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DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O Título XI, que é o último do Código Penal, possui cinco capítulos:

I – crimes praticados por funcionário público contra a administração em


geral ( arts. 312 a 327);
II – crimes praticados por particular contra a administração em geral (arts.
312 a 327);
III – crimes contra a Administração da Justiça (arts. 338 a 359);
IV – crimes contra as finanças públicas (arts. 359-A a 359-H).

INTRODUÇÃO
Os delitos previstos neste capítulo só podem ser praticados de forma
direta por funcionário público, daí serem chamados de crimes funcionais.
Dentro da classificação geral dos delitos, os crimes funcionais estão
inseridos na categoria dos crimes próprios, porque a lei exige uma
característica específica no sujeito ativo, ou seja, ser funcionário público.
Os crimes funcionais, por sua vez, admitem outras formas de classificação,
cujos nomes adotados pela doutrina parecem confundir-se com a
mencionada no parágrafo anterior. Trata-se, entretanto, de subdivisão feita
apenas entre os crimes funcionais:
a) Crimes funcionais próprios. São aqueles cuja exclusão da
qualidade de funcionário público torna o fato atípico (atipicidade absoluta).
Ex. prevaricação- provado que o sujeito ativo não é funcionário público, o
fato torna-se atípico.
b) Crimes funcionais impróprios. Excluindo-se a qualidade de
funcionário público haverá desclassificação para crime de outra
natureza(atipicidade relativa). Ex. Peculato – se provado que a pessoa não é
funcionário público, desclassifica-se para furto ou apropriação indébita.

È possível que pessoa que não seja funcionário público responda por
crime funcional? Sim, como coautora ou partícipe. Isso porque o art. 30 do
Código Penal diz que as circunstâncias de caráter pessoal, quando
elementar do crime, comunicam-se a todas as pessoas que nele se
envolvam. Ora, ser funcionário público (que é uma condição pessoal)
constitui elementar de todos os crimes funcionais e, dessa forma,
comunica-se às demais pessoas que não possuam essa qualidade, mas que
tenham cometido crime funcional juntamente com um funcionário público.
Ex. funcionário público e não funcionário público furtam bens do
Estado. Ambos responderão por Peculato.
O funcionário Público é denominado intraneus.
O não funcionário é denominado extraneus.

DICA: Em geral, não se admite a adoção do princípio da insignificância nos


crimes contra a Administração Pública. Inclusive, sobre o tema, o STJ editou
a Súmula 599: “O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra
a Administração Pública.” No entanto, tenha em mente que o STF, em
algumas situações, que serão especificadas, já admitiu a aplicação desse
princípio.

DICA: Conceito de funcionário público


Antes de dar início ao estudo de cada crime, é essencial abordar o conceito
de funcionário público para fins penais, previsto no art. 327 do CP:
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem,
embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego
ou função pública.
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou
função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora
de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da
Administração Pública.
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes
previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de
função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta,
sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo
poder público.
Inicialmente, ressalte-se que o art. 327 é uma norma penal interpretativa,
pois esclarece o conteúdo e o significado de outras normas penais. Na
verdade, o conceito de funcionário público, para fins penais, é bem mais
amplo que o conceito estudado no Direito Administrativo.

Atenção! Não confunda função pública com munus público, isto é, os


encargos públicos atribuídos por lei a algumas pessoas, tais como os
tutores, curadores e inventariantes judiciais. Nesse caso, o agente não é
considerado funcionário público.

DICA: Funções de interesse público que tem natureza privada, portanto


quem as exercer não será funcionário público. Ex. Depositário judicial.

Informativo 623 do STJ: PECULATO * Depositário judicial que vende os bens


não pratica peculato.
Dos crimes praticados por funcionário público contra a Administração
em geral
.
O capítulo I do título XI trata dos crimes funcionais, ou seja, dos delitos
praticados por funcionário público contra a Administração em geral. São
delitos de elevada gravidade e de incalculável extensão. Nada obstante
ofendam diretamente os interesses da Administração Pública, reflexamente
são prejudicadas inúmeras pessoas, especialmente aquelas economicamente
menos favorecidas, e, por este motivo, mais dependentes do Poder Público.

PECULATO-Artigo 312

Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou


qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse
em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não
tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que
seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade
que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
Peculato culposo
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à
sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz
de metade a pena imposta.

1. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Crime Próprio no que diz respeito ao sujeito ativo(pois somente o


funcionário público pode praticá-lo) e comum quanto ao sujeito
passivo(uma vez que não somente a Administração Pública pode figurar
nessa condição, como qualquer pessoa que tenha sido prejudicada com o
comportamento praticado pelo sujeito ativo); doloso e culposo(haja visto
que o §2° do artigo 312 do Código Penal prevê a modalidade culposa do
peculato); comissivo(podendo, no entanto, ser praticado via omissão
imprópria, nos termos do artigo 13§2°, do Código Penal); material; de
forma livre; instantâneo; monossubjetivo; plurissubsistente;
transeunte( como regra, pois em algumas situações será possível a
realização de prova pericial).

2.SUJEITO ATIVO E PASSIVO

Crime Próprio, o peculato exige que o sujeito ativo seja funcionário


público, ressalvando-se, contudo, a possibilidade de o particular também
poder figurar nessa condição, em virtude da norma constante do art.30 do
Código Penal.
O sujeito passivo é o Estado, bem como a pessoa física ou jurídica
diretamente prejudicada com a conduta praticada pelo sujeito ativo.

Atenção! Observações sobre o sujeito ativo:


i) Se o agente não é funcionário público, e sim um usurpador, responde por
furto ou estelionato, em concurso material com usurpação de função
pública (art. 328, CP).
ii) Se o sujeito, apesar de nomeado e investido em suas funções, foi
nomeado ilegal ou irregularmente, será considerado funcionário público
para fins penais até que sua nomeação seja anulada.

3.OBJETO MATERIAL E BEM JURIDICAMENTE PROTEGIDO

A Administração Pública é o bem juridicamente protegido pelo tipo


penal que prevê o peculato.
O objeto material é o dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,
público ou particular.
4.CONSUMAÇÃO E TENTATIVA.

No peculato-apropriação o delito se consuma quando o agente


inverte a posse, agindo como se fosse dono, praticando qualquer dos
comportamentos já mencionados quando do estuda da infração penal
tipificada no artigo 168 do Código Penal; no que diz respeito ao peculato-
desvio, seu momento consumativo ocorre quando o agente, segundo
Noronha, “ dá a coisa destino diverso, quando a emprega em fins outros
que não o próprio ou regular, agindo em proveito dele mesmo ou de
terceiro”; já no peculato-furto, ocorre a consumação quando o agente
consegue levar a efeito a subtração do dinheiro, valor ou bem, desde que
mantenha a posse tranqüila sobre a coisa, mesmo que por curto espaço
tempo, tal como ocorre com a consumação do delito de furto.
Tratando-se de delitos plurissubsistentes, será possível o raciocínio
relativo a tentativa, desde que, na hipótese concreta, exista a possibilidade
de fracionamento do inter criminis.

5.ELEMENTO SUBJETIVO

Os delitos de peculato-apropriação, peculato-desvio e peculato-furto


podem ser praticados dolosamente, devendo o funcionário público atuar no
sentido de levar a efeito a apropriação, o desvio ou a subtração do dinheiro,
valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular.
Existe previsão para a modalidade de natureza culposa, conforme se
verifica no § 2° do art. 312 do Código Penal Brasileiro. Ex. Policial que
deixa o carro ligado e vai na farmácia comprar um remédio, nesse
intervalo um terceiro subtrai o veículo.

6. MODALIDADES COMISSIVA E OMISSIVA.


Os núcleos constantes do art. 312, caput e § 1° pressupõem um
comportamento comissivo. No entanto, será possível a prática do delito via
omissão imprópria quando o agente, garantidor, dolosa ou culposamente,
nada fizer para impedir a prática de qualquer dos comportamentos
previstos pelo tipo penal em estudo.

7. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
Se o funcionário público que concorre culposamente para o crime de
outrem vier a reparar o dano até a sentença irrecorrível, será extinta a
punibilidade, se a reparação lhe for posterior, a pena será reduzida de
metade, nos termos preconizados pelo §3° do art. 312 do Código Penal.

8. DESTAQUES.

8.1 PECULATO DE USO


Tal como ocorre com os delitos de apropriação indébita e furto, não
se pune o chamado peculato de uso, podendo, no entanto, ser o agente
responsabilizado por um ilícito de natureza administrativa, que poderá
trazer como conseqüência uma sanção da mesma natureza.
Poderá, no entanto, se configurar em ato de improbidade
administrativa, a exemplo do que ocorre com o inciso IVdo artigo 9º da Lei
n° 8.429/92.
O uso de bens, rendas ou serviços públicos configura-se, no entanto,
em crime de responsabilidade, quando o sujeito ativo for prefeito, nos
termos do inciso II do artigo 1º do Decreto Lei nº 201/67
PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM-Artigo 313

Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício


do cargo, recebeu por erro de outrem:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
1. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Crime Próprio no que diz respeito ao sujeito ativo(pois somente o


funcionário público pode praticá-lo) e comum quanto ao sujeito
passivo(uma vez que não somente a Administração Pública pode figurar
nessa condição, como qualquer pessoa que tenha sido prejudicada com o
comportamento praticado pelo sujeito ativo); doloso; comissivo(podendo,
no entanto, ser praticado via omissão imprópria, nos termos do artigo
13§2°, do Código Penal); material; de forma livre; instantâneo;
monossubjetivo; plurissubsistente; transeunte( como regra, pois em
algumas situações será possível a realização de prova pericial).

2.SUJEITO ATIVO E PASSIVO

Crime Próprio, o peculato mediante erro de outrem exige que o


sujeito ativo seja funcionário público.
O sujeito passivo é o Estado, bem como a pessoa física ou jurídica
diretamente prejudicada com a conduta praticada pelo sujeito ativo.

