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Resumão AP1

Federação
Características da Federação:

Autolegislação: cada Ente federativo pode fazer sua lei

Autogoverno: cada um pode ter sua lei

Auto-organização: cada Estado tem sua própria constituição, chamada de constituição


do Estado e município é lei orgânica

Autoadministração

Indissolubilidade do vínculo federativo: não é possível secessão, não pode sair

Existência de um órgão representativo da vontade dos Estados: O senado representa


a vontade dos Estados

Existência de um Tribunal Constitucional Federativo: sempre vai ter um Ente pra


cuidar de assuntos quando houver um conflito com outro Estado, o STF cuida de
questões como briga entre RJ e SP

Rigidez Constitucional

Nacionalidade Única

COMPETÊNCIAS
o Poder constituinte vai distribuir as competências, assim se o interesse for
predominantemente geral, a competência será da União. Se o interesse é
predominantemente local, a competência será atribuída aos Munícipios, por fim se o
interesse for predominantemente regional, a competência será dos Estados.
OBS: EXCEÇÃO - SERVIÇOS LOCAIS DE GÁS CANALIZADO É COMPETENCIA
ESTADUAL – art. 25,§2o, CRFB.
A União pode instituir, por lei complementar, microrregiões para integrar a organização, o
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum? A resposta é NÃO.
Princípio norteador: preponderância dos interesses do ente.
União→ Nacional
Estados→ Regional
Municípios→ Local

Resumão AP1 1
Sistemas horizontal e vertical

Sistema horizontal - competências exercidas de modo estanque por um único ente.

Sistema vertical - competências exercidas em conjunto por mais de um ente (comum e


concorrente).
Competências da União

Exclusiva - indelegável.

Privativa - delegável, em princípio.

Comum - todos os entes realizam as competências estabelecidas.

Concorrente - um dos entes estabelece as regras gerais e o outro as específicas.

Competências exclusivas/ materiais da União: Art 21, CF- são lNDELEGÁVEIS, ou seja,
não podem ser compartilhadas ou transferidas para os Estados e Municípios.
Art. 21. Compete à União:
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais;
II - declarar a guerra e celebrar a paz;
III - assegurar a defesa nacional; (...)
Competências privativas/legislativas da união: Art 22, CF

Em princípio a União faz/tem competência para fazer tudo, mas ela pode autorizar os
Estados a legislar sobre questões específicas através da lei federal complementar.

União – legisla sobre questões gerais, obrigatoriamente. Pode delegar aos Estados a
produção legislativa de questões específicas aos Estados.

Estados – legisla sobre questões específicas ( por lei estadual), caso sejam autorizados por
lei complementar federal.

Lembrando que para uma LC ser aprovada precisa de maioria absoluta.

Lei Federal: Congresso Nacional


Lei Estadual: Deputados Estadual

Lei Municipal: Vereadores


Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: a princípio, delegável.

Resumão AP1 2
Destacam-se a defesa nacional, relações exteriores, direito civil, comercial, penal,
eleitoral, agrário e marítimo. Essas são áreas que demandam uma uniformidade de normas
e uma atuação centralizada do Estado, de modo a garantir a igualdade de direitos e a
proteção dos interesses nacionais.
Art 51, I- indelegável, mas diz que compete privativamente

Art 52, I- julgar o presidente da república, nao delegável


Art 84- so o VI, XII E XXV é indelegavel

Competências comuns: Art 23- aquelas que podem ser exercidas de forma conjunta
entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios.

Zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas;

Cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas


portadoras de deficiência;

Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do
desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
Obs: Sempre será uma
competência vertical
Todos fazem sua parte, sendo
dito pela lei complementar o que cada um irá
fazer.
Competências concorrentes/ legislativas da união: Art 24, CF- As competências
são compartilhadas, ou seja, tanto a União quanto os Estados e o Distrito Federal têm o
poder de editar normas sobre esses assuntos. Os temas com possibilidade de legislação
concorrente são:I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; II
– orçamento;III – juntas comerciais; IV – custas dos serviços forenses;
§ 1o: Quem que estabelece as regras gerais é a união e os estados estabelecem as leis
específicas
§ 2o: Suplemento é um plus sem estar completo (os estados devem suplementar as regras
gerais)
§ 3o: Sem as regras gerais, os
estados têm total competência para fazer como quiser as regras gerais e específicas.
§ 4o:
Caso a união chegue depois que um estado fez suas regras, as que o estado criou ficam
suspensas e ocorre a perda de eficácia

Resumão AP1 3
Competência suplementar complementar: Se a união fizer as gerais, os estados fazem as
específicas.

