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Resumo de Penal

Crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral.

→Só podem ser praticados de forma direta por funcionário publico, dai serem chamados de
crimes funcionais.
→ Crimes funcionais próprios: será cometido por um funcionário público, um exemplo é a
prevaricação que é quando o funcionário público dificulta ou falta com seus deveres de seu cargo,
ou pratique atos de ofício para atender interesses pessoais.
→ Crimes funcionais impróprios: são aqueles que afastada a figura do funcionário público,
observa se uma atipicidade relativa, pois irá constituir outro tipo peral,praticado por qualquer
pessoa.
→ Quem ajudar o funcionário público a cometer o delito ciente da sua condição, também responde
pela mesma infração penal como coautor e participe de crime funcional.
- Crime praticado por funcionário público é mais gravoso, grau de reprovabilidade é maior.
- Não pode punir um servidor público da mesma forma que pune alguém por furto.
- Crime contra a administração pública é quebra de vinculo.
- Se houver condenação por crime funcional o juíz pode estabelecer como efeito da condenação à
perda do cargo, função pública ou mandato eletivo quando aplicada a pena privativa de liberdade
por igual ou superior a um ano. Somente poderá progredir de regime durante a execução da pena
caso já tenha reparado o dano ou devolvido produto do crime.
- Bem jurídico tutelado é a moralidade da Administração pública, não o valor dos bens.
→ De acordo com a simula n° 599 do STJ, o princípio da insignificância é inaplicável aos
crimes contra a administração pública.
→ Administração pública : o conjunto de órgãos, serviços e agentes do estado que procuram
satisfazer as necessidades da sociedade.
→ Administração pública Direta: prestações dos serviços públicos diretamente pelo próprio
Estado ou órgãos.
→Administração pública Indireta: prestações dos serviços por pessoa jurídica criada pelo poder
público para exercer tal atividade.
→ Princípio da Administração pública: servem para assegurar que os servidores dos órgãos
federais, estaduais e municipais atuem de acordo com a legislação atendendo os interesses públicos
e os direitos de todos os cidadãos.

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


→ Legalidade (lei seja cumprida acima de tudo)
Impessoalidade (adm deve atender todos os cidadãos)
Moralidade (agentes públicos atuarem seguindo princípios éticos)
Publicidade (transparência na adm pública)
Eficiência (agente público atuar com qualidade)
Conceito de Funcionário Público
→ Quem embora transitoriamente ou sem remuneração exerce cargo, emprego ou função pública.
→ Cargos públicos são criados por lei, com denominação própria em número certo e pago pelos
cofres públicos. Ex: Presidente da República; delegado de polícia.
- A expressão emprego público refere se ao servidor contratado em regime especial ou da
CLT(conjunto de leis que regulamenta as relações trabalhistas), normalmente para serviços
temporário como as diaristas.
→ Função pública abrange qualquer conjunto de atribuições públicas que não correspondam a
cargo ou emprego público como jurados mesários de eleições.
→ Funcionário por equiparação é aquele que exerce suas atividades em autarquias, sociedades de
economia mista, empresas públicas, empresas brasileiras de Correios e Telégrafos.
- Apenas será aumentada na terça parte quando os autores forem ocupantes de cargos em comissão
ou de fundação de direção ou assessoramento de órgão da administração direta.
→ Cargo em comissão é o cargo para o qual o sujeito é nomeado em confiança sem a necessidade
de concurso público.

Peculato
→ Apropriar se o funcionário público de dinheiro,valor ou qualquer outro bem móvel, público ou
particular, de que tenha a posse em razão do cargo, ou desviá lo, em proveito próprio ou alheio .
Pena reclusão de dois a doze anos e multa.
- Tem 4 modalidades: apropriar: tomar para si; desviar: destinação inversa; subtrair: roubo;
culposamente: sem dolo.
- Aplica se a mesma pena se o funcionário público, embora não tenha após o dinheiro, valor ou bem
o subtraia, ou concorre para que seja subtraído, em próprio ou alheio, valendo se de facilidade que
lhe proporciona a qualidade de funcionário.
→ Peculato Culposo: Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: 3 meses a 1
ano.

Peculato Apropriação
→ Apropriar se o funcionário público de dinheiro valor ou qualquer outro bem móvel
público(notbook) ou particular(10 mil apreendido por supostamente ser dinheiro de tráfico) de
quem tem a posse em razão do cargo. (Tem que ter a posse).
- A posse, deve ainda, ter sido obtida de forma ilícita.
- Se a entrega do bem decorreu de fraude o crime é de estelionato; Se decorreu de violência ou de
grave ameaça há roubo ou extorsão; se alguém, por engano engano quanto a pessoa , coisa entregou
objeto a funcionário público em razão do cargo deste, e ele se apropriou do bem, há peculato
mediante erro de outrem.
- Não existe peculato de bem imóvel.
- Sujeito ativo qualquer pessoa; e passivo terá dois sujeitos: o estado(administração pública) e o
particular.
- A consumação se da quando o funcionário público passe a se comportar como dono do objeto.

