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DIREITO CONSTITUCIONAL

Poder Judiciário II

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PODER JUDICIÁRIO II

DIRETO DO CONCURSO
8. (Q1051584/CESPE/PGE-PE/ANALISTA/2019) À luz da Constituição Federal de 1988,
julgue os itens a seguir, acerca da organização do Estado e da organização dos poderes.
Por força do princípio da isonomia, o Poder Judiciário poderá, por meio de decisão ju-
dicial devidamente fundamentada, estender reajustes e aumentar vencimentos de ser-
vidores públicos.

COMENTÁRIO
Tenha em mente que há dois entendimentos sumulados que podem ser cobrados nas
provas. O primeiro deles consiste na Súmula n. 339 do STF, convertida na Súmula Vincu-
lante n. 37. Ela dispõe que o Poder Judiciário não pode conceder reajuste para servidores
públicos invocando o princípio da isonomia. O segundo consiste na Súmula n. 679 do STF
dispõe que, em harmonia com a súmula anterior, não é possível invocar o princípio da
isonomia e conceder reajuste para servidores públicos por meio de convenção ou acordo
coletivo. Isto ocorre porque reajuste para servidores públicos é dado por meio de lei, não
sendo permitido por meio de decisão judicial, de acordo ou de convenção coletiva.

9. (Q1030021/FCC/SEAP-AP/ANALISTA/2018) Em uma situação hipotética, Ana Maria,


juíza de Direito, e Astromélia Auton, promotora de Justiça, recentemente vitaliciadas e
lotadas na comarca de Paraíso da Botânica, atuaram em ação penal que resultou na
condenação de Paulo, influente líder político daquela região. Por entender que elas
cometeram falta disciplinar pela maneira como atuaram no caso e por não confiar nos
órgãos de cúpula das instituições a que cada uma delas pertence, Paulo apresentou
reclamação contra ambas diretamente perante Conselho Nacional de Justiça (CNJ),
pedindo que lhes seja aplicada pena de demissão. Com base nas disposições constitu-
cionais aplicáveis, o CNJ

a. pode apreciar de ofício a legalidade da atuação de Ana Maria e Astromélia, aplican-


do-lhes a pena de demissão, assegurada a ampla defesa.
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b. pode conhecer apenas da reclamação contra Ana Maria - uma vez que Astromélia
deve ter sua atuação fiscalizada pelo Conselho Nacional do Ministério Público - apli-
cando-lhe a pena de demissão, assegurada ampla defesa.
c. não pode conhecer da reclamação contra Ana Maria e Astromélia, em razão de não
ter havido atuação disciplinar e correicional do tribunal a que ambas estão vinculadas.
d. não pode apreciar a reclamação contra Ana Maria e Astromélia, pois incide, no caso,
a vedação de revisão de processos disciplinares julgados há menos de um ano pelo
colegiado.
e. pode conhecer apenas da reclamação contra Ana Maria, pois cabe ao Conselho Nacio-
nal do Ministério Público fiscalizar a atuação de Astromélia, vedada, para ambas, a
aplicação da pena de demissão, uma vez que gozam de vitaliciedade.

COMENTÁRIO
5m
Até recentemente, o Conselho Nacional de Justiça não poderia aplicar pena de demissão
para quem é vitalício, uma vez que somente por sentença judicial transitada em julgado
poderia render demissão nesse caso. Contudo, a Emenda n. 103/2019, conhecida como
Reforma da Previdência, trouxe o fim da aposentadoria compulsória como forma de puni-
ção, tanto para magistrados quanto para membros do MP. Somado a isso, é sabido que a
demissão não pode ter sido colocada na resolução.
Porém, note que Ana Maria é juíza e está sendo fiscalizada pelo CNJ, o que não ocorre
com a Astromélia, que se sujeito à fiscalização na Corregedoria do Ministério Público para
o qual ela trabalha e à fiscalização do Conselho Nacional do Ministério Público. Assim, o
caso de Astromélia está fora do âmbito de atuação do CNJ.
Além disto, observe que o CNJ é fiscalizado pelo STF, enquanto o STF é fiscalizado por si
mesmo e por outros Poderes, uma vez que outro Poder pode fazer uma emenda à Cons-
tituição, por exemplo. Há ainda um detalhe: emenda à Constituição não passa por sanção
ou por veto do Presidente da República. Trata-se de um instrumento poderoso que o Con-
gresso Nacional possui. Uma emenda pode, por exemplo, alterar a forma de nomeação
dos Ministros do STF.

