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CURSO DE PRÁTICA – PAULO SUMARIVA

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Aula 03
MODELO
Diante das provas colhidas no decorrer das investigações e relatadas acima, o
delegado infra assinado, em cumprimento ao disposto no art. 2°, §6°, da Lei
12.830/13, bem como em decorrência dos dispositivos penais atinentes, indicia
XXXXXX e XXXXXX, como incursos no crime previsto pelo art. 121, §2°, inciso II do
Código Penal, que segundo o art. 1°, inciso I da Lei 8.072/90, é crime hediondo.

Fundamenta-se o indiciamento pela presença de prova da materialidade,


consubstanciada pelo Relatório de Local de Crime de fls.__ e pelo Laudo de Exame
Cadavérico da vítima de fls. __, que compravam a ocorrência do crime de homicídio.
E de fortes indícios de que a autoria do crime em questão se deve às pessoas dos
indiciados, os quais agiram motivados pela torpeza, já que foram determinados pela
ganância em haverem para si o produto da venda de drogas ilícitas que praticaram
com a vítima, conforme os depoimentos de fls.__ e o relatório de investigação das
câmeras de segurança de fls.__.

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RELATÓRIO DE INQUÉRITO POLICIAL

Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido
preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta
hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30
dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará
autos ao juiz competente. § 2o No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas
que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser
encontradas.
§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a
autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores
diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à
prova, acompanharão os autos do inquérito.
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MODELO DA PEÇA
Inquérito Policial:
Natureza:
Vítima:
Investigado:
Meritíssimo Juiz.

O presente Inquérito Policial foi iniciado mediante portaria, fls. 02, para apurar
conduta, em tese, tipificada no artigo 155, “caput” do Código Penal, praticado em ___,
no período vespertino, na Avenida ___, bairro __, cidade __, por ______, uma vez que
subtraiu, para si, um aparelho celular, marca Nokia, modelo X-1, cor preta, pertencente a
_____ que estava sobre o balcão de atendimento do estabelecimento comercial deste.
Consta nos autos que a vitima, fls. __, por volta das ___, efetuou uma ligação de seu
telefone celular e em seguida deixou-o sobre o balcão de sua loja denominada ____, ao
lado do computador e, como estava sozinho, em seguida foi até os fundos do prédio
para desmontar um compressor.

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Por volta das ___, quando já se preparava para encerrar seu período
de trabalho, deu pela falta de seu aparelho celular, quando então,
juntamente com alguns clientes, passaram a procurá-lo, momento em
que um homem desconhecido, que passava defronte à loja, comentou
ter presenciado um individuo conhecido pela alcunha ___
estacionando uma bicicleta próximo ao local por volta das ____,
entretanto, esta pessoa não o presenciou subtraindo o aparelho
celular.
O fato foi noticiado junto à Delegacia ___, fls. ___ e, em
declarações, BELTRANO, fls. ___, confessou ter subtraído o aparelho
celular e em seguida teria vendido-o para pessoa desconhecida pelo
valor de R$ 15,00 (quinze reais), alegando que no momento da venda
informou o comprador que aquele aparelho celular era produto de
furto.
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Diante do desconhecimento do provável receptador, representou-se
judicialmente para que fosse determinado às operadoras de telefonia celular o
fornecimento de demonstrativos de ligações efetuadas e recebidas pelo
aparelho celular objeto do furto, fls. ___, com ofícios de fls. ___.
Após a vinda de todos os documentos fornecidos pelas operadoras
de telefonia, fls. __, o setor de investigações, através de análise da
documentação apurou que o aparelho celular pertencente a vitima encontrava-
se em poder de FULANA, genitora de BELTRANO, sendo o mesmo
devidamente apreendido, fls. __, avaliado em R$ 50,00 (cinqüenta reais), fls.
__, reconhecido pela vitima, fls. ___ e devidamente entregue a este, fls. ___.
Em declarações, FULANA, fls. ___, confirmou ter BELTRANO, em data
que não se recordava, comparecido em sua residência com o aparelho celular
e pedindo-lhe o valor de R$ 20,00 (vinte reais) pelo mesmo. Como estava
precisando de referido objeto e BELTRANO informou-a de que havia ganhado
aquele aparelho celular, pagou o valor solicitado pelo mesmo e inseriu nele um
chip passando a usá-lo normalmente até ocorrer o bloqueio.
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Diante dos elementos probatórios carreados aos autos e já
devidamente descritos, não restou duvida de ter sido Fulano de tal a
pessoa que subtraiu o aparelho celular da vitima, sendo determinado a
formalização do indiciamento do mesmo pela pratica do ilícito
tipificado no artigo 155, “caput” do Código Penal, fls. 178/181, com
pesquisa de antecedentes criminais, fls. 185/207, ficando também
claramente demonstrado que Fulana de tal de forma dolosa, adquiriu o
aparelho celular sabendo-o produto de ilícito, razão da formalização de
seu indiciamento pela pratica do ilícito tipificado no artigo 180, “caput”
do Código Penal, fls. 147/151, com pesquisa de antecedentes criminais
às fls. 152/156.
É o relatório, nos termos do artigo 10 do Código de Processo
Penal.
Cidade, data. Nome, cargo e assinatura
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Medidas cautelares pessoais:

