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A pessoa do catequista

1. 1. Encontro de Formação para Catequistas Tema: Iniciação a Vida Cristã


Laranjal do Jari, AP Data: 09 e 10 de Março de 2013. 1
2. 2. A Pessoa do Catequista 2
3. 3. Perfil do Catequista O Perfil do Catequista é um ideal a ser conquistado,
olhando para Jesus, modelo de Mestre, de servidor e de catequista. Sendo fiel a
esse modelo é importante desenvolver as diversas dimensões: • SER • SABER •
SABER FAZER 3
4. 4. O SER do CATEQUISTA 1- Pessoa que AMA viver e sente realizada,
assume seu chamado com entusiasmo e como realização de sua vocação
Batismal; • Compromete sua VIDA em benefício de mais VIDA para o seu
próximo: Assumir o BATISMO e vivenciá-lo na Comunidade Cristã; • É
mergulhar em Jesus e proclamar o Reinado de Deus. 4
5. 5. 2- Pessoa de MATURIDADE humana e EQUILÍBRIO psicológico: O
exercício da Catequese, possibilita o crescimento do catequista no: • Equilíbrio
Afetivo; • Senso Crítico; • Capacidade de Relações e diálogo; • Trabalho em
grupo; 5
6. 6. 3- Pessoa de Espiritualidade que quer CRESCER em SANTIDADE. •
Alimenta-se das inspirações do Espírito Santo para transmitir a mensagem com
coragem, entusiasmo e ardor; • Nutre-se da Palavra, da Vida de Oração, da
Eucaristia; • A sua ação nasce do Testemunho de sua própria VIDA; • “Esta é a
vida eterna: Que conheçam a ti, o Deus único e verdadeiro e a Jesus aquele que
enviaste” (Jo 17,3) 6
7. 7. 4- Pessoa que busca constantemente cultivar sua Formação. • Processo de
crescimento e de aprendizado desde a infância até a velhice; • Formação
Permanente: As ciências teológicas, humanas e Pedagógicas estão sempre em
evolução; • Buscar formação e disposição para aprender sempre mais. 7
8. 8. O SABER do CATEQUISTA A formação do Catequista requer um
conhecimento adequado da mensagem que transmite e ao mesmo tempo do
interlocutor que a recebe, além do contexto social em que vive. (DGC 238); 8
9. 9. • Suficiente conhecimento da Palavra de DEUS: A BÍBLIA é fonte de
CATEQUESE; • A Sagrada Escritura deve ser a ALMA da Formação.(DGC
240) • A Igreja coloca a disposição documentos que ajudam a aprofundar essa
reflexão; • Conhecimento das Ciências Humanas e Pedagógicas: Conhecimento
da pessoa humana e da realidade em que vive; 9
10. 10. • Conhecimento da pluralidade cultural e religiosa: A catequese deve evitar
qualquer manipulação de uma cultura: • Considerar a pluralidade religiosa
presente em nossa sociedade; • Deve propor o evangelho de maneira vital em
profundidade ás culturas do homem” (DGC 204; EN 20); • Conhecimento das
mudanças que ocorrem na sociedade e da realidade local. 10
11. 11. • Conhecimento da realidade local: Dos Fatos, acontecimentos, festas da
comunidade; • Assim se faz uma boa semeadura da mensagem : “O discípulo de
Jesus Cristo, de fato, participa das alegrias, das esperanças, das tristezas e das
angústias dos homens de hoje”. 11
12. 12. O SABER FAZER do CATEQUISTA • Improvisação; • Comunicação:
Promotor da comunicação da vida e da Fé; • Metodologia; • Programação; •
Educação: O catequista é um educador com possibilidades de desenvolver
qualidades e capacidades para maior maturidade humana e cristã. 12
13. 13. O mais importante é que o CATEQUISTA adquira o seu próprio estilo de
ministrar a CATEQUESE, adaptando à sua personalidade os princípios gerais da
pedagogia catequética. (DGC 244). 13
14. 14. “Filipe ouviu o eunuco ler o profeta Isaías e perguntou: Tu compreendes o
que estás lendo? Ele respondeu: Como poderia, se ninguém me orienta. Então
convidou Filipe a subir e a sentar-se junto dele”. (At 8,30-31) 14
15. 15. Uma História para Refletir Um sábio Hindu, tinha muitos discípulos em sua
escola. Um dia ele falou para o grupo: Façamos uma experiência hoje! - Cada
um vai sair e capturar dois pássaros. - Agora no segundo momento do teste
vocês vão buscar um lugar secreto onde ninguém veja vocês. 15
16. 16. - Matem um dos pássaros e tragam-no depois até aqui. - Em menos de uma
hora todos voltaram com uma das aves morta. - Surpreendendo um dos
discípulos devolveu os dois pássaros vivos. - O Sábio Hindu então perguntou: -
Por que não mataste como eu solicitei? - Ele respondeu: 16
17. 17. Desculpe professor, mas o Senhor pediu que encontrássemos um lugar onde
ninguém nos visse. Por todos os lugares onde andei, DEUS estava a me VER e
OBSERVAR! 17
18. 18. Qualidades do Catequista Oração Espiritualidade Compromisso Atencioso
Equilibrado Perseverante Amoroso Carinhoso Sábio Humilde Comunicativo
Dinâmico Educado Carismático Iniciativa Fé Exemplo Vocacionado Criativo
União Bom ouvinte Missionário Testemunho de Vida Maturidade Mensageiro
18

