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Curso de Formação de Soldado Bombeiro Militar

ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS
COM PRODUTOS PERIGOSOS

2018
Diretor:

Eloi Camacho Garcia – MAJ BM

Diretor Adjunto

Antonio Ribeiro da Silva Neto – CAP BM

Organizador:

Pablo Moraes Veras – SD BM

Comissão de revisão:

Vagner Nascimento – CAP BM – Chefe da Seção de Ensino


Eli Antonio Lima – SUBTEN BM
Ana Paula Oliveira da Silva – SUBTEN BM
Mauro Augusto Melo Araújo – SGT BM

Josilene Dantas Barbosa – CB BM

2
PREFÁCIO

Este material é uma compilação de textos e imagens das referências


constantes no final deste trabalho, produzido com o objetivo exclusivo
de subsidiar os estudos dos alunos dos cursos de formação, preparação
e aperfeiçoamento de bombeiros militares no Centro de Formação e
Aperfeiçoamento de Praças do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia.

3
Prezado estudante,

Bem-vindos à disciplina Atendimento a emergências com produtos


perigosos, que tem o objetivo de criar condições para que o estudante
possa ampliar conhecimentos para identificar a ocorrência como sendo
de produtos perigosos; listar as classes de risco, de acordo com a
classificação da organização das Nações Unidas (ONU); analisar as
legislações sobre produtos perigosos.

Esperamos que, até o final da disciplina vocês possam desenvolver e


exercitar habilidades para detectar a presença de produtos perigosos
por meio dos métodos formais de identificação; identificar as zonas de
trabalho das equipes que atenderão à emergência; estabelecer os
procedimentos de controle, inclusive na pré-determinação da zona de
controle; utilizar os equipamentos de proteção individual e demais
equipamentos pertinentes ao seu nível de intervenção; iniciar a
implantação do Sistema de Comando em Incidentes (SCI) para
acidentes com produtos perigosos; desenvolver ações de intervenção
com emprego de métodos e técnicas; empregar protocolo específico;
fortalecer atitudes para reconhecer a importância da classificação da
ocorrência como produtos perigosos, deflagrando assim outros
procedimentos.

Bons estudos!

4
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 06

2 CONCEITOS BÁSICOS ...................................................................................... 06

3 NÍVEIS DE TRATAMENTO ............................................................................ 08

4 NOÇÕES DE QUÍMICA ..................................................................................... 12

5 LEGISLAÇÕ BRASILEIRA ............................................................................... 18

6 MODAIS DE TRANSPORTE ........................................................................... 21


7 MÉTODOS FORMAIS DE IDENTIFICAÇÃO DE PRODUTOS 25
PERIGOSOS ...........................................................................................................

8 MANUAL DE EMERGÊNCIA DA ABIQUIM ............................................. 44

9 COMBUSTÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS ........................................... 48

10 PRINCIPAIS COMBUSTÍVEIS ....................................................................... 58

11 EQUPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) E NÍVEIS 60


DE PROTEÇÃO ....................................................................................................

12 SEQUÊNCIA OPERACIONAL ......................................................................... 64

13 AVALIAÇÃO DE RISCOS E PERIGOS ......................................................... 66

14 NOÇÕES DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA ................................................ 68

REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 79

5
1 INTRODUÇÃO

A maioria das culturas antigas preocupou-se em entender a relação existente entre


o ser humano, a natureza e seus fenômenos. A sociedade humana desenvolveu-se
rapidamente levando ao aumento considerável da produção de bens e alimentos
que necessitam de substâncias químicas para a sua produção. Estas substâncias,
muitas vezes perigosas, são produzidas, transportadas e manipuladas cada vez em
maior volume, ocasionando acidentes que envolvendo a sociedade como um todo,
oferecendo perigo aos seres humanos e ao meio ambiente, podendo ser fatal a
todos que forem atingidos, inclusive as equipes que vão atuar na emergência.

2 CONCEITOS BÁSICOS

Química – ciência que se estuda a estrutura das substâncias, correlacionando-a


com propriedades macroscópicas, e se investigam as transformações destas
substâncias. (Aurélio)

Matéria – É a manifestação física do universo. Tem massa e ocupa lugar no espaço.

Massa – é o valor numérico da quantidade de matéria de um corpo.

Energia: é a grandeza que avalia a capacidade de um sistema a realizar trabalho.


τ= F . d , onde: τ = trabalho; F é força e d é a distância percorrida.

Energia cinética (Ec): é aquela relacionada ao movimento de um corpo ou objeto


e é calculada pelo produto de sua massa (m) por sua velocidade (v) elevada ao

quadrado, e dividida por dois. Ec =

Energia potencial (Ep): é aquela armazenada em um corpo ou objeto quando esse


é submetido a certas condições, como gravidade (g), elasticidade, eletricidade ou
6
magnetismo. Sua intensidade varia conforme a massa (m) do corpo e sua posição
ou altura (h) em relação a um nível de referência. Ep = m . g .h

Energia mecânica (Em): é a soma de suas energia cinética e potencial.

Pressão: é relação entre a força exercida na direção perpendicular sobre uma dada
superfície e a área dessa superfície. Por exemplo: no Sistema Internacional, o
pascal (Pa), 1 pascal é a pressão exercida por uma força de 1 Newton,
uniformemente distribuída sobre uma superfície de 1 metro quadrado. Assim 1 Pa
= N/m²

Temperatura: é a medida da agitação das partículas que constituem a matéria.

Calor: é energia em trânsito. Q = m . c . Δt, onde; m é a massa, c é o calor especifico


e Δt é a variação de temperatura.

Fenômeno: Qualquer modificação que ocorra com a matéria. Os fenômenos


podem ser classificados em físicos e químicos.

Fenômeno físico: A composição da matéria é preservada, ou seja, permanece a


mesma antes e depois da ocorrência do fenômeno.

Fenômeno químico: A composição da matéria é alterada, sua composição antes


de ocorrer o fenômeno é totalmente diferente da que resulta no final.

Produtos perigosos: É toda substância que, em virtude de suas características


físico-químicas, radioativa ou biológica que pode estar nos estados: sólido, líquido
ou gasoso e pode afetar de forma nociva, direta ou indiretamente, o patrimônio, os
seres vivos ou o meio ambiente

Carga perigosa: É o acondicionamento ruim ou a arrumação física deficiente de


uma carga ou volume, que venha a oferecer riscos de queda ou tombamento,
podendo gerar outros riscos.

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Contaminante: Qualquer substância perigosa que esteja presente no meio
ambiente ou em pessoas e/ou outros seres vivos e apresente riscos à saúde ou
degradação do meio ambiente.

Acidente ambiental: Evento inesperado e indesejado que afeta direta ou


indiretamente, a saúde e a Segurança da população ou de outros seres vivos
causando impactos agudos ao meio ambiente.

Acidente tecnológico: Evento inesperado e indesejável que envolve tecnologia


desenvolvida pelo homem e tem a capacidade de afetar, direta ou indiretamente a
saúde e a segurança dos trabalhadores, da população, ou causar impactos agudos
ao meio ambiente.

Equipe de intervenção: Grupo de profissionais treinados e especializados, com a


finalidade de entrar na área quente, a fim de conter o acidente ambiental, realizar
salvamentos e minimizar os riscos potenciais.

Equipe de descontaminação: Grupo de profissionais treinados e especializados,


com a finalidade de realizar descontaminação das equipes e materiais
contaminados por substâncias perigosas oriundas da área quente.

Equipe de suporte: Grupo de profissionais treinados e especializados em diversas


áreas (comunicações, logísticas, proteção respiratória, pessoal, emergências
médicas e toxicologia, análises laboratoriais, meteorologia e operações de Defesa
Civil) a fim de dar o apoio necessário para as operações de intervenção e
descontaminação.

3 NÍVEIS DE TREINAMENTO

A Administração de Segurança e Saúde Ocupacionais (OSHA) dos E.U.A, analisando


a estatística das décadas de 60, 70 e 80 as vítimas de uma ocorrência envolvendo
produtos eram categorizadas em 1/3 as vítimas iniciais e 2/3 restantes eram
8
constituídos da equipe de atendimento a emergência. Foram estabelecidos 5 níveis
de treinamento objetivando reduzir o número de vítimas:

1º NÍVEL (PRIMEIRO RESPONDEDOR)

Neste nível, a pessoa que é testemunha ou descobre um incidente em que existe ou


é potencialmente possível um derramamento de produto perigoso. Estas pessoas
são treinadas para fornecer informações confiáveis às autoridades apropriadas
para que se inicie o sistema de resposta às emergências com produtos perigosos,
além disso, estarão treinadas para dar os primeiros passos tendentes a controlar o
cenário. Seu treinamento, permitirá que elas determinem os possíveis efeitos do
derramamento. Neste nível, o Agente não tomará qualquer outra ação.

Competências:

1 – Reconhecer a presença de produtos perigosos em um incidente;

2 – Usar e compreender o guia de resposta à emergência;

3 – Identificar o tipo e as características gerais dos produtos;

4 – Entender o papel do primeiro a chegar na cena, controlando o cenário e


garantindo a segurança;

5 – Identificar as necessidades de recursos para atender a emergência de acordo


com sua magnitude.

2º NÍVEL (OPERAÇÕES)

Nível de treinamento para pessoas que atendem a derramamentos ou


descarregamentos potenciais de produtos perigosos. Sua missão é a de proteger as
pessoas, a propriedade e o meio ambiente dos efeitos do derramamento. Essas
pessoas são treinadas para que atuem de uma maneira defensiva sem que tratem
na realidade de entrar em contato direto com o produto químico do
derramamento. Suas ações são realizadas a uma distância segura, antecipando-se 9
ao curso do derramamento e são encaminhadas a evitar que se estenda ao mínimo
possível, além de prevenir que as pessoas sejam expostas ao perigo.

Competências:

1 – Entender os termos básicos relacionados com os produtos perigosos;

2 – Medir o risco com técnicas básicas de reconhecimento;

3 – Saber como selecionar e usar equipamentos de proteção individual (EPI’s)


adequado;

4 – Saber realizar operações básicas de controle, contenção, direcionamento e


confinamento de produtos perigosos, com os recursos e equipamentos de proteção
individual (EPI’s) disponíveis;

5 – Identificar e prever os possíveis efeitos diante situações variantes (fatores


modificativos);

6 – Implementar procedimentos básicos de descontaminação.

3º NÍVEL (TÉCNICO EM PRODUTOS PERIGOSOS)

Se aplica pessoas que respondem a derramamentos ou possíveis derramamento de


produtos perigosos com propósito de evita-los ou detê-los. Assumem um papel
mais agressivo que a pessoa treinada no nível de operações, já que os técnicos têm
os conhecimentos e os equipamentos necessários para envolverem-se de uma
forma mais agressiva com os produtos perigosos envolvidos numa emergência.

Competências:

1 – Implementar o plano de emergência;

2 – Utilizar instrumentos equipamentos de monitoramento de gases para


classificar, identificar e verificar os produtos perigosos conhecidos e
desconhecidos;

3 – Entender a terminologia e o comportamento de produtos químicos e tóxicos; 10


4 – Executar ações dentro do sistema de comando de incidentes;

5 – Saber selecionar e usar equipamentos de proteção individual (EPI’s)


especializados;

6 – Aplicar técnicas de medição de perigos e riscos;

Realizar operações avançadas de controle, contenção e confinamento dentro das


capacidades, recursos e EPI’s disponíveis em suas unidades;

7 – Entender e implementar procedimentos de uma emergência.

4º NÍVEL (ESPECIALISTA EM PRODUTOS PERIGOSOS)

Este nível é o mais avançado desde uma perspectiva técnica e inclui as pessoas
com o treinamento e as capacidades especializadas em distintos meios de
transporte e armazenamento, produtos químicos, etc. Os especialistas são,
normalmente, o suporte técnico avançado nas emergências. Embora os deveres e
funções dos técnicos e especialistas apresentarem similaridade, os dos
especialistas exigem um conhecimento mais direto e específico das substancias
que terão que conter ou controlar. Os especialistas em produtos perigosos podem
servir como ligação com as autoridades federais, estaduais e locais quanto às
atividades táticas e a segurança local.