Competência suplementar supletiva: Se a união não fizer, assim os estados fazem as


gerais e específicas

Competência dos Estados

Comum (Art 23): Todos fazem sua parte, sendo disposta por LC

Concorrente (Art 24): União faz gerais e Estado específica, se união não fizer o estado
faz as duas.

Delegada (Art 22): União delega algo para estado através da LC

Exclusiva (Art 25, 2 e 3): Competência somente do estado.

Remanescente (Art 25, 1): O estado faz tudo aquilo que sobra, ou seja, permitem aos
Estados exercer sua autonomia legislativa e legislar sobre matérias que não sejam de
competência privativa da União ou de competência concorrente entre a União, os
estados e o Distrito Federal.
Competências dos Municípios

Exclusivas – Art. 30, I: legislar sobre assunto de interesse local-como não é especificado
ocorrem muitas decisões do STF para saber o que é local ou não.

Comum- Art. 23, CF: Lei complementar diz o que o município faz

Suplementar – Art. 30, II, CF: suplementar a suplementação dos Estados e União
INTERVENÇÃO

Art 34, 35 e 36 (Intervenções)

Não existe hierarquia entre União, Estado e Município. Todavia se for no âmbito do
poder judiciário, a princípio não pode, exceto nos art 34. (Nesse momento não há
intervenção da união nos municípios, podendo somente intervir nos estados e df)

Evita o possível uma intervenção (Em 30 e pouco anos de CF, só teve 2)


Regra geral: Não intervenção
Rol Taxativo: só pode ser feita intervenção nesses casos previstos na lei

Resumão AP1 4
Ato de intervenção é obrigatoriamente do presidente da república

Tipos:
a)
Espontânea – CF, 34, I,II, III e V
b)
Provocada por solicitação – CF, 34, IV (E e L)
c)
Por requisição – CF, 34, IV (J), VI e VII

Casos de Intervenção Espontânea : Art 34

I - manter a integridade nacional;

(Caso algum estado se rebele para se transformar em país, evitar processos de secessão)
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;

(ex: Paraguai invade pedaço do mato grosso, caso a união sinta que o estado não está
agindo de maneira correta a união pode intervir, ou um estado invadindo outro estado)
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;(...)

(ex: estado não consegue manter a segurança do estado)

IV- garantir o livre exercício de qualquer dos poderes nas unidades da federação.
(Se o legislativo ou outro invade o Poder ou esfera de outros poderes)

V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:


a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo
motivo de força maior;

(Aquela dívida que você contrai e fica acumulado, o estado pega dinheiro emprestado
para pagar algo pessoal, por exemplo, empregados estaduais, e caso pare de pagar essas
divida por 2 anos a união pode intervir)
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro
dos prazos estabelecidos em lei;

(Se os estados não passarem a porcentagem para os municípios a união pode intervir)

VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;

(O estado se recusa a aplicar uma lei federal, a união pode intervir para obrigar o estado
a cumprir a lei)

VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:

Resumão AP1 5
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a
proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. (revogado)

e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a


proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e
serviços públicos de saúde.
(Não aplicar o mínimo percentual em algo,
ex: educação)

Intervenção espontânea: I, II, III e V

O presidente decide que quer intervenção


O
Conselho da República e Conselho de Defesa Nacional será quem o presidente irá
perguntar para a intervenção, mas o presidente não é obrigado a seguir a opinião do
conselho. Art 91 1 II.
Art 36, 1, O decreto irá a amplitude, o prazo e as condições de execução da intervenção, se
couber pode nomear interventor com a apreciação do congresso nacional ou da assembleia
legislativa
O
ato de controle político será mandado para congresso nacional ou da assembleia
legislativa, para suspender ou não, após 24 hrs de intervenção.
Intervenção provocada tipos:

Intervenção Provocada por solicitação: caso algum dos poderes, legislativo ou o poder
executivo, estejam sendo coagidos, os poderes solicitam o presidente para intervir no
Estado. (TJ ou governador) (Art 36, I, primeira parte)

Caso de Intervenção por solicitação


(
Art. 36, I (1a parte) c/c Art. 34, IV, CF)
“Art. 34,IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da
Federação;”
“Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
I - no caso do art. 34, IV, de

Resumão AP1 6
solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de
requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder
Judiciário;”

