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ANÁLISE DE ARTIGOS DO

CÓDIGO PENAL BRASILEIRO:


Art. 300; Art. 301; Art. 302; Art. 305; Art. 312; Art. 319; Art. 322; Art.
328

Faculdade de Direito – Fadir-UFC.


Turno: Norturno. -- Turma 2023.1 -- Dep. De Direito Público -- Disciplina: Direito
Penal
III

Aluno: Claudio Alecssander da Costa Santos

Matrícula: 510705

Professora: Anala Paula Ferreira de Almeida Vierai Ramalho

Fortaleza – CE
2023
TÍTULO X
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

Falso reconhecimento de firma ou letra

Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que
o não seja:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público; e de um a três anos,


e multa, se o documento é particular.

- Bem Jurídico tutelado: Fè Pública por meio da autenticidade dos documentos oficiais.

- Sujeito Ativo: Funcionários e/ou tabeliões dos Cartórios que tem credenciais para o
reconhecimento de firmas.

-Sujeito Passivo: Primariamente o seujeito passivo é o Estado e de forma secundária a pessoa(s)


prejudica(s).

-Elemento Subjetivo do Tipo: Exige-se o dolo e livre consciente dolo de reconhecer fima falsa
que é sabedor ou na dúvida de sua autenticidade.

-Consumação: Com efetivo reconhecimento de firma.

-Ação Penal Pública e incondicionada pois é um crime contra a administração pública.

Certidão ou atestado ideologicamente falso

Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou circunstância
que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou
qualquer outra vantagem:

Pena - detenção, de dois meses a um ano.

Falsidade material de atestado ou certidão

§ 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o teor de certidão ou


de atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo
público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem:

Pena - detenção, de três meses a dois anos.

§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de


liberdade, a de multa.

- Bem jurídico Tutelado: É a Fé Pública, principalmente as certidões e atestados.

- Sujeito Passivo do tipo: O Estado e/ou a pessoa lesada.


-Sujeito Ativo: O funcionário público que no ato de exercer suas funções o faz de forma a
caracterizar o tipo.

- Elemente Objetivo do tipo penal: É composto pela conduta nuclear de atestar, que sifnifica
afirmar a certeza de algo, certidão ou atestado que sabidamente é falso.

- O Elemento Subjetivo do Tipo Penal: É o dolo, que é a vontade de atestar e praticando a figura
típica atestando ou certificando fatos que o agente é sabedor que são inverídicos.

-Consumação: Consuma-se o delito com a efetiva emissão do atestado ou certificação.

-Ação pública e incondicionada pois se trata de crime contra a Adm. Púb.

Falsidade de atestado médico

Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso:

Pena - detenção, de um mês a um ano.

Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

-Bem jurídico Tutelado: A fê pública, principalmente em relação ao atestado médico.

-Sujeito ativo do tipo: Crime próprio e o médico como executor do ato.

-Sujeito Passivo do tipo: O Estado. Secundariamente quem sofre o dano (Seja empregador ou
instituição que recebe o documento falso).

- Elemento Objetivo do Tipo: O núcleo do tipo está circunscrito no exercício da função de médico,
fornece e entrega atestado por escrito materialmente autêntico e ideologicamente falso;

-Elemento Subjetivo do Tipo: É necessário o dolo do médico de fornecer por livre vontade
atestado médico que é sabedor que totalmente ou parcialmente falso.

Consumação: Consuma-se com efetiva entrega do atestado ao interessado.

-Ação Penal Pública e incondicionada por se tratar de crime contra a Fé pública.

Supressão de documento

Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo


alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e reclusão, de um a


cinco anos, e multa, se o documento é particular.

-Bem Jurídico tutelado é a Fé Pública no aspecto da sua segurança de documentos públicos e


privados.
-Sujeito Ativo do Tipo: Crime comum que pode ser praticado por qualquer pessoa.

- Sujeito Passivo do Tipo: O Estado, bem como a pessoa prejudicada que sofre o dano pela
supressão de documento.

- Elemento Objetivo do Tipo: “O objeto do crime pe o documento verdadeiro, público e


verdadeiro, público juízo de reprovação maior do que a aquele que se dá na suressão de
documento particular, expresso pela diferença apenação prevista. Como se vê, ao contrário dos
demais crimes contra a fé pública, não há aqui falsificação de documento, mas supressão de
documento verdadeiro(...) " -(Código Penal Comentado, Coordenador Miguel Reale Junior, ed.
Saraiva Pad. 892)

-Consumação: Consuma-se com as condutas descritas no caput de destruir, ocultar ou suprimir


objeto material.

-Ação penal é pública e incondicionada.

