará presente
Estar em estado de graça. Isto significa ausência de pecado mortal. Quem está consciente de
um pecado grave deve se confessar antes de receber a Comunhão (CIC 1385).
A atitude corporal (gestos e roupas) deverá traduzir o respeito, a solenidade, a alegria deste
momento em que Cristo se torna nosso hóspede (CIC 1387).
Saber e pensar que o que se vai receber é o Corpo de Cristo, por isso quando nos é dado o
“Corpo de Cristo” respondemos “Amém” como expressão da própria fé.
f) Os catequizandos vão receber o pão e o vinho na boca, e depois apenas o pão na mão.
g) Ministro e catequistas devem observar e corrigir na hora os erros que acontecerem.
Tirar as dúvidas se necessário.
81
Preparar os cartazes conforme abaixo:
Cartaz 3 – “Tomai e comei, todos vós, ISTO É O MEU CORPO que é dado por vós”
Cartaz 4 –“Tomai todos e bebei todos vós, ESTE É O MEU SANGUE, que será derramado por vós para o
perdão dos pecados”
Cartaz 8 - “Senhor, eu não sou digno(a) de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei
salvo(a)”
82
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
1. Objetivo:
Ter consciência que a caminhada não termina com o sacramento da Eucaristia, mas, ao contrário,
nos leva a vivenciá-lo no caminho da vida que continua com a Perseverança.
2. Conteúdo do Encontro:
Assim como há uma continuidade da vida, da história de
cada um, da mesma forma segue a nossa vida sacramental,
deixando que Cristo conosco na nossa história, crescendo
na comunhão com Ele, vivendo uma vida cada vez mais
aberta a amar e a servir o próximo, anunciando e fazendo
crescer o Reino de Deus.
3. Desenvolvimento do Tema:
Acompanhar na Apostila seguindo o conteúdo.
Apresentar o trabalho voltado para os jovens oferecido pela paróquia e motivar os catequizandos a
permanecerem na caminhada da Catequese.
Se for possível trazer um catequizando da Crisma (que tenha feito Perseverança) ou da
perseverança para falar da caminhada na Perseverança.
Convidar adolescentes e jovens que se engajaram na comunidade para falar do trabalho que fazem
na Igreja: coroinha, cerimoniários, músicos, monitores de Crisma, catequistas, etc...
Ao sermos batizados assumimos a missão de anunciar Cristo aos nossos irmãos, podemos estar em
missão no nosso dia a dia, na escola, no trabalho, em casa, no lazer – mas precisamos da força da
Igreja para cumprir bem esta missão.
Contar a sua caminhada na Igreja.
4. Leitura utilizada: Lc 24, 13-35.
5. Ambientação: Arrumar as cadeiras em círculo, mesa com toalha, flores, imagem.
6. Material utilizado: (a critério do catequista)
7. Atividades: Contar a história e fazer a atividade proposta.
8. Momento de Oração: rezar juntos a Oração do Evangelizador.
83
Anotações
84
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
Nota: Este tema pode ser substituído pelo atendimento de confissões conforme a
programação da paróquia. Neste caso o catequista, ou o próprio confessor,
pode falar brevemente com os catequizandos para que se sintam à vontade
para se apresentar diante do confessor, em sua primeira confissão.
1. Objetivo:
Fazer com que o catequizando se sinta à vontade para se apresentar diante
do confessor, sabendo que está ali para receber o abraço carinhoso do
Pai que está feliz com a sua volta.
2. Conteúdo do Encontro:
Refletir os textos bíblicos em que Jesus nos ensina que quando pecamos Deus nos espera de braços
abertos.
3. Desenvolvimento do Tema:
Ler os textos bíblicos e deixar livre para os catequizandos expressarem seus medos, dúvidas e
preocupações em relação à primeira confissão.
85
Anotações
86
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
1. Objetivos:
Refletir o que é quaresma e como o cristão vive este período.
Refletir sobre o tema e lema da Campanha da Fraternidade
2017.
Cuidar da criação, de modo especial dos biomas brasileiros, dons
de Deus, e promover relações fraternas com a vida e a cultura
dos povos, à luz do Evangelho. (Objetivo Geral de CF-2017).
2. Conteúdo do Encontro:
Criar um quadro com os 40 dias da quaresma (Ver modelo no
final deste encontro).
Distribuir pedaços de folhas coloridas (15 cm X 10 cm) para os
catequizandos, que deverão dobrar ao meio.
Colar os pedados dos papéis em um papel cartão, colocando os
quarenta dias da quaresma.
Fazer um calendário do período quaresmal: para cada semana
escolher um versículo bíblico sobre a natureza para memorizar e colocar uma figura que expresse
ideias de sustentabilidade.
3. Desenvolvimento do Tema:
Ler com os catequizandos o texto da apostila, explicando passo a passo sobre a Quaresma.
Fazer em conjunto com a classe o registro da semana – escrever em cada quadrinho uma atitude,
uma boa ação que deverá ser feita naquele dia, durante a quaresma.
Combinar a cada encontro as ações da semana.
Orientar na execução do calendário quaresmal.
Para explicar sobre a fraternidade, a solidariedade, contar a história:
A pomba e a formiga.
Às margens de um riacho cristalino, uma pomba bebia água, quando viu uma formiga no meio da
correnteza. Em vão a formiga se esforçava par alcançar a margem. Então, a pomba jogou na água um
raminho de mato, e a formiga conseguiu agarrar e se salvar.
Nesse mesmo tempo, passava um caçador que, ao ver a pomba, pensou em abatê-la. Ficou imaginando o
belo prato de pomba assada. Quando se preparava para atirar, sentiu uma picada no calcanhar. O caçador
abaixou-se para ver o que o tinha picado. Era a formiga, a mesma que tinha acabado de ser salva pela
pomba! Bem depressa, a pomba aproveitou para fugir da mira do caçador. Quando este olhou de novo para
o rio, seu almoço tinha desaparecido.
Comentar a história:
Quando é que eu ajo do mesmo jeito que a formiga?
Quando é que sou pomba?
Quando sou caçador?
Quem foi solidário e fraterno?
A cada ano a Campanha da Fraternidade faz importantes reflexões sobre alguma problemática que
aflige nossa sociedade.
Neste ano a Campanha da Fraternidade nos convida a pensar nos BIOMAS BRASILEIROS E
DEFESA DA VIDA. (Mostrar o cartaz)
Tema: Fraternidade: Biomas Brasileiros e defesa da vida
Lema: “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2, 15)
Explicar o cartaz da CF 2017, o mapa do Brasil e as figuras (Explicação no Aprofundamento
do Catequista)
87
Todos os seres humanos são irmãos porque são filhos de Deus. Ser irmão é ser fraterno. Como
irmãos, precisam se ajudar uns aos outros. Isso é fraternidade.
A Campanha da Fraternidade é um tempo para crescer na fé e sermos solidários com os
irmãos. Este ano a campanha nos pede para cuidar da criação, de modo especial dos biomas
brasileiros, dons de Deus e promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos, à
luz do Evangelho.
4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Lc 8, 5-8 – Comentário: Para que a vida possa existir
e se multiplicar, é preciso semear. O vento, os pássaros, as borboletas espalham as sementes e fazem a
vida brotar. Você já plantou uma árvore?
5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem cartaz da Campanha da Fraternidade, mapa do Brasil,
colocar figuras que mostrem os biomas brasileiros.
QUARESMA
QUARESMA
19/03
Boas
atitudes da
semana
88
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
1. Objetivos:
Cuidar da criação, de modo especial dos biomas brasileiros, dons de Deus, e promover relações
fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do Evangelho. (Objetivo Geral de CF-2017).
2. Conteúdo do Encontro:
Seguir a orientação do Texto-Base da CF-2017, sobre o conteúdo a ser trabalhado. Ver
aprofundamento do catequista.
Nesta Campanha nós vamos conhecer os biomas brasileiros, para aprender como cuidar da criação,
que é dom de Deus e promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do
Evangelho. Isso quer dizer que à luz da fé vamos conversar sobre o significado dos desafios
apresentados pela situação atual dos biomas e dos povos que neles vivem.
Explicar quais são os biomas brasileiros (se possível apresentar figuras).
3. Desenvolvimento do Tema:
Uma história para ajudar a refletir:
“Carlinhos mora no interior. No sítio onde ele mora tem muitos animais domésticos, animais
selvagens e muita vegetação. Em um domingo, ele foi visitar sua prima que mora na cidade. Ela o
levou a conhecer a cidade e ele ficou impressionado e muito triste pelo que viu: as águas dos rios
estavam escuras e cheias de lixo, os parques, as praças tinham poucas árvores, muito lixo no meio
dos jardins mal cuidados, muitas pessoas morando debaixo das marquises. Ele achou que a cidade é
um lugar ruim de morar. Quando ele perguntou a sua prima o porquê de tanta sujeira, sua prima não
soube responder. Carlinhos voltou para seu sítio com muitas perguntas que as pessoas não sabiam
responder.”
Conversar: vocês acham a natureza bonita? A natureza foi criada por Deus. Nós também fazemos
parte da natureza. Como vocês acham que a gente deve cuidar da natureza? Quando você cuida
natureza e trata com respeito e atenção as pessoas você está exercitando a fraternidade.
5. Ambientação: organizar com os catequizandos um espaço que lembre um jardim: plantas, pássaros,
flores, borboletas, um pequeno lago... (usar a imaginação e criatividade)
6. Material utilizado: Apostila, bíblia, mapa do Brasil / cartaz da Campanha da Fraternidade 2017
7. Atividades: O que é mesmo “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2, 15)
Solicitar que os catequizandos conversem em casa sobre o que vivenciaram no encontro e com seus
familiares refletirem como em suas famílias veem as maravilhas que Deus fez para todos, o que
podem fazer para não estragar essas maravilhas e como se relacionam com a natureza que é
criação de Deus. Anotar na apostila as ideias sobre o que conversaram.
8. Momento de Oração – Rezar a oração da Campanha da Fraternidade 2017 (apostila).
ORAÇÃO
Deus, nosso Pai e Senhor, nós vos louvamos e bendizemos, por vossa infinita bondade
Criastes o universo com sabedoria e o entregastes em nossas frágeis mãos
para que dele cuidemos com carinho e amor
Ajudai-nos a ser responsáveis e zelosos pela Casa Comum
Cresça em nosso imenso Brasil
o desejo e o empenho de cuidar mais e mais da vida das pessoas
e da beleza e riqueza da criação
alimentando o sonho do novo céu e da nova terra que prometestes. Amém!
90
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
que o inserem no mistério de Cristo alheio à vida da riquezas e qual Brasil queremos deixar para as
criação na qual está mergulhado e que o sustenta? gerações futuras.
A Igreja Católica já há algum tempo tem sido uma Nesse começo do 3° milênio, somos uma população
voz profética a respeito da questão ecológica. Não de mais de 200 milhões de brasileiros, 80% vivendo
apenas tem chamado a atenção para os desafios e em cidades. O impacto dessa concentração
problemas ecológicos, como tem apontado suas populacional sobre o meio ambiente produz dilemas
causas e, principalmente, tem apontado caminhos que põem em risco as riquezas naturais. O avanço das
para sua superação. As Igrejas particulares, tecnologias em todos os campos, tende a distanciar
Comunidades Eclesiais de Base, Pastorais Sociais, as pessoas dos problemas socioambientais que estão
Semanas Sociais Brasileiras, Fóruns das Pastorais ao seu redor. Os povos que perderam seus
Sociais, o Grito dos Excluídos, muito se aproximaram territórios, tantas vezes dados por extintos,
do nosso povo para defender seus direitos e para reivindicam seu lugar na sociedade, sua cidadania,
promover a convivência harmônica com o meio com a prerrogativa de viverem conforme suas leis e
ambiente em todo o Brasil. suas tradições, sendo plenamente reconhecidos como
Vamos, então de forma simples, abordar cada um brasileiros. Além do mais, pertencemos a uma mesma
de nossos biomas, com seus respectivos povos, sua casa comum, condividindo esse planeta com sete
situação atual, procurar entender suas bilhões de pessoas e bilhões e bilhões de seres vivos.
características e problemas fundamentais. À luz da Somos cidadãos globais. Esse fato implica que a
fé, nos interrogaremos sobre o significado dos tensão entre a economia e a ecologia se colocou como
desafios apresentados pela situação atual dos biomas o maior desafio para a humanidade. É de sua equação
e dos povos que neles vivem. harmônica que depende o futuro da humanidade e de
A expressão bioma vem de “bio”, que em grego todos os seres vivos que habitam a Terra.
