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1) Rodrigo Malta, brasileiro, solteiro, nascido em 4/5/1976, em São Paulo/SP,

residente na rua Pedro Afonso n.o 12, Moema, São Paulo/SP, foi preso em
flagrante delito, em 2/04/2019. Em 12/4/2019, foi denunciado como incurso
nas sanções previstas no art. 14, caput, e no art. 16, parágrafo único, IV,
ambos da Lei n.º 10.826/2003 (porte de arma de fogo de uso permitido e
posse de arma de fogo de uso restrito, com a numeração raspada), de acordo
com o que dispõe o art. 69 do Código Penal brasileiro. Além da arma aprendida
Rodrigo também foi preso em flagrante no dia 02.04.2019, com posterior
homologação do seu flagrante e conversão em prisão preventiva no dia
04.4.2019, sendo atribuído ao mesmo suposto envolvimento na prática do
crime de associação para o tráfico de drogas, capitulado no art. 35, da Lei
11.343/ 2006. Rodrigo teve a sua prisão preventiva decretada mediante
decisão do Meritíssimo Juiz, em audiência de custódia, convertendo a prisão
em flagrante em prisão preventiva, com base, em suma, no argumento principal
de que o paciente teria praticado crime de extrema gravidade, fato este
que tornaria necessária a manutenção da custódia para a garantia da
ordem pública e que as medidas cautelares diversas da prisão se revelam
inadequadas e assim se pronunciou: “Assim, vê-se que os crimes
praticados pelos autuados são punidos com penas privativas de
liberdade abstrata superiores a 04 (quatro) anos, já preenchendo o
requisito exigido pelo art. 313, Inciso I, do CPP o qual admite a decretação
da prisão preventiva no presente caso. Ademais, está presente, no caso dos
autos, o preenchimento do requisito referente à garantia da ordem pública
como uma das condições que autorizam a custódia cautelar dos investigados.
Além de ser crime de tráfico de alto grau de periculosidade, e de revelar risco a
saúde pública, sendo imperiosa a imposição da garantia da ordem pública.
Insta registrar que, mesmo ante a ausência de antecedentes criminais do
autuado Rodrigo , consoante certidão negativa criminal acostada aos
autos, este fato, por si só, não o faz possuidor de direito absoluto e
incontestável de responder ao processo em liberdade, notadamente
quando estão presentes os pressupostos e elementos para a decretação
da prisão preventiva. Tendo em vista que grande parte da substância ilícita
apreendida foi encontrada na residência de Rodrigo, que armazenava em seu
próprio quarto. O advogado de Rodrigo pleiteou revogação da preventiva
de seu cliente, entretanto o pleito foi indeferido pelo juiz a quo, que assim
se manifestou: “Após analisar os autos, entendo que o pedido de
liberdade provisória formulado não merece acolhida. Com efeito, os crimes
imputados ao acusado são sobremaneira graves, indicando a prova indiciária,
até o momento, que o acusado é provavelmente soldado do tráfico, o que só
será dirimido, com exatidão, durante a instrução. De outro lado, a primariedade
e os bons antecedentes não são pressupostos a impor a liberdade de forma
incontinente, destacando-se que, em casos como o presente, melhor razão
está com a bem pautada promoção do Ministério Público, que oficiou
contrariamente à liberdade provisória. Isto posto, indefiro o pedido de
liberdade.” A decisão do juiz fundamentou, em razão do disposto no art. 21 da
Lei n.º 10.826/2003, que proíbe a liberdade provisória no caso dos crimes de
posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Registre-se que Rodrigo
Malta é primário, possui bons antecedentes e compareceu à delegacia e ao
juízo todas as vezes em que foi intimado. Outrossim, não demonstrou qualquer
intenção de fuga. Considerando a situação hipotética apresentada, na
condição de advogado(a) contratado(a) por Rodrigo Malta, interponha a
peça jurídica cabível, em favor de seu cliente, diante da denegação da
liberdade provisória.
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) DESEMBARGADOR (A)
RELATOR (A) DA______CÂMARA CRIMINALDO EGRÉGIO TRIBUNAL DE
JUSTIÇA DO ESTADO DE______

RODRIGO MALTA, brasileiro, solteiro, nascido em 04/05/1976, em São


Paulo/SP, residente na rua Pedro Afonso nº 12, Moema, São Paulo/SP, vem,
tempestivamente, por meio de sua advogada e procuradora que este subscreve, com
procuração em anexo, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com
fundamento nos artigos 5º, LXVIII, da Constituição Federal e artigo 648,
incisos I e IV do Código de Processo Penal, impetrar