Peculato Desvio
→ Quando o funcionário público desvia o bem em benefício próprio ou de terceiro. Desviar
significa dar destino diverso daquele que deveria.
- Funcionário público emprega o objeto em um fim de verso de sua destinação original com o
intuito de beneficiar se ou beneficiar terceiro.
- Só há crime quando o uso não autorizado do bem público pelo funcionário referir se a bem
fungível, como por exemplo o funcionário público usar o dinheiro público para comprar uma casa.
Mesmo que ele posteriormente repõe o dinheiro irá responder pelo delito.
→ Fungível: pode substituir; como carro, computadores.
→ Infungível: não pode substituir; como casas, terrenos.
- A viatura não dá peculato desvio mas a gasolina sim, mas encher o tanque no final da viagem com
o próprio dinheiro extingue o crime.
→ Na consumação o funcionário público tem que ter a posse lícita do bem e que depois disso o
desvie, o crime se consuma no momento em que ocorre o desvio.

Peculato Furto
→ O funcionário público embora não tenha a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtraia, ou
concorre para que seja subtraído, valendo - se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de
funcionário. Aproveita de uma facilidade, sem posse.
- Peculato furto é impróprio porque o funcionário não tem a Posse do dinheiro valor ou bem.
- Há duas condutas típicas:
A) subtrair : furtar como por exemplo : O funcionário público abre o cofre da repartição em que
trabalha e leva os valores que nele estavam guardados.
- Caso um policial esteja no interior de uma casa fazendo uma investigação e subtraia dinheiro de
uma gaveta responde por crime comum de furto porque o bem particular só pode ser objeto de
peculato quando está sob a guarda de Custódia da administração.
B) Concorrer para que terceiros subtraia: o funcionário público colabora dolosamente para a
subtração, intencionalmente ele deixa a porta da repartição aberta para que a noite alguém entre e
furte. Há peculato furto por parte do funcionário e do terceiro, o terceiro responde na mesma
modalidade do que o funcionário.
- Outro requisito do peculato furto é o terceiro ter conhecimento de o outro ser funcionário público
e saber que esse cargo facilitou o crime, e saber que a informação passada decorreu da condição de
funcionário público.
Peculato Culposo
→ É um descuido em cuidar dos bens que estão sob sua responsabilidade, como por exemplo
deixar a arma dentro do carro e o carro é roubado.
- O terceiro que pratique um crime doloso aproveitando se dá facilidade advinda da conduta culposa
do funcionário público pouco importando se o terceiro é também funcionário público.
- Não trata se de concurso de agente entre o autor do peculato culposo e o terceiro que cometeu o
crime doloso, são na verdade crimes autônomos, pois falta por parte do funcionário público a
consciência de estar colaborando para o crime de outrem.
- Se em razão da culpa do funcionário há prejuízo sem que terceiro pratique crime doloso, o fato
não constitui peculado culposo. Não é crime mas tem que arcar com o prejuízo como por exemplo,
o funcionário que esquece uma janela aberta de forma a permitir que uma chuva intensa penetre
pelo local danificando objetos no interior da repartição.
- A punição do funcionário pelo peculato culposo pressupõe que se prove que terceira pessoa se
aproveitou do seu descuido para cometer crime em prejuízo da administração. Ocorre a consumação
no momento em que se consuma o crime do terceiro. Não existe tentativa de crime culposo.
→ A reparação do dano no peculato culposo pode gerar 2 tipos de consequência dependendo do
momento em que ocorra:
I - o funcionário repara dano antes da sentença irrecorrível extingue a punibilidade.
II - Se após o trânsito em julgado da sentença reduz metade da pena imposta. Há reparação do dano
quando ocorre a devolução do bem ou o ressarcimento do prejuízo.

