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1. Conceito
Concurso de crimes: quando o agente mediante uma ou várias condutas, pratica duas
ou mais infrações penais, pode existir unidade ou pluralidade de condutas.
Cúmulo material: determina a soma das penas aplicadas para cada um dos delitos.
Adotado pelo CP. Art 69 e segunda parte do 70
Sistema da absorção – Aplica-se somente a pena da infração penal mais grave entre
todas as praticadas, sem que haja qualquer aumento. (consunção: crime meio e crime
fim).
Concurso formal: O agente pratica uma só conduta e produz dois ou mais resultados.
Art 70, CP
Espécies:
Resumão AP1 1
Perfeito (próprio) – o agente pratica uma única conduta e acaba por produzir dois
resultados, embora não pretendesse realizar ambos, ou seja, não há desígnios
autônomos (intenção de, com uma única conduta, praticar dolosamente mais de um
crime). Responde pelo crime mais grave com um acréscimo
•
Imperfeito (impróprio) – o agente vale-se de uma única conduta para, dolosamente,
produzir mais de um crime. Somam-se as penas.
Crime continuado: O agente comete o mesmo crime várias vezes, em diferentes ocasiões,
mas dentro de um único contexto temporal e espacial, sendo considerado uma única
infração penal devido à continuidade da conduta criminosa. Art 71, CP.
Requisitos:
Crimes da mesma espécie: A corrente que prevalece, inclusive no STJ, é a de que crimes da
mesma espécie são aqueles previstos pelo mesmo tipo penal, na forma simples,
privilegiada ou qualificada, consumados ou tentados. Além disso, devem tutelar o
mesmo bem jurídico.
Resumão AP1 2
OBS: É admissível Crime continuado entre delitos culposos, crimes tentados ou consumados,
comissivos ou omissivos, nas contravenções penais, bem como nos delitos que ofendem bens
personalíssimos.
APLICAÇÃO DA PENA: A pena pode ser conceituada como a resposta que a sociedade dá
ao indivíduo que transgride a ordem jurídico-penal estabelecida e consiste na privação ou
restrição de um bem jurídico do condenado (liberdade, patrimônio etc.), de forma a castigá-
lo e reeducá-lo.
O CP adotou o critério trifásico para a fixação da pena, ou seja, o juiz, ao apreciar o caso
concreto, quando for decidir a pena a ser imposta ao réu, deverá passar por 03 (três) fases:
1 fase: fixará a pena-base; 2 fase: fará a apuração das circunstâncias atenuantes e
agravantes; 3 fase: se encarregará da aplicação das causas de aumento e diminuição da
pena para que, ao final, chegue ao total de pena que deverá ser cumprida pelo réu.
A fixação do quantum da pena servirá para o juiz fixar o regime inicial de seu cumprimento
obedecendo as regras do artigo 33 do CP (regimes fechado, semiaberto e aberto) bem como
para decidir sobre a concessão do sursis e sobre a substituição da pena privativa de liberdade
por restritiva de direitos ou multa.
Cálculo da pena:
Fixação da pena: Art 59- Culpabilidade, antecedentes, conduta social, personalidade, motivos
do crime, circunstancias do crimes, consequências do crime, comportamento da vítima. Juiz
para chegar a pena aplicada (sentença pelo juiz), ele tem que ter ido pela cominada (aplicada
no tipo).
Resumão AP1 3
Na 1 fase a pena NÃO pode extrapolar/ultrapassar a metade
Circunstâncias judiciais:
a) Culpabilidade: é o grau de reprovação que recai sobre a conduta do agente e do
crime;
b) Antecedentes: são as boas e as más condutas da vida do agente; até 05 (cinco) anos
após o término do cumprimento da pena ocorrerá a reincidência e, após isso, as condenações
por este havidas serão tidas como maus antecedentes; Art 63- reincidência, maus atendentes
aquilo que não serve de reincidência. Passados 5 anos do novo delito é maus antecedentes,
não reincidência.