quer dizer “vida” e “oma”, sufixo também grego que Objetivo Geral
quer dizer “massa, grupo ou estrutura de vida”. Um Cuidar da criação, de modo especial dos biomas
bioma é “um conjunto de vida (animal e vegetal) brasileiros, dons de Deus, e promover relações
constituído pelo agrupamento de tipos de vegetação fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do
contíguos e identificáveis em escala regional, com Evangelho.
condições geoclimáticas similares e história Objetivos Específicos
compartilhada de mudanças, o que resulta em uma Aprofundar o conhecimento de cada bioma,
diversidade biológica própria”. de suas belezas, de seus significados e importância
Assim, um bioma é formado por todos os seres para a vida no planeta, particularmente para o povo
vivos de uma determinada região, cuja vegetação é brasileiro.
similar e contínua, cujo clima é mais ou menos Conhecer melhor e nos comprometer com as
uniforme, e cuja formação tem uma história comum. populações originárias, reconhecer seus direitos, sua
Por isso, a diversidade biológica também é parecida. pertença ao povo brasileiro, respeitando sua história,
Há teses de sete e até oito biomas, considerando os suas culturas, seus territórios e seu modo específico
manguezais como um deles e outro marinho, mas esse de viver.
não é o reconhecimento oficial. No Brasil temos seis Reforçar o compromisso com a
biomas: a Mata Atlântica, a Amazônia, o Cerrado, o biodiversidade, os solos, as águas, nossas paisagens e
Pantanal, a Caatinga e o Pampa. Nesses biomas vivem o clima variado e rico que abrange o chamado
pessoas, povos, resultantes da imensa miscigenação território brasileiro.
brasileira. Compreender o impacto das grandes
Hoje, mais de 500 anos depois da chegada dos concentrações populacionais sobre o bioma em que se
colonizadores, seria interessante nos perguntar: O insere.
que restou daquela floresta? O que restou daqueles Manter a articulação com outras igrejas,
povos? O que restou daquelas águas? O que restou organizações da sociedade civil, centros de pesquisa
daquela imensa biodiversidade que maravilhava os e todas as pessoas de boa vontade que querem a
olhos? O ambiente que vivemos interessa a todos os preservação das riquezas naturais e o bem-estar do
seres humanos, independentemente de sua religião, povo brasileiro.
credo, ou mesmo sem nenhum deles. Precisamos nos Comprometer as autoridades públicas para
perguntar qual destino estamos dando a tantas assumir a responsabilidade sobre o meio ambiente e
a defesa desses povos.
91
Contribuir para a construção de um novo Há décadas os conflitos pelo território estão
paradigma econômico ecológico que atenda às marcando toda a região amazônica. As populações
necessidades de todas as pessoas e famílias, tradicionais defendem seus direitos seculares,
respeitando a natureza. querem ter seus territórios reconhecidos e
Compreender o desafio da conversão legalizados. São históricas as lutas indígenas pela
ecológica a que nos chama o Papa Francisco na carta demarcação de suas terras e de seus lagos.
encíclica Laudato Si’ e sua relação com o espírito A Amazônia, por sua riqueza em águas e
quaresmal. biodiversidade, é cobiçada por corporações do Brasil
VER e do mundo inteiro, cada uma em seu respectivo
OS BIOMAS BRASILEIROS ramo: água, fármacos, essências, minérios, saberes
1. Bioma Amazônia ancestrais das populações etc.
A Amazônia é o maior bioma do Brasil. O manejo florestal passou a ser uma atividade na
Geograficamente é formada pelos estados da região qual foram inúmeras as denúncias de trabalho
Norte: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima, escravo.
Rondônia e Tocantins. Mas o bioma avança para os O problema fundamental da Amazônia é o modelo
estados do Mato Grosso e Maranhão. de desenvolvimento adotado para a região. Ignorando
A Panamazônia (países que têm floresta a vocação da floresta, seu papel no clima, no ciclo do
amazônica) transcende os limites brasileiros e está carbono, a fragilidade de seus solos, a contribuição
também no território da Colômbia, do Peru, da para os demais biomas brasileiros, sobretudo no ciclo
Venezuela, do Equador, da Bolívia, do Suriname, da das águas, o avanço desse modelo tem sido um
Guiana Francesa e da Guiana Inglesa. desastre denunciado no mundo inteiro.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente: “A É preciso reconhecer que a Amazônia contribui
Amazônia é quase mística: um verde e vasto mundo para o equilíbrio do planeta com a sua identidade
de águas e florestas, onde as copas de árvores própria. Ela fornece umidade, produtos tropicais,
imensas escondem o úmido nascimento, reprodução e oxigenação etc. O atual modelo econômico quer
morte de mais de um terço das espécies que vivem reduzir esse bioma às mesmas características dos
sobre a Terra. A Amazônia também contém campos outros violentando-o a produzir o que ele não
naturais e vegetação de altitude por também atingir suporta.
os Andes, onde muitos rios amazônicos nascem”. A Igreja Católica na Amazônia Legal vive e cresce
Com a mesma grandeza e diversidade das formas com características próprias, enraizadas na
de vida no bioma Amazônico, são também seus povos sabedoria tradicional e na piedade popular que
originários, eles são os responsáveis por esse pulmão durante séculos alimentou e continua a manter viva a
da mãe terra continuar resistindo, eles são as espiritualidade dos povos da floresta e das águas, e
principais riquezas deste bioma. agora, do mundo urbano.
O processo do chamado da Amazônia é um 2. Bioma Caatinga
exemplo mais que claro de como ele se deu como A Caatinga encontra-se envolvida pelo clima
reprodução do sistema colonialista que presidiu a semiárido, entre a estreita faixa da Mata Atlântica e
formação do Brasil, a partir da chegada dos o Cerrado. Abrange predominantemente territórios
portugueses em 1500 e na Amazônia a partir de de 8 estados do Nordeste, mais o Norte de Minas
1600. Essa reprodução ficou evidente, em 1970, Gerais.
quando a abertura e construção da Transamazônica. Caatinga é uma palavra originária do tupi-guarani,
A estrada tinha como objetivo “levar homens sem- que significa mata branca. A Caatinga é o único bioma
terra, para uma terra sem homens”. exclusivamente brasileiro. Tem um clima semiárido e
As populações locais, indígenas, posseiros, é o semiárido mais chuvoso do planeta. Trata de um
ribeirinhos, seringueiros, quilombolas e toda uma bioma rico de vida inteligente, adaptada ao clima
infinidade de comunidades não tinham importância semiárido. Ela é tão rica que alguns especialistas
nesse processo. Essas populações locais passaram a falam em “caatingas”, no plural, para identificar sua
sofrer as mais diversas formas de pressão para abrir imensa biodiversidade.
caminho para o “desenvolvimento e o progresso” que Este bioma, com seu clima e vegetação, plasmou
chegava do Sul e do Sudeste para “redimir” a sobremaneira a formação e a vida social do povo da
Amazônia do “atraso” em que vivia. Estava instaurado Caatinga. Podemos constatar uma maior influência
um novo período colonial no Brasil, a Amazônia se das matrizes étnicas indígenas e branca.
tornava a mais nova colônia do Brasil.
92
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
Observa-se, atualmente, que a vida de fé das Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo,
comunidades cristãs, presentes neste bioma, é Bahia, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Pernambuco, Rio
marcada pela piedade popular, que se caracteriza Grande do Norte, Ceará e Piauí.
pela devoção e pelas romarias, o que se revela no A Mata Atlântica era originalmente densa,
expressivo número de santuários. extensa e rica de variedade animal e vegetal, além de
3. Bioma Cerrado campos de altitude, mangues e restingas. Entretanto,
O Cerrado é uma vegetação típica de locais com desde o descobrimento do Brasil que ela vem sendo
estações climáticas bem definidas (uma época bem destruída, o pau-brasil, característico dela, foi o
chuvosa e outra seca), ele compõe as regiões com principal alvo de extração e exploração dos
solo de composição arenosa, sendo considerado o exportadores que colonizavam o Brasil e hoje está
bioma brasileiro mais antigo. Sua vegetação é praticamente extinto.
encontrada principalmente na região Centro-Oeste, Ainda guarda riquezas naturais: tem poder de
ou seja, ele é característico dos estados do Mato regeneração. As iniciativas de preservar o que resta
Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins, e e tentar regenerar o mínimo para não faltar água,
também faz parte das belezas da região oeste de regular o clima, ainda é uma esperança viva.
Minas Gerais e das regiões sul do Maranhão e do Nesse espaço existem populações praieiras,
Piauí. quilombolas, remanescentes indígenas, os “caiçaras”,
O solo do cerrado caracteriza-se por apresentar além da imensa concentração populacional urbana.
cor avermelhada, em função da grande presença de A evangelização chegou junto com os primeiros
óxido ferroso. Outra característica do solo do colonizadores, embora esse seja um processo
cerrado é o fato dele apresentar pH baixo. contraditório em nossa história.
Esse bioma contribui para as águas das principais Com a chegada dos primeiros missionários
bacias hidrográficas brasileiras. Grande parte das jesuítas, deu-se início ao processo de aldeamentos, a
águas tem sua origem na Amazônia, sendo recebidas construção de conventos e colégios.
e acumuladas no Cerrado, que funciona como uma 5. Bioma Pantanal
grande “caixa d’água”. Daí suas águas são O bioma Pantanal é considerado uma das maiores
redistribuídas pelo território nacional, confirmando extensões úmidas contínuas do planeta e o de menor
assim a grande importância deste bioma no ciclo das extensão territorial no Brasil, entretanto este dado
águas, com sua consequente preservação. Como em nada desmerece a exuberante riqueza que o
podemos perceber o Rio São Francisco recebe suas referente bioma abriga.
águas, quase em sua totalidade, do Cerrado e as Situado dentro da Bacia do Alto Paraguai, o bioma
distribui em outras regiões. Pantanal é considerado como Reserva Biosfera e
Os povos do cerrado são a principal e maior patrimônio Natural Mundial pela UNESCO. Seu
riqueza deste bioma. Os indígenas são os primeiros território envolve três países sendo 70% dessa
habitantes do Cerrado. Os camponeses, junto às planície no território brasileiro (nos estados do Mato
comunidades indígenas, constituem os grupos Grosso e Mato Grosso do Sul), 20% na Bolívia e os
importantes no Cerrado. Outro grupo importante é a outros 10% no Paraguai.
dos agricultores familiares. Também há grupos de O Pantanal tem uma das maiores extensões
assentados, acampados e extrativistas, que lutam úmidas contínuas do mundo, com grande beleza e rica
pela desapropriação de áreas para fins de Reforma biodiversidade.
Agrária e pela criação de Unidades de Conservação Quando chegaram os primeiros colonizadores
de Usos Sustentável. europeus, o Pantanal já era ocupado por importantes
Seguimentos e organismos ligados à Igreja povos indígenas de várias etnias. Hoje a maioria vive
Católica, como a Conferência dos Religiosos do Brasil em uma área indígena do Pantanal, porém alguns
e a Comissão Pastoral da Terra, bem como a atuação optaram por viver em cidades da região ou trabalhar
de algumas dioceses, tem transformado realidades nas fazendas.
em várias partes do estado. Além do turismo de pesca, também desenvolveram
4. Bioma Mata Atlântica o turismo ecológico e rural, que, na última década,
A Mata Atlântica abrangia uma área equivalente a contribuíram para a melhoria da infraestrutura, com
1.315.460 Km² e estendia-se originalmente ao longo mais hotéis e barcos, e para o aperfeiçoamento dos
do que hoje são 17 estados: Rio Grande do Sul, Santa serviços.
Catarina, Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do
93
A presença missionária e servidora da Igreja As primeiras páginas do Livro do Gênesis relatam
Católica permanece viva no bioma Pantanal, suas também a triste realidade do pecado do homem. Ao
dioceses, com as Pastorais Sociais. A partir do desobedecer a Deus comendo do fruto da árvore do
Evangelho, a Igreja, para além dos aspectos da conhecimento do bem e do mal (Gn, 3,6), o homem
preservação e do cuidado, se preocupa com a vida no provoca uma ruptura nas relações com consequências
bioma Pantanal. Com esperança e comprometimento, imediatas.
ela se mantém firme na defesa da vida dos povos O lema: “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2, 15)
originários e das comunidades tradicionais, que quer mostrar a importância das pessoas no cuidado
foram se instalando na região e acabaram por de cada elemento da natureza e que foi objeto de
transformar estas localidades pantaneiras em terras muito amor do nosso Criador.
ancestrais. A reflexão sobre os biomas e os povos originários
6. Bioma Pampa recebe uma rica iluminação da Palavra de Deus e do
Os Campos da Região Sul do Brasil são Magistério da Igreja. É preciso que a constatação
denominados como “pampa”, termo de origem das riquezas e dos desafios ligados ao tema da
indígena para “região plana”, entretanto, esta Campanha da Fraternidade seja levada à ação a
denominação corresponde somente a um dos tipos de partir de uma reflexão serena e profunda dos
campos encontrados. ensinamentos de nossa tradição cristã.
