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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIGRAN CAPITAL

CAROLINE LUIZA MOREIRA PEREIRA (092.1859)


ENDRIUS FERREIRA DA SILVA CHAVES (092.1794)
FATIMA KAROLINE MAIA FERREIRA (092.1857)
JULIANA ROSA DA S. ALVES (092.1591)
VICTORIA FAGUNDES SALIM (092.1605)

PSICOLOGIA HOSPITALAR

Campo Grande MS
2023
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIGRAN CAPITAL

CAROLINE LUIZA MOREIRA PEREIRA (092.1859)


ENDRIUS FERREIRA DA SILVA CHAVES (092.1794)
FATIMA KAROLINE MAIA FERREIRA (092.1857)
JULIANA ROSA DA S. ALVES (092.1591)
VICTORIA FAGUNDES SALIM (092.1605)

PSICOLOGIA HOSPITALAR

Trabalho apresentado na disciplina de


Psicologia Hospitalar, orientado pela
professora Dr. Débora Teixeira Cruz, do
curso de Psicologia no Centro
Universitário Unigran Capital.

Campo Grande MS
2023
A RELEVÂNCIA DA LUDOTERAPIA EM CRIANÇAS HOSPITALIZADAS

Caroline Luiza Moreira Pereira1


Endrius Ferreira da Silva Chaves2
Fatima Karoline Maia Ferreira3
Juliana Rosa da Silva Alves4
Victoria Fagundes Salim5
Débora Teixeira Cruz6

Resumo: A experiência de hospitalização para uma criança diante de uma doença, provoca
impactos significativos no seu desenvolvimento biopsicossocial, os quais também afetam
diretamente seus familiares e responsáveis. Posto isto, em vista do sofrimento vivenciado na
internação, da perda do que se tinha para o convívio no ambiente hospitalar, com
procedimentos e rotinas que até então não eram conhecidas, compreende-se como papel da
psicologia o uso de conhecimento teórico e técnico que visem minimizar o impacto negativo
da hospitalização na saúde mental, auxiliando a criança, seus familiares e até mesmo a equipe
médica envolvida no desenvolvimento ou aperfeiçoamento de habilidades de enfrentamento.
Dentre os recursos psicológicos utilizados, a ludoterapia, baseia-se no brincar como um meio
natural para projeção da realidade e neste sentido, o presente artigo tem como objetivo fulcral
identificar a relevância da ludoterapia no contexto de hospitalização infantil, bem como
descrever os seus benefícios à criança hospitalizada, sua família e a equipe hospitalar.
Trata-se de um trabalho de cunho científico que parte da disciplina de psicologia hospitalar e
corresponde a resolução 510/2016 art 1º do Plenário do Conselho Nacional de Saúde, no qual
o delineamento metodológico foi qualitativo e descritivo, por meio de revisão bibliográfica
com artigos disponíveis nas bases: Pepsic e Scielo, publicados entre os anos 2015 a 2023,
com os descritores: ludoterapia, hospitalização infantil e pediatria, sendo que do total
encontrado, selecionou-se 3 artigos, dado aos critérios de inclusão: idioma, ano de publicação
e resultados fidedignos acerca dos benefícios da ludoterapia na hospitalização infantil.
Palavras-chaves: Ludoterapia; Hospitalização; Pediatria.

