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Convalidação
161. A convalidação é o suprimento da invalidade de um ato
com efeitos retroativos. Este suprimento pode derivar de um ato da
Administração ou de um ato do particular afetado pelo provimento
viciado.
Quando promana da Administração, esta corrige o defeito do
primeiro ato mediante um segundo ato, o qual produz deforma con-
sonante com o Direito aquilo que dantes fora efetuado de modo dis-
sonante com o Direito. Mas com uma particularidade: seu alcance
específico consiste precisamente em ter efeito retroativo. O ato con-
validador remete-se ao ato inválido para legitimar seus efeitos preté-
ritos. A providência corretamente tomada no presente tem o condão
de valer para o passado.
É claro, pois, que só pode haver convalidação quando o ato pos-
sa ser produzido validamente no presente. Importa que o vício não
seja de molde a impedir reprodução válida do ato. Só são convalidá-
veis atos que podem ser legitimamente produzidos.
162. A Administração não pode convalidar um ato viciado se
este já foi impugnado, administrativa ou judicialmente. Se pudesse
fazê-lo, seria inútil a arguição do vício, pois a extinção dos efeitos
ilegítimos dependeria da vontade da Administração, e não do dever
de obediência à ordem jurídica. Há, entretanto, uma exceção. É o
caso da "motivação" de ato vinculado expendida tardiamente, após
a impugnação do ato. A demonstração, conquanto serôdia, de que os
motivos preexistiam e a lei exigia que, perante eles, o ato fosse pra-
ticado com o exato conteúdo com que o foi é razão bastante para sua
convalidação. Deveras, em tal caso, a providência tomada ex vi legis
não poderia ser outra (cf. n. 34).
A convalidação também não pode ter o efeito de expor os admi-
nistrados que no passado infringiram as disposições do ato viciado a
sanções decorrentes desta infringência. É que o descumprimento do
ato viciado corresponde à impugnação dele por via de resistência.
Ora, conforme deixou-se assinalado, não se pode convalidar um ato
que já foi impugnado, com ressalva da exceção referida.
163. A convalidação pode provir de um ato do particular afeta-
do. Ocorre quando a manifestação deste era um pressuposto legal
para a expedição de ato administrativo anterior que fora editado com
violação desta exigência. Serve de exemplo, trazido à colação por
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104. No que atina a esta hipótese de estabilização (situação prevista m. letra "b)
nosso entendimento não é sufragado pela administrativista citada.
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