O bioma Pampa exibe um imenso patrimônio A partir da fé cristã, é grande a contribuição que
cultural associado à biodiversidade, suas paisagens pode ser dada às questões da ecologia integral e, em
naturais se caracterizam pelo predomínio dos campos particular, à convivência harmônica com os nossos
nativos, mas há também a presença de matas ciliares, biomas. Como afirma o Papa Francisco: “as convicções
matas de encosta, matas de pau-ferro, formações da fé oferecem aos cristãos – e, em parte, também a
arbustivas, butiazais, banhados, afloramentos outros crentes – motivações importantes para cuidar
rochosos etc. da natureza e dos irmãos e irmãs mais frágeis”.
O bioma Pampa se restringe ao estado do Rio AGIR
Grande do Sul, ocupando 63% do território e se O agir da Campanha da Fraternidade de 2017 está
estende aos países vizinhos, Argentina e Uruguai. em sintonia com a Doutrina da Igreja, principalmente
Os povos indígenas Charruas e Minuanos, através com a encíclica Laudato Si’ e com a Campanha da
de seus hábitos, foram os povos que mais Fraternidade Ecumênica de 2016. Elas indicam a
contribuíram para a formação do tipo humano e necessidade da conversão pessoal e social, dos
social que mais tarde foi identificado como “gaúcho”. cristãos e não cristãos, para cultivar e cuidar da
A Igreja está presente na região desde a criação.
“primeira evangelização”, mas com características Cuidar dos biomas brasileiros além de ser uma
muito próprias. ação de fé e cidadania é uma demonstração de
Nos últimos anos, seja pela presença das comprometimento para com o Criador que
Pastorais Sociais, das Semanas Sociais, das paulatinamente espera a conversão de seus filhos e
Campanhas da Fraternidade, das CEBs, muito se filhas, criados à imagem e semelhança. Ela também
valoriza a agricultura familiar, os territórios das atende aos apelos do Papa Francisco que propõe a
comunidades tradicionais e os remanescentes defesa da vida na ecologia integral.
indígenas. É importante que cada comunidade, a partir do
JULGAR bioma em que vive e em relação com os povos
A Sagrada Escritura não se preocupa diretamente originários desse bioma, faça o discernimento de
com os biomas. Contudo, oferece elementos que quais ações são possíveis, e entre elas quais são as
iluminam a temática a partir do projeto de Deus nela mais importantes e de impacto mais positivo e
apresentado. Tal projeto inicia-se pela criação e duradouro.
organização do mundo, conhece uma ruptura por A mensagem do Papa Francisco proferida no dia 1°
causa do pecado e seu verdadeiro significado é de setembro de 2016 (Dia Mundial de Oração pelo
revelado em Cristo Jesus. Cuidado da Criação) ilumina as comunidades para
A fé judaico-cristã aponta um caminho objetivo: o fazerem seu discernimento.
mundo foi criado por Deus. A Sagrada Escritura
apresenta em suas primeiras páginas este elemento Fonte: Texto Base da Campanha da Fraternidade
de fé que indica que o mundo é obra desejada por 2017, Edições CNBB, 2016
Deus, criado harmonicamente por amor.
94
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
1. Objetivos:
Favorecer ao catequizando a percepção de que o sofrimento
de Jesus por amor a nós foi para nos levar a vive com Ele a
sua ressurreição.
Reconhecer a alegria da vida nova que Jesus veio nos propor
e valorizar os símbolos dessa proposta.
2. Conteúdo do Encontro:
Explicar cada dia da Semana Santa (do Domingo de Ramos
até o Domingo de Páscoa)
Retomar o compromisso da quaresma.
3. Desenvolvimento do Tema:
Utilizar cartazes para explicar cada dia da Semana Santa e
ler com os catequizandos o texto da apostila.
Fazer a Via Sacra (sugestão em anexo).
Incentivar os catequizandos para que participem dos dias da
Semana Santa na paróquia .
DOMINGO DE RAMOS: Jesus entra em Jerusalém e é
aclamado com ramos de Palmeira e cantos de hosana.
QUINTA-FEIRA SANTA: Jesus reúne os apóstolos e institui a Eucaristia na sua última ceia.
SEXTA-FEIRA SANTA: Jesus é condenado e carrega a sua Cruz até o Monte Calvário, onde
entrega a Sua vida num sacrifício de Amor por toda a humanidade.
SÁBADO SANTO: Tempo de silêncio, recolhimento e espera pela Ressurreição de Jesus.
DOMINGO: “Aleluia! JESUS RESSUSCITOU”, ESTÁ VIVO NO MEIO DE NÓS!” - traz vida
renovada, cheia do Espírito Santo para todos nós!. É DOMINGO DE PÁSCOA!
4. Leitura utilizada: da própria apostila
5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, cartaz da Semana Santa
6. Material utilizado: Apostila, bíblia e cartazes para a Via Sacra.
7. Atividades: orientar as atividades
8. Momento de Oração – fazer a Via Sacra (página seguinte)
95
VIA SACRA – 2017
DIRIGENTE: Nesta Quaresma, com a Campanha sofrendo muito de vê-Lo daquele jeito. Era sua
da Fraternidade, tomamos consciência da Mãe, Maria.
realidade de como são tratados os biomas TODOS: Jesus, nós O adoramos. Porque,
brasileiros para assim promover relações morrendo na cruz, Você nos salvou.
fraternas com a vida e cultura dos povos.
Agora, vamos recordar as horas de sofrimento ORAÇÃO: Ó Deus, que sois a fonte da
de Jesus. Essas horas se chamam Via Sacra. A fraternidade, por intercessão de Nossa
cada momento do sofrimento e morte de Jesus Senhora das Dores, ajudai-nos a crescer na
chamamos de Estação. promoção da vida. Isto vos pedimos em nome
Jesus veio ao mundo para trazer vida e paz. É de Jesus, nosso Senhor.
Ele quem nos reúne em oração para fazermos TODOS: Amém!
memória do seu caminho de dor nesta Via Sacra.
4ª Estação:
TODOS: Em nome do Pai, do Filho ... JESUS É PREGADO E MORRE NA CRUZ
1ª Estação: DIRIGENTE: Quando Jesus chegou ao “Gólgota”,
JESUS É CONDENADO À MORTE pregaram-No na cruz entre dois criminosos, um à
DIRIGENTE: Jesus veio ao mundo para ensinar os sua direita e outro à sua esquerda. Jesus era
homens a viverem em Paz. Mas as pessoas não quiseram inocente. Ele não tinha culpa de nada, mas morreu
na cruz para nos salvar.
mudar de vida e por isso condenaram Jesus à morte.
TODOS: Jesus, nós O adoramos. Porque, TODOS: Jesus, nós O adoramos. Porque,
morrendo na cruz, Você nos salvou.
morrendo na cruz, Você nos salvou.
ORAÇÃO: Ó Pai, a vós que em Jesus vosso ORAÇÃO: Ó Pai, que acolhestes “o espírito de
Filho preso, nos recorda a justiça do Reino, vosso Filho” no alto da cruz, concedei que os
povos trabalhem para criar um mundo novo, no
ajudai-nos a nos comprometer com todos os
que não têm seus direitos reconhecidos. Isto qual todos os limites sejam superados. Isto vos
vos pedimos em nome de Jesus, nosso Senhor. pedimos em nome de Jesus, nosso Senhor.
2ª Estação: 5ª Estação:
JESUS RESSUSCITA
JESUS RECEBE E CARREGA A CRUZ
DIRIGENTE: Depois que condenaram Jesus à DIRIGENTE: Depois do sábado Jesus ressuscita. É
um novo dia, um novo céu, uma nova terra, um novo mar.
morte, deram a cruz para que Ele a carregasse
até o lugar onde seria crucificado. TODOS: Jesus, nós O adoramos. Porque,
morrendo na cruz, Você nos salvou.
TODOS: Jesus, nós O adoramos. Porque,
morrendo na cruz, Você nos salvou. ORAÇÃO: Ó Pai e Senhor da vida, com a
ORAÇÃO: Ó Deus, vós que sois a fonte de toda ressurreição de vosso Filho Jesus Cristo, foi
liberdade, libertai a natureza e toda a humanidade renovada toda a criação. Ajudai-nos sempre a
dos aprisionamentos que prejudicam a vida. Isto descobrir que estais vivo em cada criatura,
vos pedimos em nome de Jesus, nosso Senhor. para manifestar a glória do Ressuscitado. Isto
vos pedimos em nome de Jesus, nosso Senhor.
TODOS: Amém!
TODOS: Amém!
3ª Estação:
JESUS ENCONTRA SUA MÃE DIRIGENTE: Queridas crianças, estamos
DIRIGENTE: Quando Jesus caminhava com a encerrando a nossa Via Sacra, lembrando que,
cruz às costas, havia muitas pessoas que O para que Jesus possa ressuscitar no nosso
olhavam no caminho. Algumas pessoas não ligavam coração, é importante estarmos sempre perto
Dele e valorizar e cuidar da vida e da natureza.
para o seu sofrimento. Mas no meio das pessoas
estava alguém que amava muito Jesus, que estava TODOS: PAI NOSSO.......
96
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
1. Objetivo:
Fazer com que os catequizandos conheçam o santo padroeiro e conscientizá-los sobre o chamado
de Deus para uma vida santa. Fazer com que conheçam a sua Paróquia
2. Conteúdo:
Nós também podemos e devemos ser santos
História do Santo Padroeiro e história da Paróquia
3. Desenvolvimento do tema:
Todos nós somos chamados à santidade (Mt 5,48 e I Ts 4,3)
Perguntar se sabem o que é ser santo.
Explicar que a partir do nosso Batismo todos somos chamados ser santos.
Para sermos santos é preciso descobrir qual a vontade de Deus para nossa vida, e isso se
descobre através da oração e da leitura da Palavra de Deus.
O que podemos fazer para melhorar as nossas atitudes no dia a dia... (deixar que falem)
Perguntar se conhecem algum santo e sua história ou se têm algum santo de devoção deixar que
falem).
Falar dos santos dos nossos dias – pessoas santas como Madre Teresa de Calcutá e seu
trabalho, Papa João Paulo II e seu exemplo de amor perdão e santidade de vida.
Falar dos Santos recém canonizados:
Frei Galvão o primeiro Santo brasileiro, canonizado pelo Papa Bento XVI, em 11 de maio de
2007;
Santa Gianna, foi Beatificada pelo Papa João Paulo II, em 24 de abril de 1994 no Ano
Internacional da Família, tendo sido considerada esposa amorosa, médica dedicada e mãe
heróica, que renunciou à própria vida em favor da vida da filha, na ocasião da gestação e do
parto.
Falar das crianças que foram canonizadas – Santo Domingos Sávio, Santa Maria Goretti.
Falar do Padroeiro – ler as leituras indicadas pela paróquia
Contar a história do Santo a partir da leitura bíblica.
Falar sobre a Paróquia – completar as atividades
4. Leitura utilizada: Usar as citações usadas pela paróquia nas celebrações do Santo Padroeiro
5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, cartaz da Semana Santa
6. Material utilizado: Apostila, bíblia Orações e santinhos do Santo Padroeiro
7. Atividades: orientar as atividades
8. Momento de Oração – Levar as crianças até a imagem do Santo Padroeiro e rezar a oração (no verso
do santinho)
97
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
Pesquisar a história do Santo Padroeiro de sua Paróquia, suas qualidades e virtudes, como foi sua
vida, onde nasceu e porque se tornou santo.
Pesquisa histórias de santos canonizados recentemente ou a vida de pessoas que estão processo de
canonização na Diocese ou na nossa região, como: Frei Galvão, Madre Tereza do Jesus Eucarístico, Franz
de Castro Holzwarth.
