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Centro universitário de Araras Dr. Edmundo Ulson.

NOME: Jaime Ramos – RA: 2010330 – SEMESTRE: 5º

CRIME DE
PECULATO E
CRIME DE
PECULATO
MEDIANTE ERRO
DE OUTREM
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................3
1. CONCEITO DO CRIME DE PECULATO.................................3
1.1 OBEJETO JURÍDICO.................................4
1.2 SUJEITO ATIVO.................................4
1.3 SUJEITO PASSIVO.................................5
1.4 CONSUMAÇÃ O E TENTATIVA.................................5
2. PECULATO FURTO.................................6
3. PECULATO CULPOSO.................................7
4. CONCEITO DO CRIME DE PECULATO MEDIANTE ERRO DE
OUTREM.................................8
4.1 OBJETO JURÍDICO.................................9
4.2 SUJEITO ATIVO.................................9
4.3 SUJEITO PASSIVO.................................9
4.4 CONSUMAÇÃO E TENTATIVA.................................9
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS.................................10

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INTRODUÇÃO

Venho por meio deste trabalho dissertar sobre os artigos 312 e 313 que versam sobre o crime
de peculato e peculato mediante erro de outrem. Mostrarei o conceito, objeto jurídico, seus
sujeitos, suas distinções e particularidades.

1. CONCEITO DO CRIME DE PECULATO

Peculato é um crime contra a administração pública que está tipificado nos artigos 312 e 313
do Código Penal, inserido nos crimes praticados por funcionário público contra a
administração geral.

Art. 312 – “Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou
particular, de quem tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio”: Pena –
reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

Parágrafo 1° - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor
ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio valendo-se de facilidade
que lhe proporciona a qualidade de funcionário.

Parágrafo 2° - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena – detenção, de 3 (três)
meses a 1 (um) ano.

Parágrafo 3° - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível,


extingue a punibilidade, se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. ’’

Art. 313 – “Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de
outrem: 6 Pena – reclusão, de 1(um) a 4 (quatro) anos, e multa”.

O peculato é um crime que só pode ser praticado de forma direta por funcionário público, por
isso é um crime funcional impróprio. Excluindo-se a qualidade de funcionário público, haverá
outro crime. Por exemplo: se ficar provado que a pessoa não é funcionário público,
desclassificase o peculato, passando o crime a ser classificado como furto ou apropriação
indébita.

O artigo 327 do Código Penal, que reza: “Considera-se funcionário público, para os efeitos
penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou
função pública”.
Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego, ou função em entidade
paraestatal. Tal conceito está, entretanto, longe de ser pacífico.
De modo geral, pode-se dizer que o conceito é tomado em sentido amplo ou restrito. Neste, o
funcionário é aquele que exerce um poder de império, autoridade ou discricionário, por menor

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que seja. Em sentido amplo, o conceito está fugindo ao de função pública, isto é, à atividade
exercida pelo Estado, para consecução de seus fins.
Para os efeitos penais, nosso diploma considera funcionário público não apenas esse, mas
também o que exerce emprego público (como o contratado, o diarista etc.), ou, de qualquer
modo, uma função pública.
Pode-se dizer então, que o conceito advém desta, embora o Código lhe haja dado maior
extensão do que a do Direito Administrativo. Para este, pois, são funcionários públicos, tanto
o Presidente da República, do Congresso, ou do Supremo Tribunal, como o contínuo da
repartição. Mais amplo ainda, o Código tornou o conceito com a equiparação. Têm-se em
vista, aqui, órgãos descentralizados da administração pública, dotados de personalidade
jurídica toda própria: refere-se a lei às autarquias. Tendo em vista o art. 312 do Código Penal,
podemos dizer que, sinteticamente, peculato é a apropriação, desvio ou subtração de coisa
móvel pública ou particular, praticado pelo funcionário público, em razão de seu cargo ou
valendo-se dessa qualidade. Sendo assim, o peculato se subdivide em:
-Peculato-apropriação (art.312, ’’caput’’, 1 ° parte);
-Peculato-desvio (art. 312, ’’caput’’, 2 ° parte);
-Peculato-furto (art. 312, parágrafo 1°);
-Peculato culposo (art. 312, parágrafo 2°);
-Peculato mediante erro de outrem (art. 313).