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A formação de catequistas
Chapter (PDF Available) · January 2003 with 57 Reads

Edition: SNEC, pp.111-118


1st Luis Figueiredo Rodrigues

Universidade Católica Portuguesa

Abstract
Este texto aborda a formação de catequistas, tendo como referência a catequese de iniciação
cristã e as implicações para os agentes de pastoral.

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A FORMAÇÃO DE CATEQUISTAS

1. A importância da formação dos catequistas nasce da convicção de que

qualquer actividade pastoral, se não for realizada com pessoas bem formadas e

preparadas, põe em risco o seu sucesso. Mais: os instrumentos de trabalho colocados à

disposição da pastoral catequética, se não forem utilizados por catequistas bem

formados, não são verdadeiramente eficazes, pelo que “uma adequada formação dos

catequistas não pode ser descuidada em proveito da actualização dos textos e de uma

melhor organização da catequese”(DGC 234).

Ao catequista deve proporcionar-se uma formação que, partindo da profissão de

fé baptismal, ofereça uma exposição orgânica e sistemática dos conteúdos fundamentais

da fé e da vida cristã. Deve colocar-se ao seu alcance uma formação teológica que o

ajude a consolidar a fé recebida, lhe proporcione certezas básicas dessa fé e o prepare


para ser testemunha e transmissor da mesma. A tarefa de comunicar a fé recebida é

realizada nas comunidades concretas de cada catequista, onde, preferencialmente, se

deve realizar também a sua formação. Isto, sem esquecer que cada catequista é membro

da Igreja universal, pelo que a formação deve ser realizada na unidade da fé da Igreja de

modo que o ajude a crescer na comunidade eclesial.

Esta formação tem como objectivo dar a capacitação adequada aos catequistas

“para transmitirem o Evangelho àqueles que desejam entregar-se a Jesus Cristo.

Portanto, a finalidade da formação requer que o catequista se torne o mais idóneo

possível, para realizar um acto de comunicação: ‘o objectivo essencial da formação

catequética é tornar o catequista apto para a comunicação da mensagem cristã”(DGC

235).

2. A Igreja necessita, hoje, de uns catequistas concretos, em função do quadro

cultural que vivemos, onde se torna evidente a necessidade de uma nova evangelização.

São precisos catequistas que saibam situar-se no marco cultural e religioso da

evangelização dos já baptizados, mas afastados da fé, e daqueles que não conhecem

Jesus Cristo, mas estão numa atitude de busca. Deve ter em conta as necessidades

evangelizadoras dos dias de hoje, com os seus valores, sombras e desafios. Para

responder a este desafio são necessários catequistas com uma fé profunda, com uma

clara identidade cristã e eclesial, com preocupação missionária e com profunda

sensibilidade social(cf DGC 237).

