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DIREITO CONSTITUCIONAL

Repartição de Competências
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REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS

TÍTULO III - ARTS. 21 A 25, 30 E 32

A repartição de competências é a distribuição das competências legislativas, administra-


tivas e tributárias pelos entes da federação, os quais são a União, os municípios e os Esta-
dos-membros. A intenção da distribuição é trazer segurança jurídica para os destinatários
das normas.
A predominância do interesse é a técnica usada pela Constituição Federal para repartir
as competências: se sobre um determinado assunto predomina o interesse nacional, a CF
entrega esta matéria à União, se o interesse é regional, a competência é do Estado, já se o
assunto interessar apenas ao município, ou seja, tiver um predomínio de interesse local, a
competência é municipal.
Pode-se exemplificar a aplicação da repartição de competências pensando no tema
transporte terrestre de passageiros. Cabe à União legislar sobre o transporte interestadual
e internacional de passageiros, pois trata-se de assuntos de interesse nacional. Ao mesmo
tempo, cabe aos Estados legislar sobre o transporte terrestre de passageiros que liga muni-
cípios de um mesmo Estado, pois, neste caso, o interesse é apenas regional. Por fim, quanto
ao transporte intramunicipal, a competência é dos municípios, tendo em vista o predominante
interesse local.
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A competência legislativa corresponde à capacidade de autolegislação que as entidades
federativas possuem e que traduzem-se na capacidade de criar leis. A competência admi-
nistrativa é caracterizada pela possibilidade de atuar concretamente sobre uma matéria por
intermédio da criação de políticas públicas. Já a competência tributária é a que permite ins-
tituir tributos. Neste caso, é um tema que cabe ao direito tributário, ainda que parte esteja
presente na CF.

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O caput do art. 21 traz somente o texto “compete à União”, porém, lendo os incisos, per-
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cebe-se que tratam-se de competências administrativas, porque sobre aquelas matérias a
União atua concretamente através de políticas públicas. Além disso, como a União não auto-
riza a delegação das competências presentes no art. 21, compreende-se que elas são exclu-
sivas da União. Portanto: competências indelegáveis são exclusivas da União.

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O art. 22 trata de competência legislativa, a qual é privativa e, portanto, delegável pela


União. A delegação exige lei complementar.

ART. 22. COMPETE PRIVATIVAMENTE À UNIÃO LEGISLAR SOBRE:

I – direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e
do trabalho;
II – desapropriação;

Mnemônico CAPACETE DE PM: civil, agrário, penal, aeronáutico, comercial, eleitoral,


trabalho, espacial, desapropriação, processual e marítimo.

O art. 23 dispõe sobre as competências comuns à União, Estados, DF e municípios. O


parágrafo único permite, por lei complementar, a cooperação entre as entidades federativas
para a realização de determinadas políticas públicas previstas. O uso de verbos carinhosos
no art. 23, como zelar, cuidar e proteger, estão ligados às competências comuns da União.
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O art. 24 dispõe sobre as competências concorrentes, as quais competem somente à


União, Estados e DF, excluídos os municípios.
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A União estabelece as normas gerais e os Estados estabelecem normas complemen-
tares que atendam às suas próprias peculiaridades. Se a União não estabelecer normas
gerais, é previsto pela CF que os Estados tenham competência plena para trazer normas
gerais e suplementares. Se posteriormente a União trouxer normas gerais, a eficácia das
normas estaduais será suspensa.
O art. 21 trata de competências administrativas e exclusivas (indelegáveis) da União.
ART. 21. COMPETE À UNIÃO:

I – manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais;


II – declarar a guerra e celebrar a paz;
III – assegurar a defesa nacional;
IV – permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo
território nacional ou nele permaneçam temporariamente;

Percebe-se que o art. 21 trata da relação entre o Estado Brasileiro e os estados estran-
geiros. Cabe à União exercer internacionalmente as competências que seriam da República
Federativa do Brasil, pois esta é uma ficção jurídica.
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 Obs.: cuidado: tal fato não faz da União uma pessoa de direito público internacional. Quem
possui esta natureza de pessoa jurídica de direito público internacional é a República
Federativa do Brasil. A União é uma pessoa jurídica de direito público interno.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Luciano Dutra.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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