Peculato mediante erro de outrem


→ Apropriar se de dinheiro ou qualquer utilidade que no exercício do cargo recebeu por erro de
outrem pena reclusão de 1 a 4 anos e multa.
- Essa modalidade é denominada peculato estelionato uma vez que a vítima entrega um bem ao
agente por estar em erro, esse erro entretanto não é provocado pelo agente.
- Se o funcionário público induz a vítima em erro, comete estelionato comum. O funcionário e a
vítima em erro.
-Se o funcionário induz a vítima ao erro ele que comete estelionato.
- O delito configura - se quando o funcionário no exercício de suas atividades recebe dinheiro ou
qualquer coisa móvel de valor econômico e, percebendo o erro da vítima apodera-se do bem, não o
devolvendo ao proprietário. Exige - se que o agente tenha ciência de que o bem lhe foi entregue por
engano. O erro da vítima pode consistir em supor que deve entregar um bem à administração
quando isso não se faz necessário.
- A consumação dá se quando o agente passa a se comportar como dono do objeto que recebeu por
erro.
- Peculato estelionato é o nome dado ao peculato mediante erro de outrem, mas não é a mesma
coisa que o artigo 171 do código penal.
Inserção de dados falsos em sistema de informações
→ Inserir ou facilitar o funcionário autorizado a inserção de dados falsos, indevidamente dados
corretos no sistema informatizados ou bancos de dados da administração pública com o fim de obter
vantagem indevida para si ou para outrem para causar dano. Pena reclusão de 2 a 12 anos e multa.
- As condutas típicas descritas são:
A) Inserir ou facilitar a inserção de dados falsos no sistema da administração pública ( para
prejudicar alguém), o próprio funcionário efetua a inserção dos dados falsos ou permite que o
terceiro faça (não precisa ser necessariamente funcionário público).
B) Alterar ou excluir indevidamente dados corretos no sistema informatizados ou bancos de dados
da administração pública. Não ocorre inclusão, e sim a modificação ou retirada indevida de dados
verdadeiros do sistema. É necessário que a conduta se dê de forma indevida (alterar dados
verdadeiros como apagar antecedente criminal por exemplo).
- Exige uma especial finalidade por parte do funcionário no sentido de obter para si ou para outrem
qualquer espécie de vantagem (dolo especifico).

Concussão
→ Exigir para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
assumi – la, mas em razão dela, vantagem ilícita pena reclusão de 2 a 12 anos e multa.
- Exigir = ameaçador, impor. Exigir é concussão
- Solicitar = corrupção passiva.
- O funcionário público faz exigência de uma vantagem essa exigência envolve necessariamente
uma ameaça à vítima. O funcionário ameaça alguém para ter uma vantagem .
- A ameaça pode ser:
A) explícita: deixa claro a providência que irá tomar para prejudicar outrem, como por exemplo
exigir dinheiro para não fechar uma empresa.
B) Implícita: A vítima fica amedrontada pelo simples fato de ser funcionário público, ele não fala o
que vai fazer.
- É necessário que o agente exija uma vantagem indevida esta deve ser uma vantagem patrimonial .
- Não é necessário que o funcionário esteja trabalhando no momento da exigência. O que é
necessário é que a exigência diga respeito à função pública e as represálias a ela se refiram.
- Se consuma no momento em que a exigência chega ao conhecimento da vítima, a obtenção da
vantagem é mero exaurimento.
- Mero exaurimento: É o que ocorre após a consumação e que não faz diferença nenhuma na hora
de analisar a consumação do crime.
- Quando um funcionário exige dinheiro e a vítima se compromete a entregar os valores em data
posterior, mas aciona as polícias que flagram o funcionário no dia em que iria receber o dinheiro,
temos crime consumado. O funcionário não é preso em flagrante porque o crime consumou na
exigência.
- A concussão é uma forma de coação praticada por funcionário público com abuso de autoridade,
ocorre uma ameaça que não pode ser grave. Caso o funcionário empregue violência contra a pessoa
ou grave ameaça para exigir dinheiro da vítima, responderá por tal crime. O emprego de violência
ou grave ameaça é circunstâncias do crime de extorsão, assim, se o funcionário público se utiliza
desse meio para obter vantagem indevida, comete o crime de extorsão e não de concussão.

Excesso de exação
→ O funcionário exige pagamento de tributo que sabe ser indevido, ou tributo devido e o
funcionário público usa de meio vexatório que a lei não autoriza. Pena reclusão de 3 a 8 anos e
multa.
- A expressão excesso de exação significa exagero indevido na cobrança de tributos ou
contribuições sociais.
- Modalidades:
A) O funcionário tem a ciência de que nada é devido pelo contribuinte, ou tem sérias razões para
supor que não existe dívida fiscal ou previdenciária, e ainda, assim efetua a cobrança.
B) Configure o crime uma cobrança feita em público de forma acintosa em alto tom por exemplo.
- Se consumo com a mera exigência ou utilização do meio vexatório, sendo desnecessário o efetivo
pagamento por parte do contribuinte.
- Qualificadora: Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu
indevidamente para recolher aos cofres públicos a pena é de 2 a 12 anos e multa.

