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EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA XXX VARA CRIMINAL DA

COMARCA DE XXX

Covidnélson, brasileiro, solteiro, inscrito no cadastro de pessoa


física sob o número XXX, residente na rua XXX, bairro XXX, cidade
XXX, estado XXX, código de endereço postal XXX, endereço
eletrônico XXX, devidamente apresentado por esse advogado,
com procuração anexa, vem à presença de Vossa Excelência,
requerer RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE, com
fundamento no art. 5°, inciso LXV, da Constituição da República
Federativa do Brasil juntamente com o art. 310, inciso I, do Código
de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:

I. DOS FATOS
No dia 08 de dezembro de 2021 Covidnélson ingeriu um litro de.
Posteriormente, Covidnélson pegou seu automóvel e passou a
conduzi-lo ao longo da estrada que tangencia sua propriedade.
Após percorrer cerca de dois quilômetros na estrada
absolutamente deserta, Covidnélson foi surpreendido por uma
equipe da Polícia Militar que lá estava a fim de procurar um
indivíduo foragido do presídio da localidade. Abordado pelos
policiais, Covidnélson saiu de seu veículo trôpego e exalando forte
odor de álcool, oportunidade em que, de maneira incisiva, os
policiais lhe compeliram a realizar um teste de alcoolemia em
aparelho de ar alveolar. Realizado o teste, foi constatado que
Covidnélson tinha concentração de álcool de um miligrama por
litro de ar expelido pelos pulmões, razão pela qual os policiais o
conduziram à Unidade de Polícia Judiciária, onde foi lavrado Auto
de Prisão em Flagrante pela prática do crime previsto no artigo
306 da Lei 9.503/1997, c/c artigo 2º, inciso II, do Decreto
6.488/2008, sendo-lhe negado no referido Auto de Prisão em
Flagrante o direito de entrevistar-se com seus advogados ou com
seus familiares. Dois dias após a lavratura do Auto de Prisão em
Flagrante, em razão de Covidnélson ter permanecido encarcerado
na Delegacia de Polícia, você é procurado pela família do preso,
sob protestos de que não conseguiam vê-lo e de que o delegado
não comunicara o fato ao juízo competente, tampouco à
Defensoria Pública.

II. DO DIREITO
Ocorre que a referida prisão, imposta ao requente, constitui
coação ilegal, uma vez que não lhe foi ofertado uma série de
preceitos constitucionais e processuais que o ordenamento jurídico
lhe garante, como tais:
a) A conduta supostamente cometida constitui pena privativa de
liberdade de até 04 anos, tratando de crime afiançável conforme
previsão do artigo 325 do Código de Processo Penal, tal garantia
não foi informada ao requente que está preso até então.
b) Ainda há que se dizer que lhe foi negado o Auto de Prisão em
Flagrante, violando o disposto no parágrafo 3° do artigo 304 do
Código de Processo Penal.
c) O direito de comunicar-se com seu advogado e seus familiares
sendo violado, pois o artigo 136, parágrafo 3°, IV da Constituição
Federal é vedada a incomunicabilidade do preso.
d) O fato de Fulaninho estar embriagado e dirigir é crime,
independentemente de dirigir em uma estrada absolutamente
deserta, pois o crime previsto no artigo 306 da Lei n° 9.503/97,
dispõe que o exame de alcoolemia realizado por aparelho de ar
alveolar exige, pelo menos, a concentração de álcool igual ou
superior a três décimos de miligrama por litro de ar expelido pelos
pulmões, entretanto é considerado crime de perigo abstrato, ou
seja, não necessita da demonstração de um perigo para a
concretização do tipo penal.
e) O artigo 165 do CTB considera como infração administrativa de
embriaguez ao volante a conduta de: “Dirigir sob a influência de
álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine
dependência”. Incidindo nesta prática, devem recair sobre o
motorista infrator as penalidades de multa e suspensão do direito
de dirigir por 12 meses, além das medidas administrativas de
retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado e
recolhimento do documento de habilitação. Ou seja, isso não
constitui crime e sim infração administrativa. Sendo que, para o
crime, a lei determina, via de regra, a aplicação de uma pena
privativa de liberdade ou restritiva de direitos, que só pode ser
verificada depois de um julgamento e uma sentença prolatada
pelo juiz de direito. Já a infração é medida de repressão
meramente administrativa, sendo os órgãos de trânsito
responsáveis pela aplicação da multa e outros acessórios
previstos.

III. DO PEDIDO
Diante do exposto, o suplicante requer a Vossa Excelência:
a) O benefício de se defender solto da acusação que lhe é
imputada, relaxar o flagrante;
b) Proceda a expedição de ALVARA DE SOLTURA, encaminhando
imediatamente para a autoridade policial coatora.

Termos em que
Pede deferimento.

Cidade XXX, dia/mês/ano.

ADVOGADO OAB/UF.: XXX

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