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Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando -se o autor à responsabilização civil e criminal.

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SUMÁRIO
CONCURSO DE CRIMES .............................................................................................. 3
Conceito ................................................................................................................. 3
Sistemas de Aplicação de Pena ............................................................................ 3
Cúmulo Material .................................................................................................. 3
Exasperação ........................................................................................................ 3
Concurso Material .................................................................................................. 4
Conceito .............................................................................................................. 4
Espécies ............................................................................................................... 5
Sistema de Aplicação de Pena........................................................................... 5
Concurso Formal (Ideal) ......................................................................................... 6
Espécies ............................................................................................................... 6
Concurso Formal Próprio (Perfeito) ..................................................................... 7
Concurso Formal Impróprio (Imperfeito) ............................................................. 9
Crime Continuado (Continuidade Delitiva) ......................................................... 11
Conceito ............................................................................................................ 11
Requisitos ........................................................................................................... 12
Sistema de Aplicação de Pena......................................................................... 14
Crime Continuado Específico ........................................................................... 17

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando -se o autor à responsabilização civil e criminal.

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CONCURSO DE CRIMES
CONCEITO
O concurso de crimes ocorre quando o agente, por meio de uma ou mais
condutas, pratica uma pluralidade de crimes.

SISTEMAS DE APLICAÇÃO DE PENA


O Código Penal adotou 02 (dois) sistemas de aplicação de pena: cúmulo
material e exasperação.

CÚMULO MATERIAL
O cúmulo material consiste na soma das penas das infrações cometidas.

Dessa forma, se o agente pratica uma pluralidade de crimes, sua reprime nda
será o somatório das penas impostas para cada uma das infrações penais
cometidas.

Por exemplo, “A” praticou tráfico de drogas e com o proveito do crime,


investiu no mercado imobiliário para esconder a origem ilícita do patrimônio.

Nessa situação, aplicando-se o cúmulo material, o juiz condenará o réu ao


equivalente à soma da pena do crime de tráfico de drogas e lavagem de capitais.

EXASPERAÇÃO
A exasperação corresponde à aplicação da pena de um dos crimes,
acrescida de determinada fração de aumento.

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando -se o autor à responsabilização civil e criminal.

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Por exemplo, “A”, ao avançar o sinal vermelho, atropela e mata “B” e “C”.

Nessa situação, “A” será condenado por 02 (dois) homicídios culposos e o juiz
aplicará um aumento de 1/6 na condenação mais grave, ao invés de somar as
penas.

De forma esquematizada:

CONCURSO MATERIAL
CONCEITO
O concurso material é previsto no art. 69 do Código Penal.

Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou


omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-
se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que
haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de
reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela.

Dessa forma, o concurso material ocorre quando o agente, mediante mais de


uma conduta, pratica mais de um crime.

Por exemplo, “A” praticou tráfico de drogas e com o proveito do crime,


investiu no mercado imobiliário para esconder a origem ilícita do patrimônio.

De forma esquematizada:

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando -se o autor à responsabilização civil e criminal.

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ESPÉCIES
O concurso material pode ser classificado em:

1. HOMOGÊNEO – As infrações praticadas são da mesma espécie;

2. HETEROGÊNEO – As infrações praticadas são de espécies distintas;

SISTEMA DE APLICAÇÃO DE PENA


O concurso material adota o cúmulo material, ou seja, as penas impostas ao
condenado devem ser somadas.

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Por fim, em relação às penas restritivas de direito, se houver compatibilidade,


é possível cumpri-las simultaneamente, nos termos do art. 69, §2º, do Código Penal.

Art. 69, § 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de


direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as que forem
compatíveis entre si e sucessivamente as demais.

CONCURSO FORMAL (IDEAL)


O concurso formal é previsto no art. 70 do Código Penal.

Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão,


pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a
mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas,
mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade.
As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação
ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de
desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.