Assim, ao longo da formação, o catequista deve ver favorecida a sua vida de fé,

a sua comunhão com Jesus Cristo, para saber, depois, ser companheiro de caminho

daqueles que a Igreja lhe confiar, num itinerário catequético. A “unidade e harmonia do

catequista deve ler-se desde esta perspectiva cristocêntrica e há-de construir-se à base de

uma ‘familiaridade profunda com Cristo e com o Pai’, no Espírito. Nunca se insistirá

bastante neste ponto, se se quer renovar a figura do catequista, neste momento decisivo

para a missão da Igreja”(GCM 20). O catequista há-de ser capaz de dar testemunho da
sua fé e de responder aos anseios mais profundos do coração humano, que é a sede de

absoluto.

3. Os catequistas que a Igreja de hoje precisa, para além de uma fé profunda,

devem manter com firmeza a sua identidade cristã e eclesial. Num mundo marcado pelo

pluralismo de formas de pensar e de viver, onde a uniformidade já não existe, a Igreja

precisa de catequistas firmes nas suas convicções cristãs e que sejam capazes de

transmitir essas convicções, para que os catequizandos sejam capazes de confessar a sua

fé e dar razões da sua esperança, que está fundamentada em convicções sérias

provenientes dos valores evangélicos. Deste modo, o “facto de a formação procurar

tornar o catequista apto para transmitir o Evangelho em nome da Igreja confere uma

dimensão eclesial a toda a formação”(DGC 236). Ao longo da sua formação, o

catequista há-de ser ajudado a inserir-se na consciência viva e actual que a Igreja tem do

Evangelho, tornando-se assim apto para transmitir essa Boa Nova, em nome da Igreja,

participando do desejo que esta tem de anunciar a todas as gerações o tesouro que ela

guarda e transmite íntegra e totalmente: a fé. O catequista deve também possuir uma

profunda sensibilidade social, amando cada catequizando a partir de Jesus Cristo. É esse

amor por cada ser humano que faz com que se apresente Cristo, o Mistério esclarecedor

do mistério humano, e n’Ele se descubra a vocação sublime de cada ser humano(cf GS

22).

4. A formação do catequista também deve ter presente o conceito de catequese

que a Igreja apresenta. Então, “trata-se de formar catequistas, para que sejam capazes de

transmitir, não apenas um ensino, mas também uma formação cristã integral,

desenvolvendo ‘tarefas de iniciação, de educação e de ensino’.(...) São necessários

catequistas que sejam, ao mesmo tempo, mestres, educadores e testemunhas”(DGC

237).

A catequese que o catequista é chamado a realizar é a de uma autêntica

iniciação ordenada e sistemática à revelação divina, que Deus realizou com o homem,
em Jesus Cristo, e conservada na Igreja através da Sagrada Escritura e da Tradição. Esta

revelação é anunciada de geração em geração através de uma traditio viva, da qual o

catequista é parte integrante(cf DGC 66). A catequese de iniciação, dentro do processo

evangelizador, é o momento em que se estrutura a conversão a Jesus Cristo, num

esforço de fundamentação dessa primeira adesão(DGC 63). Claro que, no contexto em

que hoje vivemos, o catequista terá também que suscitar a conversão à fé inicial

daqueles que se aproximam da catequese e de alimentar a fé daqueles que já concluíram

a iniciação cristã.

5. Vejamos, agora, as áreas em torno das quais se deve conjugar a formação dos

catequistas, que são a qualificação espiritual, qualificação doutrinal, qualificação nas

ciências humanas e qualificação pedagógica. O Directório reúne estas características em

torno do ser, saber e saber fazer do catequista(cf DGC 238-245). Mas é a própria

vocação profética a que exige ao catequista uma sólida espiritualidade eclesial, uma

preparação doutrinal e metodológica séria, uma comunhão constante com o Magistério e

um profundo amor a Deus e ao próximo.