Competências:

1 – Todas as competências do 3º nível técnico;

2 - Determinar os procedimentos, materiais e suprimentos para uma adequada


descontaminação do pessoal.

5º NÍVEL (COMANDANTE DE INCIDENTE)

Esta é a pessoa que assumirá o controle do local do incidente e das ações de


resposta. Para este nível será requerido ao menos ter coberto o treinamento
equivalente ao nível de operações, ter experiência em assuntos de administração.
11
Competências:

1 – Implementar o plano de resposta às emergências com produtos perigosos;

2 – Conhecer e implementar o sistema de comando de incidentes;

3 – Conhecer e compreender os perigos e riscos dos efetivos que trabalham com a


roupa de proteção química;

4 – Conhecer em detalhes os planos locais, estatais e federais de respostas às


emergências com produtos perigosos;

5 –Conhecer e compreender a importância dos procedimentos de


descontaminação do pessoal e da comunidade.

4 NOÇÕES DE QUIMICA

ELEMENTOS QUÍMICOS

 É o nome dado aos átomos;


 Átomos são as menores partículas da matéria; ( já existem subpartículas
menores que os átomos)
 Os cientistas conhecem pouco mais de uma centena, que estão na tabela
periódica

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4.2 MISTURAS

 Dividem-se em homogêneas ou heterogêneas;


 Conjunto de substâncias que estão misturadas;
 Homogêneas: não se vê as fases;
 Heterogêneas: se vê as fases.

FUNÇÕES QUÍMICAS

 Conjunto de substâncias com propriedades químicas semelhantes


 Ácidos, bases, sais e óxidos;
 Apresentam carga elétrica entre os átomos ligados entre si.
 Carga elétrica positiva = cátion; 13
 Carga elétrica negativa = ânion.

Ácidos

Definição “ Substância, em solução aquosa, que libera como cátions somente íons
H+.” Arrhenius

Substâncias ácidas são consideradas perigosas pelo fato de terem a propriedade de


destruir estruturas moleculares assim como dissolver matéria orgânica com muita
facilidade dependendo da força e da concentração do ácido.

Ácidos extremamente perigosos:

Ácido fluorídrico (HF) – Esta substância reage com vidro e metal e, por isso,
precisa ser armazenada em recipientes de parafina ou teflon. O ácido pode causar
queimaduras graves e, na sua forma diluída, pode penetrar na pele humana e
dissolver ossos.

Ácido Sulfúrico (H2SO4) – Este ácido é muito utilizado na indústria. Quando em


concentrações acima de 15%, ele causa queimaduras graves e desidratação dos
tecidos.

Ácido Nítrico (HNO3) – Este ácido reage com muitos metais. Ele pode ser usado
com glicerina e ácido sulfúrico para gerar o explosivo nitroglicerina. A substância
pode causar queimaduras graves.

BASES

Substância, em solução aquosa, que libera como ânions somente íons OH− (íons
hidroxila ou oxidrila) Arrhenius.

Indicadores - são substâncias que adquirem cor diferente na presença de soluções


ácidas e de soluções básicas.
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QUÍMICA ORGÂNICA

 Se ocupa dos compostos orgânicos.


 Hidrocarbonetos, alcoois, haletos, fenóis, aldeídos, cetonas, ácidos
carboxílicos, ésteres, éteres, aminas, amidas.
 Cadeias carbônicas – sucessão de átomos de carbono ligados entre si.

DEFINIÇÕES

Densidade relativa de fase gasosa - É a medida do peso da fase gasosa


comparado com igual volume de ar.

Ar = 1,0

< 1,0 = mais leve que o ar

> 1,0 = mais pesada que o ar

15
Volatilidade - Denominação dada a certas substâncias líquidas e sólidas que, em
condições ambientais, facilmente passam para fase de vapor. Quanto maior a
pressão de vapor de uma substância em condições ambientais, mais volátil ela
será.

Éter etílico> Acetona> Etanol> Água

Tensão superficial - É a força de atração que existe entre as moléculas da


superfície de um líquido. Determina a capacidade de um líquido se difundir numa
superfície. Líquido humectante reduz a tensão superficial da água;

Densidade Relativa de Líquidos - É a medida do peso de um líquido comparado


com igual volume de água.

Água = 1,0

< 1,0 = flutuará na água;

> 1,0 = afundará na água.

D = m/v m = massa e v = volume

Solubilidade em água - Capacidade que uma substância possui em dissolver


outra.

Miscibilidade

16
Pressão de Vapor - Pressão exercida pelas moléculas de vapor de um líquido. Para
cada temperatura existe uma pressão de vapor.

Ponto de ebulição - Temperatura na qual ocorre um equilíbrio entre a pressão de


vapor e a pressão atmosférica local.

Viscosidade - Determina a facilidade de fluidez de um líquido “Ideia de fino e


grosso”. Alta viscosidade necessita ser aquecidos para proporcionar fluidez (óleo,
nafta, etc.)

Instabilidade e polimerização - Instabilidade é a susceptibilidade de uma


substância em liberar energia de si mesma ou em combinação com outros
materiais. Polimerização ó processo de formação de compostos formados por
moléculas grandes e está associada à liberação de energia.

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5 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

A partir dos diversos acidentes de grande porte ocorridos no período pós-guerra, a


ONU, em 1957, criou uma comissão que elaborou uma relação de 2.130produtos
químicos considerados como perigosos e definiu um número de identificação para
cada um deles, sendo adotado pela comunidade internacional. O Brasil, como um
dos signatários daquele organismo internacional, trouxe para o seu arcabouço
legislativo as recomendações e classificações editadas pelo organismo, porém, isso
não ocorreu de forma imediata. Apenas em 1983, a exemplo do que ocorreu com a
ONU, após a ocorrência de dois acidentes marcantes, o do Pó da China no Rio de
Janeiro e do incêndio na composição ferroviária, em Pojuca, Bahia, o Ministério dos
Transportes editou o Decreto nº 88.821/83, disciplinando o transporte de
produtos perigosos, individualizando a responsabilidade de cada envolvido e
definindo suas atribuições. Em 1988 a legislação foi substituída pelo Decreto
n°96.044, que estabeleceu o Regulamento para o Transporte Rodoviário de
produtos perigosos, sendo regulamentado pela Portaria n°291, de 31/05/88,
também daquele Ministério. Para prevenir e minimizar esta situação, o Governo
Federal instituiu um arcabouço legal, regulando a matéria sobre fiscalização e
policiamento, segurança dos veículos, atendimento as emergências e crimes
referentes às infrações. Em 05/06/2001 foi publicada a Lei Federal Nº 10.233/01,
passando à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) a atribuição de
estabelecer padrões e normas técnicas complementares relativas às operações de
transporte terrestre de produtos perigosos. Consequentemente, em 12/02/2004 o
órgão publicou a Resolução Nº 420/04, estabelecendo a nova relação dos produtos
perigosos e os seus números de identificação ONU, quantidades isentas, classes de
risco, grupos de embalagens e provisões especiais, substituindo ainda algumas
Portarias do Ministério do Transporte.

18
LEGISLAÇÕES FEDERAL

Decreto-Lei Nº2063, de 06 de outubro de 1983 – Dispõe sobre multas a serem


aplicadas por infrações à regulamentação para a execução do serviço de transporte
rodoviário de cargas ou produtos perigosos e dá outras providências.

Decreto Nº 96.044, de 18/05/1988 – Aprovou o Regulamento para o Transporte


Rodoviário de produtos perigosos (RTPP) e dá outras providências.

Resolução Nº 91, de 04/05/98 – Dispões sobre os Cursos de Treinamento


Específico e Complementar para Condutores de Veículos Rodoviários
Transportadores de Produtos Perigosos.

Lei Nº 9611, de 19/02/1998 – Dispõe sobre o Transporte Multimodal de Cargas e


dá outras providências.

Lei Nº 9605, de fevereiro de 1998 – Dispões sobre as sanções penais e


administrativas derivadas de conduta e atividades lesivas ao meio ambiente e dá
outras providências.

Decreto Nº 4097, de 23 de janeiro de 2002 – Alterou a redação dos art. 7 e19


dos Regulamentos para os Transportes Rodoviário e Ferroviário de Produtos
Perigosos, aprovados pelos Dec. 96044/88 e 98973/90.

Portaria MT Nº 349, de 04 de junho de 2002 – Aprovou as Instruções para a


Fiscalização do Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos no Âmbito Nacional.

Resolução ANTT N º 420/2004 – Aprovou as instruções complementares ao


RTPP.

LEGISLAÇÕES ESPECIAIS

Resolução CNEN NE-5.0113/88 – estabelece padrões de segurança que


proporciona nível aceitável de controle dos riscos de radiação, criticalidade e
térmico para pessoas, propriedades e meio ambiente associados ao transporte de 19
material radioativo que se baseiam nos Regulations for the SafeTransport of
Radioactive Material (TS-R-1 (ST-1 Revisado)), da IAEA , Viena(2000).

R-105 – Regulamenta o transporte de produtos explosivos.

Regulamentos Técnicos do INMETRO – normas expedidas pelo órgão que


especifica procedimentos e critérios para o Certificado de Capacitação de Tanques
conforme a sua destinação de utilização, pára-choques traseiros, etc.

NORMAS TÉCNICAS DA ABNT

As normas não são obrigatórias, exceto quando há uma previsão legal. No que
tange a produtos perigosos, o Decreto Nº 96.044 e a Resolução N º
420/2004adotam várias Normas Brasileiras, tornando-as dessa forma
obrigatórias. Dentre elas, pode-se citar:

NBR-7500/2004 – Símbolos de Risco e Manuseio para o Transporte e


Armazenamento de Materiais.

NBR-7501/2003 – Transporte Terrestre de Produtos Perigosos –Terminologia.

NBR-7503/2003 – Ficha de Emergência para o Transporte de Produtos Perigosos.

NBR-7504/2004 – Envelope para Transporte de Produtos Perigosos –


Características e Dimensões.

NBR-8285/2000 – Preenchimento da Ficha de Emergência para o Transporte de


Produtos Perigosos.

NBR-9734/2003 – Conjunto de Equipamentos de Proteção Individual para


Avaliação de Emergência e Fuga no Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos.

NBR-9735/2003 – Conjunto de Equipamentos para Emergência no Transporte


Rodoviário de Produtos Perigosos.

20
NBR-10271/2003 – Conjunto de Equipamentos para Emergência no Transporte
Rodoviário de Ácido Fluorídrico.

NBR-12710/2000 – Proteção contra Incêndio por Extintores, no Transporte


Rodoviário de Produtos Perigosos.

NBR-12982/2004 – Desgaseificação de Tanque Rodoviário para Transporte de


Produto Perigoso – Classe de Risco 3 – Líquidos Inflamáveis.

NBR-13095/1998 – Instalação e Fixação de Extintores de Incêndio para Carga no


Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos.

NBR-14064/2003 – Atendimento a Emergência no Transporte Terrestre de


Produtos Perigosos.

NBR-14095/2003 – Área de Estacionamento para Veículos Rodoviários de


Transporte de Produtos Perigosos.

6 MODAIS DE TRANSPORTE

Os acidentes envolvendo PP ocorrem quando estão sendo movimentados, através


dos vários tipos de modais ou ainda quando estão armazenados ou manipulados
em processos industriais. Os tipos de modais de transporte de PP são: rodoviário,
ferroviário, duto viário, marítimo, fluvial e aéreo.

Pode-se encontrar um PP armazenado em locais como: postos e distribuidoras de


combustíveis, usinas de produção de álcool, indústria química, etc.

