Você está na página 1de 11

DIREITO ADMINISTRATIVO

Questões Avançadas de Direito Administrativo

Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

QUESTÕES AVANÇADAS DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Obs.: quando o consórcio público é de direito público, a configuração jurídica é de asso-


ciação pública. Esta associação irá integrar a administração direta de todas as enti-
dades consorciadas. A associação pública tem natureza autárquica (interfederativa),
conforme art. 41 do CC/2002.

EXERCÍCIOS

1. (CESPE/PGMMANAUS/PROCURADOR/2018) Acerca dos instrumentos jurídicos que


podem ser celebrados pela administração pública para a realização de serviços públi-
cos, julgue o item a seguir.
A União poderá celebrar convênio com consórcio público constituído por municípios
para viabilizar a descentralização e a prestação de políticas públicas em escalas ade-
quadas na área da educação fundamental.
 (  ) Certo
 (  ) Errado

COMENTÁRIO
Para que a União participe de consórcio com um Município, necessariamente deve haver
a participação do Estado. No entanto, a União pode celebrar convênio com um consórcio,
e, neste caso, o consórcio deve ser necessariamente de direito público (constituído sob a
forma de associação pública).

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

2. (CESPE/MPECE/PROMOTOR/2020) Lúcio, conselheiro de tribunal de contas estadual,


Pierre, prefeito de município, e Mário, desembargador de tribunal de justiça estadual,
cometeram ato de improbidade administrativa, previsto na Lei n.º 8.429/1992. Nessa
situação hipotética, no âmbito do Poder Judiciário, deverá ocorrer o processamento e
julgamento em 1.ª instância de
a. Lúcio, Pierre e Mário.
b. Lúcio e Pierre, somente.
c. Lúcio e Mário, somente.
d. Pierre e Mário, somente.
e. Pierre, somente.

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ADMINISTRATIVO
Questões Avançadas de Direito Administrativo

Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

COMENTÁRIO
Segundo o STF, Lúcio é agente administrativo, enquanto Pierre e Mário são agentes
políticos.
Lembre-se de que o sujeito ativo da improbidade é o agente público. Este, se falecer, trans-
mite a dívida, limitada à herança. O terceiro nunca responde por improbidade isoladamente
– poderá responder se agir intencionalmente (dolo) e se houver no polo passivo da ação
um agente público.
Segundo decisão do STF, a regra é a de que agentes políticos respondem por improbidade.
A exceção é quanto ao Presidente da República (que comete crime de responsabilidade).
5m
Ainda na visão do STF, considerando que a improbidade administrativa tem natureza civil,
e que a CF só trata do foro por prerrogativa de função para ilícitos criminais, não há foro
por prerrogativa para improbidade.

3. (CESPE/MPECE/ANALISTA/2020) Considerando as disposições da Lei n.º 8.429/1992


(Lei de Improbidade Administrativa), julgue o item que se segue.
O dolo é elemento necessário para que o agente responda pela prática de ato de impro-
bidade administrativa que atente contra os princípios da administração pública.
 (  ) Certo
 (  ) Errado
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ADMINISTRATIVO
Questões Avançadas de Direito Administrativo

Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

COMENTÁRIO
Os atos de improbidade são: atos que importam enriquecimento ilícito, prejuízo ao erário e
ferimento a princípios da administração pública. Haverá improbidade por prejuízo ao erário,
nos casos de culpa e dolo do agente. Diferentemente, o enriquecimento ilícito e o ferimento
a princípios só se configuram se houver dolo.