3.OBJETO MATERIAL E BEM JURIDICAMENTE PROTEGIDO

A Administração Pública é o bem juridicamente protegido pelo tipo


penal que prevê o peculato mediante erro de outrem.
O objeto material é o dinheiro, valor ou qualquer outra utilidade de
que tenha se apropriado o funcionário público, que o recebeu por erro de
outrem, no exercício do cargo.

4.CONSUMAÇÃO E TENTATIVA.
O delito se consuma quando o agente, efetivamente, se apropria de
dinheiro ou utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de
outrem, ou, vale dizer, quando o agente, após receber o objeto material,
atua com animus rem sibi habendi, agindo como se fosse dono.
Tratando-se de crime plurissubsistente, será possível o raciocínio
correspondente à tentativa.

5.ELEMENTO SUBJETIVO

O dolo é o elemento subjetivo exigido pelo tipo penal que prevê o


delito de peculato mediante erro de outrem, não havendo previsão para a
modalidade de natureza culposa.
Assim, a conduta do agente deve ser dirigida finalisticamente no
sentido de se apropriar do dinheiro ou qualquer utilidade, induzindo ou
mantendo a vítima em erro.

6. MODALIDADES COMISSIVA E OMISSIVA.


O núcleo apropriar pressupõe um comportamento por parte do
agente. No entanto, será possível a prática do delito via omissão imprópria
quando o agente, garantidor, dolosamente, nada fizer para impedir a prática
do delito em estudo, por ele devendo responder nos termos preconizados
pelo art. 13, §2°, do Código Penal.

7. PENA, AÇÃO PENAL E SUSPENSÃO CONDICIONAL DO


PROCESSO.

INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA DE


INFORMAÇÕES-Artigo 313-A
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção
de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos
sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública
com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para
causar dano:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

1. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Crime Próprio no que diz respeito ao sujeito ativo(pois somente o


funcionário público pode praticá-lo) e comum quanto ao sujeito
passivo(uma vez que não somente a Administração Pública pode figurar
nessa condição, como qualquer pessoa que tenha sido prejudicada com o
comportamento praticado pelo sujeito ativo); doloso; comissivo(podendo,
no entanto, ser praticado via omissão imprópria, nos termos do artigo
13§2°, do Código Penal); formal; de forma livre; instantâneo;
monossubjetivo; plurissubsistente; não transeunte.

2.SUJEITO ATIVO E PASSIVO

Crime Próprio, somente o funcionário público autorizado pode


figurar como sujeito ativo do delito de inserção de dados falsos em
sistemas de informações, tipificado no art. 313-A do Código Penal. Note-
se, como dissemos, que a lei exige alem da qualidade de funcionário
público, seja ele autorizado, isto é, tenha acesso, por meio de senha ou
outro comando, a uma área restrita, não aberta a outros funcionários
públicos, tampouco, ao público em geral.
O sujeito passivo é o Estado, bem com a pessoa física ou jurídica
diretamente prejudicada com a conduta praticada pelo sujeito ativo.

3.OBJETO MATERIAL E BEM JURIDICAMENTE PROTEGIDO


A Administração Pública é o bem juridicamente protegido pelo tipo
penal que prevê o delito de inserção de dados falsos em sistema de
informações, especificamente no que diz respeito à proteção das
informações constantes de seus sistemas informatizadas ou banco de dados.
O objeto material do delito em estudo são os dados, falsos ou mesmo
verdadeiros, constantes de sistemas informatizados ou banco de dados.

4.CONSUMAÇÃO E TENTATIVA.

O delito se consuma quando o agente, efetivamente, insere, ou


facilita que terceiro insira dados falsos, ou quando altera ou exclui
indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou banco de
dados da Administração Pública com a finalidade de obter vantagem
indevida para si ou para outrem ou para causar dano, não sendo necessária
a ocorrência desses resultados para efeitos de reconhecimento da
consumação, sendo, pois, considerados como mero exaurimento do crime,
que terão influência no momento da fixação da pena.
Tratando-se de crime plurissubsistente, será possível o raciocínio
correspondente à tentativa.

5.ELEMENTO SUBJETIVO

O dolo é o elemento subjetivo exigido pelo tipo penal que prevê o


delito de inserção de dados falsos em sistema de informações, não havendo
previsão para a modalidade de natureza culposa.

6. MODALIDADES COMISSIVA E OMISSIVA.


Os núcleos inserir, facilitar a inserção, alterar e excluir pressupõem
um comportamento comissivo por parte do agente. No entanto, o delito
poderá ser praticado via omissão imprópria quando o agente, garantidor,
dolosamente, podendo, nada fizer para impedir a prática do delito em
estudo, por ele devendo responder nos termos preconizados pelo art. 13,
§2°, do Código Penal.

7. PENA E AÇÃO PENAL.

MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE


SISTEMA DE INFORMAÇÕES-Artigo 313-B

Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou


programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade
competente: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se
da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública
ou para o administrado.

1. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Crime Próprio no que diz respeito ao sujeito ativo (pois somente o


funcionário público pode praticá-lo) e comum quanto ao sujeito passivo
(uma vez que não somente a Administração Pública pode figurar nessa
condição, como qualquer pessoa que tenha sido prejudicada com o
comportamento praticado pelo sujeito ativo); doloso; comissivo(podendo,
no entanto, ser praticado via omissão imprópria, nos termos do artigo
13§2°, do Código Penal); formal; de forma livre; instantâneo;
monossubjetivo; plurissubsistente; não transeunte.

2.SUJEITO ATIVO E PASSIVO


Crime Próprio, somente o funcionário público autorizado pode
figurar como sujeito ativo do delito de modificação ou alteração não
autorizada de sistema de informações, tipificado no art. 313-B do Código
Penal.
O sujeito passivo é o Estado, bem com a pessoa física ou jurídica
diretamente prejudicada com a conduta praticada pelo sujeito ativo.

3.OBJETO MATERIAL E BEM JURIDICAMENTE PROTEGIDO

A Administração Pública é o bem juridicamente protegido pelo tipo


penal que prevê o delito de modificação ou alteração não autorizada de
sistema de informações.
O objeto material do delito em estudo é o sistema de informações ou
o programa de informática modificado ou alterado pelo funcionário publico
sem que, para tanto, tenha havido autorização ou solicitação da autoridade
competente.

4.CONSUMAÇÃO E TENTATIVA.

O delito se consuma quando o agente, efetivamente, modifica ou


altera sistema de informações ou programa de informática sem autorização
ou solicitação de autoridade competente.
Tratando-se de crime plurissubsistente, será possível o raciocínio
correspondente à tentativa.

5.ELEMENTO SUBJETIVO
O dolo é o elemento subjetivo exigido pelo tipo penal que prevê o
delito de modificação ou alteração não autorizada de sistema de
informações, não havendo previsão para a modalidade de natureza culposa.

6. MODALIDADES COMISSIVA E OMISSIVA.


Os núcleos modificar e alterar pressupõem um comportamento
comissivo por parte do agente. No entanto, o delito poderá ser praticado via
omissão imprópria quando o agente, garantidor, dolosamente, podendo,
nada fizer para impedir a prática do delito em estudo, por ele devendo
responder nos termos preconizados pelo art. 13, §2°, do Código Penal.

7. PENA, COMPETÊNCIA PARA O JULGAMENTO, SUSPENSÃO


CONDICIONAL DO PROCESSO E AÇÃO PENAL.

8. Espécies de peculato (funcionário público pratica):

Peculato Apropriar-se de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,


apropriação público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo.
312, caput, 1ª ATENÇÃO: Posse anterior e lícita / Dolo posterior.
parte
Peculato furto Não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre
312, § 1º para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de
sua condição de funcionário.
ATENÇÃO: Não tem a posse anterior da coisa e valeu-se da sua
condição.Dolo anterior.
Para o STJ é crime material.
Peculato desvio Desviar em proveito próprio ou alheio dinheiro, valor ou qualquer
Art. 312, caput, outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão
2ª parte do cargo.
ATENÇÃO: Posse anterior e lícita/Dolo posterior.
Peculato Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do
estelionato cargo, recebeu por erro de outrem./ Dolo posterior à chegada da
Art. 313 coisa.
ATENÇÃO: Recebeu por erro de outrem.
Peculato Concorre culposamente para o crime de outrem
culposo ATENÇÃO: Violação ao dever objetivo de cuidado
Art. 312, §§ 2º
e 3º do CP.
Peculato Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados
inserção dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas
falsos – sistema informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o
de informação fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para
Art. 313-A causar dano
Peculato Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou
modificação ou programa de informática sem autorização ou solicitação de
alteração não autoridade competente:
autorizada de
sistema de
informações
Art. 313-B

ESTUDO DIRIGIDO
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
PROF: AFONSO JR

1) Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Campinas -


SP Prova: VUNESP - 2019 - Prefeitura de Campinas - SP - Engenheiro
Civil

“Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer


outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão
do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio” é o texto do
crime praticado por funcionário público contra a administração em
geral denominado

a) prevaricação.
b) concussão.
c) peculato.
d) corrupção passiva.
e) excesso de exação.

2) Ano: 2019 Banca: Prefeitura de Rondonópolis - MT Órgão:


Prefeitura de Rondonópolis - MT Prova: Prefeitura de Rondonópolis -
MT - 2019 - Prefeitura de Rondonópolis - MT - Procurador Jurídico
Analise a seguinte situação hipotética:

Prudente, servidor ocupante do cargo de Procurador Jurídico de


Rondonópolis-MT, foi intimado para se manifestar sobre a nomeação
de bens à penhora em execução fiscal proposta pelo Município . Em
contato com a parte executada, exigiu dela determinada quantia em
dinheiro, alegando necessidade financeira de seus familiares, para não
se opor à penhora dos bens nomeados.