Dessa forma, o concurso formal ocorre quando o agente, mediante uma só


conduta, pratica mais de um crime.

Por exemplo, “A”, ao avançar o sinal vermelho, atropela e mata “B” e “C”.

De forma esquematizada:

ESPÉCIES
O concurso formal pode ser classificado em:

1. HOMOGÊNEO – As infrações praticadas são da mesma espécie;

2. HETEROGÊNEO – As infrações praticadas são de espécies distintas;

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CONCURSO FORMAL PRÓPRIO (PERFEITO)


O concurso formal próprio é aquele em que o agente, mediante uma só
conduta, pratica mais de um crime, sem, contudo, agir com desígnio autônomo.

SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: “A”, dirigindo em alta velocidade, perde o controle do


veículo e atropela diversos pedestres, causando-lhes lesões corporais.

Nesse exemplo, por meio de apenas uma conduta (direção imprudente), “A”
acaba causando mais de uma infração penal, sem que hou vesse propósito de
praticá-los.

SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: “A”, intencionalmente, joga o carro na calçada para


atingir “B”, mas acaba atropelando, também, “C”.

Nesse exemplo, por meio de apenas uma conduta (dolosa), “A” acaba
causando mais de uma infração penal, uma dolosa (contra “B”) e outra culposa
(contra “C”).

No concurso formal próprio, adota-se o sistema da exasperação, ou seja,


aplica-se um aumento de pena (fração de aumento) sobre o crime mais grave (se
idênticos, qualquer deles).

A resposta é a quantidade de infrações praticadas.

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Assim, quanto mais infrações penais forem cometidas pela conduta do


agente, maior será a fração de aumento de pena imposta pelo concurso formal
próprio.

A tabela abaixo representa a regra adotada pela jurisprudência e doutrina:

Por exemplo, “A”, ao avançar o semáforo, atinge 08 pedestres, causando-lhes


lesão corporal. Nesse caso, o juiz irá aplicar um aumento de pena (exasperação)
com fração de ½.

O concurso material benéfico tem previsão legal no art. 70, parágrafo único,
do Código Penal.

Art. 70, Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que


seria cabível pela regra do art. 69 deste Código.

Nesse sentido, se o juiz, ao aplicar o sistema da exasperação, verificar que a


pena final ficou maior do que seria com o cúmulo material, deverá optar por esta
modalidade.

Por exemplo, “A”, com a intenção de matar, lança uma pedra contra “B”, que
efetivamente morre. Contudo, a pedra, ao rolar, acaba atingindo “C”, que sofre
lesão corporal.

Nesse caso, se “A” fosse condenado a 12 anos de reclusão pelo homicídio


doloso e 06 meses pela lesão corporal culposa, a somatória (12 anos e 06 meses)

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das penas seria mais interessante ao condenado do que a exasperação (12 + 12/6
= 14 anos).

CONCURSO FORMAL IMPRÓPRIO (IMPERFEITO)


O concurso formal impróprio é aquele em que o agente, mediante uma só
conduta, pratica mais de um crime, mas age com desígnios autônomos.

Como exemplo, “A”, percebendo que “B” e “C”, seus desafetos, atravessavam
a faixa de pedestres, acelera o carro e os atropela, levando-os à morte.

No concurso formal impróprio, considerando que a intenção do agente era


praticar as infrações, não será possível a aplicação da exasperação, mas do
cúmulo material, devendo as penas serem somadas.

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Segue um fluxograma que vai facilitar a compreensão das espécies de


concurso de crimes:

Há concurso de crimes.

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Nesse sentido, é a jurisprudência do STJ 1:

Aliás, trata-se de hipótese de concurso formal próprio.

CRIME CONTINUADO (CONTINUIDADE DELITIVA)


CONCEITO
O concurso material é previsto no art. 71, caput, do Código Penal.

Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou


omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas
condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras
semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como
continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada,
em qualquer caso, de um sexto a dois terços.

