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N-2838 REV. B 12 / 2014

Proteção Catódica para Instalações


Marítimas Flutuantes / Fixas e
Equipamentos Submarinos

Procedimento

Esta Norma substitui e cancela a sua revisão anterior.


Cabe à CONTEC - Subcomissão Autora, a orientação quanto à interpretação do
texto desta Norma. A Unidade da PETROBRAS usuária desta Norma é a
responsável pela adoção e aplicação das suas seções, subseções e
enumerações.

Requisito Técnico: Prescrição estabelecida como a mais adequada e que


CONTEC deve ser utilizada estritamente em conformidade com esta Norma. Uma
eventual resolução de não segui-la (“não-conformidade” com esta Norma) deve
Comissão de Normalização ter fundamentos técnico-gerenciais e deve ser aprovada e registrada pela
Técnica Unidade da PETROBRAS usuária desta Norma. É caracterizada por verbos de
caráter impositivo.

Prática Recomendada: Prescrição que pode ser utilizada nas condições


previstas por esta Norma, mas que admite (e adverte sobre) a possibilidade de
alternativa (não escrita nesta Norma) mais adequada à aplicação específica. A
alternativa adotada deve ser aprovada e registrada pela Unidade da
PETROBRAS usuária desta Norma. É caracterizada por verbos de caráter
não-impositivo. É indicada pela expressão: [Prática Recomendada].

Cópias dos registros das “não-conformidades” com esta Norma, que possam
contribuir para o seu aprimoramento, devem ser enviadas para a
SC - 15 CONTEC - Subcomissão Autora.

Proteção Catódica As propostas para revisão desta Norma devem ser enviadas à CONTEC -
Subcomissão Autora, indicando a sua identificação alfanumérica e revisão, a
seção, subseção e enumeração a ser revisada, a proposta de redação e a
justificativa técnico-econômica. As propostas são apreciadas durante os
trabalhos para alteração desta Norma.

“A presente Norma é titularidade exclusiva da PETRÓLEO BRASILEIRO


S. A. - PETROBRAS, de aplicação interna na PETROBRAS e Subsidiárias,
devendo ser usada pelos seus fornecedores de bens e serviços,
conveniados ou similares conforme as condições estabelecidas em
Licitação, Contrato, Convênio ou similar.
A utilização desta Norma por outras empresas/entidades/órgãos
governamentais e pessoas físicas é de responsabilidade exclusiva dos
próprios usuários.”

Apresentação
As Normas Técnicas PETROBRAS são elaboradas por Grupos de Trabalho
- GT (formados por Técnicos Colaboradores especialistas da Companhia e de suas Subsidiárias), são
comentadas pelas Unidades da Companhia e por suas Subsidiárias, são aprovadas pelas
Subcomissões Autoras - SC (formadas por técnicos de uma mesma especialidade, representando as
Unidades da Companhia e as Subsidiárias) e homologadas pelo Núcleo Executivo (formado pelos
representantes das Unidades da Companhia e das Subsidiárias). Uma Norma Técnica PETROBRAS
está sujeita a revisão em qualquer tempo pela sua Subcomissão Autora e deve ser reanalisada a
cada 5 anos para ser revalidada, revisada ou cancelada. As Normas Técnicas PETROBRAS são
elaboradas em conformidade com a Norma Técnica PETROBRAS N-1. Para informações completas
sobre as Normas Técnicas PETROBRAS, ver Catálogo de Normas Técnicas PETROBRAS.

PROPRIEDADE DA PETROBRAS 21 páginas, Índice de Revisões e GT


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Sumário

1 Escopo ................................................................................................................................................. 3 

2 Referências Normativas ...................................................................................................................... 3 

3 Termos e Definições............................................................................................................................ 4 

4 Considerações Gerais de Projeto de Proteção Catódica.................................................................... 5 

4.1 Generalidades ........................................................................................................................ 5 

4.2 Potenciais Eletroquímicos ...................................................................................................... 6 

4.3 Anodos ................................................................................................................................... 6 

4.4 Eletrodos de Referência ......................................................................................................... 6 

4.5 Retificadores .......................................................................................................................... 7 

4.6 Embarcações ......................................................................................................................... 7 

4.7 Bóias e Monobóias ................................................................................................................. 7 

4.8 Jaquetas e Acessórios de Plataformas Fixas ........................................................................ 7 

4.9 Tanques ................................................................................................................................. 8 

5 Parâmetros de Projeto......................................................................................................................... 8 

6 Procedimentos e Cálculos de Projeto ............................................................................................... 10 

7 Fabricação de Anodo ........................................................................................................................ 12 

8 Instalação do Sistema ....................................................................................................................... 13 

9 Requisitos de Documentação............................................................................................................ 18 

10 Procedimentos para Pré-Operação do SPC por Corrente Impressa .............................................. 19 

10.1 Condições Gerais ............................................................................................................... 19 

10.2 Testes no Estaleiro............................................................................................................. 20 

10.3 Testes de Mar .................................................................................................................... 20 

10.4 Testes na Locação ............................................................................................................. 21 

11 Procedimentos para Pré-Operação do SPC por Corrente Galvânica ............................................. 21 

Tabelas

Tabela 1 - Valores de Projeto para Anodos Galvânicos ......................................................................... 8 

Tabela 2 - Vida Útil de Projeto para SPC Galvânico ............................................................................. 10 

Tabela 3 - Fator de Velocidade X Velocidade Relativa Estrutura/Eletrólito .......................................... 10 

Tabela 4 - Capacidade de corrente para ensaio de curta duração ....................................................... 12 

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1 Escopo

1.1 Esta Norma estabelece os requisitos adicionais à DNV-RP-B401, a serem adotados no projeto,
fabricação, montagem e pré-operação de sistema de proteção catódica para as estruturas abaixo
relacionadas:

1.1.1 Plataformas marítimas fixas de produção de petróleo.

1.1.2 Equipamentos submarinos como, por exemplo:

— ANM (Árvore de Natal Molhada);


— “Manifolds”;
— PLEM (“Pipeline End Manifold”);
— PLET (“Pipeline End Terminal”);
— SCM (Sistema de Controle de “Manifold”);
— BAP (Base de Apoio à Perfuração).