HABEAS CORPUS

contra a ato que denegou liberdade provisória ao paciente, que teve sua prisão
decretada de forma ilegal pelo Juízo de primeira instância, pelos fundamentos de fato e
de direito expostos a seguir:

I. DOS FATOS

Rodrigo Malta foi preso em flagrante em 2/8/2009 tendo sido denunciado dias
após pelos art. 14, caput, e no art. 16, parágrafo único, IV, ambos da Lei n.º
10.826/2003. O juiz manteve a sua prisão decretando a prisão preventiva com base
na gravidade da conduta e por ser o réu soldado do tráfico, auferido com base nos
indícios do inquérito. O réu pleiteou revogação da preventiva requerendo sua liberdade
provisória, o que foi denegado, confirmando a decretação da prisão preventiva e
fundamentando na vedação à liberdade provisória do art. 21 da Lei n.º 10.826/2003.

II. DA PRISÃO PREVENTIVA - DO DIREITO DE RESPONDER AO POCESSO


EM LIBERDADE – PRIMARIEDADE E BONS ANTECEDENTES

Com o advento da Lei n.º 5.34000/67, modificações substanciais foram


introduzidas no artigo 312 do Código de Processo Penal, extirpando o caráter de
compulsoriedade da prisão preventiva, vez que inseriu o legislador neste dispositivo
legal dois requisitos essenciais que se constituem nos pressupostos indeclináveis para
que o Estado-Juiz reclama o sacrifício antecipado da liberdade do cidadão: o fumus boni
iuris e o periculum in mora.

O primeiro requisito é evidenciado pelos pressupostos da prova existência do


delito e pelos indícios suficientes da autoria; já o Segundo, quando representa a única
razão à disposição da Justiça para assegurar a aplicação da Lei Penal, se após o lance
delitivo, do comportamento do acusado há nítida transparência de fuga; ou, se
demonstra inconveniente sua liberdade para a instrução criminal; já o segundo, quando
representa a única razão à disposição da Justiça para assegurar a aplicação da Lei Penal,
se após o lance delitivo, do comportamento do acusado há nítida transparência de fuga;
ou, se demonstra inconveniente sua liberdade para a instrução criminal, porque estaria a
peitar peritos ou a ameaçar testemunhas; ou, ainda, como garantia da ordem pública,
que tem orientação para o futuro, mas com os olhos voltados para o passado, no sentido
de se vislumbrar na vida do acusado algum dado que possa levar conclusão certa e
segura de que ele, em liberdade, tornaria a delinquir.

Sobre o tema, Fernando da Costa Tourinho Filho, processualista, doutrina com


sua habitual precisão que:

“Os pressupostos da prisão preventiva estão


contidos no artigo 312 do Código de Processo
Penal. São eles a prova de existência do crime e
indícios suficientes da autoria. Assim, em caso
algum se poderá decretá-la, se ausente qualquer um
deles.

Para concluir que:

“Toda e qualquer prisão que antecede a um decreto


condenatório com trânsito em julgado é medida
odiosa, porque somente a sentença com trânsito em
julgado é a legítima fonte para restringir a
liberdade individual a título de pena”, sendo que
“só poderá ser decretada se de incontrastável
necessidade, que será aferida ante a presença dos
seus pressupostos e condições, evitando-se, ao
máximo, o comprometimento do direito de
Liberdade que o próprio ordenamento jurídico
tutela e ampara.”

Este autor cita, ainda, ensinamento da Espínola Filho no sentido de que:

“a medida se autoriza quando há prova da existência


material da infração e quando os indícios apontem,
seriamente, o inculpado como o seu autor” (Cf.
Coment. vol III/370).

Sem a coexistência dos dois elementos contidos no inciso legal:

a) Prova do crime;
b) Existência de indícios suficientes de autoria, a prisão preventiva incide em
constrangimento ilegal, sanável por meio de habeas-corpus (cf. rev. for. vol.
152)”.

Sem os pressupostos, não se avança a análise dos requisites subsequentes.