Corrupção Passiva
→ Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
antes de assumir la, mas em razão dela, vantagem indevida ou aceitar promessa de tal vantagem
pena de 2 a 12 anos e multa.
- Tem 3 condutas típicas:
I- Solicitar: pedir funcionário público pede a vantagem indevida;
II – Receber: quando houver oferta, depende da ação do particular; entrar na posse;
III - Aceitar promessa : oferecida vantagem depende da ação do particular, concordar com a
proposta.
- A origem é para trazer um benefício, solicita para ajudar. Ex: Receber dinheiro para não multar.
- Não tem corrupção para a modalidade de pagar.
- O particular pratica corrupção ativa e o funcionário público corrupção passiva.
- A corrupção passiva pode ser:
A) Própria : Funcionário público solicita para fazer algo errado. Ex: oficial de justiça que recebe
dinheiro para não citar alguém.
B) Impropria: pede dinheiro para fazer algo que ele realmente deveria fazer. Ex : oficial de justiça
recebe dinheiro para citar alguém.
- Consuma se no momento em que o funcionário solicita recebe ou aceita a vantagem.
- A pena será aumentada em 1 / 3 se, em consequência da vantagem ou promessa indevida, o
funcionário público retarda ou deixa de praticar ato de ofício ou o pratica infringindo o dever
funcional. Se ele recebe o dinheiro e age para favorecer o pagador terá aumento de pena.
- A tentativa só é possível na mobilidade de solicitar e quando feita por escrito.
- Corrupção privilegiada: o funcionário público não visa a vantagem indevida ele pratica, retarda ou
deixa de praticar ato com infração de dever funcional cedendo a pedido ou influência de terceiro.
- A corrupção passiva privilegiada é crime material em razão da redação do dispositivo, assim só se
consuma quando o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda o ato de ofício. Não envolve
dinheiro, terceiro pede para o funcionário público fazer algo errado ou deixar de fazer algo certo.

Prevaricação
→ Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá - lo contra disposição
expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. Pena de 3 meses a 1 ano e multa.
- Retardar: faz indevidamente; Deixar de praticar: deixa de fazer algo; Praticar: realizar, levar a
efeito o ato.
- Tem dolo específico, oque faz o funcionário público agir assim é um interesse ou sentimento
pessoal. O funcionário beneficia alguém por ser seu amigo ou parente, ou prejudica uma pessoa por
ser seu desafeto.
- O MP tem que descrever na denúncia por prevaricação qual foi o interesse ou o sentimento pessoal
que levou o réu a agir ilicitamente.
→ Consumação: No exato instante em que o funcionário omite, retarda ou pratica o ato de ofício,
independentemente de qualquer resultado, não importa se ele ajudou ou prejudicou alguém.
→ A tentativa só é possível na modalidade comissiva, no agir.
→ Artigo 319 A : Deixar o diretor da penitenciária ou agente público de cumprir seu dever de vedar
ao preso o acesso ao aparelho telefônico de, rádio ou similar, que permita a comunicação com
outros presos ou com um ambiente externo, detenção de 3 meses a 1 ano.

Condescendência Criminosa
→ Deixar o funcionário, por camaradagem, de responsabilizar subordinado que cometeu infração
no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da
autoridade competente:Pena de 15 dias a um 1 ou multa.
- Tendo funcionário público, no exercício de suas funções, cometido infração administrativa ou
penal que deva ser objeto de apuração na esfera da administração, constituirá crime de omissão por
parte de seu superior hierárquico que, por clemência ou tolerância, deixe de tomar as providências a
fim de responsabilizá – lo.
→ Existe duas condutas:
A) Deixar o superior hierárquico de responsabilizar o funcionário autor da infração;
B) Deixar o superior hierárquico de levar o fato ao conhecimento da autoridade competente, quando
lhe falta de autoridade para punir o funcionário infrator.
- Sujeito ativo é o superior hierárquico que dolosamente se omite; e o sujeito passivo é o estado.
- A consumação se ocorre quando o superior toma conhecimento da infração e não promove de
imediato a responsabilização do infrator ou não comunica fato à autoridade competente. A tentativa
é inadmissível, pois trata de crime omissivo próprio.

Advocacia Administrativa
→ Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo -
se da qualidade de funcionário: Pena detenção de 1 a 3 meses ou multa.
→ Funcionário defende interesse particular na repartição.
- Se o interesse é ilegítimo a detenção é de 3 meses a 1 ano além da multa.
- O crime se configura quando um funcionário público, valendo- se de sua condição defende
interesse alheio, legítimo ou ilegítimo, perante a administração pública. Se o interesse for ilegítimo,
será aplicado qualificadora descrita no parágrafo único.
→ Sujeito ativo : Deve ser funcionário público, porém responde também pelo delito o particular que
o auxilia.

