Você está na página 1de 5

DIREITO ADMINISTRATIVO

Autarquia II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

AUTARQUIA II

As pessoas de direito público possuem imunidade tributária recíproca, ou seja, não pagam
impostos.

Imunidade Tributária

CF, art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
VI – Instituir impostos sobre:
a) patrimônio (IPTU, IPVA), renda (IRPA) ou serviços (ISS), uns dos outros;
(...)
§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas
finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

Se um bem estiver sendo efetivamente usado para prestar atividade típica da autarquia,
esse bem terá imunidade tributária. Caso o bem esteja sendo utilizado para outra finalidade
diferentemente da principal da autarquia, que consta em lei, ele perde a imunidade tributária.

Controle Administrativo

• Princípio da especialidade: a lei deve apresentar as finalidades específicas da enti-


dade.

Supervisão Ministerial ou Controle Finalístico

ATENÇÃO
Caso a entidade não cumpra sua atividade, o órgão supervisor pode fazer o controle das
atividades e esse é denominado supervisão ministerial ou controle finalístico, que deriva
do poder de tutela.
5m
Não há subordinação entre Administração indireta e direta, no entanto, toda entidade fica
sempre vinculada a um órgão da Administração direta. Por exemplo: a Anvisa, que é uma
autarquia federal, fica vinculada ao Ministério da Saúde, mas não há relação de subordinação.
ANOTAÇÕES

1 www.grancursosonline.com.br
DIREITO ADMINISTRATIVO
Autarquia II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Decreto-lei n. 200/1967, art. 20. O Ministro de Estado é responsável, perante o Presidente da Repúbli-
ca, pela supervisão dos órgãos da Administração Federal enquadrados em sua área de competência.
Parágrafo único. A supervisão ministerial exercer-se-á através da orientação, coordenação e con-
trole das atividades dos órgãos subordinados (Administração direta) ou vinculados (entidades) ao
Ministério, nos termos desta lei.

DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/SEDF/PROFESSOR/2017) O poder de fiscalização que a Secretaria de Estado
de Educação do DF exerce sobre fundação a ela vinculada configura controle administra-
tivo por subordinação.

COMENTÁRIO
Relembrar se há relação de subordinação entre as Administrações direta e indireta.
10m

Prerrogativas Autárquicas (Derivam do Direito Público)


No direito público, é importante lembrar-se do princípio da supremacia da Administração
em relação ao particular. É como se o Estado fosse o império e o restante, os súditos; então,
para que o Estado realize todas as suas atividades, tratando sempre o interesse público, pre-
cisa de algumas prerrogativas.
Prescrição quinquenal: significa que se alguém tiver créditos contra autarquia, deverá rea-
lizar a cobrança em até cinco anos, sob pena de prescrever o seu direito de ação.
A jurisprudência estabelece que exista uma simetria entre esses prazos: atendendo ao
princípio da isonomia, se o indivíduo tem até 5 anos para realizar uma cobrança do Estado, o
Estado também tem até 5 anos para cobrar o indivíduo em caso de prejuízo ao erário causado
pelo particular.
“Em julgamento de recurso repetitivo relatado pelo ministro Mauro Campbell Marques, a
15m Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), de forma unânime, definiu que pres-
creve em cinco anos todo e qualquer direito ou ação movida contra a fazenda pública, seja ela
federal estadual ou municipal, inclusive indenização por reparação civil. A decisão tem impor-
tância transcendental para nortear a atuação da advocacia pública. Eis a ementa: ADMINIS-
TRATIVO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA (ARTIGO 543-C
ANOTAÇÕES

2 www.grancursosonline.com.br
DIREITO ADMINISTRATIVO
Autarquia II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

DO CPC). RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. AÇÃO INDENIZATÓRIA. PRESCRI-


ÇÃO. PRAZO QUINQUENAL (ART. 1º DO DECRETO N. 20.910/1932) X PRAZO TRIENAL
(ART. 206, § 3º, V, DO CC). PREVALÊNCIA DA LEI ESPECIAL. ORIENTAÇÃO PACIFICADA
NO ÂMBITO DO STJ. RECURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO.”
Supremo Tribunal Federal – Tese de repercussão geral no sentido de que “é prescritível
a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil”. Recurso Extraor-
dinário (RE) 669069.
“São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de
ato doloso tipificado na Lei de Improbidade Administrativa.” STF. Plenário. RE 852475/
SP, Rel. orig. Min. Alexandre de Moraes, Rel. para acórdão Min. Edson Fachin, julgado em
08/08/2018.
Se o agente público praticar um ato de improbidade administrativa de forma dolosa, nesse
momento a ação é imprescritível.

DIRETO DO CONCURSO
2. (CESPE/CGM DE JOÃO PESSOA-PB/ANALISTA/2018) Com relação aos princípios apli-
cáveis à Administração Pública e ao enriquecimento ilícito por agente público, julgue o
item a seguir.

A pretensão estatal de ressarcimento do erário em face de agente que tenha enriquecido


ilicitamente no exercício de suas funções prescreverá em cinco anos.
20m

COMENTÁRIO
A questão traz um ato de improbidade.

Prazos Processuais

CPC, art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias
e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações pro-
cessuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
ANOTAÇÕES

3 www.grancursosonline.com.br
DIREITO ADMINISTRATIVO
Autarquia II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

DIRETO DO CONCURSO
3. (FCC/TRT 23ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2016) Determinada autarquia do Esta-
do do Mato Grosso foi condenada a pagar indenização a um de seus servidores. Após a
condenação, utilizou-se do prazo em quádruplo para recorrer, e, na fase de execução da
condenação, alegou a impossibilidade de arcar com a indenização por não ter patrimônio
próprio. A propósito dos fatos,
a. incorreto o prazo recursal, que é em dobro para recorrer, bem como o fundamento do
patrimônio, pois a autarquia tem patrimônio próprio.
b. correto tanto o prazo recursal, como o argumento relativo ao patrimônio.
c. correto o prazo recursal, mas incorreto o fundamento do patrimônio, pois a autarquia
tem patrimônio próprio.
d. incorreto o prazo recursal, que, na hipótese, é prazo simples, mas correto o fundamento
do patrimônio.
e. incorreto o prazo recursal, que, na hipótese, é em dobro, mas correto o fundamento do
patrimônio.

COMENTÁRIO
Observar o prazo trazido pela questão e a situação de patrimônio próprio.

Duplo Grau de Jurisdição

CPC, art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de con-
firmada pelo tribunal, a sentença:
I – proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autar-
quias e fundações de direito público;
25m § 1º Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no prazo legal, o juiz ordenará a
remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á.
§ 3º Não se aplica o disposto neste artigo (o processo pode transitar em 1ª instância) quando a con-
denação ou o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a:
I – 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito
público;
II – 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias
ANOTAÇÕES

4 www.grancursosonline.com.br
DIREITO ADMINISTRATIVO
Autarquia II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados;


III – 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e funda-
ções de direito público.
§ 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
– súmula de Tribunal Superior;
– acórdão (decisões reiteradas pelo poder judiciário sobre o mesmo tema) proferido pelo Supremo
Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
– entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio
ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.
30m

GABARITO

1. E
2. E
3. a

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Rodrigo Cardoso.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura
exclusiva deste material.
ANOTAÇÕES

5 www.grancursosonline.com.br

Você também pode gostar