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PRISÕES E AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA

Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até
24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover
audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado constituído
ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa
audiência, o juiz deverá, fundamentadamente:
I - relaxar a prisão ilegal; ou
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os
requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou
insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
1. CEBRASPE - Escrivão - PCDF/2021
A respeito da prisão em flagrante e dos vários aspectos relacionados a esse
assunto, julgue o item que se segue.
Em razão da existência das audiências de custódia, não pode o delegado
relaxar o flagrante realizado por policiais militares, ainda que eivado de vícios.

JUSTIFICATIVA DA BANCA
O delegado de polícia deve ser um filtro de legalidade das prisões em
flagrante realizadas pela polícia ostensiva, não podendo se contentar ao papel
de mero validador de suas ações. No momento em que o delegado vislumbra
hipótese de ilegalidade na condução, especialmente em condutas atípicas, ele
deve cumprir o direito e observar as garantias processuais e penais do
conduzido, devendo relaxar a prisão ilegal. Do contrário, seria o delegado
obrigado a dar sequência à ilegalidade sofrida pelo conduzido.
2. CEBRASPE - AGENTE - DEPEN/2021
o item seguinte apresenta uma situação hipotética seguida de uma assertiva a
ser julgada, acerca de direito processual penal.
Por ocasião da realização da audiência de custódia relativa a determinada
prisão em flagrante, o juiz verificou a legalidade da prisão e procedeu ao
interrogatório do preso. Nessa situação, o juiz agiu corretamente, pois a
audiência de custódia é o momento processual adequado para a realização do
interrogatório do preso, visto que ela é realizada em data próxima à da
ocorrência dos fatos.
3. Instituto AOCP - Investigador - PCPA/2021
Fazendo ronda em determinado bairro de Marabá-PA, a Polícia Militar decide
aleatoriamente invadir uma residência para apurar eventual depósito de
entorpecentes. Infiltrando-se na morada, encontra meio quilo de maconha
guardado em um cofre de metal. De imediato, os policiais deram ordem de
prisão em flagrante contra o morador do local, Sicrano, pessoa reincidente em
crime. Diante dessa situação hipotética e dos fatos apresentados, assinale a
alternativa correta.
a) Sicrano será levado à Delegacia de Polícia e a autoridade policial converterá
sua prisão em flagrante em prisão preventiva.
b) Mesmo reincidente, Sicrano poderá celebrar acordo de não persecução penal
com o Ministério Público, vez que o delito a ele imputado não foi cometido com
violência ou grave ameaça à pessoa.
c) A prisão deve ser relaxada e a diligência declarada nula, por constituir prova
ilícita derivada da ilegal invasão domiciliar.
d) Deve ser agendada audiência de custódia para que o magistrado competente
desclassifique o indiciamento por tráfico para o de porte para consumo de
entorpecentes.
e) Sicrano não poderá ter sua prisão em flagrante relaxada pelo Poder
Judiciário por ser reincidente em condenação criminal anterior.
(STJ. 6ª Turma. REsp 1574681-RS, julgado em 20/4/2017)
“O ingresso regular da polícia no domicílio, sem autorização judicial, em caso de
flagrante delito, para que seja válido, necessita que haja fundadas razões (justa
causa) que sinalizem a ocorrência de crime no interior da residência. A mera
intuição acerca de eventual traficância praticada pelo agente, embora pudesse autorizar
abordagem policial, em via pública, para averiguação, não configura, por si só, justa
causa a autorizar o ingresso em seu domicílio, sem o seu consentimento e sem
determinação judicial.”
4. FGV - Delegado - PCRN/2021
Giovani foi preso em flagrante pela prática do crime de homicídio qualificado,
sendo lavrado o auto de prisão respectivo em 18/12/2020.
Considerando que até o dia 22/12/2020 o preso, sem qualquer motivação
idônea, ainda não havia sido apresentado ao juiz para realização de audiência
de custódia, a prisão:
a) será mantida, pois a realização da audiência de custódia é facultativa;
b) tornou-se ilegal, devendo ser relaxada pelo delegado de polícia;
c) será mantida, pois a audiência de custódia será dispensável quando tratar-
se de crime hediondo ou inafiançável;
d) tornou-se ilegal, devendo ser relaxada pela autoridade judiciária competente;
e) será mantida, pois a legislação vigente não prevê a realização de audiência
de custódia.
Art. 310. § 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do
prazo estabelecido no caput deste artigo, a não realização de audiência
de custódia sem motivação idônea ensejará também a ilegalidade da
prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo da
possibilidade de imediata decretação de prisão preventiva.
