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AO DOUTO JUIZO DE DIREITO DA 2º VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CAMPO

NOVO DO PARECIS/MT

AUTOS N° **

JOSÉ (qualificação e endereço completos), no Auto de Prisão em Flagrante em


epigrafe, por sua advogada infra-assinado (Procuração em anexo), vem perante Vossa
Excelência, requerer :

RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE

Com fundamento no artigo 5º, LXV da Constituição Federal, e art. 310, I, do Código
de Processo Penal, pelos motivos de fato e direito a seguir expostos:

I - DOS FATOS

O acusado em questão, foi abordado e preso em flagrante no dia 10 de março do


ano em curso, por ter supostamente praticado o crime na pena do artigo 306 da Lei
9.503/1997, c/c artigo 2º, inciso II, do Decreto 6.488/2008. Segundo narra a denúncia,
policiais militares realizavam abordagem a veículos, quando Polícia Militar o abordou e
segundo esses, notarem sinais de embriaguez e o submeteram ao teste de alcoolemia.
Obtiveram o resultado de 1,00 mg de álcool por litro de ar expelido dos pulmões
onde o foi conduzido a Unidade Policial Judiciária e lavrado o Auto de Prisão em Flagrante
sendo-lhe negado no referido Auto de Prisão em Flagrante o direito de entrevistar-se com
seus advogados ou com seus familiares.

II – DO DIREITO

Ocorre que a referida prisão, imposta ao requente, constitui coação ilegal, uma
vez que não lhe foi ofertado uma série de preceitos constitucionais e processuais que o
ordenamento jurídico lhe garante, como tais:
a) A conduta supostamente cometida constitui pena privativa de liberdade de até 04 anos,
tratando de crime afiançável conforme previsão do artigo 325 do Código de Processo
Penal, tal garantia não foi informada ao requente que está preso até então.
b) Ainda há que se dizer que lhe foi negado o Auto de Prisão em Flagrante, violando o
disposto no paragrafo 3° do artigo 304 do Código de Processo Penal.
c) O direito de comunicar-se com seu advogado e seus familiares sendo violado, pois o
artigo 136, paragrafo 3°, IV da Constituição Federal é vedada a incomunicabilidade do
preso.
d) O fato de Fulaninho estar embriagado e dirigir é crime, independentemente de dirigir
em uma estrada absolutamente deserta, pois o crime previsto no artigo 306 da Lei n°
9.503/97, dispõe que o exame de alcoolemia realizado por aparelho de ar alveolar
exige, pelo menos, a concentração de álcool igual ou superior a três décimos de
miligrama por litro de ar expelido pelos pulmões, entretanto é considerado crime de
perigo abstrato, ou seja, não necessita da demonstração de um perigo para a
concretização do tipo penal.
e) O artigo 165 do CTB considera como infração administrativa de embriaguez ao volante
a conduta de: “Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância
psicoativa que determine dependência”. Incidindo nesta prática, devem recair sobre o
motorista infrator as penalidades de multa e suspensão do direito de dirigir por 12
meses, além das medidas administrativas de retenção do veiculo até a apresentação
de condutor habilitado e recolhimento do documento de habilitação. Ou seja, isso não
constitui crime e sim infração administrativa. Sendo que, para o crime, a lei determina,
via de regra, a aplicação de uma pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos,
que só pode ser verificada depois de um julgamento e uma sentença prolatada pelo
juiz de direito. Já a infração é medida de repressão meramente administrativa, sendo
os órgãos de trânsito responsáveis pela aplicação da multa e outros acessórios
previstos.
disciplinar, não há dúvida de que as declarações prestadas na forma inquisitorial durante
a instrução preliminar não servem como elemento probatório posterior, conforme reitera a
jurisprudência (STF MS 22.791 e STJ MS 7.983) . Eles devem ser restaurados sob a rede
de contradições.
Ou seja, como num passe de mágica na leitura do art. 155 do Código de Processo
Penal, as declarações prestadas à autoridade policial não podem serrepetidas, pois violam
contradição probatória. É o mesmo que tornar irrelevante a jurisdição, ou seja, se o
depoimento anterior é válido, de que adianta restabelecê-lo em juízo? Justamente porque
não houve acusação formal antes e a acusação e a defesa não podem nem pedir. De um
julgamento como contraditório, as declaraçõesfeitas durante a instrução preliminar para a
sentença são nada probatórias, INEXISTENTES, e essa variável deve ser considerada
porque há juízes que a aceitam.
III –DOS PEDIDOS

Diante do exposto, o suplicante requer a Vossa Excelência:

a) O beneficio de se defender solto da acusação que lhe é imputada, relaxar o


flagrante;
b) Proceda a expedição de ALVARA DE SOLTURA, encaminhando imediatamente
para a autoridade policial coatora.

Termos em que
Com os documentos inclusos
Pede deferimento.

Campo Novo do Parecis, dia/mês/ano.

__________________________________________
ADVOGADA
OAB/UF

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