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N-2246 REV. D 04 / 2013

Operação de Gasoduto
Terrestre e Submarino

Procedimento

Esta Norma substitui e cancela a sua revisão anterior.


Cabe à CONTEC - Subcomissão Autora, a orientação quanto à interpretação do
texto desta Norma. A Unidade da PETROBRAS usuária desta Norma é a
responsável pela adoção e aplicação das suas seções, subseções e
enumerações.

Requisito Técnico: Prescrição estabelecida como a mais adequada e que


deve ser utilizada estritamente em conformidade com esta Norma. Uma
CONTEC eventual resolução de não segui-la (“não-conformidade” com esta Norma) deve
Comissão de Normalização ter fundamentos técnico-gerenciais e deve ser aprovada e registrada pela
Técnica Unidade da PETROBRAS usuária desta Norma. É caracterizada por verbos de
caráter impositivo.

Prática Recomendada: Prescrição que pode ser utilizada nas condições


previstas por esta Norma, mas que admite (e adverte sobre) a possibilidade de
alternativa (não escrita nesta Norma) mais adequada à aplicação específica. A
alternativa adotada deve ser aprovada e registrada pela Unidade da
PETROBRAS usuária desta Norma. É caracterizada por verbos de caráter
não-impositivo. É indicada pela expressão: [Prática Recomendada].

Cópias dos registros das “não-conformidades” com esta Norma, que possam
contribuir para o seu aprimoramento, devem ser enviadas para a
SC - 13 CONTEC - Subcomissão Autora.

Oleodutos e Gasodutos As propostas para revisão desta Norma devem ser enviadas à CONTEC -
Subcomissão Autora, indicando a sua identificação alfanumérica e revisão, a
seção, subseção e enumeração a ser revisada, a proposta de redação e a
justificativa técnico-econômica. As propostas são apreciadas durante os
trabalhos para alteração desta Norma.

“A presente Norma é titularidade exclusiva da PETRÓLEO BRASILEIRO


S.A. - PETROBRAS, de uso interno na PETROBRAS, e qualquer
reprodução para utilização ou divulgação externa, sem a prévia e
expressa autorização da titular, importa em ato ilícito nos termos da
legislação pertinente, através da qual serão imputadas as
responsabilidades cabíveis. A circulação externa será regulada mediante
cláusula própria de Sigilo e Confidencialidade, nos termos do direito
intelectual e propriedade industrial.”

Apresentação
As Normas Técnicas PETROBRAS são elaboradas por Grupos de Trabalho
- GT (formados por Técnicos Colaboradores especialistas da Companhia e de suas Subsidiárias), são
comentadas pelas Unidades da Companhia e por suas Subsidiárias, são aprovadas pelas
Subcomissões Autoras - SC (formadas por técnicos de uma mesma especialidade, representando as
Unidades da Companhia e as Subsidiárias) e homologadas pelo Núcleo Executivo (formado pelos
representantes das Unidades da Companhia e das Subsidiárias). Uma Norma Técnica PETROBRAS
está sujeita a revisão em qualquer tempo pela sua Subcomissão Autora e deve ser reanalisada a
cada 5 anos para ser revalidada, revisada ou cancelada. As Normas Técnicas PETROBRAS são
elaboradas em conformidade com a Norma Técnica PETROBRAS N-1. Para informações completas
sobre as Normas Técnicas PETROBRAS, ver Catálogo de Normas Técnicas PETROBRAS.

PROPRIEDADE DA PETROBRAS 31 páginas, Índice de Revisões e GT


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Prefácio

Esta Norma cancela e incorpora a PETROBRAS N-2715, com as devidas atualizações e adaptações.
A operação que se refere o título desta Norma engloba as atividades operacionais desenvolvidas ao
longo de toda vida do gasoduto ou sistema de gasodutos, desde a pré-operação até a sua
desativação permanente. As principais alterações nesta Revisão D incluem a revisão geral e
adequação às mudanças regulatórias, buscando particularmente o alinhamento com o Regulamento
Técnico ANP no 2/2011. O termo “Transportador” foi retirado desta Norma por conflitar com o conceito
adotado pelo RTDT, e foi utilizado o termo “Operador” para designar a empresa responsável pelas
atividades de operação do gasoduto ou sistema de gasodutos. Da mesma forma, o emprego do termo
“Transporte”, referindo-se genericamente a movimentação de fluído foi adequadamente suprimido. O
termo “Transporte” foi mantido somente quando se refere especificamente à atividade de Transporte
de Gás Natural conforme definida pela Lei no 11.909.

1 Escopo

1.1 Esta Norma fixa as condições exigíveis e estabelece as diretrizes e responsabilidades para
coordenação, controle e supervisão, a serem seguidas na operação de gasodutos de transporte e
transferência, terrestres e submarinos, visando à segurança operacional, a qualidade dos produtos e
a preservação do meio ambiente.

1.2 Para a consecução deste objetivo devem ser estabelecidos e implementados procedimentos
operacionais específicos para cada gasoduto.

1.3 Esta Norma se aplica somente aos gasodutos de aço-carbono operados pelas empresas do
sistema PETROBRAS. Engloba os gasodutos terrestres e submarinos que interligam entre si
unidades de produção, unidades de processo e estações. Aplica-se também aos gasodutos flexíveis
quando interligados a gasodutos de aço.

1.4 Esta Norma não se aplica a gasodutos de coleta, de distribuição e tubulações de processo.

1.5 Esta Norma deve ser aplicada a partir da data de sua edição.

1.6 Esta Norma contém Requisitos Técnicos e Práticas Recomendadas.

2 Referências Normativas

Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento. Para


referências datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas,
aplicam-se as edições mais recentes dos referidos documentos.

Lei no 11.909, de 4 de março de 2009 - Dispõe sobre as Atividades Relativas ao Transporte


de Gás Natural, bem como sobre as Atividades de Tratamento, Processamento,
Estocagem, Liquefação, Regaseificação e Comercialização de Gás Natural;

Regulamento Técnico ANP no 2/2011 - Regulamento Técnico de Dutos Terrestres para


Movimentação de Petróleo, Derivados e Gás Natural - RTDT;

Resolução ANP no 16/2008 - Estabelece o Regulamento Técnico ANP no 2/2008 -


Especificação para o Gás Natural Processado, Nacional e Importado, Comercializado no
Território Nacional;

PETROBRAS N-115 - Fabricação e Montagem de Tubulações Metálicas;

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PETROBRAS N-462 - Fabricação, Construção, Montagem, Instalação e Pré-Comissionamento


de Dutos Rígidos Submarinos;

PETROBRAS N-464 - Construção, Montagem e Condicionamento de Duto Terrestre;

PETROBRAS N-1487 - Inspeção de Dutos Rígidos Submarinos;

PETROBRAS N-2098 - Inspeção de Dutos Terrestres em Operação;

PETROBRAS N-2632 - Elaboração de Informações Básicas de Empreendimentos de


Transporte;

PETROBRAS N-2634 - Operações de Passagem de “Pigs” em Dutos;

PETROBRAS N-2644 - Plano de Resposta a Emergências;

PETROBRAS N-2726 - Terminologia de Dutos;

PETROBRAS N-2727 - Manutenção de Oleoduto e Gasoduto Submarino;

PETROBRAS N-2737 - Manutenção de Oleoduto e Gasoduto Terrestre;

PETROBRAS N-2785 - Monitoração, Interpretação e Controle da Corrosão Interna em


Dutos;

PETROBRAS N-2786 - Avaliação de Defeitos e Modos de Falha em Oleodutos e Gasodutos


Terrestres e Submarinos Rígidos em Operação;

ABNT NBR 15616 - Odorização do Gás Natural Canalizado.

3 Símbolos ou Siglas

ANP - Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis;


APR - Análise Preliminar de Risco;
CCO - Centro de Controle Operacional;
EOR - Estrutura Organizacional de Resposta;
GUS - Gás natural para Uso no Sistema;
IBE - Informações Básicas de Empreendimento;
PE - Padrão de Execução;
PIO - Protocolo de Interfaces Operacionais;
PMO - Procedimento Mútuo de Operação;
PMOA - Pressão Máxima de Operação Admissível;
POI - Procedimento Operacional Interno;
PR - Protocolo de Responsabilidades;
PRE - Plano de Resposta a Emergência;
RTDT - Regulamento Técnico de Dutos Terrestres;
SMS - Segurança, Meio Ambiente e Saúde;
UEP - Unidade Estacionária de Produção;
UIPQ - Unidade Industrial Petroquímica ou Química;
UO - Unidade Operacional;
UOT - Unidade Operacional de Terceiro.

4 Termos e Definições

Para os efeitos deste documento aplicam-se os termos e definições da PETROBRAS N-2726 e os seguintes.

4.1
carregador
agente que utilize ou pretenda utilizar o serviço de movimentação de gás em gasoduto de transporte,
mediante autorização da ANP

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4.2
Centro de Controle Operacional
centro responsável pela supervisão, monitoramento e controle das operações dos gasodutos

4.3
delegação
transferência procedimentada da responsabilidade do monitoramento e controle de uma ou mais
variáveis críticas de processo de uma operação

4.4
desequilíbrio
diferença entre as quantidades de gás ofertadas ao sistema, nos pontos de recebimento (excluído o
gás para uso no sistema) e as quantidades de gás entregues pelo operador nos pontos de entrega,
em determinado período e determinadas circunstâncias

4.5
estoque total
volume total de gás existente em um gasoduto ou sistema de gasodutos em um determinado
momento

4.6
estoque disponível
diferença entre o estoque total e o volume mínimo que permite realizar a movimentação do gás sem
que os limites operacionais ou contratuais sejam ultrapassados

4.7
equipamentos e instrumentos críticos
equipamentos e instrumentos considerados fundamentais para segurança das operações dos
sistemas de gasodutos, cuja inspeção e manutenção deve ser priorizada de acordo com a criticidade
do equipamento ou instrumento

NOTA Em caso de falha de equipamentos ou instrumentos de alta criticidade considerados


fundamentais para segurança das operações dos sistemas de gasodutos, as operações
devem ser interrompidas ou somente podem ser realizadas após análise de riscos e adoção
de medidas complementares.

