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DEFENDER EM PROCESSO
ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
4 de julho de 2022
DEDICATÓRIA:
- à minha querida esposa Vera Lúcia Ribeiro Rodrigues e aos amigos de sempre
Independência de esferas
Prova emprestada
Prescrição
Discordando da comissão
Sem discricionariedade
Revisão
(https://www.conjur.com.br/2020-abr-12/veja-stj-julgado-
andamento-conclusao-pad)
De todo o modo, resta claro que não se pode nem se deve buscar
descontruir a ideia de interesse público para que se possa admitir a
consensualidade. Ao contrário, a opção pelo ajuste e pela negociação
não é uma forma de dispor do interesse público, mas, sim, uma forma
de atingir o próprio interesse público.
2 Ibid., p. 88-89.
6 Ibid., p. 104.
10 Cf., por exemplo, artigos 3º, § 2° e 3º, 6º, 139, V, 165, § 3º, 174,
190, 221, 334, § 11 etc.
Pois bem.
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em https://www.estudosinstitucionais.com/REI/article/view/636,
acessado no dia 03/12/21.
IV - CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
O objetivo destas notas é fornecer, a nível de comentários não exaustivos,
principalmente, a interpretação do autor, Juiz de Direito aposentado
compulsoriamente, em virtude de quatro PROCESSOS ADMINISTRATIVOS
DISCIPLINARES, ajuizados por dois Corregedores-Gerais de Justiça perante o
Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, e algumas referências,
da autoria de outros intérpretes do Direito, para que o Regimento Interno do
Tribunal de Justiça de Minas Gerais e outros regramentos sobre o PROCESSO
ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR (Resolução 135/CNJ/2011, Lei
Complementar mineira 59/2001, Leis federais n. 8.112/90 e n. 9.784/99,
Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, Regimento Interno do
Superior Tribunal de Justiça e Constituição Federal ) sejam compreendidos por
Advogados e partes quando atuarem em causa própria nos referidos processos.
Tendo sido investigado, processado e condenado à pena de aposentadoria
compulsória pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça mineiro, perfazendo-se
um período de 4 anos de vivência, em grande parte atuando em causa própria,
adquirimos uma visão real do que existe em termos de regramentos, por um
lado, e de realidade, por outro, detectando divergências normativas,
desrespeito, em vários casos, à hierarquia das normas, tudo isso que precisa
aperfeiçoar-se para atender-se ao ideal de Justiça sonhado pelos Imputados e
pretendido por muitos dos Julgadores, sendo que, todavia, pelo fato, inclusive,
de tratar-se de um ramo do Direito muito recente, ainda não se perfectibilizou o
suficiente para satisfazer a expectativa de realização da Justiça aguardada e
acreditada pelos Imputados e inclusive o desejo de fazer Justiça por parte de
muitos dos próprios Julgadores, que, na colegialidade, muitas vezes, veem-se
vencidos pelo voto da maioria, o que, nem sempre, representa a Justiça [5].
Observamos, no nosso primeiro processo, que, na fase pré-processual,
foram colhidas provas apenas acusatórias, sem ter-se dado a nós a oportunidade
de produzirmos provas e sequer fomos interrogado, ficando a fase pré-
processual praticamente funcionando como uma guilhotina, que seria usada, no
julgamento, pelo Órgão Especial, sendo que vários dos seus Membros se
ativeram muito mais a essas provas do que àquelas que foram produzidas na
fase processual, esta dirigida pelo Relator, sob o crivo do CONTRADITÓRIO e
da AMPLA DEFESA, além do DEVIDO PROCESSO LEGAL. Observe-se que o
voto do Relator foi pelo arquivamento, mas seguido por poucos.
Para a maioria dos Julgadores, não existe a obrigatoriedade do
CONTRADITÓRIO na fase pré-processual, razão pela qual, se houverem por
bem julgar apenas com base nessas provas ou priorizá-las, em detrimento
daqueles produzidas na fase judicial, assim o fazem, acreditando estarem
fazendo Justiça, pois podem pensar que, na fase judicial, o Imputado já estará
mais bem preparado para se defender, enquanto que, na fase pré-processual, a
verdade é que será mostrada. Infelizmente, ainda não se considera que, em
qualquer procedimento, tenha de existir o direito de AMPLA DEFESA. Talvez
um dia assim venha a acontecer, mas está longe esse dia. A figura do Juiz das
Garantias foi uma dessas tentativas, mas falhou, no nosso país.