Art 59- a cada característica que o indivíduo vir a possuir das circunstâncias é
aumentado 1/6
Agravante: + 1/6
Atenuantes: - 1/6
Resumão AP1 4
explicar a atenuante na prova, fazendo jus, e dizer que não vai usar/ aplicar por causa da
sumula “deixo de aplicar a atenuante em razão da súmula”.
a) reincidência: artigo 63, do CP, que: volta a delinquir depois de sentença penal transitado
em julgado.
“Verifica-se a reincidência quando o
agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no
estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.”
b) ter o agente cometido o crime por motivo fútil ou torpe:
motivo fútil é aquele de pouca importância (desproporcional) e motivo torpe é aquele
repugnante (desprezível, ia receber por isso);
c) ter o
agente cometido o crime para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a
impunidade ou vantagem de outro crime: nessa circunstância tem que existir conexão entre
os dois crimes;
Resumão AP1 5
d) ter o agente cometido o crime à traição, por emboscada, ou mediante dissimulação, ou
outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido: essa circunstância
será aplicada quando a vítima for pega de surpresa; a traição ocorre quando o agente usa de
confiança nele depositada pela vitima para praticar o delito; a emboscada ocorre quando o
agente aguarda escondido para praticar o delito e a dissimulação ocorre quando o agente
utiliza-se de artifícios para aproximar-se da vítima;
e) ter o agente cometido o crime com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro
meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum: se refere ao meio empregado
para a prática delituosa;
tortura ou meio cruel é aquele que causa imenso sofrimento físico e moral à vítima; meio
insidioso é aquele que usa de fraude ou armadilha e, por fim, perigo comum é o que coloca
em risco um número indeterminado de pessoas;
f) ter o agente cometido o crime contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge:
abrange qualquer forma de parentesco, independente de ser legítimo, ilegítimo, consanguíneo
ou civil;
g) ter o agente
cometido o crime com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas,
de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei
específica: o abuso de autoridade refere-se a relações privadas; relações domésticas são
as existentes entre os membros de uma família; e coabitação tanto autor quanto vítima
residem sob o mesmo teto;
h) ter o agente cometido o crime com abuso de poder ou violação de dever inerente a
cargo, ofício, ministério ou profissão: o abuso de poder se dá quando o crime é praticado
por agente público, não se aplicando se o delito constituir em crime de abuso de autoridade;
as demais hipóteses referem-se quando o agente utilizar-se de sua profissão para praticar o
crime;
i) ter o
agente cometido o crime contra criança, contra maior de 60 (60 anos e 1 dia) anos, ou
contra enfermo ou mulher grávida: são pessoas mais vulneráveis, criança é o que possui
idade inferior a 12 (doze) anos da idade;
j) ter o agente cometido o crime quando o ofendido estava sob imediata proteção da
autoridade:
aumenta-se a pena pela audácia do agente em não respeitar à autoridade;
k) ter o agente cometido o crime em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer
calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido: se dá pela insensibilidade do
agente que se aproveita de uma situação de desgraça, pública ou particular, para
praticar o delito;
Resumão AP1 6
l) ter o agente cometido o crime em estado de embriaguez preordenada: ocorre
quando o agente se embriaga para ter coragem para praticar o delito.
Agravantes no concurso de pessoas: Art 62
a) promove, organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes: pune-
se aquele que promove ou comanda a prática delituosa, incluindo o mentor intelectual
do crime;
b) coage ou induz outrem à execução material do crime: existe o
emprego de coação ou grave ameaça a fim de fazer com que uma outra pessoa pratique
determinado delito;
Podem diminuir aquém do mínimo legal, bem como aumentar além do máximo legal.
Aqui o juiz vai fixar a pena definitiva.
Resumão AP1 7
2. As majorantes e as minorantes, por sua vez, estabelecem, em quantidade fixa ou
variável, o quantum de variação da pena.
1. As atenuantes e as agravantes não podem conduzir a pena para fora dos limites,
mínimo e máximo, previstos no tipo penal infringido.
3. As majorantes podem elevar a pena para além do máximo cominado no tipo penal
infringido, enquanto para outra corrente minoritária, as majorantes não podem ultrapassar
aquele limite.
Subjetivos:
-Não reincidência em crime doloso – Essa é a regra. EXCEÇÃO: Se a pena aplicada tiver
sido a de multa, poderá haver a suspensão condicional da pena.