1.2 Esta Norma estabelece os requisitos adicionais à DNV-RP-B101, a serem adotados no projeto,
fabricação, montagem e pré-operação de sistema de proteção catódica para as estruturas abaixo
relacionadas:

1.2.1 Instalações marítimas flutuantes como, por exemplo:

— plataformas semissubmersíveis (SS);


— plataformas flutuantes de estocagem e descarga (FSO);
— plataformas flutuantes de produção, estocagem e descarga (FPSO);
— navios tanques;
— bóias e monobóias.

1.2.2 Tanques de lastro, carga, “slop”, e espaços que possam ficar imersos em água salgada.

1.3 Parágrafos das DNV-RP-B401 e DNV-RP-B101 não mencionados nesta Norma são
considerados inteiramente aplicáveis.

1.4 Esta Norma se aplica a procedimentos iniciados a partir da data de sua edição.

1.5 Esta Norma contém Requisitos Técnicos e Práticas Recomendadas.

2 Referências Normativas

Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento. Para


referências datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas,
aplicam-se as edições mais recentes dos referidos documentos.

PETROBRAS N-133 - Soldagem;

PETROBRAS N-381 - Execução de Desenhos e outros documentos Técnicos em Geral;

PETROBRAS N-1710 - Codificação de Documentos Técnicos de Engenharia;

PETROBRAS N-1814 - Inspeção Submarina - Medição de Potencial Eletroquímico;

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PETROBRAS N-2064 - Emissão e Revisão de Documentos de Projeto;

PETROBRAS N-2608 - Retificadores para Proteção Catódica;

ABNT NBR 7403 - Proteção Catódica Galvânica da Carena, Caixas de Mar, Tanques de
Lastro, de Carga/Lastro e de Porões Alagáveis em Embarcações de Aço;

ABNT NBR 9358 - Anodos de Liga de Zinco para Proteção Catódica;

ABNT NBR 10387 - Anodos de Liga de Alumínio para Proteção Catódica;

ISO 8501-1 - Preparation of Steel Substrates Before Application of Paints and Related
Products - Visual Assessment of Surface Cleanliness - Part 1: Rust Grades and Preparation
Grades of Uncoated Steel Substrates and of Steel Substrates After Overall Removal of
Previous Coatings;

DNV-RP-B101 - Corrosion Protection of Floating Production and Storage Units;

DNV-RP-B401 - Cathodic Protection Design;

MIL-DTL-18001L - Anodes, Sacrificial Zinc Alloy.

3 Termos e Definições

Para os efeitos deste documento aplicam-se os símbolos para parâmetros de projeto de proteção
catódica constantes na DNV-RP-B401, e os seguintes.

3.1
embarcações
são consideradas embarcações as plataformas SS, FSO, FPSO e navios

3.2
SPC
Sistema de Proteção Catódica

3.3
eficiência do revestimento (E)
fração da superfície efetivamente protegida pelo revestimento anticorrosivo de uma estrutura que
causa uma redução percentual da corrente de proteção necessária a polarização da superfície
revestida em relação à superfície nua.

3.4
corrente inicial (Ii)
intensidade de corrente necessária à polarização de uma estrutura submetida à proteção catódica

3.5
corrente média (Im)
intensidade de corrente necessária à manutenção da polarização de uma estrutura ao longo da vida
útil do sistema de proteção catódica

3.6
corrente final (Ιf)
intensidade de corrente necessária à proteção de uma estrutura ao final da vida útil adotada para o
sistema de proteção catódica

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3.7
testes de mar
testes de verificação do funcionamento do SPC da instalação marítima flutuante em região próxima
ao estaleiro

3.8
testes na locação
testes de pré-operação do SPC realizados na região de locação da instalação marítima flutuante

3.9
“cofferdam” - coferdam
compartimento estanque instalado abaixo do nível d’água de uma embarcação, que permite a
interligação elétrica dos anodos e eletrodos de referência aos cabos elétricos internos à embarcação,
restringindo a entrada da água do mar no seu interior.

3.10
“turret” - torreta
estrutura assimétrica ancorada ao leito marinho, incorporada, interna ou externamente, ao casco de
uma embarcação através de um ou mais rolamentos, que permite a rotação livre da embarcação em
torno do eixo desta estrutura, proporcionando o alinhamento total da embarcação com as resultantes
ambientais

3.11
fator de velocidade
fator de correção da corrente de proteção devido à velocidade relativa entre o eletrólito e a estrutura a
proteger

3.12
jaqueta
parte estrutural de uma plataforma fixa que vai desde a fundação até pouco acima do nível do mar e
sobre a qual são instalados o convés e/ou módulos

3.13
“mud mat” - sapata
painel de madeira ou aço, usado para apoiar uma estrutura no fundo do mar. No caso de jaquetas, o
apoio é provisório até o estaqueamento definitivo

4 Considerações Gerais de Projeto de Proteção Catódica

4.1 Generalidades

4.1.1 A escolha do tipo de sistema de proteção catódica, corrente impressa ou corrente galvânica,
deve levar em consideração aspectos econômicos e técnicos como a vida útil da instalação,
acessibilidade para manutenção, confiabilidade, disponibilidade, etc.

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4.2 Potenciais Eletroquímicos

4.2.1 A faixa de potenciais a ser adotada como critério de proteção catódica, para estruturas em aço
carbono, deve ser de -800 mV a -1150 mV, medidos em relação ao eletrodo de referência de prata-
cloreto de prata (Ag/AgCl água do mar), ou entre +250 mV e -100 mV, medidos em relação ao eletrodo de
referência de Zinco (Zn).

4.3 Anodos

4.3.1 Os projetos por corrente impressa devem utilizar, preferencialmente, anodos inertes de titânio
revestidos com óxidos mistos de metais nobres (MMO). Especificações de outros tipos de anodo
devem ser previamente submetidas à aprovação da PETROBRAS.

4.3.2 Anodos galvânicos de ligas de alumínio ou de zinco adquiridos no Brasil devem ser
especificados, conforme a ABNT NBR 10387 e ABNT NBR 9358, respectivamente.

4.3.3 Anodos galvânicos de ligas de alumínio ou de zinco adquiridos fora do Brasil devem ser
especificados conforme a DNV-RP-B401 ou MIL-DTL-18001L.