4. (CESPE/TCERO/ANALISTA/2019) Em razão de sua função pública, determinado ges-


tor público do estado de Rondônia favoreceu um fornecedor em uma licitação e, em
contrapartida, recebeu dele um veículo, o que levou a administração pública a abrir
processo administrativo para a apuração desse ato ilícito.
Com relação a essa situação hipotética, assinale a opção correta.
a. Decisão do plenário do TCE/RO poderá determinar a quebra do sigilo das declara-
ções de rendimentos e bens do gestor, se comprovado o fato.
b. O caso configura enriquecimento ilícito, podendo o gestor ser penalizado com perda
dos bens acrescidos ilicitamente ao seu patrimônio e perda da função pública e dos
direitos políticos.
c. Tanto o Ministério Público quanto o TCE/RO têm legitimidade para a propositura de
ação judicial decorrente de improbidade administrativa.
d. O gestor, ao cometer o referido ato de improbidade administrativa, deverá ser punido
com a obrigação de ressarcir integralmente o dano causado ao erário e ao paga-
mento de multa civil de até cem vezes o valor de sua remuneração.
e. O Ministério Público deve indicar representante para acompanhar o procedimento
administrativo; ao TCE/RO é facultada essa indicação.

COMENTÁRIO
a. Como regra, não é possível a quebra de sigilo pelo tribunal de contas. No entanto, a
quebra de declaração do gestor é possível.
b. Não existe perda de direitos políticos, mas suspensão.
c. O TCE não tem legitimidade.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ADMINISTRATIVO
Questões Avançadas de Direito Administrativo

Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

d. A multa é de até três vezes o enriquecimento ilícito.


e. O MP e o TCE têm a faculdade de indicar.

5. (CESPE/TRF1/JUIZ/2013) Servidor efetivo praticou ato que caracterizava infração ad-


ministrativa, tendo sido a conduta descoberta três anos depois, ocasião em que foi
instaurado o processo administrativo disciplinar (PAD) que culminou com a pena de de-
missão. Encaminhados os autos ao MP, este ajuizou ação civil por ato de improbidade,
com pedidos de aplicação, ao servidor, de multa cível, suspensão dos direitos políticos,
proibição de contratar com o poder público, perda de bens e valores acrescidos ilicita-
mente ao patrimônio e ressarcimento integral do dano. O ajuizamento da ação ocorreu
seis anos após a prática do ato. Foi pleiteada liminarmente a decretação da indisponi-
bilidade dos bens do réu, no valor necessário ao ressarcimento integral do dano.
Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta.
a. Pelos pedidos do MP, conclui-se ter sido observada a tese da cumulatividade compul-
sória das sanções à improbidade administrativa, tendo-se omitido, apenas, o pedido
de perda da função pública, dada a demissão.
b. O fato de o MP ter pleiteado a perda de bens e valores acrescidos ilicitamente ao
patrimônio do servidor indica que o órgão considerou que o ato de improbidade carac-
teriza atentado aos princípios da administração pública.
c. Os bens do réu adquiridos antes da investidura no cargo público efetivo não são pas-
síveis de expropriação judicial para ressarcimento do dano.
d. Estão prescritas a pretensão de aplicação de multa cível e a de proibição de contratar
com o poder público, mas não a de ressarcimento integral do dano.
e. O MP poderia ter pleiteado liminarmente o bloqueio de valor maior que o estritamente
necessário ao ressarcimento integral do dano material ao erário.

www.grancursosonline.com.br 4
DIREITO ADMINISTRATIVO
Questões Avançadas de Direito Administrativo

Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

COMENTÁRIO
A instauração do processo interrompe o prazo prescricional.
a. O juiz pode, diante da situação concreta, aplicar uma ou outra sanção.
b. Valores acrescidos ilicitamente configuram ato de enriquecimento ilícito.
c. Os bens são passíveis de perda.
d. Não houve prescrição.
e. Por não saber o valor da multa cível (que pode chegar a até 3 vezes o valor do enrique-
cimento ilícito) ao final aplicada, o MP pleiteia um valor maior.
20m