Condenado irrecorrivelmente pela prática de crime doloso que cometeu novo crime doloso
após o trânsito em julgado não pode obter o sursis logo, doloso e doloso não pode.
No entanto:
. culposo e doloso pode;
. doloso e culposo pode;
. contravenção penal e crime doloso pode (CP, art. 63);
Resumão AP1 8
. condenação anterior a pena de multa e doloso pode (CP, art. 77, § 1o);
. se entre os crime dolosos tiver se operado a prescrição da reincidência (CP, art. 64, inc. I),
pode;
-Circunstâncias judiciais (art 59, CP) favoráveis ao agente: maus antecedentes impedem
a concessão do sursis.
4. Espécies de Sursis
A) Etário: condenado é maior de 70 anos a data da sentença concessiva. O sursis pode ser
concedido desde que a pena não exceda a 4 anos, aumentando-se, em contrapartida, o
período de prova para um mínimo de 4 e um máximo de 6 anos.
Com a entrada em vigor da Lei no 9.714/98, estendeu-se o
benefício também para os condenados cujo estado de saúde justifique a suspensão (sursis
humanitário), mantendo-se os mesmos requisitos do sursis etário.
Condenados aidéticos, tuberculosos, paraplégicos ou aqueles que tenham sua saúde
seriamente abalada poderão ser beneficiados com o sursis, evitando-se, o agravamento da sua
situação que certamente aconteceria se fosse jogado no cárcere.
B) Simples: é aquele em que, preenchidos os requisitos mencionados, fica o réu sujeito,
no primeiro ano de prazo, a uma das condições previstas no art. 78, § 1o, do CP
(prestação de serviços à comunidade ou limitação de fim de semana).
O condenado não reparou o dano e as circunstâncias judiciais (art 59) não lhe são muito
favoráveis. É o sursis comum, a regra.
Revogação do sursis
Resumão AP1 9
Revogação obrigatória: O juiz está obrigado a proceder à revogação. Ocorre nos casos
de:
OBS.: Jurisprudência: se foi imposta apenas a multa por esse novo crime, não há revogação
obrigatória.
Não reparação do dano ou não pagamento da pena de multa (quando for possível ao
agente pagar)
Revogação facultativa: O juiz não está obrigado a revogar o benefício, podendo optar
por advertir novamente o sentenciado, prorrogar o período de prova até o máximo ou
exacerbar as condições impostas (art. 707, par. ún., do CPP c/c o art. 81 § 2o, do CP).
Ocorre nos casos:
descumprimento de qualquer outra condição não elencada em lei imposta pelo juiz
(art. 79, condições judiciais).
Prorrogação automática
O art. 81, § 2, do CP dispõe que: “Se o beneficiário está sendo processado por outro crime
ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento
definitivo”.
A lei fala em “processado” logo, a mera instauração de inquérito policial não dá causa à
prorrogação do sursis. No momento em que o agente passa a ser processado (denúncia
recebida) pela prática de qualquer infração penal, a pena, que estava suspensa
condicionalmente, não pode mais ser extinta, sem que se aguarde o desfecho do processo.
Resumão AP1 10
descumprimento. É ato ligado à execução da pena, logo, só pode ser realizada após o
trânsito de julgado da decisão condenatória (cf. art. 160 da LEP):
“
Art. 160. Transitada em julgado a sentença condenatória, o Juiz a lerá ao condenado, em
audiência, advertindo-o das conseqüências de nova infração penal e do descumprimento das
condições impostas.”
A sua realização antes desse momento
viola o princípio constitucional da presunção da inocência (art. 5o, inc. LVII), pois, antes
da certeza de sua culpa o acusado não pode ser advertido.
Se o condenado não comparece a audiência, o juiz entende que ele nao está interessado no
sursis penal e faz a execução da pena e acarreta a revogação do benefício.
Sursis e Revelia
Resumão AP1 11
Requisitos
Objetivos:
Subjetivos:
a)
bom comportamento durante a execução da pena
b)
não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses
c)
bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído
d)
aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto e
e) nos crimes previstos na Lei no 8.072/90,
não ser reincidente específico.
