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ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO
1. Prevaricação
2. Peculato
2.1. Peculato Culposo
Capítulo I - Dos Crimes Praticados Por Funcionário Público contra a Administração, artigos 312 a 327, CP ۰
(i) Retardar: protelar e deixar de praticar e uma comissiva (praticar). O agente ainda pode praticar o ato.
Ambas as condutas omissivas vêm acompanhadas de um elemento normativo do tipo (depende de um juízo de
valor), no caso, indevidamente. Assim, deve-se verificar se houve ou não justa causa para tal comportamento.
Com efeito, indevidamente só será conduta sem justo motivo.
(iii) Praticá-lo com disposição expressa de lei: A conduta comissiva “praticar” também vem acompanhada do
elemento normativo, ou seja, contra disposição expressa de Lei.
(b) Objeto Material: é o ato de ofício. É um ato que está dentro do rol de atribuições do funcionário público.
(c) Elemento subjetivo: é o dolo acrescido de finalidade especial, no caso, para satisfazer interesse ou sentimento
pessoal.
Observação: sentimento pessoal é uma relação de afetividade ou falta de afetividade entre as pessoas, exemplos:
amor, amizade, ódio, ciúmes, inveja, vingança.
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Observação: interesse pessoal é qualquer vantagem incluindo as morais e as materiais, ressaltando que a
prevaricação é um crime subsidiário.
Geralmente, na prevaricação, um funcionário público agiu para obter uma vantagem para terceira pessoa.
(d) Consumação: é crime formal que se consuma com a prática das condutas, não precisando o agente satisfazer
o interesse ou sentimento pessoal. Trata-se de um crime formal.
(e) Distinção da Prevaricação com outros crimes. Atenção! O superior hierárquico que deixa de punir o inferior
hierárquico por indulgencia ou quando lhe falte competência, não leva o fato ao conhecimento da autoridade
competente, comete o crime de Condescendência Criminosa, artigo 320, CP (dó, amizade):
I. Doloso
1.1 Próprio
o 1.1.1. Peculato apropriação (art. 312, caput, 1ª parte, CP)
o 1.1.2. Peculato desvio (art. 312, caput, 2ª parte, CP)
1.2. Impróprio
o 1.2.1. Peculato furto (art. 312, §1º, CP)
o 1.2.2. Peculato mediante erro de outrem (art. 313, CP)
No Peculato Culposo temos a figura do funcionário público que concorre culposamente para o crime de outrem.
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Elemento subjetivo: Concorrer, ajudar, auxiliar. Em outras palavras, o funcionário público sem querer concorreu
para o crime de outrem; o funcionário é imprudente ou negligente. Ex: funcionário público recebe dinheiro e o
deixa na mesa, não guarda no cofre. A conduta culposa do funcionário público ajudou a conduta dolosa do
terceiro, funcionário público ou não. Há um nexo causal entre essas condutas.
Consumação: consuma-se com a consumação do crime de outrem. Se terceiro, particular, é pego em flagrante
quando estava saindo com o dinheiro subtraído, deve responder por furto tentado, enquanto o funcionário
público não comete qualquer crime porque não há peculato culposo tentado, salvo a culpa imprópria, que não é o
caso.
1º) Extinção da punibilidade: quando a reparação do dano for anterior à sentença irrecorrível.
2º) Redução de metade da pena imposta: quando a reparação de danos for posterior à sentença irrecorrível.
Reparação de danos no Peculato Doloso: gera as consequências do arrependimento posterior do artigo 16, CP,
onde a pena é de reduzida de ⅓ a ⅔, se ocorrer antes do recebimento da denúncia.
Trata-se de um peculato culposo próprio. Encontra-se previsto no art. 312, caput, 1ª parte, CP.
Tipo objetivo: Apropriar-se, ou seja, fazer sua coisa alheia da qual tinha posse anterior. Em outras palavras, tinha
posse e passa a ter a propriedade de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular.
Obs²: Bem móvel é qualquer coisa que possa ser apreendida e transportada.
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Exemplo: Um chefe de repartição que se serve dos serviços de funcionários públicos subordinados para prestar
serviços particulares para ele. Nesse caso não teremos o crime de peculato, por ausência de previsão legal. O que
teremos é improbidade administrativa.
Obs³: O peculato poderá ter por objeto bem particular, quando este estiver custodiado/apreendido pela
administração pública. É o chamado peculato malversação. Trata-se de crime doloso e deve ter sido em benefício
do próprio funcionário público ou de terceira pessoa. Caso seja praticado em favor da própria Administração
Pública não teremos peculato, mas sim o crime de emprego irregular de verbas ou rendas públicas, do art. 315 do
CP.
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