98
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
fala e nos mostra um sinal do seu reino (...) para o uniformidade, existam tantos santos, tão
qual somos fortemente atraídos, ao vermos tão diferentes entre si e em tal harmonia com Cristo
grande nuvem de testemunhas que nos envolve (cf. e com a sua Igreja? O que é que leva à livre
Hb 12, 1) e tais provas da verdade do Evangelho" assunção do núcleo germinativo cristão, que
(Lumen gentium, 50). Neste trecho da Lumen depois desenvolve tanta diversidade e beleza na
gentium encontramos a profunda razão do culto unidade da santidade? Como é diferente a
aos beatos e santos. globalização, de que hoje se fala com tanta
3. A Igreja realiza a missão que lhe foi frequência, da catolicidade ou universalidade da
confiada pelo Mestre divino, de ser instrumento fé cristã e da Igreja, que essa fé vive, conserva e
de santidade através dos caminhos da difunde!
evangelização, dos sacramentos e da prática da Aquele internacionalismo do catolicismo, que
caridade. Esta missão recebe uma notável não é procurado com vista ao poder, mas ao
contribuição de conteúdos e de estímulos serviço e à salvação, é confirmado pelos santos e
espirituais, também da proclamação dos beatos e pelas santas que pertencem aos mais diversos
santos, porque eles mostram que a santidade é contextos de referência histórica, mas viveram a
acessível às multidões, que a santidade pode ser mesma fé. Este internacionalismo confirma que a
imitada. Com a sua existência pessoal e histórica, santidade não tem limites e que não morreu na
eles fazem experimentar que o Evangelho e a vida Igreja mas, pelo contrário, continua a ser de
nova em Cristo não são uma utopia ou um mero profunda atualidade. O mundo muda, mas os
sistema de valores, mas "fermento" e "sal", santos, embora também mudem com o mundo que
capazes de fazer viver a fé cristã dentro e fora se transforma, representam sempre o mesmo
das várias culturas, regiões geográficas e épocas rosto vivo de Cristo. Não existe nisto, porventura,
históricas. um indício inconfundível da vitalidade peculiar,
"O futuro dos homens observava o saudoso meta-cultural e meta-histórica para nós,
Cardeal Giuseppe Siri nunca é claro, porque todos católicos, "sobrenatural" é a palavra justa do
os seus pecados corroem todos os caminhos da anúncio e da Graça cristã?
história e levam a uma dialética cheia de causas e 5. Neste contexto de pensamentos, é
de efeitos, de erros e de vinganças, de explosões interessante fazer uma observação sobre o modo
e de interrupções. A certeza de que os santos como a Igreja católica reconhece e proclama os
continuarão a acompanhar os homens é uma das beatos e os santos. Refiro-me em particular ao
poucas garantias do futuro" (Il primato della trabalho da Congregação para as Causas dos
verità, pág. 154.). Santos, chamada a estudar e reconhecer a
4. O fenômeno dos santos e da santidade santidade e os santos através de um
cristã cria um sentido de admiração que nunca procedimento minucioso e sábio, consolidado,
esmoreceu na vida da Igreja e que não pode renovado e renovável no tempo.
deixar de surpreender até um observador laico Os santos e a santidade são reconhecidos
atento, sobretudo hoje, num mundo que muda com um movimento que parte de baixo para cima.
contínua e rapidamente, num mundo fragmentado Ainda hoje, é o próprio povo cristão que,
sob o ponto de vista cultural, tanto a nível de reconhecendo por intuição da fé a "fama de
valores como de costumes. É da admiração que santidade", indica ao seu Bispo titular da primeira
deriva a pergunta: o que é que faz com que a fé fase do processo de canonização os candidatos à
encarne em todas as latitudes, nos diversos canonização e, em seguida, à Congregação
contextos históricos, entre as mais variadas competente da Santa Sé. Nem a Congregação para
categorias e estados de vida? Como é possível as Causas dos Santos, nem o Papa, "inventam" ou
que, sem dinamismos de poder, impositivos ou "fabricam" os santos. Como todos os cristãos
persuasivos que sejam, e sem dinamismos de sabem, isto é obra do Espírito Santo. Que este
99
mesmo Espírito como diz o Evangelho "sopra onde canonizações e as beatificações. Elas manifestam
quer", é uma constatação a que estamos a vivacidade das Igrejas locais, muito mais
habituados desde há séculos, e hoje muito mais, numerosas hoje do que nos primeiros séculos e no
uma vez que a Igreja está espalhada em todas as primeiro milênio. A maior homenagem que todas as
partes do mundo e em todas as camadas sociais. Igrejas prestarão a Cristo no limiar do terceiro
Assim, deve reconhecer-se que o Papa João milênio, será a demonstração da presença
Paulo II fez da proclamação de novos beatos e onipotente do Redentor, mediante os frutos de
santos uma autêntica e constante forma de fé, esperança e caridade em homens e mulheres
evangelização e de magistério. Ele quis de tantas línguas e raças, que seguiram Cristo nas
acompanhar a pregação das verdades e dos várias formas da vocação cristã" (n. 37).
valores evangélicos com a apresentação de santos Além disso, na Carta Apostólica Novo
que viveram aquelas verdades e aqueles valores de millennio ineunte, o Papa observa: "Os caminhos
modo exemplar. Durante o seu Pontificado, e, da santidade são variados e apropriados à vocação
portanto, desde 1978 até hoje, João Paulo II de cada um. Agradeço ao Senhor ter-me
beatificou 1.299 pessoas, 1.029 das quais são concedido, nestes anos, beatificar e canonizar
mártires, e canonizou 464 beatos, 401 dos quais muitos cristãos, entre os quais numerosos leigos
encontraram a morte no martírio. Os leigos que se santificaram nas condições ordinárias da
elevados às honras dos altares são também muito vida" (n. 31).
mais do que geralmente se pensa: com efeito, Sem dúvida, tantas beatificações e
trata-se de 268 beatos e de 246 santos, 514 no canonizações são também um sinal da capacidade
total. de inculturação da vida da fé cristã e da Igreja.
Para alguns, eles são muitos; para outros, 6. Por fim, gostaria de me debruçar sobre a
poucos. contribuição cultural oferecida pelos santos, pelo
No que diz respeito ao número de santos, o seu culto e pelo ardente e sério trabalho de
Papa João Paulo II não ignora o parecer de quem estudo que precede e que se segue à sua
considera que eles são demasiados. Pelo contrário, canonização.
fala disto explicitamente. Eis a resposta do Papa a O Concílio Vaticano II pediu que uma "cuidadosa
este propósito: "Às vezes diz-se que hoje há investigação histórica, teológica e pastoral"
demasiadas beatificações. Mas isto, além de acompanhasse a proposta do culto dos santos (cf.
refletir a realidade, que por graça de Deus é Sacrosanctum concilium, 23). Esta indicação já
aquela que é, corresponde também ao desejo encontrou a Congregação para as Causas dos
expresso pelo Concílio. O Evangelho espalhou-se Santos preparada e, hoje, plenamente
de tal maneira no mundo e a sua mensagem experimentada.
mergulhou as suas raízes de modo tão profundo, O cuidado pela verdade histórica esteve
que o elevado número de beatificações reflete sempre presente no trabalho da Congregação para
precisamente de modo vivo a ação do Espírito as Causas dos Santos. Já num "Decreto" de Pio X,
Santo e a vitalidade que dele brota no campo mais de 26 de Agosto de 1913, mais tarde inserido no
essencial para a Igreja, o da santidade. Com Código de Direito Canónico de 1917, pedia a
efeito, foi o Concílio que realçou de forma reunião e o estudo de todos os documentos
particular a vocação universal à santidade" históricos relativos às causas. Mas a novidade
(Discurso de abertura do Consistório, em fundamental foi apresentada pelo Motu Proprio
preparação para o Grande Jubileu do Ano 2000, "Já há algum tempo", de 6 de Fevereiro de 1930,
13 de Junho de 1994). com que o Papa Pio XI instituiu na Congregação
Na Carta Apostólica Tertio millennio dos Ritos a "Secção histórica", com a tarefa de
adveniente, o Papa João Paulo II escreveu: oferecer a contribuição eficaz para a abordagem
"Nestes anos, foram-se multiplicando as das causas "históricas", ou seja, das que não
100
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
contavam com testemunhas contemporâneas história. A herança dos santos "é uma herança que
relativas às mesmas causas. O serviço prestado não se deve perder insistiu muitas vezes o Santo
pela "Secção histórica", em seguida denominada Padre, mas fazer frutificar num perene dever de
como "Departamento histórico-hagiográfico", foi gratidão e num renovado propósito de imitação"
alargado a todas as causas, mesmo às mais (Novo millennio ineunte, 7).
"recentes", aumentando a sensibilidade histórico- Os santos são como faróis; eles indicaram
crítica a todos os níveis, e em todas as fases do aos homens as possibilidades de que o ser humano
processo. dispõe. Por isso, são interessantes também do
Finalmente, a Constituição Apostólica ponto de vista cultural, independentemente da
Divinus perfectionis magister, de 25 de Janeiro abordagem cultural, religiosa e de estudo com que
de 1983, seguida das Normae servandae, do dia 7 nos aproximemos deles. Um grande filósofo
de Fevereiro de 1983, sancionou definitivamente francês do século XX, Henry Bergson, observou
a contribuição determinante do método e da que "as maiores personagens da história não são
qualidade histórica na abordagem das causas dos os conquistadores, mas os santos". E Jean
santos. Delumeau, um historiador do catolicismo de
A verdade histórica, tão diligentemente Quinhentos, convidava a verificar como os
procurada por motivos teológicos e pastorais, traz grandes impulsos da história do cristianismo
muitos benefícios também à apresentação cultural foram caracterizados por um retorno às fontes,
dos santos. Os novos beatos e santos "saíram da isto é, à santidade do Evangelho, suscitada pelos
sacristia" para serem estudados e apresentados santos e pelos movimentos de santidade na Igreja.
também como personagens historicamente Nos últimos anos, o Cardeal Joseph
significativas, no contexto da vida da sua Igreja, Ratzinger afirmou justamente que "não são as
da sua sociedade e do seu tempo. Assim, não maiorias ocasionais que se formam aqui ou ali na
interessam mais unicamente à Igreja e aos fiéis, Igreja, que decidem o seu e o nosso caminho. Eles,
mas a todos aqueles que se ocupam da história, da os santos, são a verdadeira e determinante
cultura, da vida civil, da política, da pedagogia, maioria, segundo a qual nos orientamos. É a ela que
etc. Desta maneira, a missão destes aspiramos! Eles traduzem o divino no humano, o
extraordinários homens de Deus continua de eterno no tempo".
maneira diversa, mas em todo o caso eficaz para o 8. Num mundo que se transforma, os santos
bem de toda a sociedade. não só não permanecem marginalizados histórica
A este propósito, é significativo o fato de ou culturalmente, mas parece que devo concluir
que o Arquivo da Congregação para as Causas dos estão a tornar-se sujeitos ainda mais
Santos já não é freqüentado somente por interessantes e credíveis.
"pessoas interessadas pelo trabalho eclesiástico", Numa época de crise das utopias coletivas,
mas também por estudiosos leigos que recorrem num período de desconfiança e de incredulidade
ao mesmo para a relação das suas teses de em relação ao que é teórico e ideológico, está a
licenciatura, para estudos históricos, de nascer uma nova atenção para com os santos,
pedagogia, de sociologia, etc., porque ali figuras singulares em que se encontra não uma
encontram um material abundante e nova teoria e nem sequer simplesmente uma moral,
historicamente credível. mas um desígnio de vida a narrar, a descobrir
7. Portanto, com o seu valor particular, a através do estudo, a amar com devoção e a
santidade diz respeito também à cultura. Os realizar mediante a imitação.
santos permitiram que se criassem novos modelos Só podemos alegrar-nos com este despertar
culturais, novas respostas aos problemas e aos de atenção para com os santos, porque eles são de
grandes desafios dos povos e novos todos, constituem um patrimônio da humanidade
desenvolvimentos de humanidade no caminho da que progride para além de si mesma, num
101
desenvolvimento que, enquanto honra o homem, santidade (...) a Igreja é "a casa da santidade" e a
também dá glória a Deus, porque "o homem vivo é caridade de Cristo, derramada pelo Espírito
a glória de Deus" (Santo Ireneu de Lião). Santo, constitui a sua alma" (Acta Apostolicae
Quero ler tudo o que consideramos até aqui, Sedis, vol. XCIV, 3 de Maio de 2002, n. 5).
à luz de uma mensagem, verdadeiramente Por conseguinte, na Igreja tudo, e cada uma
fascinante, do Santo Padre João Paulo II que, na das vocações em particular, está ao serviço da
minha opinião, pode dar, a quem refletir sobre santidade! E é indubitavelmente neste sentido
este tema, pelo menos uma idéia da visão do Sumo que, quando olhamos para a Igreja, jamais
Pontífice sobre a santidade, inseparavelmente devemos esquecer de ver nela o rosto da "mãe dos
vinculada à dignidade batismal de cada cristão e, santos", que gera santidade com fecundidade e
por conseguinte, explicar melhor também o papel generosidade superabundantes.
das beatificações e canonizações no caminho
pastoral da Igreja, nestes vinte e cinco anos de Fonte:
Pontificado de Karol Wojtyla. A mensagem é a que http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/csai
foi enviada para o dia mundial de oração pelas nts/documents/rc_con_csaints_doc_20030315_martin
vocações de 2002: "A primeira tarefa da Igreja s-saints_po.html
102
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
1. Objetivo:
Mostrar que através do “sim” de Maria concretiza-se o plano da
Salvação na pessoa do seu Filho Jesus Cristo.
