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A permissão, que não se confunde com a concessão ou a autorização, é o ato administrativo por

meio do qual a administração pública consente que o particular se utilize privativamente de um


bem público ou execute um serviço de utilidade pública. Tal ato é classificado como declaratório, na
medida em que o poder público apenas reconhece um direito do particular previamente existente.
 Certo

Errado

Os serviços de utilidade pública são formalizados por meio de contratos de adesão e não por atos
administrativos.

Permissões são atos discricionários, com efeitos constitutivos e não declaratórios, afinal, ainda que o
particular cumpra os requisitos, caberá a Administração permitir ou não o uso do espaço público. Ao
permitir, estará constituindo um direito e não declarando situação pretérita, até porque inexistente.

Como se diferenciam os institutos da


permissão, concessão, autorização e
licença? - Andrea Russar Rachel
A principal diferença entre essas quatro espécies de atos negociais reside na natureza do ato
administrativo.
Segundo Hely Lopes Meirelles, a licença é ato administrativo vinculado e definitivo.
A autorização é ato discricionário e precário.
A permissão é ato administrativo discricionário e precário.
A concessão é contrato administrativo bilateral.
A autorização e a permissão, por seu turno, distinguem-se em relação ao interesse visado com a
atividade a ela relacionada. Ainda de acordo com o mencionado autor, pela autorização consente-se
numa atividade ou situação de interesse exclusivo ou predominante do particular; pela permissão
faculta-se a realização de uma atividade de interesse concorrente do permitente, do permissionário
e do público. Permissão – é o ato administrativo segundo o qual a administração pública outorga a
alguém, que para isso se interesse, o direito de prestar um serviço público ou de usar, em caráter
privativo, um bem público.
É possível a convalidação do ato administrativo vinculado que contenha vício relativo à
competência, desde que não se trate de competência exclusiva, hipótese em que ocorre a
ratificação, e não a convalidação.

Certo

Errado

Muita gente tem essa dúvida: dá pra convalidar ato vinculado? E eu sempre respondo: essa
pergunta está errada.

Afinal, o critério para saber se um ato é convalidável ou não, não é ele ser vinculado ou
discricionário, mas sim a natureza do vício que ele apresente. Segundo o professor José dos Santos
Carvalho Filho (Manual de Direito Administrativo. 2014)

"A convalidação (também denominada por alguns autores de aperfeiçoamento ou sanatória) é o


processo de que se vale a Administração para aproveitar atos administrativos com vícios
superáveis, de forma a confirmá-los no todo ou em parte."

Ou seja, para que seja possível a convalidação, o vício presente no ato deve ser sanável, superável.
Vale dizer: o ato deve ser anulável, não nulo. Além disso, deverá ser demonstrado que o ato não
acarretará lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiro, na forma do art. 55 da Lei 9.784/99.

“Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a
terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria
Administração.”

Por fim, no entender de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (Direito Administrativo


Descomplicado. 2016) há dois requisitos a serem cumpridos para que seja possível a convalidação:
que

“o vício relativo à competência quanto à pessoa (não quanto à matéria), desde que não se trate de
competência exclusiva”

Ou que o vício seja de

“forma, desde que a lei não considere a forma elemento essencial à validade daquele ato.”

Ademais, conforme entendimento do professor José dos Santos Carvalho Filho, quando a
convalidação se dá por motivo de competência e forma, opera-se uma convalidação por motivos
extrínsecos ao ato, que ele identifica como ratificação.

Nesse ponto, a questão força a barra dizendo que não é convalidação, mas sim ratificação, pois
segundo o mesmo doutrinador, ratificação é uma forma de convalidação.

"Há três formas de convalidação. A primeira é a ratificação. [...] Segundo a maioria dos autores, a
ratificação é apropriada para convalidar atos inquinados de vícios extrínsecos, como a competência
e a forma, não se aplicando, contudo, ao motivo, ao objeto e à finalidade."
Existem três espécies de convalidação:

a) ratificação: quando a convalidação é realizada pela mesma autoridade que praticou o ato;
Está relacionada a vício de forma.

b) confirmação: quando a convalidação é realizada por outra autoridade;

Caso da questão;

c) saneamento: nos casos em que o particular é quem promove a sanatória do ato.


Ex.: erro na forma, mas o particular supre a forma adotada.

Neste caso acredito ter sido Confirmação.

#534892 CESPE - Analista de Gestão (TCE-PE)/Julgamento/2017

Com relação aos atos administrativos, julgue o item seguinte.

Um exemplo de convalidação de um ato administrativo é o saneamento do vício de competência por


meio da ratificação do ato pela autoridade competente.

CERTO.

O Cespe já afirmou, na resposta padrão de uma questão discursiva, que existiria um gênero,
chamado de saneamento, que se subdividiria em convalidação, ratificação e confirmação.
1. convalidação seria a correção dos vícios de um ato;
2. a ratificação seria a correção de um vício de competência;
3. a conversão seria o aproveitamento dos elementos de um ato viciado que seria convertido em
outro ato escoimado dos vícios.
Esse não é o entendimento majoritário, já que nossos doutrinadores entendem que a ratificação
nada mais é do que uma espécie de convalidação mas fica a dica de qual é o posicionamento da
banca.

De acordo com a Lei n.º 8.666/1993, o contrato administrativo deve ser escrito, sendo nulo e de
nenhum efeito todo contrato verbal celebrado com a administração pública.

Certo

Errado

A Lei 8.666/1993 estabelece a regra quanto à formalização dos contratos administrativos, com o
seguinte teor:

Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, as quais
manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os
relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de
notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a administração, salvo o de
pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5%
(cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea a desta lei, feitas em regime de
adiantamento.
Perceba que nem sempre o contrato verbal é nulo e sem nenhum efeito, pois, o próprio legislador
autoriza sua celebração para pequenas compras (e não para serviços, alienações ou obras) de
pronto pagamento (valores não superiores a R$ 8.800,00), o chamado regime de adiantamento.
Aqui se observa que o legislador ofereceu margem de escolha, de discricionariedade ao gestor, ou
seja, nada impede que promova a formalização por escrito. Daí a incorreção do quesito.

Como a questão não disse mais detalhes sobre o contrato há margem sim para duas interpretações.
Anulação acertada.

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