De acordo com a lei penal, a conduta praticada por Prudente é


enquadrada no crime de

a) extorsão qualificada.
b) concussão.
c) corrupção passiva.
d) peculato.
3) Ano: 2019 Banca: FGR Órgão: Prefeitura de Belo Horizonte -
MG Prova: FGR - 2019 - Prefeitura de Belo Horizonte - MG - Guarda
Civil Municipal João é servidor da Guarda Civil Municipal e ao fazer
uma atividade ostensiva fez apreensão de uma quantia advinda de um
crime, mas não repassou à administração pública para os devidos fins,
vindo a apropriar-se dessa quantia, sob a alegação de que estava
precisando de referida quantia. Sobre o tipo de crime praticado pelo
servidor, marque a alternativa CORRETA.

a) Concussão.
b) Descaminho.
c) Peculato.
d) Corrupção passiva.

4) Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: UNIFAI Prova: VUNESP -


2019 - UNIFAI - Procurador Jurídico No que concerne ao peculato, é
correto afirmar que, se o funcionário público concorre culposamente
para o crime de outrem,

a) fica sujeito a pena de detenção.


b) fica sujeito a pena de reclusão e multa.
c) a reparação do dano ocorrida depois do trânsito em julgado de
sentença condenatória não tem qualquer consequência penal.
d) a reparação do dano ocorrida antes do trânsito em julgado de
sentença condenatória reduz de metade a pena imposta.
e) a conduta é considerada atípica, por não haver expressa previsão
legal para punição por crime culposo.

5) Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Arujá - SP


Prova: VUNESP - 2019 - Prefeitura de Arujá - SP - Encarregado de
Cadastro Imobiliário

José, funcionário público municipal, responsável pelo banco de dados


eletrônico da dívida ativa, excluiu todas as certidões da dívida ativa
que existiam em nome da empresa “Boa Viagem”, de propriedade de
sua amiga íntima. A conduta de José pode ser tipificada como:

a) peculato.
b) modificação ou alteração não autorizada de sistema de
informações.
c) inserção de dados falsos em sistema de informações.
d) extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento.
e) condescendência criminosa.

6) Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Valinhos - SP


Prova: VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Guarda Civil
Municipal – SSPC

Segundo o Código Penal, o peculato é um tipo de crime

a) de falsidade documental.
b) contra o patrimônio.
c) contra a Administração Pública.
d) contra a fé pública.
e) contra a pessoa.

7) Ano: 2016 Banca: Quadrix Órgão: CRO - PR Provas: Quadrix -


2016 - CRO - PR - Procurador Jurídico

Nos termos do Código Penal, nos casos de peculato na modalidade


culposa, a reparação do dano pode configurar hipótese de:

a) Extinção da tipicidade.
b) Extinção da punibilidade.
c) Excludente de culpabilidade.
d) Excludente de ilicitude.
e) Excludente de responsabilidade.

GABARITO
1-C
2-B
3-C
4-A
5-C
6-C
7-B

EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU


DOCUMENTO-Artigo 314
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que
tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou
parcialmente:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais
grave.
1. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Crime Próprio no que diz respeito ao sujeito ativo (pois somente o


funcionário público pode praticá-lo) e comum quanto ao sujeito passivo
(uma vez que não somente a Administração Pública pode figurar nessa
condição, como qualquer pessoa que tenha sido prejudicada com o
comportamento praticado pelo sujeito ativo); doloso; comissivo quando o
agente praticar os comportamentos de extraviar e inutilizar (podendo,
nesses casos, ser praticado via omissão imprópria, nos termos do artigo 13§
2°, do Código Penal) e omissivo no que diz respeito à conduta de sonegar,
de forma livre; instantâneo; monossubjetivo; plurissubsistente; transeunte
(como regra).

2.SUJEITO ATIVO E PASSIVO

Crime Próprio, somente o funcionário público pode ser sujeito ativo


do delito de extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento,
tipificado no artigo 314 do Código Penal.
O sujeito passivo é o Estado, bem com a pessoa física ou jurídica
diretamente prejudicada com a conduta praticada pelo sujeito ativo.

3.OBJETO MATERIAL E BEM JURIDICAMENTE PROTEGIDO


A Administração Pública é o bem juridicamente protegido pelo tipo
penal que prevê o delito de extravio, sonegação ou inutilização de livro ou
documento..
O objeto material do delito é o livro oficial ou documento.

4.CONSUMAÇÃO E TENTATIVA.

O delito se consuma quando o agente, efetivamente, extravia livro


oficial ou documento, de que tem a guarda em razão do cargo, ou quando
os sonega ou os inutiliza, total ou parcialmente.
Tratando-se de crime plurissubsistente, será possível o raciocínio
correspondente à tentativa.

5.ELEMENTO SUBJETIVO

O dolo é o elemento subjetivo exigido pelo tipo penal que prevê o


delito de extravio, inutilização de livro ou documento, não havendo
previsão para a modalidade de natureza culposa.

6. MODALIDADES COMISSIVA E OMISSIVA.


Os núcleos extraviar e inutilizar pressupõem um comportamento
comissivo por parte do agente; ao contrário, o verbo sonegar nos permite
raciocinar com a chamada omissão própria.

7. PENA, COMPETÊNCIA PARA O JULGAMENTO, SUSPENSÃO


CONDICIONAL DO PROCESSO E AÇÃO PENAL.
EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS OU RENDAS PÚBLICAS-
Artigo 315

Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da


estabelecida em lei:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
1. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Crime Próprio no que diz respeito ao sujeito ativo (pois somente o


funcionário público pode praticá-lo) e comum quanto ao sujeito passivo
(uma vez que não somente a Administração Pública pode figurar nessa
condição, como qualquer pessoa que tenha sido prejudicada com o
comportamento praticado pelo sujeito ativo); doloso; comissivo (podendo,
no entanto ser praticado via omissão imprópria, nos termos do art. 13§º2,
do Código Penal); de forma livre; instantâneo; monossubjetivo;
plurissubsistente; transeunte (podendo, dependendo do caso concreto, ser
procedido de perícia para efeitos de constatação da infração penal, quando,
então, poderá ser considerado não transeunte).

2.SUJEITO ATIVO E PASSIVO

Crime Próprio, somente o funcionário público pode ser sujeito ativo


do delito de emprego irregular de verbas ou rendas públicas, tipificado no
art. 315 do Código Penal, devendo o mencionado funcionário ter o poder
para gerir, administrar as verbas ou rendas públicas, sendo, portanto, o
responsável pelo seu emprego nos moldes determinados pela lei, a
exemplo do que ocorre com o Presidente da República, Ministros de
Estado, Governadores, Secretários de Estado, enfim, qualquer daquelas
pessoas responsáveis pela administração das verbas ou rendas públicas,
mesmo em entidades paraestatais.
O sujeito passivo é o Estado, bem com a pessoa física ou jurídica
diretamente prejudicada com a conduta praticada pelo sujeito ativo.

3.OBJETO MATERIAL E BEM JURIDICAMENTE PROTEGIDO

A Administração Pública é o bem juridicamente protegido pelo tipo


penal que prevê o delito de emprego irregular de verbas ou rendas
públicas.
O objeto material do delito são as verbas ou rendas públicas.

4.CONSUMAÇÃO E TENTATIVA.

O delito se consuma quando o agente, efetivamente, dá as verbas ou


rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei.
Tratando-se de crime plurissubsistente, será possível o raciocínio
correspondente à tentativa.

5.ELEMENTO SUBJETIVO

O dolo é o elemento subjetivo exigido pelo tipo penal que prevê o


delito de emprego irregular de verbas ou rendas públicas., não havendo
previsão para a modalidade de natureza culposa.

6. MODALIDADES COMISSIVA E OMISSIVA.


O núcleo dar pressupõe um comportamento comissivo por parte do
agente. No entanto o delito poderá ser praticado via omissão imprópria
quando o agente, garantidor, dolosamente, podendo, nada fizer para
impedir a prática do delito em estudo, por ele devendo responder nos
termos do artigo 13§ 2º do Código Penal Brasileiro.
Assim, imagine-se a hipótese em que um governador, sabendo
que seu secretário de Estado daria destino diverso do determinado por
lei a uma verba pública, dolosamente, podendo, nada fez para impedir
a conduta praticada pelo agente, portanto, responde pela mesma
infração penal, tendo em vista sua posição de garantia.

7. PENA, COMPETÊNCIA PARA O JULGAMENTO, SUSPENSÃO


CONDICIONAL DO PROCESSO E AÇÃO PENAL.

CONCUSSÃO- Art. 316 do CPB

Concussão
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei nº 13.964, de 2019)
Excesso de exação
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou
deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio
vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: (Redação dada pela Lei nº
8.137, de 27.12.1990)
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
8.137, de 27.12.1990)

O crime de concussão guarda certa semelhança com o delito de corrupção


passiva, principalmente no que se refere à primeira modalidade desta
última infração (solicitar vantagem indevida). Na concussão, porém o
funcionário público constrange, exige a vantagem indevida. A vítima,
temendo, alguma represália, cede à exigência. Na corrupção passiva ( em
sua primeira figura) há mero pedido, mera solicitação.

Nesse crime, o funcionário público faz exigência de uma vantagem. Essa


exigência, carrega, necessariamente, uma ameaça a vítima, pois do
contrário haveria mero pedido, que caracterizaria a corrupção passiva.
Tal ameaça pode ser:
a) explicita: exigir dinheiro para não fechar uma empresa, para não
instaurar inquérito, para permitir o funcionamento de obras etc;
b) implícita: não há promessa de um mal determinado, mas a vítima
fica amedrontada pelo simples temor que o exercício do cargo
público inspira.

A exigência pode ser ainda:

a) direta: quando o funcionário público a formula na presença da


vítima, sem deixar qualquer margem de dúvida de que está querendo
uma vantagem indevida;
b) indireta: o funcionário se vale de uma terceira pessoa para que a
exigência chegue ao conhecimento da vítima ou a faz de forma
velada, capciosa, ou seja, o funcionário público não fala que quer a
vantagem, mas deixa isso implícito.

1. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Crime Próprio no que diz respeito ao sujeito ativo (pois somente o


funcionário público pode praticá-lo) e comum quanto ao sujeito passivo
(uma vez que não somente a Administração Pública pode figurar nessa
condição, como qualquer pessoa que tenha sido prejudicada com o
comportamento praticado pelo sujeito ativo); doloso; formal; comissivo
(podendo, no entanto, ser praticado via omissão imprópria, nos termos do
artigo 13§ 2º, do Código Penal); de forma livre; instantâneo;
monossubjetivo;; unissubsistente; ou plurissubsistente (dependendo do
modo como o delito é praticado, poderá ou não ser fracionado o inter
criminis ); transeunte (como regra).

2.SUJEITO ATIVO E PASSIVO

Crime Próprio, somente o funcionário público pode ser sujeito ativo


do delito tipificado no art. 316 do Código Penal.
Dica: Funcionário público de férias ou de licença comete esse crime?
Existe sim o crime de concussão ao exigir uma vantagem indevida, mas o
aposentado não pratica o referido crime. (Aposentado não mais possui
vínculo funcional).
Se o funcionário público exige de alguém uma vantagem indevida e
acorda com terceiro para que o terceiro vá a casa da pessoa para receber o
dinheiro. O terceiro será co-autor ou partícipe do crime de concussão?
Nenhum dos dois, pois o crime já havia se consumado com a
exigência, mas será responsabilizado pelo crime de favorecimento real
(artigo 349 do CPB).
O sujeito passivo é o Estado, bem com a pessoa física ou jurídica
diretamente prejudicada com a conduta praticada pelo sujeito ativo.

3.OBJETO MATERIAL E BEM JURIDICAMENTE PROTEGIDO

A Administração Pública é o bem juridicamente protegido pelo tipo


penal que prevê o delito de concussão.
O objeto material do delito é a vantagem indevida.
4.CONSUMAÇÃO E TENTATIVA.

O delito se consuma no momento em que a exigência chega ao


conhecimento da vítima, independentemente da efetiva obtenção da
vantagem visada. Trata-se de crime formal.
A vantagem deve ter valor econômico?
 Não, a lei não exigiu uma vantagem econômica (Posição
majoritária)
 Sim, pois implicitamente a exigência está ligada a dinheiro,
natureza econômica.(posição minoritária).
A obtenção da vantagem é mero exaurimento.
Não desnatura o crime, portanto, a devolução posterior da vantagem
(mero arrependimento posterior – art. 16 do Código Penal) ou a ausência de
prejuízo.
Tentativa. É possível a tentativa. Exs. a) Peço para terceiro fazer a
exigência a vítima, mas ele morre antes de encontra-lá; b) uma carta
contendo uma exigência se extravia.

Obs. Um policial exige hoje a entrega de certa quantia em dinheiro. A


vítima concorda e se compromete a entregar a quantia em um lugar
determinado, três dias depois. Ela, entretanto, chama outros policiais,
que prendem o sujeito na hora de entrega. Há flagrante provocado?
No flagrante provocado o sujeito é induzido a praticar um crime, mas se
tomam providências que inviabilizam totalmente a sua consumação. Nesse
caso, não há crime, pois se trata de hipótese de crime impossível (súmula
145 do STF).
Assim, na questão em análise, verifica-se não ter ocorrido o flagrante
provocado, pois não houve qualquer provocação, ou seja, ninguém induziu
o policial a fazer a exigência. Temos, na hipótese, um crime de concussão
consumado, já que a infração penal se aperfeiçoou com a simples exigência
que ocorrera três dias antes da data combinada para a entrega do dinheiro.
EXCESSO DE EXAÇÃO- Art. 316, § 1ºe §2º do CPB
A lei prevê duas condutas típicas diferentes.
a) exigir o funcionário público tributo ou contribuição social que sabe ou
deveria saber indevido;

b) exigir tributo devido empregando meio vexatório ou gravoso que a lei


não autorizado.
A redação e a pena foram alteradas pela Lei 8.137/90, passando o delito a
ter pena mínima acima de dois anos, tornando-se, portanto, inafiançável.

Obs. Na hipótese do parágrafo primeiro, o funcionário exige o tributo e o


encaminha aos cofres públicos. No parágrafo segundo, após receber o
tributo o funcionário público o desvia, em proveito próprio ou alheio.

5.DESTAQUES.
5.1 DIFERENÇA ENTRE CONCUSSÃO E EXTORSÃO.
A concussão pode ser entendida como uma modalidade especial de
extorsão praticada por funcionário público. Uma das diferenças entre
ambas as figuras típicas reside no modo como os delitos são praticados.
Assim, na extorsão, a vítima é constrangida, mediante violência ou grave
ameaça, a entregar a indevida vantagem econômica ao agente; na
concussão, contudo, o funcionário público deve exigir a indevida vantagem
sem o uso de violência ou grave ameaça, que são elementos do tipo penal
do artigo 158 do CPB.
Outra diferença reside no modo como o delito de extorsão é praticado, de
acordo com a redação legal, a indevida vantagem deve sempre ser
econômica; ao contrário, no delito de concussão, o art. 316 do Código
Penal somente usa a expressão vantagem indevida, podendo esta ser de
qualquer natureza.

5.2 DIFERENÇA ENTRE CONCUSSÃO E CORRUPÇÃO PASSIVA.


Também existe semelhança entre os delitos de concussão e corrupção
passiva (art. 317 do CP).
Além disso, a corrupção, ao contrário da concussão, poderá ocorrer nas
hipóteses em que o agente recebe ou mesmo aceita, tão somente, a
promessa de tal vantagem, colocando-se, aqui, numa situação de
passividade, na qual a figura do corruptor ativa é de fundamental
importância.
A diferença fundamental entre as duas figuras típicas reside no fato de que
na concussão o agente exige da vítima uma vantagem indevida; na
corrupção passiva, embora a situação seja parecida, ocorre uma solicitação,
isto é, um pedido de vantagem indevida.

CORRUPÇÃO PASSIVA- Art. 317 do CPB


Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em
razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem
ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de
ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício,
com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de
outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
1. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Crime Próprio no que diz respeito ao sujeito ativo (pois somente o


funcionário público pode praticá-lo) e comum quanto ao sujeito passivo
(uma vez que não somente a Administração Pública pode figurar nessa
condição, como qualquer pessoa que tenha sido prejudicada com o
comportamento praticado pelo sujeito ativo); doloso; comissivo (podendo,
no entanto, ser praticado via omissão imprópria, nos termos do artigo 13§
2º, do Código Penal); de forma livre; instantâneo; monossubjetivo;;
unissubsistente; ou plurissubsistente (dependendo do modo como o delito é
praticado, poderá ou não ser fracionado o inter criminis ); transeunte (como
regra).

2.SUJEITO ATIVO E PASSIVO

Crime Próprio, somente o funcionário público pode ser sujeito ativo


do delito tipificado no art. 317 do Código Penal.
O sujeito passivo é o Estado, bem com a pessoa física ou jurídica
diretamente prejudicada com a conduta praticada pelo sujeito ativo.

3.OBJETO MATERIAL E BEM JURIDICAMENTE PROTEGIDO

A Administração Pública é o bem juridicamente protegido pelo tipo


penal que prevê o delito de corrupção.
O objeto material do delito é a vantagem indevida.
4.CONSUMAÇÃO E TENTATIVA.

O delito de corrupção passiva pode se consumar em três momentos


diferentes, dependendo do modo como o crime é praticado.
Na primeira modalidade, o delito se consuma quando o agente,
efetivamente solicita, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,
vantagem indevida, que, se vier a ser entregue, deverá ser considerada
mero exaurimento do crime.
Por meio da segunda modalidade prevista no tipo, ocorrerá a
consumação quando a agente, sem que tenha feito qualquer solicitação,
receber vantagem indevida.
O último comportamento típico diz respeito ao fato de o agente tão
somente aceitar a promessa de tal vantagem.
Percebe-se, outrossim, que, na primeira hipótese, o agente assume
uma postura ativa, no sentido de que parte dele a idéia da corrupção; nas
duas ultimas, sua situação é de passividade, ou seja, a idéia da corrupção
parte do corruptor. De qualquer forma, em todos os casos, seu crime será o
de corrupção passiva, em virtude da sua especial qualidade de funcionário,
exigida pelo tipo penal em estudo.

5.DESTAQUES.
5.1 PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
Ao delito de corrupção passiva poderá ser aplicado o raciocínio
correspondente ao princípio da insignificância, excluindo-se da figura
típica constante do art. 317 do Código Penal aquelas “vantagens” de valor
irrisório, como ocorre com muita freqüência quando os funcionários são
presenteados com bombons, doces, canetas, algumas pequenas lembranças,
principalmente em datas comemorativas, a exemplo do que ocorre com o
Natal.
Na verdade, tais fatos poderiam ser excluídos pela ausência de dolo, pois,
nesses casos, não se poderia falar em verdadeira corrupção, mas, sim, em
“agrados”, “gentilezas”, política de bom relacionamento, mesmo que não
tão sinceras quanto pareça.

FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO- Art. 318


do CPB.

Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de


contrabando ou descaminho (art. 334):
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.

Facilitar significa afastar eventuais dificuldades que possam existir e que se


interponham à pratica do contrabando ou descaminho. A conduta pode ser
ativa ou omissiva, sendo necessário que o funcionário público atue ou
deixe de atuar com infração do dever funcional.

1. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Crime Próprio no que diz respeito ao sujeito ativo (pois somente o


funcionário público pode praticá-lo) e comum quanto ao sujeito passivo
(uma vez que não somente a Administração Pública pode figurar nessa
condição, como qualquer pessoa que tenha sido prejudicada com o
comportamento praticado pelo sujeito ativo); doloso; comissivo ou
omissivo próprio (haja vista que o núcleo facilitar pode ser praticado
mediante omissão do agente); de forma livre; instantâneo; monossubjetivo;;
unissubsistente; ou plurissubsistente (dependendo do modo como o delito é
praticado, poderá ou não ser fracionado o inter criminis ); transeunte
(podendo no entanto, dependendo da hipótese concreta, ser considerado um
delito não transeunte, em virtude da possibilidade de realização da prova
pericial).