Resgatar a importância do dia das mães, sem o seu caráter
comercial.
Valorizar a mãe e todos que cuidam de nós todos os dias.
2. Conteúdo do Encontro:
Maria é aquela que acreditou que Deus é o todo poderoso e que a
escolheu para ser a Mãe de Jesus.
Os católicos veneram Maria porque é Mãe de Jesus, da Igreja e
nossa. Essa devoção consiste em imitá-la nesse grande amor a Deus
e aos mais necessitados.
Falar que ela intercede por nós junto a Deus.
3. Desenvolvimento do Encontro:
Maria era uma moça como as outras; pertencia a uma família simples da cidade de Nazaré, na
Palestina. Seus pais eram Joaquim e Ana.
Maria era bondosa, humilde, trabalhadora e cheia de coragem. Sua preocupação era ajudar os
outros, ser amiga de todas as pessoas.
Ela procurava viver a Aliança, por isso observava os 10 Mandamentos.
Maria, foi totalmente aberta à Palavra de Deus. Disse “sim”. Por isso, Deus nasceu no seu coração,
Deus morou nela e a fez mãe de seu Filho único – Jesus.
Maria é a Nossa Senhora que nós invocamos com diversos títulos e neste mês de maio, mês
dedicado à ela, comemoramos o dia de Nossa Senhora de Fátima e Nossa Senhora Auxiliadora.
Explicar que todos os nomes de Nossa Senhora são nomes que o povo dá, conforme a situação da
vida. Só existe uma Nossa Senhora, aquela que Deus escolheu para ser a Mãe de Jesus.
É importante valorizar a mãe e no seu dia fazer uma linda homenagem para ela.
4. Leitura utilizada: da própria apostila / bíblia – Lc 1, 26-38 / Jô 2, 1-12 / Jô 19, 25-27 / At 1, 14
5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem de Nossa Senhora, figuras de mãe
6. Material utilizado: Apostila, Bíblia
7. Atividades: orientar a execução das atividades.
8. Momento de Oração:
103
Maria se doou a Deus e ao povo e teve podendo lutar contra as demais escravidões,
fidelidade ao Plano de Deus. Esta e a primeira e como o egoísmo, a exploração do homem, as
fundamental exigência da catequese. estruturas que impedem uma participação
Maria é: fraterna na construção da sociedade para
Co-Mediadora - só Cristo é Mediador (1Tm 2,5). desfrutar dos bens que Deus criou para todos
Cheia de graça. (P. 267).
Imaculada Conceição. (A Igreja declarou DEVOÇÃO A MARIA
dogma de fé em 1854). O povo brasileiro tem profunda devoção a
Assunta. Foi assumida ao céu onde esta de Maria sob o título de N. Sra. Aparecida; e em
corpo e alma. outros lugares, em outras cidades, Maria
(A Igreja declarou dogma de fé em 1950) recebe outros nomes.
O Documento de Puebla ressalta: Mas, antes de ser Maria de Nazaré, N. Sra.
Mulher de luta: não se acomoda; abre de Fátima, Nossa Senhora do Rosário, etc., ela
caminhos. é "aquela que acreditou" que "Deus é o Todo
Única criatura que ao mesmo tempo e: Filha - Poderoso".
Esposa ¸Mãe de Deus. A verdadeira devoção a Maria consiste em
No dizer do Concílio Vaticano II - "Maria e a imitá-la nesse grande amor a Deus e aos mais
imagem perfeita da Igreja". necessitados, e não apenas em fazer
Ela é a primeira leiga associada a obra promessas, novenas, etc.
redentora do Cristo. É o modelo indispensável Rezemos a Ave Maria, pedindo a Ela que nos
para seguir a Cristo. mostre o Plano de Deus e interceda por nos
Exemplo de vocação porque viveu, com "agora e na hora de nossa morte. Amém".
fidelidade, a sua vocação.
Maria é para a America Latina, uma esperança Fonte: Fé, Vida e Comunidade, Livro do Catequista,
de libertação. Fazendo-se escrava do Senhor Paulus, 2003 – p. 157-158.
promove a libertação da mulher. Se é escrava
do Senhor, não é escrava de mais ninguém,
O primeiro dia das mães foi festejado em Boston, em 1873. Em 1907, a norte americana Anna
Jarvis resolveu homenagear sua mãe, que havia morrido alguns anos antes. Só depois de três anos é que a
comemoração idealizada por Anna Jarvis foi oficializada no estado da Virgínia Ocidental, onde ela morava.
Em 1915, o presidente dos Estados Unidos decidiu oficializar a data.
No Brasil, a primeira comemoração ocorreu no dia 12 de maio de 1918. Mas foi só em 1932 que
Getúlio Vargas, então presidente, assinou uma lei oficializando o Dia das Mães.
No começo, as homenagens às mães eram feitas com festas, poesias, declamações, cantos e flores.
Hoje em dia, as propagandas incentivam a compra de presentes.
104
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
1. Objetivo:
Possibilitar aos catequizandos um maior conhecimento, acerca da
Festa de Corpus Christi, em função do seu significado e o seu papel
como devoção especial à Cristo Eucarístico.
2. Conteúdo do Encontro:
Explicar porque existe a Festa de Corpus Christi. Falar sobre os
milagres eucarísticos e mostrar como Deus vai permitindo que
coisas extraordinárias aconteçam para nos ajudar a crer mais ainda
no Sacramento da Eucaristia.
3. Desenvolvimento do tema:
Nos próximos dias, celebramos a solenidade do Corpo e Sangue de
Cristo (Corpus Christi) no mundo todo. Corpus Christi significa Corpo de Cristo.
A festa teve origem no ano de 1264 e foi instituída pelo então Papa Urbano IV em 1264. É
celebrada na quinta-feira, após a festa da Santíssima Trindade porque seguindo a passagem
bíblica, onde Cristo instituiu o Sacramento da Eucaristia, celebra-se também em uma quinta-feira.
Em 1317, o Papa João XXII determinou a procissão em vias públicas. A festa de Corpus Christi
passou a ter dois grandes momentos: a celebração da Santa Missa e a Procissão sobre os tapetes.
Como filhos da Igreja, levamos Cristo, presente na figura do pão, pelas ruas da nossa cidade.
A Igreja dedica duas grandes festas ao sacramento da Eucaristia: Quinta-feira Santa e Corpus
Christi.
Ler Jo 6, 51-59 - Jesus afirma que seu corpo é verdadeira comida e seu sangue verdadeira bebida.
A Eucaristia não é uma representação de Cristo, mas o próprio Cristo que se faz presente. É neste
momento que a fé se manifesta, isto é crer naquilo que está escondido. Jesus disse: “Bem
aventurados o que crêem sem ter visto”.
Porém, para os mais descrentes, ainda temos os maravilhosos milagres eucarísticos reconhecidos
pela Igreja Católica. Comentar sobre o milagre de Lanciano e contar outros milagres aconteceram
(conforme texto anexo – não é preciso citar todos – escolher alguns e citar local e ano em que
aconteceram).
Ler com eles o texto da apostila e comentar cada parágrafo.
Convidar os catequizandos participar da confecção dos tapetes, esta é uma forma de mostrarmos
que somos uma comunidade composta de irmãos que possuem dons diferentes.
105
DINÂMICA
Fala sério / Com certeza.
OBJETIVO: Reforçar os temas Corpus Christi e Eucaristia.
Obs.: Adaptar as perguntas de acordo com o Módulo – e com a quantidade de catequizandos
DESENVOLVIMENTO: Fazer pequenos cartões com as respostas FALA SÉRIO e COM CERTEZA, conforme o
número de catequizandos. Entregar a cada um, um par de respostas. Fazer as perguntas abaixo, os catequizandos
deverão mostrar o cartaz com a resposta que considerar correta: FALA SÉRIO (quando a afirmação estiver errada)
ou COM CERTEZA (quando a afirmação estiver correta). A cada afirmação o catequista deve aproveitar para dar a
explicação a respeito do assunto.
1. Corpus Christi significa o Corpo de Cristo. – Com certeza –
2. Corpus Christi é celebrado no domingo após o Natal. – Fala sério – primeira quinta-feira após o domingo da
Santíssima Trindade
3. Quando comungamos passamos a ser sacrários vivos porque Cristo carregamos Cristo vivo em nós. – Com
certeza – Ao comungarmos Cristo passa a viver em nós.
4. A Eucaristia foi instituída, isto é, celebrada pela primeira vez, na Sexta-feira Santa. – Fala sério - Quinta-
feira Santa, dia da Santa Ceia
5. Cada vez que a comunidade realiza o gesto do pão e do vinho, ela faz Jesus presente, vivo e verdadeiro
entre nós. – Com certeza – Jesus vivo se faz presente na comunhão.
6. A Igreja dedica duas grandes festas ao sacramento da Eucaristia: Natal e Corpus Christi. – Fala sério –
Quinta-feira Santa e Corpus Christi;
7. Participar da confecção dos tapetes é uma forma de mostrarmos que somos uma comunidade composta de
irmãos que possuem dons iguais. – Fala sério - cada um de nós possui dons distintos, diferentes.
8. Na Procissão sobre os tapetes, como filhos da Igreja, levamos Cristo, presente na figura do pão, pelas
ruas da nossa cidade. – Com certeza - Na Eucaristia Jesus está vivo no meio de nós.
9. Jesus disse: “É preciso ver para crer” – Fala sério - Jesus disse: “Bem aventurados os que crerem ser ter
visto”.
10. A festa de Corpus Christi tem dois grandes momentos: a celebração da Santa Missa e a entrega das
ofertas. – Fala Sério, o segundo momento é a Procissão sobre os tapetes
11. Na festa do Corpo de Cristo, como filhos da Igreja, levamos Maria, presente na figura do pão, pelas ruas
da nossa cidade. – Fala sério, levamos o próprio Cristo
12. Nos gesto memorial (porque recorda a vida de Jesus) do pão e do vinho, somos convidados a amar até as
últimas conseqüências, como JESUS nos amou, aceitando perder tudo e se entregando totalmente por causa
do Amor. – Com certeza - devemos imitar Jesus.
13. Para comungar é preciso se preparar com piedade e devoção e se estiver em pecado procurar se
confessar. – Com certeza – o encontro com Jesus na Eucaristia é um momento muito especial, por isso devemos
nos preparar bem e estar puros de coração.
14. Deus permite que aconteçam fatos extraordinários como o milagre de Lanciano para nos mostrar o seu
poder – Fala sério – Deus permite que aconteçam milagres para nos ajudar a crer mais no Sacramento da
Eucaristia e para nos ajudar a avançar em nossa peregrinação de fé.
106
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
1 - Lanciano - Itália – no ano 700 mais importante deu-se em Londres, em 1981, foi
Em Lanciano – séc. VIII. Um monge da ordem encontrado um documento de 1197 narrando o fato.
de São Basílio estava celebrando na Igreja dos 4 - Offida - Itália – 1273
santos Degonciano e Domiciano. Terminada a Ricciarella Stasio - devota imprudente,
Consagração, que ele realizara, a hóstia realizava práticas supersticiosas com a Eucaristia;
transformou-se em carne e o vinho em sangue em uma dessas profanações, a Hóstia se
depositado dentro do cálice. O exame das relíquias, transformou em carne e sangue. Foram entregues ao
segundo critérios rigorosamente científicos, foi pe. Giacomo Diattollevi, e são conservadas até hoje.
efetuado em 1970-71 e outra vez em 1981 pelo Há muitos testemunhos históricos sobre este fato.