6. (FCC/CLDF/TÉCNICO/2018) Cláudio denunciou Roberto, agente público, por ato de


improbidade. Ocorre que Cláudio sabia da inocência de Roberto, tendo-o denunciado
apenas por diferenças pessoais. Em conformidade com a Lei Federal n. 8.429/1992, que
dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento
ilícito no exercício de mandato e dá outras providências, o ato de Cláudio constitui
a. crime, estando sujeito apenas à sanção penal caracterizada pela detenção de 6
a 10 meses e multa, independentemente de eventuais danos que tenha causado
a Roberto.
b. contravenção penal, estando sujeito, além da sanção penal, a indenizar Roberto pelos
danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.
c. crime, estando sujeito, além da sanção penal, a indenizar Roberto pelos danos mate-
riais, morais ou à imagem que houver provocado.
d. contravenção penal, estando sujeito apenas a indenizar Roberto pelos danos mate-
riais, morais ou à imagem que houver provocado.
e. crime ou contravenção penal, dependendo do prejuízo que causar a Roberto, ficando
sujeito apenas à sanção penal, independentemente de eventuais danos que tenha
causado a Roberto.

COMENTÁRIO
Segundo o art. 19 da Lei de Improbidade:
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 5
DIREITO ADMINISTRATIVO
Questões Avançadas de Direito Administrativo

Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro
beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Pena – detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pe-
los danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

7. (CESPE/TJPA/ANALISTA/2020) Quanto à responsabilidade civil por danos causados


por seus agentes a terceiros, uma entidade da administração indireta, dotada de perso-
nalidade jurídica de direito privado e exploradora de atividade econômica estará sujeita
a. ao regime da responsabilidade civil objetiva do Estado.
b. ao regime jurídico da responsabilidade civil privada.
c. à teoria do risco administrativo.
d. à teoria da falta do serviço.
e. à teoria do risco integral.

COMENTÁRIO
O § 6º da CF/88 prevê a responsabilidade extracontratual, baseada na teoria do risco ad-
ministrativo, independentemente de dolo ou culpa (objetiva).
Obs.: as PJs interventoras no domínio econômico não respondem de forma objetiva segun-
do a CF/88. Responderão somente quando prestadoras de serviço público.

www.grancursosonline.com.br 6
DIREITO ADMINISTRATIVO
Questões Avançadas de Direito Administrativo

Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

8. (CESPE/TJRN/JUIZ/2013) Em razão de ter adquirido imóvel que apresentava vício em


sua cadeia dominial, consubstanciado em registro de escritura pública de compra e
venda lavrada em cartório de notas na qual constava assinatura falsa do vendedor, Caio
ajuizou ação de indenização contra o estado do Rio Grande do Norte. Na fase de ins-
trução processual, ficou comprovado que a assinatura havia sido falsificada no próprio
cartório, além do prejuízo de Caio e do nexo de causalidade entre o ato da falsificação
da escritura e o dano.
Nessa situação hipotética, de acordo com a jurisprudência atual do STJ, a ação deverá
ser julgada
a. extinta sem resolução de mérito, por ilegitimidade da parte demandada, já que a ação
deveria ser proposta em face do notário do cartório que lavrou a escritura com assi-
natura falsificada.
b. procedente, em decorrência do fato de que a responsabilidade civil do estado
é objetiva.
c. procedente, por ser a culpa do cartório presumida.
d. improcedente, por não ter sido comprovada a culpa do cartório.
e. extinta sem resolução de mérito, por ilegitimidade da parte demandada, já que a ação
deveria ter sido proposta contra o cartório de notas no qual foi lavrada a escritura com
assinatura falsificada.

COMENTÁRIO
Durante muito tempo, vigorou no STJ o entendimento de que a responsabilidade, em caso
de erro em cartórios, era do tabelião e, subsidiariamente, do Estado.
25m
No entanto, o STF firmou a tese de que o erro do tabelião gera a responsabilidade objetiva
do Estado. O Estado deve, se for o caso, voltar-se regressivamente ao tabelião, desde que
tenha agido com dolo ou culpa.
Obs.: por essas razões, a questão está desatualizada.

