SECRETARIA MUNICIPAL DO TRABALHO E PROMOÇÃO SOCIAL - SEMTEPS
COORDENAÇÃO DE PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA E ESPECIAL CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL – CREAS RENASCER
ESTUDO PSICOSSOCIAL
I - Dados Pessoais:
Nome: Vitor Matheus Silva- 15 anos
Data de Nascimento: 02/09/1999 Estado civil: Solteiro Pai: Odair José Alves da Silva Mãe: Aldenira Rodrigues da Silva Endereço de André: Rua Nazaré, 545. Bairro Independente, Benevides, Pará. Telefones de Contato: 99926-3263 e 98296-2547 II - Procedimentos Foram realizados 02 atendimentos psicossociais com Aldenira Rodrigues e 01 visita domiciliar. III - Análise A usuária Aldenira compareceu ao Creas em janeiro deste ano relatando a situação vivenciada no seio familiar. Vitor Matheus é filho único, adotivo, e há acerca de um ano está apresentando comportamentos que para a família são inaceitáveis como: Indisciplina, baixa tolerância a frustração, agressividade extrema, descontrole emocional, dificuldade de aprendizagem, surtos frequentes e imediatismo. O adolescente vive em união estável na residência dos pais com a adolescente Maiara Nascimento, 15 anos e possui uma filha, Findy Maiara, 05 meses. Não frequenta a escola desde o inicio do ano de 2014, na ocasião cursava a 5º série do ensino fundamental na escola François Paul Begot. O adolescente está dependente de drogas ilícitas, esteve em atendimento no Caps Benevides e de lá fora encaminhado ao CAPS AD em Marituba-PA, mas compareceu apenas uma vez ao local, sendo prescrita a medicação Carbamazepina 200mg, Diazepan 5mg e Clorpromazina 100mg. Não adere ao tratamento e se recusa a tomar a medicação acima, pois percebeu que lhe causava sono. Senhora Aldenira relatou que tentou misturar os remédios aos
Centro de Referencia Especializado de Assistência Social
Rua Senador Antô nio Lemos, 486. Liberdade. Benevides – Pará . Cep 68.795-000 E-mail: creasbenevides@hotmail.com Fones: (91)98852-9498 alimentos, mas Vitor percebeu a alteração no sabor e não ingeriu e passou a reagir de forma ameaçadora às tentativas da família de controla-lo durante suas crises. O adolescente rotineiramente sai de casa sem dar satisfação, chega tarde, vende objetos e eletrodomésticos da sua casa para poder consumir drogas e também intimida os seus pais para dar-lhe dinheiro usando a chantagem e ameaças de violência. No primeiro surto em 1º de janeiro, Vitor quebrou utensílios domésticos, tais como dvd e vídeo game. A reação da família foi chamar a polícia na tentativa de contê-lo e tomar a medicação, no momento o adolescente aceitou o pedido do policial, mas ao se retirar Vitor cuspiu os comprimidos e dirigiu-se aos pais com ironia verbalizando que eles tinham se superado, mas que não conseguiriam enganá-lo. A senhora Aldenira não consegue levar o filho ao Caps, por este motivo não foi possível a emissão de um laudo médico do psiquiatra devido a ausência do adolescente na unidade e a resistência em aceitar o tratamento. Desta forma foi apenas permitida a emissão, por parte da assistente social do Caps AD, uma declaração de tratamento (em anexo). Devido uso indevido de drogas aliado ao quadro psíquico não há mais escuta, respeito e obediência por parte de Vitor, que quando é contrariado reage com agressividade com os pais e a companheira, rasga suas roupas, dá objetos, agride pessoas desconhecidas sem motivo aparente, tem pouca tolerância com sua filha, já agrediu a companheira e a mãe. Em 19/02 pediu dinheiro ao pai para comprar drogas e ao obter resposta negativa, passou a carregar consigo um punhal e verbalizou aos pais que “iria dar fim em alguém”. Desde esta data os pais passaram a dormir trancados em seu quarto, a senhora Aldenira retirou da casa todos os objetos perfuro-cortantes temendo alguma ação descontrolada do filho. Durante a visita domiciliar realizado o jovem não estava em casa, senhora Aldenira relatou que o filho havia saído de casa doente, sob o efeito de remédios para gripe e que não disse aonde iria. A companheira de Vítor Matheus estava em casa com a filha e o pai estava viajando a trabalho. Senhora Aldenira mostrou fotos do filho e foi possível perceber a perda de peso e alteração na aparência física, disse que o filho está usando cocaína e quando sai, se desloca para o local onde há venda e consumo de entorpecentes. IV - Conclusão Tomando como base os relatos dos familiares pode-se deduzir que a ausência de tratamento está afetando sua saúde física, pois está aparentemente com baixo peso, e a saúde mental, devido não estar ingerindo medicação prescrita. Está afetando o relacionamento intra-
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Rua Senador Antô nio Lemos, 486. Liberdade. Benevides – Pará . Cep 68.795-000 E-mail: creasbenevides@hotmail.com Fones: (91)98852-9498 familiar, pois agride física e psicologicamente os pais, a esposa e a filha. No que se refere à vida social, Vitor não consegue estudar, trabalhar e ter relações de amizade saudáveis. Foi percebido que a mãe está sofrendo com a situação vivenciada, verbalizou que o filho não está conseguindo, devido à dependência química, constituir uma vida equilibrada e isto está afetando todos os familiares. O fato do adolescente não se perceber como dependente químico agrava ainda mais a situação, pois não adere ao tratamento e projeta sua raiva e agressividade nas pessoas próximas, o que transformou o ambiente familiar em um lugar de ansiedade, medo, angústia, inquietação e sofrimento. Deste modo o Creas está encaminhando o caso para o ministério Público a fim de que a família possa ser orientada sobre os procedimentos adequados a situação e conclui-se que Vitor Matheus Silva está necessitando de atendimento especializado para tratamento de dependência química.
Benevides – Pará, 11 de Março de 2015.
Lucélia Sousa Eliana Damasceno
Psicóloga Assistente Social CRP10/03764 CRESS 4144
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