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QUESTÕES DISCURSIVAS

GUIA PARA SUA APROVAÇÃO NO CONCURSO DA POLÍCIA CIVIL DA


BAHIA
ANALISANDO O EDITAL DA PROVA
• Domínio do conhecimento jurídico e da prática processual,
• o desenvolvimento do tema na estrutura proposta,
• a correta fundamentação,
• a adequação da linguagem,
• a articulação do raciocínio jurídico e a capacidade de argumentação,
• a correção gramatical e uso da norma padrão.
ANALISANDO O EDITAL DA PROVA
• 12.5. SERÁ ATRIBUÍDA NOTA ZERO À QUESTÃO DA PROVA DISCURSIVA QUE:
• A) APRESENTAR ABORDAGEM INCORRETA DO CONTEÚDO SOLICITADO, FUGIR AO
TEMA PROPOSTO;
• B) APRESENTAR TEXTOS SOB FORMA NÃO ARTICULADA VERBALMENTE (APENAS
COM DESENHOS, NÚMEROS E PALAVRAS SOLTAS OU EM VERSOS) OU QUALQUER
FRAGMENTO DE TEXTO ESCRITO FORA DO LOCAL APROPRIADO;
• C) FOR ASSINADA FORA DO LOCAL APROPRIADO;
• D) APRESENTAR QUALQUER SINAL QUE, DE ALGUMA FORMA, POSSIBILITE A
IDENTIFICAÇÃO DO CANDIDATO;
ANALISANDO O EDITAL DA PROVA
• 12.5. SERÁ ATRIBUÍDA NOTA ZERO À QUESTÃO DA PROVA DISCURSIVA QUE:
• E) ESTIVER EM BRANCO;
• F) APRESENTAR LETRA ILEGÍVEL.
• G) FOR ESCRITA A LÁPIS OU COM CANETA ESFEROGRÁFICA DE TINTA DE COR
DIFERENTE DE PRETA;
• H) APRESENTAR O TEXTO DEFINITIVO FORA DO ESPAÇO RESERVADO PARA TAL;
• I) FAZER USO DE CÓPIA DE TEXTO DA QUESTÃO COMO RESPOSTA OU PARTE DELA.
TEORIA DA QUESTÃO DISCURSIVA: MOMENTO 1

• É o momento do texto no qual o autor traçará as ideias iniciais sobre o


tema, a fim de mostrar ao corretor que entendeu qual é o comando central
da questão. Essa “introdução” precisa responder objetivamente o
questionamento feito, de maneira direta, prática, bem como permitir que
as novas conexões do texto sejam formuladas. Por isso, a resposta precisa
ser concisa, mas também aberta, sem encerrar o assunto nela mesma.
TEORIA DA QUESTÃO DISCURSIVA: MOMENTO 2

• Nessa etapa da resposta, o candidato deve apresentar uma


conexão entre a resposta e o cenário narrado pela Banca no
momento de construir a pergunta. O contexto formulado pela questão
servirá como base da resposta, ou seja, será a parte dissertativa do
texto do candidato. É o momento de justificar a lógica que
fundamenta a resposta.
TEORIA DA QUESTÃO DISCURSIVA: MOMENTO 2