PRISÃO TEMPORÁRIA

Lei 7.960/89

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Art. 1° Caberá prisão temporária:
I - quando imprescindível para as investigações do inquérito
policial;
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer
elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade;
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer
prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação
do indiciado nos seguintes crimes:

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a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);
b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);
e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo
único); (Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940)
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223,
caput, e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940)
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo
único); (Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940)
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);

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j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia
ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado
com art. 285);
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro
de 1956), em qualquer de sua formas típicas;
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro
de 1976);
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de
junho de 1986).
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. (Incluído pela
Lei nº 13.260, de 2016)
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Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da
autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5
(cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada
necessidade.
§ 1° Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir,
ouvirá o Ministério Público.
§ 2° O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado e
prolatado dentro do prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a partir do
recebimento da representação ou do requerimento.
§ 3° O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público e do
Advogado, determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar informações e
esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo de delito.

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§ 4° Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de
prisão, em duas vias, uma das quais será entregue ao
indiciado e servirá como nota de culpa.
§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o
período de duração da prisão temporária estabelecido
no caput deste artigo, bem como o dia em que o preso deverá
ser libertado. (Incluído pela Lei nº 13.869. de 2019)
§ 5° A prisão somente poderá ser executada depois da
expedição de mandado judicial.
§ 6° Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso
dos direitos previstos no art. 5° da Constituição Federal.

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§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a
autoridade responsável pela custódia deverá,
independentemente de nova ordem da autoridade judicial, pôr
imediatamente o preso em liberdade, salvo se já tiver sido
comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da
decretação da prisão preventiva. (Incluído pela Lei nº
13.869. de 2019)
§ 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no
cômputo do prazo de prisão temporária. (Redação dada
pela Lei nº 13.869. de 2019)
Art. 3° Os presos temporários deverão permanecer,
obrigatoriamente, separados dos demais detentos.
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Lei dos Crimes Hediondos – 8.072/90
Art. 2.o Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo ...
§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960,
de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo,
terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período
em caso de extrema e comprovada necessidade.

Cabe prisão temporária para todos os crimes hediondos e


equiparados!!!

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I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por
um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII); (Redação dada
pela Lei nº 13.964, de 2019)
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art.
129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função
ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em
razão dessa condição;
II - roubo: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V); (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma de
fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º); (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
III - extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou morte (art.
158, § 3º); (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); (Inciso
incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)

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V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); (Redação dada pela Lei nº
12.015, de 2009)
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o). (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou
medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de
1998). (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998)
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou
de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). (Incluído pela Lei nº 12.978, de 2014)
IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum (art. 155,
§ 4º-A). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956; (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei nº 10.826, de
22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de
2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 da Lei nº
10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
V - o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou
equiparado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
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MODELO DA PEÇA

FUNDAMENTO LEGAL
O Delegado de Polícia que subscreve o presente, no exercício dos poderes e
atribuições conferidos pelo artigo 144 da Constituição Federal, pela Lei 12.830/2013 e
Código de Processo Penal, nos autos do Inquérito Policial nº __, vem à presença de
Vossa Excelência para REPRESENTAR pela decretação da PRISÃO TEMPORÁRIA DE
BELTRANO (qualificação), possível autor de crime de XXXXX, com fundamento no art.
1º, incisos I e III , da Lei nº 7.960/89 , sendo tal medida imprescindível para as
investigações, passando para tanto a expor o que se segue:

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DOS FATOS
Conforme consta do registro de ocorrência (BO nº
__/2015) , por volta das ___ do dia ____, na residência
situada na rua ______, bairro ____, cidade, foi assassinado
BELTRANO (qualificar), através de espancamento,
havendo, ainda, marcas de ferimentos causados por faca
em seu corpo, sendo certo que a morte deu-se por
hemorragia interna (conforme Laudo Pericial n. /2015),
caracterizando o crime de homicídio qualificado pelo
motivo cruel, artigo 121, § 2º, III do Código Penal, definido
como crime hediondo conforme disposto no artigo 1º, I da
Lei 8.072/90.
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ELEMENTOS INDICIÁRIOS