6. A formação do catequista deve ter presente o objectivo de alimentar e

robustecer a sua fé, ajudando-o a crescer como crente, ou seja, a sua qualificação

espiritual. Deste modo, “a verdadeira formação alimenta, sobretudo, a espiritualidade

do próprio catequista, de maneira que a sua acção nasça, na verdade, do testemunho da

sua própria vida”(DGC 239). O facto de o catequista ser um educador na fé implica-o

numa intensa vida espiritual, sendo este o aspecto culminante e mais valioso da sua

personalidade e, portanto, a dimensão preferencial da sua formação: “O verdadeiro

catequista é o santo”(João Paulo II).

O crescimento espiritual do catequista há-de ser conseguido através de uma

comunhão de vida e de amor com o Senhor Jesus, que chama e envia cada catequista.

“É somente em profunda comunhão com Ele que os catequistas encontrarão luz e força

para uma desejável renovação autêntica da catequese”(CT 9). A formação espiritual


desenvolve-se num processo de fidelidade Àquele que é o princípio inspirador da obra

catequética e àqueles que a realizam: o Espírito do Pai e do Filho, o Espírito Santo.

O modo como este crescimento espiritual se há-de alcançar é sobretudo através

de uma intensa vida sacramental e de oração, pessoal e comunitária. Este objectivo geral

concretiza-se, depois, numa participação regular na Eucaristia, se possível também nos

dias feriais, por uma atenção ao sacramento da Penitência que há-de purificar

interiormente e robustecer com o ânimo do Espírito.

Além da vida litúrgica, a vida de oração será uma preocupação diária, quer pela

meditação diária e pela oração pessoal, quer pela recitação do rosário e demais devoções

marianas, pois Maria é o catecismo vivo, mãe e modelo dos catequistas(cf CT 73).

Sempre que possível, também se devem proporcionar retiros espirituais, pois “só

alimentando a vida interior com uma oração abundante e bem feita, o catequista pode

conseguir o grau de maturidade espiritual que a sua missão exige. Como a adesão à

mensagem cristã, que em última instância é fruto da graça e da liberdade, e que não

depende da habilidade do catequista, é necessário que a sua actividade esteja

acompanhada pela oração”(GCM 22).

O facto de a formação dos catequistas se realizar normalmente em grupos não

pode ser motivo para se descuidar uma atenção particular a cada um, um

acompanhamento personalizado. Também se deve ter em conta a direcção espiritual. Na

medida do possível, cada catequista deve procurar um sacerdote que lhe seja próximo e

com o qual possa ser seguido no seu crescimento espiritual.

7. O catequista é uma testemunha da fé, mas é também um mestre, um educador

que ensina a fé. Por isso, a qualificação doutrinal ou bíblico-teológica, há-de oferecer-

lhe uma conhecimento orgânico da mensagem cristã. Esta articula-se em torno do

mistério central da fé, que é Jesus Cristo(cf DGC 240).

O conteúdo dessa formação está organizado em dois grandes núcleos: a história

da salvação e a mensagem cristã. A história da salvação compreende três momentos: o


Antigo Testamento, a vida de Jesus Cristo e a história da Igreja, quer a nível global,

quer do próprio país ou da Igreja local. Os grandes núcleos da mensagem cristã estão

divididos nos quatro pilares da catequese: o Símbolo, a liturgia, a vida moral e a oração.

O Catecismo da Igreja Católica há-de ser o ponto de referência fundamental para uma

formação doutrinal capaz de dar a conhecer a fundo o conteúdo essencial da doutrina

cristã, para que seja “comunicado de modo claro e vital, sem lacunas ou desvios”(GCM

23). Este Catecismo é um “instrumento válido e legítimo ao serviço da comunhão

eclesial, e uma regra segura para o ensino da fé”(FD 4). Uma vez que estamos vivendo

num contexto cultural adverso e exigente, é preciso ter consciência que não é suficiente

dar uma resposta vaga e imprecisa a quem pergunta pelas razões da nossa fé, antes urge

uma resposta lúcida e verdadeira, centrada no essencial e com uma linguagem acessível

à mentalidade hodierna.

A Sagrada Escritura deverá ser a matéria principal de ensino e constituir a alma

de todo o ensino doutrinal(cf DV 24). É em torno da Sagrada Escritura que se devem

articular todas as disciplinas do saber teológico, de forma que o catequista seja formado

numa pastoral bíblica.