4.3.4 Recomenda-se que, para um mesmo sistema de proteção catódica, se utilizem anodos
galvânicos feitos do mesmo material ou liga. Qualquer demanda ou necessidade diferente desta
recomendação, a PETROBRAS deve ser consultada. [Prática Recomendada]

4.3.5 Para anodos inertes suspensos, o cabo elétrico do anodo deve ter folga suficiente para não
fazer parte do sistema de sustentação do anodo.

4.3.6 Orientações para Especificação de Anodos Galvânicos e Inertes

4.3.6.1 Anodos assentados na superfície (tipo placa) devem ser utilizados em locais sujeitos a
esforços hidrodinâmicos (corrente marinha), como por exemplo, caixas de mar e casco de navios
tanque. Anodos afastados da superfície (tipo longo) são recomendados para os demais locais, como
por exemplo, estruturas de jaqueta, interior de tanques e equipamentos submarinos.

4.3.6.2 Outros formatos de anodos e tipos de instalação aplicáveis podem ser especificados de
acordo com o projeto.

4.3.7 As conexões dos anodos às estruturas podem ser, preferencialmente, realizadas pelo processo
de soldagem, seguindo os requisitos de projeto, tubulação ou estrutura submersa. Para os anodos
aparafusados, todas as porcas, arruelas e parafusos, devem ser de aço inoxidável AISI 316.

4.4 Eletrodos de Referência

4.4.1 Os eletrodos de referência permanentes devem ser de zinco em conformidade com a ABNT
NBR 9358 e MIL-DTL-18001L.

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4.5 Retificadores

4.5.1 As condições mínimas exigíveis para fornecimento, inspeção e testes de retificadores de


controle manual e automático (refrigerados a ar e a óleo), utilizados em sistemas de proteção
catódica de instalações marítimas (embarcações e plataformas) devem seguir a PETROBRAS
N-2608.

4.5.2 Recomenda-se que, para uma mesma instalação, os retificadores sejam idênticos. [Prática
Recomendada]

4.6 Embarcações

4.6.1 Embarcações com comprimento total superior a 150 m devem ser providos com pelo menos
dois sistemas de corrente impressa, cada um contendo no mínimo dois anodos inertes e dois
eletrodos de referência.

4.6.2 Deve ser considerada, no dimensionamento do SPC de embarcações, toda a área submersa
no calado máximo de operação, que guarde continuidade elétrica entre si e com o casco da
embarcação. No caso de navios de transporte devem ser considerados, além dos itens contemplados
na DNV-RP-B101, o hélice e o leme.

4.6.3 Deve ser avaliada a necessidade da instalação de um SPC provisório para o casco das
embarcações até que o definitivo esteja em operação.

4.6.4 Os projetos devem atender as premissas de segurança, observando-se o plano de classificação


de áreas da instalação.

4.7 Bóias e Monobóias

4.7.1 Deve ser considerada, no dimensionamento do SPC de bóias e monobóias, toda a área
submersa incluindo cabos de aço, amarras e acessórios que guardem continuidade elétrica entre si e
com a estrutura dessas instalações.

NOTA Para as amarras e/ou cabos de aço considerar uma área correspondente a sua extensão
metálica, limitada a 300 m.

4.8 Jaquetas e Acessórios de Plataformas Fixas

4.8.1 Devem ser consideradas, no dimensionamento, todas as áreas das partes submersas,
enterradas e da zona de transição.

4.8.2 Devem ser consideradas como superfícies enterradas as áreas correspondentes do


revestimento de poços, das estacas e das sapatas provisórias (“mud mat”).

4.8.3 Os condutores e outros acessórios devem ser interligados eletricamente à jaqueta.

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4.9 Tanques

4.9.1 Não é permitido o uso de sistema de corrente impressa para proteção interna de tanques que
contenham atmosfera explosiva (carga, slop, combustível, etc) e adjacentes (lastro, espaços vazios,
etc)

4.9.2 Tanques com proteção catódica devem ser protegidos apenas por anodos galvânicos de liga
de alumínio ou de liga de zinco. Anodos de liga de magnésio não devem ser utilizados.

4.9.3 Anodos de liga de zinco não devem ser utilizados em tanques com temperatura de operação
acima de 50 ºC, exceto anodos fabricados em liga especial adequada e adquiridos de fornecedores
qualificados pela PETROBRAS.

4.9.4 Anodos de liga de alumínio não devem ser utilizados em tanques com atmosfera explosiva se o
produto da altura (m) de instalação do anodo pelo seu peso bruto (kgf) for superior a 28 kgf.m. A
altura deve ser medida do fundo do tanque até o centro do anodo.

4.9.5 Tanques que armazenam apenas produtos claros não necessitam de proteção catódica.

4.9.6 Para tanques de água potável não é aplicada proteção catódica. Para este caso deve ser
adotada uma proteção anticorrosiva baseada na seleção de materiais e/ou sistema de revestimento
adequado.

5 Parâmetros de Projeto

5.1 Capacidade de Corrente (Anodos Galvânicos)

O SPC por anodos galvânicos deve ser dimensionado utilizando as seguintes capacidades de
corrente:

Tabela 1 - Valores de Projeto para Anodos Galvânicos

Temperatura na Imerso em água do mar Enterrado no solo marinho


superfície do Potencial Capacidade de Potencial Capacidade
Tipo do anodo (Nota 1) Ag/AgCl corrente Ag/AgCl de corrente
anodo
ºC mV A.h/Kg mV A.h/Kg
≤ 30 - 1050 2000 - 1000 1500
Alumínio 60 - 1050 1500 - 1000 800
80 (Nota 2) - 1000 900 - 1000 400
≤ 30 - 980 750
Zinco - 1030 780
> 30 a 50 (Nota 3) - 980 580
NOTA 1 Para temperaturas entre os limites estabelecidos a capacidade de corrente pode ser
interpolada.
NOTA 2 A temperatura dos anodos de alumínio não deve exceder 80 ºC.
NOTA 3 A temperatura dos anodos de zinco não deve exceder 50 ºC.

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5.2 As eventuais correções de capacidade de corrente de anodo e de densidade de corrente de


proteção, em função da temperatura de operação, devem ser de acordo com a experiência da
PETROBRAS ou DNV-RP-B401 e DNV-RP-B101.

5.3 Eficiência do Revestimento (E)

5.3.1 O fator de eficiência do revestimento (%) deve atender os requisitos da DNV-RP-B401,


Tabela 1 ou critérios mais restritivos estabelecidos pela sociedade classificadora.