Violação de sigilo funcional


→ Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo ou
facilitar-lhe a revelação: Pena — detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não
constitui crime mais grave.
→ Resguardar o regular funcionamento da Administração Pública, que pode ser prejudicado pela
revelação de certos segredos.
→ A conduta de revelar segredo caracteriza-se quando o funcionário público intencionalmente dá
conhecimento de seu teor a terceiro, por escrito, verbalmente, mostrando documentos etc.
→ Já a conduta de facilitar, dá-se quando o funcionário, querendo que o fato chegue a
conhecimento de terceiro, adota determinado procedimento que torna a descoberta acessível a
outras pessoas.
→ O segredo a que se refere esse dispositivo é aquele cujo conhecimento é limitado a número
determinado de pessoas e cuja divulgação afronte o interesse público pelas consequências que
possam advir.
→ Sujeito ativo apenas o funcionário público que teve ciência do segredo em razão do cargo.
→ O crime admite a coautoria e também a participação de outro funcionário público ou de
particular que colabore para que a divulgação inicial ocorra
→ Consumação: no momento em que terceiro, funcionário público ou particular, que não podia
tomar conhecimento do segredo, dele toma ciência. Trata-se de crime formal, cuja caracterização
independe da ocorrência de prejuízo.
→ Figuras equiparadas: a Lei n. 9.983/2000 criou no § 1º do art. 325 algumas infrações penais
equiparadas, punindo com as mesmas penas do caput quem:
a) permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra
forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da
Administração Pública.
b) se utiliza, indevidamente, do acesso restrito a tais informações.
Figura qualificada: o § 2º do art. 325 estabelece uma qualificadora, prevendo pena de reclusão, de
dois a seis anos, e multa, se da ação ou omissão resultar dano à Administração ou a terceiro.

Dos crimes praticados por particular contra a administração


em geral
Resistência
→ Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para
executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: Pena — detenção, de dois meses a dois anos.

→ Resistência qualificada: Se o ato, em razão da resistência, não se executa: Pena — reclusão, de


um a três anos.
- Particular que ofende a administração publica.
- Embriaguez não exclui o crime.
→ Resistir : oposição à ordem através de violência ou grave ameaça, a mera oposição é a
desobediência.
→ Para caracterização do crime é preciso que o agente empregue violência ou grave ameaça com o
intuito de evitar a prática do ato funcional.
- Se forem empregados após a realização do ato haverá outro crime como: ameaça, lesão corporal e
etc. Isso ocorre porque o tipo de resistência exige que a violência ou ameaça sejam empregadas
contra a execução do ato.
→ A caracterização da resistência exige o emprego de:
a) Violência: agressão, esforço físico etc. O tipo refere-se à violência contra a pessoa do funcionário
público ou do terceiro que o auxilia.
- Eventual violência empregada contra coisa (viatura policial, por exemplo) caracteriza crime de
dano qualificado.
- Esforço físico já configura violência.
→ A chamada resistência passiva, ou seja, sem o emprego de violência ou ameaça não é crime.
→ b) Ameaça: ao contrário do que ocorre normalmente no Código Penal, a lei não exige que a
ameaça seja grave. Essa ameaça pode ser escrita ou verbal.
→ Consumação e figura qualificada: no momento em que for empregada a violência ou ameaça.
Trata-se de crime formal, pois, para a consumação, não se exige que o sujeito consiga impedir a
execução do ato.
→ Concurso de crimes: se da violência resulta lesão corporal ou morte, o sujeito responderá por
dois crimes.
Desobediência
→Desobedecer a ordem legal de funcionário público: Pena — detenção, de quinze dias a seis
meses, e multa.
→ Pode ser praticada por ação, quando a ordem determina uma omissão, ou por omissão, quando a
ordem determina uma ação.
→ Requisitos para a configuração do crime:

a) Deve haver uma ordem: significa determinação, mandamento. O não atendimento de mero
pedido ou solicitação não caracteriza o crime.
b) A ordem deve ser legal: material e formalmente. Pode até ser injusta, só não pode ser ilegal.
c) Deve ser emanada de funcionário público competente para proferi-la. Ex.: delegado de polícia
requisita informação bancária de um particular e o gerente do banco não atende. Não há crime, pois
o gerente só está obrigado a fornecer a informação se houver determinação judicial.
d) É necessário que o destinatário tenha o dever jurídico de cumprir a ordem.
→ Consumação: depende do conteúdo da ordem:
a) Se determina uma omissão, o crime se consuma no momento da ação.
b) Se determina uma ação, duas hipóteses podem ocorrer: se a ordem fixou um prazo para a ação, o
crime se consumará com a expiração desse prazo, mas, se a ordem não fixou qualquer prazo, o
crime estará consumado com o decurso de um tempo juridicamente relevante.

Desacato
→ Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:

Pena — detenção, de seis meses a dois anos, e multa.