Intervenção por requisição (pedir algo sem a possibilidade da negativa): Na requisição do


STF se o poder judiciário se sentir coagido por algum dos outros poderes, com a
aprovação do STF, ele requisita o presidente da república a intervenção, sendo que ele
não pode negar, seria uma ordem. Caso não decrete, ele estará cometendo crime de
responsabilidade. (Art 36, I, parte 2)
Art 34, VI: Desobediência da ordem ou decisão judicial, de requisição do STF (sobra), STJ
(justiça comum) e TSE (eleitoral). Caso o Estado não cumpra uma ordem ou decisão, faz-
se uma denúncia aos tribunais, para aprovação, sendo aprovado, irá ser requisitado ao
presidente uma intervenção. (art 36, II)
No caso de não aplicar lei federal pelo Estado, o STF decide que o governador não está
querendo aplicar, mas para que ele aplique isso, ele precisa ser provocado pelo Procurador
Geral da República.
ATO DE INTERVENÇÃO EXCLUSIVO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA.

Art 34, VI
Recusa de execução federal- governador decide não aplicar a lei federal, nesse caso,
precisa que o STF decida que o governador não está querendo aplicar, mas pra isso é
necessário ser provocado pelo Procurador Geral da República. (Art 36, III, parte 2). Caso
o Procurador Geral da República veja que está violando o art 34, VII, ele ajuíza uma ação
para o STF e diz que quer uma intervenção, exigindo que o governador aplique a lei (art
36, III, 1 parte). STF observa se o governador está correto ou não, se ele não está o STF vai
requisitar ao presidente da república.
Caso observe uma violação de um Estado pelo Art 34, VII, pode haver uma intervenção
federal do Estado, presidente observa, ele não precisa ser solicitado, pode ser aconselhado
pelo conselho nacional. Art 34, VI
Art 36, III: se haver recusa de lei federal, quem decide se vai haver intervenção ou não, é o
STF, e ele foi provocado pelo procurador geral da república

Requisição somente por via de lei.


Art 34, VII: entra com uma ação direita de inconstitucionalidade e há uma requisição do
Supremo ao presidente.

Controle político
Art 36:

Resumão AP1 7
“§ 1o O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de
execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso
Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas. (só do I
ao V)
Toda vez que não houver requisição, sendo solicitação ou espontânea, é um ato de
fiscalização do poder legislativo ao executivo.
•§3o Nos casos do art.34,
VI e VII, ou do art.35,IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela
Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se
essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade. (Ato de requisição)

Toda vez que for uma requisição, não há controle político, ato de decretação pelo presidente é
um ato avaliado pelo congresso nacional
Art 35: pode a união interver em municípios? Não, a não ser que tivesse território federal
no Brasil, existe quando uma determina área não se desenvolve.
DIREITOS FUNDAMENTAIS
Direitos naturais, humanos e fundamentais

Direitos naturais: que advém da natureza, para os gregos a natureza é perfeita


Direitos humanos: que advém do humano, como liberdade (professar a religião) e igualdade
(de participação)

Razão (ciência) pode levar a verdade e justiça (direito), não somos detentores da razão e com
isso sou capaz de criar regras que são universais, os direitos humanos principalmente.

Diferença entre direitos humanos e direitos fundamentais: direitos humanos são mais
filosóficos e quando está falando internacionalmente, normalmente ligado a proteção da
própria pessoa e direitos concedidos pelo poder jurídico (CF) e que reconhece esse tipo de
proteção, já os DF são garantidos pelo estado e por estarem na CF ganham entorno do
direito, muito mais força jurídica.
Direitos fundamentais: são direitos positivos estabelecidos pela ordem jurídica de um
país, nesse sentido nem todos os direitos fundamentais são direitos humanos, e nem
todo direito humano é direito fundamental. Constituição tem que ter Organização do
Estado e Direitos fundamentais.
Características dos Direitos Fundamentais

Constitucionalidade: Organização do Estado e Direitos fundamentais, para serem


considerados precisam estar estabelecidos na CF, constituição minimamente
democráticas

Resumão AP1 8
Efetividade- Art 5, parágrafo 1º, Direito brasileiro pode alegar que estou sem o direito?
Sim, com base no Art 5º, parágrafo 1º, garante efetividade na CF

Relatividade/ Conflituosidade: capacidade argumentativa

Complementaridade/ Interdependência

Vinculação dos Poderes Públicos: voltados ao Estado, ele deve garantir

Inalienabilidade/ Indisponibilidade: não podemos vender, expor, transferir. Não


pode dispor/alienar dos direitos, relacionado a dignidade da pessoa humana.