21
MODAL RODOVIÁRIO

As necessidades de produção e consumo geradas pelo atual nível de


desenvolvimento do Brasil, fazem com que a movimentação de produtos perigosos
seja cada vez mais intensa, principalmente pelo modal de transporte adotado no
país, o rodoviário.

O Brasil, a exemplo dos Estados Unidos e da maioria dos países europeus, possui
uma tendência histórica de priorizar investimentos públicos no modal rodoviário.
Dados oficiais mostram que o país possui quase 1,8 milhão de quilômetros de
estradas, sendo que destes somente 10% são pavimentados. Apesar da
precariedade, a malha rodoviária brasileira é considerada a segunda maior do
mundo, só perdendo para a dos Estados Unidos. Por conseguinte, o maior número
de acidentes envolvendo PP está neste modal, como se pode verificar no quadro
acima.

MODAL DUTOVIÁRIO

Dutos são tubulações especialmente desenvolvidas e construídas de acordo com


normas internacionais de segurança, para transportar petróleo e seus derivados,
álcool, gás e produtos químicos diversos por distâncias especialmente longas, 22
sendo então denominados como oleodutos, gasodutos ou polidutos. São
construídos com chapas que recebem vários tratamentos contra corrosão e
passam por inspeções frequentes, através de modernos equipamentos e
monitoramento à distância. Entre os dispositivos de segurança estão válvulas de
bloqueio, instaladas em vários intervalos das tubulações para impedir a passagem
de produtos, em caso de anormalidades. Desta forma um duto permite que grandes
quantidades de produtos sejam deslocadas de maneira segura, diminuindo o
tráfego de cargas perigosas por caminhões, trens ou por navios e,
consequentemente, diminuindo os riscos de acidentes ambientais.

Há dutos internos, ou seja, situados no interior de uma instalação como há também


os intermunicipais, interestaduais ou internacionais. Estas tubulações de aço
interligam píeres, terminais marítimos e fluviais, campos de produção de petróleo
e gás, refinarias, companhias distribuidoras e consumidores. Na maioria são
subterrâneos, mas há também os aéreos e os submarinos, situados nas imediações
das plataformas de petróleo e dos terminais. Assim sendo, o traçado dessas linhas
de dutos podem ser encontrados em áreas urbanas, rurais, passando sob ruas,
avenidas e rodovias; condomínios; fazendas, serras e montanhas, rios, mares e
manguezais e uma grande variedade de localidades.

MODAL FERROVIÁRIO

A malha ferroviária paulista apresenta atualmente 5,1 mil quilômetros, sendo4.236


km em extensão e 900 km de linhas em pátios. É formada por um conjunto de
linhas e ramais ligando o interior do Estado de São Paulo e as regiões do triângulo
mineiro e do sudoeste de Minas Gerais à região metropolitana de São Paulo e ao
porto de Santos. Ao longo desse trajeto, há ligação com outras ferrovias, a Sul
Atlântica, a Centro Atlântica e a Novoeste. O modal ferroviário constitui um
importante meio de escoamento de cargas em geral transportando 5,2% do total
de cargas movimentadas no país. Entre essas cargas incluem-se produtos
perigosos como álcool, coque, diesel, gasolina, óleos combustíveis. 23
O transporte ferroviário é caracterizado pelos grandes volumes de cargas
simultaneamente transportados, haja vista a grande capacidade dos vagões, bem
como o grande número dos mesmos em uma dada composição. Além disso, amalha
ferroviária atravessa diferentes áreas de relevante importância como áreas de
preservação ambiental, de alta densidade populacional, etc. Nesse contexto,
verifica-se que o transporte ferroviário de produtos perigosos oferece um grande
potencial de risco à saúde, ao meio ambiente e ao patrimônio público e privado,
tendendo a ser o acidente neste tipo de transporte, geralmente mais complexo em
relação aos acidentes ocorridos no modal rodoviário, sendo motivo de maior
atenção por parte das equipes de emergência.

MODAL AÉREO, MARÍTIMO E FLUVIAL

Estes modais apresentam uma estatística baixa de acidentes, apesar de


representar um risco em potencial. O modal aéreo é muito pouco utilizado para o
transporte de cargas perigosas, já que há uma limitação muito grande por parte da
legislação em relação ao transporte de passageiros e cargas, além da limitação da
aeronave em transportar grandes quantidades de produtos; esse modal é mais
utilizado para transporte de produtos embalados e geralmente estão armazenados
em pequenas quantidades. O modal fluvial também representa um percentual
muito baixo no setor de transporte de cargas em geral, porém está crescendo cada
vez mais no contexto nacional, já que as condições dos rios favorecem esse tipo de
transporte. Num futuro próximo a situação poderá se alterar e as equipes de
emergências precisam se preparar para o atendimento de ocorrência deste tipo de
modal.

Já o modal marítimo é um dos principais meios de entrada de produtos perigosos


importados no país e oferece um potencial de grande risco para as equipes de
emergência e para o meio ambiente, devido à grande quantidade e a diversidade
de produtos transportados na mesma embarcação. Este tipo de emergência é
peculiar da região portuária e as instituições locais com suas equipes de 24
emergências deverão ter treinamento e planos de intervenção específicos para
esse tipo de acidente, que se diferenciam e muito dos demais modais, quer seja
pelo acesso externo à embarcação, quer seja pelo layout interno dos
compartimentos que conduzem aos depósitos, que se tornam verdadeiros
labirintos e grandes armadilhas para as pessoas que não estão familiarizadas com
aquele ambiente.

Não obstante, mesmo havendo as peculiaridades dos acidentes em cada tipo de


modal, o atendimento emergencial geral é o mesmo, sendo que todas os passos de
ações táticas descritas nos capítulos seguintes devem ser aplicados.

7 MÉTODOS FORMAIS DE IDENTIFICAÇÃO DOS PRODUTOS


PERIGOSOS

Com a chegada do Corpo de Bombeiros ao local, com as viaturas devidamente


posicionadas em local seguro, partimos para a identificação do produto perigoso
envolvido. No caso de acidente rodoviário e/ou ferroviário, a equipe de
emergência deverá observar a sinalização dos vagões e veículos de transporte, a
qual segue o preconizado pelo Decreto Nº 96.044 e Resolução Nº 420/2004,
através de símbolos e placas numeradas indicativas dos riscos relacionados ao
produto transportado.

Existem sete métodos, mas, utilizaremos apenas os métodos formais de


identificação, porque esses dão certeza à identidade do produto existente,
enquanto os demais métodos fornecem apenas uma ideia de que tipo de produto
está presente.

 Ficha de segurança;
 Ficha de emergência;
 Documentos de embarque;
 Manual da ABIQUIM;
 Simbologia; 25
 Rótulos de risco;
 Manuais especializados.

CLASSIFICAÇÕES DOS PRODUTOS PERIGOSOS

A classificação adotada na legislação brasileira segue a adotada pela ONU, sendo,


portanto, de abrangência mundial e são expressas através de números de risco,
sendo que para cada algarismo haverá uma classe de risco correspondente, que,
por sua vez, ser subdividida em subclasses conforme segue:

CLASSE 1 EXPLOSIVOS

Subclasse 1.1 Substâncias e artigos com risco de explosão em massa

Subclasse 1.2 Substâncias e artigos com risco de projeção

Subclasse 1.3 Substâncias e artigos com risco de fogo

Subclasse 1.4 Substâncias e artigos que não apresentam risco significativo

Subclasse 1.5 Substâncias muito insensíveis

Subclasse 1.6 Artigos extremamente insensíveis

CLASSE 2 GASES

Subclasse 2.1 Gases inflamáveis

Subclasse 2.2 Gases não tóxicos e não inflamáveis

Subclasse 2.3 Gases tóxicos

CLASSE 3 LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS

CLASSE 4 SÓLIDOS INFLAMÁVEIS, SUBSTÂNCIAS SUJEITAS A COMBUSTÃO


ESPONTÂNEA, SUBSTÂNCIAS QUE, EM CONTATO COM A ÁGUA, EMITEM GASES
INFLAMÁVEIS
26
Subclasse 4.1 Sólidos inflamáveis

Subclasse 4.2 Substâncias sujeitas à combustão espontânea

Subclasse 4.3 Substância que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis

CLASSE 5 SUBSTÂNCIAS OXIDANTES, PERÓXIDOS ORGÂNICOS

Subclasse 5.1 Substâncias oxidantes

Subclasse 5.2 Peróxidos orgânicos

CLASSE 6 SUBSTÂNCIAS TÓXICAS, INFECTANTES

Subclasse 6.1 Substâncias tóxicas

Subclasse 6.2 Substâncias infectantes

CLASSE 7 MATERIAIS RADIOATIVOS

CLASSE 8 SUBSTÂNCIAS CORROSIVAS

CLASSE 9 SUBSTÂNCIAS E ARTIGOS PERIGOSOS

DIVERSOS

CLASSE 1 – EXPLOSIVOS

a) Substância explosiva é a substância sólida ou líquida (ou mistura de


substâncias) que, por si mesma, através de reação química, seja capaz de produzir
gás a temperatura, pressão e velocidade tais que possam causar danos a sua volta.
Incluem-se nesta definição as substâncias pirotécnicas mesmo que não
desprendam gases;

b) Substância pirotécnica é uma substância, ou mistura de substâncias, concebida


para produzir um efeito de calor, luz, som, gás ou fumaça, ou a combinação destes,
como resultado de reações químicas exotérmicas autossustentáveis e não-
detonantes;

27
c) Artigo explosivo é o que contém uma ou mais substâncias explosivas.
É proibido o transporte de substâncias explosivas excessivamente sensíveis outão
reativas que estejam sujeitas a reação espontânea, exceto, a critério das
autoridades competentes, sob licença e condições especiais por elas estabelecidas.

A Classe 1 está dividida em seis subclasses:

Subclasse 1.1 - Substâncias e artigos com risco de explosão em massa (uma


explosão em massa é a que afeta virtualmente toda a carga, de maneira
praticamente instantânea).

Subclasse 1.2 - Substâncias e artigos com risco de projeção, mas sem risco de
explosão em massa.

Subclasse 1.3 - Substâncias e artigos com risco de fogo e com pequeno risco de
explosão, de projeção, ou ambos, mas sem risco de explosão em massa.

Subclasse 1.4 - Substâncias e artigos que não apresentam risco significativo. Esta
Subclasse abrange substâncias e artigos que apresentam pequeno risco na
eventualidade de ignição ou iniciação durante o transporte. Os efeitos estão
confinados, predominantemente, à embalagem e não se espera projeção de
fragmentos de dimensões apreciáveis ou a grande distância. Um fogo externo não
deve provocar explosão instantânea de, virtualmente, todo o conteúdo da
embalagem.

Subclasse 1.5 - Substâncias muito insensíveis, com um risco de explosão em massa,


mas que são tão insensíveis que a probabilidade de iniciação ou de transição da
queima para a detonação, em condições normais de transporte, é muito pequena.

Subclasse 1.6 - Artigos extremamente insensíveis, sem risco de explosão em massa.


Esta Subclasse abrange os artigos que contêm somente substâncias detonantes
extremamente insensíveis e que apresentam risco desprezível de iniciação ou
propagação acidental.

CLASSE 2 – GASES

Gás é uma substância que: 28


a) A 50ºC tem uma pressão de vapor superior a 300kPa; ou

b) É completamente gasoso à temperatura de 20ºC, à pressão de 101,3kPa.

A Classe 2 está dividida em três subclasses, com base no risco principal que os
gases apresentam durante o transporte:

Subclasse 2.1 - Gases inflamáveis: gases que a 20ºC e à pressão de 101,3kPa:

a) São inflamáveis quando em mistura de 13% ou menos, em volume, com o ar;

b) Apresentam uma faixa de inflamabilidade com ar de, no mínimo, doze pontos


percentuais, independentemente do limite inferior de inflamabilidade. A
inflamabilidade deve ser determinada por ensaios ou através de cálculos, conforme
métodos adotados pela ISO (ver Norma ISO 10156-1990). Quando os dados
disponíveis forem insuficientes para a utilização desses métodos, podem ser
adotados métodos comparáveis, reconhecidos por autoridade competente.