5.3.2 Devem ser seguidas as DNV-RP-B401 e a DNV-RP-B101 no que se refere ao item “fator de
falha de revestimento para projetos de proteção catódica” (“Coating Breakdown Factors for CP
Design”). Considerar que, na literatura técnica, por vezes se utiliza o parâmetro “eficiência de
revestimento” (E), enquanto a DNV adota o “fator de falha de revestimento” (F), e que possuem a
seguinte relação:

E=1–F

NOTA 1 Para aço inoxidável, quando pintado com o mesmo esquema de pintura do aço carbono,
utilizar as equações do item “Coating Breakdown Factors for CP Design” da DNV-RP-B401
e a tabela “Recommended constants a and b for calculation of paint coating breakdown
factors” da DNV-RP-B401 para cálculo da eficiência do revestimento.
NOTA 2 Para aço niquelado: E = 0 (zero).

5.3.3 Nos navios tanques, em função das características operacionais e ambientais, com maior
probabilidade de danos ao revestimento do casco, deve-se considerar o fator de falha médio de 0,2 e
final de 0,3.

5.4 Vida Útil de Projeto

5.4.1 A vida útil adotada para o sistema de proteção catódica por corrente impressa para o casco de
embarcações deve atender a vida útil da embarcação, conforme critério da PETROBRAS.

5.4.2 A vida útil adotada para o sistema de proteção catódica galvânico deve atender aos requisitos
da Tabela 2.

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Tabela 2 - Vida Útil de Projeto para SPC Galvânico

Instalação Tempo adotado para o projeto do SPC


Bóias e monobóias Período entre docagens.
Vida útil da embarcação ou período entre docagens,
conforme definição da PETROBRAS, a menos que
Caixas de mar exista um acesso adequado para a reposição dos
anodos. Neste caso, um mínimo de 5 anos deve ser
adotado como vida útil de projeto.
Vida útil da embarcação ou período entre docagens,
Tanques
conforme definição da PETROBRAS.
Vida útil da embarcação ou período entre docagens,
“Turret”
conforme definição da PETROBRAS.
Vida útil da unidade ou conforme definição da
Jaqueta
PETROBRAS.
Vida útil da embarcação ou período entre docagens,
Cascos de embarcações
conforme definição da PETROBRAS.
Vida útil do equipamento, considerando também o
Equipamentos submarinos
período entre a instalação e o início da operação.

5.5 Fator de Velocidade

5.5.1 No caso de navios tanques deve ser considerado no cálculo da corrente de proteção catódica
um parâmetro adicional em função da velocidade relativa entre o eletrólito e a estrutura.

5.5.2 A nova corrente de proteção catódica (I’c) deve ser o produto da corrente de proteção catódica
calculada (Ic) multiplicada pelo fator de velocidade (fv) definido na tabela 3.

I’c = Ic x fv,

Tabela 3 - Fator de Velocidade X Velocidade Relativa Estrutura/Eletrólito

Velocidade (m/s) Fator de velocidade


0 a 1,5 1,0
1,5 a 3,5 1,1
> 3,5 1,2

5.6 Densidade de Corrente (mA/m2)

Os valores de densidade de corrente variam segundo os parâmetros de temperatura da água e


profundidade no local da instalação, e estão definidos na DNV RP-B401.

5.7 Fator de Serviço (para Tanques)

Para os tanques de lastro e tanques de drenagem, o fator de serviço deve ser de 100 %.

6 Procedimentos e Cálculos de Projeto

6.1 Os anodos de corrente impressa ou galvânica devem ser distribuídos conforme critério da área
de proteção e experiências adquiridas em projetos semelhantes.

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6.2 Recomenda-se a utilização de software de simulação numérica para determinar a correta


distribuição dos anodos de forma a garantir uma distribuição de corrente e potencial uniformes na
instalação, e para confirmação da inexistência de potenciais eletroquímicos prejudiciais à instalação e
demais componentes conectados à mesma [Prática Recomendada].

6.3 Sistemas por Corrente Impressa

6.3.1 Os procedimentos de cálculo seguem as orientações das DNV-RP-B401 e DNV-RP-B101,


complementados por esta Norma PETROBRAS.

6.3.2 Escolher o maior dos valores entre Ii, Im e If e definir a quantidade e a corrente nominal dos
retificadores (In), observando que In deve ser um múltiplo de 10.

6.3.3 Calcular o número mínimo de anodos (n) por retificador (DNV 401) pela seguinte fórmula:

In
n
Imáx

Onde:
n é o número mínimo de anodos;
In é a corrente nominal do retificador, em A;
Imáx é a máxima corrente com que o anodo pode operar (em A).

6.3.4 Calcular, por anodo, a resistência do cabo elétrico que interliga o retificador ao anodo (RCABO),
da seguinte forma:

R CABO  R E  L

Onde:
RCABO é resistência do cabo elétrico que interliga o retificador ao anodo ();
RE é a resistência elétrica do cabo selecionado (/m);
L é a extensão do cabo (m).

NOTA O cabo elétrico escolhido deve ser compatível com a corrente a ser drenada pelo anodo.

6.3.5 Calcular a Resistência Total (RTOTAL) por anodo como sendo:

R TOTAL  R CABO  R ANODO

6.3.6 Calcular a Resistência Equivalente (Req) do paralelo dos RTOTAL dos anodos de um mesmo
retificador.

6.3.7 Calcular a tensão mínima de saída do retificador (VMÍN), pela fórmula:

VMÍN  In  R eq

Onde:
VMÍN é a tensão mínima de saída do retificador, em V;
In é a corrente nominal do retificador, em A;
Req é o paralelo dos RTOTAL dos anodos de um mesmo retificador, em Ω.

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6.3.8 Definir a tensão nominal dos retificadores da embarcação (VN), que deve ser,
preferencialmente, um múltiplo de 10 e acima de VMÍN.

6.3.9 Em função do tempo de vida adotado para o sistema de proteção catódica, e o anodo,
preferencialmente “Mixed Metal Oxide” (MMO) selecionado, verificar com o fabricante a máxima
corrente (Imáx) com a qual o anodo pode operar.

6.4 Sistemas por Corrente Galvânica

6.4.1 Os procedimentos de cálculo seguem as orientações das DNV-RP-B401, complementados por


esta Norma PETROBRAS.