10. (Q1181904/CESPE/TJ-PA/OFICIAL/2020) Considerando o entendimento do STF acer-


ca do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), julgue os itens a seguir.
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I – Embora seja órgão do Poder Judiciário, o CNJ não é dotado de função jurisdicional.
II – O CNJ deve atuar somente se houver necessariamente o exaurimento da instância
administrativa ordinária.
III – O CNJ tem competência para apurar violações aos deveres funcionais dos magistra-
dos e servidores do Poder Judiciário.
IV – Não é permitido ao CNJ apreciar a constitucionalidade dos atos administrativos, mas
somente sua legalidade.

Estão certos apenas os itens

a. I e II.
b. I e IV.
c. III e IV.
d. I, II e III.
e. II, III e IV.

COMENTÁRIO
I – O CNJ é órgão do Poder Judiciário, conforme art. 92, I-A, da Constituição Federal.
Ademais, o CNJ não possui jurisdição.
II – A atuação do CNJ é concorrente, em que não cabe a palavra subsidiária. Assim, tanto
o CNJ quanto a Corregedoria pode atuar de forma simultânea.
10m
Além disso, observe que juízes federais têm tripla fiscalização: o CNJ, a Corregedoria do
Tribunal Federal Regional a que estiver o juiz subordinado e o Conselho da Justiça Federal
(CJF); e juízes do trabalho também têm tripla fiscalização: o CNJ, o próprio Tribunal e o Con-
selho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT).
III – O CNJ tem competência para apurar violações aos devedores funcionais dos magis-
trados, mas não dos servidores.
IV – O CNJ pode deixar de aplicar normas inconstitucionais. Quando isso acontece, dá-se
o controle de validade (ou legalidade), e não controle de constitucionalidade.
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11. (Q1141640/CESPE/TCE-RO/AUDITOR/2019) De acordo com as normas constitucio-


nais, tem prioridade de recebimento de seus créditos por sentença judicial transitada
em julgado

a. beneficiário de precatório alimentar sobre beneficiário de requisição de pequeno valor.


b. beneficiário de requisição de pequeno valor sobre beneficiário de precatório portador
de doença grave.
c. beneficiário de precatório, que tenha deficiência, sobre beneficiário de requisição de
pequeno valor.
d. beneficiário de precatório alimentar sobre beneficiário de precatório que tenha mais
de sessenta anos de idade.
e. beneficiário de precatório alimentar sobre beneficiário de precatório portador de
doença grave.

COMENTÁRIO
Estamos diante de uma questão que aborda o tema precatório.
Em primeiro lugar, tenha em mente que, em caso de débito do Poder Público recebido por
meio de decisão judicial, deverá haver, na ordem respectiva de preferência, (1) requisição
de pequenos valores – quando os valores forem necessariamente menores do que o teto
do RGPS –, (2) créditos de natureza alimentícia ou (3) créditos gerais.
Isto posto, analisemos as alternativas:
a. Conforme visto, requisição de pequenos valores antecede os outros créditos.
b. Requisição de pequenos valores é também chamado de regime de superpreferência,
segundo Supremo.
c. Requisição de pequenos valores possui superpreferência.
c. Mais uma vez, requisição de pequenos valores possui superpreferência.
15m
Por fim, note que, em regra, em matéria de precatório, não é admitido o fracionamento,
exceção feita a situações de pessoas com idade superior a 60 anos ou com doença grave.
Nesses casos, admite-se que a pessoa receba até o triplo do valor definido como requisi-
ção de pequenos valores de forma antecipada.
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12. (Q1122457/FCC/TJ-MA/TÉCNICO/2019) Lei complementar, de iniciativa do Supremo


Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observado, dentre outros, o
seguinte princípio:

a. nos tribunais com número superior a 25 julgadores, poderá ser constituído órgão
especial, com o mínimo de 11 e o máximo de 25 membros, para o exercício das atri-
buições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno,
provendo-se metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo
tribunal pleno.
b. previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistra-
dos, constituindo etapa facultativa do processo de vitaliciamento a participação em
curso oficial ou reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de
magistrados.
c. as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão sigilosa,
sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros.
d. os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração, atos de
mero expediente e decisões interlocutórias.
e. a distribuição de processos será imediata tão somente no primeiro grau de jurisdição.