4.8
gás não contabilizado
volume total de gás recebido deduzido do volume total de gás entregue, do volume de gás para uso
do sistema, da variação de estoque total e das perdas extraordinárias

4.9
GUS
quantidade de gás necessária à operação do gasoduto ou sistema de gasodutos, inclusive o gás
combustível utilizado no sistema e as perdas operacionais

4.10
gaseificação
enchimento do gasoduto com gás a ser movimentado, purgando o fluido existente (ar seco ou gás
inerte)

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4.11
gasoduto de coleta
gasoduto destinado à movimentação de gás entre poços produtores e estações coletoras ou entre
poços produtores e UEPs

4.12
gerenciamento da integridade
processo contínuo e sistemático de administração da integridade estrutural do gasoduto baseado em
atividades de inspeção e de mitigação dos defeitos

4.13
hierarquia operacional
limites de responsabilidades e atribuições dos participantes da operação de um sistema de
gasodutos, definidos no PMO ou em POI

4.14
operador
pessoa jurídica ou consórcio de empresas autorizatário, concessionário da ANP ou empresa
designada pelo concessionário, que construa e/ou opere gasodutos ou sistema de gasodutos

4.15
perdas extraordinárias
volume total de gás apurado em perdas para atmosfera ou queima em situações de emergência

4.16
ponto de entrega
ponto nos gasodutos de transporte no qual o gás é entregue pelo operador ao carregador ou a quem
este venha a autorizar

4.17
ponto de recebimento
ponto nos gasodutos de transporte no qual o gás é entregue ao operador pelo carregador ou por
quem este venha a autorizar

4.18
programação de transporte de gás
documento emitido pelo carregador que define as quantidades diárias programadas

NOTA A programação de transporte, antes de sua emissão definitiva, é submetida à análise do


operador com base nas quantidades requisitadas, na capacidade contratada de transporte,
na capacidade contratada de entrega, na capacidade máxima de transporte e nas
prioridades de programação.

4.19
quantidades programadas
quantidades diárias previstas a serem recebidas e entregues, considerando o GUS

4.20
quantidades realizadas
quantidades efetivamente recebidas e entregues pelo operador nos pontos de recebimento

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4.21
sistema de gasodutos
sistema composto por gasodutos associados ou não, destinados à transferência ou transporte de gás,
incluindo suas instalações

4.22
terceiros
qualquer pessoa jurídica que não seja o operador ou empresa contratada pelo operador e qualquer
pessoa física, que não seja funcionário do operador ou das suas empresas contratadas

4.23
UEP
instalação para produção de petróleo e gás natural, podendo-se tratar de plataforma fixa, plataforma
flutuante ou navio

4.24
UIPQ
unidade industrial petroquímica ou química que recebe hidrocarbonetos como insumos ou expede
hidrocarbonetos produzidos através de dutos terrestres (oleodutos e gasodutos)

4.25
UO
subdivisão administrativa do operador envolvida na operação do gasoduto ou sistema de gasodutos

4.26
UOT
subdivisão administrativa de pessoa jurídica, que não o operador, envolvida na operação do gasoduto
ou sistema de gasodutos

5 Documentação

Devem estar disponíveis no CCO e nas UOs, para pleno uso dos técnicos da área de operação, no
mínimo, os seguintes documentos, atualizados, relativos a cada gasoduto ou sistema de gasodutos:

a) Manual de Operação dos gasodutos ou sistema de gasodutos;


b) PR;
c) PMO;
d) POI;
e) PE;
f) PRE;
g) PIO.

NOTA Estes documentos devem ser disponibilizados já na fase de pré-operação.

5.1 Manual de Operação

Documento que deve orientar as atividades operacionais do gasoduto, contendo o conjunto de dados
de projeto, construção e operação dispostos de forma a orientar as atividades operacionais do
gasoduto ou sistema de gasodutos.

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5.1.1 O manual de operação deve ser elaborado de modo a contemplar, no mínimo, os seguintes
itens:

a) descrição geral e dados de projeto do gasoduto ou sistema de gasodutos;


b) características físico-químicas e de segurança do produto movimentado e dos insumos;
c) fluxogramas de engenharia;
d) perfil longitudinal, com as classes de locação, materiais e espessuras de paredes
nominais especificadas do gasoduto;
e) características técnicas das estações de compressão, pontos de entrega, pontos de
recebimento, pontos de redução de pressão, lançadores e recebedores de “pig”,
estações de medição, válvulas de bloqueio;
f) definição dos limites admissíveis das variáveis operacionais do sistema, incluindo a
PMOA, dos ajustes dos dispositivos de proteção e descrição dos intertravamentos;
g) mapa de localização do gasoduto;
h) mapa de acesso às válvulas;
i) tabela contendo volumes físicos entre válvulas de bloqueio e estações.

5.1.2 O manual de operação deve ser elaborado pelo órgão responsável pelo projeto/construção do
gasoduto, complementado e atualizado pela UO e/ou UOT responsável pela sua operação.

5.1.3 O manual de operação deve ser revisado sempre que houver alteração nos itens listados
em 5.1.1 visando sua atualização ou quando necessário para seu aperfeiçoamento.

5.1.4 A versão atualizada do manual de operação deve estar disponível e acessível para todo o
pessoal envolvido na operação.

5.1.5 As versões anteriores do manual de operação devem ser arquivadas pelo período mínimo de
cinco anos após a sua revisão.

5.2 PMO

Documento a ser elaborado, sempre que houver mais de uma unidade operacional diretamente
envolvida na pré-operação ou operação de um gasoduto ou sistema de gasodutos, com a finalidade
de estabelecer as interfaces, as ações e os critérios executivos operacionais.

NOTA No caso de gasodutos operados por uma única UO, o PMO pode ser substituído por um
POI, estabelecendo as ações e os critérios executivos operacionais específicos,
contemplando todos os requisitos aplicáveis do 5.2.1.2.

5.2.1 Abrangência

5.2.1.1 Os PMOs devem ser elaborados, preferencialmente, por gasoduto e por interface
operacional, definindo claramente a abrangência do documento (PMO), tanto em relação às
responsabilidades das UOs e UOTs envolvidas, como em relação aos limites físicos do gasoduto em
pauta.

NOTA Admite-se um único PMO para mais de um gasoduto, quando houver o tratamento unificado
de assuntos comuns e de similaridades existentes entre aos gasodutos envolvidos
proporcionar ganhos. Admite-se ainda um único PMO para mais de uma interface
operacional de um gasoduto, quando a integração das diferentes interfaces facilite a
compreensão do documento.

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5.2.1.2 O PMO deve ser elaborado de modo a contemplar, no mínimo, os seguintes itens:

a) definir a hierarquia operacional;


b) definir os limites físicos, operacionais e de segurança para orientação das etapas de
preparação da operação, caso estes limites não estejam definidos em um PR;
c) estabelecer os critérios de delegação e de comunicação;
d) definir as variáveis de processo e os critérios de monitoramento na etapa operacional
para os gasodutos que possuam controle centralizado e aquisição de dados pelo CCO;
e) estabelecer, quando aplicável, critérios e intervalos de tempo para o monitoramento das
variáveis de processo, para os gasodutos que não possuam controle centralizado e
aquisição de dados pelo CCO;
f) estabelecer, quando aplicável, critérios para as interligações de gasodutos com controle
centralizado e aquisição de dados pelo CCO com gasodutos que não disponham de
controle centralizado;
g) estabelecer critérios de reinício de operação após interrupções motivadas por
anormalidades operacionais;
h) estabelecer a unicidade de critérios nas interfaces operacionais;
i) listar os equipamentos e instrumentos críticos para a operação do gasoduto;
j) listar os possíveis alinhamentos dos gasodutos;
k) definir os pressupostos do pronto a operar;
l) estabelecer as ações para as ocorrências anormais relacionadas à segurança e aos
riscos ambientais;
m) estabelecer sistemática geral de registros de eventos operacionais e de ocorrências
anormais;
n) estabelecer, quando aplicável, as condições especiais que devem ser observadas na
operação.

5.2.2 Elaboração/Aprovação/Revisão

5.2.2.1 A elaboração e as revisões subsequentes dos PMOs e POIs devem ter a participação de
todos os segmentos envolvidos na operação do(s) gasoduto(s) em questão. A coordenação da
elaboração e revisão desses procedimentos deve ser estabelecida pelos gerentes operacionais das
UOs e UOTs envolvidos na operação do(s) gasoduto(s) em questão.

5.2.2.2 O PMO ou POI deve ser revisado e atualizado sempre que houver mudanças nos critérios ou
nos procedimentos anteriormente estabelecidos.

5.2.2.3 Os documentos originais e as revisões subsequentes devem ser aprovados pelos gerentes
operacionais de todas as UOs e UOTs envolvidos na operação do(s) gasoduto(s) em questão.

5.2.3 Controle de Distribuição

Deve haver um sistema de controle de distribuição de documentos que assegure o envio de uma
cópia controlada do PMO em sua última versão aos órgãos envolvidos na operação.

5.2.4 Arquivamento

As versões anteriores de PMOs e de POIs devem ser arquivadas pelo período mínimo de cinco anos
após sua revisão.

5.3 PRE

5.3.1 O PRE deve ser elaborado conforme requisitos estabelecidos na PETROBRAS N-2644.

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5.3.2 O PRE pode ser elaborado por gasoduto, instalações ou sistema de gasodutos, a critério da
UO ou UOT responsável.

5.3.3 O PRE deve estabelecer as responsabilidades e as ações a serem seguidas para controle de
uma emergência e mitigação de seus efeitos, incluindo organização, procedimentos operacionais de
resposta e recursos necessários.

5.3.4 No PRE devem ser relacionados os cenários de emergência, os procedimentos e


equipamentos utilizados para alerta nas situações de emergências, o fluxograma de comunicação
das emergências para o sistema PETROBRAS e para as entidades externas pertinentes, a EOR, os
recursos materiais e humanos necessários ao controle das emergências, as estratégias e
procedimentos de resposta e as informações referentes ao encerramento das operações.

6 PR

Quando duas ou mais empresas estiverem envolvidas na operação de um gasoduto ou sistema de


gasodutos deve ser estabelecido um PR entre as partes.

NOTA No caso de interfaces operacionais com empresas que não sejam subordinadas a
regulamentação da ANP, no que se refere à construção e operação de gasodutos, o PR
pode ser substituído pelo PIO.

6.1 Objetivo

Definir os limites físicos e as responsabilidades de operação do gasoduto e de preservação da


integridade das suas instalações, como também os procedimentos mútuos nas áreas em que as
partes interagem.

6.2 Abrangência

6.2.1 O protocolo de responsabilidades deve ser elaborado para dar abrangência a todos os
gasodutos e instalações correlatas, de tal forma que um único documento possa atender de forma
integrada e clara os interesses, deveres e responsabilidades mútuas entre as partes.

