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Disciplina: Direito Penal Especial

Professor(a): Denis Pigozzi


Aula: 05| Data: 05/08/2021

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

TÍTULO XI - DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


Capítulo I - Dos Crimes Praticados por Funcionário Público contra a Administração em Geral

Dica bibliográfica:
Direito Penal – Parte Especial – 10ª Ed. Victor Eduardo Rios Gonçalves. Editora Saraiva

TÍTULO XI - DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Capítulo I - Dos Crimes Praticados por Funcionário Público contra a Administração em Geral

 Concussão, artigo 316, CP

“Art. 316 do CP - Exigir, para si ou para outrem, direta ou


indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas
em razão dela, vantagem indevida:

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.”

۰ A conduta típica é EXIGIR, aliás, que significa um querer coercitivo, envolve ameaça, coação.

Cuidado! Já o particular que paga a vantagem exigida NÃO COMETE QUALQUER CRIME, porque não há
bilateralidade entre os crimes de concussão e corrupção ativa, artigo 333, CP.

“Art. 333 do CP. Oferecer ou prometer vantagem indevida a


funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar
ato de ofício:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da


vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício,
ou o pratica infringindo dever funcional.”

Cuidado! Na concussão é necessária a comprovação do nexo causal entre a exigência e a função pública exercida
sob pena da prática do crime de extorsão, artigo 158, CP.

“Art. 158 do CP. Constranger alguém, mediante violência ou grave


ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida
vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer
alguma coisa:

Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.”

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Observação A ameaça pode ser direta ou indireta (feita por um intermediário), expressa ou implícita (velada).

A ameaça pode ainda ser FORA DO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO ou ANTES DE ASSUMÍ-LA, desde que a ameaça tenha
nexo causal com a conduta funcional.

۰Objeto Material: vantagem indevida. Caso a vantagem seja devida, o crime será de abuso de autoridade, Lei
4.898/1965.

Cuidado! A natureza dessa vantagem não precisa ser necessariamente de cunho econômico, inclusive a de
natureza sexual.

A vantagem tem que ser endereçada para o próprio funcionário público ou terceiro, excluído a Administração
Pública. Caso seja em favor desta última, o crime pode ser de abuso de autoridade ou de excesso de exação,
artigo 316, parágrafo 1º, CP.

“Art. 316, § 1º, CP - Se o funcionário exige tributo ou contribuição


social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido,
emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não
autoriza:

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.”

۰ Consumação: A consumação da concussão ocorre no momento da exigência, sendo crime formal (possui
conduta e resultado naturalístico, mas a lei dispensa esse para fins de consumação). Com efeito, o momento do
recebimento da vantagem é mero exaurimento.

Caso o recebimento da vantagem indevida seja em data diferente a da exigência, o funcionário público não
poderá ser preso em flagrante, sendo possível, por exemplo, a decretação da prisão preventiva.

۰ A tentativa é cabível apenas se a conduta for praticada por escrito. Sendo verbal, não se admite a tentativa, por
ser crime unissubsistente, ou seja, aquele que se consuma em um único ato.

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