9. (CESPE/SEFAZDF/AUDITOR/2020) Acerca da responsabilidade civil do Estado, julgue


o item a seguir.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 7
DIREITO ADMINISTRATIVO
Questões Avançadas de Direito Administrativo

Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Uma vez que o ordenamento jurídico brasileiro adota a teoria da responsabilidade ob-
jetiva do Estado, com base no risco administrativo, a mera ocorrência de ato lesivo
causado pelo poder público à vítima gera o dever de indenização pelo dano pessoal
e(ou) patrimonial sofrido, independentemente da caracterização de culpa dos agentes
estatais ou da demonstração de falta do serviço público. Não obstante, em caso fortuito
ou de força maior, a responsabilidade do Estado pode ser mitigada ou afastada.
 (  ) Certo
 (  ) Errado

COMENTÁRIO
São excludentes de responsabilidade:
1. Força maior;
2. Fato exclusivo de terceiro;
3. Caso Fortuito (se externo);
4. Culpa da vítima (se exclusiva, exclui a responsabilidade; se concorrente, ou recíproca,
atenua a responsabilidade).
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 8
DIREITO ADMINISTRATIVO
Questões Avançadas de Direito Administrativo

Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

10. (FCC/TJMS/JUIZ/2020) Em conhecido acórdão proferido em regime de repercussão ge-


ral, versando sobre a morte de detento em presídio − Recurso Extraordinário n. 841.526
(Tema 592) – o Supremo Tribunal Federal confirmou decisão do Tribunal de Justiça
do Rio Grande do Sul, calcada em doutrina que, no tocante ao regime de responsabi-
lização estatal em condutas omissivas, distingue-a conforme a natureza da omissão.
Segundo tal doutrina, em caso de omissão específica, deve ser aplicado o regime de
responsabilização
a. integral; em caso de omissão genérica, aplica-se o regime de responsabiliza-
ção objetiva.
b. objetiva; em caso de omissão genérica, aplica-se o regime de responsabilização
subjetiva.
c. subjetiva; em caso de omissão genérica, aplica-se o regime de responsabiliza-
ção objetiva.
d. objetiva; em caso de omissão genérica, não há possibilidade de responsabilização.
e. subjetiva apenas em relação ao agente, exonerado o ente estatal de qualquer res-
ponsabilidade; em caso de omissão genérica, aplica-se o regime de responsabiliza-
ção objetiva do ente estatal.

COMENTÁRIO
Para atos omissivos genéricos, aplica-se a responsabilidade subjetiva. Para atos omissivos
específicos (dever específico de agir), em atos ocorridos em hospitais, escolas públicas ou
presídios – nos quais o Estado tem o dever de cautela – a responsabilidade é objetiva.
30m

www.grancursosonline.com.br 9
DIREITO ADMINISTRATIVO
Questões Avançadas de Direito Administrativo

Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

11. (CESPE/TJBA/JUIZ/2019) A respeito da responsabilidade civil do Estado, julgue os


itens a seguir.

I – O Estado é responsável pela morte de detento causada por disparo de arma de fogo
portada por visitante do presídio, salvo se comprovada a realização regular de revista
no público externo.
II – O Estado necessariamente será responsabilizado em caso de suicídio de pessoa
presa, em razão do seu dever de plena vigilância.
III – A responsabilidade do Estado, em regra, será afastada quando se tratar da obrigação
de pagamento de encargos trabalhistas de empregados terceirizados que tenham
deixado de receber salário da empresa de terceirização.

Assinale a opção correta.


a. Apenas o item I está certo.
b. Apenas o item III está certo.
c. Apenas os itens I e II estão certos.
d. Apenas os itens II e III estão certos.
e. Todos os itens estão certos.

COMENTÁRIO
A responsabilidade do Estado, no item I, é objetiva.
No item II, há responsabilização objetiva se descumprido dever específico.
No item III, o inadimplemento de obrigações trabalhistas não gera responsabilidade auto-
mática do Estado. Tem de ser comprovada a culpa.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 10
DIREITO ADMINISTRATIVO
Questões Avançadas de Direito Administrativo

Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

GABARITO
1. C
2. a
3. C
4. a
5. e
6. c
7. b
8. a
9. C
10. b
11. b

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Cyonil da Cunha.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 11

Você também pode gostar