• É também no segundo momento que o candidato deve apresentar a


fundamentação jurídica da questão. Não deve receber nota máxima,
pela Banca, um texto que não especifique o embasamento legal no
qual o participante se apoia para responder o questionamento em
tela.
TEORIA DA QUESTÃO DISCURSIVA: MOMENTO 3
• Agora, na terceira etapa da resposta, o candidato inserirá a sua opinião
sobre o tema, de maneira retomativa e conclusiva. O autor precisa
apresentar, aqui, qual raciocínio ele quer que o leitor tenha da sua resposta;
o que este precisa absorver, de mais importante, de tudo que foi dito.
• Às vezes, a depender do comando da questão, este momento opinativo pode
ser convertido em mais um trecho de dissertação (exposição). Isso costuma
acontecer quando a questão é mais técnica do que argumentativa.
EXEMPLO DE QUESTÃO DISCURSIVA
• Em patrulhamento de rotina, policiais militares receberam uma informação não
identificada de que Wesley, que estava parado em frente à padaria naquele
momento, estaria envolvido com o tráfico de drogas da localidade. Diante disso, os
policiais identificaram e realizaram a abordagem de Wesley, não sendo, em um
primeiro momento, encontrado qualquer material ilícito com ele. Diante da notícia
recebida momentos antes da abordagem, porém, os policiais apreenderam o
celular de Wesley e, sem autorização, passaram a ter acesso às fotografias e
conversas no Whatsapp, sendo verificado que existiam fotos armazenadas de
Wesley portando suposta arma de fogo, bem como conversas sobre compra e
venda de material entorpecente.
EXEMPLO DE QUESTÃO DISCURSIVA
• Entendendo pela existência de flagrante em relação ao crime de associação para o
tráfico, Wesley foi encaminhado para a delegacia, sendo lavrado auto de prisão em
flagrante. Após liberdade concedida em audiência de custódia, Wesley é denunciado
como incurso nas sanções do art. 35 da lei nº 11.343/06 (associação para traficar
drogas). No curso da instrução, foram acostadas imagens das conversas de Wesley via
aplicativo a que os agentes da lei tiveram acesso, assim como das fotografias. Os
policiais foram ouvidos em audiência, ocasião em que confirmaram as circunstâncias
do flagrante. O réu exerceu seu direito ao silêncio. Com base nas fotografias
acostadas, o juiz competente julgou a pretensão punitiva do estado procedente,
aplicando a pena mínima de 03 anos de reclusão, além de multa, e fixando o regime
inicial fechado.
EXEMPLO DE QUESTÃO DISCURSIVA
• Considerando as informações narradas, responda: existe argumento a ser
apresentado para questionar as provas utilizadas pelo magistrado como
fundamento para condenação? Justifique
EXEMPLO DE QUESTÃO DISCURSIVA

• Sim, existe argumento para questionar as provas que serviram de fundamento para a
condenação, tendo em vista que se tratam de provas ilícitas. As provas utilizadas pelo magistrado
foram obtidas com violação ao direito à intimidade, já que os policiais obtiveram acesso ao teor
das conversas de Wesley por mensagens e suas fotografias sem sua autorização ou sem prévia
autorização judicial. Ocorreu violação à garantia de inviolabilidade da intimidade e vida
privada, assegurada no art. 5º, inciso X, da CRFB, já que não houve o indispensável requerimento
(e autorização judicial) de quebra de sigilo de dados. Dessa forma, visualiza-se um cenário de
provas ilícitas, que devem ser desentranhadas do processo, nos termos do art. 157 do CPP.
EXEMPLO DE QUESTÃO DISCURSIVA – 2
• Matheus conduzia seu automóvel em alta velocidade. Em razão de manobra
indevida, acabou por atropelar uma vítima, causando-lhe lesões corporais.
Com a chegada da polícia militar, foi solicitado que Matheus realizasse
exame de etilômetro (bafômetro); diante de sua recusa, foi informado pela
autoridade policial, que comparecera ao local, que ele seria obrigado a
realizar o exame para verificar eventual prática também do crime previsto
no art. 306 da lei nº 9.503/97.
EXEMPLO DE QUESTÃO DISCURSIVA – 2
• Diante da afirmativa da autoridade policial, Matheus, apesar de não
desejar, viu-se obrigado a realizar o teste do bafômetro. Após conclusão do
inquérito policial, com oitiva e representação da vítima, foi o feito
encaminhado ao ministério público, que ofereceu denúncia imputando a
Matheus apenas a prática do crime do art. 303, da lei nº 9.503/97,
prosseguindo as investigações com relação ao crime do art. 306 do mesmo
diploma legal.
EXEMPLO DE QUESTÃO DISCURSIVA – 2
• Ainda na exordial acusatória, foi requerida a decretação da prisão
preventiva de Matheus, pelo risco de reiteração delitiva, tendo em vista que
ele seria reincidente específico, já que a única anotação constante de sua
folha de antecedentes criminais, para além do presente processo, seria a
condenação definitiva pela prática de outro crime de lesão corporal culposa
praticada na direção de veículo automotor. No recebimento da denúncia, o
juiz competente decretou a prisão preventiva.
EXEMPLO DE QUESTÃO DISCURSIVA - 2
• Considerando as informações narradas, responda: poderia Matheus
ter sido obrigado a realizar o teste de bafômetro, conforme
informado pela autoridade policial, mesmo diante de sua recusa?
Justifique.
EXEMPLO DE QUESTÃO DISCURSIVA - 2
• Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da
influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência:
• § 1o as condutas previstas no caput serão constatadas por
• I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou
superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou
• II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo CONTRAN, alteração da capacidade
psicomotora.
• § 2o a verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de alcoolemia
ou toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em
direito admitidos, observado o direito à contraprova.
EXEMPLO DE QUESTÃO DISCURSIVA - 2
• Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da
influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência:
• § 1o as condutas previstas no caput serão constatadas por
• I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou
superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou
• II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo CONTRAN, alteração da capacidade
psicomotora.
• § 2o a verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de alcoolemia
ou toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em
direito admitidos, observado o direito à contraprova.
EXEMPLO DE QUESTÃO DISCURSIVA - 2
• Matheus não poderia ser obrigado a realizar o teste de bafômetro nos termos informados
pela autoridade policial. Matheus foi o autor de um atropelamento de vítima que sofreu
lesões corporais em razão de sua conduta com violação do dever objetivo de cuidado.
Independentemente, a autoridade policial não poderia exigir a contribuição de Matheus
para produção de provas contra ele próprio em relação ao crime do art. 306 da lei nº
9.503/97 (CTB). O princípio da não auto-incriminação, trazido, dentre outros diplomas,
pelo Pacto de San Jose da Costa Rica, estabelece que ninguém é obrigado a produzir
provas contra si. O exame de etilômetro exige que o investigado adote um
comportamento positivo, já que é preciso que ele sopre ar em determinado aparelho, de
modo que não pode Matheus ser obrigado a realizar tal teste se assim não o desejar,
podendo o crime do art. 306 do CTB ser identificado por outros meios de prova.
QUESTÃO DA PROVA PC-BA 2018