Subclasse 2.2 - Gases não-inflamáveis, não-tóxicos: são gases que transportados a


uma pressão não-inferior a 280kPa, a 20ºC, ou como líquidos refrigerados e que
são:

a) Asfixiantes: gases que diluem ou substituem o oxigênio normalmente existente


na atmosfera;

b) Oxidantes: gases que, em geral, por fornecerem oxigênio, podem causar ou


contribuir para a combustão de outro material mais do que o ar contribui; ou

c) Não se enquadram em outra subclasse.

Subclasse 2.3 - Gases tóxicos: Gases que:

a) É sabidamente tão tóxico ou corrosivo para pessoas, que impõem risco à saúde;

b) Supõe-se serem tóxicos ou corrosivos para pessoas, por apresentarem um valor


da CL50 para toxicidade aguda por inalação igual ou inferior a 5.000m/m³ quando
ensaiados de acordo com o disposto no item II.1.1, do Anexo II.
29
LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS

Líquidos inflamáveis são líquidos, misturas de líquidos, ou líquidos contendo


sólidos em solução ou em suspensão (como tintas, vernizes, lacas etc., excluídas as
substâncias que tenham sido classificadas de forma diferente, em função de suas
características perigosas) que produzem vapores inflamáveis a temperaturas de
até60,5ºC, em teste de vaso fechado, ou até 65,6ºC, em teste de vaso aberto,
conforme normas brasileiras ou normas internacionalmente aceitas.

CLASSE 4 - SÓLIDOS INFLAMÁVEIS - SUBSTÂNCIAS SUJEITAS ACOMBUSTÃO


ESPONTÂNEA - SUBSTÂNCIAS QUE, EM CONTATO COM A ÁGUA, EMITEM
GASES INFLAMÁVEIS

Subclasse 4.1- Sólidos Inflamáveis: Sólidos que nas condições encontradas n o


transporte são facilmente combustíveis, ou que, por atrito, podem causar fogo ou
contribuir para ele. Esta Subclasse inclui, ainda, explosivos insensibilizados que
podem explodir se não forem suficientemente diluídos e substâncias
autoreagentes ou correlatas, que podem sofrer reação fortemente exotérmica.

Subclasse 4.2 - Substâncias Sujeitas a Combustão Espontânea: substâncias sujeitas


a aquecimento espontâneo nas condições normais de transporte, ou que se
aquecem em contato com o ar, sendo, então, capazes de se inflamarem; são as
substâncias pirofóricas e as passíveis de auto aquecimento.

Subclasse 4.3 - Substâncias que, em Contato com a Água, Emitem Gases


Inflamáveis: substâncias que, por reação com a água, podem tornar-se
espontaneamente inflamáveis ou liberar gases inflamáveis em quantidades
perigosas. Nestas Instruções, emprega-se também a expressão "que reage com
água" para designar as substâncias desta Subclasse

30
CLASSE 5 - SUBSTÂNCIAS OXIDANTES – PERÓXIDOS ORGÂNICOS

Subclasse 5.1 - Substâncias Oxidantes: substâncias que, embora não sendo


necessariamente combustíveis, podem, em geral por liberação de oxigênio, causara
combustão de outros materiais ou contribuir para isto.

Subclasse 5.2 - Peróxidos Orgânicos: substâncias orgânicas que contêm a estrutura


bivalente OO e podem ser consideradas derivadas do peróxido de hidrogênio, onde
um ou ambos os átomos de hidrogênio foram substituídos por radicais orgânicos.
Peróxidos orgânicos são substâncias termicamente instáveis e podem sofrer uma
decomposição exotérmica auto-acelerável. Além disso, podem apresentar uma ou
mais das seguintes propriedades: ser sujeitos a decomposição explosiva; queimar
rapidamente; ser sensíveis a choque ou a atrito; reagir perigosamente com outras
substâncias; causar danos aos olhos.

CLASSE 6 - SUBSTÂNCIAS TÓXICAS (VENENOSAS) - SUBSTÂNCIAS

INFECTANTES

Subclasse 6.1 - Substâncias Tóxicas (Venenosas): são as capazes de provocara


morte, lesões graves, ou danos à saúde humana, se ingeridas, inaladas ou se
entrarem em contato com a pele.

Subclasse 6.2 - Substâncias Infectantes: são aquelas que contêm microorganismos


viáveis, incluindo uma bactéria, vírus, rickettsia, parasita, fungo, ou um
recombinante, híbrido ou mutante, que provocam, ou há suspeita de que possam
provocar doenças em seres humanos ou animais.

CLASSE 7 - MATERIAIS RADIOATIVOS

Para efeito de classificação dos materiais radioativos, incluindo aqueles


considerados como rejeito radioativo, consultar a Comissão Nacional de Energia
Nuclear – CNEN.

As normas relativas ao transporte desses materiais (CNEN-NE-5.01 e normas


complementares a esta) estabelecem requisitos de radioproteção e segurança, a 31
fim deque seja garantido um nível adequado de controle da eventual exposição de
pessoas, bens e meio ambiente à radiação ionizante. Entretanto, é necessário
também levar em conta outras propriedades que possam significar um risco
adicional.

CLASSE 8 – CORROSIVOS

São substâncias que, por ação química, causam severos danos quando em contato
com tecidos vivos ou, em caso de vazamento, danificam ou mesmo destroem outras
cargas ou o veículo; elas podem, também, apresentar outros riscos.

CLASSE 9 - SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS DIVERSAS

Incluem-se nesta Classe as substâncias e artigos que apresentam um risco não


abrangido por qualquer das outras classes.

NÚMERO DE RISCO

O Número de Risco de um produto é a sequência numérica correspondente ao


risco principal e ao(s) subsidiários(s) relacionado(s) ao produto transportado
expressos em um painel ou placa denominados Painel de Segurança e Rótulo de
Risco.

Este número é constituído por dois ou três algarismos e, se necessário, a letra “x”.

Quando for expressamente proibido o uso de água no produto perigoso deve ser
cotada a letra X, no início, antes do número de identificação de risco.

O número de identificação de risco permite determinar de imediato:

• O risco do produto = 1º algarismo

• Os riscos subsidiários = 2º e/ou 3º algarismos

32
Na ausência de risco subsidiário deve ser colocado como 2º algarismo o zero; no
caso de gás nem sempre o 1º algarismo significa o risco principal; a duplicação ou
triplicação dos algarismos significa uma intensificação do risco.

EXEMPLO:

30 = INFLAMÁVEL

33 = MUITO INFLAMÁVEL

333 = ALTAMENTE INFLAMÁVEL

Significado do Primeiro Algarismo (Risco Principal do Produto)

Significado do Segundo e/ou Terceiro Algarismo

33
Relação do código numérico, e respectivos significados:

20 Gás inerte

22 Gás refrigerado

223 Gás inflamável refrigerado

225 Gás oxidante (favorece incêndios), refrigerado23 Gás inflamável

236 Gás inflamável, tóxico

239 Gás inflamável, sujeito a violenta reação espontânea

25 Gás oxidante (favorece incêndios)

26 Gás tóxico

265 Gás tóxico, oxidante (favorece incêndios)

266 Gás muito tóxico

268 Gás tóxico, corrosivo

286 Gás corrosivo, tóxico

30 Líquido inflamável (PFg entre 23°C (296K) e 60,5°C (333,5K)), ou líquido


sujeito a autoaquecimento

323 Líquido inflamável, que reage com água, desprendendo gases inflamáveis

X323 Líquido inflamável, que reage perigosamente com água, desprendendo gases
inflamáveis.

33 Líquido muito inflamável (PFg < 23°C (296K))

333 Líquido pirofórico

X333 Líquido pirofórico, que reage perigosamente com água

336 Líquido muito inflamável, tóxico 34


338 Líquido muito inflamável, corrosivo

X338 Líquido muito inflamável, corrosivo, que reage perigosamente com água (*)

339 Líquido muito inflamável, sujeito a violenta reação espontânea

36 Líquido sujeito a auto-aquecimento, tóxico

362 Líquido inflamável, tóxico, que reage com água, desprendendo gases
inflamáveis

X362 Líquido inflamável, tóxico, que reage perigosamente com água,


desprendendo gases

inflamáveis (*)

38 Líquido sujeito a auto-aquecimento, corrosivo

382 Líquido inflamável, corrosivo, que reage com água, desprendendo gases
inflamáveis

X382 Líquido inflamável, corrosivo, que reage perigosamente com água,


desprendendo gases inflamáveis(*)

39 Líquido inflamável, sujeito a violenta reação espontânea

40 Sólido inflamável, ou sólido sujeito a auto - aquecimento

423 Sólido que reage com água, desprendendo gases inflamáveis

X423 Sólido inflamável, que reage perigosamente com água, desprendendo gases
inflamáveis

44 Sólido inflamável, que a uma temperatura elevada se encontra em estado


fundido

446 Sólido inflamável, tóxico, que a uma temperatura elevada se encontra em


estado fundido

35
46 Sólido inflamável, ou sólido sujeito a auto-aquecimento, tóxico
462 Sólido tóxico, que reage com água, desprendendo gases inflamáveis

48 Sólido inflamável, ou sólido sujeito a auto-aquecimento, corrosivo

482 Sólido corrosivo, que reage com água, desprendendo gases inflamáveis

50 Produto oxidante (favorece incêndios)

539 Peróxido orgânico, inflamável

55 Produto muito oxidante (favorece incêndios)

556 Produto muito oxidante (favorece incêndios), tóxico

558 Produto muito oxidante (favorece incêndios), corrosivo

559 Produto muito oxidante (favorece incêndios), sujeito a violenta reação


espontânea

56 Produto oxidante (favorece incêndios), tóxico

568 Produto oxidante (favorece incêndios), tóxico, corrosivo

58 Produto oxidante (favorece incêndios), corrosivo

59 Produto oxidante (favorece incêndios), sujeito a violenta reação espontânea

60 Produto tóxico ou nocivo

63 Produto tóxico ou nocivo, inflamável (PFg entre 23°C (296K) e 60,5°C (333,5K))

638 Produto tóxico ou nocivo, inflamável (PFg entre 23°C (296K) e 60,5°C
(333,5K)), corrosivo

639 Produto tóxico ou nocivo, inflamável (PFg entre 23°C (296K) e 60,5°C
(333,5K)), sujeito a violenta reação espontânea

66 Produto muito tóxico

663 Produto muito tóxico, inflamável (PFg até 60,5°C (333,5K))


36
68 Produto tóxico ou nocivo, corrosivo

69 Produto tóxico ou nocivo, sujeito a violenta reação espontânea

70 Material radioativo

72 Gás radioativo

723 Gás radioativo, inflamável

73 Líquido radioativo, inflamável (PFg até 60,5°C (333,5K))

74 Sólido radioativo, inflamável

75 Material radioativo, oxidante

76 Material radioativo, tóxico

78 Material radioativo, corrosivo

80 Produto corrosivo

X80 Produto corrosivo, que reage perigosamente com água (*)

83 Produto corrosivo, inflamável (PFg entre 23°C (296K) e 60,5°C (333,5K)

X83 Produto corrosivo, inflamável (PFg entre 23°C (296K) e 60,5°C (333,5K)), que
reage perigosamente com água (*)

839 Produto corrosivo, inflamável (PFg entre 23°C (296K) e 60,5°C (333,5K),
sujeito a violenta reação espontânea

X839 Produto corrosivo, inflamável (PFg entre 23°C (296K) e 60,5°C (333,5K)),
sujeito a violenta reação espontânea, que reage perigosamente com água(*)

85 Produto corrosivo, oxidante (favorece incêndios)

856 Produto corrosivo, oxidante (favorece incêndios), tóxico

86 Produto corrosivo, tóxico


37
88 Produto muito corrosivo

X88 Produto muito corrosivo, que reage perigosamente com água (*)

883 Produto muito corrosivo, inflamável (PFg entre 23°C (296K) e 60,5°C
(333,5K))

885 Produto muito corrosivo, oxidante (favorece incêndios)

886 Produto muito corrosivo, tóxico

X886 Produto muito corrosivo, tóxico, que reage perigosamente com água

89 Produto corrosivo, sujeito a violenta reação espontânea

90 Produtos perigosos diversos

RÓTULO DE RISCO

Os rótulos de risco têm a forma de um losango de 100 mm por 100 mm, exceto os
casos em que os volumes só comportem rótulos menores. São divididos em duas
metades, sendo a metade superior do rótulo destinada a exibir o símbolo de
identificação do risco e a metade inferior destinada ao número da classe ou
subclasse e grupo de compatibilidade do produto.