Esta formação doutrinal deve, pois, ser sintética, corresponder ao anúncio a

transmitir; e, nela, os diferentes elementos da fé cristã devem aparecer bem estruturados

e harmonizados entre si, numa visão orgânica que respeite a hierarquia das verdades,

ajudando o catequista a amadurecer na sua fé e, ao mesmo tempo, a tornar-se capaz de

dar razão da esperança em tempo de missão. Esta formação deve ser dada em estilo

catequético, num ambiente o mais próximo possível da realidade em que os catequistas

vão trabalhar(cf DGC 241).

8. Em ordem ao exercício da sua missão, o catequista deve conhecer a pessoa a

quem se dirige e a realidade em que esta vive e deve possuir uma qualificação nas

ciências humanas, tal como ensina o Concílio Ecuménico Vaticano II: “Na actividade

pastoral, conheçam-se e apliquem-se suficientemente, não apenas os princípios


teológicos, mas também os dados das ciências profanas, principalmente da psicologia e

sociologia, para que assim os fiéis sejam conduzidos a uma vida de fé mais adulta”(GS

62). Na formação dos catequistas deve, pois, procurar-se o conhecimento de alguns

elementos fundamentais da psicologia: “os dinamismos psicológicos que movem a

pessoa; a estrutura da personalidade; as necessidades e as aspirações mais profundas do

coração humano; a psicologia evolutiva e as etapas do ciclo vital humano; a psicologia

religiosa e as experiências que abrem a pessoa ao mistério do sagrado”(DGC 242).

Deve também ter-se presente que a cultura envolvente influencia muito a pessoa,

pelo que é necessário conhecê-la. Este conhecimento vem através das ciências sociais,

pelo que também estas devem ser contempladas num processo formativo. O objectivo

desta formação é que o catequista seja capaz de programar a sua actividade, a sua

intervenção educativa. O catequista deve ser capaz de levá-la a cabo com os próprios

destinatários, pondo estes em situação de captarem a presença e a acção de Deus dentro

da sua vida e da história da humanidade, assim como ajudando-os a responderem

positivamente às Suas chamadas. Este tipo de conhecimentos favorecerá o catequista a

ponto de lhe permitir não só responder às buscas do homem, no campo religioso, mas

também dar um testemunho mais vivo e qualificado, capaz de dizer Deus na sua

totalidade, sem lacunas, mesmo quando o catecúmeno não realiza a pergunta

explicitamente, tendo latente a sua capacidade de escuta. Trata-se, em suma, de respeitar

o ritmo do ser humano, no anúncio da Boa Nova. Mais, este respeito obriga a que não se

fique por meras teorias, mas sim que se veja cada catecúmeno na sua circunstância.

Para terminar, referimos que o objectivo da formação de catequistas não é fazer

‘técnicos de catequese’, pelo contrário, tudo deve tender para a experiência concreta,

para fazer amadurecer no catequista a arte de fazer catequese, uma arte que é a síntese

das capacidades para o apostolado, do conhecimento da fé e dos homens destinatários

do anúncio.

9. A qualificação pedagógica do catequista deve ter bem presente que este se


prepara para facilitar o crescimento de uma experiência de fé, da qual ele não é dono,

antes colaborante na acção de Deus, que depositou a semente da fé no coração de cada

catecúmeno. Por isso, “o catequista é um educador que deve acompanhar o

amadurecimento da fé, que o catecúmeno ou catequizando realiza com a ajuda do

Espírito Santo”(DGC 244), pelo que o dever do catequista é unir a dimensão intelectual

e espiritual. “Existe um único Mestre, o catequista deve estar consciente de que apenas

o Senhor Jesus ensina, enquanto que ele o faz ‘na medida em que é seu porta-voz,

permitindo que Cristo ensine pela sua boca’”(GCM 23).