Igualmente, no nosso caso, não foram observados os princípios da
PROPORCIONALIDADE e da RAZOABILIDADE na aplicação da pena, nem
sequer foram levados em conta os predicados do Magistrado, que contava com
mais de 30 anos de exercício honesto na Magistratura, inclusive sendo autor de
193 livros, até então, sendo vários deles jurídicos. Como não há o princípio da
RESERVA LEGAL, no Direito Administrativo Disciplinar, uma mesma
imputação pode ser punida tanto com advertência como com aposentadoria, de
acordo com o modo de pensar da maioria dos Julgadores, sendo que a
fundamentação se baseia, muitas vezes, em dados que não deveriam justificar
condenações a penas desproporcionais, como Sindicâncias e representações
arquivadas, espírito inovador, sem contar que não se respeitam regras aplicadas
no Processo Penal para a dosimentria da pena, como causas de aumento e
dimininuição, excludentes de ilicitude etc., mas sim há uma mentalidade
draconiana prevalente, de que, praticada uma infração, a pena tem de ser
exemplar, para servir de alerta, inclusive, para desestimular eventuais outros
infratores, quanto mais se pensar em prevenção ao invés de punições. E, talvez o
mais grave, seja a ideia de que a subordinação à hierarquia seja o valor a ser
mais respeitado, como se estivéssemos em uma estrutura militar e não que cada
Magistrado seja um Órgão do Poder Judiciário. O espírito da LOMAN, editada
durante o regime ditatorial de 1964, está presente no PROCESSO
ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR.
Foi considerado apenas o fato em si, ou seja, a infração de que foi
acusado, com rigor na aplicação da pena considerados o que se denominou de
“antecedentes”, mesmo as representações arquivadas e as Sindicâncias
igualmente arquivadas, baseando-se em um princípio extravagante que se
poderia chamar de “onde há fumaça há fogo”, ou seja, se houve muitas
reclamações contra o Magistrado é porque ele é “problemático”, enquanto que
igualmente se pode concluir o contrário, ou seja, “se o Magistrado desagrada a
muitos é porque produz muito ou é muito honesto”.
Em suma, prevaleceram apenas os argumentos da acusação, para a
maioria dos Julgadores.
Esse tipo de julgamento é eivado de subjetivismo, o que acontece muito
mais do que se possa imaginar, justamente porque o Direito Administrativo
Disciplinar não está ainda estruturado como um ramo do Direito realmente
digno desse status, como acontece com o Processo Penal e o Processo Civil, sem
contar a falta de especialização e o volume de processos a serem julgados em
apenas duas sessões por mês, tendo havido uma sessão em que constavam da
pauta, nada mais nada menos, do que 71 processos judiciais, dentre os quais
alguns administrativos disciplinares, sabendo-se que o horário normal das
sessões é de 13:30 às 18:00 horas, sendo que sempre começam depois do
horário previsto e terminam antes do horário regulamentar.
Quanto ao segundo processo, já militava contra nós a não
primariedade, apesar de não transitada em julgado a primeira condenação,
considerada por vários Julgadores como “maus antecedentes”, o que fez com
que a pena aplicada fosse desproporcional ao extremo, mesmo sendo o fato
imputado de mínima gravidade, em desacordo com as provas dos autos, que foi
praticamente toda, ou realmente toda, favorável à tese do arquivamento,
defendida pelo Relator e alguns outros votantes.
Aliás, como dito, em ambos os casos, o Relator optou pelo arquivamento,
mas seu voto foi desconsiderado pela maioria, mesmo tendo sido ele quem
colheu pessoalmente as provas na fase judicial, sob o crivo do
CONTRADITÓRIO, da AMPLA DEFESA e respeitado o DEVIDO PROCESSO
LEGAL.