COMENTÁRIO
Antes de analisarmos as alternativas, algumas observações se fazem necessárias.
A primeira é de que servidores públicos civis da União são submetidos à Lei n. 8.112/1990
(Estatuto da Magistratura, também chamado de Loman). Trata-se de regime jurídico di-
ferente, tendo em mente que servidor público não tem direito adquirido a regime jurídico.
Assim, observe que entre as garantias dos magistrados constam a vitaliciedade, a inamo-
vibilidade e a irredutibilidade de subsídios. Essa última garantia é a que nos interessa para
responder a questão.
A segunda observação é que a Loman é a Lei Complementar n. 35/1979, que foi – em lar-
ga medida, e não em sua integralidade, de acordo com o STF – recepcionada em cenário
pós-Constituição Federal de 1988. No entanto, note que houve uma decisão do STF que
dispôs sobre a autonomia do Poder Judiciário, no que diz respeito à escolha do Presidente
do Tribunal poder ser por meio de eleição da qual participem todos os desembargadores.
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Isto se opõe à disposição da Loman, que determinava que a concorrência se daria entre os
mais antigos, em número correspondente aos cargos. Com a decisão do Supremo, todos
os desembargadores passam a ser elegíveis e eleitores.
20m
Isto posto, vamos às alternativas:
a. Nos tribunais com mais de 25 membros pode ser criado órgão especial, mas não há
obrigatoriedade de criação, em que esse órgão especial substituirá o tribunal pleno.
b. Tanto para que haja vitaliciedade quanto para que haja promoção, deve haver um núme-
ro mínimo de horas estipuladas pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de
Magistrados. São cursos de reciclagem obrigatórios para que haja promoção.
c. Não há o que se dizer em sessão sigilosa para tanto, e sim em sessão pública.
d. Há três tipos de decisão, por ordem de relevância, de menor para maior: despacho, deci-
são interlocutória e sentença. Os servidores somente poderão proferir despachos, em que
não há cunho decisório, conforme dispõe Constituição Federal e Código de Processo Civil.
e. A distribuição de processos será imediata em todos os graus de jurisdição.
25m

13. (Q1050954/CESPE/PGE-PE/ANALISTA/2019) Com base na Constituição Federal de


1988, julgue os próximos itens.
Imóveis públicos de um estado federado podem ser adquiridos mediante pagamento re-
alizado pela entrega de créditos em precatórios do respectivo ente federado, conforme
estabelecido por lei da entidade federativa devedora.

COMENTÁRIO
A Emenda n. 62/2009 (popularmente conhecida como PAC do Calote) é uma das muitas
modificações no regime de precatórios. Essa emenda permite que seja possível comprar
um imóvel pertencente à entidade devedora. Contudo, esse ato não é autoaplicável. Tra-
ta-se de norma de eficácia limitada, conforme deixa claro o trecho “conforme estabelecido
por lei” no enunciado acima.

14. (Q1150230/CESPE/STM/ANALISTA/2018) Em relação aos direitos e garantias funda-


mentais e ao Poder Judiciário, julgue os itens a seguir.
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A Constituição Federal de 1988 prevê de maneira expressa que os crimes militares con-
tra a vida, culposos e dolosos, sejam julgados pelo tribunal do júri específico da justiça
castrense.

COMENTÁRIO
Em primeiro lugar, tenha em mente que justiça castrense equivale à justiça militar.
Agora, lembre-se do famoso caso do Ônibus 174, em que os passageiros de um ônibus
foram tomados como reféns. Na ocasião, um policial equivocadamente disparou contra um
refém, tirando a vida desse e, mais para frente, o responsável pelo sequestro do ônibus foi
assassinado pela polícia, a tiros. Por conta desse caso, o art. 125 da Constituição Federal
foi alterado, a partir da Emenda à Constituição n. 45/2004. Tenha em mente que esse artigo
diz respeito aos militares dos Estados e do Distrito Federal (policiais militares e bombeiros).
Com a alteração, se um militar dos Estados ou do Distrito Federal assassinar um civil de
forma dolosa, ele irá a júri.
30m
Essa regra não se aplica a militares do Exército, da Marinha ou da Aeronáutica. Para esses
militares, se um deles assinar um civil de forma dolosa, ele será julgado pela justiça militar.
Essa decisão decorre de uma lei de 2017 iniciada pelo então Presidente Michel Temer.

GABARITO
8. E
9. e
10. b
11. b
12. a
13. C
14. E

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Aragone Nunes Fernandes.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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