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PSICOLOGIA HOSPITALAR
Campo Grande MS
2023
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIGRAN CAPITAL
PSICOLOGIA HOSPITALAR
Campo Grande MS
2023
A RELEVÂNCIA DA LUDOTERAPIA EM CRIANÇAS HOSPITALIZADAS
Resumo: A experiência de hospitalização para uma criança diante de uma doença, provoca
impactos significativos no seu desenvolvimento biopsicossocial, os quais também afetam
diretamente seus familiares e responsáveis. Posto isto, em vista do sofrimento vivenciado na
internação, da perda do que se tinha para o convívio no ambiente hospitalar, com
procedimentos e rotinas que até então não eram conhecidas, compreende-se como papel da
psicologia o uso de conhecimento teórico e técnico que visem minimizar o impacto negativo
da hospitalização na saúde mental, auxiliando a criança, seus familiares e até mesmo a equipe
médica envolvida no desenvolvimento ou aperfeiçoamento de habilidades de enfrentamento.
Dentre os recursos psicológicos utilizados, a ludoterapia, baseia-se no brincar como um meio
natural para projeção da realidade e neste sentido, o presente artigo tem como objetivo fulcral
identificar a relevância da ludoterapia no contexto de hospitalização infantil, bem como
descrever os seus benefícios à criança hospitalizada, sua família e a equipe hospitalar.
Trata-se de um trabalho de cunho científico que parte da disciplina de psicologia hospitalar e
corresponde a resolução 510/2016 art 1º do Plenário do Conselho Nacional de Saúde, no qual
o delineamento metodológico foi qualitativo e descritivo, por meio de revisão bibliográfica
com artigos disponíveis nas bases: Pepsic e Scielo, publicados entre os anos 2015 a 2023,
com os descritores: ludoterapia, hospitalização infantil e pediatria, sendo que do total
encontrado, selecionou-se 3 artigos, dado aos critérios de inclusão: idioma, ano de publicação
e resultados fidedignos acerca dos benefícios da ludoterapia na hospitalização infantil.
Palavras-chaves: Ludoterapia; Hospitalização; Pediatria.
1
Acadêmico (a) do curso de Psicologia, e-mail 092.1859@alunos.unigrancapital.com.br
2
Acadêmico (a) do curso de Psicologia, e-mail 092.1794@alunos.unigrancapital.com.br
3
Acadêmico (a) do curso de Psicologia, e-mail 092.1857@alunos.unigrancapital.com.br
4
Acadêmico (a) do curso de Psicologia, e-mail 092.1591@alunos.unigrancapital.com.br
5
Acadêmico (a) do curso de Psicologia, e-mail 092.1605@alunos.unigrancapital.com.br.
6
Professora, Dra. do curso de Psicologia da UNIGRAN CAPITAL, Rua Abrão Júlio Rahe, 325, Campo Grande
– MS, e-mail debora.cruz@unigran.br
1. INTRODUÇÃO
A hospitalização afeta significativamente qualquer indivíduo em seus aspectos
biopsicossociais. Contudo, dando ênfase à internação de crianças, compreende-se que esta
exige uma atenção redobrada, à medida que, é no desenvolvimento infantil que se constrói
muito da personalidade, e qualquer alteração deste percurso pode impactar a vida adulta.
Segundo Silva (2012), a criança, quando hospitalizada, tem dificuldade de entender a
doença e os procedimentos de tratamento, sendo que, neste contexto, o imaginário infantil
pode fomentar mais nos aspectos negativos. Além disso, Campos (apud SILVA, 2012),
aponta que o sujeito perde sua identidade, pois a partir do momento em que é internado,
passa a ser mais um número de prontuário ou a própria doença.