O crime pode configurar-se em duas situações:
a) quando a ofensa for feita contra funcionário que está no exercício de suas funções, ou seja, que
está trabalhando (dentro ou fora da repartição);
b) quando for feita contra funcionário que está de folga, desde que se refira às suas funções.
Existem três correntes em torno de a embriaguez excluir a tipificação do crime de desacato:
a) Não, a embriaguez não exclui a imputabilidade penal.
b) Sim, pois o desacato exige dolo específico, consistente na intenção de humilhar, ofender, que é
incompatível com o estado de embriaguez. Trata-se de entendimento majoritário. De acordo com
essa corrente, o ébrio perde os freios inibitórios.
c) A embriaguez somente exclui o crime quando é completa, capaz de eliminar a capacidade
intelectual e volitiva do sujeito.

→ Consumação: no momento da ofensa .


Tráfico de Influência
→ Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a
pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função: Pena reclusão,
de dois a cinco anos, e multa.
→ A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada
ao funcionário.
→ Consumação: no exato momento em que o agente solicita, exige, cobra ou obtém a vantagem ou
promessa de vantagem.
→ Causa de aumento de pena: quando o agente diz ou dá a entender que a vantagem é também
endereçada ao funcionário, sua pena é aumentada em metade.

Corrupção Ativa
→ Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar,
omitir ou retardar ato de ofício: Pena — reclusão, de dois a doze anos, e multa.
- Particular que oferece a vantagem ou promete ao funcionário público.
→ Particular comete corrupção ativa e o funcionário corrupção passiva.

→ A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda


ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
→ Pune-se o particular que toma a iniciativa de oferecer ou prometer alguma vantagem indevida a
um funcionário público a fim de se beneficiar, em troca, com alguma ação ou omissão deste
funcionário.
- Na oferta, o agente coloca dinheiro ou valores à imediata disposição do funcionário. Ex.: estende a
mão com dinheiro a um policial que está prestes a autuá-lo por infração de trânsito. Na promessa, o
agente se compromete a entregar posteriormente a vantagem ao funcionário. Só existe corrupção
ativa quando a iniciativa é do particular.
→ É cabível a possibilidade da coexistência das duas formas de corrupção, em que o funcionário
recebe ou aceita a promessa de vantagem feita pelo particular.
→ Se os valores oferecidos forem devidos, o fato será atípico.
→ Para que exista a corrupção ativa, o sujeito, com a oferta ou promessa de vantagem, deve visar
que o funcionário:
a) Retarde ato de ofício; b) Omita ato de ofício; c) Pratique ato de ofício.
→ Consumação e causa de aumento de pena: quando a oferta ou a promessa chegam ao funcionário
público, ainda que ele não a aceite. Trata-se de crime formal. Se, entretanto, o funcionário público a
aceitar e, em razão da vantagem, retardar, omitir ou praticar ato infringindo dever funcional, a pena
da corrupção ativa será aumentada de um terço.

Contrabando e descaminho
→ Descaminho: não pagar imposto. Pena reclusão, de um a quatro anos.
→ Contrabando: Importar ou exportar mercadoria proibida: Pena reclusão, de dois a cinco anos.
→ O Superior Tribunal de Justiça passou a aplicar o princípio da insignificância para os crimes
tributários e de descaminho até o valor de R$ 20.000,00.
→ A importação não autorizada de cigarros ou de gasolina constitui crime de contrabando,
insuscetível de aplicação do princípio da insignificância.
- Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa. O funcionário público que facilite a conduta, entretanto,
responderá pelo crime de facilitação ao contrabando ou descaminho.

- Sujeito passivo: o Estado, representado pela União.


- Consumação: com a entrada ou saída da mercadoria do território nacional. Trata-se de crime
instantâneo de efeitos permanentes, e não de crime permanente.
- Causa de aumento de pena: a pena será aplicada em dobro quando o contrabando ou descaminho
for praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial.
- Figuras equiparadas ao descaminho: Incorre na mesma pena quem:
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei;
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho;
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio
ou alheio.
- Figuras equiparadas ao contrabando: Incorre na mesma pena quem:
I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando;
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de registro, análise ou
autorização de órgão público competente;
III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação;

DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA


→ Conduta de alguém que denuncia outrem imputando lhe crime mas este crime é falso, atribuição
ou falso crime. Administração instaura inquérito. É um crime genérico, qualquer um pratica. Tem
que estar ciente que a pessoa é inocente e quer prejudicar.
→ Reclusão, de dois a oito anos, e multa.

- A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto.

- A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.

→ Dar causa significa provocar, dar início a um inquérito policial, um inquérito civil ou uma ação
de improbidade administrativa contra alguém. Só houve porque teve a denúncia.