Foram empreendidas diversas diligências de investigação no local, desde


aquela data, quando o nome do ora representado foi mencionado por diversas vezes
como sendo o autor do crime. Como no local impera a chamada “lei do silêncio” – onde
as eventuais testemunhas sabem dos fatos, porém se recusam a depor. Entretanto, hoje,
a testemunha _______ compareceu nesta Delegacia de Polícia e prestou depoimento.
Conforme o relato da testemunha, BELTRANO (qualificação), no dia dos fatos, teria ido
até sua residência, onde acabou confessando a prática da conduta delituosa, inclusive,
portava uma faca suja de sangue. Informa, ainda, a testemunha, que o ora representado
encontrava-se na companhia de SICRANO, que foi citado por alguns moradores do
bairro como sendo coautor do crime. Finalmente, relata a testemunha que BELTRANO
estaria, atualmente, escondido na rua ___, bairro ____, cidade.
Não existem ainda elementos de convicção de justifiquem o pedido de prisão
temporária de SICRANO, o que deixamos de realizar no momento.

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NECESSIDADE DO PEDIDO

POSTO ISSO, considerando a existência de um


crime hediondo, REPRESENTO a Vossa Excelência, pela
PRISÃO TEMPORÁRIA de BELTRANO, pelo prazo de trinta
dias, podendo ser prorrogado por igual período,
considerando a existência de fundadas razões de ser o
autor do crime em comento e para que seja possível a
colheita de novos elementos indiciários.
Cidade e data.
Nome, cargo e assinatura

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EXERCÍCIO
Em 10/01/2018, às 21 horas, os Policiais Militares Romão e
Júnior conduzindo a viatura PM 01.001, foram acionados para
comparecer à Avenida da Saudade, defronte ao Supermercado
do Aninho, no bairro Boa Esperança, na cidade de Goiânia,
uma vez que havia ali um cadáver. No local os policiais
encontraram um corpo semi nu, que pertencia a uma mulher,
que tinha em seu poder uma bolsa, com todos os seus
documentos, telefone celular e dinheiro. A vítima foi identificada
com sendo Maria do Rosário. Foi preservado o local e
acionado o Delegado de Polícia, o qual requisitou a perícia.

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Apurou-se através do exame necroscópico que Maria do
Rosário foi morta após receber seis facadas, com veementes
indícios de prática de atos de tortura, uma vez que a vítima
apresentava hematomas por todo o corpo. A arma do crime foi
encontrada próxima ao cadáver, com manchas de sangue. Os
fatos foram registrados no Plantão Policial de Goiânia, tendo
sido instaurado inquérito policial pela Delegacia de Defesa da
Mulher daquela cidade. A Autoridade Policial requisitou todas
as perícias necessárias, e determinou ao Setor de
Investigações daquela Delegacia Especializada que procede a
busca de elementos indiciários.

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Foi possível apurar que Maria do Rosário era casada e estava em processo de separação. Já
tinha outro companheiro, entretanto, o seu marido, de nome Pedro da Silva, não aceitava este
relacionamento e vivia ameaçando-a. Existam três boletins de ocorrência naquela DDM
narrando supostas ameaças contra a vítima, entretanto, em nenhuma das ocorrências houve
representação da vítima para início da persecução penal. O atual companheiro da vítima,
Roberval dos Anjos, foi ouvido no inquérito, tendo relatado que estava com ela em um caso
amoroso há um mês, e que durante este período, seu marido sempre perturbava a relação,
seguindo a vítima pelas ruas, indo ao seu trabalho, e fazendo inúmeras ligações telefônicas a
ela. No dia em que ocorreu a morte da vítima, esta teria informado Roberval que iria ter uma
conversa definitiva com seu marido e iria acertar os detalhes da separação. Pedro da Silva já
cumpriu pena em 2013 por tráfico de drogas, e estava em liberdade. Entretanto, desde a data
da morte de Maria do Rosário, estava desaparecido.
Em face do relato acima apresentado, na condição de delegado de polícia que preside o
inquérito policial em questão, elabore a peça de polícia judiciária pertinente à continuidade das
investigações do crime que vitimou Maria do Rosário. Fundamente suas explanações e não
crie fatos novos.

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Excelentíssimo Senhor Dr. Juiz de Direito de uma das Varas da Comarca de
Goiânia.

Inquérito nº_____.