Então, não obstante a presença dos pressupostos referidos, o sacrifício


antecipado da Liberdade só pode ser reclamado com a tríplice finalidade, como
evidencia o já mencionado artigo 312, do Código de Processo Penal, nas hipóteses de
garantia da ordem pública, da conveniência da instrução criminal e, por fim, para
assegurar a aplicação da lei Penal, e, como bem observa Francesco Carrara, sempre
“ridotte entro i limiti della piu streta necessiá”; cabe prisão preventiva naqueles casos
em que representa o único meio à disposição da Justiça”.

In casu julgar pela manutenção da restrição da liberdade do paciente é o mesmo


que formar um pesado juízo de prejulgamento, ultrapassando os limites da legalidade,
razoabilidade, proporcionalidade, bem como, ferindo gravemente o princípio da
presunção da inocência.

III. DO MÉRITO

A) DA AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA PARA A PRISÃO


PREVENTIVA (art. 5, incisos LXV, LVII, LXVIII da Constituição Federal c/c
arts. 310, I, 312, 647 e 648, I do CPP)

A prisão preventiva decretada com base no art. 312 carece de fundamentam


idônea. Isso porque o juízo de primeira instância fundamentou a decisão com base na
gravidade abstrata do delito e na prova indiciária do inquérito de que o réu seria um
soldado do “tráfico. A prisão preventiva tem natureza cautelar e deve ser baseada em
algum dos requisitos do art. 312, o que não foi feito.

A gravidade abstrata do delito não é fundamentação de uma medida cautelar,


pois tal medida tem a finalidade de preservar o processo, é o instrumento de preservação
do processo. É consolidada a jurisprudência dos tribunais superiores nesse sentido.
Ainda, o juízo de primeira instância fundamentou a decretação da prisão com base nas
provas do inquérito que indicam ser o réu um “soldado do tráfico”. Além dos elementos
informativos do inquérito não serem meios de prova, não é cabível que se considere
culpado o agente, ou imputado a ele determinado crime sem o trânsito em julgado da
sentença condenatório, conforme art. 5, LXV da Constituição. A decretação
da prisão violou o princípio da presunção de inocência.

Logo, deve ser provido o recurso e deferido o Habeas Corpus sendo relaxada a
prisão e expedido o alvará de soltura, conforme art. 5, LVII e LXVIII da Constituição
c/c art. 310, I e 647 do CPP, pois decretada sob uma fundamentação não amparada na
lei, sendo assim considerada uma coação ilegal.

B) DA INCONSTITUCIONALIDADE DA VEDAÇÃO À LIBERDADE


PROVISÓRIA DO ART. 21 DA LEI 10.826/2003 (art. 5, LVII, LXVI, LXVIII da
Constituição Federal c/c art. 310, III, 321, 647 e 648, V do CPP)

O STF na ADIn 3.112-1 de 2007 declarou a inconstitucionalidade do art. 21 da


lei 10.826.03 que veda a liberdade provisória aos crimes previstos nos art. 16, 17 e 18
da referida lei. A fundamentação da inconstitucionalidade é a de que essa vedação
violaria o princípio da presunção de inocência e a separação dos poderes, já que seria
tarefa do
magistrado estabelcer a luz do caso concreto se é necessário ou não a prisão ou a
liberdade.
Logo, a fundamentação do Tribunal de Justiça de São Paulo que denegou o HC
com base nesse dispositivo não prospera, viola a Constituição, de modo que deve ser
provido o recurso e deferido o Habeas Corpus, conforme art. 647 c/c art. 648, V do CPP
e concedida a liberdade provisória com ou sem fiança sendo cumulada ou não com uma
das medidas alternativas à prisão, conforme art. 321 do CPP.

C) DA DESNECESSIDADE DA DECRETAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA E DA


CONCESSÃO DA LIBERDADE PROVISÓRIA (art. 5, LXVI e LXVIII da
Constituição Federal c/c arts. 310, III, 321, 647 e 648, V do CPP)

Não há, ainda, a necessidade de se decretar a prisão provisória, pois ausente o


Periculum Libertatis do agente, requisito para a decretação da medida. O agente é
primário, possui bons antecedentes e cumpriu todas as ordens judiciais que a ele foram
emitidas. Logo, não há nenhum dado concreto que enseja que o agente seja uma ameaça
à ordem pública, ordem econômica, a aplicação da lei penal ou a conveniência da
instrução criminal, conforme art. 312 do CPP.