- A imputação deve ser feita contra pessoa determinada (ex.: o autor do crime é o irmão mais velho
de fulano). Sem isso, o crime será o de comunicação falsa de crime ou contravenção.
→ Se o agente narrar um fato típico à autoridade, mas disser que o denunciado agiu acobertado por
alguma excludente de ilicitude ou abrangido por alguma escusa absolutória, não haverá crime de
denunciação caluniosa. ( legítima defesa).

→ A consumação pode ocorrer de duas formas:

a) fato verdadeiro e denuncia de autoria falsa;

b) Fato e autoria falso.

→ A iniciativa deve ser exclusiva do denunciante. Assim, se ele faz a acusação em razão de
questionamento de outrem, não existe o crime.

→ O sujeito ativo é chamado de denunciante.

- Advogado pode ser responsabilizado por crime de denunciação caluniosa se ficar evidenciado que
tinha ciência da falsidade da imputação de seu cliente contra o denunciado, mas mesmo assim
apresentou uma queixa-crime, por exemplo.

- O órgão do Ministério Público, quando oferece denúncia contra pessoa que sabe ser inocente,
comete crime de denunciação caluniosa.

A Lei de Abuso de Autoridade


→ Requisitar instauração ou instaurar procedimento investigatório de infração penal ou
administrativa, em desfavor de alguém, à falta de qualquer indício ( Instaura sem ter elemento
mínimo para conduzir a ação )da prática de crime, de ilícito funcional ou de infração administrativa:
Pena detenção, de 6 meses a 2 anos, e multa.
→ Se fundamenta através do princípio da especialidade, mas questionado em razão do crime
específico (abuso de autoridade) ter pena menor que o crime de denunciação caluniosa.
Formalização quando o inquérito for instaurado.
→ Causas de aumento de pena: a pena da denunciação caluniosa será aumentada em um sexto, se o
agente se servir do anonimato ou de nome falso para a prática do delito.
→ Denunciação caluniosa privilegiada é aquela em que a imputação falsa é de contravenção
porque, em tal caso, a pena é reduzida pela metade.

Comunicação falsa de crime ou de contravenção


→ Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que
sabe não se ter verificado: Pena detenção, de um a seis meses, ou multa.
→ Dar causa, ocasionar uma investigação por parte dela. A comunicação falsa pode ser cometida
por qualquer meio: escrito, oral, anonimamente ou não etc.

→ O tipo exige que a imputação seja feita à autoridade, que, normalmente, é a autoridade policial.

→ Crime de contravenção não pode estar prescrito.

→ agente tenha pleno conhecimento de que o fato não ocorreu


- não se configura o crime quando o agente se limita a comunicar ilícito penal diverso do que
realmente ocorreu, desde que o fato comunicado e o realmente ocorrido sejam crimes da mesma
natureza. Ex.: comunicar roubo quando ocorreu furto.

- Haverá o delito, entretanto, se o fato comunicado for de natureza diversa. Ex.: comunicar estupro
quando o crime foi o de roubo. Se souber que mentiu responde pela comunicação falsa.

→ Consumação quando a autoridade realiza uma ação qualquer em razão da comunicação a


infração apenas se consuma quando a autoridade toma providência em razão dela porque o tipo
descreve a conduta de provocar a ação de autoridade não bastando portanto a mera comunicação.

→ Tentativa: é possível. Assim, se o agente comunicar infração penal inexistente e a autoridade não
iniciar qualquer investigação, por circunstâncias alheias à vontade do agente, haverá mera tentativa.

Fausto testemunho ou falsa perícia


→ Fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade como testemunha, tradutor ou intérprete em
processo judicial, inquérito policial ou em juízo arbitral. Pena reclusão de 2 a 4 anos e multa. Zera
quando a pessoa se retrata .
- Evitar que a prestação jurisdicional seja prejudicada por falsos depoimentos ou falsas perícias.

→ As condutas incriminadas são:

a) fazer afirmação falsa: significa afirmar inverdade. É a chamada falsidade positiva;

b) negar a verdade (conduta comissiva): o sujeito diz não ter visto o que, em verdade, viu. É
conhecida como falsidade negativa;

c) calar a verdade (conduta omissiva): silenciar a respeito do que sabe. Esta figura é chamada de
falsidade omissiva ou reticência.
→ Para que ocorra o crime de falso testemunho a falsidade deve referir se a assunto discutido nos
autos, por exemplo quando a testemunha nega ter visto o réu matar a vítima, quando na realidade
presenciou o homicídio.
- Não há falso testemunho por parte daquele que presencia um roubo em o bar e narra o delito
corretamente ao juiz, mas diz que estava bebendo com os amigos quando, em verdade estava com a
amante.
→ Se a testemunha mente por estar sendo ameaçada de morte ou de algum outro mal grave, não
responde pelo falso testemunho, o autor da ameaça que responde por crime de coação no curso do
processo. A vítima não é considerada testemunha e portanto não comete falso testemunho.
→ Antes de serem ouvidas, as testemunhas devem fazer, “sob palavra de honra”, a promessa de
dizer a verdade se duas pessoas mentirem em uma audiência, haverá dois crimes autônomos.