Por isso, para além das ciências humanas que oferecem um precioso contributo à

catequese, “há também uma pedagogia da fé; e nunca será demais tudo o que se disser

sobre o que essa pedagogia pode contribuir para a catequese. É normal que se adaptem à

educação da fé as técnicas aperfeiçoadas e comprovadas da educação em geral. No

entanto, importa ter em conta, em cada momento, a originalidade própria da fé. Na

pedagogia da fé, não se trata simplesmente de transmitir um saber humano, por mais

elevado que se considere; trata-se de comunicar na sua integridade a Revelação de

Deus”(CT 58). O próprio Deus, ao longo da história da salvação, usou e deu a conhecer

a sua própria pedagogia, que deve ser o modelo para a pedagogia da fé. Assim, um

catequista bem preparado é aquele que possui um estilo próprio de fazer catequese, com

metodologias e didácticas de que se serve para comunicar uma mensagem de que é

testemunha, sem centrar a sua formação no conhecimento e domínio de uma só

metodologia. A variedade e complementaridade de técnicas, instrumentos e métodos

constitui uma riqueza cujo valor é incalculável para os fins da catequese.

A formação catequética ajudará, pois, o catequista a “amadurecer a sua

capacidade educativa, o que implica: a faculdade de ter atenção para com as pessoas, a

habilidade para interpretar e responder à pergunta educativa, a iniciativa para pôr em

acção processos de aprendizagem e a arte de conduzir um grupo humano até à

maturidade”(DGC 244).
10. Isto tem implicações no modo como se deve realizar a formação pedagógica

dos catequistas. Esta deve ter presente que eles devem ser protagonistas da sua própria

aprendizagem, para que a formação seja criativa e não o mero assimilar de regras

externas. Assim, a formação deve ser muito próxima da prática: é preciso partir desta

para chegar àquela, reflectindo sobre ela. Esta formação será tanto mais rica quanto

mais se nutrir com a experiência, enriquecendo-se com confrontações, programadas e

guiadas, com as situações eclesiais, culturais e sociais locais. Deve também ser integral

e dialogal, ou seja, que procure o desenvolvimento da pessoa em todos os seus aspectos

e valores, numa profunda inter-relação entre a pessoa e Deus e do formando com o

formador e a comunidade(cf GCM 28).

11. Este modo de transmitir a fé inspira-se, pois, em Jesus Cristo, o que leva o

catequista a transmitir a fé a partir da sua própria experiência religiosa, através do seu

testemunho. Pelo testemunho, o catecúmeno há-de receber do catequista e perceber nele

aquilo que o faz viver, que o anima: a fé. O anúncio do catequista está apoiado pelo

testemunho teologal da sua própria vida(cf EN 46).

O catequista, porque animado pela sua fé que não pode calar, tem uma constante

preocupação missionária, que o leva a anunciar Cristo, dando razões da sua fé,

convidando quem o escuta a definir-se, a optar e a comprometer-se com Aquele que é

anunciado.

Luís Miguel FIGUEIREDO RODRIGUES

luis@diocese-braga.pt

Bibliografia

COMISSÃO EPISCOPAL DE EDUCAÇÃO CRISTÃ, Formação de

Catequistas. Plano de Acção, ed. SNEC, Lisboa 1997.

CONFERÊNCIA EPISCOPAL PORTUGUESA, O Catecismo da Igreja

Católica e a sua utilização pastoral. Instrução Pastoral, Edição do Secretariado Geral

do Episcopado, Lisboa 1994.


CAÑIZARES, A.; CAMPO, M., Evangelización, Catequesis, Catequistas, ed.

EDICE, Madrid 1999.

FAYOL-FRICOUT, A.; PASQUIER, A.; SARDA, O., L'initition Chretienne.

Demarche catéchumènal. Cahiers de l'ISPC, Paris 1991.

ABREU, E. H.; ALBEROLA, C., Catequistas de la Iglesia, ed. Siquem,

Valencia 1999. Catequistas Siglo XXI, 1.

 Citations0
 References1

 L'initition Chretienne. Demarche catéchumènal. Cahiers de l'ISPC. Conferência


Episcopal Portuguesa, Catecismo, A Igreja Cañizares, M Campo, A Fayol-Fricout, A
Pasquier, O Sarda. 1991.

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