1
Acadêmico (a) do curso de Psicologia, e-mail 092.1859@alunos.unigrancapital.com.br
2
Acadêmico (a) do curso de Psicologia, e-mail 092.1794@alunos.unigrancapital.com.br
3
Acadêmico (a) do curso de Psicologia, e-mail 092.1857@alunos.unigrancapital.com.br
4
Acadêmico (a) do curso de Psicologia, e-mail 092.1591@alunos.unigrancapital.com.br
5
Acadêmico (a) do curso de Psicologia, e-mail 092.1605@alunos.unigrancapital.com.br.
6
Professora, Dra. do curso de Psicologia da UNIGRAN CAPITAL, Rua Abrão Júlio Rahe, 325, Campo Grande
– MS, e-mail debora.cruz@unigran.br
1. INTRODUÇÃO
A hospitalização afeta significativamente qualquer indivíduo em seus aspectos
biopsicossociais. Contudo, dando ênfase à internação de crianças, compreende-se que esta
exige uma atenção redobrada, à medida que, é no desenvolvimento infantil que se constrói
muito da personalidade, e qualquer alteração deste percurso pode impactar a vida adulta.
Segundo Silva (2012), a criança, quando hospitalizada, tem dificuldade de entender a
doença e os procedimentos de tratamento, sendo que, neste contexto, o imaginário infantil
pode fomentar mais nos aspectos negativos. Além disso, Campos (apud SILVA, 2012),
aponta que o sujeito perde sua identidade, pois a partir do momento em que é internado,
passa a ser mais um número de prontuário ou a própria doença.
Sendo assim, é válido destacar os impactos biopsicossociais que uma criança pode
sofrer na experiência de hospitalização, sendo o aspecto biológico a fisiologia da doença e
seus efeitos sobre o organismo, isto é, a gravidade da doença, a duração da hospitalização e
as consequências físicas a curto e longo prazo, incluindo as possíveis complicações e
sequelas, a presença de comorbidade e as intervenções médicas necessárias (Mackie, 2017;
Slater & De Lima, 2016). Já no que tange o aspecto psicológico, este se refere às reações
emocionais da criança e dos seus familiares frente à doença e à hospitalização, tais como:
ansiedade, medo, tristeza, raiva, entre outros. Além disso, afeta o comportamento e pode
gerar transtornos mentais, como: transtorno de estresse pós-traumático, depressão e
ansiedade generalizada (Cheng et al., 2017; Puntis, 2017). Por outro lado, todos esses
efeitos estão relacionados ao aspecto social, posto que, a rotina da criança e da família são
interrompidas, suscitando no isolamento e na dificuldade de manter o contato social, na
sobrecarga dos responsáveis\cuidadores e nas possíveis consequências econômicas, como o
aumento dos gastos e a perda de renda decorrente da ausência do trabalho em prol do
acompanhamento hospitalar da criança (Cheng et al., 2017; Slater & De Lima, 2016).
Neste sentido, a hospitalização pode ser uma experiência estressora para a criança e
seus familiares e, portanto, para minimizar o impacto negativo da hospitalização na saúde
mental, intervenções psicológicas são fundamentais. Portanto, de acordo com Puntis
(2017), o psicólogo hospitalar deve se concentrar em apoiar a criança internada e sua
família em quatro áreas principais: promoção do bem-estar psicológico, prevenção e
redução do estresse, alívio da dor e suporte à família. Sendo que, as intervenções podem
incluir brincadeiras terapêuticas, técnicas de relaxamento, terapia
cognitivo-comportamental, intervenções para o manejo da dor, entre outras.
Entre as possíveis intervenções psicológicas, a ludoterapia é uma abordagem que
utiliza o brincar como ferramenta para promover a expressão emocional, a resolução de
conflitos e o desenvolvimento cognitivo e social da criança. De acordo com Axline (1947),
fundadora da terapia do jogo, a ludoterapia se baseia na ideia de que as crianças têm uma
capacidade natural para se expressar através do brincar e que o brincar pode ser utilizado
como uma forma de comunicação simbólica, possibilitando uma melhor elaboração do
ambiente hospitalar, o qual pode ser melhor suportado com o auxílio desta abordagem.
Outrossim, a fundadora aponta que é papel do terapeuta criar um ambiente seguro e
acolhedor, onde a criança possa brincar e expressar seus sentimentos e pensamentos de
forma não ameaçadora, dado que, durante o processo, o terapeuta deve ser um observador
atento e empático, fornecendo suporte emocional e feedbacks positivos para a criança.
Tendo em vista, que a implementação da ludoterapia pode ajudar a minimizar o
impacto negativo da hospitalização e da doença sobre o desenvolvimento emocional,
cognitivo e social da criança, o presente trabalho tem como objetivo fulcral identificar a
relevância da ludoterapia no contexto de hospitalização infantil, bem como descrever os
seus benefícios à criança hospitalizada, sua família e a equipe hospitalar.
Trata-se de um trabalho de cunho científico que parte da disciplina de psicologia e
corresponde a resolução 510/2016 art 1º, no qual o delineamento metodológico foi
qualitativo e descritivo por meio de revisão bibliográfica com artigos disponíveis nas bases:
Pepsic e Scielo, publicados entre os anos 2015 a 2023, com os descritores: ludoterapia,
hospitalização infantil e pediatria, sendo que do total encontrado, selecionou-se somente 3
artigos, dado aos critérios de inclusão: idioma, ano de publicação e resultados com achados
fidedignos acerca dos benefícios da ludoterapia na hospitalização infantil.
2. RESULTADOS E DISCUSSÃO

AUTOR\ANO TÍTULO OBJETIVO RESULTADOS

Os achados evidenciaram que o


brincar é instrumento de grande valor
para minimizar o estresse da
Fioretti, Manzo & A ludoterapia e a criança Analisar o uso do internação e contribuir para melhor
hospitalizada na brincar na assistência à adaptação da criança ao ambiente
Regino (2016).
perspectiva dos pais criança hospitalizada na hospitalar. O mesmo traz benefícios
perspectiva dos pais. referentes à promoção do bem-estar,
diversão, redução da dor e
socialização durante a hospitalização.
Concluiu-se, dessa maneira, que a
utilização do brincar pode ser muito
benéfica na rotina da Pediatria,
favorecendo um cuidado mais
humanizado e integral, além da
possibilidade de diminuir os prejuízos
no desenvolvimento da criança,
causados pela experiência da
hospitalização.