Professor Odoardo Linoli, catedrático de Anatomia 5 - Sena – Cássia - Itália – 1330
e Histologia Patológica e Química e Microscopia Hoje este milagre é celebrado em Cássia,
Clínica, Coadjuvado pelo Professor Ruggero Bertelli, terra de Santa Rita de Cássia. Em 1330, um
da Universidade de Siena. Resultados: sacerdote foi levar o viático a um enfermo e colocou
1) A hóstia é realmente constituída por fibras indevidamente, de maneira apressada e irreverente,
musculares estriadas, pertencentes ao miocárdio. uma Hóstia dentro do seu Breviário para levá-la ao
2) Quanto ao sangue, trata-se de genuíno doente grave. No momento da Comunhão, abriu o
sangue humano. Mais: o grupo sangüíneo ‘A’ que livro e viu que a Hóstia se liquefez e, quase reduzida
pertencem os vestígios de sangue, o sangue contido a sangue, molhou as páginas do Livro. Então o
na carne e o sangue do cálice revelam tratar-se sacerdote negligente apressou-se a entregar o livro
sempre do mesmo sangue grupo ‘AB’ (sangue comum e a Hóstia a um frade agostiniano de Sena, o qual
aos Judeus). Este é também o grupo que o professor levou para Perúgia a página manchada de sangue e
Pierluigi Baima Bollone, da universidade de Turim, para Cássia a outra página onde a Hóstia ficou presa.
identificou no Santo Sudário. A primeira página perdeu-se em 1866, mas a relíquia
3) Apesar da sua antiguidade, a carne e o chamada de “Corpus Domini” é atualmente venerada
sangue se apresentam com uma estrutura de base na basílica de Santa Rita.
intacta e sem sinais de alterações substanciais; este 6 - Turim - Itália – 1453
fenômeno se dá sem que tenham sido utilizadas Na Alta Itália ocorria uma guerra furiosa pelo
substâncias ou outros fatores aptos a conservar a ducado de Milão. Os Piemonteses saquearam a
matéria humana, mas, ao contrário, apesar da ação cidade; ao chegarem a Igreja, forçaram o
dos mais variados agentes físicos, atmosféricos, Tabernáculo. Tiraram o ostensório de prata, no qual
ambientais e biológicos. se guardava o corpo de Cristo ocultando-no dentro
2 - Orvieto - Bolsena - Itália – 1263 de uma carruagem juntamente com os outros
Início da Festa de Corpus Christi. objetos roubados, e dirigiram-se para Turim.
3 - Ferrara - 28/03/1171 Crônicas antigas relatam que, na altura da Igreja de
Aconteceu este milagre na Basílica de Santa São Silvestre, o cavalo parou bruscamente a
Maria in Vado, no século XII. Propagava-se com carruagem – o que ocasionou a queda, por terra, do
perigo a heresia de Berengário de Tours (†1088), ostensório – o ostensório se levantou nos ares “com
que negava a Presença real de Cristo na Eucaristia. grande esplendor e com raios que pareciam os do
Aos 28 de março de 1171, o Pe. Pedro de Verona, sol”. Os espectadores chamaram o Bispo da cidade,
com três sacerdotes celebravam a Missa de Páscoa; Ludovico Romagnano, que foi prontamente ao local
no momento de partir o pão consagrado, a Hóstia se do prodígio. Quando chegou, “O ostensório caiu por
transformou em carne, da qual saiu um fluxo de terra, ficando o corpo de Cristo nos ares a emitir
sangue que atingiu a parte superior do altar, cujas raios refulgentes”. O Bispo, diante dos fatos, pediu
marcas são visíveis ainda hoje. Há documentos que que lhe levassem um cálice. Dentro do cálice, desceu
narram o fato: um “Breve’ do Cardeal Migliatori a hóstia, que foi levada para a catedral com grande
(1404). - Bula de Eugênio IV (1442), cujo original foi solenidade. Era o dia 9 de junho de 1453. Existem
encontrado em Roma em 1975. Mas, a descoberta testemunhos contemporâneos do acontecimento
(Atti Capitolari de 1454 a 1456). A Igreja de
107
“Corpus Domini” (1609), que até hoje atesta o está a relíquia, foi elevada a Santuário Eucarístico
prodígio. do Santíssimo Sangue.
7 - Sena - Itália – 1730 9 – Faverney, na França, em 1600
Na Basílica de São Francisco, em Sena, pátria O Milagre Eucarístico que aconteceu em
de Santa Catarina de Sena, durante a noite de 14 Faverney, na França consistiu numa notável
para 15 de março de 1730, foram jogadas no chão demonstração sobrenatural de superação da lei da
223 hóstias consagradas, por ladrões que roubaram gravidade. Faverney está localizado a 20
o cibório de prata onde elas estavam. Dois dias quilômetros de Vesoul, distante 68,7 quilômetros de
depois, as Hóstias foram achadas em caixa de Besançon. Um dos noviços chamado Hudelot, notou
esmolas misturadas com dinheiro. Elas foram limpas que o Ostensório que se encontrava junto
e guardadas na Basílica de São Francisco; ninguém Santíssimo Sacramento sobre o Altar, elevou-se e
as consumiu; e logo o milagre aconteceu visto que ficou suspenso no ar e que as chamas se inclinavam e
com o passar do tempo as Hóstias não se não tocavam nele. Os Frades Capuchinhos de Vesoul
estragaram, o que é um grande milagre. A partir de também apressaram-se para observar e
1914 foram feitos exames químicos que testemunhar o fenômeno. Embora os monges com a
comprovaram pão em perfeito estado de ajuda do povo, conseguiram apagar o incêndio que
conservação. queria consumir toda a Igreja, o Milagre não cessou,
8 - Milagre Eucarístico de Santarém – Portugal o Ostensório com JESUS Sacramentado continuou
(1247) flutuando no espaço.
Aconteceu no dia 16 de fevereiro de 1247, em 10 - Em Stich, Alemanha, 1970
Santarém, 65 km ao norte de Lisboa. O milagre se Na região Bávara da Alemanha, junto à
deu com uma dona de casa, Euvira, casada com Pero fronteira suíça, em 9 de junho de 1970, enquanto um
Moniz, a qual sofrendo com a infidelidade do marido, padre visitante da Suíça estava celebrando uma
decidiu consultar uma bruxa judia que morava perto Missa numa capela, uma série incomum de eventos
da igreja da Graça. Esta bruxa prometeu-lhe aconteceu. Depois da Consagração, o celebrante
resolver o problema se como pagamento recebesse notou que uma pequena mancha avermelhada
uma Hóstia Consagrada. Para obter a Hóstia, a começou a aparecer no corporal, no lugar onde o
mulher fingiu-se de doente e enganou o padre da cálice tinha estado descansando. Desejando saber
igreja de S. Estevão, que lhe deu a sagrada se o cálice tinha começado a vazar, o padre correu a
Comunhão num dia de semana. Assim que ela recebeu mão dele debaixo do cálice, mas achou-o
a Hóstia, sem o padre notar, colocou-a nas dobras completamente seco. A esta altura, a mancha
do seu véu. De imediato a Hóstia começou a sangrar. crescera, atingindo o tamanho de uma moeda de dez
Assustada, a mulher correu para casa na Rua das centavos. Depois de completar a Missa, o padre
Esteiras, perto da Igreja e escondeu o véu e a inspecionou todo o altar, mas não conseguiu
Hóstia numa arca de cedro onde guardava os linhos encontrar qualquer coisa que pudesse ser
lavados. À noite o casal foi acordado com uma visão remotamente a fonte da mancha avermelhada. Ele
espetacular de Anjos em adoração à sagrada Hóstia trancou o corporal que apresentava a mancha num
sangrando. Várias investigações eclesiásticas foram local seguro, até que pudesse discutir o assunto com
feitas durante 750 anos. As realizadas em 1340 e o pároco.
1612 provaram a sua autenticidade. Em 5 de abril de
1997, por decreto de D. Antonio Francisco Marques, Fonte: Prof. Felipe Aquino - www.cleofas.com.br
Bispo de Santarém, a Igreja de S. Estevão, onde
108
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
1. Objetivos:
Distinguir o significado de Vocação e Profissão.
Conscientizar os catequizandos a respeito da responsabilidade,
de cada um, para com as vocações, bem como da importância
de descobrirmos e vivermos nossa vocação.
Resgatar a importância do papel do pai em nossas vidas.
Conversar com os catequizandos sobre a importância de amar
e valorizar o pai ou o responsável em todos os dias do ano, não
somente nesta data.
2. Conteúdos do Encontro:
Trabalhar o tema Vocação através da história – A vocação de Pierre.
Esclarecer que presentes não demonstram o tamanho do nosso amor, quanto amamos os nossos pais
ou quanto somos amados por eles. Podemos mostrar nosso carinho e amor compartilhando nossos
momentos.
3. Desenvolvimento do tema: História – A vocação de Pierre (em anexo)
Trazer para o encontro da catequese um cartaz com a palavra VOCAÇÃO.
Segue-se um período de discussão aberta a todo o grupo, onde todos são convidados a expressar as
suas idéias relativamente ao que lhes sugere a palavra “VOCAÇÃO”:
“Quando ouvem a palavra “Vocação” o que é que vos vem à cabeça?”
Ir colaborando com os catequizandos para dar o verdadeiro sentido da palavra vocação. É preciso
distinguir bem vocação de profissão, pois não são exatamente a mesma coisa. Colocar para os
catequizandos o quadro abaixo para observarem a distinção entre uma e outra:
Profissão Vocação
1 . aptidão ou escolha pessoal para exercer um 1. chamado de Deus para uma missão, que se
trabalho origina na pessoa como reação-aspiração do
ser
2. preocupação principal: o "ter", o sustento 2. preocupação exclusiva: "o ser" , o amor e o
da vida serviço
3. pode ser trocada 3. é para sempre
109
7. Atividades: orientar a execução das atividades.
8. Momento de Oração – fazer um momento de oração pelas vocações, principalmente pelo dia dos pais.
Pierre é um pássaro.
Ele vive na “Floresta das Vocações”.
Nesta floresta, cada pássaro, inseto ou animal tem uma vocação específica.
E desde muito cedo eles descobrem qual é a sua vocação específica.
Porém Pierre, já é um pássaro jovem, e segundo ele, ainda não conseguiu descobrir qual é a sua vocação
específica.
- Vovô Pardal, tenho observado os meus amigos, e percebi que cada um deles já descobriu qual é a sua
vocação!
Veja o Canário Zé, o mês que vem ele vai se casar com a andorinha Teté!
E o João-de-Barro, é um arquiteto perfeito, veja só as lindas casas que ele projeta e constrói!
E eu? Qual é a minha vocação?
- Querido netinho Pierre. . . Infelizmente eu não posso lhe dizer qual é a sua vocação! Cabe a você
descobrir sozinho!
A única coisa que posso fazer por você é apontar caminhos!
Mas tenha certeza de uma coisa Pierre: a sua vocação se encontra no seu coração.
Após conversar com seu avô, Pierre saiu um pouco feliz, pois seu avô lhe havia dito que ele também possuía
uma vocação!
Mas também saiu com mais dúvidas ainda: se todos tinham uma vocação, qual era a sua???
Todas as manhãs Pierre gostava de cantarolar em uma pitangueira que ficava em frente a um antigo asilo,
próximo da “Floresta das Vocações”.
E para os velhinhos daquele asilo o canto de Pierre simbolizava vida, esperança, amor. . .
Mas um dia Pierre cansou de cantarolar. . .
Os velhinhos daquele asilo começaram a se entristecer e conseqüentemente ficaram doentes.
Pierre, meu neto querido, porque você não está cantando mais?
Sabe o que é vovô? Eu desanimei. . . Para que cantar se eu não sei qual é a minha vocação?
Você se lembra do dia em que eu lhe disse que eu poderia apontar caminhos para que você pudesse por
si mesmo descobrir qual era a sua vocação?
Sim, me lembro! - Pois bem, este momento chegou!
O avô de Pierre o conduziu até a pitangueira que ficava em frente ao asilo, onde todas as manhãs Pierre
cantarolava.
110
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
111
viver e doar-se, e para levar sua mensagem ao 3º passo Nem sempre é fácil dar uma
mundo. Depois, vem o chamado para diversas resposta ao chamado de Deus. Moisés lutou com
missões. Pode ser o chamado para um estado de Deus, não querendo aceitar a missão. Igualmente o
vida: casamento, ser padre, vida consagrada... Mas profeta Jeremias. Podemos conferir isto na Bíblia.
o chamado de Deus vem, muitas vezes, para (Ex 3, 1-14; 4, 10-16; Jer 1, 4-10) Deus chama
determinadas funções e serviços: dentro da pessoas de todo tipo, de idades diferentes,
família, da comunidade, do trabalho... Vamos casadas ou solteiras, homens e mulheres. Não
refletir: Quando tomei consciência de um podemos pensar que o chamado é só para um
chamado de Deus? Como reagi? É sempre fácil dar determinado estado de vida. Deus chama na vida
uma resposta? (Quando a reflexão for feita em de cada um e em diversas situações, quando menos
grupo, pode haver um momento de partilha) o esperamos. Coloque-se diante de Deus, em
silêncio. Reflita: como respondo aos apelos de
Deus na minha vida? Onde Deus está me
chamando? Como? Fale com Deus sobre seus
medos, seu comodismo, sua falta de
generosidade... (Se a reflexão for em grupo,
pode-se terminar com um canto: "Eis-me aqui,
Senhor" ou "Senhor, se tu me chamas...")
112
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
1. Objetivo:
Estimular o conhecimento da proposta de amor de Deus através da
aproximação e da leitura da Bíblia.