6.2.2 O protocolo de responsabilidades deve, no mínimo:

a) descrever as instalações do gasoduto ou sistema de gasodutos;


b) definir claramente o limite físico de responsabilidade de cada parte;
c) descrever as atribuições e as responsabilidades de cada parte, principalmente no que se
refere a:
— segurança operacional e proteção ao meio ambiente;
— manutenção e inspeção;
— condições operacionais (PMOA);
— dispositivos de proteção;
d) definir o compartilhamento de equipamentos e recursos de resposta a emergências;
e) estabelecer outras obrigações pertinentes as partes;
f) estabelecer prazo de vigência;
g) estabelecer critérios de revisões;
h) estabelecer plano de auditorias periódicas;
i) conter cláusulas que permitam o encerramento antecipado;
j) anexar licenças, autorizações e PMOs;
k) definir as disposições transitórias.

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6.2.3 O PR deve ser elaborado por representantes formalmente indicados pelas empresas
envolvidas na operação e ser aprovado por seus gerentes operacionais.

6.2.4 O PR deve ser revisado sempre que necessário, de acordo com os critérios estabelecidos
pelas empresas envolvidas.

6.2.5 A versão atualizada do PR deve estar sempre disponível nas empresas envolvidas para
auditoria.

6.2.6 A versão anterior do PR deve ser arquivada pelas empresas por cinco anos, após sua revisão.

7 PIO

Quando existirem interfaces operacionais com empresas, as quais não estejam subordinadas a
regulamentação da ANP, no que se refere à construção e operação de gasodutos, deve ser
estabelecido um PIO entre estas empresas e o operador.

NOTA Uma vez que a ANP exige um documento formal estabelecendo as responsabilidades nas
interfaces operacionais, a recusa por parte da empresa na assinatura desse documento
pode representar o impedimento do operador de fazer a transferência do produto ou mesmo
de manter relações contratuais com a empresa.

7.1 Objetivo

Definir os limites físicos e as responsabilidades das partes que interagem nas interfaces operacionais
do gasoduto.

7.2 Abrangência

7.2.1 O protocolo de interfaces operacionais deve conter, no mínimo:

a) descrever as interfaces na operação do gasoduto ou sistema de gasodutos;


b) definir claramente o limite físico de responsabilidade de cada parte;
c) descrever as atribuições e as responsabilidades de cada parte;
d) definir o compartilhamento de recursos de resposta a emergências;
e) estabelecer outras obrigações pertinentes as partes;
f) estabelecer prazo de vigência;
g) estabelecer critérios de revisões;
h) conter cláusulas que permitam o encerramento antecipado;
i) definir as disposições transitórias.

7.2.2 O PIO deve ser elaborado por representante formalmente indicado pela UO responsável e
assinado pelas partes envolvidas.

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8 Pré-Operação

8.1 Introdução

8.1.1 A pré-operação de um gasoduto ou sistema de gasodutos consiste em um conjunto de


atividades executadas pelos técnicos da UO com apoio do órgão responsável pelo projeto/construção
e montagem das instalações e com acompanhamento do responsável pelo Gerenciamento da
Integridade na UO, conforme estabelecido na elaboração do IBE, segundo a PETROBRAS N-2632.

8.1.2 Para efeito desta Norma, a pré-operação deve consistir de 2 etapas:

a) recebimento e avaliação técnica da documentação e das instalações;


b) pré-operação propriamente dita.

8.1.2.1 O recebimento do gasoduto consiste em formação de equipe multidisciplinar a ser constituída


por técnicos das atividades: operação, suporte e órgão responsável pelo projeto/construção e
montagem.

8.1.2.2 A etapa de pré-operação propriamente dita consiste na remoção do fluido existente,


enchimento do gasoduto com gás, preparação e adequação de componentes e instalações, visando
atingir as condições normais e estáveis para operação. No caso de gasoduto terrestre, esta fase deve
ser precedida pelo seu condicionamento, conforme previsto nas PETROBRAS N-464 (gasodutos) e
N-115 (estações intermediárias e pontos de entrega). No caso de gasoduto submarino a pré-
operação deve ser precedida pelas etapas de pré-comissionamento, conforme previsto na
PETROBRAS N-462.

8.2 Coordenação

A pré-operação deve ser coordenada pela UO responsável pelo gasoduto, assistida pelos órgãos
responsáveis pelo projeto/construção e montagem, e executada por todas as UOs envolvidas. A UO
responsável deve nomear um coordenador geral para condução das atividades de pré-operação.

8.3 Planejamento

Deve ser elaborado um planejamento para pré-operação, consistindo em:

a) definição do método de gaseificação a ser utilizado deve considerar o condicionamento


previamente acordado com a construção e montagem;
b) para gasoduto terrestre a definição do procedimento de aumento de pressão do
gasoduto recém gaseificado, atendendo ao 8.4.4;
c) obtenção de toda documentação necessária, incluindo: manual de operação, licenças e
autorizações necessárias, “databook” da instalação, termo de recebimento das
instalações, Protocolo de Responsabilidades e PMO ou POI devidamente assinados;
d) realização de cálculos e simulações a fim de determinar tempos de operação, variáveis e
condições operacionais previstas, incluindo os volumes de gás requeridos e descartados
a cada dia;
e) verificação da possibilidade de ocorrência de temperaturas abaixo do limite mínimo do
gasoduto, em função do diferencial entre a pressão na injeção de gás e no gasoduto a
ser pré-operado. Em caso positivo, medidas mitigadoras devem ser aplicadas para
evitar sua ocorrência;
f) elaboração do procedimento de pré-operação que deve incluir;
— matriz de responsabilidade para cada atividade;
— plano de controle de emergência;
— APR envolvendo as UOs e órgãos responsáveis pela construção;

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— informação prévia às comunidades vizinhas, autoridades locais e órgãos públicos por


onde passa o gasoduto terrestre;
— procedimento para passagem de “pigs” conforme PETROBRAS N-2634, quando
aplicável;
— procedimento para desligamento do sistema de proteção catódica durante a fase de
pré-operação de gasoduto terrestre;
— sistemas provisórios de injeção e descarte de fluidos e sólidos;
— sistema de proteção das instalações ajustado e operacional;
— avaliação das condições físicas do sistema, observando possíveis restrições;
— sistema adequado e confiável de comunicação abrangendo o gasoduto como um
todo, com procedimentos e critérios estabelecidos;
— mapas de acesso às instalações;
— garantia de que todas as válvulas intermediárias de bloqueio e seus respectivos
“by-passes” testados quanto ao funcionamento manual;
— garantir que todas as válvulas intermedíárias de bloqueio e seus respectivos
“by-passes” permanecem travadas na posição aberta até o término da operação de
pressurização;
— na gaseificação com utilização de “pig”, manter fechado todo o sistema de
“by-passes”; das válvulas intermediárias de bloqueio;
— lista de verificação a ser aplicada antes do início da pré-operação, incluindo a
confirmação do alinhamento do sistema em todas as unidades, estações e válvulas
de bloqueio da linha tronco;
— acompanhamento do ponto de orvalho através de medições consecutivas para
assegurar que o ponto de orvalho foi estabilizado conforme estabelecido na
PETROBRAS N-464;
g) definição de todos os recursos necessários, tais como: equipe habilitada e equipamentos
disponíveis para atender à necessidade de execução de qualquer serviço de instalação
e/ou reparo durante a pré-operação, meios de acesso seguro à faixa do gasoduto
terrestre para veículos pesados, detectores e analisadores de gás, equipamentos de
telecomunicações devidamente testados, “pigs” e gases inertes caso utilizados, recursos
humanos e materiais de SMS necessários ao pronto atendimento, tanto nos pontos de
injeção como nos pontos de descarte de gás;
h) treinamento específico do pessoal envolvido na fase de pré-operação e distribuição da
documentação necessária aos envolvidos;
i) projeto e instalação dos sistemas de descarte e injeção de gases, conforme 8.3.1 e
8.3.2, respectivamente;
j) análise crítica, emissão de relatório e divulgação do mesmo, após a finalização da
pré-operação, para preservar a memória técnica e permitir melhorias em procedimentos
futuros.

8.3.1 Sistema Provisório de Descarte de Gases

A instalação para se realizar a purga dos gases para a atmosfera deve consistir de:

a) um “vent” atmosférico dimensionado para atender as condições operacionais e de


segurança do local;
b) uma tomada para amostragem colocada a montante do “vent” atmosférico;
c) uma válvula instalada a montante do “vent” atmosférico para bloquear a purga;
d) no caso de purga indireta, uma válvula para o controle de vazão da purga;
e) um manômetro instalado a montante da válvula de bloqueio de purga;
f) projeto adequado do sistema de fixação para o “vent” atmosférico.

8.3.2 Sistema Provisório de Injeção de Gases

A instalação para se realizar a injeção de gases no gasoduto deve consistir de:

a) uma válvula para o controle de vazão ou pressão de injeção, com válvulas de bloqueio a
montante e a jusante da mesma;
b) tomadas para instalação de medidores de pressão instalados a jusante e a montante
(caso já não existam) da válvula de controle de injeção.

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NOTA Recomenda-se a utilização de válvula do tipo globo para controle de vazão ou pressão de
injeção. [Prática Recomendada]

8.4 Pré-Operação de Gasodutos Terrestres

8.4.1 Para a fase de pré-operação, podem ocorrer dois tipos de situações em função do tipo de
condicionamento: gasoduto totalmente preenchido com gás inerte ou com ar seco.

8.4.2 Métodos de Gaseificação

Os métodos descritos devem ser aplicados na pré-operação de novos gasodutos ou de gasodutos


que estejam retornando à operação após período de desativação temporária. Para o caso do retorno
à operação de trechos de gasodutos que sofreram intervenção ver Seção 13.

8.4.2.1 A gaseificação deve ser realizada com o uso de um dos seguintes métodos:

a) para gasodutos preenchidos com gás inerte:


— purga direta: realizada sem uso de “pig” separador;
— purga indireta: realizada com uso de “pig” separador;
b) para gasodutos preenchidos com ar seco:
— purga direta com selo inerte: realizada com uso de selo de gás inerte e sem “pig”
separador;
— purga indireta com selo inerte: realizada com uso de selo de gás inerte e “pig”
separador.

NOTA Em gasodutos preenchidos com ar seco não deve ser executada purga sem selo inerte.

8.4.2.2 A escolha do método de gaseificação é de responsabilidade da UO encarregada pela


coordenação da pré-operação.