Imprescritibilidade: não podem deixar de existir

Indivisibilidade: não pode dar uma parte do seu direito

Características dos direitos fundamentais- Histoicidade


1 Geração: São os direitos civis e políticos. Têm como valor-fonte a liberdade.

Implicam na abstenção do Estado.


2 Geração: São os
direitos sociais, econômicos e culturais. Têm como
valor-fonte a igualdade.
Implicam em atuação positiva do Estado.
3 Geração: São os
direitos difusos e coletivos. Tem como valor-fonte a
solidariedade/fraternidade.
Exemplos: direito ao meio ambiente e direitos do consumidor.
4 Geração Paulo Bonavides:
democracia, informação, pluralismo. Norberto Bobbio: engenharia genética
5 Geração:
Direito à paz

Direitos Fundamentais
Dimensão subjetiva: possibilidade de impor judicialmente seus interesses, juridicamente
tutelados perante o destinatário.
Exigência de ações positivas e negativas do Estado;
Exigência às suas liberdades
(negando proibições infundadas);
Fazer uso de poderes (competências ou autorizações)

A Cada direito fundamental ele influencia a interpretação dos demais artigos, ele ajuda no
processo de interpretação ao todo

Resumão AP1 9
Dimensão Objetiva
a)
Força irradiadora, não apenas na interpretação das normas constitucionais, como um
todo, mas também em relação às normas subconstitucionais.
b) Dever de proteção do Estado (vedação à omissão, proibição de uma proteção
manifestamente insuficiente);
c)Dever do Estado de organizar e estabelecer os procedimentos para que o destinatário
dos direitos possa deles usufruir

A dignidade humana e o imperativo categórico


“Age como se a máxima de tua ação devesse tornar-se, através da tua vontade, uma lei
universal."
"Age de tal forma que uses a humanidade, tanto na tua pessoa, como na pessoa de qualquer
outro, sempre e ao mesmo tempo como fim e nunca simplesmente como meio."
DIREITOS FUNDAMENTAIS NAS RELAÇÕES ENTRE PARTICULARES
Eficácia vertical: é a aplicação dos direitos fundamentais nas relações particular-Estado

Eficácia horizontal: é a aplicação dos direitos fundamentais as relações entre


particulares
Aplicação de Direitos Fundamentais nas relações verticais (Estado/ particular)
•Os
particulares sempre podem alegar violação de direitos fundamentais por possível
violação desses direitos por parte do Estado. Esta visão advém da perspectiva liberal (após
o período Absolutista), que entende haver uma relação assimétrica de poder entre estado e o
particular (cidadão e empresas) e busca salvaguardar a posição dos particulares em face
possíveis abusos de poder por parte do Estado.
Aplicação de Direitos Fundamentais nas relações horizontais (particular/particular)

Estado pode intervir na esfera contratual quando violam diretamente (Constituição)ou


indiretamente (Lei) os direitos fundamentais.
Na relações privadas (entre particulares) a princípio, aplica-se a teoria da autonomia da
vontade. Deve valer o acordo das partes e o Estado não deve se envolver para apontar a
violação de direitos fundamentais nas cláusulas do acordo firmado entre as partes.
Todavia, há sistemas jurídicos que entendem que mesmo nas relações privadas direitos
fundamentais devem ser observados no processo de produção das cláusulas contratuais
pelos particulares, mitigando-se a teoria da autonomia da vontade. Nesse caso, duas visões
se mostram, conforme veremos.

Resumão AP1 10
Aplicação de Direitos Fundamentais segundo a teoria MEDIATA (ou INDIRETA)

Eficácia indireta ou mediata – o tribunal constitucional observará a lei que regulamenta
norma constitucional de direitos fundamentais.
•Se dispositivos
contratuais, estabelecidos a partir da vontade das partes, violarem norma legal que
regulamenta direito fundamental previsto na constituição, temos a chamada EFICÁCIA
INDIRETA ou MEDIATA dos direitos fundamentais nas relações privadas.
Aplicação de Direitos Fundamentais segundo a teoria IMEDIATA (ou DIRETA)

Eficácia direta ou imediata – tribunal constitucional não necessariamente terá que observar
lei que regulamenta direitos fundamentais estabelecidos na constituição.
• Se
dispositivos contratuais estabelecidos a partir da vontade das partes violarem a
interpretação que o tribunal constitucional possui daquele direito fundamental previsto
na constituição, teremos a chamada EFICÁCIA DIRETA ou IMEDIATA dos direitos
fundamentais nas relações privadas.