Nesse sentido, quando não há requisitos que autorizem a decretação da prisão


preventiva deve o juiz conceder a liberdade provisória, conforme art. 310, III c/c art.
321 do CPP. O Código de Processo Penal lista uma série de medidas cautelares diversas
da prisão no art. 319 que se mostram suficientes para acautelar o processo.

Assim, deve ser provido o recurso e deferido o Habeas Corpus no sentido de


conceder a liberdade provisória ao agente, conforme art. art. 5, LXVI e LXVIII c/c art.
647 e 648, V do CPP com ou sem fiança cumulado ou não com as medidas cautelares
alternativas à prisão.

IV. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, o indeferimento pelo juízo “a quo”  ao pedido feito da


liberdade provisória constitui, sem sombra de dúvida, constrangimento ilegal, vez que o
impetrante preenche todas as condições exigidas para responder e aguardar em
liberdade o desenrolar da ação penal. Nestes termos, o impetrante vem à presença desse
Egrégio Tribunal de Justiça, com acatamento e respeito de costume, requerer o seguinte:

A concessão da ORDEM DE HABEAS CORPUS, LIMINARMENTE, e sua


consequente confirmação, com a dispensa do pedido de informações à autoridade
coatora, na modalidade liberatório, ordenando a imediata expedição do ALVARÁ DE
SOLTURA, sem pagamento de fiança, cessando assim todas as irregularidades
cometidas, por ser de pleno direito e Justiça!

Nestes Termos em que pede deferimento

Local, Data
Advogada OAB/XX nº xxx.xxx
Caso2) O Delegado do Distrito Policial da Capital determinou, aos seus
agentes, a prisão de todas as garotas de programa que atuam na região, pois
pretende restabelecer os bons costumes na cidade, como afirmou em
entrevista à rádio local. Algumas horas após a ordem, os agentes de polícia
realizaram as primeiras prisões. Sarajane, que atua como acompanhante na
localidade, passou a temer ser presa no horário em que realiza os seus
encontros, razão pela qual deixou de fazê-los.
Como advogado de Sarajane, elabore a peça cabível para resguardar o seu
direito de locomoção.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL


DA COMARCA DA CAPITAL,

MÁRCIA DE SOUZA FEITOSA, advogada regularmente inscrita na OAB,


Seccional de ____, sob o n. ____, com escritório no endereço, nesta Capital, vem à
presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5º, LXVIII, da Constituição
Federal, e 647 e seguintes do Código de Processo Penal, impetrar

ORDEM DE HABEAS CORPUS

Com fulcro no artigo 5º, in


ciso LXVIII, da Constituição
Federal, e artigos 647 e 648
do
Código de Processo Penal,
em favor de ANGELINA
JOLY, nacionalidade, estado
civil,
acompanhante, portador da
carte ira de identidade nº .....,
inscrito no Cadastro de
Pessoa Física sob o nº ........,
resid ente e domiciliado na
Rua ... nº ..., n esta Capit al,
pelas razões de fato e de direito
a seguir expostas:
em favor de SARAJANE, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora da
cédula de identidade n. ____, inscrita no CPF nº ___, residente e domiciliada no
endereço, nesta Cidade e Comarca, contra ato ilegal praticado pelo Delegado de
Polícia Titular da Delegacia de Polícia da Capital, pelas razões de fato e de direito a
seguir expostas:

I. DOS FATOS

No último dia ____, o Sr. ____, Delegado de Polícia ora autoridade coatora, em
entre vista à rádio local, determinou, aos seus agentes, a prisão de todas as meretrizes
que circulam na Capital, pois os bons costumes deveriam ser restabelecidos. Após
ouvir a notícia, a paciente, que garante o seu sustento por meio de encontros amorosos,
suspendeu o exercício da prática, pois passou a temer a ação da polícia, que vem, de
fato, cumprindo a determinação da autoridade policial.

II. DO DIREITO

No entanto, a ordem emanada do ilustre Delegado de Polícia constitui ato


ilegal, pois impõe à paciente restrição indevida em sua liberdade de locomoção,
haja vista que, como é sabido, a prostituição não constitui fato típico. Neste
problema, seria necessário discorrer sobre a falta de justa causa para a realização
das prisões, nos termos do artigo 64 8, I, do CPP, pois o fato é atípico. Caso a
paciente já estivesse presa em flagrante pelo motivo proposto no e nunciado, a
discussão envolveria a ilegalidade da prisão em flagrante, nos termos do artigo
302 do CPP, e o pedido seria o de relaxamento da prisão com o respectivo
alvará de soltura, e não a expedição de salvo- conduto.