Procedimentais:
a) requerimento do sentenciado, de seu cônjuge ou parente em linha reta ou, ainda, proposta
do diretor do estabelecimento ou do conselho penitenciário (art. 712 do CPP);
b) parecer do conselho penitenciário (quando dele não partir a proposta) e do MP;
c) relatório minucioso do diretor do estabelecimento penal a respeito do caráter do
sentenciado, seu procedimento durante a execução da pena, suas relações com familiares e
estranhos e, ainda, sobre sua situação financeira, grau de instrução e aptidão para o
trabalho (art. 714 do CPP).
Condições do livramento
. Obrigatórias: art. 132, § 1o, da LEP.
Resumão AP1 12
obter ocupação lícita dentro de prazo razoável.
. Judiciais:
nada impede que o juiz fixe outras a seu critério (art. 85 do CP).
Revogação do livramento
Obrigatória:
Por crime anterior – Nesse caso, só será revogado se a soma das penas formar um
montante que impeça a concessão do benefício
Facultativa:
Opções do juiz na revogação facultativa: poderá escolher entre qualquer destas: revogar o
benefício, advertir novamente o sentenciado e exacerbar as condições impostas.
Efeitos da revogação do livramento
a) por crime praticado durante o benefício: não se desconta o tempo em que o
sentenciado esteve solto e deve cumprir integralmente a sua pena, só podendo obter
novo livramento com relação à nova condenação.
Atenção: antes de iniciar o período de prova, o sentenciado foi advertido pelo juiz de que
deveria comportar-se, ficando ciente de suas obrigações (cf. art. 137 da LEP).
Se, após ter sido advertido, praticou crime, isso significa que traiu a confiança do juízo, não
sendo merecedor de nenhuma benesse. Assim, vai cumprir preso todo o tempo
Resumão AP1 13
correspondente ao período de prova, sendo irrelevante o período que cumpriu em liberdade. E
sobre esse mesmo período não poderá obter novo livramento.
b) por crime anterior ao benefício: é descontado o tempo em que o sentenciado esteve solto,
devendo cumprir preso apenas o tempo que falta para completar o período de prova. Além
disso, terá direito a somar o que resta da pena com a nova condenação calculando o
livramento sobre esse total (art. 88 do CP e art. 141 da LEP).
Resumão AP1 14
EFEITOS DA CONDENAÇÃO: referem-se às consequências legais que uma pessoa
enfrenta após ser condenada por um crime
A doutrina classifica os efeitos da sentença condenatória como:
1) Efeito principal: Imposição da pena (privativa de liberdade, restritiva de direitos, pena
de multa) ou de medida de segurança;
2) Efeitos secundários:
De natureza penal:
Resumão AP1 15
condenado penalmente, na área civil vai ter que ressarcir a vitima)
O mesmo pode acontecer quando não ocorrer condenação por causa da prescrição, de
arquivamento de inquérito, de transação penal da Lei 9.099/95.
Quando o ofendido for pobre, o Ministério Público tem legitimidade para propor a ação
civil ex delicto (legitimação extraordinária). (MP tem legitimidade para propor ação civil
fruto de um delito)
Resumão AP1 16
Produto é a vantagem direta auferida pela prática do crime (ex. relógio furtado).
a aparente contradição existente entre o art. 15, inciso III (que prevê a suspensão dos
direitos políticos e, por consequência, a perda do mandato eletivo) e o art. 55, VI, da
CF (que condiciona a perda do mandato eletivo dos parlamentares federais à
deliberação pela Casa respectiva por maioria absoluta, mesmo por sentença criminal
transitada em julgado).
Resumão AP1 17
IPC
Se a condenação for em crime de tortura, a Lei n. 9.455/97, em seu art. 1o, §5o, impõe
também a perda do cargo, função ou emprego público, qualquer que seja a pena imposta,
e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada; (se um
funcionário público cometer um crime de tortura tb se impõe a perda do cargo e ele
não vai poder se submeter ao concurso novamente do emprego)
O art. 55, VI, da CF, determina a perda do mandato de deputado ou senador que
sofrer condenação definitiva. Independentemente da quantidade de sanção, a suspensão
dos direitos políticos e a perda do mandato eletivo, decorre da condenação criminal.