5. IDECAN - Inspetor - PCCE/2021
Jorge, engenheiro, e José, policial militar, efetuaram a prisão em flagrante de
Paulo, conhecido por furtar objetos no centro da cidade. Na sua última
investida, ao tentar furtar o celular de Jorge, este saiu em perseguição a Paulo,
juntamente com o policial militar José, que, presenciando o fato, também saiu
em disparada no intuito de capturar o criminoso, o que foi feito.
Levado para a Delegacia Policial e apresentado à autoridade, esta determinou a
oitiva do condutor/testemunha José, da vítima Jorge e do conduzido Paulo,
determinando seu recolhimento à prisão. Acerca das disposições sobre prisão
em flagrante no Código de Processo Penal, assinale a alternativa correta.
a) A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em
flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos três
pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à autoridade.
b) Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, os
prazos serão contados em dobro.
c) Em até 48 (quarenta e oito) horas após a realização da prisão, será
encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o
autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria
Pública.
d) Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação
sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma
deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos
filhos, indicado pela pessoa presa.
e) Transcorridas 48 (quarenta e oito) horas após a prisão em flagrante sem a
realização de audiência de custódia sem motivação idônea ensejará também a
ilegalidade da prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo
da possibilidade de imediata decretação de prisão preventiva.
Art. 304. § 2° A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão
em flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos
duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à autoridade.
Art. 304. § 4° Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a
informação sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem
alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos
cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
Art. 306. § 1° Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão,
será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o
autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria
Pública.
Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o
preso será logo apresentado à do lugar mais próximo.
6. CEBRASPE - Agente - PCSE/2021
No que tange à implantação das audiências de custódia no estado de Sergipe e
às modalidades de prisão previstas no ordenamento jurídico brasileiro, julgue o
item a seguir.
Considere que um indiciado preso pelo crime de tráfico de drogas tenha sido
apresentado para audiência de custódia, ocasião em que o juiz, de ofício,
converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva. Nessa situação, dada a
gravidade do crime, é legal o procedimento adotado pelo magistrado.
(STF, HC 188.888/MG, 06-10-2020).
"[...] – A Lei nº 13.964/2019, ao suprimir a expressão “de ofício” que constava do
art. 282, §§ 2º e 4º, e do art. 311, todos do Código de Processo Penal, vedou,
de forma absoluta, a decretação da prisão preventiva sem o prévio
“requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal,
por representação da autoridade policial ou mediante requerimento do
Ministério Público” não mais sendo lícita, portanto, com base no ordenamento
jurídico vigente, a atuação “ex officio” do Juízo processante em tema de
privação cautelar da liberdade."
(STJ, HC 590.039/GO, 20-10-2020).
"[...] 4. Assim, a partir das inovações trazidas pelo Pacote Anticrime, tornou-se
inadmissível a conversão, de ofício, da prisão em flagrante em preventiva.
Portanto, a prisão preventiva somente poderá ser decretada mediante
requerimento do Ministério Público, do assistente ou querelante, ou da
autoridade policial (art. 311 do CPP), o que não ocorreu na hipótese dos
presentes autos."
7. FGV - Inspetor - PCRJ/2022
Em relação às audiências de custódia, é correto afirmar que:
a) as audiências devem ser realizadas em até 24 horas, sob pena de ilegalidade
automática da prisão;
b) a substituição do flagrante por prisão preventiva não altera a ilegalidade da
ausência de audiência de custódia;
c) a substituição do flagrante por cautelar alternativa não altera a ilegalidade da
ausência de audiência de custódia;
d) a convolação do flagrante em preventiva, na audiência de custódia, demanda
provas sólidas e conclusivas;
e) a alegação de nulidade na audiência de custódia fica superada pela
decretação de novo título prisional.
(STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 669.316/PR, julgado em 08/06/2021).
“A conversão do flagrante em prisão preventiva torna superada a alegação de
nulidade relativamente à falta de audiência de custódia.”
(STF. 2ª Turma. HC 198896, julgado em 14/06/2021)
“A ausência de realização de audiência de custódia é irregularidade que não
conduz à automática revogação da prisão preventiva, cabendo ao juízo da
causa promover análise acerca da presença dos requisitos autorizadores da
medida extrema.”