Eficácias Vertical e Horizontal nos DFs: Os limites das relações entre as esferas pública e
privada. As teorias que fundamentam: Teoria da Ineficácia Horizontal (State Action);
Teoria da Eficácia Horizontal: Indireta ou Mediata; Direta ou Imediata.

Teoria da ineficácia horizontal (State Action)

Direito de defesa exclusivo contra o Estado (não adentra nas relações privadas)

Típica teorização advinda da cultura liberal, com preservação maxima da esfera da


autonomia privada (mínima intervenção do Estado)

Nega a eficácia dos direitos fundamentais nas relações privadas, não havendo
vinculação dos particulares pelos direitos fundamentais estabelecidos na
Constituição (apenas o Estado está vinculado)

Os direitos fundamentais constantes a Constituição norte-americana (Bill of rights) fixam


limites somente para o Poder Público e não oferecem aos particulares direitos oponíveis a
outros particulares. No caso americano, essa regra comportou uma famosa exceção no
decorrer da sua história é o caso da 13º Emenda que proibiu a escravidão.
Teoria da Eficácia Indireta ou Mediata

Intermediação pelo legislador (irradiação dos DF, mas com intervenção do legislador
ordinário)

Resumão AP1 11
É no âmbito da legislação regulamentadora dos direitos fundamentais (produzida pelo
legislador, e não pelo constituinte) que se encontram as regras que podem imitar a
aplicação das regras estabelecidas entre particulares

Teoria da Eficácia Horizontal Direta ou Imediata

Invocados diretamente da Constituição, sem a mediação legislativa (forte interferência


dos direitos fundamentais no âmbito da autonomia privada).

De qualquer forma, o juiz tem a função de analisar o caso concreto (uso da


proporcionalidade), de forma a não achatar a dimensão da autonomia privada.

Brasil: Constituição Federal de 1988 – a aplicação imediata (direta), conforme §1o do


Art. 5o da Constituição Federal.

Teoria da Eficácia Diagonal

Eficácia diagonal dos direitos fundamentais é a incidência dos direitos fundamentais


em relações privadas marcadas pela desigualdade entre os particulares,
especialmente onde se verifique um contraponto entre o poder econômico e a
vulnerabilidade (jurídica ou econômica).

Terminologia mais utilizada nos dias atuais, pois denota com maior clareza possível
desigualdade potencial entre as partes que estão em conflito.

Uma relação que seriam entre dois particulares, mas quando apresentam uma diferença
grandiosa em seu poder, nesse caso reconhece a eficácia diagonal. Estado se junta a parte
mais fraca para intervir e diz que do direitos fundamentais precisam ser respeitados.

Teoria da Eficácia Direta ou Imediata nas relações ditas Diagonais


• Igualdade entre particulares→ autonomia privada
• Desigualdade entre particulares → defesa dos DF
• Maior poder de decisão ao magistrado.

• Países que adotam: Espanha, Portugal, Itália, Argentina e Brasil.


Decisões paradigmáticas no Brasil
AirFrance: Os funcionários da empresa reclamaram que os franceses estavam recebendo
muito mais que eles e os brasileiro pediram equalização e a CF garante isso, a AirFrance disse
que é uma relação entre a empresa e seu funcionário e nao cabe ao governo invadir a estar do
contrato, defendendo a não intervenção do estado. Mesmo em relações horizontais, o
Estado por força constitucional pode intervir, no Brasil temos a eficácia direta
horizontal e a Cf deve valer. Quando tiver direitos fundamentais, pôde-se buscar o
direito na própria CF e pôde-se aplicar mesmo nas relações privadas.

Resumão AP1 12
Fábrica de roupas femininas: Nas relações de trabalho, a empresa dizia que as mulheres
tinham que passar por revistas íntimas no final da atividade, para não roubarem, isso estava
na relação contratual, o sindicato disse que isso viola a dignidade e é constrangedor, Estado
disse que essa cláusula não deveria existir em um contrato e ha uma invasão do Estado
de retirar aquela possibilidade.
Exclusão de membro da sociedade sem defesa: Associação disse que qualquer membro
pode ser expulso por decisão imediata de um corpo diretivo, nesse caso, o Supremo Tribunal
Federal disse que não pode acontecer isso, pq o direito a ampla defesa é uma garantia
constitucional, ou seja, a cláusula é inconstitucional. No Brasil, o Estado pode invadir a
esfera contratual para reconhecer que a cláusula é nula de direitos e só podem valer as
cláusulas que não violam o principio constitucional.

