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Os serviços de utilidade pública são formalizados por meio de contratos de adesão e não por atos
administrativos.
Permissões são atos discricionários, com efeitos constitutivos e não declaratórios, afinal, ainda que o
particular cumpra os requisitos, caberá a Administração permitir ou não o uso do espaço público. Ao
permitir, estará constituindo um direito e não declarando situação pretérita, até porque inexistente.
Muita gente tem essa dúvida: dá pra convalidar ato vinculado? E eu sempre respondo: essa
pergunta está errada.
Afinal, o critério para saber se um ato é convalidável ou não, não é ele ser vinculado ou
discricionário, mas sim a natureza do vício que ele apresente. Segundo o professor José dos Santos
Carvalho Filho (Manual de Direito Administrativo. 2014)
Ou seja, para que seja possível a convalidação, o vício presente no ato deve ser sanável, superável.
Vale dizer: o ato deve ser anulável, não nulo. Além disso, deverá ser demonstrado que o ato não
acarretará lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiro, na forma do art. 55 da Lei 9.784/99.
“Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a
terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria
Administração.”
“o vício relativo à competência quanto à pessoa (não quanto à matéria), desde que não se trate de
competência exclusiva”
“forma, desde que a lei não considere a forma elemento essencial à validade daquele ato.”
Ademais, conforme entendimento do professor José dos Santos Carvalho Filho, quando a
convalidação se dá por motivo de competência e forma, opera-se uma convalidação por motivos
extrínsecos ao ato, que ele identifica como ratificação.
Nesse ponto, a questão força a barra dizendo que não é convalidação, mas sim ratificação, pois
segundo o mesmo doutrinador, ratificação é uma forma de convalidação.
"Há três formas de convalidação. A primeira é a ratificação. [...] Segundo a maioria dos autores, a
ratificação é apropriada para convalidar atos inquinados de vícios extrínsecos, como a competência
e a forma, não se aplicando, contudo, ao motivo, ao objeto e à finalidade."
Existem três espécies de convalidação:
a) ratificação: quando a convalidação é realizada pela mesma autoridade que praticou o ato;
Está relacionada a vício de forma.
Caso da questão;
CERTO.
O Cespe já afirmou, na resposta padrão de uma questão discursiva, que existiria um gênero,
chamado de saneamento, que se subdividiria em convalidação, ratificação e confirmação.
1. convalidação seria a correção dos vícios de um ato;
2. a ratificação seria a correção de um vício de competência;
3. a conversão seria o aproveitamento dos elementos de um ato viciado que seria convertido em
outro ato escoimado dos vícios.
Esse não é o entendimento majoritário, já que nossos doutrinadores entendem que a ratificação
nada mais é do que uma espécie de convalidação mas fica a dica de qual é o posicionamento da
banca.
De acordo com a Lei n.º 8.666/1993, o contrato administrativo deve ser escrito, sendo nulo e de
nenhum efeito todo contrato verbal celebrado com a administração pública.
Certo
Errado
A Lei 8.666/1993 estabelece a regra quanto à formalização dos contratos administrativos, com o
seguinte teor:
Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, as quais
manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os
relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de
notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a administração, salvo o de
pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5%
(cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea a desta lei, feitas em regime de
adiantamento.
Perceba que nem sempre o contrato verbal é nulo e sem nenhum efeito, pois, o próprio legislador
autoriza sua celebração para pequenas compras (e não para serviços, alienações ou obras) de
pronto pagamento (valores não superiores a R$ 8.800,00), o chamado regime de adiantamento.
Aqui se observa que o legislador ofereceu margem de escolha, de discricionariedade ao gestor, ou
seja, nada impede que promova a formalização por escrito. Daí a incorreção do quesito.
Como a questão não disse mais detalhes sobre o contrato há margem sim para duas interpretações.
Anulação acertada.