(STJ. 6ª Turma. RHC 154.274/MG, julgado em 14/12/2021)
“não realização de audiência de custódia no prazo de 24 horas não acarreta a
automática nulidade do processo criminal, assim como que a conversão
do flagrante em prisão preventiva constitui novo título a justificar a
privação da liberdade, ficando superada a alegação de nulidade
decorrente da ausência de apresentação do preso ao Juízo de origem.
8. CEBRASPE - Delegado - PF/2021
José, réu primário, foi preso em flagrante acusado de ter praticado crime doloso
punível com reclusão de no máximo quatro anos. Na audiência de custódia, o
juiz decretou a prisão preventiva de ofício. No entanto, a defesa de José
solicitou, em seguida, a reconsideração da decisão, com base no argumento de
que a conduta do preso era atípica. O juiz acatou a tese e relaxou a prisão.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente.
Nessa situação, a primeira decisão do juiz foi regular, já que os tribunais
superiores têm admitido, de ofício, a conversão da prisão em flagrante em
prisão preventiva durante a audiência de custódia.
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da
prisão preventiva:
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima
superior a 4 (quatro) anos;
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em
julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei nº
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal;
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança,
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a
execução das medidas protetivas de urgência;
9. FUMARC - Delegado - PCMG/2021
A respeito da prisão em flagrante, é INCORRETO afirmar:
a) A realização de audiência de custódia se restringe aos casos de prisão em
flagrante delito.
b) Nos crimes permanentes, a prisão em flagrante pode ser efetuada enquanto
não cessar a permanência.
c) O presidente da república não pode ser preso em flagrante delito por mais
grave que seja o crime praticado.
d) Se o autor do delito não foi preso no local da infração e não está sendo
perseguido, sua apresentação espontânea perante a autoridade policial impede
a prisão em flagrante.
10. FAPEC - Agente - PCMS/2021
Assinale a alternativa correta sobre Prisão em Flagrante, nos termos do Código
de Processo Penal.
a) Considera-se em flagrante delito quem está cogitando a infração penal.
b) Considera-se em flagrante delito quem é encontrado, em até vinte e quatro
horas, com instrumentos, armas, objetos ou papeis que façam presumir ser ele
autor da infração.
c) Nas infrações habituais, entende-se o agente em flagrante delito enquanto
não cessar a habitualidade.
d) Na audiência de custódia, o juiz deverá, ao apreciar o auto de prisão em
flagrante, relaxar a prisão ilegal, converter o flagrante em prisão preventiva ou
conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
e) A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados
obrigatória e imediatamente ao juiz competente e ao Ministério Público, bem
como facultativamente e no prazo de vinte e quatro horas à família do preso ou
à pessoa por ele indicada.
11. FAPEC - Delegado - PCMS/2021
A audiência de custódia ou, para alguns doutrinadores, “audiência de
apresentação”, é um direito fundamental do preso, visando a evitar condutas
arbitrárias por parte dos órgãos de segurança pública. Inicialmente, esse
documento emergiu de tratados e de convenções internacionais de direitos
humanos com status de normas supralegais, a exemplo do Pacto de São José
da Costa Rica que, em seu art. 7.º, item 5, preconizou: “(...) toda pessoa presa,
detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença de um juiz ou
outra autoridade autorizada por lei a exercer funções judiciais e tem o direito de
ser julgada em prazo razoável (...)”. Posteriormente, com o advento do Pacote
Anticrime – Lei nº 13.964/2019, esse direito passou a constar expressamente,
também, do Código de Processo Penal Brasileiro. Acerca do tema, assinale a
alternativa correta.
a) A jurisprudência entende que é possível a realização da audiência de
custódia por meio de videoconferência.
b) A ausência de realização de audiência de custódia implica a nulidade do
decreto de prisão preventiva.
c) Se, na audiência de custódia, o juiz determina o relaxamento da prisão em
flagrante sob o argumento de que o fato é atípico, pode-se afirmar que essa
decisão faz coisa julgada material.
d) Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 48
(quarenta e oito horas) horas após a realização da prisão, o juiz deverá
promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado
constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério Público.
e) A audiência de custódia apenas é obrigatória para a prisão em flagrante,
sendo facultativa nas demais modalidades de prisão.
Art. 3º - B, § 1º O preso em flagrante ou por força de mandado de prisão
provisória será encaminhado à presença do juiz de garantias no prazo de 24
(vinte e quatro) horas, momento em que se realizará audiência com a presença
do Ministério Público e da Defensoria Pública ou de advogado constituído,
vedado o emprego de videoconferência.
(STF, HC 186.421/SC, 20-10-2020).