III. DOS REQUERIMENTOS

Ex positi, estando aqui demonstrado que os atos adotados pela autora não foram
atentatórios, requer, após as informações prestadas pela autoridade apontada como
coatora, seja concedida a ordem de habeas corpus, determinando-se a expedição de
salvo-conduto em favor da paciente, como medida de justiça.

Nesses termos, pede deferimento.

Capital, data.
Márcia de Souza Feitosa, nº OAB XXX

Caso3: O João da Silva foi condenado como incurso no crime do art. 155,
caput, de o art. 14, ambos do CP, à pena de 8 (oito) meses de reclusão. O
Meritíssimo Juiz competente negou o pedido da suspensão condicional da
pena formulado pelo Recorrente, mesmo sendo ele primário e de bons
antecedentes.

Diante dessa decisão, foi impetrado habeas corpus, o qual foi negado pela __
Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de justiça. A defesa em habeas corpus
alegou que: uma vez preenchidos os requisitos do art. 77 do CP, que
possibilitam a concessão da suspensão condicional da pena, o indeferimento
do benefício reforçado pela denegação da ordem de habeas corpus impetrada
constituíram nítido constrangimento ilegal.

Como advogado de João da Silva, elabore a peça cabível para resguardar


o seu direito.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE
DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ___________,

JOÃO DA SILVA, já qualificado nos autos do pedido de


“habeas corpus” no ________, por seu advogado que esta subscreve, não se
conformando com o venerando acórdão denegatório da ordem, vem, respeitosamente,
perante Vossa Excelência, interpor:

RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL

com fulcro no art. 105, inciso II, alínea “a”, da Constituição


Federal e nos artigos 1027 e 1028 do CPC. Requer seja recebido e processado o
presente recurso e encaminhado, com as inclusas razões, ao Colendo Superior Tribunal
de Justiça .

Termos em que,

pede deferimento.

(local e data).

Advogada – OAB nº xxx.xxx


SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL

RECORRENTE: João da Silva

RECORRIDA: Justiça Pública

HC No.XXX

Colenda Turma,

Douto Procurador da República,

Em que pese o indiscutível saber jurídico da Colenda Câmara Criminal do


Egrégio Tribunal de Justiça, o venerando acórdão que denegou o pedido de “habeas
corpus”, impetrado em favor do Recorrente, não pode prosperar, pelas razões a seguir
expostas:

I – DOS FATOS

O Recorrente foi condenado como incurso no crime do art. 155, “caput”, c.c. o
art. 14, ambos do Código Penal, à pena de 8 (oito) meses de reclusão.

O Meritíssimo Juiz competente negou o pedido da suspensão condicional da


pena formulado pelo Recorrente, mesmo sendo ele primário e de bons antecedentes.

Diante dessa decisão, foi impetrado “habeas corpus”, o qual foi negado pela
____ Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça.

II – DO DIREITO

Não pode prosperar a respeitável decisão que denegou a ordem de “habeas


corpus”, por encontrar-se desprovida de amparo legal. Com efeito, o artigo 105, inciso
II, “a”, da Constituição Federal dispõe que:

“Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


II- julgar, em recurso ordinário:

a) habeas corpus decididos em única ou última


instância pelos Tribunais Regionais Federais ou
pelos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando a decisão for denegatória;”

No caso em tela, a impetração de “habeas corpus” era perfeitamente cabível, não


havendo razão de ter sido negado pela Colenda Câmara. O “habeas corpus” é uma
garantia constitucional, prevista no art. 5o inciso LXVII, da nossa Carta Magna,
utilizada sempre quando alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.

Dessa forma, uma vez preenchidos os requisitos do artigo 77, do Código Penal,
que possibilitam a concessão da suspensão condicional da pena, o indeferimento do
benefício reforçado pela denegação da ordem de “habeas corpus” impetrada
constituíram nítido constrangimento ilegal para o Recorrente.

Nesse diapasão, tem sido o entendimento jurisprudencial, “in verbis”:

“A suspensão condicional da pena é direito


subjetivo do réu que satisfaz os requisitos à sua
obtenção. Por esse motivo, a sentença
condenatória deve ser expressa, para conceder
ou negar, sempre fundamentadamente, o
benefício.” (STJ – RJDTACRIM 33/401)

Portanto, é de se concluir que o presente recurso é medida que se impõe para


reformar a respeitável decisão denegatória, possibilitando, assim, que o Recorrente faça
jus ao benefício que lhe é de direito.

