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1- CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PECULATO – ART.

312 CP
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou
particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena -
reclusão, de dois a doze anos, e multa.
O crime de peculato, previsto no artigo 312 do Código Penal Brasileiro, ocorre com a apropriação ou desvio
do dinheiro público, de forma indevida, por funcionários públicos. Trata-se de um crime exclusivamente
praticado por servidores públicos com acesso a bens do Estado, que – em proveito próprio ou não –
utilizam-se de sua posição para a prática do ilícito.
Tipos de peculato:
Peculato Próprio - O peculato próprio ocorre quando de forma material e direta, o indivíduo de cargo
público apropria-se ou desvia qualquer bem móvel, seja ele público ou particular, através de seu cargo. Pode
ser PECULATO APROPIAÇÃO: que o agente apodera-se de dinheiro, valor ou bem móvel, e passa a
comportar-se como se dono fosse; Ou PECULATO DESVIO: nessa modalidade o funcionário dá destinação
diversa à coisa, em benefício próprio ou alheio. Ex.: desviar um recurso público que promoveria projetos
culturais para um casamento.
Peculato Improprio (ou Peculato Furto) - § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora
não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito
próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
No peculato-furto o funcionário não detém a posse do bem ou valor, o subtrai, aproveitando-se da facilidade
de acesso, por exemplo, ou facilita para que outrem o subtraia.
Peculato Culposo - 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena - detenção,
de três meses a um ano.
No peculato culposo, o agente é negligente ou imprudente em sua conduta, o que facilita para que outra
pessoa, de forma dolosa, pratique um crime, como a subtração de um bem público. Trata-se de ação culposa
em ação dolosa alheia. Ex.: Funcionário administrativo esquece a porta aberta, de modo que um terceiro
entre furte bens.
Peculato Mediante Erro de outrem – art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no
exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
A modalidade de peculato mediante erro de outrem, é um peculato estelionato, onde a pessoa é induzida a
erro. Ex: Um fiscal vai aplicar uma multa á um determinado contribuinte e esse contribuinte paga o valor
direto a esse fiscal, que embolsa o dinheiro. Só que na verdade nunca existiu multa alguma e esse dinheiro
não tinha como destino os cofres públicos e sim o favorecimento pessoal do agente.

2- REPARAÇÃO DE DANO NO PECULATO


O que é reparação de dano? Trata-se Recuperação do prejuízo ocasionado ao bem juridicamente tutelado,
seja por sua reposição (por exemplo, a restituição da coisa furtada) ou por uma ação do agente (por exemplo,
casando-se com a ofendida, no caso de alguns crimes contra os costumes)
O atual Código Penal brasileiro ao tratar do crime de peculato na modalidade dolosa não prevê mais a
possibilidade de extinção de punibilidade no caso de ressarcimento do dano.
Somente para o peculato culposo, o art. 312, § 3º, do CP, menciona que a reparação do dano até o trânsito
em julgado gera a extinção da punibilidade, enquanto a reparação após o trânsito apenas reduz pela metade a
pena. “§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue
a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.”
3- CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA – FAVORECIMENTO REAL
Favorecimento real - CPB - Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação,
auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime: Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
O proveito do crime trata-se de “vantagem (material, moral, sexual etc.) alcançada com a prática do crime
principal. [...] não é proveito do crime, evidentemente, o instrumento; a ocultação deste, p. ex., pode
constituir outro delito”. (MIRABETE, 2005, p. 444). Por exemplo, uma pessoa mantém em depósito um
determinado valor, que sabe ser proveniente de ilícito praticado por terceiro, e objetive que o agente apenas
possa resgatar o valor para utilização posterior, restaria configurado o crime de favorecimento real.
 Crime comum
 Sujeito passivo é o Estado
 Crime formal – consuma-se com a efetiva prestação do auxílio ao criminoso.
 Admite-se a forma tentada.

4- CORRUPÇÃO ATIVA E PASSIVA


Corrupção ativa: A forma ativa do crime de corrupção, prevista no artigo 333 do Código Penal, se dá pelo
oferecimento de alguma forma de compensação (dinheiro ou bens) para que o agente público faça algo que,
dentro de suas funções, não deveria fazer ou deixe de fazer algo que deveria fazer. A corrupção ativa é
sempre cometida pelo corruptor, que em geral é um agente privado. Um exemplo de corrupção ativa é
oferecer dinheiro ao guarda de trânsito para que ele não lhe dê uma multa (ou seja, suborno). Note que o
simples ato de oferecer o suborno ao guarda já configura o crime de corrupção ativa, independente de o
guarda aceitar ou não tal oferta.
“Art. 333. Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar,
omitir ou retardar ato de ofício: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. ”
 Sujeito ativo: qualquer pessoa; sujeito passivo a administração pública.
Corrupção passiva: O Código Penal, em seu artigo 317, define o crime de corrupção passiva como o de
“Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena -
reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. ”
Na modalidade passiva está relacionada com o ato de receber essa compensação. Esse tipo de corrupção é
cometido pelo agente público corrompido. Um exemplo para deixar esse crime bem claro: um juiz que
insinua que você “pague um cafezinho” para ele, a fim de que ele acelere a análise de seu processo na
justiça.
 Sujeito ativo: Funcionário Público; sujeito passivo a administração pública.
 Trata-se de Crime Próprio.

5- DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA
“Art. 339 - Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de
investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém,
imputando-lhe crime de que o sabe inocente: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto.”
O crime de denunciação caluniosa, duas são as possibilidades para configuração:
a) Quando o agente atribui responsabilidade por crime que ocorreu, mas do qual o imputado (vítima da
denunciação) não participou.
b) Quando imputa a alguém à responsabilidade de infração penal que não ocorreu.

6- CRIME DE CONDESCÊNCIA CRIMINOSA


É crime contra a Administração Pública, praticado por funcionário público que, por clemência ou tolerância,
deixa de tomar as providências a fim de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do
cargo, ou deixa de levar o fato ao conhecimento da autoridade competente, quando lhe falte autoridade para
punir o funcionário infrator.
“Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no
exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade
competente: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa”
Ex.: Delegado deixa de responsabilizar um policial subordinado que cometeu crime de peculato: estará
cometendo crime de condescendência criminosa.
7- CRIMES HEDIONDOS E EQUIPARADOS (regime de progressão) art. 12, lei 6.368/76 – art. 16 §
Único, IV da lei 10.826/03
lei 8.072/90, conhecida como a Lei dos Crimes Hediondos,
1. Homicídio simples quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido
por um só agente;
2. Homicídio qualificado;
3. Latrocínio
4. Extorsão qualificada pela morte;
5. Extorsão mediante;
6. Estupro;
7. Estupro de vulnerável;
8. Epidemia com resultado morte;
9. Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos; ou
10. Genocídio.
São equiparados aos crimes hediondos o tráfico de drogas, o terrorismo e a tortura.
Os crimes hediondos e equiparados são insuscetíveis de anistia, graça, indulto e fiança.
A progressão de regime em crimes hediondos se dá com 2/5 (dois quintos), se primário o condenado, ou
3/5 (três quintos), se reincidente. É importante que o leitor memorize as frações, pois são cobradas em
provas.

8- Art. 30 COP (Coautoria)

9- Calunia, denunciação caluniosa e comunicação falsa de crime.

11. Lei de drogas – 11.343/06

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