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IGREJA

CAPÍTULO VI

O LEIGO COMPROMETIDO
INTRODUÇÃO
 Trataremos agora do 'Leigo Comprometido', a maior parte do
Povo de Deus que também atua ativamente e de várias
maneiras dentro da Igreja.
O LEIGO

Este comprometimento surgiu após o Concílio Vaticano II, que


alterou decisivamente a forma de ver o leigo, como nos diz a
Constituição Dogmática Lumen Gentium 30:
 "Os sagrados pastores reconhecem perfeitamente quanto os leigos
contribuem para o bem de toda a Igreja... O seu (dos pastores)
excelso múnus é apascentar os fiéis e reconhecer-lhes os serviços e os
carismas, de tal maneira que todos, a seu modo, cooperem
unanimemente na tarefa comum".
Chamamos de leigos os membros do povo de Deus que
não sejam ordenados ou do estado religiosos que
são incorporados à Cristo pelo Batismo. Ele é
chamado a procurar o reino de Deus e vivê-lo nos
mais diversos serviços e funções para o crescimento
e continuidade da caminhada da Igreja, afinal, toda
atividade do leigo deve estar intimamente
comprometida com o Evangelho.
A PARTICIPAÇÃO DOS LEIGOS
O cristão leigo consciente de seu papel deve, dentro de
sua realidade, descobrir os mais diversos meios para
desenvolver o trabalho de expansão do Reino de
Deus nos mais diversos meios onde vive e atua, uma
vez que o Evangelho não pode e nem deve ser
desvinculado da realidade e da vida. Viver isto é
colocar em prática o tríplice múnus que recebemos
por ocasião do nosso batismo: sacerdócio, profeta e
rei.
No Múnus Sacerdotal de Cristo
Todas as nossas ações, onde quer que estejamos e o
que estivermos fazendo (trabalhando, estudando,
etc.) se forem feitas em sintonia com o Espírito
Santo, se tornam oferendas agradáveis a Deus. Como
diz a Apostolicam Actuositatem 2:
"Pela regeneração e para a unção do Espírito Santo, os
batizados consagram-se para serem edifício
espiritual e sacerdócio santo".
Porém, por mais bem formados que sejam e por mais
engajados que sejam os homens e as mulheres
leigos, deve-se ter sempre claro a diferença do
sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio
ministerial dos ministros ordenados para que, como
vimos na apostila 6 do módulo básico, Liderança em
Serviço na RCC, evitemos o erro do paraclericalismo.
No Múnus Profético de Cristo
Todos nós batizados somos profetas nos méritos de
Jesus, e como tal o nosso dever é anunciar a Boa
Nova da salvação que é o próprio Cristo, vivo e
ressuscitado. Devemos fazê-lo sem temor até que
todo o mundo o conheça, desenvolvendo nossa
missão profética através da evangelização.
"A missão de anunciar a Palavra de Deus é dever de
todos os discípulos de Jesus Cristo em consequência
do seu batismo."
Bento XVI, Exortação Apostólica Verbum Domini, 94
No Múnus Régio de Cristo
Nós batizados vivemos a esperança de reinar com Jesus nos seus
méritos, vivendo uma vida santa. Também somos chamados a
colaborar com os nossos pastores no serviço da comunidade
eclesial, exercendo os mais diversos ministérios para o
crescimento e vida dessa comunidade, em conformidade com
os dons que o Espírito Santo concede a cada um de nós de
acordo com a sua vontade.

É importante conhecermos nossos direitos e deveres, pois


quando temos esta ciência nosso trabalho se torna mais útil e
proveitoso para a própria Igreja e todos ganham com isso.
No Exercício do Apostolado
O exercício do apostolado leigo só é possível na prática
constante da fé, esperança e caridade, em outras palavras,
exige que ele seja antes de tudo um 'Amigo de Deus', afinal
este apostolado só será fecundo se estiver intimamente
ligado com Jesus Cristo.

Nossa missão como leigos é a mesma da Igreja: ser sal na


terra e luz no mundo. Portanto não podemos ter
comportamentos diferentes em cada situação de nossa vida,
dentro da Igreja e em nossa vida civil. Dessa vivência
consciente o apostolado dos leigos completa-se mutuamente
com o ministério pastoral da Igreja.
O AGIR FUNDAMENTADO
Cada vez mais evidentemente podemos perceber a
necessidade de uma formação sólida e abrangente do povo
de Deus para favorecer a maturação dos católicos nos
diversos aspectos de sua vida: doutrinal, apostólico, social,
espiritual e humano.
"Percebe-se, então, com urgência, a necessidade de um anúncio
forte e de uma sólida e profunda formação cristã. Como é
grande, hoje, a necessidade de personalidades cristãs
amadurecidas, conscientes da própria identidade batismal, da
própria vocação e missão na Igreja e no mundo".
Christifideles Laici, 57
Porém, temos que ter um cuidado, principalmente nós
formadores e formadoras. A formação não pode ser
confundida com a transmissão de conteúdo nem com uma
ação educativa acadêmica, intelectualizada, na tentativa de
nivelar leigos e clérigos. Ela é tanto mais eficaz quanto for
mais aberta a ação de Deus e quanto mais rica em
testemunho, embora não possamos de forma alguma
prescindir as técnicas e os conhecimentos humanos. A isso
nós chamamos de tripé de uma boa pregação/ formação.
É responsabilidade do movimento formar seus membros e,
consequentemente, cabe a nós formadores da RCC formarmos os
membros de nosso movimento. A formação precisa:

a) Ser programada e sistemática, não apenas ocasional;


b) Ligar o aspecto antropológico e o teológico;
c) Ser orientada para formar transformadores sociais;
d) Ser integrada tendo como base os problemas e perguntas dos
leigos, para oferecer-lhes resposta de como ser uma presença cristã
no mundo;
e) Desenvolver a capacidade de comunicação e de diálogo;
f) Ser diversificada, adaptada as funções e situações dos cristãos
leigos.
Falando a RCC, São João Paulo II vai dizer na Conferência
Mundial da RCC em 1998:

"Vocês pertencem a um movimento eclesial: a palavra eclesial


implica numa tarefa precisa de formação cristã, envolvendo
uma profunda convergência de fé e vida. A fé entusiástica,
que dá vida às suas comunidades deve ser acompanhada
por uma formação cristã que seja abrangente e fiel ao
ensinamento da igreja. De uma formação sólida surgirá
uma espiritualidade profundamente enraizada nas fontes
da vida cristã e capaz de responder às perguntas cruciais
colocadas pela cultura de nossos dias".
CONCLUSÃO
Os leigos, inseridos nas mais diversas realidades,
devem estar atentos aos apelos da Igreja,
colaborando para que ela possa renovar o mundo e
ser renovada na força do Espirito Santo.
PROPOSTA DE REFLEXÃO
1 - Em que setores de minha vida não tenho sido
reflexo da luz de cristo, autentico cristão católico,
como leigo que vive no mundo?

2 – como vimos, a formação é imprescindível para que


possamos dizer ao mundo a razão de nossa fé e de
nossa esperança. Como você tem encarado o
processo de formação?
DUVIDAS ?

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