6.4.2 As dimensões iniciais dos anodos devem ser, tais que, cada anodo seja capaz de injetar, no
mínimo, a corrente inicial das áreas submersas e enterradas, dividida pelo número de anodos
determinados, respectivamente, para cada uma destas áreas.

6.4.3 Com as dimensões reduzidas, cada anodo deve ser capaz de injetar, no mínimo, a corrente final
das áreas submersas e enterradas, dividida pelo número de anodos determinados, respectivamente,
para cada uma destas áreas.

7 Fabricação, Recebimento e Armazenamento de Anodo

7.1 Deve-se seguir as orientações das DNV.

7.2 Como critério de aceitação para a capacidade de corrente de anodo galvânico, utilizando ensaio
de curta duração, deve ser adotada a tabela abaixo.

Tabela 4 - Capacidade de Corrente para Ensaio de Curta Duração

Capacidade de corrente
Potencial a circuito aberto
mínima
Tipo do anodo
mV (Ag/AgCl)
A.h/Kg
Alumínio 2500 - 1050
Zinco 780 - 1030

7.3 O recebimento e armazenamento devem atender os seguintes critérios:

a) o órgão recebedor deve comparar o material a receber com o Pedido de Compra de


Material (PCM), inclusive quanto à documentação que deve acompanhar os anodos;
b) no recebimento, devem se apresentar isentos de avarias;
c) devem ser armazenados em locais limpos, isolados do solo e apoiados sobre madeira. O
empilhamento máximo permitido para os anodos é de cinco unidades;
d) devem ser cuidadosamente manuseados, evitando-se choques, quebras, amassamentos
ou avarias em geral.

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8 Instalação do Sistema

8.1 A distribuição de anodos sobre as estruturas deve ser conforme determinado nos desenhos de
projeto devendo, posteriormente, estes desenhos serem atualizados para a revisão “conforme
construído”.

8.2 Conexões soldadas devem ser executadas por soldadores qualificados e devem ser aprovadas
pela sociedade classificadora, quando aplicável, de acordo com os procedimentos de soldagem
qualificados.

8.3 Sistemas por Corrente Galvânica

8.3.1 Casco

8.3.1.1 Anodos de sacrifício instalados no casco devem ser do tipo “placa” ou “embarcação”, com
conexões soldadas ou parafusadas ao casco.

8.3.1.2 Recomenda-se priorizar a instalação dos anodos sobre as bolinas, seguindo o critério de
distribuição dos anodos.

8.3.1.3 Em embarcações dotadas de propulsão, como navios de transporte, deve haver maior
concentração de anodos próximos aos hélices dos propulsores principais e auxiliares.

8.3.1.4 A instalação do cabo elétrico dos anodos e eletrodos de referência externamente ao casco
deve ser evitada nas unidades estacionárias, exceto nos casos de projetos de revitalização mediante
aprovação da PETROBRAS.

8.3.1.5 Como critério de distribuição de anodos em instalações flutuantes, deve ser considerado que
cada anodo proteja, pelo menos uma área de 40 m2. Nos navios tanques, recomenda-se a instalação
de 20 % a 30 % dos anodos na região da popa conforme ABNT NBR 7403. [Prática Recomendada]

8.3.2 Tanques

8.3.2.1 Em tanques com serpentina de aquecimento, devem ser instalados anodos de sacrifício de
alumínio no fundo do tanque.

8.3.2.2 Tanques destinados ao armazenamento de produtos escuros com possibilidade de


concentração d’água devem ser providos de anodos de sacrifício no fundo.

8.3.2.3 Em tanques de lastro adjacentes a tanques providos de aquecimento deve haver maior
concentração de anodos nas anteparas adjacentes.

8.3.2.4 A distribuição dos anodos em tanques de lastro deve levar em consideração a maior
densidade de corrente no fundo dos tanques, conforme DNV RP-B401.

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8.3.3 Caixas de Mar

As caixas de mar devem ser protegidas por anodos galvânicos aparafusados em suportes soldados
ao casco.

8.3.4 Jaquetas e Acessórios

8.3.4.1 Os anodos selecionados para a jaqueta devem ser distribuídos de modo a atender uma área
de 30 m2 a 60 m2 por anodo e de forma proporcional às intensidades de corrente das partes
submersas e enterradas. Deve-se distribuí-los desde a maré mínima até o fundo do mar, de modo a
se garantir também a proteção das superfícies enterradas da jaqueta. Os anodos destinados à
proteção dos condutores devem ser locados nas mesas da jaqueta, próximas às guias dos
condutores.

8.3.4.2 Os anodos para proteção de jaqueta devem ser instalados sobre a estrutura antes do
içamento de cada painel.

8.3.5 Equipamentos Submarinos

8.3.5.1 Em equipamento composto de diversos componentes desmontáveis ou recuperáveis, tais


como: estrutura de “manifold”, módulos de “manifolds”, SCMs, ANMs, BAPs, o projeto do sistema de
proteção catódica deve ser elaborado individualmente para cada uma dessas partes.

8.3.5.2 Os anodos devem ser fixados por intermédio de solda, ou de parafusos e porcas de aço
inoxidável AISI 316, fixados em suportes soldados no equipamento.

8.3.5.3 O projeto do sistema de proteção catódica pode considerar o uso de anodos de alumínio ou
zinco. Porém os anodos de alumínio ou zinco não devem ser utilizados para proteger uma mesma
estrutura ou estruturas diferentes interligadas eletricamente, diretamente ou através de dutos e/ou
umbilicais.

8.3.5.4 Para componentes aquecidos por fluido interno, as densidades de corrente inicial, média e
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final, devem ser incrementadas de 1 mA/m para cada °C que a temperatura da parede externa do
equipamento exceder a temperatura ambiente. Quando a temperatura da parede externa não estiver
disponível, pode-se utilizar, de forma conservativa, a temperatura do fluido interno. As temperaturas
ambientes devem ser consideradas de 18 °C até 100 m de profundidade, de 12 °C de 100 m a 300 m
de profundidade e de 4 °C para profundidades superiores a 300 m.

8.3.5.5 O projeto do sistema de proteção catódica deve ser fornecido com desenhos indicando a
distribuição dos anodos nos equipamentos.