8.4.2.3 Para a purga com selo inerte, o volume de gás inerte a ser injetado para a formação do selo,
deve ser calculado em função das dimensões do gasoduto, da velocidade do escoamento e do perfil
de pressão ao longo da operação, de modo a minimizar as interfaces com o gás inerte e impedir a
ocorrência de mistura explosiva, garantindo assim a segurança operacional.

8.4.2.4 Recomenda-se a utilização de um volume de gás inerte correspondente a, no mínimo, 10 %


do comprimento do gasoduto, na pressão de gaseificação. [Prática Recomendada]

8.4.3 Execução do Método de Purga Direta

8.4.3.1 O controle de injeção do gás pode ser realizado à vazão controlada ou à pressão controlada,
deslocando o fluido contido no interior do gasoduto. A velocidade a ser utilizada durante a operação
deve minimizar a laminação e mistura dos gases, reduzindo assim o tamanho das interfaces gás -
fluido contido no gasoduto. Durante a fase de injeção do gás, a pressão máxima de injeção não deve
ultrapassar 10 % da PMOA. O controle de injeção deve ser feito através de válvula de controle
conforme indicado no 8.3.2.

8.4.3.2 Na estação onde está sendo realizada a purga, a válvula de descarte para a atmosfera deve
ser mantida totalmente aberta desde o início da operação. A chegada das interfaces deve ser
confirmada pela utilização de analisadores de gases apropriados. A purga deve ser considerada
concluída e a válvula de descarte fechada quando for confirmada pelos analisadores de gases a
eliminação completa do gás inerte, isto é, presença de 100 % do gás do processo.

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8.4.3.3 Caso não haja risco de segurança na continuidade da pré-operação, evitar paralisações, de
forma a minimizar a laminação e mistura de gases na interface. Na ocorrência de paradas, medidas
mitigadoras como o bloqueio das válvulas da linha tronco imediatamente à montante e jusante das
interfaces de gases devem ser adotadas.

8.4.3 Execução do Método de Purga Indireta

8.4.3.1 O controle de injeção do gás deve ser realizado preferencialmente à vazão controlada,
procurando manter uma velocidade estável e adequada à operação com “pig”. O controle de injeção
deve ser feito através de válvula de controle conforme indicado no 9.3.2.

8.4.3.2 Na estação onde está sendo realizada a purga, a válvula de controle de purga deve ser
cuidadosamente operada, de forma a manter a velocidade de deslocamento do “pig” dentro dos
limites desejados.

NOTA Recomenda-se que a velocidade de deslocamento seja na faixa de 0,5 m/s a 2,0 m/s.
[Prática Recomendada]

8.4.3.3 Após a chegada do “pig”, deve-se verificar por meio de analisadores de gás, a eliminação
completa do gás inerte ou a presença de 100 % do gás do processo, fechando a válvula de descarte
logo após esta confirmação.

8.4.3.4 Caso não haja risco de segurança na continuidade da pré-operação, evitar paralisações, de
forma a minimizar a laminação e mistura de gases na interface. Na ocorrência de paradas, medidas
mitigadoras como o bloqueio das válvulas da linha tronco imediatamente à montante e jusante do
“pig” devem ser adotadas.

8.4.4 Procedimento para Aumento de Pressão

O aumento de pressão, após a conclusão da gaseificação deve ser realizado em incrementos não
superiores a 30 % da PMOA do gasoduto, limitados a 20 kgf/cm2. Entre cada incremento o gasoduto
deve ser inspecionado quanto a eventuais vazamentos.

8.5 Pré-Operação de Gasoduto Submarino

8.5.1 A pré-operação de gasodutos submarinos deve ser precedida pela realização de uma reunião
de nivelamento entre as partes envolvidas, contando com a presença de representantes da UO.

NOTA Devem estar representadas pelo menos as disciplinas de operação e escoamento. Quando
necessário, envolver outras disciplinas, como engenharia de instalações de superfície, por
exemplo, no caso de haver necessidade de realizar obras nas plataformas. Esta reunião
tem por objetivo nivelar informações, apresentar a situação existente, definir os objetivos da
pré-operação e designar um responsável pela elaboração da minuta de procedimento de
pré-operação.

8.5.2 Elaborar minuta de procedimento de pré-operação, considerando os vários fluidos


eventualmente presentes no gasoduto. Esta minuta deve descrever a situação existente, apresentar a
seqüência de operações a ser realizada e sugerir os alinhamentos utilizados no ponto de entrada e
de saída ou descarte de fluidos para as várias fases consideradas. Qualquer outra informação julgada
relevante deve ser incluída.

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8.5.3 Os envolvidos na pré-operação devem comentar a minuta de procedimento de pré-operação,


sobretudo o pessoal de operação, tanto do apoio em terra, como da própria plataforma. Nesta fase
devem ser levadas em consideração as peculiaridades, facilidades e limitações oferecidas por cada
unidade. As várias etapas devem ser detalhadas e adaptadas para a realidade de cada instalação.

8.5.4 Emitir procedimento de pré-operação revisado, consolidando os comentários recebidos e


submeter novamente à aprovação do grupo.

8.5.5 Condições de Entrega do Gasoduto para Pré-Operação

8.5.5.1 O gasoduto pode ser apresentado para pré-operação nas seguintes condições:

a) gasoduto totalmente alagado;


b) gasoduto com até 5 % de água remanescente e preenchido com ar;
c) gasoduto com até 5 % de água remanescente e preenchido com nitrogênio;
d) gasoduto seco e totalmente preenchido com nitrogênio;
e) gasodutos preenchidos com outros fluídos.

NOTA A definição do método de pré-operação a ser utilizado deve considerar o condicionamento


previamente acordado com a construção e montagem.

8.5.5.2 Quando o gasoduto for entregue totalmente alagado [8.5.5.1a)] deve-se efetuar o
desalagamento com a utilização de “pigs”.

8.5.5.3 Quando o gasoduto estiver preenchido com ar [8.5.5.1b)] deve-se proceder a inertização
parcial ou total do gasoduto.

8.5.5.4 Quando o gasoduto não for entregue seco [8.5.5.1d)], deve-se proceder a injeção de etanol
ou glicol para inibir a formação de hidrato.

8.5.6 Definição do Sentido da Operação

Escolher o sentido da operação, isto é, definindo os locais de injeção e de descarte de fluidos de


acordo com as facilidades disponíveis. Geralmente escolhe-se para local de injeção a UEP em lâmina
d’água mais profunda e para ponto de descarte a UEP mais rasa. Esta configuração reduz os
transientes de pressão produzidos quando da chegada das interfaces líquido/gás nos “risers” das
UEPs.

NOTA As operações de desalagamento em gasodutos submarinos produzem fortes transientes de


pressão e vazão nos locais de recebimento de fluidos, em função da presença de “risers”.
Quanto maior a profundidade da UEP de recebimento de fluidos, mais severos devem ser
os transientes produzidos. Este fato deve ser levado em consideração na escolha,
verificação e dimensionamento dos alinhamentos utilizados.

8.5.7 Alinhamento do Descarte do Fluído Utilizado para Pré-Operação

8.5.7.1 Definir os alinhamentos utilizados para o recebimento de fluidos nas várias fases da
operação. As opções mais utilizadas são alinhamento para mar/atmosfera e alinhamento para
separador de teste. Ocasionalmente são utilizados outros alinhamentos como para o sistema de
“flare” e para o sistema de drenagem.

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8.5.7.2 O alinhamento para mar/atmosfera permite o descarte somente de ar, nitrogênio, e água. A
presença de produtos químicos na água a ser descartada pode não recomendar o seu descarte
diretamente no mar. O descarte no mar/atmosfera é geralmente realizado com linha provisória
construída para este fim. Esta linha deve ser executada na mesma classe de pressão do gasoduto,
pelo menos, até a última válvula (inclusive). Após a última válvula, até a atmosfera, pode ser utilizada
uma linha de classe menor, desde que seu comprimento, diâmetro e espessura de parede sejam
compatíveis com as pressões e vazões produzidas na operação. Esta linha deve possuir uma válvula
que possibilite o ajuste da vazão de descarte. Esta linha deve ser adequadamente suportada, tendo
em vista os elevados esforços de reação produzidos pela passagem dos fluidos em alta velocidade.
Outra recomendação sobre a linha provisória de descarte diz respeito ao descarte de nitrogênio.
Mesmo não sendo tóxico ou inflamável, o nitrogênio é um gás asfixiante, quando em concentrações
elevadas. Portanto, a localização do ponto de descarte deve ser direcionada para locais abertos, com
boa ventilação e onde não haja a permanência de pessoas, permitindo uma dispersão adequada do
nitrogênio na atmosfera.

8.5.7.3 O alinhamento para separador de teste permite maior flexibilidade no que diz respeito ao tipo
de fluido recebido, permitindo o recebimento de água com ou sem produtos químicos, condensado,
diesel, etanol, glicol, nitrogênio, gás natural. A partir do separador de teste, o nitrogênio e o gás
natural podem ser encaminhados para “flare”. O envio de nitrogênio para “flare” pode causar o seu
apagamento temporário. Este fato deve ser avaliado caso a caso, dependendo da facilidade ou
dificuldade de reignição do “flare”. A partir do separador de teste, o líquido pode ser direcionado para
processo ou para o sistema de drenagem, conforme a conveniência. Devem ser avaliadas as
condições de segurança no alinhamento para separador de teste, no que diz respeito aos diâmetros,
classes de pressão e proteções disponíveis para evitar a inundação ou a pressurização indevida do
mesmo durante a operação.

NOTA Nunca enviar para “flare” uma mistura de ar com gás natural, ou mistura de ar com vapores
de qualquer outro combustível, o que certamente resultaria em acidente.

8.5.7.4 O alinhamento diretamente do gasoduto para o sistema de drenagem somente pode ser
utilizado quando existe a certeza de que somente líquido deve ser recebido e que não ocorre surtos
de pressão ou vazão. Um exemplo de uso para este alinhamento é a substituição de um inventário de
água contaminada com produto químico em gasoduto por água não contaminada.

NOTA Não utilizar alinhamento diretamente para o sistema de drenagem da plataforma quando
houver a possibilidade de ocorrerem surtos de pressão ou vazão, motivados pela presença
de bolsões de gás natural, nitrogênio ou ar.

8.5.7.5 O alinhamento diretamente do gasoduto para o sistema de “flare” somente pode ser usado
quando existe a certeza de que somente gás natural ou nitrogênio deve ser recebido. O envio de
líquido para o sistema de “flare” pode ser excepcionalmente tolerado, desde que em vazões bastante
baixas, dependendo ainda da avaliação da topologia existente, de modo a não comprometer a
segurança da plataforma.