1.1 OBJETO JURÍDICO

O peculato pluriofensivo: ofende tanto o interesse em que não seja mudado o destino da “res
mobile’’, como o interesse em que o funcionário público não abuse de sua função, para
beneficiar-se a si mesmo ou terceiros.
Tem em vista a lei a probidade administrativa, tutelando-se a administração pública no que
tange ao patrimônio público e o interesse patrimonial do Estado, ainda que de bens
particulares. A maior relevância, porém, não é tanto a defesa dos bens da administração, mas
o interesse do Estado, genericamente vista, no sentido de zelar pela probidade e fidelidade da
administração. O dano, mais do que material, é moral e político.
Como na apropriação indébita, o delito, na modalidade do artigo, tem como pressuposto
material a posse da coisa pelo agente. Deve o dinheiro, o valor ou o bem móvel achar-se na
posse do funcionário.
A lei deixa bem claro que a posse deve ser em razão do cargo: é necessário que haja relação
de causa e efeito entre a posse e este. Deve ela ser lícita, isto é, provir de lei, regulamento, ou
do costume, não interditado ou colidente com a lei.

1.2 SUJEITO ATIVO

Sujeito ativo do crime do peculato é o funcionário público, previsto no artigo 327. Porém,
havendo concurso de agentes, diante do que dispõe o artigo 30, trata-se de circunstância
elementar do crime.

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Desconhecendo o particular a condição de funcionário do agente não responderá por peculato,
mas por outro ilícito. No caso, o dolo do co-autor ou partícipe não abrange aquele
circunstância elementar.
É irrelevante que o funcionário tenha prestado compromisso ou tomado posse ou que sua
admissão tenha sido irregular. Somente aquele que ocupe o cargo arbitrariamente não
responde por esse delito, mas pelo crime previsto no artigo 328 além de eventual furto ou
estelionato.

“Escrevente habilitado de cartório não oficializado – que se apropriou de importâncias que lhe foram confiadas
em razão de ofício – Sua condição de funcionário público – Irrelevância do fato de haver devolvido,
posteriormente, o “quantum” apropriado – Condenação – Apelação provida – Voto vencido – Inteligência do
art. 312 do CP – “A utilização, ainda que temporária, para proveito próprio, de dinheiro público de que se tem
a guarda bem como o empréstimo, a si mesmo ou a outrem, são fatos que configuram o crime de
peculato”(TJSP – AC – Rel. Camargo Sampaio – RT 533/314).

1.3 SUJEITO PASSIVO

Sujeito passivo do crime é o Estado, pois se trata de crime contra a administração pública.
Diante do conceito abrangente da expressão, além da União, Estados e Municípios, podem ser
vítimas as autarquias e as entidades paraestatais (empresas públicas, sociedades de economia
mista etc.), diante da equiparação prevista pelo artigo 327, como já foi acentuado.
O artigo 552 da CLT, com a redação que lhe deu o Decreto-lei 925, de 10-10-69, equiparou
ao crime de peculato os praticados em detrimento de patrimônio das associações sindicais, até
então assimilados aos delitos contra a economia popular.
Sujeito passivo é ainda o particular proprietário do bem apropriado ou desviado que se
encontrava na posse, guarda ou custódia da administração (peculato-malversação).
Quanto ao sujeito passivo eventual, convém distinguir: se no caso o objeto material for de
natureza pública, sujeito passivo será o Estado ou outra entidade de direito público. Cuidando-
se de bem particular, o sujeito passivo será o proprietário ou possuidor.
Quanto à entidade paraestatal, sendo desmembramento da administração pública, quando
patrimonialmente lesada pelos seus funcionários, surge como sujeito passivo do peculato.