O funcionário perde a função, mas não fica impossibilitado de, posteriormente, ser
investido em outra
b) A perda do cargo, função pública ou mandato eletivo quando for aplicada pena
privativa de liberdade por tempo superior a 4 anos, qualquer que tenha sido o crime
cometido; IPC
c)
Incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da curatela nos crimes
dolosos sujeitos à pena de reclusão cometidos contra outrem igualmente titular do
mesmo poder familiar, contra filho, filha ou outro descendente ou contra tutelado ou
curatelado;
Exigem-se quatro requisitos:
1) crime doloso; 2) sujeito a pena de reclusão; 3) contra outrem igualmente titular do
mesmo poder familiar, contra filho, filha ou outro descendente ou contra tutelado ou
curatelado como vítimas; 4) declaração expressa na sentença.
Observações:
Nos crimes de maus-tratos (art. 136) e abandono de incapaz (art. 133), não pode ser
aplicado esse efeito, pois a pena prevista é de detenção. Se a vítima falecer ou sofre
lesão grave, a pena passa a ser de reclusão, hipótese em que poderá ser aplicado o efeito
condenatório.
Resumão AP1 18
O dispositivo também é aplicado ao crime de tortura, previsto no art. 1, inciso II da
Lei n. 9.455/97(reclusão, de 2 a 8 anos).
Ainda que reabilitado, a capacidade não poderá ser exercida em relação ao filho,
tutelado ou curatela do ofendido pelo crime.
d) A inabilitação para dirigir veículo, quando este é utilizado como instrumento para a
prática de crime doloso (homicídio doloso, lesões dolosas, etc).
Exigem-se três requisitos:
1. crime doloso;
REABILITAÇÃO:
Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva,
assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu processo e condenação.
Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da condenação, previstos
no art. 92 deste Código, vedada reintegração na situação anterior, nos casos dos incisos I e
II do mesmo artigo.”
Conceito: instituto que objetiva restaurar a dignidade pessoal e facilitar a reintegração
do condenado à comunidade, que já deu mostras de sua aptidão para exercer livremente sua
cidadania.”
Nos termos do art. 93, a reabilitação
atinge também os efeitos extrapenais da condenação, vedada, entretanto, a reintegração
no cargo, função, mandado eletivo e titularidade do pátrio poder, tutela ou curatela, nas
hipóteses dos incisos I e II do art. 92.
Importante mencionar que o instituto da reabilitação criminal não tem o condão de apagar
a reincidência, mas sim de garantir seu sigilo, de modo a possibilitar àquele que praticou
um crime e cumpriu sua pena, o direito a reinserção em sociedade.
A reabilitação tem o
intuito de ressocializar e esta tem como objetivo o direito à humanização do período de
Resumão AP1 19
transição da vida condicionada na instituição carcerária, ao direito a uma nova vida em
paz com a sociedade. Desse modo, aquele que delinquiu e cumpriu sua pena, passa a ser o
centro de reflexão sobre a ótica dos direitos humanos.
“Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em que for
extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período de
prova da suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação, desde que o
condenado:
I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido;
II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom
comportamento público e privado;
III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta impossibilidade de
o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou
novação da dívida.
Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qualquer tempo, desde que
o pedido seja instruído com novos elementos comprobatórios dos requisitos necessários.
Requisitos:
❖Condenação definitiva;
❖Que já tenha transcorrido 2 anos da data da extinção da pena; ou do início do período de
provas no caso do sursis e do livramento condicional, que não tenham sido revogados;
❖Que o sentenciado tenha tido domicílio no país durante estes 2 anos.
❖Que durante esse prazo o condenado tenha dado demonstração efetiva de bom
comportamento público e privado;
❖Que tenha ressarcido a vitima do crime ou que demonstre a impossibilidade de faze-lo ou,
ainda, que exiba documento no qual a vítima renuncie à indenização.
Em relação a exigência de que o sentenciado tenha tido domicílio no país durante estes 2
anos, Cezar Roberto Bitencourt entende que representa uma limitação indevida e
desnecessária no ius libertatis do indivíduo que, cumprida ou extinta a pena, tem o
direito de locomover-se por onde, como e quando quiser.