8.5.8 As tubulações provisórias utilizadas no ponto de carregamento e no ponto de descarte devem


ser testadas hidrostaticamente antes do início da operação.

8.5.9 No ponto de carregamento devem ser tomadas medidas efetivas para assegurar que os
equipamentos usados para a injeção de fluidos não causam a pressurização excessiva do gasoduto.

8.5.10 No caso do uso de unidade geradora de nitrogênio no ponto de carregamento, deve ser usado
um analisador de gás que confirme a pureza do nitrogênio produzido.

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8.5.11 Avaliar a necessidade de utilização de um ou mais “pigs” para separar as interfaces


ar/nitrogênio e nitrogênio/gás natural.

8.5.12 Evitar operações que possibilitem a ocorrência de uma interface ar/gás natural, mesmo com o
uso de “pigs”. Nestes casos um selo de nitrogênio deve ser inserido entre o ar e o gás natural. O
volume deste selo deve ser calculado caso a caso, em função do diâmetro, comprimento da linha e
quantidade de “pigs” utilizada para separar as interfaces. Quando por algum motivo não forem usados
“pigs” para separar as interfaces, deve-se aumentar o selo de nitrogênio e controlar a velocidade de
deslocamento dos fluidos, de modo a minimizar as interfaces evitando a formação de mistura
explosiva.

8.5.13 A chegada das várias interfaces pode ser confirmada por amostragem e analisadores de
fluidos, pela chegada dos “pigs” separadores, por balanço de materiais ou uma combinação destes
métodos.

8.5.14 Para gasoduto rígido não há recomendação quanto à taxa de pressurização ou


despressurização. Para gasoduto com trecho flexível, a recomendação é consultar especificação do
fabricante para evitar descolamento de camadas.

8.6 Controle de Registros

Toda documentação relativa à pré-operação do gasoduto deve ser arquivada por toda vida do
gasoduto.

9 Operação

9.1 Introdução

9.1.1 A fase de operação está compreendida entre o final da pré-operação até a desativação
permanente do gasoduto.

9.1.2 A rotina operacional do gasoduto compreende 2 etapas: a etapa de programação e a etapa de


supervisão e controle operacional.

9.1.3 A hierarquia operacional para atendimento aos requisitos citados neste item deve estar definida
no PMO ou POI.

9.1.4 É recomendado que todos os gasodutos tenham o monitoramento de suas variáveis de


processo em tempo real e de forma centralizada. [Prática Recomendada]

9.2 Preparação e Início de Operação

9.2.1 Antes do início de operação de um gasoduto, devem ter sido atendidos, no mínimo, os
seguintes itens:

a) atendimento integral à legislação vigente;


b) elaboração dos procedimentos operacionais necessários;
c) programação dos volumes para início de operação, se aplicável;

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d) avaliação das condições físicas do sistema visando assegurar a integridade das


instalações e identificar possíveis restrições;
e) verificação do funcionamento correto dos instrumentos e equipamentos de medição e
controle do sistema;
f) verificação dos ajustes dos instrumentos e equipamentos de proteção do sistema;
g) remoção das instalações provisórias utilizadas durante a etapa de pré-operação;
h) verificação do funcionamento do sistema supervisório, com proposição de ações mitigadoras
para possíveis falhas de comunicação ou de dados incorretos, quando aplicável;
i) efetuar o alinhamento das UOs com o gasoduto;
j) confirmar a conclusão do alinhamento do sistema em todas as unidades envolvidas;
k) verificação do atendimento aos requisitos para qualidade do gás.

9.2.2 Uma vez atendidas às condições de preparação, deve ser emitido o pronto a operar pela UO
responsável pelo início da operação do gasoduto e iniciar o escoamento, mantendo-se estreito
acompanhamento das variáveis de processo, até a estabilização do sistema.

9.3 Etapa de Programação

9.3.1 No recebimento da requisição de transporte, o operador deve analisar a solicitação do(s)


carregador(es) e verificar os requisitos abaixo para o atendimento:

a) requisição de volumes previstos nos pontos de entrega;


b) capacidade de escoamento do gasoduto ou sistema de gasodutos e a existência de
alguma limitação ou restrição;
c) se a programação está compatível com a capacidade dos pontos de entrega e dos
pontos de recebimento;
d) disponibilidade dos volumes de produção e capacidade de processamento;
e) oferta disponível nos pontos de recebimento;
f) previsão de operação com “pigs”;
g) estoque disponível, GUS e desequilíbrios nos gasodutos;
h) programação de intervenção e paradas de manutenção;
i) compatibilidade das características dos produtos a serem movimentados com o sistema
de transporte a ser utilizado e consumidores a serem atendidos; as características
mínimas do produto que necessitam ser monitoradas são definidas em legislação
específica e podem incluir os seguintes itens, dentre outros:
— teor de umidade do gás;
— ponto de orvalho da água;
— ponto de orvalho de hidrocarbonetos;
— teor de H2S, de CO2 e de N2;
j) atendimento às condições contratuais de fornecimento.

NOTA 1 Verificar as facilidades e equipamentos nas UOs ou UOTs envolvidas para fins de
monitoramento das características citadas em deste item.
NOTA 2 Os teores máximos de H2S, CO2 e N2 permitidos em gasoduto de transporte devem atender
à Resolução ANP no 16/2008 ou a que vier substituí-la.
NOTA 3 O teor de H2S deve ser limitado à pressão parcial de 0,05 psia e o teor de CO2 em 7 psia,
para os gasodutos com gás úmido e sem revestimento interno.

9.3.2 Concluída a análise dos requisitos acima, se a programação não puder ser cumprida, informar
ao(s) carregador(es) os impedimentos e ajustes necessários ao cumprimento da programação para
emissão da programação. Uma vez estando de acordo, efetuar a confirmação da programação de
transporte junto ao(s) carregador(es).

9.4 Etapa de Supervisão e Controle Operacional

9.4.1 Cabe ao CCO a responsabilidade geral pela operação do gasoduto ou sistema de gasodutos.

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9.4.2 O CCO deve realizar, de maneira contínua e permanente, o monitoramento, supervisão e


controle de todo o sistema de movimentação de gás sob sua responsabilidade, através das seguintes
ações:

a) manter as variáveis dentro dos limites operacionais descritos nos PMOs ou POIs dos
gasodutos, dos limites contratuais estabelecidos e procedimentos operacionais definidos;
b) manter as variáveis de processo sob controle e analisar suas tendências (pressão, vazão
e temperatura), agindo previamente no sistema quando identificar tendência de
ultrapassagem nos limites operacionais ou contratuais;
c) cumprir a programação de transporte, notificando imediatamente ao(s) carregador(es)
qualquer desvio da mesma para emissão de programação intradiária;
d) realizar ou solicitar os ajustes na produção e processamento e o controle ou despacho
das estações de compressão, de forma a atender a programação de transporte e a
demanda do sistema;
e) condicionar o sistema para o atendimento a grandes consumidores e para a realização
das intervenções e paradas de manutenção nos gasodutos e estações;
f) monitorar e acompanhar a qualidade do gás natural em atendimento às especificações
do gás natural estabelecidas na Resolução ANP no16/2008 ou as que vierem a
substituí-la, bem como, contratos de transporte, informando aos carregadores (ou
aqueles por ele designados) as não conformidades. Para outros gases devem ser
atendidos os requisitos contratuais de especificação, caso não haja portaria específica;
g) monitorar e acompanhar as operações de passagem de “pigs”, atualizando as previsões
de passagem em pontos de monitoramento no campo e de chegada, informando aos
envolvidos na operação;
h) receber, analisar e responder as alterações da programação de transporte enviadas
pelos carregadores (intradiárias);
i) liberar as instalações para a realização de serviços de manutenção no campo;
j) responder imediatamente às contingências operacionais e emergências, deflagrando os
planos específicos para essas situações (plano de contingência);
k) informar aos carregadores, UOs envolvidas na operação do sistema e demais partes
interessadas quando da ocorrência de anormalidades ou contingências.

9.4.3 Quando da realização de intervenções e paradas de manutenção em gasodutos e instalações,


o CCO deve ser contatado pela UO ou UOT responsável pela execução dos serviços de campo para
liberar o início do trabalho. A UO ou UOT executante deve manter o CCO informado do andamento
dos serviços e sua previsão de término. Quando da conclusão dos trabalhos, a UO ou UOT
executante deve emitir o pronto a operar ao CCO e, após autorização deste, iniciar os trabalhos de
retorno do gasoduto e instalações à operação.

9.4.4 Para o CCO que não possua sistema de controle supervisório e de aquisição de dados, a UO
responsável pelo gasoduto deve definir as variáveis a serem monitoradas e sua periodicidade de
aquisição, sendo que o intervalo máximo entre leituras não deve ser superior a 2 horas.

9.4.5 Quando não houver CCO, a responsabilidade geral pela operação do gasoduto, desde que não
haja negociação prévia entre as UOs ou UOTs, é da unidade expedidora do gás.

9.4.6 As UOs e UOTs que operam gasodutos sem monitoramento das variáveis de processo em
tempo real devem elaborar procedimentos de segurança, estudos de análise de risco, bem como
adotar mecanismos de controle e monitoramento das principais variáveis, que permitam rápida
identificação de qualquer anormalidade no sistema.

NOTA Para as operações envolvendo mais de uma empresa, os mecanismos de controle e


monitoramento das principais variáveis e procedimentos de segurança que permitam a
identificação de qualquer anormalidade devem ser inclusos no PR ou PIO, o que for
aplicável.

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9.4.7 Para os casos de gasodutos de transferência que não possuam monitoramento,


recomenda-se a elaboração de uma programação que inclua balanço de oferta e demanda de gás,
flutuações do estoque contido no sistema, produção e manutenção do sistema. [Prática
Recomendada]

9.5 Delegação

Para a delegação devem ser observados os seguintes aspectos:

a) devem ser seguidos os critérios de delegação previstos no PMO;


b) a UO para qual deve ser delegado o controle deve dispor de todas as condições
operacionais e de segurança, necessárias para a supervisão e controle da estação ou
variável de processo em delegação;
c) a delegação deve ser conferida com registros do ato de emissão e do aceite;
d) normalizada a condição de supervisão ou controle da estação ou variável de processo
delegado, deve ser avaliada a necessidade e conveniência do retorno da
responsabilidade pelo controle a condição original;
e) a retomada do controle deve ser precedida de formalização e aceite.