1.4 CONSUMAÇÃ O E TENTATIVA

Consuma-se o peculato quando ocorre, na primeira hipótese, a apropriação, ou seja, quando o


funcionário público torna seu o dinheiro, valor ou bem móvel de que tem a posse em razão do
cargo.
Tem-se entendido que o peculato é um crime de dano e conseqüentemente se consuma com
este, que existe sempre na apropriação ou no desvio, seja pela diminuição efetiva do
patrimônio da administração, seja pela falta de acréscimo ou aumento devido.
Exigir-se-ia, assim, um dano patrimonial efetivo. Afirma-se na doutrina ocorrer a consumação
do delito ainda que haja caução ou fiança do peculatário, pois elas se destinam justamente à
indenização do dano causado.

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De qualquer forma, pouco importa que o agente tenha obtido a vantagem do crime e não é
necessário que se fixe o montante dos valores assenhoreados ou extraviados. Não se exige,
salvo nos casos excepcionais, o exame pericial para a comprovação do peculato, máxime
quando está ele demonstrado por documentos.
O ressarcimento do dano ou a restituição da coisa apropriada, em se tratando de peculato
doloso, não exclui o delito, podendo apenas influir na aplicação da pena. A reparação do dano
anterior ao recebimento da denúncia agora é causa de diminuição de pena, nos termos do
artigo 16 do Código Penal.
É admissível a tentativa de peculato, citando Noronha a hipótese do tesoureiro ou caixa da
repartição que é detido ao sair desta portando dinheiro que devia ter ficado no cofre.
Consuma-se o crime com a efetividade concreta da apropriação ou do desvio, realizando-se
este quando o funcionário dá à coisa destino diverso daquele para o qual foi ela entregue,
sendo irrelevante a intenção de restituir a coisa.

2. PECULATO FURTO

A hipótese de peculato-furto está prevista no art. 312, parágrafo 1°. Nela, o agente não tem a
posse da coisa móvel, pública ou particular. Valendo-se da condição de funcionário, vem a
subtrair a ‘’res mobile’’.
O núcleo do tipo é o verbo subtrair e a condição de funcionário público é a ocasião que enseja
o ato. Se o funcionário não se valer de sua condição para subtrair a coisa, mas arrombar a
repartição altas horas da madrugada, estará praticando o crime de furto qualificado, jamais o
de peculato.
Nesse crime a lei prevê duas modalidades de conduta, uma delas ocorre quando o próprio
funcionário executa a subtração, e a outra quando a subtração é realizada por terceiro, que
poderá ser um ‘’ extraneus’’, deixando, por exemplo, a porta da repartição encostada, sem
chave.
Consuma-se o crime quando a coisa sai da posse do ofendido, passando para a do agente. É
configurável a tentativa. O dolo, para os causalistas, é genérico, pois consiste na vontade
consciente e livre de subtrair a coisa móvel, pública ou particular, ciente da ilicitude do ato.
Na mesma classificação doutrinária acima, há, também, o dolo específico, representado pela
locução normativa “em proveito próprio ou alheio”, que é a intenção de realizar o lucro (“
animus lucri faciendi”).
O peculato impróprio, também denominado na doutrina de peculato-furto, está previsto no art.
312, § 1°, com a seguinte redação: “Aplicase a mesma pena (do peculato próprio), se o
funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou
concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que
lhe proporciona a qualidade de funcionário’’.
A conduta típica não é mais de apropriação e sim de subtração (furto). O sujeito ativo não tem
a posse da res ,nem o crime ocorre em virtude de sua função, mas aproveita-se ele da
facilidade que a condição de funcionário lhe concede para praticar a conduta. Essa qualidade
não é causa do resultado, mas se revela em ocasião para a sua ocorrência.