Todos os veículos de carga, veículos-tanque, vagões, vagões-tanque, contêineres de


carga, contêineres-tanque, tanques portáteis e automóveis para a classe 7, deverão
ser sinalizados através de rótulos de risco que indicam riscos principais ou
subsidiários afixados à superfície exterior das unidades de transporte e de carga
para advertir que seu conteúdo é composto de produtos perigosos e apresenta
riscos.

38
39
PAINEL DE SEGURANÇA

Caracteriza-se como painel de segurança uma placa retangular laranja com um


conjunto de números na parte superior e inferior, sendo que a metade superior é
destinada ao número de identificação de risco, indicando risco principal e
subsidiários e a parte inferior é destinada ao Número de Identificação do produto
ou número ONU formado por quatro algarismos, constante na Resolução nº
420/04 o qual identifica o produto transportado. O assunto “Painel de Segurança”
é tratado na seção branca final do Manual de Emergência da ABIQUIM.

40
SINALIZAÇÃO DOS VEÍCULOS DE TRANSPORTE DE PRODUTOS
PERIGOSOS

Durante as operações de carga, transporte, descarga, transbordo, limpeza e


descontaminação, os veículos e equipamentos utilizados no transporte de produtos
perigosos deverão portar Painéis de Segurança e Rótulos de Risco específicos, de
acordo com as normas NBR 7500 e NBR 8286 da ABNT.

TRANSPORTE A GRANEL

De um único produto na mesma unidade de transporte:

• Na dianteira: um painel de segurança posicionado do lado esquerdo (lado do


motorista).

• Na traseira: o mesmo painel de segurança, também do lado esquerdo e o rótulo


do risco principal do produto.

• Nas laterais: o mesmo painel de segurança juntamente com o rótulo do risco


principal posicionados do centro para a traseira, em qualquer lugar visível.

De produtos diferentes na mesma unidade de transporte:

• Na dianteira: um Painel de Segurança sem o Número de Risco e sem o número


ONU.

• Na traseira: um Painel de Segurança idêntico ao da dianteira e tantos Rótulos de


Riscos quantos forem os riscos principais dos produtos transportados.

• Nas laterais de cada tanque ou compartimento distinto: um Painel de Segurança


com os números de identificação e o Rótulo de Risco correspondente ao produto
transportado.

TRANSPORTE DE CARGA EMBALADA

De um único produto na mesma unidade de transporte:

41
• Na dianteira: um painel de segurança posicionado do lado esquerdo (lado do
motorista).

• Na traseira: o mesmo painel de segurança, também do lado esquerdo e o rótulo


do risco principal do produto.

• Nas laterais: o mesmo painel de segurança juntamente com o rótulo do risco


principal posicionados do centro para a traseira, em qualquer lugar visível.

De produtos perigosos diferentes na mesma unidade de transporte:

• Na dianteira e na traseira: um Painel de Segurança sem os números de


identificação, posicionados do lado esquerdo.

• Nas laterais: o mesmo Painel de Segurança posicionado do centro para a traseira,


em qualquer lugar visível.

DOCUMENTOS PARA O TRANSPORTE

A documentação de transporte de produtos perigosos prevista na legislação é


qualquer documento (declaração de carga, nota fiscal, conhecimento de transporte,
manifesto de carga ou outro documento) que acompanhe a expedição e deve
conter as seguintes informações:

1. O nome apropriado para embarque;

2. A classe ou subclasse do produto;

3. O número ONU;

4. A quantidade total por produto perigoso.

Dentre os documentos exigidos, há a Ficha de Emergência, de porte obrigatório,


para o caso de qualquer acidente e acidente, o qual deverá conter instruções
fornecidas pelo expedidor conforme informações recebidas do fabricante ou
importador do produto transportado que explicitem de forma concisa: 42
• A natureza do risco apresentado pelos produtos perigosos transportados, bem
como as medidas de emergências.

• As disposições aplicáveis caso uma pessoa entre em contato com os produtos


transportados ou com substâncias que podem desprender-se deles.

• As medidas que se devem tomar no caso de ruptura ou deterioração de


embalagens ou tanques, ou em caso de vazamento ou derramamento.

• No caso de vazamento ou no impedimento do veículo prosseguir viagem, as


medidas necessárias para a realização do transbordo da carga ou, quando for o
caso, restrições de manuseio do produto.

• Números de telefones de emergências do Corpo de Bombeiros, polícia, Defesa


Civil, órgãos de meio ambiente e, quando for o caso, órgãos competentes para as
Classes 1 e 7, ao longo do itinerário.

PRODUTOS ARMAZENADOS EM INSTALAÇÕES FIXAS

Outra situação que a equipe de emergência pode se deparar é a de emergências em


locais de armazenamento em depósitos e armazéns, onde as embalagens se
encontram diretamente acondicionadas em caixas ou a granel, tais como em
embalagens plásticas, galões, caixas dentre outros.

Nesse caso, a identificação seguirá a norma NFPA 704, que adota a simbologia
denominada de Diamante de HOMMEL. Ela é aplicada em vários países, no entanto
sem obrigatoriedade aqui no Brasil.

Diferentemente das placas de identificação, o Diamante de HOMMEL não informa


qual é a substância química, mas indica todos os riscos envolvendo o produto
químico em questão.

43
8 MANUAL DE EMERGÊNCIAS DA ABIQUIM

Este manual é a tradução adaptada do “Guia Norte-americano de Atendimento a


Emergências com Produtos Perigosos” desenvolvido pelo Ministério do Transporte
do Canadá, pelo Departamento de Transportes dos Estados Unidos (DOT) e pela
Secretaria de Comunicações e Transportes do México (SCT), cuja tradução foi
efetuada pela Associação Brasileira de Indústrias Químicas (ABIQUIM) e adaptada
para a realidade brasileira.

Ele foi desenvolvido para ser utilizado pelo Corpo de Bombeiros, Polícia
Rodoviária e outras pessoas de serviços de emergências, que possam ser os
primeiros a chegar no local de um acidente com produtos perigosos, adotando as
recomendações da ONU para o transporte de produtos perigosos. É principalmente 44
um guia para auxiliar as equipes de emergência na identificação específica ou
genérica dos materiais perigosos envolvidos em acidentes rodoviários ou
ferroviários, nas definições das ações de proteção da equipe e da população em
geral durante a fase de resposta inicial do acidente. Originalmente foi concebido
para o uso em acidentes com produtos perigosos durante o transporte terrestre
(rodoviário e ferroviário), mas poderá, dentro de certos limites, ser instrumento
valioso no contingenciamento de acidentes com produtos químicos em locais como
terminais de carga, indústrias e depósitos.

O Manual é dividido em 5 seções coloridas, conforme descrição abaixo:

Seção BRANCA (inicial) – traz informações sobre como proceder na emergência,


como identificar o produto, as classes de risco, a tabela dos Rótulos de Risco e
Número de Risco e a relação dos Códigos de Risco.

Seção AMARELA – traz a relação numérica dos produtos perigosos elencados na


Resolução 420/04 da ANT. A lista contém, além de alguns sinônimos, produtos que
podem utilizar as designações não especificadas (n. e.). A tabelada relação
numérica traz quatro colunas: a primeira contendo o número ONU ou de
identificação do produto, o segundo contendo a Classe de Risco principal, a terceira
contendo o número do Guia de Procedimentos de Emergência e a quarta contendo
nome do produto.

Seção AZUL – relação alfabética dos produtos, contendo quatro colunas com os
mesmos dados da seção amarela, porém com a ordem das colunas alteradas da
seguinte forma: a primeira com o nome dos produtos, a segunda com o número
ONU, a terceira com a Classe de Risco e a quarta com o Número do Guia de
Emergência.

Seção LARANJA – traz os Guias de atendimento inicial em casos de emergência, que


dão suporte para os primeiros 30 minutos de atendimento. Cada um dos Guias
numerados fornece, de forma simples e objetiva, as informações mais relevantes,
indicam os riscos potenciais mais significativos e descreve os procedimentos a
serem inicialmente adotados, contemplando os produtos perigosos isoladamente. 45
Nos casos em que diversos produtos apresentam riscos similares, sugerindo
procedimentos emergenciais semelhantes; um único Guia abrange todos esses
produtos. Cada Guia está dividido em itens e subitens com os seguintes títulos:

“Riscos Potenciais”, subdivididos em “fogo ou explosões” e “riscos à saúde”;

“Segurança Pública”, subdivididos em “vestimentas de proteção” e “evacuação”;

“Ações de Emergência”, subdividido em “fogo”, “vazamento ou derramamento” e


“primeiros socorros”.

Seção VERDE – traz a Tabela de Isolamento e Proteção Inicial, com as explicações


de como proceder para utilizar corretamente essa seção. A tabela referenciada
corresponde aos produtos constantes na relação de produtos perigosos das seções
amarela e azul, cujos números e/ou nomes estão sombreados em verde.

Seção BRANCA (final) – traz as explicações sobre o uso do Painel de Segurança e da


correta sinalização dos veículos transportadores de produtos perigosos. Esclarece
ainda os itens e subitens abordados na seção laranja, aborda sobre a PRÓQUÍMICA
e seu serviço de plantão emergencial e ainda contém um glossário de termos
constantes no Manual.

IMPORTANTE: O Manual de Emergência da ABIQUIM é somente uma fonte de


informação inicial para os primeiros 30 minutos de acidente.

PROCEDIMENTOS PARA UTILIZAÇÃO DO MANUAL

A consulta ao manual é simples e rápida. Seu objetivo é encontrar as informações


emergenciais contidas nas Guias, que dependerá de como o primeiro no local
conseguirá obter a identificação do produto.

Pode-se então chegar a Guia através das seguintes informações:

• Painel de Segurança Número de Identificação do Produto (nº da ONU);


46
• Nome do Produto;

• Rótulo de Risco.

Painel de segurança

A numeração na parte inferior do Painel de Segurança o número de identificação


do produto (Nº da ONU). Uma vez que foi possível visualizar este número ou obtê-
lo através da Ficha de Emergência.

O primeiro no local deve consultar o manual da seguinte forma:

1- Abrir a seção amarela e localizar o número da ONU;

2- Identificar o número da Guia, e

3- Abrir a seção laranja e localizar o número correspondente.

Nome do produto

O Nome do Produto pode ser obtido através da Ficha de Emergência, escritos nos
tanques de carretas e vagões, ou através de informações fornecidas pelo motorista
ou funcionários da empresa.

O primeiro no local deve consultar o manual da seguinte forma:

1- Abrir a seção azul e localizar o nome do produto;

2- Identificar o número da Guia, e

3- Abrir a seção laranja e localizar o número correspondente.