2. Conteúdo do Encontro:
Respeito à Palavra de Deus.
Como foi escrita a Bíblia, onde foi escrita, quem escreveu, em que
língua foi escrita, para que foi escrita.
De modo ilustrativo, mostrar o Antigo e o Novo Testamento,
quantos livros tem cada parte, noções iniciais a respeito dos capítulos e versículos, mostrando que
ela deve nos acompanhar por toda a vida.
3. Desenvolvimento do Encontro:
A bíblia é a Palavra de Deus, porque através dela, Deus fala às pessoas.
A palavra “bíblia” vem da língua dos gregos e quer dizer: “coleção de livros”, “biblioteca”.
A bíblia é o livro mais conhecido do mundo inteiro, já está traduzida em todas as línguas oficiais e
em inúmeras línguas e dialetos mais falados.
A bíblia ajuda o povo a viver conforme o desejo de Deus. É através da bíblia que Deus anima e
orienta o seu povo para continuar a lutar e a viver, sem nunca desanimar.
Conversar sobre o que os catequizandos já sabem sobre a bíblia e comentar.
Organizar uma pequena Celebração da Palavra de Deus
Trazer uma bíblia grande, fazer a entrada com ela, colocar em lugar de destaque.
Cantar um canto sobre a bíblia e ler um texto bíblico e, em seguida pedir que cada catequizando
beije a bíblia em sinal de respeito.
4. Leitura utilizada: da própria apostila e da Bíblia
5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc.
6. Material utilizado: Apostila, Bíblia
7. Atividades: orientar a execução das atividades.
113
Israel foi um povo escolhido, porque foi ser escrito foi o Livro dos Juízes que apareceu
escolhido para realizar o Projeto de Deus. pelo ano 1000 a.C. quando Salomão era rei. Depois
O AT é para os cristãos como um do Exílio surge o Pentateuco (os cinco primeiros
documento de fé para conhecer melhor a Deus e livros da Bíblia).
tudo aquilo que Ele falou e fez pela humanidade. o Os livros do NT foram escritos depois da
AT é um documento antigo - uma Antiga Aliança. morte de Jesus. O Apocalipse foi o último, pelo
b) NOVO TESTAMENTO (NT) ano 100 depois de Cristo. Para o povo não havia
Foi escrito depois da Ressurreição de diferença do "dizer" e do "escrever". O
Jesus. importante era transmitir aos outros uma nova
Para compreender o NT e necessário consciência comunitária, nascida no povo a partir
saber se Israel foi fiel ou não ao Projeto de Deus da experiência com Deus. Contavam os fatos mais
e como Deus agiu no meio dele. O NT apresenta importantes do passado.
a Encarnação de Jesus na terra concreta do povo Como nós hoje decoramos a letra dos
de Israel. Jesus assumiu sua história, suas cânticos, assim eles decoravam e transmitiam as
tradições, sua cultura e sua religião e o histórias as leis, as profecias, os salmos, os
compromisso de realizar o Projeto do Pai provérbios e tantas coisas que, depois, foram
O NT apresenta, também, a experiência e escritas na Bíblia.
a reflexão religiosa de Jesus e dos primeiros A maior preocupação do povo era "contar"
cristãos. sua experiência para não esquecer os fatos de
Com a vinda de Jesus realiza-se um sua história. A memória mantinha-se viva e, para
Testamento Novo, uma Nova Aliança, um que ela não se apagasse, registraram por escrito.
encontro definitivo com Deus. Por isso, tudo o A Bíblia saiu da memória do povo. Nasceu
que Jesus disse e fez e tudo o que foi da preocupação de não esquecer o passado. A
proclamado sobre Jesus pelos seus apóstolos e Bíblia começou a ser escrita em torno do ano
discípulos, constitui o documento de nossa fé - o 1250 a.C., e o ponto final foi colocado 100 anos
Novo Testamento. depois do nascimento de Jesus.
Estas partes da Bíblia têm o nome de Quando os livros da Bíblia foram escritos,
TESTAMENTO (palavra latina: "Testamentum") não eram divididos em capítulos e versículos como
que significa "documento importante", como estão divididos hoje. A divisão em capítulos
aquele documento (testamento) que alguns pais aconteceu pelo ano 1214, feita pelo inglês
fazem para os seus filhos. Estevão Langton, arcebispo de Cantuária, e a
O Testamento na Bíblia, relembra a divisão em versículos foi feita em 1527, pelo
ALIANÇA feita entre Deus e o povo, começada dominicano Pagnini.
com Moisés no Sinai, confirmada e aprofundada A Bíblia foi impressa pela primeira vez,
ao longo de toda a história deste povo. em latim, no ano 1450 depois de Cristo.
3. QUANDO FOI ESCRITA A BÍBLIA? 4. ONDE FOI ESCRITA A BÍBLIA?
A Bíblia não foi escrita de um dia para A Bíblia foi escrita em lugares
outro. Alguns fatos foram escritos 100 anos diferentes.
depois que as coisas aconteceram, outros 200 A maior parte dela foi escrita na
anos, e outros até mais de 500 anos. A Bíblia Palestina, onde o Povo vivia, por onde Jesus andou
levou 11 séculos (1100 anos) para ser escrita. e onde nasceu a Igreja.
É bom lembrar que a Palavra de Deus foi, Algumas partes do AT foram escritas na
em primeiro lugar, vivida pelo Povo de Deus. Babilônia, onde o povo viveu no cativeiro, 600
Durante muitos anos foi falada e recordada anos a.C. Outras partes foram escritas no Egito
muitas vezes no meio do Povo, em rodas de para onde o povo emigrou depois do cativeiro.
conversa, no meio das famílias, e só depois foi O NT foi escrito na Síria, na Ásia Menor,
escrita. na Grécia e na Itália, onde havia muitas
O povo se esforçava para colocar Deus na comunidades, fundadas pelo Apóstolo Paulo.
vida, organizando a vida pessoal e social de Nesses povos havia diferença de
acordo com a justiça. costumes, de cultura, de religião, de situação
Os livros da Bíblia não foram escritos na econômica, social e política. Tudo isto deixou
ordem em que estão. Por ex: o Gênesis que conta marcas na Bíblia e teve influência na maneira da
a criação, é o 1º livro da Bíblia, mas o 1º livro a Bíblia nos apresentar a mensagem de Deus.
114
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
115
7. PARA QUÊ FOI ESCRITA A BÍBLIA? Os livros que falam do futuro do povo de
A Bíblia foi escrita para manter o povo na Israel se chamam Livros Proféticos: Isaías -
caminhada. Três coisas animam o povo a Jeremias - Lamentações - Baruc - Ezequiel -
caminhar: Daniel - Oséias - Joel - Amós - Abdias - Jonas -
a) contar o passado; Miquéias - Naum - Habacuc - Sofonias – Ageu -
b) anunciar o futuro; Zacarias - Malaquias. São 18, os livros Proféticos.
c) mostrar o presente. c) Mostrar o presente
a) Contar o passado Ficamos felizes quando sentimos que
Nos não nos esquecemos do passado da Deus caminha conosco, na nossa vida presente e
nossa vida. com nossos problemas.
Ficamos corajosos quando sentimos que Assim aconteceu com o Povo da Bíblia
fomos ajudados a vencer na vida. Assim também quando começou a caminhar com Deus. Olhava não
o povo de Deus (o povo da Bíblia), olhando as só o passado, nem só o futuro, mas também o
coisas que Deus tinha feito para ele no passado, presente, buscando soluções para seus
se animava a caminhar para frente. problemas.
Os livros que falam do passado do povo de Tudo isto está escrito nos Livros
Israel chamam-se: Sapienciais: Jó - Salmos - Provérbios -
Pentateuco: (Lei ou Tora). São assim chamados os Eclesiastes - Cântico dos Cânticos - Sabedoria -
cinco primeiros livros da Bíblia: Gênesis (Origem Eclesiástico. São 7, os livros Sapienciais.
da vida e da história do povo no Egito), Êxodo "Com efeito, tudo o que foi escrito,
(saída do Egito), Levítico (formação de um povo anteriormente, foi escrito para nossa instrução,
santo e instruções para o culto), Números (a a fim de que, pela constância e consolação que
caminho da Terra Prometida) e Deuteronômio provêm das Escrituras, possuamos a esperança"
(segunda lei - projeto de uma nova sociedade). (Rm 15,4).
Livros Históricos: Josué - Juízes - Rute - Samuel "Tendo Deus falado outrora muitas vezes
(1 e 2) - Reis (1 e 2) - Crônicas (1 e 2) - Esdras - e de muitas maneiras pelos Profetas, agora falou-
Neemias - Tobias - Judite - Ester - Macabeus (1 nos nestes últimos tempos pelo Filho, a quem
e 2). São 16 os livros históricos. constituiu herdeiro de tudo e por quem
b) Anunciar o futuro igualmente criou o mundo" (Hb 1, 1-2).
Ficamos animados quando olhamos para as Cristo é a luz que ilumina o passado, o
possibilidades que temos no futuro. Nascem em presente e o futuro. Fazendo referência a Ele,
nós a esperança, a força e a coragem. podemos entender a mensagem da Bíblia hoje.
Assim o Povo de Deus (o povo da Bíblia) se
animava a caminhar para frente, quando eram Fonte: Fé, Vida e Comunidade, Livro do
colocadas, pelos profetas, as promessas feitas Catequista, Paulus, 2003 – p. 34 a 39.
por Deus para o futuro.
116
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
1. Objetivos:
Refletir sobre as missões e sua importância na vida cristã e da
Igreja.
Identificar nossa presença no mundo, na comunidade como
missionário.
Identificar a vocação do cristão no mundo de hoje, atuante
e transformador à da Palavra de Deus .
2. Conteúdo do Encontro:
Iniciar a reflexão com o texto da apostila.
Comentar sobre a importância do sal na nossa vida: dar sabor e mesmo conservar alguns alimentos
(carne seca e salgada).
Solicitar aos catequizandos que pensem e dêem exemplos de situações onde somos “sal” e “luz”
para o mundo.
3. Desenvolvimento do Tema:
É desejo de Deus que todos se salvem, por isso Jesus antes de subir ao céu, deus a seguinte ordem
aos discípulos: “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura”. (Mc 16, 15
É desejo do Senhor que todos conheçam e pratiquem o Evangelho.
Todos os cristãos são chamados a anunciar, pela vida e pela Palavra, o Evangelho, mas há pessoas
que até deixam sua pátria e partem para longe para levar a Boa Nova da Salvação trazida por
Jesus. Estas pessoas são os missionários.
Todos nós somos convidados a ser missionários, pois podemos falar de Jesus, imitá-Lo, fazê-Lo
conhecido e amado.
Podemos ser missionários em nossa própria família, na escola. Se cada um de vocês viver realmente
o que aprende na catequese, estará sendo um missionário.
Santa Teresinha foi religiosa de clausura. Rezou e se sacrificou tanto pelos missionários que é
considerada Padroeira dos Missionários. São Francisco Xavier também é o patrono dos
missionários.
O que você pode fazer para ser missionário?
4. Leitura utilizada: da própria apostila
5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc.
6. Material utilizado: Apostila, Bíblia.
7. Atividades: orientar a execução das atividades.
8. Momento de Oração – fazer um momento de oração pelas missionários.
117
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
Outubro, mês missionário
Padre Wagner Augusto Portugal
O mundo não conhece a Deus. As exorta: “Queridos irmãos e irmãs, que o Dia
civilizações se desenvolvem, a tecnologia avança, o Mundial das Missões seja ocasião útil para
homem conquista grandes descobertas - mas o compreender sempre melhor que o testemunho do
mundo ainda não conhece Deus. amor, alma da Missão, diz respeito a todos. De
Há aqueles que não o conhecem porque fato, servir o Evangelho não deve ser considerado
sempre viveram em um ambiente de crendices, uma aventura solitária, mas um compromisso
superstições, idolatrias e buscas de filosofias que compartilhado de todas as comunidades. Ao lado
não são cristãs como o espiritismo que nega a dos que estão na linha de frente nas fronteiras da
ressurreição de Cristo e, por isso, incompatível evangelização – e refiro-me aqui com gratidão aos
com a fé cristã católica, sendo até antagônica. missionários e missionárias -, muitos outros,
Estes precisam que um missionário lhes mostre, crianças, jovens e adultos, com sua oração e
com palavras, meditações e ações, a existência de cooperação, contribuem, de várias formas, para a
um Deus uno e trino – Pai, Filho e Espírito Santo – difusão do Reino de Deus na terra. Desejo que
que nos ama e que quer ser amado por nós, esta co-participação, graças à colaboração de
principalmente através do amor aos nossos todos, aumente sempre”.
semelhantes. Por isso, como nos convoca o Santo Padre,
Há aqueles que já foram informados sobre não sejamos individualistas e vivendo uma fé
esse Pai amantíssimo, mas a ganância, a violência, intimistas, mas na missão de juntos construirmos
o egoísmo não lhes deixam conhecer realmente o a Igreja nos coloquemos como discípulos-
projeto de felicidade que Deus tem para nós. É missionários de Jesus Cristo, colocando a mão no
preciso que alguém lhes abra os olhos e os faça arado e nos apresentando ao nosso Pároco, para
enxergar e viver as maravilhas do céu, cujo que possamos como missionários levar o amor de
caminho não é o mais fácil, mas, certamente, é o Deus e a caridade àqueles que ainda não vivem
mais seguro. uma fé que nos coloca nos espírito de redes de
Infelizmente, há também aqueles que comunidade, na partilha e na caridade.
conhecem a ternura e o amor de Deus, mas, por Por isso é preciso que nós, que somos
isso mesmo, se acham tão melhores do que os cristãos conscientes, tomemos o mês de outubro
outros, que se assentam em sua altivez, como ocasião de reflexão e de ponto de partida
esquecendo que a humildade, a simplicidade nos para um trabalho que, embora seja árduo, é
conservam mais perto do Pai e que o orgulho nos compensador e nos ajudará a construir um mundo
afasta d'Ele. melhor, que cada vez mais de pareça com o Céu.