→ Consumação: quando se encerra o depoimento.

→ A falsa perícia se consuma quando o laudo é entregue.

→ Tentativa: há divergência a respeito. Ex.: audiência interrompida durante depoimento mendaz,


por falta de energia elétrica.
→ As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou se
cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo
civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta.

→ Retratação: é na fase em que cometeu o crime. o fato deixa de ser punível se, antes da sentença
no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade”.

Coação no curso do processo


→Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra
autoridade, parte ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo
judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral: Pena reclusão, de um a quatro anos, e
multa, além da pena correspondente à violência.
→ tem por finalidade punir o sujeito que, visando o seu próprio benefício ou de outrem, emprega
violência física ou grave ameaça contra qualquer pessoa que funciona ou intervenha em um dos
procedimentos elencados no tipo penal.
→ É necessário que o agente pretenda intimidar a vítima a fim de que esta, amedrontada, de algum
modo o favoreça ou a terceiro em um dos procedimentos mencionados no tipo penal. Ex.: o réu que
procura uma testemunha de acusação e a ameaça para que preste depoimento a ele favorável.
→ Se a vítima ou testemunha já prestou o depoimento judicial desfavorável, e o réu ou algum
amigo ou familiar, por vingança, a procura e diz que irá matá-la, comete crime de ameaça.
- Consumação: no momento do emprego da violência ou grave ameaça, independentemente do êxito
em relação ao fim visado pelo agente.
- A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até a metade se o processo envolver crime contra a dignidade
sexual.

- Concurso de crimes: a lei prevê pena de reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena
correspondente à violência.

Exercício arbitrário das próprias razões.


→ Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei
o permite: Pena detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à

violência. Se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa .


→ Quando alguém tem um direito ou julga tê-lo por razões convincentes e a outra parte envolvida
se recusa a cumprir a obrigação, o prejudicado deve procurar o Poder Judiciário para que o seu
direito seja reconhecido e a pretensão seja satisfeita.

→ É pressuposto do crime que a pretensão do agente, pelo menos em tese, possa ser satisfeita pelo
Judiciário, vale dizer, é necessário que exista alguma espécie de ação judicial apta a satisfazê-la.

→ Se consuma no momento em que o agente empregar meio executório.


Favorecimento pessoal
→ Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada pena de
reclusão: Pena detenção, de um a seis meses, e multa. (ajudar alguém a se esconder).

→ Se ao crime não é cominada pena de reclusão: Pena detenção, de quinze dias a três meses, e
multa.

→ Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento
de pena.( porque tem laços sanguíneos)

→ O auxílio ao criminoso pode ser prestado por qualquer forma:

a) Ajudar na fuga, emprestando carro ou dinheiro ou, ainda, por qualquer outro modo. Tal ajuda,
entretanto, pressupõe que o autor do crime anterior esteja solto, pois, se estiver preso, o auxílio
constitui crime de facilitação de fuga de pessoa presa

b) Esconder a pessoa em algum lugar para que não seja encontrada.

c) Enganar a autoridade, dando informações falsas acerca do paradeiro do autor do delito.

d) Efetuar remessas de dinheiro para que a pessoa foragida possa se manter escondida.

Favorecimento Real
→ Prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar
seguro o proveito do crime: Pena detenção, de um a seis meses, e multa. ( ocultar aquilo que ele
alcançou).

→ A hipótese mais comum consiste em esconder o produto do crime para que o autor do delito
venha buscá-lo posteriormente.

→ Para a configuração do delito o auxílio deve ser destinado a tornar seguro o proveito do crime.
Tem que saber da origem ilícita.

→ É possível a existência de favorecimento real consumado mesmo que o crime antecedente seja
tentado. Ex.: A recebe dinheiro para matar B. A atira contra B, que não morre. O crime de homicídio
qualificado ficou na esfera da tentativa, mas C, que guardou o dinheiro para A, cometeu
favorecimento real.

→ O tipo penal também exclui o crime de favorecimento real quando o agente tiver praticado
receptação.

→ A principal diferença entre a receptação e o favorecimento real consiste no fato de que, no


favorecimento, o agente visa auxiliar única e exclusivamente o autor do crime antecedente,
enquanto na receptação o sujeito visa seu próprio proveito ou o proveito de terceiro.

→ Consumação: no instante em que o agente presta o auxílio.

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