TÍTULO XI
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Peculato

Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem
móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito
próprio ou alheio:

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do


dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou
alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.

- Bem Jurídico Tutelado: A administração pública.

- Sujeito Ativo do Tipo: Crime próprio somente funcionários públicos que exercem o cargo,
emprego ou função pública.

-Sujeito Passivo do Tipo: O Estado e entidades de direito público bem como terceiros que possam
ter sido lesados de forma secundária.

- Elemento Objetivo do Tipo: Podem ser dois os núcleos de acordo com o CAPUT do 312, sendo
a 1° apropriar em função do cargo coisa como se fosse sua(Chamado de peculato de apropriação),
já a 2° é desviar a incriminaçãoé consubstanciada pelo dá outro destino diferente daquele que lhe
foi confiado, mas com proveito patrimonial ou moral próprio ou alheio (Chamado peculado de
desvio)
- Elemento Subjetivo do Tipo: É o dolo com a livre e consciente vontade de agir em proveito
próprio ou alehio, apropriando-se ou desviando a coisa pública.

- Consumação: É no momento que o funcionário público dispõe do onjeto material como fosse
seu.

- Ação penal pública e incondicionada, sem prejuízo de sanções de caráter administrativo.

Prevaricação

Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: (Vide ADPF 881)

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

- Bem jurídico Tutelado Pelo Tipo: Administração Pública no sentido de retardar ou deixar
praticar ato de Ofício pelos motivos enumerados no tipo. Por deteriorar a imagem e por tumultuar
o andamento dos procedimentos que é um delito ofensivo a Administração Pública.

- Sujeito Ativo do Tipo: Somente pode ser funcionário público no exercício do cargo.

- Sujeito Passivo: O Estado, em especial na sua figura da Adm. Púb.

- Elemento Objetivo do Tipo: 1° Núcleo do tipo é “Retardar”, adiar, protelar, sendo objeto
material o ato oficio. (Conduta Omissiva). O 2° Núcleo do tipo é deixar de praticar o ato, omitir-
se indevidamente do ato que deveria praticar com animo definitivo. O 3° Núcleo do Tipo é
praticar de ofício forma ilegal contra disposição expressa da lei, fora dos parâmetros de qualqr
disposição expressa no regulamento.

-Elementos Subjetivos do Tipo: É o dolo consistente na vontade consciente de retardar ou deixar


de praticar atos de Ofício de representada por ações ou omissões violando o dever da função
pública.

- Consumação Consuma-se o crime pelo retardamento, omissão contra disposição da lei para
satisfazer desejos de sentimento pessoal.

- Ação Penal Pública e Incondicionada por se tratar de crime contra a Adm. Púb.

Violência arbitrária

Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la:

Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência.

- Bem Jurídico: Administração pública.


- Sujeito Ativo: Somente pode ser cometido por funcionário público no exercício da função.

- Sujeito Passivo: O Estado bem como as pessoas que possam ter sido lesadas secundariamente.

- Elemento Objetivo do Tipo: Patrocinar interesse de particular perante a Adm. Púb. No sentido
de advogar, proteger, defender direta ou indiretamente de forma direta agindo o funcionário
público pessoalmente em prol de interesse de terceiro. Indiretamente com interposição de terceito
que promove os interesses de terceiros sob a coordenação e supervisçao do funcionário público.

- Elemento subjetivo do tipo: É dolo livre consciente vontade de patrocinar o funcionário público
interesse de privado junto a Administração Pública.

- Consumação: É consumada pela prática do primeiro ato que exteriorize o animus de patrocínio
de interesse de partilhar junto a Administração Públic.

- Ação Penal Pública e incondicionada.

Usurpação de função pública

Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:

Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.

Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

- Bem Jurídico Tutelado Pelo Tipo: Administração Pública.

- Sujeito Ativo: Quqlaquer pessoa, principalmente o particular, mas nada obsta que seja
funcionário público.

- Sujeito Passivo: É o Estado.

- Elemento objetivo do tipo: Usurpar, que é exercer indevidamente e ilegalmente.

- Elemento Subjetivo do Tipo: É o dolo da livre iniciativa vontade de usurpar a função pública.

- Consuma-se com a efetiva prática de algum ato de ofício.

- Ação penal pública e incondicionada.

-- É qualificado quando o agente público em exercício do cargo aufere vantagem, patrimonial,


social, ganho ou lucro, praticando o crime usurpação.
Referências:

-Dizer o Direito

-Direitocom.com

-Gonçalves, Victor Eduardo Rios


Direito penal : parte especial / Victor Eduardo Rios Gonçalves. / coord.
Pedro Lenza. – 11. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2021. (Coleção
Esquematizado®)

984 p.

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