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ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO
2. Peculato
Conduta típica: Desviar, ou seja, alterar o destino. Ex: dinheiro que era para saúde é desviado para pagamento de
empreiteiro.
Consumação: Esse peculato consuma-se quando a coisa pública chega a outro destino.
Indaga-se: O que é peculato de uso? É a figura de quem se utiliza do bem e depois devolve este. De acordo com a
doutrina e jurisprudência, essa figura do peculato de uso é atípica desde que o bem seja infungível (não pode ser
substituído) até porque o agente não tem o dolo de desviar e nem de desviar. Porém não se pode falar em
peculato de uso em si tratando de bens fungíveis, como, por exemplo, dinheiro, pois nesses casos há sempre
apropriação ou desvio.
CARREIRAS FISCAIS
Damásio Educacional
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não
tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para
que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de
facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.”
Sujeito ativo: Quem pratica peculato furto? É o funcionário público que não tem a posse do bem, nessa situação,
esse funcionário público subtrai ou concorre dolosamente para que terceiro o subtraia. Se o funcionário tivesse a
posse do bem, o crime seria peculato apropriação ou desvio.
Tipo objetivo:
(i) Subtrair
(ii) Concorrer para: Nesse caso a concorrência é dolosa para que o bem seja subtraído. Na verdade, o
funcionário público concorre ou facilita para que o bem seja subtraído. Ex: Deixa a porta aberta para
que outro subtraia o bem; empresta crachá; fornece a senha etc.
Ambos responderão por peculato furto, mesmo que o terceiro seja um particular.
(iii) Valendo-se da facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário público. Se praticar a
subtração sem se valer dessa facilidade, responderá pelo crime de furto do art. 155 do CP.
Consumação: A consumação ocorre com a subtração, seja pelo funcionário ou por terceiro.
Esse crime é chamado de peculato estelionato. Em breves palavras, nesse peculato, terceiro errou e após isso o
funcionário público se apropriou de bem ou de utilidade que no exercício do cargo recebeu.
Atualmente, dificilmente o pagamento é feito no órgão público ou para o funcionário público, de modo que esse
tipo penal não tem relevância.
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Objetividade jurídica: É a fé pública, ou seja, a confiança que as pessoas precisam ter no documento público.
Sujeito ativo: qualquer pessoa que NÃO tenha competência ou atribuição para elaborar o documento. Agora
conforme art. 297, § 1°-CP, se o autor for funcionário público, e se prevaleça do cargo, a pena é aumentada de
sexta parte (Ex.: trabalha no local, manuseia o documento, etc.).
Objeto material: é a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta do agente. Aqui, trata-se de documento
público. Documento público é aquele elaborado por funcionário público, no exercício de suas funções e
obedecidas às formalidades legais. Ex.: RG, CPF, CNH título de eleitor, CTPS, passaporte, certidão de nascimento.
O documento público deve ser assinado, impresso, ter relevância jurídica e idoneidade.
Cuidado: existem os documentos públicos por equiparação, e são aqueles previstos no artigo 297, § 2º:
Documentos emitidos por paraestatais (Ex: Autarquia, Sociedade de Economia Mista, Fundação
Pública, Empresa Pública);
Cuidado: documento formalmente público seria documento particular, mas a lei exige uma forma pública,
como na escritura pública de compra e venda, é documento público.
Requisitos da falsidade:
Idoneidade da falsificação - é a capacidade de enganar as pessoas em geral; o documento tem que ter
aparência de verdadeiro. De acordo com a jurisprudência, a falsificação grosseira não gera crime (crime
impossível); e
Relevância Jurídica – a falsificação tem que ser capaz de causar dano, tem que ter relevância. De acordo
com a jurisprudência, a falsificação inócua/irrelevante não gera crime, sendo atípico.
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