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DIREITO ADMINISTRATIVO

Lei n. 9.784/1999 – Do Recurso e da Revisão


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LEI N. 9.784/1999 – DO RECURSO E DA REVISÃO

DO RECURSO E DA REVISÃO

Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e
de mérito.

Obs.: no recurso é possível questionar a legalidade do ato (conformidade do ato com a lei)
e o mérito (conveniência e oportunidade).

§ 1º O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a recon-
siderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.
Considere a seguinte situação: a autoridade “A” deu uma decisão em face de “P” indefe-
rindo a solicitação de uso da calçada por um bar.

• “P” entra com um recurso, o qual será dirigido a “A”.

Obs.: implicitamente, dentro do recurso há um pedido de reconsideração.

• “A” pode reconsiderar a decisão no prazo de 5 dias;


• Se “A” não reconsiderar a decisão, encaminhe-se o recurso para “B”, que é a autori-
dade superior.

B Encaminha

Recurso
dirigido
A P
a
Reconsideração
5 dias

Obs.: a Lei n. 8.112/1990, por exemplo, possui um procedimento próprio: primeiramente, há


um prazo separado para pedir reconsideração para a autoridade que proferiu a de-
cisão; caso a autoridade não reconsidere, o recurso será encaminhado à autoridade
superior.
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§ 2º Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo independe


de caução.

ATENÇÃO
O STF se manifestou em Súmula Vinculante a respeito deste tema. Segundo o Supremo,
é inconstitucional qualquer lei que exija pagamento de caução, depósito ou arrolamento
de bens como condição para interpor recurso administrativo. Era recorrente em processos
fiscais da Receita Federal em que para o contribuinte recorrer de uma instância para outra,
ele tinha que depositar 30% do valor das multas ou fazer arrolamento de bens para garan-
tir o recurso. Em muitos casos, o contribuinte deixava de recorrer por não ter esse valor e
deixava de exercer o seu direito de ampla defesa.
Leve para sua prova que para o STF é considerada inconstitucional qualquer lei que exija
essa condição para interpor recurso, porque viola contraditório e ampla defesa, previstos
na Constituição. Porém, o texto da Lei n. 9.784/1999 traz essa possibilidade.
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§ 3º Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da súmula


vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, expli-
citar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou
inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei n. 11.417, de 2006). Vigência

Exemplo: considere que uma pessoa questiona uma autoridade que nomeou um parente
para ser seu assessor, alegando que tal prática viola a Súmula Vinculante n. 13, acerca do
nepotismo. A autoridade justifica que não era um caso de nepotismo, pois o assessor nome-
ado não era tio, mas um primo. Dessa forma, ele deve indeferir o pedido e encaminhá-lo para
a autoridade superior com as razões da aplicabilidade ou não da súmula.

Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias adminis-
trativas, salvo disposição legal diversa.

• Pode haver decisão administrativa que seja irrecorrível?

Pode. O STF entende que o duplo grau de jurisdição não é uma garantia constitucional.
Exemplo: considere que o Presidente da República aplique uma demissão a um servidor
do Poder Executivo Federal. Dessa decisão não há possibilidade de recurso.

Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo:


I – os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;
II – aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida;

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III – as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;


IV – os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos.

Prazo
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Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição de
recurso administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida.
§ 1º Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser decidido
no prazo máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão competente.
§ 2º O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser prorrogado por igual período,
ante justificativa explícita.
Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no qual o recorrente deverá expor
os fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes.
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo.
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decor-
rente da execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício
ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso.
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá intimar os
demais interessados para que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações.
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Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:

Obs.: quando a autoridade recebe o recurso judicialmente, o recurso deve ser conhecido
para ter as formalidades de interposição; após isso, ele pode ser provido ou não pro-
vido. Esse artigo traz as hipóteses em que o recurso não será conhecido.

I – fora do prazo;
II – perante órgão incompetente;
III – por quem não seja legitimado;
IV – após exaurida a esfera administrativa.
§ 1º Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a autoridade competente, sen-
do-lhe devolvido o prazo para recurso.
§ 2º O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever de ofício o ato
ilegal, desde que não ocorrida preclusão administrativa.
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Obs.: a Administração Pública tem o poder de autotutela, isto é, de fazer o controle dos
seus atos. Ela tem o poder-dever de anular os atos ilegais e revogar aqueles que
forem inconvenientes e inoportunos.

• Pode ter reformatio in pejus no processo administrativo?


– Não se aplica nos processos administrativos a proibição da reformatio in pejus do
processo judicial.
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Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular
ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência.
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame
à situação do recorrente, este deverá ser cientificado para que formule suas alegações
antes da decisão.
Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula vinculante, o órgão
competente para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade
da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei n. 11.417, de 2006). Vigência
Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação de
enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão compe-
tente para o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões administrativas
em casos semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, adminis-
trativa e penal. (Incluído pela Lei n. 11.417, de 2006). Vigência

Revisão

Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a
qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias rele-
vantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada.
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Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento
da sanção.

Obs.: do recurso do processo poderá resultar o agravamento da sanção, ao passo que da


revisão não.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Gustavo Scatolino da Silva.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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