Rótulo de risco

O primeiro no local pode ainda chegar ao número da Guia quando se tem a


possibilidade de visualizar um ou mais Rótulos de Risco do produto e deverá
proceder da seguinte forma:

1- Localizar a Tabela de Rótulos de Risco e Guias que está nas páginas que
47
antecedem a seção amarela;
2- Localizar o símbolo do Rótulo de Risco correspondente, verificando o número da
Guia que se encontra logo abaixo;

3- Abrir a seção laranja e localizar a Guia correspondente.

9 COMBUSTÃO DE PRODUTO PERIGOSOS

COMBUSTÃO (fogo) é uma reação química que se processa entre uma substância
combustível (como um pedaço de madeira, papel, tecido, borracha, etc.), ao sofrer
um aquecimento, e o ar, produzindo luz e calor em uma forma de reação
sustentável.

Pirólise é a reação de decomposição térmica, é o processo de quebra das moléculas


que compõem uma substância em outras moléculas ou átomos, em consequência
da ação do calor.

Energia de ativação é a energia necessária para iniciar uma reação química. No


caso deste estudo, é a energia mínima para fazer com que o material combustível
entre em pirólise.

Estudos científicos mostraram que existe uma reação química contínua entre o
combustível e o comburente, a qual libera mais calor para a reação e mantém a
combustão em um processo sustentável, que é a reação em cadeia.

48
CALOR (ENERGIA DE ATIVAÇÃO)

O calor, antigamente conhecido como agente ígneo, é o componente energético do


fogo e será o elemento responsável pelo início da combustão. É o elemento que
causa a vaporização do combustível (sólido ou líquido), sendo responsável por
manter a temperatura da reação, que, durante a combustão, continuará havendo a
liberação de mais calor.

Uma fonte de calor pode ser qualquer elemento que faça com que o combustível
sólido ou líquido desprenda gases combustíveis e venha a se inflamar. Na prática,
pode ser uma chama, uma fagulha (faísca ou centelha) ou ainda uma superfície
aquecida.

Ponto de fulgor - É temperatura mínima na qual o corpo combustível começa a


desprender vapores, que se incendeiam em contato com a energia de ativação. A
chama não se mantém devido a insuficiência da quantidade de vapores.

Ponto de Combustão - É a temperatura mínima na qual o corpo combustível


começa a desprender vapores, que se incendeiam em contato com a energia de
ativação. A chama se mantém mesmo com a retirada da energia de ativação.

Ponto de Ignição - É a temperatura na qual os gases desprendidos do combustível


entram em combustão apenas pelo contato com o comburente independendo da
energia de ativação.
49
Propagação de calor

Condução - É a transferência de calor por meio do contato direto entre as


moléculas do material, em corpos sólidos. Nesse processo, o calor passa de
molécula a molécula, mas nenhuma delas é transportada com o calor.

50
Convecção - Em um fluido em movimento, a transferência de seu calor até uma
superfície sólida ou para outro fluido é chamada de convecção. Um fluido é
qualquer material que possa escoar. Trata-se sempre de um líquido ou de um gás
(ar, fumaça, gás combustível, etc.).

Irradiação - É a transferência de calor por meio de ondas eletromagnéticas, que se


deslocam em todas as direções, em linha reta e à velocidade da luz, a partir da
chama. Essas ondas podem ser refletidas ou absorvidas por uma superfície,
abrangendo desde os raios ultravioletas até os infravermelhos.

COMBURENTE

O comburente é a substância que reage com os gases combustíveis liberados na


pirólise, também conhecida como agente oxidante. Na maioria das vezes, o
comburente será o oxigênio, elemento presente na atmosfera terrestre.

Existem substâncias que também atuam como comburentes, tais como: o cloro
(Cl2), o cloreto de sódio (NaCl), o clorito de sódio (NaClO2) e o clorato de sódio
(NaClO3), o que exige muito cuidado em ambientes onde eles se encontram.

COMBUSTÍVEIS

O combustível é o elemento definido como o campo de propagação do fogo. É todo


material capaz de queimar quando aquecido e mantém a combustão.

• sólido: madeira, papel, tecido, borracha, etc.;

• líquido: diesel, gasolina, álcool, querosene, etc.; e

• gasoso: G.L.P. (gás liquefeito de petróleo), acetileno, gás natural, etc.

51
REAÇÕES EM CADEIA

A reação em cadeia, parte integrante do tetraedro do fogo, é o processo que


envolve os três elementos: combustível, comburente e fonte de calor. É a reação
química ocorrida na combustão que se processa pela combinação do oxigênio com
os átomos e moléculas, resultantes da quebra molecular do material combustível
pela ação do calor.

FASES DO INCÊNDIO

O processo de queima em um incêndio ocorre em estágios ou fases claramente


definidas, seja de um incêndio estrutural, em veículo ou florestal.

As fases do incêndio são descritas como: inicial, crescente, totalmente


desenvolvida e final; enfatiza as características de ambiente delimitado por teto e
paredes, típicas de um incêndio estrutural. Isso vale também para um ambiente
interior de um automóvel.

Fumaça

Basicamente como um produto da combustão, dificulta muito os trabalhos dos


bombeiros por ser opaca, atrapalhando a visibilidade, e por ser tóxica, o que a
tornava perigosa quando inalada.

1. Quente, porque a combustão libera calor, transmitindo-o a outras áreas que


ainda não foram atingidas. Como já tratado na convecção, a fumaça será a grande
responsável por propagar o incêndio ao atingir pavimentos superiores (por meio
de dutos, fossos e escadas) e acumular-se no ambiente.

2. Opaca, uma vez que seus produtos - principalmente a fuligem – permanecem


suspensos na massa gasosa, dificultando a visibilidade tanto para bombeiros,
quanto para as vítimas, o que exige técnicas de entrada segura em ambientes que
estejam inundados por fumaça.
52
3. Móvel, porque é um fluido que está sofrendo um empuxo constante,
movimentando-se em qualquer espaço possível e podendo, como já dito, atingir
diferentes ambientes por meio de fossos, dutos, aberturas ou qualquer outro
espaço que possa ocupar.

4. Inflamável, por possuir íons provenientes da reação em cadeia da combustão em


seu interior capazes de reagir com o oxigênio, o que a torna uma massa
combustível gasosa.

5. Tóxica, pois seus produtos são asfixiantes e irritantes, prejudicando a respiração


dos bombeiros e das vítimas.

COMPORTAMENTOS EXTREMO DO FOGO: FLASHING OVER, BACK


DRAFT, SLOP OVER, BOIL OVER E BLEVE

Flashover

É o momento em que todos os materiais presentes no ambiente, em virtude da


ação da fumaça quente e inflamável, entram em ignição após sofrerem a pirólise. O
flashover ocorre entre o final da fase crescente e o início da fase totalmente
desenvolvida de um incêndio.

Normalmente, quando o incêndio encontra-se na iminência de generalizar-se


(ocorrência do flashover), é possível observar um ou mais dos seguintes processos:

1. fumaça densa – com a delimitação de espaço, a fumaça tende a se acumular,


tornando-se mais densa.

2. línguas de fogo na camada de fumaça, direcionando-se para aberturas como


portas e janelas – em condições de disponibilidade limitada do oxigênio no
ambiente, as chamas na camada de fumaça irão se direcionar para qualquer
abertura que permita seu contato com o comburente.

3. Camada de fumaça no nível do teto, “rolando” (rollover). 53


4. ocorrência de resíduos de fumaça depositados nas superfícies de móveis e pisos
– como a combustão produz fuligem, que é um sólido, esta será depositada em
qualquer superfície possível.

Considerando que a temperatura na camada de fumaça pode atingir 1000 ºC, é


importante que os bombeiros estejam o mais próximo do nível do solo, o que
implica a necessidade de se trabalhar agachado ou ajoelhado.

Backdraft

É a deflagração rápida e violenta da fumaça aquecida e acumulada no ambiente


pobre em oxigênio, em forma de explosão, no momento em que essa massa gasosa
entra em contato com o oxigênio. Essa inserção errada de ar no ambiente pode
ocorrer tanto pela entrada dos bombeiros antes de providenciarem um
escoamento eficiente da fumaça quanto pela quebra de uma janela decorrente da
pressão exercida pela própria fumaça sobre os vidros.

O backdraft é uma explosão da fumaça, com onda de choque capaz de derrubar um


bombeiro, quebrar janelas ou até mesmo colapsar estruturas.

Os indícios que antecedem um backdraft são:

1. fumaça densa e escura, rolando pelo ambiente, saindo em forma pulsante por
meio de frestas ou qualquer outra abertura;

2. poucas chamas visíveis que surgem quando encontram o ar;

3. fumaça puxando corrente de ar para dentro do ambiente, intermitentemente;

4. janelas enegrecidas;

5. portas e maçanetas quentes;

6. sons de assobio ou rugido.

54
Slop over

É o extravasamento do combustível do tanque caracterizado por uma ebulição e


espumação ao nível da superfície do líquido inflamável. Pode ocorrer após um
período de queima relativamente curto de produtos.

9.6.4 BOIL OVER

Acumulo de água nas camadas mais profundas do líquido, quando este estiver
aquecido a mais de 100ºC, causando a vaporização instantânea da água, arrastando
consigo o líquido em combustão.

9.6.5 BLEVE (Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion ou Explosão de Vapor em


Expansão de Liquido em Ebulição.)

Combinação de incêndio e explosão, que ocorre quando recipientes de gases


liquefeitos inflamáveis são submetidos à ação de chamas e altas temperaturas;
ocasionando uma explosão caracterizada por uma bola de fogo.

55
FORMAS DE COMBUSTÃO

Completa - ocorre quando existe oxigênio suficiente para consumir todo


combustível.

Incompleta - quando não houver oxigênio suficiente para consumir todo o


combustível.

Espontânea - ocorre sem uma fonte inflamável externa energia de ativação.

Explosão - É a queima de gases (ou partículas sólidas), em altíssima velocidade, em


locais.

MÉTODOS DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIO

Os métodos ou processos de extinção de incêndio são baseados na retirada de um


ou mais elementos que compõe triângulo ou tetraedro do fogo.

PRINCIPAIS AGENTES EXTINTORES

Os agentes extintores são substâncias encontradas na natureza ou criadas pelo


homem, com a finalidade de extinguir um incêndio conforme o aproveitamento de
propriedades físicas ou químicas, visando sempre a retirada de um dos elementos
que compõem o fogo.

A água, na sua forma líquida, é o agente extintor mais utilizado nos combates a
incêndios e, durante muito tempo, foi o único recurso utilizado na extinção dos
incêndios. Sua grande utilização se deve à sua disponibilidade na natureza e às
suas propriedades físicas e químicas.

56
Pó para extinção de incêndio - É definido como um pó composto de partículas
muito pequenas, normalmente de bicarbonato de sódio ou potássio, para
aparelhos extintores destinados a combater incêndios em combustíveis sólidos e
líquidos (ou gases) inflamáveis, e de fosfatomonoamônico para extintores ditos
polivalentes, ou seja, para incêndios em sólidos, líquidos (ou gases) e
equipamentos elétricos energizados.

Espuma - A espuma surgiu da necessidade de encontrar um agente extintor que


suprisse as desvantagens encontradas quando da utilização da água na extinção
dos incêndios, principalmente naqueles envolvendo líquidos derivados de
petróleo.

A espuma do tipo AFFF:

A 1% nos sólidos combustíveis, como a madeira.

A 3% nos hidrocarbonetos (derivados de petróleo) – gasolina, diesel.

A 6% nos solventes polares - combustíveis líquidos solúveis em água, como o


álcool.

Observação: AFFF, do Inglês, Aqueous Film Forming Foam, significa uma Espuma
com capacidade de gerar um filme Aquoso que vem a ser uma película muito fina,
por isto chamada de filme.

LGE, Líquido Gerador de Espuma, ou como alguns especialistas também preferem,


Líquido Concentrado Formador de Espuma, trata-se de um detergente líquido e
concentrado, especialmente formulado para em mistura com a água pura, do mar
ou salobra, formar uma espuma com características físico-químicas especiais de
resistência química e a temperatura elevadas.