2.SUJEITO ATIVO E PASSIVO

Crime Próprio, somente o funcionário público a quem compete o


dever funcional de impedir o contrabando ou descaminho pode ser sujeito
ativo do delito tipificado no art. 318 do Código Penal.
O sujeito passivo é o Estado, bem com a pessoa física ou jurídica
diretamente prejudicada com a conduta praticada pelo sujeito ativo.

3.OBJETO MATERIAL E BEM JURIDICAMENTE PROTEGIDO

A Administração Pública é o bem juridicamente protegido pelo tipo


penal que prevê o delito de facilitação ao contrabando ou descaminho.
O objeto material é o produto contrabandeado ou os tributos não
recolhidos, no caso de descaminho.

4.CONSUMAÇÃO E TENTATIVA.
O Crime se consuma com a ajuda prestada ao contrabandista, ainda
que este não consiga ingressar ou sair do País com a mercadoria. Trata-se
de crime formal.
Tentativa. É possível na modalidade comissiva.

PREVARICAÇÃO- Art. 319 DO CPB

Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício,


ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse
ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
1. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Crime Próprio no que diz respeito ao sujeito ativo (pois somente o


funcionário público pode praticá-lo) e comum quanto ao sujeito passivo
(uma vez que não somente a Administração Pública pode figurar nessa
condição, como qualquer pessoa que tenha sido prejudicada com o
comportamento praticado pelo sujeito ativo); doloso; comissivo ou
omissivo próprio (haja vista que o núcleo facilitar pode ser praticado
mediante omissão do agente); de forma livre; instantâneo; monossubjetivo;;
unissubsistente; ou plurissubsistente (dependendo do modo como o delito é
praticado, poderá ou não ser fracionado o inter criminis ); transeunte
(podendo no entanto, dependendo da hipótese concreta, ser considerado um
delito não transeunte, em virtude da possibilidade de realização da prova
pericial).

2. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
O crime se consuma com a omissão, retardamento ou realização do ato. A
tentativa não é possível nas formas omissivas (omitir ou retardar), pois ou o
crime está consumado ou o fato é atípico. Na forma comissiva, a tentativa é
possível.

3. FIGURA EQUIPARADA.

Prevaricação imprópria ou prevaricação nos presídios


Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de
cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de
rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou
com o ambiente externo:
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
A lei nº 11466, de 28 de março de 2007, criou nova figura ilícita no art.
319-A do Código Penal, estabelecendo que a mesma pena prevista para o
crime de prevaricação será aplicada ao diretor de penitenciária e/ou agente
público que deixar de cumprir obrigação seu dever de vedar ao preso o
acesso a aparelho telefônica, de rádio ou similar, que permita a
comunicação com outros presos ou com o ambiente externo.

4. DESTAQUES

4.1 PREVARICAÇÃO E CORRUPÇÃO PASSIVA


A prevaricação não se confunde com a corrupção passiva
privilegiada. Nesta, o agente atende a pedido ou influência de outrem. Na
prevaricação não há tal pedido ou influência. O agente visa satisfazer
interesse ou sentimento pessoal. Ex. Se um fiscal flagra um desconhecido
cometendo irregularidade e deixa de multá-lo em razão de insistentes
pedidos deste; há corrupção passiva privilegiada; mas se o fiscal deixa de
multar a pessoa porque percebe que se trata de um antigo amigo, comete
prevaricação.

CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA- Art. 320 DO CPB

Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar


subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando
lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade
competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

1. SUJEITO ATIVO E PASSIVO.


Percebe-se que, em ambos os casos, o sujeito ativo é o superior
hierárquico, não respondendo pelo crime o funcionário público
beneficiado. Sujeito passivo é o Estado.

2. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
O crime se consuma quando o superior toma conhecimento da infração e
não promove de imediato a responsabilização do infrator ou não comunica
o fato à autoridade competente. A tentativa é inadmissível pois se trata de
crime omissivo puro.

3. ELEMENTO SUBJETIVO.

Deve-se ressaltar, mais uma vez, que o crime de condescendência


criminosa pressupõe que o agente, ciente da infração do subordinado e por
indulgência (clemência, tolerância), deixe de atuar. Se a intenção de não
agir for outra, haverá crime de prevaricação ou corrupção passiva.

ADVOCACIA ADMINISTRATIVA- Art. 321 DO CPB


Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado
perante a administração pública, valendo-se da qualidade de
funcionário:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

1. SUJEITO ATIVO E PASSIVO.


Deve ser o funcionário público, mas responde também pelo delito o
particular que o auxilia, atuando como “testa de ferro”.
Apesar do nome do delito (advocacia administrativa), não é
necessário que seja praticado por advogado. O sujeito passivo é o Estado.
Obs. Nos termos do dispositivo, não existe a infração penal quando o
funcionário patrocina interesse próprio. Para a configuração do delito,
é indiferente que o funcionário tenha realizado a conduta pessoalmente
ou por interposta pessoa, uma vez que a lei pune a advocacia
administrativa efetivada direta ou indiretamente.

Abaixo, elaboramos um quadro diferenciando o crime do art. 321 de


outros crimes, importante para que o aluno saiba diferenciar nos
exames:

Advocacia Administrativa e outros crimes:

i) Advocacia Administrativa e concussão: Na advocacia administrativa,


o funcionário público, valendo-se da sua condição funcional, utiliza-se
da sua influência positiva perante outro agente público para beneficiar
um particular, enquanto na concussão o agente exige vantagem
indevida de um particular, aproveitando-se da intimidação
proporcionada pelo seu cargo.

ii) Advocacia administrativa e corrupção passiva (art. 317): Na


corrupção passiva, o funcionário público solicita ou recebe, para si ou
para outrem, vantagem indevida, ou aceita promessa de tal vantagem,
ao passo que na advocacia administrativa ele patrocina interesse de um
particular perante quem possui competência para beneficiá-lo.
iii) Advocacia administrativa e prevaricação: Na prevaricação, o
funcionário público retarda ou deixa de praticar, indevidamente, ato
de ofício, ou o pratica contra disposição expressa de lei, para satisfazer
interesse ou sentimento pessoal, enquanto na advocacia administrativa
ele não tem atribuição para praticar o ato, razão pela qual influencia o
agente público dotado de tal poder, em benefício de algum terceiro,
alheio aos quadros da Administração Pública.

2. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
O crime se consuma no momento em que o agente realiza o ato de
patrocinar o interesse alheio, por escrito ou oralmente, ainda que não
obtenha êxito em beneficiar o particular. A tentativa é admissível.

VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA- Art. 322 DO CPB

Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de


exercê-la: Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena
correspondente à violência.

Prevalece, em doutrina, o entendimento no sentido de que o crime de


violência arbitrária, disciplinado no art. 322 do Código Penal, foi
tacitamente revogado pela Lei 4.898/1965
– Crimes de Abuso de Autoridade, por se tratar de diploma legislativo
posterior relativo a idêntica matéria. Entretanto, o STF e o STJ têm
entendimento diverso, já tendo decidido que o artigo 322 do Código Penal
não foi revogado pelo artigo 3.º, alínea i, da Lei n. 4.898/65 (STF, RHC
95.617/MG, rel. Min. Eros Grau, 2.ª Turma, j. 25.11.2008; STJ, HC
48.083/MG, rel. Min. Laurita Vaz, 5.ª Turma, j. 20.11.2007).
Ressalte-se, ainda, que, como se percebe da própria leitura do dispositivo, a
violência deve ser arbitrária, isto é, injustificada, despropositada,
absolutamente dispensável para o exercício da função pública. Isso porque
há várias situações em que a utilização da violência pelo funcionário
público, desde que moderada e imprescindível, é tolerada pelo
ordenamento jurídico (legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal
em caso de resistência ou tentativa de fuga, etc).
Adiante, novamente o crime é próprio, e o sujeito passivo é o Estado e,
mediatamente, a pessoa prejudicada pela conduta criminosa.
Por sua vez, a consumação ocorre no momento em que o funcionário
público,
de forma abusiva, pratica o ato violento, no exercício da função ou a
pretexto de exercê-la. Assim, é exigido o resultado naturalístico, sendo o
crime material ou causal.
Quanto ao elemento subjetivo, segundo a doutrina é o dolo acrescido de um
especial fim de agir (elemento subjetivo específico), consistente na intenção do
funcionário abusar de sua autoridade.
Por fim, lembre-se que, em razão da pena mínima não ser superior a 1 ano, cabe
a suspensão condicional do processo. Além disso, o agente também responde
pela pena relativa
à violência (concurso material obrigatório). Ressalte-se que as vias de fato
são absorvidas pela violência arbitrária.

ABANDONO DE FUNÇÃO- Art. 323 DO CPB

Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
EXERCÍCIO FUNCIONAL ILEGALMENTE ANTECIPADO OU
PROLONGADO- Art. 324- DO CPB

Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as


exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois
de saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou
suspenso:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

ESTUDO DIRIGIDO
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
PROF:AFONSOJR

01) Ano: 2020 Banca: FEPESE Órgão: Prefeitura de Itajaí - SC Prova:


FEPESE - 2020 - Prefeitura de Itajaí - SC - Assistente Jurídico Conforme
disposto na legislação penal brasileira, “oferecer ou prometer vantagem
indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou
retardar ato de ofício”, qualifica o crime de:

a) desacato.
b) prevaricação.
c) corrupção ativa.
d) corrupção passiva.
e) usurpação de função pública

2) Ano: 2020 Banca: FGV Órgão: TJ-RS Prova: FGV - 2020 - TJ-RS -
Oficial de Justiça Oficial de justiça que deixa de dar cumprimento integral
a mandado de penhora em razão de sentir pena do proprietário do bem
penhorado comete, em tese, o crime de:

a) corrupção passiva privilegiada;


b) abandono de função;
c) violação de sigilo profissional;
d) corrupção passiva simples;
e) prevaricação.