8.3.5.6 As áreas a serem protegidas devem ser especificadas para cada tipo de material dos
equipamentos (aço carbono, aço inoxidável, aço niquelado etc.) a serem protegidos catodicamente,
tendo em vista que, no cálculo da corrente necessária à proteção do equipamento, cada área
constitui uma parcela desta corrente.

8.3.5.7 A distribuição dos anodos não deve causar problemas durante intervenções e a operação do
equipamento.

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8.3.5.8 A distribuição dos anodos deve ser tão uniforme quanto possível e deve ser evitada a
instalação de anodos em regiões confinadas, nas quais apenas uma face do anodo deve operar em
condições adequadas para a proteção catódica do equipamento.

8.3.5.9 Uma massa maior de anodos deve ser instalada junto a componentes de aço inoxidável, ligas
nobres e revestimentos metálicos nobres, pois estes componentes de modo geral não são revestidos
e necessitam, para sua polarização, de uma densidade de corrente inicial maior.

8.3.5.10 Compartimentos fechados e não estanques devem ser internamente protegidos, ou seja,
devem ser instalados anodos em seu interior. Devem ser previstas aberturas para saída dos produtos
de corrosão dos anodos.

8.3.5.11 Em casos especiais e para estruturas muito complexas, as quais são compostas de diversos
componentes e materiais dissimilares, pode ser necessária a utilização de programas
computacionais, baseados em elementos de contorno, para verificar a melhor distribuição de
corrente.

8.4 Sistemas por Corrente Impressa

8.4.1 Embarcações

8.4.1.1 Os anodos devem ser localizados à popa e à proa, de forma a permitir uma distribuição de
corrente e potencial uniforme ao longo de todo o casco da embarcação.

8.4.1.2 Os anodos inertes e eletrodos de referência devem ser distribuídos sobre as superfícies
submersas, instalados pelo menos 1 m abaixo do calado mínimo, de forma a alcançar e manter a
faixa de potencial de proteção catódica adequada.

8.4.1.3 Os eletrodos de referência devem ser instalados a uma distância mínima de 9 m em relação
aos anodos inertes.

8.4.1.4 Anodos inertes e eletrodos de referência não devem ser instalados nas anteparas dos
tanques de carga.

8.4.1.5 Os anodos inertes devem ser instalados a uma distância mínima de 3 m de outros acessórios
do casco, como caixas de mar, embornais, sensores, etc.

8.4.1.6 No entorno e sob os anodos inertes, na superfície a ser protegida, deve ser aplicado um
revestimento isolante elétrico (blindagem dielétrica), com uma área de extensão mínima de 2 m ao
redor do anodo e espessura conforme recomendações do fabricante da blindagem.

NOTA Caso exista alguma estrutura metálica instalada em um raio de 2 m do anodo, esta deve ser
devidamente revestida.

8.4.1.7 Os anodos inertes e eletrodos de referência devem ser providos com um trecho de cabo ou
haste, de forma a permitir a conexão com o cabo elétrico do retificador. A penetração do cabo ou
haste no casco deve ser por meio de um “cofferdam”.

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8.4.1.8 A instalação do cabo elétrico dos anodos e eletrodos de referência externamente ao casco
não é permitida para navios de transporte, exceto nos casos de projetos de revitalização mediante
aprovação da PETROBRAS.

8.4.1.9 Devem ser instalados, no mínimo, dois conjuntos de proteção catódica por corrente impressa.
Cada conjunto deve ser composto por um retificador e respectivos anodos e eletrodos de referência,
de forma a promover uma melhor distribuição de corrente ao longo do casco, atendendo aos
seguintes requisitos:

a) possuir, no mínimo, dois eletrodos de referência; um dos eletrodos deve ser instalado a
3 m de distância de um dos anodos, enquanto o outro deve ser instalado o mais afastado
possível dos anodos;
b) permitir a conexão de qualquer eletrodo de referência ao respectivo retificador, de forma
a possibilitar o controle automático do potencial da estrutura;
c) os retificadores devem ser instalados em local abrigado e de fácil acesso, com
temperatura inferior a 45 °C e protegido da atmosfera marinha, obrigatoriamente em
áreas seguras (não classificadas).

8.5 Sistemas de Revitalização

8.5.1 No caso da instalação de anodos suspensos remotos para revitalização de unidades


estacionárias deve-se observar que:

— os cabos elétricos devem ser isolados, possuir resistência à abrasão, ao ozônio e ao


tempo (instalação emersa), ser adequados para imersão total em água do mar e
protegidos contra danos físicos;
— na zona de variação de maré, somente podem ser instalados trechos verticais de cabos,
de forma a minimizar os esforços do mar sobre a instalação.

8.5.2 No mínimo quatro olhais devem ser instalados nas unidades estacionárias, distribuídos ao
longo do casco, para permitir uma instalação eventual de um sistema por anodos suspensos. A
PETROBRAS deve aprovar previamente o projeto destes olhais e as suas respectivas localizações.

8.5.3 Os critérios adotados pela PETROBRAS para avaliação do projeto de revitalização do SPC
são:

— facilidade de instalação;
— facilidade de operação;
— facilidade de manutenção;
— robustez do sistema;
— arranjo físico do sistema resistente a danos mecânicos (interferência com embarcações,
quedas de objetos, ondas, correnteza, etc);
— qualidade dos materiais a serem empregados;
— compatibilidade dos materiais a serem empregados.

8.6 Sistemas de Proteção Catódica Provisórios

8.6.1 O SPC provisório pode ser por corrente impressa ou galvânica devendo operar sempre que o
casco estiver em contato com a água do mar e o sistema definitivo não estiver operando. No caso da
adoção de um SPC por corrente galvânica, devem ser adotados os critérios definidos na Seção 6
desta Norma.

8.6.2 Não é necessário que os anodos sejam soldados ou aparafusados ao casco, a menos que o
sistema seja utilizado durante a manobra ou reboque da unidade. [Prática Recomendada]

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8.6.3 Se for adotado um SPC por corrente galvânica por anodos suspensos, devem ser observados
os seguintes cuidados:

a) recomenda-se que o contato do cabo elétrico com o casco seja feito com um conector,
preferencialmente, interligado aos acessórios como defensas, berços de âncoras e
corrimões, de forma a evitar danos na pintura ou na estrutura do casco; [Prática
Recomendada]
b) o topo do anodo deve estar localizado, no mínimo, a 1,5 m abaixo do fundo do casco ou
da quilha;
c) os anodos devem ser distribuídos uniformemente ao redor de todo o casco.