Para todos esses, urge que surjam
missionários dispostos a mostrar ao mundo o Deus
verdadeiro, que é amoroso, simples: que aplaude a
humildade e o serviço espontâneo e
desinteressado.
O mês de outubro é considerado no seio
da Igreja Católica como o mês das missões para
lembrar-nos de nos tornar missionários, levando a
Palavra de Deus a todos que, de uma maneira ou
de outra, não a conhecem realmente.
O Santo Padre Bento XVI em sua
mensagem para o dia das missões de 2010 nos
118
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
1. Objetivos:
Levar os catequizandos a refletirem que o sustento da Igreja é
nossa corresponsabilidade e nossa missão como batizados.
2. Conteúdo do Encontro:
Assim como em nossa casa a Igreja também necessita de recursos
para realizar a sua missão. É nossa responsabilidade como cristãos
sustentar a Igreja em suas necessidades, pois a “igreja somos todos
nós, e suas necessidades são nossas”.
Somos convidados a colaborar com a missão da igreja, lembrando que, tudo é de Deus, tudo
pertence a Ele e tudo o que temos vem de Deus, nossa vida, nossa saúde, nosso trabalho, nosso
lazer.
Deus partilha conosco a vida através da criação, da natureza, tudo Ele nos dá e por disso dizemos
que “Dízimo é Partilha”.
3. Desenvolvimento do Tema:
Contar ou representar a história – Dízimo é Partilha (em anexo)
Comentar sobre a história, explicando sobre o Dízimo Mirim e o quanto a partilha de cada
catequizando ajuda a igreja na sua missão.
O Dízimo possui quatro dimensões ou seja quatro finalidades:
a. Dimensão Religiosa – O nosso dízimo é um agradecimento, um louvor a Deus, por tudo o que
Ele nos dá. Sabemos que Deus não precisa do nosso dinheiro, mas Ele conta conosco para
que não falte nada para a sua Igreja.
b. Dimensão Eclesial – Uma parte do dízimo é destinado para manutenção da Igreja – ou seja
– para o pagamento das contas de água, luz, manutenção das instalações, pagamento de
funcionários, encargos sociais, aquisição e manutenção dos livros, alfaias e roupas para as
celebrações da paróquia e da diocese.
c. Dimensão Missionária - uma parte do dízimo que contribui para formação de novos Padres,
para ajuda a outras Igrejas católicas no mundo com suas necessidades, campanhas de
Evangelização e da Fraternidade, manutenção dos lugares santos e ajuda à Igreja que
sofre.
d. Dimensão Caritativa – uma parte do dízimo que contribui para ajudar as pessoas
necessitadas, através das Obras Sociais, da sua paróquia ou da Diocese.
O que você pode fazer para ser dizimista mirim ? Como você pode partilhar?
4. Leitura utilizada: da própria apostila
5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc.
6. Material utilizado: Apostila, Bíblia,
7. Atividades: orientar a execução das atividades.
8. Momento de Oração: Rezar juntos a oração do dizimista.
e oferta, entre tantas outras, são formas de é verdade que esta realidade não deve ter
realizar a partilha. durado muito tempo, mas é o ideal proposto para
Para podermos entender o que é a toda a comunidade que queira ser verdadeira
partilha, precisamos mergulhar no próprio comunidade de Jesus Cristo. Para ser Igreja de
mistério de Deus, porque Deus é PARTILHA. Jesus, a comunidade deve ser fiel à Palavra de
Quando dizemos que Deus é Amor, nós Deus, transmitida pelos seus legítimos Pastores,
afirmamos que Deus é Amor partilhado entre deve ser comunidade de oração, deve ter como
três pessoas, reafirmando nossa fé no mistério centro de sua vida a Eucaristia, deve praticar a
inefável da Santíssima Trindade. Sendo partilha partilha dos bens. A partilha torna-se, assim,
por natureza, Deus reparte conosco a vida, uma dimensão da Igreja de Jesus Cristo. Como
através da criação, a sua intimidade, através da não pode haver Igreja verdadeira sem fidelidade
Revelação, e partilha conosco o que Ele tem de aos Pastores, ou sem oração, também não pode
mais precioso que é seu próprio Filho. A haver Igreja sem partilha vivida entre cristãos.
Encarnação e a Redenção são mistérios da Dízimo e Oferta são gestos concretos de
partilha de Deus com a humanidade. partilha, é a forma mais simples para nós
Jesus Cristo partilha sua vida conosco e, vivermos a partilha hoje. Deus não nos pede para
na hora de sua morte, nos dá a própria Mãe para vendermos todos os bens, mas a devolução de
ser Mãe de todos nós. No Sacramento da uma pequena parte dos bens que Ele próprio
Eucaristia Ele partilha conosco, nos sinais do pão coloca em nossas mãos, em forma de dízimo e de
e do vinho, o seu corpo que é "doado" e o seu oferta, para as necessidades dos irmãos e para
sangue "derramado" para a salvação de todos. Por dar à Igreja condições de realizar a sua missão
isso a Eucaristia é o Sacramento da Partilha na dimensão religiosa, social e missionária.
total, sem restrições.
Já no Domingo de Páscoa, e de forma Fonte: Dízimo Ministério da Partilha, Antoninho
plena no dia de Pentecostes, o Espírito Santo é Tatto, O Recado, p.11 a 13.
efundido sobre a Igreja, sendo partilhados seus Os dez Mandamentos do Dízimo
dons entre todos os crentes.
Para continuar a sua missão no mundo, até 01 - Sou dizimista porque amo a Deus e amo o
o fim dos tempos, Jesus Cristo deixa-nos a sua meu próximo.
Igreja que se caracteriza como uma comunidade Partilho com alegria, conforme manda meu
de partilha. coração, seguindo as palavras de São Paulo: “Cada
Lucas, no livro dos Atos dos Apóstolos, um dê conforme decidir em seu coração, sem
2,42-47 nos mostra as características da pena ou constrangimento, porque Deus ama quem
comunidade cristã, idealizada por Jesus Cristo. É dá com alegria.” (2 Coríntios 9, 7).
uma comunidade que é fiel à palavra de Deus 02 - Sou dizimista porque reconheço que tudo
transmitida pelos Apóstolos, é assídua na oração recebo de Deus.
comum, na celebração da Eucaristia e na "O Senhor é meu pastor nada me faltará" (Salmo
"partilha dos bens"; "todos os que criam estavam 23,1).
unidos, e tinham tudo em comum. Vendiam as suas "Vejamos: em que você é mais do que os outros?
propriedades e distribuíam o preço por todos, O que é que você possui que não tenha recebido?"
segundo as necessidades que cada um tinha" (1 Coríntios 4,7).
(Atos, 2,45). É bem verdade que esta descrição, 03 - Sou dizimista porque minha gratidão a
inspirada pelo Espírito Santo, é limitada a uma Deus me leva a devolver um pouco do muito
única comunidade que vivia o entusiasmo do que recebo.
primeiro amor logo no início do cristianismo, como
121
Sobre fé e gratidão encontramos no Evangelho 09 - Sou dizimista porque quero ver minha
segundo Lucas, quando Cristo encontrou os dez comunidade crescer e minha Igreja
leprosos: "Não foram dez os curados? Onde testemunhar o Evangelho no mundo inteiro.
estão os outros nove?” Só um voltou para dar "Ide por toda a terra, pregai a Boa Nova. Batizai
glória a Deus? (Lucas 17, 11-19). em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo"
04 - Sou dizimista porque creio, e confio, em (Mateus 28, 19-20; Marcos 16, 15).
Deus Pai; minha contribuição é prova de fé e 10 – Sou dizimista porque amo a minha Igreja!
de confiança. Dez boas razões para ser Dizimista
“Portanto, não fiquem preocupados, dizendo: O 1. O dízimo é uma profunda relação entre
que vamos comer? O que vamos beber? O que você e Deus.
vamos vestir? Os pagãos é que ficam procurando 2. A oferta do dízimo é o reconhecimento
essas coisas. O Pai de vocês, que está no céu, dos dons gratuitos recebidos de Deus Pai,
sabe que vocês precisam de tudo isso. Pelo retribuindo, de forma justa, parte do que d’Ele
contrário, em primeiro lugar busquem o Reino de você recebeu.
Deus e a sua justiça, e Deus dará a vocês, em 3. Seu dízimo ajuda a manter a comunidade
acréscimo, todas essas coisas” (Mateus 6, 31- religiosa, patrimônio de todos .
33). 4. O dízimo mantém, também, os que vivem
05 - Sou dizimista porque o partilhar mata o para o Evangelho.
meu egoísmo. 5. O dízimo que você oferece vai se
A parábola do homem rico cuja terra deu uma transformar em Evangelho, em remédio, em pão,
grande colheita e este resolveu construir em missão.
celeiros maiores para guardar todo o trigo junto 6. Sua alegria será, extremamente,
com seus bens: Mas Deus lhe disse: “Insensato! grande, quando você verificar, daqui a algum
Nesta mesma noite você vai ter que devolver a tempo, o que, com o seu dízimo, se tornou
sua vida. E as coisas que você preparou, para possível.
quem vão ficar?” Assim acontece com quem 7. Em vez de obrigação, você vai se sentir
ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico grato e agradecido a Deus por lhe dar condições
para Deus” (Lucas 12, 16-21). de participar da vida paroquial com seu dízimo.
06 - Sou dizimista porque creio na vida cristã 8. A prática do dízimo integra, cada vez
em comunidade. mais, a pessoa à comunidade.
"Onde dois ou mais se juntarem em meu nome, eu 9. A sua oferta permanente tornará
estarei no meio deles" (Mateus 18, 20)."Vocês vitoriosa a Pastoral do Dízimo.
são todos irmãos". 10. Com a oferta do dízimo, você será
07 - Sou dizimista porque Deus, o único pai participante ativo na construção do Reino de
rico, não quer ninguém passando necessidade. Deus.
“Tudo o que fizestes a um dos meus irmãos mais
pequenos, a mim o fizestes" (Mateus 25, 40). Fonte: http://www.paroquiasantoafonso.org.br
08 - Sou dizimista porque gosto de viver em
liberdade e alegria, celebrando desde já a
vida plena.
"Vou preparar-vos um lugar" (João 14, 1-5).
"Vinde, benditos de meu Pai..." (Mateus 25, 34).
122
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
BIBLIGRAFIA
4. Projeto Alicerce – Conteúdo Programático, Pastoral Catequética e Pastoral da Crisma, Diocese São
José dos Campos.
6. Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. I, II, III e IV, Editora Vozes, 2008.
10. Caminhando com Jesus – Catequese – 1º e 2º ano. Gabriel Benedito Isaac Chalita, Editora
Santuário.
11. Venham Cear Comigo – Coleção Deus conosco – Livro do catequista e catequizando, Editora Vozes.
12. A Caminho da Eucaristia 1ª e 2ª Etapa, Maria de Lurdes Mezzalira Pincinato, Editora Vozes.
123
Este espaço está reservado para a sua
avaliação, comentários e sugestões.
Anote o número do encontro, a
quantidade de catequizandos que você tem e
a faixa etária.
Faça o seu comentário e entregue ao
seu coordenador.
Você estará ajudando a melhorar este
material com a sua valiosa contribuição.
124
Projeto Alicerce – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
125
126