9.6 Controle de Registros

9.6.1 Devem ser estabelecida sistemática para registrar todas as ações operativas realizadas nas
etapas de programação e controle operacional.

9.6.2 Nos casos de ocorrências anormais, deve existir sistemática de registro, análise crítica das
ocorrências e relatórios específicos recomendando as ações necessárias para evitar a reincidência.

9.6.3 O CCO deve elaborar e disponibilizar relatórios contendo no mínimo os itens abaixo:

a) quantidades programadas e realizadas;


b) desequilíbrios de gasodutos ou do sistema de gasodutos;
c) cálculo do estoque total, estoque disponível e variação em cada gasoduto ou do sistema
de gasodutos;
d) apuração das perdas operacionais;
e) apuração do gás não contado em gasodutos ou do sistema de gasodutos.

9.6.4 O CCO deve disponibilizar as informações operacionais em atendimento às legislações


específicas (órgãos reguladores, agências governamentais etc.).

9.6.5 Recomenda-se que os contatos operacionais por telefone realizados pelo CCO sejam
gravados. [Prática Recomendada]

10 Alterações das Condições de Operação

10.1 Redução da Pressão Máxima de Operação Admissível

10.1.1 A PMOA é estabelecida logo após a construção do gasoduto em função da pressão para a
qual o gasoduto foi projetado e testado. Entretanto, com o passar do tempo, a PMOA de um gasoduto
pode ser limitada ou reduzida, temporária ou permanentemente, pelas seguintes ocorrências:

a) comprometimento da integridade estrutural da parede do gasoduto;


b) restrições operacionais temporárias;

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c) alterações das condições de projeto original;


d) alteração, para maior, na classe de locação;
e) necessidade operacional.

10.1.2 A PMOA deve ser revalidada periodicamente, pelo responsável pelo Gerenciamento da
Integridade da UO, e reavaliada em quaisquer das ocorrências mencionadas no 10.1.1,
observando-se em ambos os casos os requisitos das PETROBRAS N-1487, N-2098, N-2786, N-2727
e N-2737.

10.1.3 Independente das ocorrências mencionadas em 10.1.1, se o gasoduto não operar por um
período mínimo de 4 horas consecutivas no valor de 90 % da PMOA corrente, por um período de
10 anos, a PMOA deve ser reduzida ao valor máximo da pressão efetivamente experimentada pelo
gasoduto por um período de 4 horas consecutivas nos últimos 10 anos.

10.1.4 Os dispositivos de proteção do gasoduto devem ser adequados à nova PMOA estabelecida.

10.2 Elevação da Pressão Máxima de Operação Admissível Corrente

10.2.1 A PMOA pode ser elevada a valores acima da corrente nas seguintes situações:

a) a PMOA para qual o gasoduto foi originalmente habilitado tenha sido limitada ou
reduzida pelas razões descritas em 10.1.1 ou 10.1.3;
b) o valor da PMOA efetivamente estabelecido for inferior ao valor testado;
c) o valor da PMOA efetivamente testado for inferior ao que poderia ser admitido.

10.2.2 Para a elevação da PMOA a valores acima da corrente, os seguintes requisitos devem ser
atendidos:

a) os dados de projeto, os testes prévios do gasoduto e dos materiais e equipamentos


utilizados, e condições de integridade estrutural devem ser verificados, a fim de avaliar
se há segurança na nova condição;
b) as condições correntes do gasoduto devem ser determinadas através de pesquisa de
vazamento nas conexões e equipamentos, inspeções de campo, exame dos registros de
manutenção e inspeção do gasoduto;
c) as não conformidades encontradas em a) e b) devem ser corrigidas antes de qualquer
incremento de pressão;
d) deve ser emitido um relatório pela área técnica da UO responsável pela integridade do
gasoduto, estabelecendo o valor da nova PMOA e liberando o gasoduto para a elevação
de pressão;
e) a elevação da pressão até o novo valor deve ser executada conforme 10.3.

10.2.3 A nova PMOA deve ser menor ou igual ao valor original da pressão de projeto, exceto se
houver um estudo que justifique outro valor maior e deve estar respaldada por teste hidrostático,
observando-se os requisitos da PETROBRAS N-2098.

10.2.4 Quando o valor desejado para a nova PMOA for maior do que 80 % da pressão de projeto do
gasoduto e o aumento de pressão for maior do que 25 % da PMOA corrente, devem ser aplicados os
requisitos dos 10.2.4.1 e 10.2.4.2.

10.2.4.1 Realização de um teste hidrostático, previamente ao aumento da PMOA, observando-se os


requisitos da PETROBRAS N-2098.

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10.2.4.2 Na inviabilidade de ser aplicado um teste de hidrostático, deve-se elaborar um estudo de


engenharia e inspeção detalhado do gasoduto e instalações interligadas. Este estudo deve ter como
base uma ou mais inspeções com “pig” de corrosão de alta resolução - devendo ser considerada a
hipótese de múltiplas inspeções (“pig” de fuga de fluxo magnético longitudinal e transversal) - em toda
a extensão do gasoduto, com contra-verificações (correlações) aceitáveis. Estas inspeções devem ter
sido realizadas a não mais do que 2 anos antes do aumento de pressão.

NOTA Devem ser explicitados, no estudo de engenharia, os procedimentos de emergência, os


cuidados com a população e o meio ambiente e as modificações físicas (obras)
eventualmente necessárias.

10.2.5 Quando o aumento de pressão requerido for menor do que 25 % da PMOA corrente ou a nova
PMOA for menor do que 80 % da pressão de projeto do duto, pode-se prescindir a execução do teste
hidrostático, desde que sejam atendidas as seguintes condições:

a) tenha sido concluída inspeção em toda a extensão do gasoduto, por “pig” de corrosão de
alta resolução, com contra-verificações (correlações) aceitáveis a não mais do
que 3 anos antes do aumento de pressão;
b) não haja suspeitas quanto à integridade do gasoduto.

10.3 Procedimento para Aumento de Pressão

10.3.1 A pressão operacional deve ser aumentada em incrementos não superiores a 10 % da PMOA
corrente. Entre cada incremento, o gasoduto deve ser inspecionado quanto a vazamentos.

10.3.2 Caso o gasoduto tenha sido testado hidrostaticamente nos últimos 10 anos, recomenda-se um
intervalo de 4 horas entre cada incremento. [Prática Recomendada]

10.3.3 Se o gasoduto não tiver sido testado nos últimos 10 anos, recomenda-se:
[Prática Recomendada]

a) um intervalo de 12 horas entre cada incremento;


b) cada incremento seja de, no máximo, 25 % do incremento total desejado;
c) a verificação de vazamento seja feita em todas as instalações aéreas do gasoduto.

11 Odoração

11.1 Os gasodutos de transporte de gás natural só necessitam de odoração quando exigido pelo
licenciamento ambiental, de acordo com a Resolução ANP no 16/2008.

11.2 Quando a odoração for exigida, deve atender as especificações da ABNT NBR 15616.

12 Passagem de “Pig” em Gasoduto

Nas operações de passagem de “pig”, deve ser seguidas as PETROBRAS N-2634 e N-2785.

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13 Condicionamento para Intervenção e Retorno a Operação de Gasoduto Terrestre e


Submarino

13.1 Introdução

13.1.1 Este item aplica-se aos serviços de intervenção em gasodutos que exijam a despressurização
completa de um trecho de gasoduto e sua temporária retirada de operação.

13.1.2 Este tipo de intervenção constitui-se geralmente das seguintes etapas:

a) condicionamento e liberação do gasoduto para intervenção, incluindo o isolamento do


trecho e sua despressurização;
b) execução da intervenção;
c) condicionamento de retorno e emissão do pronto a operar, incluindo a repressurização
ou carga do trecho.

13.1.3 Os requisitos apresentados nesta Norma compreendem as fases de planejamento da


intervenção, execução dos trabalhos de condicionamento para liberação da linha e o retorno à
operação, não abrangendo a etapa específica de intervenção, que deve ser objeto de procedimento
especifico da UO responsável pela execução do trabalho.

13.2 Coordenação dos Trabalhos

13.2.1 Os serviços de condicionamento para a intervenção, a realização da intervenção e o retorno


do gasoduto à operação devem ser coordenados pelo órgão operacional responsável pela operação
do gasoduto.

13.2.2 A UO responsável deve nomear um coordenador geral para condução das atividades de
condicionamento, intervenção e retorno a operação.

13.3 Planejamento

13.3.1 Cada intervenção a ser realizada em gasoduto deve ser antecedida por um planejamento
completo, atendendo, no mínimo, aos seguintes requisitos:

a) no planejamento dos serviços de intervenção devem ser observados os requisitos das


PETROBRAS N-2737 para gasodutos terrestres e PETROBRAS N-2727 para gasodutos
submarinos;
b) identificar possíveis problemas ou riscos que possam ser encontrados durante as
operações de despressurização, purga e durante os serviços de intervenção no
gasoduto, e desenvolver, em conjunto com o órgão de SMS local, planos de
contingência com base na APR;
c) realizar cálculos e simulações para identificar o impacto da intervenção no atendimento
aos clientes, tempos previstos e pontos preferenciais para despressurização e
repressurização das linhas, tempos máximos para execução dos trabalhos e volumes de
gás a serem descartados;

NOTA No caso de gasoduto com trecho flexível recomenda-se, para evitar dano entre camadas,
que a taxa de pressurização não exceda 600 kgf/cm2 / hora, a taxa de despressurização
não exceda 200 kgf/cm2 / hora em gasodutos flexíveis de camada interna única e
100 kgf/cm2 / hora em gasodutos flexíveis com mais de uma camada interna.

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d) no caso de inertização total do trecho em intervenção, calcular o volume de gás inerte


necessário adotando o critério de cálculo baseado no valor de, no mínimo, 1,5 vezes o
volume físico do trecho , à pressão atmosférica;

NOTA No caso de gasoduto rígido submarino: pode-se usar também água salgada, lavando-se
com no mínimo 1,5 vezes o volume do gasoduto em fluxo turbulento ou ainda uso de bolsão
de glicol entre “pigs”, deslocados com nitrogênio.

e) comunicação aos órgãos institucionais, segundo legislação vigente;


f) verificar, antes do início dos trabalhos, as condições de funcionamento e estanqueidade
de todas as válvulas necessárias ao isolamento do trecho do gasoduto que deve sofrer
intervenção, e identificar aquelas a serem raqueteadas ou flangeadas;
g) verificar a existência e a adequação de sistema de descarte quanto a localização, altura
e suportação aos esforços envolvidos, de modo a garantir a segurança da operação;
h) garantir disponibilidade de comunicação eficiente entre as equipes envolvidas;
i) elaborar procedimento de liberação para intervenção e retorno do gasoduto a operação.