Quanto a aplicação de DF nas relações entre Estado e cidadão (relação vertical) e entre
particulares (relação horizontal diagonal)

Quanto a eficácia dos direitos fundamentais- direta (sem intermediação regulamentadora


pela lei), indireta (com necessária intermediação do legislador, que tem a função de
regulamentar a extensão do direito fundamental)

Eficácia vertical: relação entre o privado e o Estado


DIREITOS FUNDAMENTAIS: DEFINIÇÃO DE SEU CONTEÚDO
O Processo de Conformação e Restrição

Pela Lei : Ex. Art. 5o, VI, XII, XV, LVIII, etc.

A partir da busca por uma definição (conceitos jurídicos indeterminados): Ex. Art. 5o,
XXIII

Os Direitos Fundamentais e o conteúdo dos direitos fundamentais: As teorias interna e


externa

Teoria Interna – conteúdo do direito fundamental, em relação ao caso concreto, é demarcado


anteriormente, preexistindo em relação àquele. Não existe restrição, mas limites (imanentes)
estabelecidos pela própria lei. Os direitos têm seus conteúdos estabelecidos de antemão.

Teoria Externa – direito visto a partir de uma posição prima facie, mas que prevê a
possibilidade de restrições. Há então, os direitos em si – ilimitados - e suas restrições - que o
limitam. Posição prima facie vs. posição definitiva.
Limites e restrições aos DF

Resumão AP1 13
Por expressa disposição constitucional: (Restrição imediata na própria CF) -

ex: Art 5, XV, XVI.

Mediante a lei(Restrição mediata): Reserva legal simples- sem estabelecer


conteúdo.
ex: Art 5, VI, VII,XV, XXXIV, LVIII

Mediante lei (Restrição mediata): Reserva Legal qualificada: Com requisitos


conteudísticos
. ex: Art 5, XII.

Por força das colisões entre normas constitucionais: Um direito restringe o


outro.

Princípio da proporcionalidade (também conhecido como princípio da proibição de


excesso): Estado de Direito - Relação entre os Poderes e Relação Estado/cidadão.
Proibição de proteção insuficiente.
Princípio da Proporcionalidade Subprincípios:

Adequação – atinge os objetivos pretendidos?


- Necessidade – Existe meios menos gravosos para atingir os objetivos? Não, se 2 direitos
estão em conflito, é necessário ver que no processo de restrição de um e restrição de
outro é possível juntar os 2, tentar contemplar os 2 para que a solução não atinja o
núcleo essencial do direito fundamental
Havendo conflito entre direitos, é possível que um seja mais importante que o outro?
Em tese não há hierarquia entre direitos fundamentais, então resolve pelo princípio da
proporcionalidade.
Proporcionalidade em sentido estrito – justeza e sintonia fina no processo de aplicação, para
atingir os objetivos perseguidos (pelo legislador ou pelo juiz)
Eficácia jurídica interpretativa
A eficácia interpretativa descreve a
possibilidade de exigir do Judiciário que os comandos normativos de hierarquia inferior
sejam interpretados de acordo com os de hierarquia superior a que estão vinculados.
Isso acontece, entre leis e seus regulamentos e entre a Constituição e a ordem
infraconstitucional como um todo. Não se trata apenas de verificar a validade da norma
inferior em face da superior, mas de selecionar, dentre as interpretações possíveis da
norma hierarquicamente inferior, aquela que melhor realiza a superior.
O Núcleo essencial dos direitos fundamentais e o imperativo categórico kantiano

Resumão AP1 14
Dignidade Humana: A dignidade humana é um fenômeno complexo e o tratamento jurídico
do tema deverá ter em conta esse elemento da realidade.
O fenômeno é complexo porque, dado um mesmo indivíduo, sua
dignidade é integrada por uma variedade de aspectos que devem estar em equilíbrio.
Ademais, o indivíduo não está sozinho no mundo: a dignidade dos demais é também
relevante em certa medida, bem como a das gerações futuras.
O Núcleo de proteção dos DF: Críticas às teorias

Teoria Absoluta: dificuldade para definir os elementos essenciais e acidentais.


Limite dos limites:

independe de qualquer situação concreta

Há um espaço não passível de intervenção

Há explicitamente um limite ao limite

Teoria Relativa: Passível de excessos no processo de flexibilização (quais os critérios/


argumentos usados para flexibilizar?).