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Ausente a facilidade criada pelo exercício do cargo e função, não ocorre o peculato, e sim
simples furto.
Não basta também a condição de funcionário ou que tenha se valido das facilidades para
perpetrar a subtração; é necessário que a coisa seja pública ou que, sendo particular, esteja sob
guarda da administração pública.
Como já dito anteriormente, duas são as hipóteses previstas no artigo. Na primeira, o
funcionário subtrai a coisa nas condições já citadas.
Citam-se como exemplos: o funcionário que subtrai dinheiro do cofre da repartição em que
trabalha por encontrar a porta aberta; o policial que subtrai peças de uma motocicleta e que
arrecadara em razão das suas funções; o policial que subtrai cheque assinado pela vítima de
crime ao proceder investigações para apurá-lo, o policial subtrai cédulas do porta-notas de
uma pessoa na qual se dava uma busca pessoal.
Nos dois últimos casos, porém, não se pode afirmar que a coisa estava sob guarda ou custódia
da administração, ocorrendo apenas furto.
Na segunda hipótese, o funcionário apenas concorre conscientemente para a subtração
praticada por um terceiro, como no exemplo de Noronha, de distrair o caixa ou pagador da
repartição para que outrem se aposse do dinheiro.
O terceiro, ainda que não funcionário público, responde por peculato diante do disposto no
artigo 30 do Código Penal. Não se consumando a subtração, responde o terceiro pela tentativa
de peculato-furto.
Admite-se a tentativa de peculato-furto quando perfeitamente caracterizado o fracionamento
do iter criminis, consumando-se o ilícito com a efetiva subtração. O dolo é a vontade de
praticar umas das ações incriminadas, visando o agente proveito próprio ou alheio, com a
consciência de que se prevalece da condição de funcionário.

3. PECULATO CULPOSO

Considera-se peculato culposo o concurso não intencional (negligência, imprudência,


inépcia).
Aplica-se a modalidade culposa aos tipos precedentes, isto é, ao peculato-apropriação
(peculato próprio), contido no caput do dispositivo, e ao peculato-furto, previsto em seu
parágrafo inicial.
Sujeito ativo é o funcionário que facilita a subtração de coisas móveis que lhe estavam
confiadas, em virtude da função desempenhada.
Aqueles que delas se apropriam, ou as desviam, ou as subtrai é sempre um terceiro,
funcionário público ou não, que age dolosamente.
Se o funcionário público (“ intraneus”), efetuar a subtração, agora sim em concurso, a
hipótese fática recaíra no tipo do art.312, parágrafo 1°, do Código Penal.
Estabelece o parágrafo 3° do art. 312, que o ressarcimento anterior à sentença definitiva
(irrecorrível, da qual não cabe mais recurso algum) extingue a punibilidade.
Se o ressarcimento se der posteriormente à condenação imposta, a pena será reduzida pela de
metade.

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Pouco importa que seja efetuado pelo próprio réu, ou por terceiro em seu nome.
Evidentemente, o ressarcimento do dano ou mesmo a extinção da punibilidade não impedirão
eventuais sanções administrativas cabíveis, em razão do ilícito funcional.
Esta modalidade de peculato está disposta no artigo 312, § 2°, o crime de peculato culposo:
“Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena-detenção, de três
meses a um ano”.
Como já foi dito, nessa hipótese, o funcionário, por negligência, imprudência ou imperícia,
permite que haja apropriação ou desvio (caput), subtração ou concurso.
Não se trata de concurso de agentes em sentido próprio, pois não há que se falar em
participação culposa em crime doloso. Há apenas uma oportunidade criada por culpa do
funcionário a possibilitar a ocorrência de peculato doloso.
Portanto, o dispositivo pressupõe a conduta dolosa de um outro funcionário, ou seja, a prática
de um crime do peculato próprio ou peculato-furto. Quem, por exemplo, deixa a serventia de
cartório por conta de outrem, irregularmente, sem conhecimento oficial de autoridade
superior, cria culposamente condições favoráveis à prática de ilícitos administrativos e
criminais, respondendo por peculato culposo. Não é suficiente, porém, a inobservância pelo
agente de disposição regulamentar se esta não constitui, no caso concreto, culpa penal.
É necessário que se comprove a falta de cautela ordinária e especial a que estava obrigado o
funcionário, na guarda e preservação das coisas que lhe são confiadas, por força da função
pública que desempenha.