57
10 PRINCIPAIS COMBUSTÍVEIS

GLP

O GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), ou gás de cozinha, consiste numa mistura


gasosa de hidrocarboneto obtido do gás natural das reservas do subsolo, ou do
processo de refino do petróleo cru nas refinarias.

Entre todos os combustíveis comumente usados, o GLP é o único que, sob pressões
moderadas e temperaturas normais, pode ser transportado e estocado na fase
líquida;

O GLP originariamente é inodoro, mas para caracterizar ou reconhecer a existência


de vazamento é necessário adicionar aroma;

Três fatores determinam o estado líquido ou gasoso do Gás LP: pressão,


temperatura e volume;

O GLP é 2 vezes mais pesado que o ar e em caso de vazamento se acumulará nas


partes baixas até que seja totalmente dispensado pela ventilação;

Para extinção de incêndio com GLP como combustível deve-se utilizar extintor de
CO2, pó químico ou neblina d’água.

ACETILENOS

O acetileno, conhecido pela nomenclatura IUPAC por etino, é um hidrocarboneto


da classe dos alcinos. É um gás incolor, de odor desagradável que se liquefaz à
temperatura de -83 °C e solidifica a -85 °C. É muito instável; sob pequenas
compressões se decompõe com muita facilidade liberando energia. É armazenado
em cilindros de aço, sob pressão, dissolvido em acetona.

Se o cilindro já estiver pegando fogo, não tente apagar a chama. Resfrie o cilindro
até que o fogo diminua ao ponto de apagar normalmente.
58
GÁS NATURAL

O gás natural é um hidrocarboneto derivado de combustível fóssil formado quando


camadas de animais e vegetais soterrados ficam submetidos a
intenso calor e pressão ao longo de milhares de anos ou da biomassa quando está
em decomposição.

Segurança: Como o gás natural é mais leve que o ar, ele se dissipa facilmente em
caso de vazamento, diminuindo o risco de acidentes.

O gás natural foi direcionado para o botijão de GLP, que suporta uma pressão
máxima de 15 atmosferas, enquanto o cilindro próprio para GNV é projetado para
receber o gás natural sob pressão, numa faixa de 180 atm a 220 atm.

O Hidrogênio é um gás inflamável, não tóxico, incolor, inodoro e insípido. Sendo o


gás de densidade mais baixa conhecida, normalmente é transportado em cilindros
de aço a pressões entre 150 e 200 bar.

GASOLINA

A gasolina é um combustível constituído basicamente por hidrocarbonetos e, em


menor quantidade, por produtos oxigenados. Esses hidrocarbonetos são, em geral,
mais "leves" do que aqueles que compõem o óleo diesel, pois são formados por
moléculas de menor cadeia carbônica (normalmente de 4 a 12 átomos de carbono).

Líquido aquoso; coloração característica; odor característico; flutua na água;


inflamável; produz vapores irritantes.

O vapor é mais pesado que o ar e pode se deslocar a uma distância considerável e,


caso haja contato com uma fonte de ignição qualquer, poderá ocorrer o retrocesso
da chama.

59
ÁLCOOL

Álcool, é uma substância orgânica obtida da fermentação de açucares, hidratação


do etileno ou redução de acetaldeído líquido aquoso; sem coloração; odor
característico; inflamável; produz vapores irritantes.

Anidro - o álcool anidro é bastante caracterizado pelo teor alcoólico máximo de


99,3°, sendo composto apenas de etanol ou álcool etílico. É utilizado como
combustível para veículos

ÓLEO DIESEL

É um produto inflamável, medianamente tóxico, volátil, límpido, isento de material


em suspensão e com odor forte e característico.

O óleo diesel é utilizado em motores de combustão interna e ignição por


compressão (motores do ciclo diesel), empregados nas mais diversas aplicações,
tais como: automóveis, furgões, ônibus, caminhões.

11 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) e NÍVEIS DE


PROTEÇÃO

É todo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira,


destinado a proteger a saúde e a integridade física do responsável pelo
atendimento da emergência química.

Os EPIs não reduzem o "risco e ou perigo", apenas adéquam o indivíduo ao meio e


ao grau de exposição.

A finalidade desse equipamento é preservar a saúde dos bombeiros em ambientes


hostis, proporcionando proteção cutânea e respiratória.

60
ROUPAS DE PROTEÇÃO A SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS

As roupas são classificadas quanto ao estilo, uso, material de confecção e níveis de


proteção.

Estilo

Roupa de Encapsulamento Completo - Totalmente encapsulada, essa roupa é


confeccionada em peça única que envolve (encapsula) totalmente o usuário. Botas,
luvas e o visor estão integrados à roupa, mas podem ser removíveis. Se assim
forem, essas partes são conectadas à roupa por dispositivos que a tornam à prova
de gases e vapores.

Roupa não encapsulada - A roupa de proteção a substâncias químicas não


encapsulada, normalmente chamada de roupa contra respingos químicos, não
apresenta a proteção facial como parte integrante. Um conjunto autônomo de
respiração ou linha de ar pode ser utilizado externamente à roupa. A roupa contra
respingos pode ser de dois tipos: uma peça única, do tipo macacão, ou conjunto de
calça e jaqueta.

Uso

Uma outra classificação é quanto ao uso, que pode ser permanente ou descartável.
Geralmente as roupas descartáveis apresentam um custo mais baixo, e podem ser
usadas uma única vez, sendo descartadas após o uso. No caso das roupas de uso
permanente, pode-se utilizá-las quantas vezes seu estado de conservação permitir.

Material de confecção

As roupas de proteção contra produtos químicos também são classificadas de


acordo com o material utilizado para a confecção. Todos os materiais podem ser
agrupados em duas categorias: elastômeros e não elastômeros.

Elastômeros - São materiais poliméricos (como plásticos), que após serem


esticados, retornam praticamente à forma original. A maioria dos materiais de
proteção pertence a esta categoria, que inclui: cloreto de polivinila (PVC), 61
Neoprene, polietileno, borracha nitrílica, álcool polivinílico (PVA), viton, teflon,
borracha butílica e outros.

Não elastômeros - São materiais que não apresentam a característica da


elasticidade. Esta classe inclui o tyvek e outros materiais.

ESCOLHA DO MATERIAL DE PROTEÇÃO

Não há material de proteção que seja impermeável;

Não há material que forneça proteção contra todas as substâncias químicas;

Para certos contaminantes e misturas de substâncias não há material disponível


que forneça proteção por mais de uma hora após o contato inicial.

NÍVEIS DE PROTEÇÃO

Os equipamentos destinados a proteger o corpo humano do contato com produtos


químicos foram divididos, pelos americanos, em quatro níveis de acordo com o
grau de proteção.

Nível de proteção

Deve ser utilizado quando for necessário o maior índice de proteção respiratória, à
pele e aos olhos. É composto de: aparelho autônomo de respiração com pressão
positiva ou linha de ar mandado, roupa de encapsulamento completo, luvas
internas e externas e botas resistentes a produtos químicos, capacete interno à
roupa e rádio.

Nível B de proteção

Deve ser utilizado quando for necessário o maior índice de proteção respiratória,
porém a proteção para a pele encontra-se num grau inferior. É composto de:
62
aparelho autônomo de respiração com pressão positiva, roupa de proteção contra
respingos químicos confeccionada em 1 ou 2 peças, luvas internas e externas e
botas resistentes a produtos químicos, capacete e rádio.

Nível C de proteção

Deve ser utilizado quando se deseja um grau de proteção respiratória inferior ao


Nível B, porém com proteção para a pele nas mesmas condições. É composto de
aparelho autônomo de respiração sem pressão positiva ou máscara facial com
filtro químico; roupa de proteção contra respingos químicos confeccionada em 1
ou 2 peças; luvas internas e externas e botas resistentes a produtos químicos;
capacete; rádio.

Nível D de proteção

Deve ser utilizado somente como uniforme ou roupa de trabalho e em locais não
sujeitos a riscos ao sistema respiratório ou a pele. Este nível não prevê qualquer
proteção contra riscos químicos. É composto de: macacões, uniformes ou roupas
de trabalho (EPI de bombeiro); botas ou sapatos de couro ou borracha resistentes
a produtos químicos; óculos ou viseiras de segurança; capacete.

11.4 REQUISITOS DE DESEMPENHO PARA ROUPAS DE PROTEÇÃO


QUÍMICA

Durabilidade

Flexibilidade

Resistência térmica

Vida útil

Facilidade para limpeza

Tamanho 63
Cor

Custo

Resistência química

Penetração

Degradação

Permeação

12 SEQÜÊNCIA OPERACIONAL

A sequência operacional padrão em uma ocorrência envolvendo Produtos


Perigosos será a seguinte:

• identificação;

• isolamento;

• salvamento;

• contenção;

• descontaminação.

ZONEAMENTO DE ÁREA DE TRABALHO

Zona Quente ou Zona de Exclusão: Local onde está localizada a origem do acidente.
Neste local o risco é iminente, devendo ser isolado, tendo somente o acesso as
Equipes de Intervenção.

Zona Morna ou Zona de Redução de Contaminação: Local que servirá de ligação


entre as Zonas Quente e Fria. Neste local será montado o Corredor de
Descontaminação, tendo o acesso somente as Equipes de Descontaminação. 64
Zona Fria ou Zona de Suporte: Local externo ao acidente, onde o risco será mínimo
ou inexistente. Nele deverão estar localizados todas as Equipes de Suporte, além
dos Órgãos de Imprensa e de Apoio, como Defesa Civil Municipal e outros. Nesta
será também montado o Posto de Comando, devendo estar a presença do
Coordenador.
ZONEAMENTO DEVERÁ SEGUIR OS SEGUINTES FATORES E PARÂMETROS:

• Direção e velocidade dos ventos;

• Topografia do local;

• Lençol freático e recursos hídricos da região;

• População local;

• Características do Material;

• Previsões e condições meteorológicas;

• Tempo previsto de trabalho.

65
13 AVALIAÇÃO DE RISCOS E PERIGOS

A baixa estatística de acidentes com produtos perigosos os levam a uma


dificuldade para efetuar uma rápida, abrangente e eficiente análise de riscos e
perigos que envolvem o acidente.

As informações que a equipe deve buscar e avaliar são as ligadas ao produto


propriamente dito, as probabilidades de reações entre si e ainda àquelas
relacionadas ao cenário, as condições topográficas e climáticas.

O objetivo das operações de emergência é minimizar o nível de risco à Equipe de


Emergência, à comunidade e ao meio-ambiente. Os atendentes de produtos
perigosos devem conceber seu papel como avaliadores de risco, não como
adivinhadores de riscos.
Natureza do(s) produto(s) envolvido(s);

Quantidade de produto envolvido;

Resistência estrutural do tanque ao tipo de risco a que está exposto;

Proximidade e grau de exposição ao produto perigoso;

Recursos disponíveis.

RISCOS À SAÚDE

 Agudo
 Crônico
 Perigo de exposição
 Dose letal com 50 % de probabilidade de morte (LD-50)
 Dose letal baixa (LD baixa)
 Carcinogênico
 Mutação
 Teratogênico

66
RISCOS RELATIVOS A INCÊNDIOS

 Ponto de fulgor
 Ponto de ignição
 Faixa de explosividade

RISCOS RELATIVOS À REATIVIDADE

 Reatividade/Instabilidade
 Capacidade de oxidação
 Produtos reativos à água
 Produtos pirofóricos
 Interações químicas
 Polimerização

RISCOS RELATIVOS À CORROSIVIDADE

 PH (poder de hidrogênio)
 Força
 Concentração
 Agentes neutralizantes

RISCOS RELATIVOS À RADIOATIVIDADE

 Radioatividade
 Tipo de radiação emitida
 Atividade

Índice de transporte (TI): é o número encontrado nos rótulos de produtos


radioativos, que indica o nível máximo de radiação (medidos em
miliroentgens/hora – mR/h) a um metro do pacote intacto. Por exemplo, um TI = 3
indica que a intensidade de radiação que pode ser medida não é mais que 3 mR/h a
um metro do pacote intacto.