III – DO PEDIDO
Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso,
concedendo-se a suspensão condicional da pena, expedindo-se o competente alvará de
soltura em favor do Recorrente, como medida de inteira justiça.

Diante do exposto, pede e espera deferimento,

(local e data).

Advogada – OAB/xx nº xxx.xxx

CASO 4

BRAD NORONHA foi denunciado e processado, na 1ª Vara Criminal da Comarca do


Município X, pela prática de roubo qualificado em decorrência do emprego de arma de
fogo. Ainda durante a fase do inquérito policial, BRAD NORONHA foi reconhecido pela
vítima. Tal reconhecimento se deu quando a referida vítima olhou através de pequeno
orifício da porta de uma sala onde se encontrava apenas o réu. Já em sede de
instrução criminal, nem vítima, nem testemunhas, afirmaram ter escutado qualquer
disparo de arma de fogo, mas foram uníssonas no sentido de assegurar que o
assaltante portava uma. Não houve perícia, pois os policiais que prenderam o réu em
flagrante não lograram êxito em apreender a arma. Tais policiais afirmaram em juízo
que, após escutarem gritos de ?pega ladrão!?, viram o réu correndo e foram ao seu
encalço. Afirmaram que, durante a perseguição, os passantes apontavam para o réu,
bem como este jogou um objeto no córrego que passava próxima ao local dos fatos,
que acreditavam ser a arma de fogo utilizada. O réu, em seu interrogatório, exerceu o
direito ao silêncio. Ao cabo da instrução criminal, BRAD NORONHA foi condenado a
dez anos e seis meses de reclusão, por roubo com emprego de arma de fogo, tendo
sido fixado o regime inicial fechado para cumprimento da pena. O magistrado, para fins
de condenação e fixação da pena, levou em conta os depoimentos testemunhais
colhidos em juízo e o reconhecimento da vítima em sede policial, bem como o fato de o
réu ser reincidente e portador de maus antecedentes, circunstâncias provadas no curso
do processo. Você, na condição de advogado de BRAD NORONHA, é intimado da
decisão no dia 20 de maço de 2017. Com base somente nas informações de que
dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a peça cabível,
apresentando as razões, e sustentando as teses jurídicas pertinentes, indicando o
último dia para o oferecimento da peça cabível. Considerando essa situação
hipotética, redija, na qualidade de advogado do acusado, a peça processual que
não seja o habeas corpus, privativa de advogado, pertinente à sua defesa,
incluindo a fundamentação legal.

EXCELENTÍSSIMO SEBHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA


CRIMINAL DA COMARCA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO/RJ.

Processo n° xxx

BRAD NORONHA, j á qualificado nos autos do Processo em referência, que


lhe move o Ministério Público, por seu advogado regularmente constituído conforme
procuração anexa, vem à presença de Vossa Excelência para inconformado com a
sentença condenatória proferida, interpor RECURSO DE APELAÇÃO, o que faz
tempestivamente, com fundamento no artigo 593, I do Código de Processo Penal.

Requer, assim, que após recebida, com as razões anexas, ouvida a parte
contrária, sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do
xxx, onde deverá ser processado o presente recurso e, ao final, provido.

RAZÕES DE APELAÇÃO

Processo N° xxx

Apelante: BRAD NORONHA

Apelado: Ministério Público

Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro

Colenda Câmara Criminal

I – DOS FATOS

O Apelante foi condenado como incurso nas penas do artigo 157, parágrafo
segundo inciso I do Código Penal – roubo majorado pelo emprego de arma – à pena de
reclusão de 8 (oito) anos e 6 (seis) meses, a ser cumprida, inicialmente, no regime
fechado.

Conforme o descrito nos autos, o Apelante, durante o Inquérito Policial teria


sido reconhecido pela vítima, através de um procedimento de reconhecimento visual,
por um pequeno orifício, da sala onde se encontrava o Apelante.

Durante a instrução criminal, a vítima não confirmou ter escutado disparos de


arma de fogo, tampouco as testemunhas ouvidas confirmaram os tiros, embora
afirmassem que o autor era portador de uma arma.