Efeitos: A reabilitação pode produzir dois efeitos:
a)
Sigilo sobre os registros criminais do processo e da condenação.
Este efeito é obtido imediata e automaticamente após o cumprimento da pena, por expressa
previsão no art. 202 da LEP. Não constitui cancelamento, mas apenas impede a sua
divulgação, afora as hipóteses expressamente ressalvadas.
b) Suspensão dos efeitos extrapenais específicos.
A lei veda a recondução ao cargo e a recuperação do pátrio-poder, ficando a consequência da
Resumão AP1 20
reabilitação limitada à volta da habilitação para dirigir veiculo.
Pode o agente, após a reabilitação, passar a exercer cargo, função ou mandado eletivo,
mas está vedada a sua recondução ao cargo anterior.
Também
recupera o exercício do pátrio-poder, mas somente em relação aos filhos que não foram
vítimas do crime.
Sem restrição nenhuma pode habilitar-se para dirigir veículos.
Revogação: Pode ser decretada de ofício ou a requerimento do Ministério Público. Ocorre se
sobrevier condenação que torne o reabilitado reincidente, a não ser que essa condenação
imponha apenas pena de multa.
“
Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, se
o reabilitado for condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a pena que não seja de
multa.”
Competência: é do Juízo da condenação e não o da execução, uma vez que a reabilitação
só pode ser concedida após o término da execução.
Observações:
A reincidência não é apagada pela reabilitação, pois ela só desaparece após o decurso de
mais de 5 anos entre a extinção da pena e a prática de novo crime.
Negada a reabilitação ela pose ser requerida a qualquer tempo, desde que com novos
elementos. (Art. 94, parágrafo único).
AÇÃO PENAL:
Resumão AP1 21
Em razão disso,
havendo indícios de autoria e de materialidade colhidos durante as investigações,
mostra- se obrigatório o oferecimento da denúncia (peça inicial neste tipo de ação).
A ação pública apresenta as seguintes modalidades:
Além dos princípios gerais da ação, que se aplicam a todo e qualquer tipo de ação penal, a
ação pública rege-se ainda por cinco princípios que lhe são específicos: obrigatoriedade (MP
esta obrigado a denunciar, se nao fizer está precarizando), indisponibilidade (MP precisa ir
ate o fim, ainda que peça absolvição), oficialidade (denuncia ofertada pelo MP),
indivisibilidade (tem que ofertar denuncia a todos os participantes do crime) e
intranscendência (ação nao pode transcender aos indivíduos).
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação
penal pública condicionada à representação.
Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante
ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa
vulnerável.
Regras para a representação:
Resumão AP1 22
A representação pode ser ofertada pessoalmente ou por procurador com poderes
especiais;
O direito de representação deve ser exercido no prazo de 6 meses a contar do dia em que
a vítima ou seu representante legal descobrem quem é o autor do delito (art. 38 do CPP).
IPC!!!
O prazo que a lei confere é para que a representação seja oferecida, podendo o MP oferecer
denúncia mesmo após esse período.
A vítima pode retirar a representação, de forma a impossibilitar o oferecimento de
denúncia pelo MP, mas o CPP só permite que seja feita até o oferecimento da denúncia
(art. 25 do CPP).
1.2. Ação Penal Privada: É aquela em que é promovida pela queixa do ofendido ou de
quem tenha qualidade para representá-lo. (art 100, paragrafo 2º). Peça inicial se chama
queixa-crime. Crimes privados: injuria, calúnia e difamação.
Exclusiva – a iniciativa da ação penal é da vítima, mas, se esta for menor ou incapaz, a
lei permite que a ação seja proposta pelo representante legal.
Em caso de morte da vítima, a
ação poderá ser proposta por seus sucessores (cônjuge, companheiro, ascendente,
descendente ou irmão). E, se a ação já estiver em andamento por ocasião do
falecimento, poderão eles prosseguir na ação.
CÓDIGO PENAL
Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento
Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-
lhe impedimento que não seja casamento anterior:
Resumão AP1 23
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser
intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou
impedimento, anule o casamento.
Resumão AP1 24