• Determinada autoridade policial de uma comarca da Bahia, que preside


investigação policial envolvendo crime de tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, em razão dos elementos colhidos, representou à autoridade
judiciária competente pela prisão preventiva de seu principal integrante, Pedro.
Em razão do acolhimento dos argumentos apresentados pela autoridade policial,
o juiz de direito determinou a prisão preventiva de Pedro, ordenando a
expedição do mandado de prisão e demais formalidades administrativas.
QUESTÃO DA PROVA PC-BA 2018
• Sendo assim, a autoridade policial determinou a André, investigador de polícia do
estado da Bahia, que desse cumprimento ao mandado de prisão expedido. André,
ao dar cumprimento ao mandado de prisão preventiva de Pedro, foi surpreendido
com uso de violência física e agressões por parte de Pedro. Este desferiu socos e
chutes contra André. Nesse contexto, Pedro tirou uma arma de dentro de sua
jaqueta e atirou contra André, atingindo seu ombro esquerdo. Todavia, ao final de
toda confusão, André, mesmo ferido, acabou revidando também com uso de arma
de fogo, com intuito de fazer cessar a agressão perpetrada por Pedro, atingindo-o
com um tiro fatal.
QUESTÃO DA PROVA PC-BA 2018

• A partir da situação hipotética, responda:


• a) André cometeu crime? Fundamente.
• B) Por qual delito responde Pedro? Fundamente.
QUESTÃO DA PROVA PC-BA 2018

• Dispõe a Constituição Federal, no art. 5o , XI que “a casa é asilo inviolável do


indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo
em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o
dia, por determinação judicial”. De acordo com o texto constitucional, existem
exceções ao princípio da inviolabilidade de domicílio, sendo uma delas a busca
domiciliar, regulada pela legislação processual penal (arts. 240 a 250). Os
artigos em comento disciplinam as possibilidades de busca domiciliar ou pessoal,
bem como o procedimento a ser seguido, sob pena de nulidade da medida.
QUESTÃO DA PROVA PC-BA 2018
• Nesse sentido, responda:
• a) Não é de hoje a discussão acerca da expedição de mandado de busca e
apreensão genérico, em que se elege uma determinada região, na qual todas as
casas são devassadas. Doutrina e jurisprudência expressam entendimento no
sentido da inadmissibilidade de tal medida. Fundamente referido entendimento,
com base na determinação do código de processo penal acerca dos requisitos do
mandado de busca.
• B) Caso o morador se oponha ao cumprimento do ato, como deverá proceder a
autoridade que realiza a busca?

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