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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA

Campus Anchieta – Direito

MAURÍCIO BULCÃO FERNANDES – A950JC4

PECULATO

Trabalho acadêmico apresentado para


composição da nota de Prot. Penal Inter.
Adm. Pública, referente ao décimo
semestre, do curso de Direito da UNIP –
período matutino, DR0B39.

SÃO PAULO
2016
PECULATO

INTRODUÇÃO

Este trabalho retrata sobre Peculato, Crime Contra a Administração Pública.


Conceituando, apresentando sujeito ativo e passivo da ação, a prova do crime, a
ação nuclear e se o mesmo caracteriza dolo ou culpa.
O crime está previsto no artigo 312 do Código Penal, inaugurando o Título XI
denominado “Dos crimes contra a Administração Pública”:

“Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer


outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou
desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a
posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em
proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade
de funcionário.
Peculato Culposo:
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano § 3° - No caso do
parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue
a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.”

1. DA DEFINIÇÃO

Podemos definir peculato como uma apropriação indébita praticada por


funcionário público, em função de seu cargo, tornando seu ou desviando, em
proveito próprio ou alheio, o bem móvel, público ou privado, que possui em razão do
cargo que ocupa. Verificamos que algumas subdivisões doutrinárias em relação ao
crime de peculato:

2. DAS ESPÉCIES

Peculato Próprio: Pode ser dividido em peculato apropriação e peculato


desvio.
Peculato Impróprio: É o peculato furto. O agente subtrai a coisa da qual não
tem a posse, mas tem acesso em razão do cargo.
O crime de Peculato está divido em quatro espécies: Peculato apropriação
(1ª parte do caput, Artigo 312 do CP); Peculato desvio (2ª parte do caput, Artigo 312
do CP); Peculato furto (§ 1°Artigo 312 do CP); Peculato culposo (§2° Artigo 312 do
CP). O Peculato de apropriação configura tal conduta delituosa quando o funcionário
público se apropria, se apossa, toma para si o dinheiro, valor ou qualquer outro bem
móvel, público ou particular, de que tenha a posse em razão do cargo.
O Peculato desvio, nesta modalidade, o funcionário público aplica à coisa,
da qual teve acesso em razão do seu cargo, destino diverso que lhe foi determinado,
em benefício próprio ou de outrem. Tanto peculato apropriação e de desvio são
considerados Peculato Próprio.
Já o Peculato furto, o funcionário público não tem a posse do objeto material
(coisa móvel pública ou particular que esteja em custódia do Poder Público), como
nas outras modalidades, mas subtrai ou facilita a subtração da coisa pública,
valendo-se das facilidades proporcionadas pelo seu cargo, em proveito próprio ou
alheio.
O Peculato culposo se configurará essa modalidade quando algum
funcionário público responsável pela guarda da coisa pública, involuntariamente,
acaba dando oportunidade para que outra pessoa a subtraia, devido à sua
negligência, desatenção, descuido. Importante salientar uma peculiaridade do
peculato-culposo: o indivíduo acusado não poderá mais ser punido por crime algum
caso, antes do trânsito em julgado da sentença, haja a reparação do dano. Desse
modo, se houver sido providenciado o ressarcimento, tanto pelo acusado, quanto
por um terceiro, haverá a extinção da punibilidade penal, podendo o infrator sofrer
ainda, eventualmente, alguma sanção administrativa.
Por outro lado, caso o funcionário público condenado pelo crime de
peculato-culposo repare o dano em momento posterior à Peculato-furto. Neste, o
funcionário público não tem a posse do objeto material (coisa móvel pública ou
particular que esteja em custódia do Poder Público), como nas outras modalidades,
mas subtrai ou facilita a subtração da coisa pública, valendo-se das facilidades
proporcionadas pelo seu cargo, em proveito próprio ou alheio.
O Peculato culposo se configurará essa modalidade quando algum
funcionário público responsável pela guarda da coisa pública, involuntariamente,
acaba dando oportunidade para que outra pessoa a subtraia, devido à sua
negligência, desatenção, descuido. Importante salientar uma peculiaridade do
peculato-culposo: o indivíduo acusado não poderá mais ser punido por crime algum
caso, antes do trânsito em julgado da sentença, haja a reparação do dano. Desse
modo, se houver sido providenciado o ressarcimento, tanto pelo acusado, quanto
por um terceiro, haverá a extinção da punibilidade penal, podendo o infrator sofrer
ainda, eventualmente, alguma sanção administrativa.
O bem jurídico que é a administração pública sob o aspecto do patrimônio
público (mediato) ou patrimônio particular (imediato).
Portanto, para caracterização desse delito é indispensável que o sujeito ativo
(o autor do delito) seja funcionário público, no amplo conceito mencionado acima.
Por sua vez, no caso em comento, somente aqueles no exercício da função pública
é que portam e desfrutam dos cartões corporativos; de sorte que eventual
“apropriação” ou “desvio” dos valores sacados, ou aquisição de produtos ou serviços
para satisfação de interesse particular, enfim, desprovido de qualquer fim público,
caracteriza o tipo penal descrito no artigo 312 do Código Penal.
A vítima (o sujeito passivo) no crime de peculato é o Estado e a entidade de
direito público, haja vista se tratar de delito contra a administração pública, nesse
contexto abrangidas as autarquias e as entidades paraestatais, que são as
empresas públicas, as sociedades de economia mista e as fundações instituídas
pelo poder público.
A classificação é um tipo próprio, ou seja, a lei exige uma pessoa específica
e admite coautoria. Aquele que mesmo não sendo funcionário público com liame
subjetivo de ajudar este funcionário público, ele o ajuda, sendo que os dois vão
responder pela conduta de peculato. O liame subjetivo tem o saber pela condição
dos elementos do tipo penal.
O elemento do tipo penal divide-se em: unisubjetivo que é um tipo que pode
ser praticado por um agente; o comissivo que é praticado mediante uma ação, o
caput tem 2 (dois) núcleos que são apropriar, desviar e no parágrafo primeiro fala
em subtrair em razão do delito que é um tipo de múltipla ação. Ainda que pratique
diversos verbos, pois é um tipo misto alternativo. Pode ser cometido por omissão
imprópria; o Instantâneo acontece no momento da consumação. Ele é um tipo de
dano, é um crime material tem que haver enriquecimento ilícito.
O elemento subjetivo é o dolo direto ou eventual, não admite forma culposa.
Tem 3 verbos núcleos: Apropriar-se chamado de peculato apropriação, que
nada mais nada menos é do que um tipo especial de apropriação indébita que é o
mesmo tipo do art. 168 CP (se manter em posse daquilo que é ilicitamente entregue)
só que cometido por forma pública. No Inter criminis há uma discursão na
consumação no momento que o uso da coisa termina mesmo que não seja cobrado
se ele em a intenção de defender da coisa. A coisa tem que ser lícita; Subtrair-
peculato furto,é uma forma especial do delito furto “inter criminis”. Subtrair significa
retirar, pega a coisa de maneira ilegal. A consumação se dá com a transferência da
coisa; Desviar é transferir a posse da coisa sem ter acesso a ela, é sempre para a
terceiros. A consumação se dá quando o terceiro tem acesso a coisa. O objeto
desse crime.
O objeto do crime de peculato pode ser um bem público ou privado. O
importante é que se apresente do cargo.
Peculato é um crime que não é praticado com violência ou grave ameaça.
Nos crimes contra o patrimônio pode ser aplicado a depender da situação o
princípio da insignificância.
No caso do peculato há divergência na doutrina, mas o STF entende que se
aplica o princípio da insignificância na área penal. Peculato de uso não é
considerado criminoso.
No § 2ª o peculato culposo não é peculato praticado com culpa. É a conduta
do funcionário público que por imperícia, imprudência ou negligencia, acaba
permitindo que outrem se aproprie desvio ou subtrair o objeto de peculato.
No § 3ª o arrependimento posterior especial, no peculato culposo existe uma
forma especial de arrependimento posterior quando o sujeito se arrepende e repara
o dano até o transito em julgado ele não responde por nada se ele fizer isto. Depois
do transito em julgado a pena é reduzida à metade. O arrependimento está no art.16
do CP que é quando o agente repara antes do recebimento da queixa do dano, nos
casos do crime não a violência nem grave ameaça.

CONCLUSÃO

O ordenamento penal que as circunstâncias de caráter pessoal não se


comunicam, salvo quando elementares ao crime. No caso de crimes praticados por
Funcionário Públicos, estando este em concurso com particulares, seja em coautoria
ou participação, a circunstância pessoal, ser Funcionário Público, será entendida a
todos os particulares associados para a prática do delito e o crime imputado ao
funcionário público será também imputado aos particulares. No peculato por erro de
outrem o funcionário se apropria de valores ou quaisquer utilidades recebidas por
erro de uma terceira pessoa.
BIBLIOGRAFIA

DELMANTO, Celso. Código penal comentado. 7ª ed. São Paulo: Renovar, 2007.

FRANCO, Alberto Silva. Código penal e sua interpretação jurisprudencial. 8ª ed.


São Paulo: RT, 2007.

JESUS, Damásio. Direito penal. São Paulo: Saraiva, 2008. v. 4.

MORAES, G. Como se preparar para o exame de Ordem, 1ª fase: penal. 10ª Ed.
Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2013. V.5.

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