8.7 Teste de Continuidade Elétrica

8.7.1 Todo e qualquer item do equipamento deve ter, obrigatoriamente, que estar eletricamente
interligado ao sistema de proteção catódica, a não ser em casos especiais, nos quais existe
necessidade de aprovação prévia da PETROBRAS.

8.7.2 Nos casos em que a continuidade elétrica for garantida por intermédio de parafusos,
devem-se utilizar arruelas serrilhadas em sua montagem.

8.7.3 No caso de componentes móveis (hastes etc.), onde podem ocorrer dificuldades na
manutenção da continuidade elétrica, deve ser prevista a instalação de cordoalhas de aço inox ou
cobre interligando estes componentes.

NOTA Uma alternativa para substituir as cordoalhas é a instalação de anodos individuais em cada
componente móvel. [Prática Recomendada]

8.7.4 A continuidade elétrica entre os anodos e a estrutura deve ser testada e a resistência entre
cada componente e a estrutura ou anodo mais próximo não pode ser superior a 1 ohm (a resistência
do cabo do multímetro não está incluída neste valor).

8.8 Serviços de Inspeção e Execução de Soldagem

8.8.1 Os anodos devem possuir um suporte de aço adequado à soldagem e compatível com a
estrutura a ser protegida. As almas dos anodos e as áreas queimadas devem ser tratadas e pintadas
de modo idêntico ao resto da embarcação conforme ABNT NBR 7403.

8.8.2 No caso de plataformas fixas os critérios a serem aplicados na soldagem da alma do anodo à
estrutura da jaqueta são idênticos àqueles aplicados à fabricação e montagem da jaqueta e devem
ser conforme estabelecido na PETROBRAS N-133.

8.8.3 Nas regiões de soldagem da alma do anodo à estrutura deve-se efetuar a remoção do
revestimento anticorrosivo, se existente, e esmerilhar e/ou escovar a superfície até se obter padrão
de limpeza equivalente, no mínimo, conforme a ISO 8501-1.

8.8.4 A fixação dos anodos deve ser efetuada por meio de cordão de solda contínuo, não se
admitindo solda descontínua (pontos de solda).

8.8.5 Após o posicionamento do anodo e a preparação das superfícies que vão receber a solda, esta
deve ser efetuada e de acordo com procedimento e pessoal qualificados.

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8.8.6 Inspecionar as soldas de fixação dos anodos nas estruturas, quanto às suas dimensões e
eventuais defeitos de soldagem. Os critérios de aceitação/rejeição para as soldas dos anodos são
aqueles constantes no procedimento de soldagem qualificado de montagem da estrutura.

8.8.7 O esquema de revestimento, quando existente, deve ser removido somente nos locais de
soldagem e após a soldagem, o mesmo deve ser reparado segundo o original.

8.9 Aceitação/Rejeição após Fixação dos Anodos na Instalação

8.9.1 Medir a distância entre regiões adjacentes da estrutura já limpas e que vão receber a solda de
fixação dos anodos, admitindo-se após fixação do anodo uma tolerância de ± 100 mm nas distâncias
entre as soldas das almas de anodos adjacentes.

8.9.2 Medir a posição angular do anodo relativamente à posição prevista nos desenhos de projeto,
admitindo-se após fixação uma tolerância de ± 5°.

9 Requisitos de Documentação

9.1 Os documentos de projeto devem atender as PETROBRAS N-381, N-1710 e N-2064.

9.2 O projeto executivo deve ser composto por, no mínimo, os documentos abaixo listados:

a) memorial descritivo do projeto;


b) memória de cálculo;
c) relatórios de levantamento de dados de campo e de pré-operação do SPC;
d) listas de materiais;
e) procedimentos executivos: construção e montagem das instalações, pré-operação do
SPC e manutenção e operação do sistema;
f) desenhos, com os equipamentos e materiais do SPC representados em plantas:
— mapa de distribuição geral contendo, pelo menos, a instalação protegida e a
distribuição dos componentes do SPC novos (e existentes), encaminhamento de
cabos elétricos, localização de caixas de medição e interligação, sistema de
monitoração e pontos para medição de potencial eletroquímico;
— detalhes de instalação e montagem dos componentes do sistema, o que inclui
retificadores, anodos, eletrodos de referência permanentes, caixas de medição e
interligação, conexões elétricas soldadas e/ou mecânicas, pontos de medição de
potencial, encaminhamento de cabos elétricos em bandejamentos, sistemas de
monitoração, etc;
g) lista de documentos de projeto;
h) outros documentos (requisição e certificados de materiais, folhas de dados, etc)
necessários ao projeto.

9.3 Antes da entrega do SPC, o projetista deve realizar a revisão dos documentos existentes na
forma de “conforme construído”, independente de terem sido elaborados por terceiros.

9.4 Para os trabalhos de montagem de anodos galvânicos em instalações de grande porte, tais como
cascos de embarcações e jaquetas, a contratada deve elaborar um procedimento de montagem
contendo, no mínimo, os seguintes itens:

a) objetivo;
b) normas aplicáveis;
c) recebimento dos anodos;

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d) armazenamento dos anodos;


e) procedimento de soldagem dos anodos e dos soldadores;
f) seqüência de montagem dos anodos;
g) inspeção;
h) aceitação e rejeição;
i) formulário de registro de resultados rastreável (contendo o número do anodo e sua
posição).

9.5 Para monitoração de sistemas galvânicos instalados em jaqueta, quando aplicável.

9.5.1 O sistema de monitoração de potencial e/ou corrente drenada pelos anodos, deve conter:

a) localização dos eletrodos de referência;


b) localização dos anodos selecionados para medição de corrente;
c) localização dos tubos para condução de cabos oriundos dos eletrodos de referência e
anodos monitorados;
d) painel com instrumentos para medição de corrente com precisão superior a 1 % no fim
da escala e com instrumentos para medição de potencial com impedância interna igual
ou superior a 10 MΩ.

9.5.2 Devem ser apresentados os critérios para localização e determinação do número de eletrodos
de referência e de anodos monitorados.

