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TAREFA ROLIANDRO

AMANDA MARINS GOMES DE MATOS

1) Qual a medida cabível a socorrer os interesses do seu cliente? Considere que, com a
revogação da liminar, volta a viger a multa, caso não seja concluída a demolição da área
construída por MARCOS TADEU.
RESPOSTA: A medida cabível a aplicar nesse caso para socorrer Marcos Tadeu seria
apresentar uma apelação perante a sentença do Magistrado de primeira instância. Essa
apelação deve ser apresentada perante o Juízo da causa. Junto com meu cliente, classificado
como o recorrente da causa, devemos afastar o argumento utilizado pelo Juízo a quo, no
sentido de que não houve esgotamento da instância administrativa, apontar a violação ao
princípio do devido processo legal, indicar a violação ao princípio de isonomia e especificar a
violação ao princípio da segurança jurídica ou proteção a confiança.

2) O esgotamento da instância administrativa para ajuizamento de processo na Justiça é


obrigatório? Justifique fundamentando.
RESPOSTA: Não, nem a lei e nem a Constituição exigem o esgotamento da via
administrativa como condição de acesso ao Poder Judiciário. Ao contrário, de acordo com o
no artigo 5º, XXXV da Constituição há a inafastabilidade do controle jurisdicional.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

3) O judiciário pode revogar atos administrativos? Justifique fundamentando.


RESPOSTA: Quando um ato não condiz mais com o princípio do interesse público não há
motivos para que ele continue existindo no ordenamento jurídico, ele pode sim ser revogado,
porém deve ser exercido pela administração pública, e pode ser declarada de ofício a
qualquer momento. Entretanto, em se tratando da revogação feita pelo poder judiciário, essa
tarefa não te diz respeito, exceto quando estiver exercendo função administrativa, pode
revogar seus atos administrativos, o objeto da revogação é aquele ato válido que se tornou
inconveniente ou inoportuno ao sistema jurídico, sendo este o seu motivo.

4) Houve quebra de confiança da Administração Pública em face do particular? Qual tipo de


pedido judicial pode ser feito no processo? Justifique fundamentando.
RESPOSTA: A resposta inicial da administração ao senhor Marcos, gerou nele uma
confiança no entendimento de que teria liberdade para tais reformas em sua cobertura, sem
alguma contraindicação, razão pelo qual, comprou e realizou investimentos em sua
propriedade. Portanto, quando posteriormente a administração pública veio a revogar sua
decisão, houve sim a quebra de confiança pela alteração entendimento e prática de atos
incompatíveis com a conduta anterior. Cabe dizer que houve uma violação do princípio de
legalidade, visto que, a administração não pode decidir que terá a redução de um patrimônio
sem que lhe seja dada a participação em processo formal. Por isso, devemos aplicar o
princípio de isonomia, observando que outros proprietários em idêntica situação não foram
alvo de notificação por parte da Administração municipal, o que revela tratamento desigual,
sem critério legítimo de diferenciação. Marcos Tadeu, portanto, juntamente com seu
advogado, pode pedir a reforma da sentença e insistir no pedido de anulação do ato
administrativo, danos morais e o pagamento dos danos materiais que restarem comprovados
respectivos aas obras empreendidas.

5) A determinação de demolição do imóvel, foi uma decisão vinculada ou discricionária?


Discricionariedade é ato ilegal?
RESPOSTA: Acredito que a determinação de demolição do imóvel tenha sido uma decisão
discricionária, ato quando a lei confere liberdade ao administrador para que ele proceda a
avaliação da conduta a ser adotada segundo critérios de conveniência e oportunidade, mas
nunca se afastando da finalidade do ato, o interesse público. Discricionariedade não se
configura como ato ilegal, contudo, o administrador deverá observar estritamente a lei quanto
aos limites impostos. Atuar além dos limites legais resulta na prática de um ato arbitrário,
sempre ilegítimo e inválido. Quando o ato discricionário está contaminado de vícios, pode ser
anulado pela administração ou pelo judiciário, e revogado pela administração. No caso de
Marcos Tadeu, fica claro que a administração pública local agiu fora dos parâmetros das leis
estabelecidas.

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