Limite dos limites:

O núcleo essencial é definido caso a caso

Usa-se a ponderação meios- fim.

Princípio da proporcionalidade.

Núcleo essencial: a eficácia simétrica ou positiva do dos DFs


Trata-se de um olhar para os conteúdos essenciais de um específico direito (sem as quais o
direito não pode considerar-se subsistente).
No caso da
eficácia positiva do núcleo essencial, os direitos fundamentais emanam normas que estão
aptas a serem imediatamente aplicadas a todos os casos (inclusive, de forma coativa).
Eficácia negativa do núcleo essencial dos DFs: São “contranormas” que possuem força
paralisante. Essa força impede efeitos normativos objetivados por normas presentes por leis
infraconstitucionais e até mesmo por emendas constitucionais, cuja pretensão normativa vise
ultrapassar as fronteiras normativas estabelecidas como último reduto para manutenção da
dignidade humana daquele específico direito.
Eficácia vedativa ao retrocesso: Um dos fundamentos para a limitação imposta pelas
Constituições às denominadas “maiorias” é, a consagração de determinados consensos
mínimos de natureza material acerca dos direitos fundamentais, oponíveis a todos os

Resumão AP1 15
grupos políticos em disputa, independentemente de suas convicções ideológicas
particulares.
A eficácia vedativa do retrocesso será aplicável, para além das hipóteses de revogação
total de uma disciplina existente em matéria de direitos fundamentais. A ideia básica é
também confrontar uma nova regulamentação com a garantia mínima que decorre da
Constituição.
Eficácia vedativa do retrocesso
Regulamentação antiga → Regulamentação Nova
Duas questões:
a) A nova regulamentação realiza de forma minimamente adequada o bem jurídico tutelado
pelo direito fundamental constitucionalmente previsto?
b) A regulamentação pretendida garante a aplicabilidade real e efetiva do direito
constitucional aos seus destinatários?
Eficácia negativa do núcleo essencial dos DFs

• § 4o Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:


• I - a forma federativa de Estado;
• II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
• III - a separação dos Poderes;
• IV - os direitos e garantias individuais.
• §5oA matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não
pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
DIREITOS FUNDAMENTAIS EM ESPÉCIE: Fundamentos da CRFB/88
Os direitos fundamentais emanam da dignidade da pessoa humana, eles são elementos
filosóficos que demarcam o que são os novos direitos do que necessariamente uma coisa nova
que pode usar com segurança, é uma linha argumentativa.
Objetivos fundamentais:

Art 3º: Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:


I- construir uma sociedade livre, justa e igualitária
II- garantir o desenvolvimento nacional
III- erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais
IV- promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.

Resumão AP1 16
Essas normas são programáticas e precisam ser estabelecidas e regulamentadas pelo
legislador.
O direito a vida e a Carta de 1988
A centralidade do direito a vida na constituição de 1988: Art 5º, CF. Art 225, parágrafo 1. Art
227
A existência humana é pressuposto elementar de todos os demais direitos e liberdades
dispostos na Constituição.
O seu peso abstrato inerente á sua capital relevância é considerado superior a todo
outro interesse.
É exigência prévia, pois orienta, informa e concede sentido ultimo a todos os outros demais
direitos fundamentais.
Existe marco temporal para surgimento da vida humana?

Teoria Concepcionista: a vida começa com a fecundação


Teoria Naturalista: vida começa com o nascimento com vida
Teoria da nidação neural: vida começa com a formação do tubo neural
Teoria do impulso elétrico: a vida começa com o primeiro impulso elétrico no cérebro
fetal
Teoria genético- desenvolvimentista: o ser humano passa por uma serie de fases- pré embrião,
embrião e feto. Somente é vida quando o ser se individualiza.
O direito à vida: Entende-se que a pessoa com vida tem um nível de proteção maior do que
um feto.
A) Direito de continuar vivo, ou seja, de não ser morto.
B) preservá-la com um razoável grau de qualidade (o que implica na conexão com outros
direitos).

Reprodução in vitro
A lei de Biossegurança (Lei 11.105/2005)

1. Pesquisa com células tronco embrionarias. Proibição do uso de embriões humanos


para fins comerciais? Proteção à vida e a dignidade da pessoa. Competência
legislativa.