O tratamento através do lúdico


contribuiu para o bem estar dos
pacientes internados, corroborando
para um atendimento humanizado.
Os pacientes pediátricos modificaram
A ludoterapia como Descrever a ludoterapia sua concepção sobre a internação,
Santos, et al. (2016). ferramenta na assistência como parte do pois diferente do que a maioria
humanizada de tratamento e recuperação imagina brincar, não é só passar o
enfermagem de pessoas tempo como forma de distrair o
hospitalizadas paciente de um tratamento doloroso,
mas também prestar uma assistência
digna de forma integral. O lúdico
além de auxiliar o paciente para
enfrentar a patologia, atua na melhora
da qualidade de vida e proporciona
um completo bem-estar físico e
mental.

Através da ludoterapia as crianças


hospitalizadas puderam se comunicar,
Investigar na literatura interagir, e expressar as suas emoções
as contribuições da sobre o processo de adoecimento.
Contribuições Da ludoterapia no Também percebeu uma melhor
Silva et al. (2019) Ludoterapia Para tratamento de crianças aderência ao tratamento de câncer,
Crianças Hospitalizadas. hospitalizadas. Trata-se juntamente do aumento da autoestima
de um estudo de revisão após o brincar, deixando as crianças e
da literatura, com os seus familiares alegres. Portanto, é
abordagem descritiva. de suma relevância a ludoterapia no
processo de hospitalização, pois reduz
os impactos psicológicos do
adoecimento trazendo novas
perspectivas de cuidado à criança.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tendo em vista os resultados, concluiu-se que a ludoterapia é vista como um


instrumento que fornece a humanização do atendimento e a melhor aceitação ao tratamento e
ao ambiente hospitalar. Além do que, como a criança ainda não possui uma capacidade
linguística totalmente desenvolvida, por meio da ludoterapia, ela aprende a refinar seus
pensamentos, emoções e comportamentos em qualquer ambiente, aprende portanto, a se
comunicar de maneira mais efetiva consigo e com os demais.
REFERÊNCIA

AXLINE, V. M. (1947). Play therapy: The inner dynamics of childhood. Houghton


Mifflin Harcourt.

CHENG, M. H., CHEN, C. K., YANG, Y. H., HSIEH, Y. T., LIN, W. & HUANG, C. Y. The
effects of hospitalization on children: A review. Journal of Nursing Research, 25(2),
117-129, 2017.

FIORETI, F.C.C.F, MANZO, B.F, REGINO, A.E.F. A ludoterapia e a criança


hospitalizada na perspectiva dos pais. REME rev min enferm [online], 2016 v.

MACKIE, I. C. (2017). PUNTIS, J. W. (2017). Psychological interventions in the


management of children and young people in hospital: an integrative review. Archives of
disease in childhood, 102(11), 1078-1083.

SANTOS, S. S. dos.; ALVES, A. B. da S..; OLIVEIRA, J. C..; GOMES, A..; MAIA, L. F.


dos S. A ludoterapia como ferramenta na assistência humanizada de enfermagem.
Revista Recien - Revista Científica de Enfermagem, [S. l.], v.7, n.21, p.30–40, 2017. DOI:
10.24276/rrecien2358-3088.2017.7.21.30-40.
Disponível em: https://www.recien.com.br/index.php/Recien/article/view/144. Acesso em: 27
mar. 2023.

SILVA, E. M. da; SOUZA, M. O. de; TEIXEIRA, V. P. G. CONTRIBUIÇÕES DA


LUDOTERAPIA PARA CRIANÇAS HOSPITALIZADAS. Gep News, [S.l.], v.2, n.2,
p.505–511, 2019.
Disponível em: https://www.seer.ufal.br/index.php/gepnews/article/view/7945. Acesso em:
27 mar. 2023.

SILVA, J. R. A brincadeira na educação infantil: uma experiência de pesquisa e


intervenção. Dissertação de mestrado, Unesp, Presidente Prudente, 2012. Disponível em:
http://hdl.handle.net/11449/92289. Acesso em março de 2023.

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