9.5.3 Deve ser apresentada uma especificação técnica contendo as principais características
técnicas do painel de instrumentos.

10 Procedimentos para Pré-Operação do SPC por Corrente Impressa

10.1 Condições Gerais

10.1.1 Devem ser realizadas três séries de testes de pré-operação do SPC: testes no estaleiro,
testes de mar e testes na locação. Os resultados de todos os testes devem ser devidamente
registrados.

10.1.2 O critério para a avaliação da proteção catódica a ser adotado é o do potencial eletroquímico.
Os valores de potenciais eletroquímicos medidos devem atender a faixa definida no 4.2. Caso
contrário, o sistema deve ser reavaliado.

10.1.3 Os voltímetros e eletrodos de referência de (Ag/AgClágua do mar) ou zinco utilizados nas


medições do potencial eletroquímico devem ser calibrados, conforme requisitos da PETROBRAS
N-1814.

10.1.4 As medições do potencial casco-eletrólito ao longo da periferia do casco devem ser


executadas com um eletrodo de referência suspenso de prata/cloreto de prata (Ag/AgClágua do mar) ou
zinco, complementadas pelas leituras obtidas nos eletrodos de referência fixos da embarcação. Além
disso, devem ser feitas medidas próximas aos eletrodos de referência fixos com a finalidade de
comparação de valores.

NOTA 1 Os pontos de descida para medição com eletrodo suspenso devem ser escolhidos de forma
que haja uma distribuição uniforme dos mesmos no entorno da área submersa do casco.
Após a determinação, os pontos devem ser marcados no convés como referência para as
próximas medições.

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NOTA 2 O eletrodo de referência suspenso deve ser posicionado aproximadamente na metade do


calado da embarcação e o mais próximo possível do casco, limitado a uma distância
máxima de 5 m.
NOTA 3 Nas medições, o terminal negativo do voltímetro deve estar conectado ao cabo do eletrodo
de referência.
NOTA 4 Para a conversão das leituras de potenciais eletroquímicos com eletrodos diferentes (Zn e
Ag/AgClágua do mar) deve-se adotar a seguinte aproximação:

PAg/AgCl = PZn - 1 050 (mV)

10.2 Testes no Estaleiro

O SPC deve ser submetido a verificações nos componentes e a testes funcionais.

10.2.1 Verificações nos componentes:

a) retificadores:
— alimentação;
— conexão aos cabos elétricos dos anodos, eletrodos e terra (casco);
— polaridade: pólo positivo ligado ao cabo do anodo e o pólo negativo ligado ao cabo
terra;
b) cabos elétricos:
— continuidade elétrica;
— isolamento elétrico;
— conexão com os anodos, eletrodos de referência e terra (casco);
c) anodos e eletrodos de referência:
— isolamento elétrico (caso estejam emersos);
— vedação;
d) “cofferdam”:
— estanqueidade;
— parafina;
e) sistema de aterramento do leme e do eixo propulsor.

10.2.2 Testes Funcionais

O teste consiste da energização do SPC, com os anodos e eletrodos de referência submersos, no


qual devem ser verificados os seguintes parâmetros:

a) tensão e corrente de alimentação (AC);


b) tensão e corrente de saída (DC);
c) operação dos instrumentos e testes dos alarmes do painel do retificador;
d) corrente máxima de cada anodo;
e) potencial eletroquímico nos eletrodos de referência;
f) comutação modos automático/manual;
g) curvas de resposta “potencial medido X tensão e corrente de saída”;
h) tensão e correntes galvânicas nos anodos inertes e eletrodos de referência.

NOTA Todas as medições referenciadas devem ser executadas utilizando-se instrumentos de


medição calibrados e com certificado de calibração emitido por laboratório credenciado.

10.3 Testes de Mar

O teste consiste na verificação do funcionamento do SPC em condições mais próximas das


condições operacionais. Devem ser executados os seguintes procedimentos:

a) executar os testes que não tenham sido feitos no teste de estaleiro;


b) avaliar a eficácia do SPC através da medição do potencial eletroquímico, conforme o
10.1.4;

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c) verificar a atuação do controle de ajuste automático do retificador em função do calado da


embarcação.

10.4 Testes na Locação

O teste consiste da verificação do funcionamento do SPC nas condições operacionais. Devem ser
executados os seguintes procedimentos:

a) executar todos os procedimentos especificados para o teste de mar; a avaliação dos


parâmetros deve ser feita após 10 dias da energização do SPC, período necessário para
que haja a polarização da estrutura;
b) após a polarização da estrutura, deve ser feito um monitoramento durante 5 dias
consecutivos dos seguintes parâmetros:
— AC;
— DC;
— corrente de cada anodo;
— potenciais eletroquímicos medidos conforme o 10.1.4;
c) num prazo de 3 meses de operação definitiva do SPC, deve ser feita uma inspeção de
mergulho para execução de um levantamento detalhado de potenciais em pontos a
serem estabelecidos pela PETROBRAS.

11 Procedimentos para Pré-Operação do SPC por Corrente Galvânica

11.1 Com a finalização dos serviços de instalação dos anodos deve-se proceder a uma inspeção
geral das soldas e garantia da continuidade elétrica entre anodos e estrutura a ser protegida,
seguindo-se as recomendações contidas nesta Norma e no item 9 da DNV-RP-B401.

11.2 Após a montagem da plataforma na locação e o início do funcionamento dos anodos


galvânicos, deve-se aguardar pelo menos 14 dias para a polarização da estrutura metálica (catodo) e
deve-se realizar as medições de potencial ao longo de toda a estrutura submersa utilizando-se os
serviços de mergulho raso e medições com apoio de veiculo operado remotamente (ROV) onde
necessário.

11.3 Todos os valores medidos devem estar situados na faixa adequada de proteção conforme o 4.2
desta Norma e registrados em formulários elaborados para esta finalidade. Após medições iniciais e a
entrega das instalações, o programa de acompanhamento do sistema de proteção catódica galvânico
deve seguir a rotina de inspeção definida pelas sociedades classificadoras ou conforme inspeções
intermediárias definidas a critério da PETROBRAS.

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ÍNDICE DE REVISÕES

REV. A
Partes Atingidas Descrição da Alteração

Todas Revisadas

REV. B
Partes Atingidas Descrição da Alteração

Todas Revisadas

IR 1/1

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