Os direito voltados a biotecnologia tem relação com o futuro


Feto anencefálico

Resumão AP1 17
1. Reconhecimento da inconstitucionalidade da criminalização da interrupção de
gravidez de fetos anencéfalos

2. Reconhecimento da inviabilidade do feto anencéfalo

3. Interpretação ampliativa dos direitos fundamentais

4. Respeito a autonomia da mulher

O Direito à vida e sua titularidade: O direito à vida vincula-se ao ser humano, que deve
ser tratado com igual respeito e dignidade. Não se graduam por: origem étnica, origem
geográfica, comportamento sexual, idade, etc... (ver Art. 3o, IV, CF)

O Direito à vida e Carta de 1988: Proteções conectadas ao direito à vida: à integridade


física; alimentação adequada; a vestir-se dignamente; à moradia, serviços médicos, ao
descanso, aos serviços sociais indispensáveis, etc...
Dever de proteção e o aborto
Não permitir prática do aborto.

Exceções: 1o) salvar a vida da gestante (aborto necessário ou terapêutico), e 2o) quando
a gravidez decorrer de estupro, com o consentimento da gestante ou do representante
legal (Cód. Penal, art. 128) e; 3o tipo: Interrupção da gravidez de fetos anencéfalos (ADPF
no 54/ 2012), por ausência de vida potencial.
A criminalização do aborto seria incompatível com diversos direitos fundamentais (direitos
sexuais, reprodutivos da mulher, autonomia da mulher, integridade dísica e psisíquica da
gestante e princípio da igualdade.

Eutanásia: Ação médica intencional que abrevia a vida de um paciente terminal que
vivencia extremo sofrimento e se encontra em situação incurável, já que pelos padrões
médicos em vigor, não teria capacidade para se recuperar e sobreviver.
Ortotanásia: A morte se dá em razão da interrupção de tratamento médico que, apesar
de manterem vivo, não ofertam à pessoa nenhuma chance de recuperação. A morte
ocorre de forma natural.

Direito de defesa e dever de proteção: Impedir que os poderes públicos pratiquem atos
atentatórios contra qualquer ser humano e que outros indivíduos não atentem contra
esse bem elementar. → Necessidade de atuação estatal → Polícia, organização judiciária,
sistema prisional.
O legislador está obrigado a propor medidas eficientes para proteger a vida (contra ação
dos entes público e privado). O estado assume a obrigação mais acentuada de proteger
os indivíduos que estão sob sua direta tutela ou custódia.

Resumão AP1 18
Proibição da Pena de Morte

Não é permitida no Brasil (com proteção de cláusula pétrea), com uma única exceção: em
caso de guerra declarada, nos termos do Art. 5o, XLVII,”a” c/c Art.84, XIX, ambos da
Constituição Federal.
CRENÇAS:
Liberdade de consciência, crença e culto- o Estado Republicano
O Estado confessional da Constituição de 1824

Mera tolerância → Não há liberdade religiosa, sem tratamento igualitário.


A laicidade do Estado como regra- direito de professar qualquer religião e não professar
nenhum.
Liberdade de crença: liberdade de aderir a qualquer seita religiosa ou de nao aderir a
nenhuma (liberdade de descrença, de ser ateu e de expressar livre agnosticismo). Além
disso, comporta a impossibilidade de embaraçar o livre exercício de qualquer religião.
Controvérsias em liberdade religiosa: Símbolos religiosos em locais públicos e o Estado
laico; Curandeirismo: crime no CP; STF decidiu que ha o direito à saúde e liberdade
religiosa; Ensino religiosos e Estado laico; Transfusão de sangue em testemunha de Jeová
Liberdade de locomoção: Acesso, ingresso, saída e deslocamento no território nacional (art
5º, XV, CF)- Trata-se de norma de eficácia contida.
Correlações constitucionais: Limitações nos Estados de Defesa (e Sítio); Direito de ser
preso somente em caso de flagrante delito ou por ordem escrita de autoridade judiciária
competente (art 5º, LXI); Habeas Corpus (art 5º, LXVIII) restrição é quando a
possibilidade de no momento em razão da situação concreta eu alterar para mais ou
para menos esse direito, há uma preponderância, limite é estabelecido em lei, permitido
em lei.

Liberdade de reunião (Art 5º, XVI): liberdade de se unir a outras pessoas para
manifestar opinião sobre alguma coisa (umbilicalmente relacionada a liberdade de
expressão)
Características:

Direito individual de expressão coletiva

Direito de organizar e participar ativamente (inclusive com direito a voz)

Resumão AP1 19

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