3) Ano: 2020 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-PA Prova: CESPE -


2020 - TJ-PA - Oficial de Justiça - Avaliador Antônio e Breno, bacharéis
em direito, fazendo-se passar por oficiais de justiça, compareceram em
determinada joalheria alegando que teriam de cumprir mandado judicial de
busca e apreensão de parte da mercadoria, por suspeita de crime tributário.
Para não cumprir os mandados, solicitaram a quantia de R$ 10.000, que foi
paga pelo dono do estabelecimento.

Nessa situação, Antônio e Breno responderão pelo crime de

a) concussão.
b) corrupção ativa.
c) corrupção passiva.
d) usurpação de função pública.
e) tráfico de influência.

4) Ano: 2019 Banca: IBADE Órgão: Prefeitura de Vilhena - RO Prova:


IBADE - 2019 - Prefeitura de Vilhena - RO - Técnico em Edificações O
que significa concussão?

a) Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida


em lei
b) Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função, ou antes, de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida
c) Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando
ou descaminho (art. 334)

d) Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou


praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
sentimento pessoal
e) Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la

5) Ano: 2019 Banca: IBADE Órgão: SAAE de Vilhena - RO Provas:


IBADE - 2019 - SAAE de Vilhena - RO - Engenheiro Civil O funcionário
público que revela fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva
permanecer em segredo, pode ser processado pela prática do crime de:

a) corrupção passiva.
b) corrupção ativa.
c) prevaricação.
d) violação de sigilo funcional.
e) advocacia administrativa.
06) Ano: 2019 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2019 - DPE-
AM - Analista Jurídico de Defensoria - Ciências Jurídicas Segundo o
Código Penal, a conduta praticada por funcionário de exigir contribuição
social ou tributo que sabe ou deveria saber indevido, constitui crime
conhecido como

a) concussão direta.
b) concussão indireta.
c) excesso de exação.
d) concussão implícita.
e) excesso de tributação.

7) Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Campinas - SP Prova:


VUNESP - 2019 - Prefeitura de Campinas - SP - Agente de Fiscalização
Mévio, funcionário público, trabalha em um posto de saúde. Ele é vizinho
de Tícia, moça com quem ele gostaria de namorar. Em determinado dia,
Mévio encontra Tícia, acompanhando a mãe, senhora que necessitava de
atendimento médico não urgente, na fila de espera, por ordem de chegada,
critério de atendimento estabelecido pelo serviço público. Para
impressionar Tícia, Mévio coloca a ficha cadastral de sua mãe à frente das
de outros pacientes, sendo ela chamada logo à sala do médico. Em gratidão
ao gesto, Tícia decide ir ao cinema, com Mévio. Diante da situação
hipotética, Mévio praticou, em tese, o crime de

a) corrupção passiva.
b) prevaricação.
c) advocacia administrativa.
d) condescendência criminosa.
e) concussão.

8) Ano: 2019 Banca: IBADE Órgão: Prefeitura de Itapemirim - ES Prova:


IBADE - 2019 - Prefeitura de Itapemirim - ES - Agente Administrativo
Tício é funcionário público municipal e recebeu para si, diretamente, em
razão de sua função, vantagem indevida, consistente em dinheiro em
espécie no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), para que concedesse com
rapidez um alvará para um empreendimento irregular no município. Nesse
caso, pode-se dizer que Tício praticou o crime:

a) enriquecimento ilícito.
b) condescendência criminosa.
c) peculato.
d) roubo.
e) corrupção.
9) Ano: 2019 Banca: IF-MT Órgão: IF-MT Provas: IF-MT - 2019 - IF-MT
- Assistente Social Analise a situação hipotética: servidora pública Ana das
Flores, ocupante do cargo de fiscal de tributos, exige tributo indevido, e,
quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei
não autoriza. Assinale a alternativa CORRETA que corresponde ao crime
praticado por Ana das Flores.

a) Concussão e excesso de exação.


b) Facilitação de contrabando ou descaminho.
c) Excesso de exação.
d) Corrupção passiva.
e) Violência arbitrária.

10) Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: Câmara de São Joaquim da Barra -
SP Prova: VUNESP - 2018 - Câmara de São Joaquim da Barra - SP -
Procurador Jurídico

Considere o seguinte caso hipotético: Um funcionário da Câmara


Municipal de São Joaquim da Barra, responsável pelo registro dos
protocolos de entrada de documentos, atendendo a pedido de um advogado,
deixa de praticar ato de ofício, não registrando a entrada de uma requisição
judicial, com infração de dever funcional.

É correto afirmar que o enunciado descreve um

a) crime de prevaricação, sendo possível a desistência voluntária e o


arrependimento eficaz, respondendo o servidor pelos atos praticados.
b) crime de corrupção passiva privilegiada, sendo possível a desistência
voluntária e o arrependimento eficaz, respondendo o servidor pelos atos
praticados.
c) crime de advocacia administrativa, não sendo possível o
arrependimento posterior, somente o arrependimento eficaz, se o
funcionário voluntariamente desistir de atender ao advogado e efetuar o
registro.
d) crime de prevari0cação, sendo possível o arrependimento posterior
até o recebimento da denúncia, reduzindo-se a pena de um a dois terços.
e) crime de advocacia administrativa, sendo possível o arrependimento
posterior até o recebimento da denúncia, reduzindo-se a pena de um a dois
terços.
GABARITO

1-C
2-E
3-D
4-B
5-D
6-C
7-B
8-E
9-C
10-B

DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINSITRAÇÃO EM


GERAL.

O Capítulo II do Título XI da Parte Especial do Código Penal disciplina os


crimes praticados por particular contra a Administração em geral.
Nesse caso, os crimes, em geral, são comuns, pois podem ser praticados por
qualquer pessoa.
Consequentemente, é inaplicável o rito especial previsto nos arts. 513 a 518 do
Código de Processo Penal. Lembre-se que tais crimes também podem ser
cometidos por funcionários públicos, desde que se apresentem na qualidade de
particulares, ou seja, não estejam investidos na função pública desempenhada.

Usurpação de função pública

Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:


Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Classificações doutrinárias, o crime é comum; formal (na modalidade


simples) ou material (na forma qualificada); de dano; de forma livre;
comissivo; instantâneo; unissubjetivo; e normalmente plurissubsistente.
Cabe tentativa.

O crime do art. 328 costuma ser cobrado em sua literalidade, ou mesmo


relacionado ao crime do art. 324. Usurpar o exercício de função pública, em
suma,é investir-se nela e executá-la indevidamente, arbitrariamente, sem possuir
motivo legítimo para tanto. Em sua forma simples, o crime é de menor potencial
ofensivo.

O objeto material do crime é a própria função pública indevidamente ocupada.


Por sua vez, o núcleo do tipo é usurpar, no sentido de apoderar-se indevidamente
ou exercer ilegitimamente uma função pública. Dessa forma, é imprescindível a
execução de atos inerentes à função pública pelo usurpador (STJ, RHC
20.818/AC, rel. Min. Felix Fischer,
5.ª Turma, j. 22.05.2007)

Quanto ao sujeito ativo, o crime em estudo é comum, podendo ser cometido


por qualquer pessoa.
O funcionário público pode ser autor do delito, desde que usurpe função distinta
da sua (ex; escrivão pratica atos privativos de delegado).
Por sua vez, o sujeito passivo é o Estado e, mediatamente, a pessoa
prejudicada pela conduta criminosa. ]

Quanto à consumação, o crime é formal.


Tratando do parágrafo único, este traz a forma qualificada do delito, aplicável
quando o agente aufere vantagem. Nesse caso, a pena é de reclusão de 2 a 5 anos,
e multa (crime de elevado potencial ofensivo), e o crime é material.

Resistência

Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou


ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja
prestando auxílio:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena - reclusão, de um a três anos.
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das
correspondentes à violência.
O crime do art. 329 costuma ser bastante cobrado em provas, geralmente
associado ao delito do art. 330 (desobediência).
Na verdade, a resistência (chamada de “resistência ativa”) é uma forma mais
grave de desobediência (denominada “resistência passiva”),crime tipificado
pelo art. 330 do Código Penal, em razão do emprego em sua prática de violência
ou
ameaça. Inclusive, o crime de resistência absorve o de desobediência.

Desobediência
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.

Como já dito, o crime de desobediência é também conhecido como


“resistência passiva”, diferenciando-se do delito do art. 329 pela ausência
de emprego de violência ou ameaça ao funcionário público competente.
De início, lembre-se que o crime é de menor potencial ofensivo, sendo
também menos grave que o crime do art. 329 (pena do art. 330 é de 15 dias
a 6 meses, e multa, e não de 2 meses a 2 anos).

O objeto material do crime é a ordem legal emanada do funcionário


público, ou seja,a determinação dirigida a alguém para fazer ou deixar de
fazer algo, e não um mero pedido ou solicitação. Segundo o STF, essa
ordem precisa ser direta e individualizada ao seu destinatário (STF, Inq.
2.004 QO/MG, real. Min. Sepúlveda Pertence, Plenário, j. 29.09.2004)

DESACATO
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão
dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

O crime de desacato busca proteger o desempenho normal, a dignidade e o


prestígio da função exercida em nome ou por delegação do Estado.
Secundariamente, também se resguarda a honra do funcionário público.
Como primeira questão jurisprudencial, lembre-se que foi bastante discutido,
jurisprudencialmente, se o crime de desacato seria incompatível ou não com o
art. 13, item 1, da Convenção Americana de Direitos Humanos – Pacto de San
José da Costa Rica, que prevê o direito à liberdade de expressão.
Na verdade, a 5ª Turma do STJ chegou a decidir pela descriminalização do
desacato, mas a 3ª Seção do mesmo tribunal (5ª e 6ª Turmas reunidas juntas)
posicionou-se pela manutenção do desacato, como crime, no ordenamento
jurídico brasileiro argumentando que não há incompatibilidade entre os
dispositivos, o direito à liberdade de expressão não é absoluto e não há
decisão vinculante da Corte Interamericana de Direitos Humanos sobre
eventual violação a esse direito por parte do Brasil (HC 379.269/MS, rel.
Min. Reynaldo Soares
da Fonseca, rel. para acórdão Min. Antônio Saldanha Palheiro, 3.ª Seção, j.
24.05.2017). Sobre o tipo penal, lembre-se que, em razão da baixa pena máxima,
é crime de menor potencial ofensivo. Ademais, o objeto material é o próprio
funcionário público contra quem se dirige a conduta criminosa.

1. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINARIA
Crime comum no que diz respeito ao sujeito ativo e próprio quanto ao
sujeito passivo; doloso; de forma livre, comissivo (podendo, no
entanto ser praticado via omissão imprópria, nos termos do artigo 13.
§2º, do Código Penal); instantâneo; monossubjetivo; unissubsistente
ou plurissubsistente ( dependendo no caso concreto, da possibilidade
ou não de funcionamento do inter criminis); transeunte.

2. SUJEITO ATIVO E PASSIVO


Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do delito de desacato,
tratando-se portanto, de um crime comum. O sujeito passivo é o
Estado, bem como, de forma secundária, o funcionário público.

3. OBJETO MATERIAL E BEM JURIDICAMENTE PROTEGIDO

A Administração Pública é o bem juridicamente protegido pelo tipo


que prevê o delito do desacato.
O objeto material do delito é o funcionário público desacatado no
exercício da função ou em razão dela.

4. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

O delito se consuma no instante em que o agente pratica o


comportamento que importe em desprezo, menoscabo, enfim,
desprestígio para com a Administração Pública, ali representada pelo
funcionário público, independentemente do fato ter este último se
sentido desacatado.

5. ELEMENTO SUBJETIVO

O dolo é o elemento subjetivo exigido pelo tipo penal que prevê o


delito de desacato, não havendo previsão para a modalidade culposa.

TRÁFICO DE INFLUÊNCIA

Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem
ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato
praticado por funcionário público no exercício da função:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou
insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário.

O crime do art. 332 também é bastante cobrado em provas e, como se verá, é um


crime de estelionato mais específico. O nomen iuris “tráfico de influência” e a
atual redação do art. 332 foram criados pela Lei 9.127/1995.

1. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINARIA
Crime comum no que diz respeito ao sujeito ativo e próprio quanto ao
sujeito passivo; doloso; de forma livre, comissivo (podendo, no
entanto ser praticado via omissão imprópria, nos termos do artigo 13.
§2º, do Código Penal); instantâneo; monossubjetivo; unissubsistente
ou plurissubsistente ( dependendo no caso concreto, da possibilidade
ou não de funcionamento do inter criminis); transeunte.

2. SUJEITO ATIVO E PASSIVO


Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do delito de Tráfico de
Influência, não exigindo o tipo penal em estudo nenhuma qualidade
ou condição especial do agente, podendo ser praticado até mesmo
pelo próprio funcionário público. O sujeito passivo é o Estado, bem
como, aquele que, de maneira secundária, foi vítima de um dos
comportamentos praticados pelo sujeito ativo.

3. OBJETO MATERIAL E BEM JURIDICAMENTE PROTEGIDO

A Administração Pública é o bem juridicamente protegido pelo tipo


que prevê o delito do TRÁFICO DE INFLUÊNCIA.
O objeto material do delito é a vantagem perseguida pelo agente.

4. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

O delito se consuma no instante em que o agente efetivamente,


pratica qualquer das condutas previstas pelo tipo penal constante do
art. 332 do diploma repressivo.
Dependendo da hipótese concreta, visualizando-se a possibilidade
de fracionamento do inter criminis, será possível a tentativa. Quando
os atos forem praticados de forma concentrada, dada sua natureza
monossubsistente, ficará afastada a tentativa.

5. ELEMENTO SUBJETIVO

O dolo é o elemento subjetivo exigido pelo tipo penal que prevê o


delito de tráfico de influência, não havendo previsão para a
modalidade de natureza culposa.

6. DESTAQUE

6.1 EXPLORAÇÃO DE PRESTÍGIO


Se o agente solicita ou recebe dinheiro ou qualquer outra utilidade, a
pretexto de influir em ato de juiz, jurado, órgão do Ministério Público,
funcionário da justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha, o
fato se subsumirá ao tipo penal constante do art. 357 do diploma
repressivo, que prevê o delito de exploração de prestígio.
Corrupção ativa
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público,
para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da
vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou
o pratica infringindo dever funcional.

1. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINARIA
Crime comum no que diz respeito ao sujeito ativo e próprio quanto ao
sujeito passivo; doloso; de forma livre, comissivo (podendo, no
entanto ser praticado via omissão imprópria, nos termos do artigo 13.
§2º, do Código Penal); instantâneo; monossubjetivo; unissubsistente
ou plurissubsistente ( dependendo no caso concreto, da possibilidade
ou não de funcionamento do inter criminis); transeunte.

2. SUJEITO ATIVO E PASSIVO


Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do delito de corrupção ativa,
tratando-se portanto, de um crime comum. O sujeito passivo é o
Estado, bem como, de forma secundária, o funcionário público, desde
que não aceite a vantagem indevida, pois, caso contrário, será
considerado como autor do delito de corrupção passiva.

3. OBJETO MATERIAL E BEM JURIDICAMENTE PROTEGIDO

A Administração Pública é o bem juridicamente protegido pelo tipo


que prevê o delito do corrupção ativa.
O objeto material do delito é a vantagem indevida

4. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

Tratando-se de crime formal, o delito de corrupção ativa se consuma


no instante em que o agente pratica qualquer dos comportamentos
previstos pelo tipo penal. A consumação ocorre, portanto, no
momento do oferecimento ou da promessa de vantagem indevida,
não havendo necessidade, para efeitos de seu reconhecimento, que o
funcionário público, efetivamente, venha a praticar, omitir ou
retardar ato de ofício.
A tentativa será admissível desde que, na hipótese concreta, se possa
fracionar o inter criminis, embora seja de difícil configuração.

5. ELEMENTO SUBJETIVO
O dolo é o elemento subjetivo exigido pelo tipo penal que prevê o
delito de corrupção ativa, não havendo previsão para a modalidade
culposa.

6. DESTAQUE

6.1 Atipicidade no que diz respeito à conduta de dar a vantagem


solicitada ao funcionário público.
Imagine-se a hipótese em que determinado fiscal solicite de um
comerciante o pagamento de uma vantagem indevida. Mesmo não
tendo nada a temer, pois sua contabilidade encontra-se perfeita, o
comerciante, preocupado com a possibilidade de sofrer alguma
retaliação por parte do fiscal corrupto, concorda em fazer o
pagamento da importância que lhe havia sido solicitada. Nesse
caso, poderia o comerciante ser responsabilizado pelo delito de
corrupção ativa?

Entendemos que não, pois o tipo penal do art. 333 não se encontra a
previsão do núcleo dar.

6.2 Oferecimento de pequenos agrados

Não é incomum no serviço público o oferecimento de pequenos


agrados, feitos por particulares, com a finalidade de angariar a
simpatia dos funcionários públicos. Assim, são oferecidas caixas de
bombom, canetas, garrafas de vinho etc. Se tais comportamentos
não são destinados a fazer com que o intraneus pratique, omita ou
retarde ato de ofício, não terão eles a importância exigida pelo Direito
Penal.

Descaminho
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto
devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.STÉRIOÚBLICO
§ 1o Incorre na mesma pena quem:
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei;
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho;
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma,
utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial
ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu
clandestinamente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe
ser produto de introdução clandestina no território nacional ou de
importação fraudulenta por parte de outrem;
IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício
de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência
estrangeira, desacompanhada de documentação legal ou acompanhada
de documentos que sabe serem falsos.
§ 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo,
qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias
estrangeiras, inclusive o exercido em residências.
§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em
transporte aéreo, marítimo ou fluvial.

O descaminho, também conhecido como “contrabando impróprio”, é a fraude


utilizada para iludir, total ou parcialmente, o pagamento de impostos de
importação ou exportação. O crime é extenso e costuma ser muito cobrado em
exames.
Na redação original do Código Penal, o art. 334 contemplava dois crimes:
contrabando e descaminho. Com a entrada em vigor da Lei 13.008/2014, tais
delitos foram separados em tipos penais diversos. O descaminho permaneceu no
art. 334, e o contrabando, cuja pena foi aumentada, acabou deslocado para o
novo art. 334-A. No descaminho, o legislador mais uma vez excepcionou a teoria
unitária ou monista no tocante ao concurso de pessoas, pois o funcionário público
que o facilita responde pelo crime do art. 318 do CP.

CONTRABANDO

Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida:


Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos.
§ 1o Incorre na mesma pena quem:
I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando;
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de
registro, análise ou autorização de órgão público competente;
III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à
exportação;
IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma,
utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade
comercial
ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira;

Dos crimes contra a Administração da Justiça

No Capítulo III do Título XI da Parte Especial, tutela-se a atuação e o


regular desenvolvimento da justiça, resguardando-a de fatos ofensivos à sua
atividade, autoridade e à própria existência, ou seja, contra fatos que a
negam ou a ignoram.

DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA

Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo


judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou
ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe
crime de que o sabe inocente:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de
anonimato ou de nome suposto.
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de
contravenção.
O crime do art. 339 é um dos mais importantes do capítulo III dos crimes
contra a Adm. Pública, sendo bastante cobrado em provas. A leitura atenta
do dispositivo é essencial, até para não o confundir com o crime do art. 340
ou com a calúnia (art. 138). Na verdade, a denunciação caluniosa é formada
pela fusão do crime de calúnia com a conduta lícita de noticiar à autoridade
pública (magistrado, delegado de Polícia, representante do Ministério
Público etc.) a prática de crime ou contravenção penal e sua respectiva
autoria.
Trata-se, portanto, de crime complexo em sentido amplo.
Nesse crime, protege-se, além da Administração Pública, a honra, a
liberdade e o patrimônio da pessoa física ou jurídica envolvida nas
acusações. Assim, trata-se de crime pluriofensivo.
Ressalte-se que o crime é de elevado potencial ofensivo, salvo no caso do
§2º, quando o agente imputa a outrem uma contravenção penal (nesse caso,
o crime é de médio potencial ofensivo, sendo cabível a suspensão
condicional do processo se for aplicada a pena mínima).
Quanto ao objeto material, é a investigação policial, o processo judicial, a
investigação administrativa, o inquérito civil ou a ação de improbidade
administrativa. A seguir, exploraremos cada um desses termos.
Inicialmente, quanto à “investigação policial”, apesar de haver divergência,
a doutrina majoritária entende que a expressão citada deve ser
compreendida como qualquer diligência da autoridade policial destinada a
apurar uma infração penal (crime ou contravenção penal). Prescinde-se,
portanto, da instauração formal de inquérito policial ou de termo
circunstanciado e, consequentemente, do indiciamento da pessoa
investigada (STJ, Resp.1482925/MG, Rel. Min. Sebastião Reis, 6ª Turma,
j. 6.10.2016).
1. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINARIA
Crime comum no que diz respeito ao sujeito ativo e próprio quanto ao
sujeito passivo; doloso; instantâneo, de forma livre, comissivo
(podendo, no entanto ser praticado via omissão imprópria, nos
termos do artigo 13. §2º, do Código Penal); monossubjetivo;
plurissubsistente; ‘não transeunte.

2. SUJEITO ATIVO E PASSIVO


Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do delito de denunciação
caluniosa, tratando-se portanto, de um crime comum. O sujeito
passivo é o Estado, bem como aquele que ficou prejudicado com o
comportamento praticado pelo sujeito ativo.

3. OBJETO MATERIAL E BEM JURIDICAMENTE PROTEGIDO

A Administração Pública é o bem juridicamente protegido pelo tipo


que prevê o delito de denunciação caluniosa ou, mais
especificamente, a administração da justiça.
O objeto material do delito é a pessoa que foi vítima da imputação
falsa de crime.

4. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

O delito se consuma com a instauração da investigação policial, do


processo judicial, da investigação administrativa, do inquérito civil
ou da ação de improbidade administrativa.
Tratando-se de crime plurissubsistente, torna-se possível o
reconhecimento da tentiva.

5. ELEMENTO SUBJETIVO

O dolo é o elemento subjetivo exigido pelo tipo penal que prevê o


delito de corrupção ativa, não havendo previsão para a modalidade
culposa.

6.DESTAQUES

6.1 Autodefesa em inquérito ou processo judicial


Imagine a hipótese em que alguém esteja sendo processado pela
prática de determinada infração penal e , querendo livrar-se da
acusação, imputa a alguém, sabidamente inocente, o delito que ele
próprio havia cometido. Nesse caso, tendo o agente movimentado a
estrutura policial, no sentido de apurar os fatos falsos por ele
narrados, poderia ser responsabilizado pela denunciação caluniosa?

Tem-se entendido que não, uma vez que o agente, mesmo imputando
a alguém um crime que o sabia inocente, se encontrava no exercício
de seu direito de defesa.

6.2 Denunciação caluniosa de crime cuja punibilidade já se encontrava


extinta.

O fato de o agente dar causa a instauração, por exemplo, de um


inquérito policial cuja punibilidade da infração penal a ser apurada
já se encontrava extinta, não importa no reconhecimento do delito
de denunciação caluniosa.

Comunicação falsa de crime ou de contravenção

Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a


ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

O crime do art. 340 também costuma ser muito cobrado em provas, mas é
bem mais simples que o crime do art. 339. Na comunicação falsa de crime
ou de contravenção o sujeito se limita a comunicar falsamente a ocorrência
de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado, assim
provocando a ação de autoridade. Não há individualização do autor.
Além disso, a pena é a mesma se o fato comunicado é crime ou
contravenção (de 1 a 6 meses, crime de menor potencial ofensivo), pois, em
ambos os casos, há desperdício de tempo e esforço da autoridade pública.

1. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINARIA
Crime comum no que diz respeito ao sujeito ativo e próprio quanto ao
sujeito passivo; doloso; comissivo (podendo, no entanto ser
praticado via omissão imprópria, nos termos do artigo 13. §2º, do
Código Penal), instantâneo, de forma livre; monossubjetivo;
plurissubsistente; transeunte ou não transeunte.

2. SUJEITO ATIVO E PASSIVO


Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do delito de denunciação
caluniosa, tratando-se portanto, de um crime comum. O sujeito
passivo é o Estado.

3. OBJETO MATERIAL E BEM JURIDICAMENTE PROTEGIDO

A Administração Pública é o bem juridicamente protegido pelo tipo


que prevê o delito de comunicação falsa de crime ou de contravençao
ou, mais especificamente, a administração da justiça.
Não há objeto material.

4. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

O delito se consuma não com a mera provocação, mas sim, quando a


autoridade, efetivamente, pratica alguma ação no sentido de apurar
o cometimento de crime ou da contravenção que lhe foi falsamente
comunicado(a) pelo agente.

Tratando-se de crime plurissubsistente será possível o


reconhecimento da tentativa.

5. ELEMENTO SUBJETIVO

O dolo é o elemento subjetivo exigido pelo tipo penal que prevê o


delito de comunicação falsa de crime ou de contravenção, não
havendo previsão para a modalidade culposa.

Autoacusação falsa

Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado


por outrem:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
1. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINARIA
Crime comum no que diz respeito ao sujeito ativo e próprio quanto ao
sujeito passivo; doloso; comissivo (podendo, no entanto ser
praticado via omissão imprópria, nos termos do artigo 13. §2º, do
Código Penal), instantâneo, de forma livre; monossubjetivo;
monossubsistente ou plurissubsistente (pois o delito pode ser
praticado de diversas formas – verbal, escrita etc) ; transeunte ou não
transeunte.

2. SUJEITO ATIVO E PASSIVO


Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do delito de autoacusação
falsa , tratando-se portanto, de um crime comum. O sujeito passivo é
o Estado.

3. OBJETO MATERIAL E BEM JURIDICAMENTE PROTEGIDO

A Administração Pública é o bem juridicamente protegido pelo tipo


que prevê o delito de autoacusação falsa ou, mais especificamente, a
administração da justiça.
Não há objeto material.

4. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

O delito se consuma não com a mera provocação, mas sim, quando a


autoridade, efetivamente, pratica alguma ação no sentido de apurar
o cometimento de crime ou da contravenção que lhe foi falsamente
comunicado(a) pelo agente.
Tratando-se de crime plurissubsistente será possível o
reconhecimento da tentativa.

5. ELEMENTO SUBJETIVO

O dolo é o elemento subjetivo exigido pelo tipo penal que prevê o


delito de autoacusação falsa, não havendo previsão para a
modalidade culposa.
FALSO TESTEMUNHO OU FALSA PERÍCIA

Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como


testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial,
ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada
pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. (Vide Lei nº 12.850, de 2.013)
(Vigência)
(Revogado)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)
§ 1º - Se o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir
efeito em processo penal:
(Revogado)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
(Revogado)
§ 2º - As penas aumentam-se de um terço, se o crime é praticado mediante
suborno.
(Revogado)
§ 3º - O fato deixa de ser punível, se, antes da sentença, o agente se retrata
ou declara a verdade.
(Revogado)
§ 1 o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado
mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a
produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte
entidade da administração pública direta ou indireta. (Redação dada pela
Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
§ 2 o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que
ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. (Redação dada
pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)

Corrupção ativa de testemunha ou perito


Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra
vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para
fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento,
perícia, cálculos, tradução ou interpretação:
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o
crime é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito
em processo penal ou em processo civil em que for parte entidade da
administração pública direta ou indireta.
O crime do art. 343 do CP costuma ser cobrado em provas em sua forma
literal, sendo essencial saber que o legislador, como já afirmado, afastou a
teoria monista no caso, já que o corruptor responde pelo crime do art. 343,
e o corrompido responde pelo art. 342, 1º do CP.

Coação no curso do processo


Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer
interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer
outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo
judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena
correspondente à violência.
O crime do art. 344 também é geralmente cobrado em sua forma literal em
exames.
Tem por finalidade principal impedir que manobras violentas ou
ameaçadoras frustrem a Administração da justiça.
Assim, os bens jurídicos protegidos são a Administração da justiça e a
liberdade assegurada às partes e às demais pessoas envolvidas em tais
feitos.

Exercício arbitrário das próprias razões


Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão,
embora legítima, salvo quando a lei o permite:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena


correspondente à violência.

Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede


mediante queixa.

O crime do art. 345 geralmente é cobrado em sua forma literal em exames,


sendo necessária atenção para não o confundir com outros crimes.
De início, lembre-se que o art. 345 do CP é um crime de menor potencial
ofensivo. Além disso, há concurso material obrigatório com as penas
correspondestes à violência, caso o agente dela se utilize.
O objeto material do delito é a pessoa ou a coisa contra a qual se dirige o
exercício arbitrário das próprias razões.
Por sua vez, o núcleo do tipo é “fazer” justiça pelas próprias mãos, ou seja,
satisfazer pretensão pessoal sem acionar o Estado, mediante a atuação do
Poder Judiciário. Nesse caso, é imprescindível a possibilidade de satisfação
da pretensão em juízo. Trata-se de crime de forma livre, compatível com
qualquer meio de execução.
Lembre-se que, no caso do art. 345, a pretensão do agente é legítima, ou
seja, o sujeito (ou um terceiro, representado pelo sujeito ativo) tem um
direito ou interesse legítimo. O termo “legítima”, inclusive, funciona como
elemento normativo do tipo, tendo seu significado alcançado mediante a
valoração do caso concreto.

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