Sendo assim, é válido destacar os impactos biopsicossociais que uma criança pode
sofrer na experiência de hospitalização, sendo o aspecto biológico a fisiologia da doença e
seus efeitos sobre o organismo, isto é, a gravidade da doença, a duração da hospitalização e
as consequências físicas a curto e longo prazo, incluindo as possíveis complicações e
sequelas, a presença de comorbidade e as intervenções médicas necessárias (Mackie, 2017;
Slater & De Lima, 2016). Já no que tange o aspecto psicológico, este se refere às reações
emocionais da criança e dos seus familiares frente à doença e à hospitalização, tais como:
ansiedade, medo, tristeza, raiva, entre outros. Além disso, afeta o comportamento e pode
gerar transtornos mentais, como: transtorno de estresse pós-traumático, depressão e
ansiedade generalizada (Cheng et al., 2017; Puntis, 2017). Por outro lado, todos esses
efeitos estão relacionados ao aspecto social, posto que, a rotina da criança e da família são
interrompidas, suscitando no isolamento e na dificuldade de manter o contato social, na
sobrecarga dos responsáveis\cuidadores e nas possíveis consequências econômicas, como o
aumento dos gastos e a perda de renda decorrente da ausência do trabalho em prol do
acompanhamento hospitalar da criança (Cheng et al., 2017; Slater & De Lima, 2016).
Neste sentido, a hospitalização pode ser uma experiência estressora para a criança e
seus familiares e, portanto, para minimizar o impacto negativo da hospitalização na saúde
mental, intervenções psicológicas são fundamentais. Portanto, de acordo com Puntis
(2017), o psicólogo hospitalar deve se concentrar em apoiar a criança internada e sua
família em quatro áreas principais: promoção do bem-estar psicológico, prevenção e
redução do estresse, alívio da dor e suporte à família. Sendo que, as intervenções podem
incluir brincadeiras terapêuticas, técnicas de relaxamento, terapia
cognitivo-comportamental, intervenções para o manejo da dor, entre outras.
Entre as possíveis intervenções psicológicas, a ludoterapia é uma abordagem que
utiliza o brincar como ferramenta para promover a expressão emocional, a resolução de
conflitos e o desenvolvimento cognitivo e social da criança. De acordo com Axline (1947),
fundadora da terapia do jogo, a ludoterapia se baseia na ideia de que as crianças têm uma
capacidade natural para se expressar através do brincar e que o brincar pode ser utilizado
como uma forma de comunicação simbólica, possibilitando uma melhor elaboração do
ambiente hospitalar, o qual pode ser melhor suportado com o auxílio desta abordagem.
Outrossim, a fundadora aponta que é papel do terapeuta criar um ambiente seguro e
acolhedor, onde a criança possa brincar e expressar seus sentimentos e pensamentos de
forma não ameaçadora, dado que, durante o processo, o terapeuta deve ser um observador
atento e empático, fornecendo suporte emocional e feedbacks positivos para a criança.
Tendo em vista, que a implementação da ludoterapia pode ajudar a minimizar o
impacto negativo da hospitalização e da doença sobre o desenvolvimento emocional,
cognitivo e social da criança, o presente trabalho tem como objetivo fulcral identificar a
relevância da ludoterapia no contexto de hospitalização infantil, bem como descrever os
seus benefícios à criança hospitalizada, sua família e a equipe hospitalar.
Trata-se de um trabalho de cunho científico que parte da disciplina de psicologia e
corresponde a resolução 510/2016 art 1º, no qual o delineamento metodológico foi
qualitativo e descritivo por meio de revisão bibliográfica com artigos disponíveis nas bases:
Pepsic e Scielo, publicados entre os anos 2015 a 2023, com os descritores: ludoterapia,
hospitalização infantil e pediatria, sendo que do total encontrado, selecionou-se somente 3
artigos, dado aos critérios de inclusão: idioma, ano de publicação e resultados com achados
fidedignos acerca dos benefícios da ludoterapia na hospitalização infantil.
2. RESULTADOS E DISCUSSÃO
CHENG, M. H., CHEN, C. K., YANG, Y. H., HSIEH, Y. T., LIN, W. & HUANG, C. Y. The
effects of hospitalization on children: A review. Journal of Nursing Research, 25(2),
117-129, 2017.