A arma supracitada não foi apreendida, ainda, não houve qualquer perícia.
Ouvidos em juízo os policiais, afirmaram que ao ouvirem gritos de ‘pega ladrão’,
perseguiram o acusado. Relatando que durante a perseguição o acusado foi apontado
por transeuntes que viram o acusado jogando algo no córrego próximo, imaginando
assim ser uma arma. Durante interrogatório, o acusado, ora Apelante, exerceu o seu
direito de ficar em silêncio, tendo o juízo ‘a quo’ considerado, para a condenação e
fixação da pena, tão somente os depoimentos das testemunhas e o reconhecimento feito
pela vítima em sede policial.

A decisão condenatória, contudo, merece ser reformada, senão vejamos.

II – DAS PRELIMINARES

Destaque-se, inicialmente, que a inobservância do disposto no artigo 226, II, do


Código de Processo Penal, que impõe condições para o procedimento de
reconhecimento de pessoas e, por isso mesmo, impõe se reconheça a nulidade
processual, nos termos do artigo 564, IV do CPP.

III – DO DIREITO

Evidentemente, observando os autos, merece o Apelante ser absolvido da


imputação que lhe é feita através da denúncia. Não há qualquer prova de ter o acusado,
ora Apelante, concorrido para a prática do crime de roubo, eis que não comprovada a
autoria. Concretamente o que existe nos autos não serve para apontar autoria. A vítima
reconheceu o acusado, ora Apelante, em procedimento totalmente impróprio e
inadequado, já que ‘espiou’ por um pequeno orifício de porta em direção a sala onde se
encontrava o réu. Assim procedendo, não observou a autoridade as condições impostas
pela legislação penal para o reconhecimento de pessoas, expressamente dispostas no
artigo 226, II do Código de Processo Penal.

Assim, procedendo, incorreu, inclusive, em prova ilícita, contrariando, também,


o contido no artigo 157 do CPP. Ressalta-se ainda, que a coleta da prova, irregular e
ilícita, feita em sede policial, não tendo sido judicializada e, por isso mesmo, não pode
ser usada para sustentar a condenação do acusado, ora Apelante.

Além disso, há apontada nulidade, conforme explicitado em preliminar, já que o


acusado deveria ter sido colocado em sala própria, ao lado de outras pessoas, a fim de
que pudesse ser, verdadeiramente, identificado pela vítima.

Assim, não há como se sustentar esteja provada a autoria, impondo- se, não
reconhecida a nulidade, a absolvição, por ausência de prova da autoria.
Alternativamente, há se de apontar para a ausência de comprovação da utilização de
arma – se por hipótese, e por mera argumentação, aceitar -se tenha o agente sido o autor
do delito.

A arma não foi apreendida e, se ela existisse, deveria ter sido alcançada pois que
os policiais afirmam ter sido a mesma jogada em um córrego. Embora a afirmação, não
houve qualquer empenho na busca da suposta arma. Assim, apenas para argumentar,
tivesse sido o agente autor de algum delito, esse não poderia ser de roubo majorado pelo
emprego de arma. Não poderia, sequer, ser considerado crime de roubo, eis que não há
prova, nos autos, do emprego de violência ou grave ameaça contra pessoa. Assim, se
alguma condenação deva pesar sobre o ora Apelante, essa deverá se constituir pela
prática de furto, mas não de roubo.
IV. REQUERIMENTOS

Ante a todo o exposto requer:

a) o recebimento do pedido com a consequente reforma da decisão anterior para


decretar a absolvição do Apelante, com base no artigo 386, V do Código de Processo
Penal, uma vez que não está provada tenha o acusado concorrido para prática da
infração penal;

b) na impossibilidade da decretação da absolvição, que seja declarada nula a


decisão condenatória, eis que não observadas as condições impostas para o
reconhecimento de pessoas, existindo omissão quanto a formalidade essencial do ato, de
acordo com o previsto no artigo 226, II e artigo 564, IV do Código de Processo Penal;

c) ainda, não sendo possível a absolvição ou nulidade, seja o acusado, ora


Apelante, beneficiado pelo princípio do in dúbio pro reo, a fim de vê-lo, no máximo,
condenado por crime de furto, com causa de diminuição de pena e consequente
modificação do regime de cumprimento de pena. Requer ainda o Autor a fixação de
justa indenização com fulcro no artigo 630 do Código de Processo Penal. Por ser
medida de Justiça,

Termos em que
Pede Deferimento.

Cidade/Estado
Advogado OAB/XX nº XX

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