13.3.2 Distribuir o planejamento e procedimentos elaborados aos envolvidos, incluindo o CCO, antes
do início dos trabalhos.

13.4 Condicionamento e Liberação do Gasoduto para Intervenção

O condicionamento do trecho do gasoduto para a execução dos serviços de intervenção consiste


basicamente das seguintes etapas:

a) preparação;
b) bloqueio;
c) despressurização;
d) isolamento;
e) inertização, quando aplicável.

NOTA Qualquer modificação que se fizer necessária no procedimento elaborado, deve ser
aprovada previamente pelo coordenador de operação e comunicada ao CCO e a todo o
pessoal envolvido.

13.4.1 Preparação para o Condicionamento

Antes do início dos trabalhos de intervenção, as seguintes medidas devem ser tomadas:

a) realizar uma reunião antes do início dos serviços de intervenção, com todo o pessoal
envolvido nas diversas etapas, a fim de discutir o procedimento e informar os
responsáveis de cada etapa;
b) solicitar autorização para início dos trabalhos junto ao órgão competente e comunicar ao
CCO, quando for o caso;
c) testar a eficiência da comunicação entre as equipes envolvidas;
d) assegurar-se de que todas as válvulas necessárias ao isolamento do trecho possuam
identificação, travas e etiquetas;
e) para gasoduto terrestre fazer contato com a comunidade local, informando-a sobre a
intervenção a ser realizada e cuidados a serem tomados; alertar sobre o ruído que
normalmente é produzido durante as fases do processo, e caso seja necessário,
promover a retirada da comunidade para que sejam abrigadas em pousadas ou hotéis
enquanto perdure a intervenção, providenciando paralelamente segurança patrimonial
para garantir a segurança de suas residências;
f) instalar manômetros junto às válvulas de bloqueio do trecho para permitir o
monitoramento da pressão durante a despressurização e garantir a completa purga do
gás;
g) assegurar-se de que as estações de medição ou pontos de entrega estão isolados do
trecho a ser despressurizado e que um fornecimento alternativo deve ser providenciado,
se possível;

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h) confirmar que não existe pressão entre as válvulas de despressurização e os seus


respectivos flanges cegos ou tampões, antes da remoção destes acessórios;
i) qualquer válvula com atuador elétrico, integrante do trecho do gasoduto, deve ter sua
alimentação elétrica desligada, com a colocação de etiqueta de advertência e trava
física.

13.4.2 Bloqueio do Trecho do Gasoduto

Devem ser atendidos, no mínimo, os seguintes requisitos durante esta etapa:

a) proceder cada bloqueio e alívio ao comando do coordenador geral;


b) travar e etiquetar na posição “Fechada” todas as válvulas utilizadas para isolar o trecho
de gasoduto;
c) manter os drenos abertos, travados e etiquetados na posição “Aberta”, nas válvulas que
possuem dreno de corpo;
d) providenciar dispositivo para coleta quando houver presença de líquido;
e) confirmar cada bloqueio executado ao coordenador geral.

13.4.3 Despressurização do Trecho do Gasoduto

Devem ser atendidos, no mínimo, os seguintes requisitos durante esta etapa:

a) confirmar que todos os bloqueios foram realizados;


b) assegurar que o gás está sendo descarregado para uma área segura;
c) monitorar e registrar a cada 30 minutos a pressão e a temperatura do gás no trecho a
ser despressurizado ;
d) reduzir a vazão até um limite tolerável de vibração quando ocorrem vibrações excessivas
no ponto de descarte;
e) utilizar um sistema de coleta de líquidos quando houver presença de líquido no ponto de
descarte;
f) monitorar a dispersão do gás descartado com equipamentos adequados; interromper a
despressurização e reavaliar a operação antes de prosseguir caso exista risco para o
público, instalações e meio ambiente;
g) bloquear as válvulas previstas no procedimento e comunicar ao coordenador geral e ao
CCO, após a confirmação da completa despressurização do trecho do gasoduto.

13.4.4 Isolamento

Após a despressurização, deve ser providenciado o isolamento do trecho do gasoduto, conforme


procedimentos internos das UOs ou UOTs.

13.4.5 Atividades Complementares

As atividades que se seguem após a despressurização do gasoduto para a realização da intervenção


devem ser objeto de procedimento específico, a cargo da UO ou UOT responsável pela intervenção,
o qual deve definir uma das opções a seguir, conforme sua aplicação especifica:

a) gasodutos terrestres - a execução de inertização total do trecho, inertização local ou


aeração do trecho sob intervenção;
b) gasodutos submarinos - a execução de inertização total ou parcial, alagamento total ou
parcial e lavagem.

13.5 Retorno a Operação

O retorno à operação deve ser objeto de procedimento especifico da UO ou UOT responsável pela
execução do trabalho. Deve abordar os seguintes itens:

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a) comunicação ao CCO das principais etapas do processo;


b) definição da necessidade e método de purga a ser aplicado, considerando a condição
final do trecho sob intervenção, em função da presença e distribuição de fluidos em seu
interior - gás do processo, condensado, água, ar e gás inerte;
c) verificação e remoção dos pontos de isolamento;
d) pressurização gradativa do trecho, até à pressão de operação;
e) alinhamento final do trecho, sob ordem do coordenador geral;
f) emissão do pronto a operar.

14 Desativação de Gasoduto (Terrestre ou Submarino)

A desativação de um gasoduto ou trecho de gasoduto consiste na sua retirada de operação em


caráter temporário ou permanente.

NOTA A desativação temporária ou definitiva do gasoduto ou trecho de gasoduto terrestre deve


ser precedida de notificação formal a ANP conforme prescrito no RTDT.

14.1 Desativação Temporária

Consiste na retirada de operação do gasoduto ou trecho de gasoduto por um período de tempo


pré-determinado, considerando a perspectiva de sua utilização futura.

14.1.1 Plano de Desativação Temporária

Deve ser desenvolvido um plano para a desativação temporária do gasoduto ou trecho de gasoduto,
seus componentes e complementos, visando à manutenção da integridade estrutural e condição
operacional das instalações desativadas, segurança das pessoas, do meio ambiente e atendimento
às exigências legais.

14.1.1.1 O plano de desativação temporária deve conter no mínimo:

a) motivo da desativação;
b) identificação dos elementos críticos;
c) período previsto para a desativação;
d) procedimento de deslocamento do produto e limpeza do gasoduto ou trecho do gasoduto
e, quando necessário, secagem e inertização do gasoduto;
e) previsão de destinação de produtos ou resíduos segundo a legislação vigente;
f) detalhamento do condicionamento do gasoduto ou trecho do gasoduto para a
desativação;
g) identificação dos órgãos e autoridades que devem ser comunicados para as respectivas
autorizações prévias e realização dos serviços.

14.1.1.2 O plano de desativação temporária deve ser mantido e atualizado durante o período da
desativação até o seu retorno à operação.

14.1.1.3 A prorrogação do período de desativação temporária do gasoduto ou trecho de gasoduto


obriga a revisão formal do plano, registrando-se o novo período, motivo e responsável.

14.1.2 Planos de Inspeção e Manutenção

A UO responsável pelo trecho ou gasoduto a ser temporariamente desativado deve desenvolver


planos de inspeção e manutenção específicos e apropriados para todo o período de desativação.

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14.1.3 Condicionamento para Desativação Temporária

14.1.3.1 Deve ser realizado o completo deslocamento do produto e, quando aplicável, a limpeza e
inertização do gasoduto, conforme estabelecido no 14.1.1.1 d).

NOTA No caso de gasodutos submarinos o deslocamento pode ser alternativamente realizado


com água salgada com aditivos.

14.1.3.2 Interromper o suprimento de gás. Despressurizar o gasoduto, se possível para


consumidores, aproveitando o volume de gás que for possível. Completar a despressurização para
atmosfera, através de queimador ou “vent”.

14.1.3.3 Após a despressurização, deve ser providenciado o bloqueio efetivo das possíveis fontes de
gás ou outros hidrocarbonetos.

14.1.3.4 Para gasoduto terrestre, deve ser executada a separação física do gasoduto desativado de
todos os demais sistemas em operação. No caso de gasodutos submarinos, o gasoduto deve ser
apenas isolado, sem a obrigatoriedade de separação física.

NOTA Recomenda-se o uso de raquete, figura 8 ou flange cego. [Prática Recomendada]

14.1.3.5 Devem ser usados tampões, bujões ou flanges cegos para evitar o ingresso de corpos
estranhos ou água no trecho desativado.

14.1.3.6 Deve ser mantida a interligação elétrica do gasoduto desativado com o sistema de proteção
catódica e continuado o monitoramento de potenciais de proteção.

14.1.4 Inertização

14.1.4.1 Após o bloqueio, o inventário residual de gás deve ser deslocado por gás inerte. Caso
necessário, “pigs” podem ser utilizados para a separação entre os fluidos.

14.1.4.2 Para garantir a eficácia da inertização, deve-se ventar nos trechos mortos, como lançadores,
recebedores, “by-pass” de válvulas e derivações, para garantir a completa remoção do gás.

14.1.4.3 Ao final da inertização, assegurar que todos os pontos do gasoduto ou trecho de gasoduto
sejam mantidos a uma pressão positiva por todo período da desativação.

14.1.5 Plano de Retorno Operacional

Deve ser elaborado um plano de retorno operacional do gasoduto ou trecho do gasoduto, precedendo
o retorno à operação.

NOTA O retorno à operação deve ser precedido de notificação à ANP conforme requerido no RTDT.

14.1.5.1 O plano de retorno operacional deve conter no mínimo:

a) revisão do histórico operacional, inspeção, manutenção e documentação legal pertinente;


b) procedimentos para o condicionamento e para o retorno operacional.

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14.1.5.2 Os documentos e registros do retorno operacional devem ser mantidos por 5 anos após o
retorno do gasoduto ou trecho de gasoduto à operação.

14.1.6 Retorno à Operação

14.1.6.1 Para o retorno à operação, devem ser atendidos os procedimentos citados na Seção 9
desta Norma, onde aplicável.

14.1.6.2 Para períodos maiores que 3 anos fora de operação, cabe ao órgão operacional julgar a
necessidade de realização de novo teste hidrostático ou inspeção interna com “pig” instrumentado,
conforme as PETROBRAS N-2098 (para gasodutos terrestres) e PETROBRAS N-1487 (para
gasodutos submarinos).