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https://www.dizerodireito.com.br/2012/11/concurso-formal-tudo-o-que-voce-precisa.html

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Dessa forma, o concurso material ocorre quando o agente, mediante mais de


uma conduta, pratica mais de um crime da mesma espécie em condições
semelhantes.

Há duas correntes distintas:

1. São os previstos no mesmo dispositivo legal. Assim, o crime continuado


pode ser aplicado às figuras simples, qualificadas, privilegiadas,
consumadas e tentadas. É a corrente majoritária;

2. São aqueles que atingem o mesmo bem jurídico. Em tese, seria possível
aplicar o crime continuado ao roubo e à extorsão, que tutelam o
patrimônio (tese rechaçada pela jurisprudência);

REQUISITOS
Para configurar o crime continuado, é necessário verificar o intervalo de
tempo entre as infrações cometidas.

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A jurisprudência adota o limite de 30 dias entre as infrações penais.

Contudo, é importante destacar que, excepcionalmente, a jurisprudência


admite intervalos temporais maiores, como ocorre em crimes tributários.

Segundo a jurisprudência, o crime continuado exige que as infrações penais


sejam cometidas na mesma comarca ou, no máximo, comarcas vizinhas.

Por fim, exige-se que o agente se valha do mesmo modus operandi na


execução do crime.

Dessa forma, não será possível reconhecer o crime continuado entre um roubo
majorado pelo concurso de pessoas e outro, pela utilização de arma de fogo.

Há duas correntes distintas.

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Inicialmente, é importante ressaltar que o art. 71, caput, do Código Penal não
apresenta como requisito a unidade de desígnio.

Assim:

1. Teoria Objetiva-Subjetiva – Além dos requisitos objetivos apresentados


no art. 71, caput, do Código Penal, é necessário que o agente aja em
unidade de desígnio, ou seja, que todas as condutas façam parte do
plano global do autor. É a corrente majoritária e defendida pela
jurisprudência;
2. Teoria Objetiva – Diante da omissão legislativa, não é necessária a
unidade de desígnio, assim, basta que sejam preenchidos os requisitos
objetivos apresentados no art. 71, caput, do Código Penal;

SISTEMA DE APLICAÇÃO DE PENA


O crime continuado adota a exasperação, ou seja, ou seja, aplica-se um
aumento de pena (fração de aumento) sobre o crime mais grave (se idênticos,
qualquer deles).

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Da mesma forma que ocorre no concurso formal próprio, a fração de aumento


varia de acordo com a quantidade de infrações penais praticadas em
continuidade delitiva.

Segue a tabela adotada pela jurisprudência:

A resposta é SIM.

Segundo a jurisprudência dos Tribunais Superiores, a imprecisão quanto ao


número de crimes praticados não impede a aplicação da causa de aumento de
pena em seu patamar máximo (2/3).

Por exemplo, “A”, tio de “B”, abusou sexualmente de sua sobrinha ao longo
de vários anos.

Nessa hipótese, ainda que não seja possível precisar a quantidade de vezes
que a vítima foi molestada, é possível aplicar o aumento em seu patamar máximo,
desde que comprovado que o abuso foi reiterado e perdurou ao longo de muito
tempo.

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Para sintetizar as espécies de concurso de crimes previstas no Código Penal:

Por outro lado, o sistema de aplicação esquematizado:

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CRIME CONTINUADO ESPECÍFICO

O crime continuado específico está previsto no art. 71, parágrafo único, do


Código Penal.

Art. 71, Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas


diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à
pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os
antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente,
bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de
um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até
o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do
art. 75 deste Código.

Nesse sentido, essa modalidade de crime continuado prevê um aumento de


pena significativamente superior, chegando até o triplo.

Segundo a doutrina, apesar do art. 71, parágrafo único, do Código Penal não
apontar a menor fração de aumento, o juiz deve utilizar a fração de 1/6, que é
prevista para o crime continuado comum.

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