4. CONCEITO DO PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM

O peculato mediante erro de outrem está tipificado no artigo 313.

Artigo 313: “Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu, por erro de
outrem: Pena-reclusão, de um a quatro anos, e multa”.

“Se o réu embolsa quantia recebida de particulares por erro destes, não em razão, mas apenas,
no exercício de cargo público, comete o delito previsto no art. 313 do CP” (TJSP – Rev. –
Rel. Gonçalves Santana – RT 396/128). Idem: RJTJSP 7/554-555.

Como bem observa Noronha, embora a doutrina tenha dado a denominação ao crime de
peculato-estelionato, a infração se aproxima mais da apropriação por erro (art. 169, 1° parte),
qualificada pela qualidade do agente.
Este é um tipo autônomo de peculato, que por alguns é denominado peculato-estelionato.
Pode ser considerado como impróprio; com efeito, nele o agente não tem a posse legítima de
bens pertencentes ao Estado, que vem ter às mãos por erro.

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4.1 OBJETO JURÍDICO

No artigo 313, como no anterior, tutela-se a administração pública no seu aspecto moral e
patrimonial. Assim, pode-se dizer que o bem tutelado é o regular funcionamento da
Administração Pública em seu dúplice aspecto: bom andamento e imparcialidade.

4.2 SUJEITO ATIVO

Por tratar-se de crime próprio, o sujeito ativo do delito em estudo é o funcionário público,
pois a norma refere-se ao exercício de cargo ou função.
Tomando-se a expressão no seu sentido penal, admite-se que um particular possa contribuir
para a conduta delitiva do funcionário, induzindoo a não devolver a soma recebida por
equívoco. Noronha cita a hipótese de um funcionário receber, por equívoco, determinada
quantia de um contribuinte, pensando em restituí-la, no que, entretanto, é desaconselhado por
um amigo – não funcionário – acabando por dividirem entre si o dinheiro.

4.3 SUJEITO PASSIVO

O sujeito passivo é o Estado, já que se trata de crime contra a Administração Pública.


Podem ser vítimas, também, um extraneus ou outro funcionário público, que entregam a res
por erro ou são dela proprietários. Portanto, poderá ser um particular ou até mesmo o
funcionário público.

4.4 CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

Consuma-se o crime com a apropriação, isto é, quando o funcionário, ciente do erro de


outrem, torna a coisa sua, agindo como se dono fosse (“uti dominus”).
Em se tratando de peculato impróprio, em que o funcionário é dela proprietário, sendo
devedor apenas de quantidade, o momento consumativo do delito se opera quando, chamado a
dar conta do alcance, cai em mora e não o entrega, conforme adverte Carrara.
Assim ocorre quando o funcionário recebe vencimentos a mais.
A tentativa é admissível, citando os doutrinários como exemplo a conduta do funcionário que,
recebendo por erro uma carta com valores para cujo registro não é competente, é surpreendido
no momento em que rasga o envelope para apropriar-se da importância.
Haverá também tentativa quando o funcionário receber por erro um valor de que não
consegue apropriarse pela oportuna intervenção de seu superior hierárquico.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
COSTA JUNIOR, Paulo José. Comentários ao Código Penal. Vol. 03. 2ª ed., São Paulo:
Saraiva, 2001
DAMÁSIO, Evangelista De Jesus. Direito Penal. Vol. 04. 22ª ed., São Paulo: Saraiva, 1999.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal. Vol 03. 18ª ed., São Paulo: Atlas,
2001.
NORONHA, E. Magalhães. Direito Penal. Vol. 04. 24ª ed., São Paulo : Saraiva, 2003.

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