14.1.7 Controle de Registros

Os documentos e registros da desativação temporária devem ser mantidos por 5 anos após o retorno
do gasoduto ou trecho de gasoduto à operação.

14.1.7.1 Devem ser mantidos, pelo menos, os registros relativos aos seguintes itens:

a) inspeção de pista (para gasodutos terrestres) ou inspeção externa (para gasodutos


submarinos);
b) acompanhamento da proteção catódica, onde aplicável;
c) inspeção de equipamentos e acessórios;
d) leitura de pressão (do gás inerte);
e) verificação do alinhamento de válvulas, quando não houver a separação física do
gasoduto ou trecho de gasoduto.

14.2 Desativação Permanente

Consiste na retirada de operação do gasoduto ou trecho do gasoduto sem a perspectiva de futura


utilização.

14.2.1 Opções de Desativação Permanente

Podem ser consideradas as seguintes opções básicas para a desativação permanente de um


gasoduto ou trecho de gasoduto enterrado ou submerso:

a) permanência das estruturas metálicas enterradas ou submersas;


b) remoção parcial ou total das estruturas metálicas enterradas ou submersas.

NOTA A escolha da opção da desativação permanente deve considerar os aspectos legais,


técnicos, econômicos, de segurança e de proteção ao meio ambiente, envolvidos e constar
do plano de desativação.

14.2.2 Plano de Desativação Permanente

Deve ser elaborado um plano para desativação permanente do gasoduto ou trecho de gasoduto, seus
componentes, complementos e faixa de gasodutos, visando à segurança operacional dos sistemas e
instalações ainda em operação, a potencial utilização do terreno, a segurança das pessoas, a
proteção do meio ambiente e atendimento às exigências legais.

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14.2.2.1 O plano de desativação permanente deve conter, no mínimo, os seguintes itens:

a) motivo da desativação;
b) alternativa de suprimento do mercado;
c) definição das opções de desativação ao longo da faixa de gasodutos;
d) identificação dos elementos críticos;
e) identificação dos órgãos que devem ser comunicados para as respectivas autorizações
pertinentes para a execução dos serviços;
f) procedimento de deslocamento do produto e, quando aplicável, limpeza e inertização do
gasoduto;
g) previsão de destinação de produtos ou resíduos segundo a legislação vigente;
h) detalhamento do condicionamento do gasoduto ou trecho do gasoduto para a
desativação;
i) tratamento a ser dado a cada cruzamento, travessia e estrutura interferente;
j) tratamento a ser dado ao sistema de proteção catódica;
k) plano de ação para atender às eventuais exigências do órgão ambiental com jurisdição
sobre a área, para desativação do gasoduto ou trecho de gasoduto, incluindo os
aspectos relacionados à recuperação ambiental.

14.2.2.2 Os documentos integrantes do plano de desativação permanente do gasoduto ou trecho de


gasoduto devem ser arquivados por 5 anos após a sua desativação, para os trechos removidos, ou
por todo período em que permanecerem no local da instalação.

14.2.3 Condicionamento para Desativação Permanente

14.2.3.1 Deve ser realizado o completo deslocamento do produto e, quando aplicável, a limpeza e
inertização do gasoduto, conforme estabelecido em 14.2.2.1 f).

NOTA No caso de gasodutos submarinos o deslocamento pode ser alternativamente realizado


com água salgada.

14.2.3.2 Interromper o suprimento de gás. Despressurizar o gasoduto, se possível para


consumidores, aproveitando pelo menos parte do gás. Completar a despressurização para atmosfera,
através de queimador ou “vent”.

14.2.3.3 Após a despressurização, deve ser providenciado o bloqueio efetivo das possíveis fontes de
gás ou outros hidrocarbonetos.

14.2.3.4 Para gasoduto terrestre ou submarino, deve ser executada a separação física do gasoduto
desativado de todos os demais sistemas em operação.

14.2.3.5 Devem ser usados tampões, bujões ou flanges cegos para evitar a entrada de corpos
estranhos ou água no trecho desativado.

NOTA Recomenda-se que, para os gasodutos submarinos desativados permanentemente com


água salgada, o uso de tampões, bujões ou flange cego seja opcional. [Prática
Recomendada]

14.2.3.6 O sistema de proteção catódica deve ter o tratamento conforme estabelecido


em 14.2.2.1 j).

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14.2.4 Condições Adicionais

Para que a desativação permanente do gasoduto ou trecho do gasoduto seja realizada sem a
completa remoção das instalações, os seguintes itens devem ser atendidos:

a) remoção dos trechos metálicos aéreos;


b) remoção de válvulas e componentes;
c) tamponamento de todos os pontos abertos do gasoduto ou trecho do gasoduto.

NOTA Recomenda-se que, para os gasodutos submarinos desativados permanentemente com


água salgada, o tamponamento de todos os pontos abertos do gasoduto ou trecho do
gasoduto seja opcional. [Prática Recomendada]

14.2.5 Controle de Registros

Todos os documentos relativos à desativação permanente do gasoduto ou trecho de gasoduto devem


ser arquivados por 5 anos após sua efetiva desativação, para os trechos removidos, ou por todo
período em que permanecerem no local da instalação.

15 Qualificação de Pessoal

15.1 Treinamento para Qualificação

15.1.1 Todos os empregados responsáveis pela supervisão, monitoramento e controle de gasodutos


devem receber treinamento específico, de modo a garantir que estejam habilitados para atuar de
forma segura tanto em condições normais quanto em situações anormais ou de emergência.

15.1.2 O programa de treinamento deve considerar as tarefas críticas e competências identificadas


para cada função e assegurar que as pessoas que executam tarefas críticas sejam qualificadas.

15.1.3 O programa de treinamento deve prever que pessoas em fase de treinamento para
qualificação executem tarefa críticas, desde que orientadas e observadas por pessoa qualificada.

15.1.4 O programa de treinamento deve prever novo treinamento de pessoa qualificada se:

a) o operador tiver motivos para acreditar que a execução, por essa pessoa, de uma tarefa
crítica contribuiu para um acidente ou que a pessoa não continua qualificada para
realizar uma determinada tarefa crítica;
b) ocorrerem mudanças que venham afetar as tarefas críticas para as quais as pessoas
estariam qualificadas.

15.1.5 O programa de treinamento deve prever treinamentos de atualização de acordo com a


legislação da área específica ou em períodos que não excedam 3 anos, conforme determina o RTDT.

NOTA Recomenda-se que o treinamento de atualização considere no seu escopo, os


procedimentos operacionais revisados em vigor e conhecimentos específicos adicionais que
visem o aumento da eficiência e da segurança das operações. O prazo recomendado para
o treinamento de atualização é de 2 anos. [Prática Recomendada]

15.1.6 O programa de treinamento deve abranger, dentre outros, os seguintes itens:

a) características de construção e projeto do gasoduto;

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b) limites operacionais e dispositivos de proteção e segurança;


c) características das estações de compressão;
d) características do gás movimentado;
e) sistema de controle do gasoduto;
f) procedimentos operacionais, procedimentos mútuos e protocolos operacionais;
g) características de funcionamento das estações de redução de pressão, medição,
lançamento e recebimento de “pigs”, válvulas de bloqueio, pontos de entrega e
recebimento;
h) características do escoamento do gás e comportamento hidráulico do gasoduto em
regime permanente e transiente;
i) integridade de gasodutos (atividades de manutenção e inspeção em gasodutos);
j) aspectos de automação industrial, softwares de supervisão e controle, de simulação
hidráulica, caso existam;
k) aspectos de SMS envolvidos na operação de gasodutos;
l) plano de resposta a emergências.

15.1.7 Com base na classificação de funções estabelecida, o operador deve associar as tarefas
críticas identificadas no relatório de identificação e análise de riscos a cada função e estabelecer os
níveis mínimos de treinamento, competência e conhecimento específicos das mesmas, que habilitem
a força de trabalho.

15.1.8 A UO responsável pela operação do gasoduto ou sistema de gasodutos deve estabelecer


uma sistemática de treinamento e uma matriz de registros e acompanhamento, relacionando os
empregados treinados, escopo, época de realização, instrutores, forma de avaliação, entre outros
aspectos.

15.1.9 Deve ser realizada avaliação de suficiência dos profissionais treinados de forma a comprovar
sua habilitação ao exercício da atividade.

15.1.10 O programa de treinamento deve ser revisado e atualizado sempre que necessário e no
mínimo a cada 3 anos.

15.1.11 Os documentos do programa de treinamento devem ser arquivados pelo operador


por 3 anos após sua substituição.

15.2 Serviços Contratados

15.2.1 O operador deve assegurar que as empresas de serviços contratados tenham pessoal
qualificado para a execução das tarefas críticas.

15.2.2 O operador deve assegurar o pessoal contratado foi qualificado utilizando os critérios
estabelecidos em 15.1.

15.2.3 O Operador deve assegurar que as contratadas estabeleçam os requisitos de treinamento e


dimensionem os respectivos programas conforme estabelecido no RTDT.

15.2.4 O operador deve considerar em sua estrutura organizacional de operação os serviços das
contratadas que efetuam tarefas críticas.

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-PÚBLICO-

N-2246 REV. D 03 / 2013

ÍNDICE DE REVISÕES

REV. A
Não existe índice de revisão.

REV. B
Partes Atingidas Descrição da Alteração

1 Revisado

2 Revisado e Renumerado

3 Revisado e Renumerado

4 Incluído

5 Revisado e Renumerado

6 Revisado e Renumerado

7 Revisado e Renumerado

8 Incluído

9 Incluído

10 Incluído

11 Incluído

REV. C
Partes Atingidas Descrição da Alteração

1 Revisado

2 Revisado

3 Incluido

4 Revisado e Renumerado

5 Revisado e Renumerado

6 Revisado

7 Revisado e Renumerado

8 Revisado e Renumerado

9 Revisado e Renumerado

10 Revisado e Renumerado

11 Revisado e Renumerado

12 Incluído

13 Revisado e Renumerado

14 Revisado e Renumerado

15 Renumerado

IR 1/2
-PÚBLICO-

N-2246 REV. D 03 / 2013

REV. C
Partes Atingidas Descrição da Alteração

16 Renumerado

REV. D
Partes Atingidas Descrição da Alteração

Todas Revisão

IR 2/2

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