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PEÇA PRÁTICA DE PENAL – AÇÃO DE PEDIDO DE RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE

COM ALVARÁ DE SOLTURA

VARA CRIMINAL

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUÍZ(A)


DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA
DE ______, ESTADO DE _______.

José Alves , nacionalidade, profissão, estado


civil, portador do RG nº____, inscrito no CPF nº ______,
residente e domiciliado na Rua _________, nº____, na cidade de
__________cujo e-mail _________, e telefone _____, vem, por
seu advogado, cuja procuração encontra-se em anexo (DOC.1),
____________, OAB nº ____________, vem respeitosamente
perante Vossa Excelência requerer o PEDIDO DE
RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE, com fulcro
no artigo 5º LXV c/c 310, I CPP, pelas razões de fato e direito a
seguir expostas.

I - DOS FATOS

No dia 10 de março de 2011, o


REQUERENTE, após beber uma garrafa de vinho em sua
residência, saiu de sua sede na fazenda ___, pegou o seu carro e
passou a dirigir na estrada próxima a sua propriedade rural, após
cerca de 2 quilômetros dirigindo em uma estrada totalmente
deserta, o REQUERENTE foi abordado por uma equipe da
Polícia Militar, do qual o intuito da operação era procurar um
individuo foragido do presídio da região.
No entanto, quando o REQUERENTE saiu
do seu veículo, os policiais sentiram o cheiro de álcool e
induziram-no a realizar o teste de alcoolemia em aparelho de ar
alveolar, assim que foi realizado o teste foi constatado que o
REQUERENTE possuía a concentração de um miligrama por
litro de ar expelido pelos pulmões, sendo assim os policiais o
conduziram à Unidade de Polícia Judiciária, onde foi lavrado
Auto de Prisão em Flagrante pela prática do crime previsto no
artigo 306 da Lei 9.503/1997, c/c artigo 2º, II do Decreto
6.488/2008.
Porém, no Auto da Prisão foi negado ao
REQUERENTE o direito de falar com um advogado e familiares,
um ato ilegal, além disso o REQUERIDO passou dois dias
encarcerado na Delegacia de Polícia, sendo que a autoridade
policial não comunicou o fato ao juízo competente nem à
Defensoria Pública.
Por essas circunstâncias é feito o
pedido de RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE
com EXPEDIÇÃO DO ALVARÁ DE SOLTURA.

II - DO FUNDAMENTO JURÍDICO

A) DA PROVA ILÍCITA

Ao analisar o caso, é de suma


importância relembrar que o requerente foi compelido a realizar
o teste de alcoolemia em aparelho de ar alveolar.
Todavia, trata-se de prova ilícita, porque violou o direito do
requerente de não produzir prova contra si mesmo,
previsto no artigo 5o, inciso LXIII, da Constituição
Federal/88 e artigo 8o, § 2, alínea g, do
Decreto 678/92.
Além disso, o requerente foi forçado a realizar o teste de
alcoolemia.

Logo, trata-se de prova ilícita, nos termos do


artigo 157 do Código de Processo Penal , e artigo 5o, inciso LVI,
da Constituição Federal/88.

B) DO DIREITO À ADVOGADO E COMUNICAÇÃO À


FAMÍLIA
A autoridade policial negou ao requerente o direito de se
entrevistar com advogado, bem como não permitiu
comunicação com a família.

Todavia, nos termos do artigo 306, § 1o, do Código de


Processo Penal, e artigo 5o, inciso LXIII,
da Constituição Federal /88, o preso tem direito à
assistência de advogado.
Logo, deveria a autoridade policial viabilizar a presença de
advogado ou encaminhar a cópia dos autos à defensoria
Pública.

Além disso, a família do preso não foi imediatamente


comunicada sobre a prisão, havendo, portanto, violação ao
artigo 306, “caput”, do Código de Processo Penal , e
artigo 5o, inciso LXII, da Constituição Federal /88.

C) DA AUSÊNCIA DE COMUNICAÇÃO AO JUIZ


COMPETENTE E À
DEFENSORIA PÚBLICA
A autoridade policial não comunicou a prisão ao juiz
competente, nem tampouco à Defensoria Pública.

Todavia, nos termos do artigo 306, § 1o, do Código de


Processo Penal, e artigo 5o, inciso LXII,
da Constituição Federal, a prisão deveria ser comunicada
imediatamente ao juiz competente, bem como à Defensoria
Pública, no prazo de 24 horas.
Logo, trata-se de prisão ilegal.

D) DA NO TA DE CULPA
Após o decurso de dois dias da lavratura da prisão em
flagrante, o Delegado não havia comunicado e, portanto,
encaminhado os autos ao juiz competente, não entregando,
pois, a nota de culpa.

Todavia, conforme o artigo 306, § 2o, do Código de Processo


Penal, no prazo de 24 horas após a realização da prisão,
deveria ser entregue a nota de culpa ao flagrado.
Logo, trata-se de prisão ilegal.

III - DOS PEDIDOS

Ante o exposto requer julgar TOTALMENTE PROCEDENTE


OS PEDIDOS:

I- O relaxamento da prisão em flagrante;

II- Expedição do alvará de soltura;

III - Vista ao Ministério Público.


Termos em que:
P. Deferimento.

Local e Data
OAB nº

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