"[...] 3. A pandemia causada pelo novo coronavírus não afasta a
imprescindibilidade da audiência de custódia, que deve ser realizada, caso
necessário, por meio de videoconferência, diante da ausência de lei em
sentido formal que proíba o uso dessa tecnologia. A audiência por
videoconferência, sob a presidência do Juiz, com a participação do autuado, de
seu defensor constituído ou de Defensor Público, e de membro do Ministério
Público, permite equacionar as medidas sanitárias de restrição decorrentes do
contexto pandêmico com o direito subjetivo do preso de participar de ato
processual vocacionado a controlar a legalidade da prisão."
12. IDECAN - Inspetor - PCCE/2021
Têm sido recorrentes no Judiciário questionamentos relativos aos autos de
prisão em flagrante lavrados pelas Autoridades Policiais. O Superior Tribunal de
Justiça já teve a oportunidade de se manifestar várias vezes sobre a prisão em
flagrante, deixando registrada sua posição sobre diversos pontos importantes.
Nesse cenário, assinale a afirmativa INCORRETA no tocante à posição do
Superior Tribunal de Justiça sobre o tema.
a) No tocante ao flagrante retardado ou à ação controlada, a ausência de
autorização judicial não tem o condão de tornar ilegal a prisão em flagrante
postergado, uma vez que o instituto visa a proteger o trabalho investigativo,
afastando a eventual responsabilidade criminal ou administrativa por parte do
agente policial.
b) Uma vez decretada a prisão preventiva, fica superada a tese de excesso de
prazo na comunicação do flagrante.
c) Realizada a conversão da prisão em flagrante em preventiva, fica superada a
alegação de nulidade porventura existente em relação à ausência de audiência
de custódia.
d) Ocorre nulidade no auto de prisão em flagrante quando da ausência de
assistência por advogado e não seja oportunizado ao conduzido o direito de ser
assistido por defensor técnico, ainda que a autoridade policial registre os
direitos do preso previstos no art. 5º, LXIII, da Constituição Federal.
e) Não há nulidade da audiência de custódia por suposta violação da Súmula
Vinculante 11 do STF, quando devidamente justificada a necessidade do uso de
algemas pelo segregado.
Jurisprudência em Teses na edição nº 120 - STJ
6) Eventual nulidade no auto de prisão em flagrante devido à ausência de
assistência por advogado somente se verifica caso não seja oportunizado ao
conduzido o direito de ser assistido por defensor técnico, sendo suficiente a
lembrança, pela autoridade policial, dos direitos do preso previstos no art.
5°, LXIII, da Constituição Federal
13. FGV - Inspetor - PCRJ/2022
A respeito da audiência de custódia, é correto afirmar que:
a) o estabelecimento da audiência de custódia no Código de Processo Penal
pela Lei nº 13.964/2019 concretiza disposição da Convenção de Palermo em
reforço aos princípios constitucionais do contraditório, da ampla defesa e da
segurança jurídica;
b) a não realização da audiência de custódia, por si só, é apta a ensejar a
ilegalidade da prisão cautelar imposta ao capturado, diante da necessidade de
respeito aos direitos e garantias previstos na Constituição da República de 1988
e no Código de Processo Penal;
c) operada a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, fica
superada a alegação de nulidade na ausência de apresentação do preso ao
juízo com competência para a audiência de custódia, logo após o flagrante;
d) a realização de audiência de custódia não pode ser dispensada em razão
das limitações decorrentes da crise provocada pela pandemia de Covid-19,
conforme orientação do Conselho Nacional de Justiça;
e) a captura do agente em decorrência do cumprimento de títulos prisionais
distintos da prisão em flagrante dispensa a realização da audiência de custódia,
diante do prévio controle da prisão pelo Poder Judiciário.
14. FGV - Perito - PCRJ/2021
Sobre o uso de algemas, é correto afirmar que:
a) é possível o uso de algema de calcanhar, acompanhada ou não das
algemas de pulso, para evitar o risco de fuga do réu;
b) não é possível seu uso no réu durante a Sessão Plenária do Júri, em razão
do risco de influência dos jurados;
c) a opinião de policiais responsáveis pela escolta sobre a garantia da
segurança dos presentes é irrelevante;
d) a necessidade de preservar a integridade física dos próprios policiais não
pode ser invocada como fundamento válido;
e) não é possível seu uso no réu durante a realização da oitiva na audiência de
custódia.
Súmula Vinculante 11
Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de
fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou
de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de
nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado.

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