67
14 NOÇÕES DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA

RADIOATIVIDADE

A radioatividade é definida como a capacidade que alguns elementos instáveis


possuem de emitir energia sob forma de partículas ou radiação eletromagnética.

As radiações são ondas eletromagnéticas ou partículas que se propagam com alta


velocidade e que podem produzir variados efeitos sobre a matéria. Elas podem ser
geradas por fontes naturais ou artificiais (fontes construídas).

1 - Não ionizante quando possui relativamente pouca energia.

2 -Radiações ionizantes são aquelas que produzem íons e elétrons livres na


matéria que sofreu a interação.

OBS: Elas não têm cor, cheiro ou sabor e existem fontes naturais e artificiais.

Fontes Naturais - São aquelas que se apresentam naturalmente na natureza. Em


Guarapari, por exemplo, a areia da praia é uma fonte natural de radiação (areia
branca: 0,005 µSv/h e areia preta: 0,131 µSv/h), os raios cósmicos apresentam
uma taxa de 0,3 mSv/ano, o solo terrestre em geral, em torno de 0,4 mSv/ano e
alguns alimentos, 0,3 mSv/ano.

Fontes Artificiais - São aquelas que não se apresentam naturalmente na natureza.


São exemplos de fontes artificiais: os equipamentos de exames médicos.

68
ISÓTOPOS

Isótopos são átomos de um elemento químico cujos núcleos têm o mesmo número
atômico, ou seja, os isótopos de um certo elemento contêm o mesmo número de
prótons designado por "Z", mas que contém diferentes números de massas
atómicas, designadas por "A".

A diferença nos pesos atómicos resulta de diferenças no número de nêutrons nos


núcleos atómicos, ou seja, os isótopos são átomos que possuem a mesma
quantidade de prótons, mas não a mesma de nêutrons.

Na nomenclatura científica, os isótopos são designados pelo nome do elemento


seguido por um hífen e pelo número de núcleos (prótons e nêutrons) no núcleo
atómico (ex: urânio-235 e urânio-238, carbono-12 e carbono-14).

PARTÍCULAS ALFA (α)

Pode ser comparada ao núcleo do átomo de hélio. É formada por dois prótons e
dois nêutrons. Têm alta taxa de ionização, um pequeno alcance e pouca capacidade
de penetração, não podendo atravessar uma folha de papel.

O maior perigo das partículas alfa é quando penetram no organismo, através da


ingestão, respiração ou ferimentos abertos.

Exemplos de radionuclídeos naturais que emitem partículas alfa em suas


transições nucleares: bismuto, radônio, tório e urânio.

Decaimento Alfa (α) 84Po21182Pb207 + 2α4

PARTÍCULAS BETA (Β)

As partículas beta são elétrons ou partículas que são emitidas pelo núcleo, quando
o radionuclídeos busca a estabilidade. As emissões de partículas beta são 69
acompanhadas de uma partícula de massa desprezível e sem carga, chamada de
neutrino. Seu poder de penetração e alcance são pequenos, mas maiores que das
partículas alfa.

RADIAÇÃO GAMA (γ)

É a radiação que o radionuclídeo emite quando está com excesso de energia. É


extremamente penetrante, podendo atravessar grandes espessuras. Seu alcance,
no ar, pode atingir uma distância de centenas de metros.

RAIOS – X

Têm características semelhantes às radiações gama, porém são gerados a partir de


tubos de raios-X, que são dispositivos que, quando desligados, não mais produzem

70
radiação. A máquina de raios-X não é um equipamento radioativo, e sim um
equipamento que gera radioatividade.

ATIVIDADE

A atividade é a razão de desintegração na unidade de tempo, que é proporcional ao


número de átomos instáveis.

A unidade antiga de medida de


Atualmente, usa-se uma nova unidade: o Bequerel (Bq).

MEIA-VIDA FÍSICA

A meia-vida (T1/2) de um material radioativo é o tempo necessário para que a


metade de seus átomos instáveis sofram decaimento, ou seja, que a sua atividade
tenha se reduzido à metade. Cada espécie radioativa sempre apresenta a mesma
razão de decaimento e portanto, tem um único valor para sua meia-vida.

71
DOSE ABSORVIDA (D)

Quando as radiações atravessam a matéria, elas cedem toda ou parte da sua


energia ao produzir as ionizações e/ou as excitações.

A unidade que expressa a dose absorvida é o Gray (Gy).

DOSE EQUIVALENTE (H)

O conceito de dose equivalente foi criado para se avaliar o efeito biológico de uma
dose absorvida pela matéria viva. Sua unidade atual é o Sievert (Sv), que equivale a
1J/kg e a antiga é o rem.

TAXA DE DOSE

É a razão entre a dose equivalente e o tempo. Sua unidade é: Sv/h.

D = T. t

Exemplo: Se um homem trabalha em um local durante 3 (três) horas e recebe uma


dose equivalente de 0,6 Sv, então a taxa de dose será de 0,2 Sv/h.

72
LIMITES DE DOSES

Os limites de doses anuais (o termo dose anual deve ser considerado como dose no
ano calendário, isto é, no período decorrente de janeiro a dezembro de cada ano),
estabelecidos pela Norma CNEN-NN 3.01 (2005) da Comissão Nacional de Energia
Nuclear são os seguintes:

Norma CNEN-NN 3.01 (2005)

a) nenhum membro das equipes de intervenção, para atendimento a situações de


emergência, deve ser exposto a dose superior ao limite anual de dose para
exposição ocupacional, estabelecido pela Norma CNEN-NN 3.01 (2005) da
Comissão Nacional de Energia Nuclear, exceto com a finalidade de:

i) salvar vidas ou prevenir danos sérios à saúde;

ii) executar ações que evitem dose coletiva elevada; ou 73


iii) executar ações para prevenir o desenvolvimento de situações catastróficas;

b) quando da realização de intervenções para atendimento a situações de


emergência sob as circunstâncias mencionadas acima, as doses efetivas dos
membros da equipe devem ser inferiores a 100 mSv, com exceção das ações para
salvar vidas, quando devem ser sempre observados os limiares relacionados aos
efeitos determinísticos;

c) somente voluntários podem empreender ações nas quais a dose efetiva possa
exceder 50 mSv. Nesses casos, esses voluntários devem ser informados, com
antecedência, dos riscos associados à saúde, e devem ser treinados para as ações
que possam ser necessárias;

d) quando a fase de pós-emergência de uma intervenção for iniciada, os membros


das equipes, que efetuam operações de recuperação, deverão estar sujeitos aos
mesmos requisitos de exposição ocupacional para as práticas, conforme
especificados pela Norma CNEN-NN 3.01 (2005) da Comissão Nacional de Energia
Nuclear;

e) o Comandante da OM, deve, durante a intervenção de emergência, se certificar


de que foi fornecida proteção radiológica apropriada aos membros das equipes e
determinar que se façam avaliações e registros das doses recebidas e, quando a
intervenção terminar, deverá fornecer os históricos das doses recebidas ao
ComImSup, ao Hospital (na MB => HNMD) e à CNEN;

f) para mulheres grávidas ocupacionalmente expostas, suas tarefas devem ser


controladas de maneira que seja improvável que, a partir da notificação da
gravidez, o feto receba dose efetiva superior a 1 mSv durante o resto do período de
gestação; e

g) indivíduos com idade inferior a 18 anos não podem estar sujeitos a exposições
ocupacionais.

74
IRRADIAÇÃO X CONTAMINAÇÃO

TIPOS DE PACIENTES

Em irradiação e em contaminação ocorrem diferentes lesões:

 Irradiado sem contaminação


 Contaminado externo
 Contaminado interno através de inalação, ingestão e através da pele
(lesões)
 Traumatizado

OBS: O paciente pode ter um ou a combinação de mais de um

EFEITOS DA RADIAÇÃO NO CORPO HUMANO

Os efeitos da radiação sobre o corpo humano podem ser divididos 4 fases distintas:
efeitos físicos, químicos, biológicos e orgânicos.

75
A dose letal média fica entre 4 e 4,5 Gy, ou seja, a cada quantidade “n” de
indivíduos irradiados com esta dose, “n/2” não sobrevivem.

TRINÔMIO DA RADIOPROTEÇÃO

TEMPO

Quanto maior for o período em que uma pessoa ficar exposta a uma radiação,
maior será a dose que esta pessoa receberá. Ele é o pilar mais fácil de ser
controlado, principalmente se estivermos trabalhando com uma grande e
organizada equipe.

A dose total recebida por uma pessoa em presença de radiação é diretamente


proporcional ao tempo de permanência na área contaminada.

DISTÂNCIA

Quanto maior a distância de um indivíduo até uma fonte radioativa, menor será a
dose recebida por ele. Por isso, é necessário manipular fontes radioativas à
76
distância, usando para isto pinças, hastes ou outros instrumentos ou mecanismos
que estejam a disposição. A dose varia inversamente com o quadrado da distância,
ou seja, se a uma distância d, um indivíduo recebe uma dose x, quando
aumentamos esta distância para 2d, este mesmo indivíduo receberá uma dose de
x/4.

BLINDAGEM

Considerando-se a radiação inicial incidente com I0, a radiação final após a

(que varia de acordo com o material e a energia), temos a seguinte fórmula:

I = I0.e -µx

Meia espessura (x1/2) de um material é aquela capaz de reduzir à metade a


intensidade de uma radiação.

x1/2 = ln2/µ

GEYGER – MULLER

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TELETECTOR

CINTILÔMETRO

DOSÍMETRO ELETRÔNICO

CANETA DOSIMÉTRICA

78
REFERENCIAS

ABIQUIM. Manual para Atendimento de Emergências com Produtos Perigosos-


2011. 3ªed. São Paulo, 2012.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Atendimento a Emergência no


Transporte de Produtos Perigosos. NBR 14064. 2003. 12 p.

BERTO, Paulo César. Primeiras Ações do Policial Militar em Acidentes Rodoviários


Envolvendo Produtos Perigosos. Monografia (Curso de Aperfeiçoamento de
Oficiais) – Centro de Aperfeiçoamento e Estudos Superiores, Polícia Militar do
Estado de São Paulo, 2004

CENTRO DE ENSINO E INSTRUÇÃO DE BOMBEIROS “CEL PA PAULOMARQUES


PEREIRA, Manual de Fundamentos do Atendimento a Emergências com Produtos
Perigosos – Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo- 2002.

FERREIRA, Carlos Eugenio de Carvalho. Acidentes com motoristas no transporte


rodoviário de produtos perigosos. São Paulo em Perspectiva, v. 17, n. 2, p. 68-80,
2003.

Manual de Atendimento a Emergências com Produtos Perigosos.


Curso de Atendimento a Emergências com Produtos Perigosos - CBMRJ.
Autor: TEN CEL BM LUIZ EMMANOEL PALENCIA BARBOSA QOC/83.

NATIONAL FIRE PROTECTION ASSOCIATION. Recommended Pratice


forResponding to Hazardous Materials Incidents. NFPA 471. USA. 1997. 25p

OLIVEIRA, Marcos de. Manual de Estratégias, Táticas e Técnicas deCombate a


Incêndio Estrutural: Comando e Controle em Operações de Incêndio, 1a ed.
Florianópolis, SC: Editora Editograf, 2005.

ATKINS, Peter W.; JONES, Loretta. Princípios de Química-: Questionando a Vida


Moderna e o Meio Ambiente. Bookman Editora, 2009.

TAUHATA, Luiz et al. Radioproteção e dosimetria. CEP, v. 22783, p. 127, 2003.

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