A Polícia Civil do Estado de Goiás , representada pelo Delegado de Polícia que


esta subscreve no exercício dos poderes e atribuições conferidas pelo art. 144 §4º
da Constituição Federal, c/c art. __ da Constituição Estadual, c/c art. 4º e 6º do
Código de Processo Penal e Lei nº 12.830/2013 , usando de suas atribuições legais,
vem à presença de Vossa Excelência representar pela decretação da PRISÃO
TEMPORÁRIA , de Pedro da Silva, brasileiro, portador de RG nº _____, inscrito sob
o CPF/MF nº ____, residente e domiciliado à rua___________, com fundamento no
art. 1º, I e III “a”, da Lei nº 7.960/89 , sendo tal medida imprescindível para as
investigações, passando para tanto a expor o que se segue:

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DOS FATOS :

À vista dos presentes autos do Inquérito Policial instaurado em face da portaria, Às fls. __,
surgiu a notícia que havia ocorrido um HOMICÍDIO QUALIFICADO, art. 121, §2º, IV do Código
Penal , ocorrido em 10 de janeiro de 2015.
Consta no Boletim de Ocorrência, fls.__, que a vítima Sra. Maria do Rosário, estava em
processo de separação com seu marido Sr. Pedro da Silva, porém, já estava em outro
relacionamento com o Sr. Roberval dos Anjos, relacionamento este que não era aceito pelo
seu marido, que vivia ameaçando a vítima. Já haviam sido elaborados três boletins de
ocorrência na DDM de Goiânia, narrando supostas ameaças, contra a vítima, entretanto em
nenhuma das ocorrências houve representação da vítima para o início da representação penal.
O Sr Roberval dos Anjos, atual companheiro da vítima, foi ouvido no inquérito, tendo
relatado que estava em um caso amoroso com a vítima há um mês, e que durante esse
período o Sr Pedro da Silva, marido da vítima, sempre perturbava a relação dele com a Sra.
Maria do Rosário, seguindo-a pelas ruas, indo ao seu trabalho, e fazendo inúmeras ligações a
vítima. Salienta ainda o depoente, que no dia em que ocorreu a morte da vítima, esta teria lhe
informado que iria ter uma conversa definitiva com seu marido e iria acertar os detalhes da
separação.
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• ELEMENTOS INDICIÁRIOS :
• Foram empreendidas diversas diligências de investigação no local, desde a data do fato, e
constatou-se que o Sr Pedro da Silva, já havia sido condenado e cumprido pena por tráfico de
drogas em 2013 e encontrava-se em liberdade, porém, após a morte de Maria do Rosário o
mesmo nunca mais foi visto, e encontra-se desaparecido.
• DO DIREITO:
• Consoante disposição do art. 1º da Lei 7.960/89 em seu inciso I, resta autorizada o instituto
da prisão temporária quando imprescindível para as investigações do Inquérito Policial, nos
casos do rol do inciso III do mesmo artigo.
• Por oportuno, a alínea “a” do inciso III, permite a cautelar quando houver fundadas razões,
de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria no crime de
FEMINICÍDIO previsto no art. 121, §2º, VI, do código penal .

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DO PEDIDO:

Posto isso, por força dos elementos de convicção constantes do Inquérito


Policial nº__, com fulcro no art. 1º, I e III da Lei nº 7.960/89, considerando a
existência de um crime hediondo, represento a Vossa Excelência pela PRISÃO
TEMPORÁRIA de Pedro da Silva, pelo prazo de 30 (trinta) dias , podendo ser
prorrogado por igual período, considerando a existência de fundadas razões de ser
o autor do crime em comento e para que seja possível a colheita de novo elementos
indiciários.

Goiânia, ____de________________de_____.

Ass.
NOME
DELEGADO DE POLÍCIA
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PRISÃO PREVENTIVA
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a
prisão preventiva decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do
querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade
policial. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública,
da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a
aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício
suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do
imputado. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento
de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art.
282, § 4o). (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

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§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada
em receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que
justifiquem a aplicação da medida adotada. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão
preventiva: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4
(quatro) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em
julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; (Redação dada pela Lei
nº 12.403, de 2011).
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança,
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução
das medidas protetivas de urgência; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
2011).

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§ 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver
dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não
fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o
preso ser colocado imediatamente em liberdade após a
identificação, salvo se outra hipótese recomendar a
manutenção da medida. (Redação dada pela Lei nº 13.964,
de 2019)
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com
a finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como
decorrência imediata de investigação criminal ou da
apresentação ou recebimento de denúncia. (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019)
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Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz
verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas
condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal. (Redação dada
pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva
será sempre motivada e fundamentada. (Redação dada pela Lei nº
13.964, de 2019)
§ 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de qualquer outra
cautelar, o juiz deverá indicar concretamente a existência de fatos novos ou
contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)

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