Observou-se que os votos do Corregedor-Geral de Justiça foram decisivos
para as duas condenações, sendo que alguns dos que os acompanharam
praticamente apenas emitiram, com algumas palavras, um “de acordo”,
parecendo sequer terem tomado ciência das provas produzidas em sua
integralidade, pois os votos do Relator foram embasados nas provas coligidas na
fase judicial, que, realmente, são as decisivas, pois passam pelo crivo do
CONTRADITÓRIO, devendo essas provas ser consideradas as únicas válidas,
conforme o Processo Penal, com exceção de uma ou outra realizada na fase pré-
processual.
É sabido que há testemunhas que mentem na fase pré-processual,
justamente porque estão falando sem serem reperguntadas pela Defesa,
enquanto que, na fase processual, se mentem, estarão sendo reperguntadas e
cairão, na maioria das vezes, em contradição. Por isso, não se pode embasar
uma condenação meramente nas provas da fase pré-processual, quando estão
em contradição com as provas da fase processual.
Quanto ao terceiro processo, apesar de desconsiderados, em vários
momentos, requerimentos de produção de provas, inclusive o aproveitamento
de provas emprestadas, o Relator se mostrou honesto, acreditando estar agindo
dentro do DEVIDO PROCESSO LEGAL, o que representa uma grande virtude.
A questão da honestidade é de suma importância, pois se houver malícia,
mesmo que camuflada, prejudica-se o Imputado e, muitas vezes,
irremediavelmente.
Uma virtude que nos pareceu relevante foi a do Relator determinar a
remessa a nós das notas taquigráficas dos depoimentos e do interrogatório, o
que significa respeito à dignidade da pessoa do Imputado.
O quarto processo teve incidentes questionáveis, como o de não
remessa a nós das notas taquigráficas dos depoimentos das testemunhas
ouvidas.
Outro dado que queremos colocar sob análise é a convocação de
substitutos para composição do Órgão Especial, não só por não terem
conhecimento aprofundado, na maioria dos casos, do Direito Administrativo
Disciplinar, bem como as convocações, muitas vezes, acontecerem de última
hora, fazendo com que sequer tenham tido condições de se inteirar, a fundo, dos
casos concretos que seriam julgados.
Imagine-se na sessão em que foram votados 71 processos judiciais, dentre
os quais vários de cunho administrativo disciplinar, em que se determinam
aposentadorias compulsórias, disponibilidades, exonerações etc....
Na verdade, não deveria haver a previsão legal de substituições no Órgão
Especial, pois representantam a falta de respeito à dignidade da pessoa humana,
contemplada, como princípio, inclusive, no art. 8º do CPC, que diz: “Ao aplicar
o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem
comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e
observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade
e a eficiência.”
1) O controle
judicial no
processo
administrativo
disciplinar (PAD)
restringe-se ao
exame da
regularidade do
procedimento e da
legalidade do ato,
à luz dos
princípios do
contraditório, da
ampla defesa e do
devido processo
legal, não sendo
possível nenhuma
incursão no mérito
administrativo.
2) A Lei de
Improbidade
Administrativa
(Lei 8.429/1992)
não revogou, de
forma tácita ou
expressa, os
dispositivos da Lei
8.112/1990, em
relação aos
processos
administrativos
disciplinares.
3) Declarações
prestadas à mídia
por autoridade
pública, acerca de
irregularidades
cometidas por
servidores públicos
a ela
subordinados, não
ensejam, por si só,
a nulidade do
PAD.
4) A
administração
pública, quando se
depara com
situação em que a
conduta do
investigado se
amolda às
hipóteses de
demissão ou de
cassação de
aposentadoria,
não dispõe de
discricionariedade
para aplicar pena
menos gravosa
por se tratar de
ato vinculado.
5) Não há falar em
ofensa ao princípio
da
proporcionalidade
e da razoabilidade
quando a única
reprimenda
prevista para a
infração
disciplinar
apurada é a pena
de demissão.
6) Em caso de
inobservância de
prazo razoável
para a conclusão
de processo
administrativo
disciplinar, não há
falar em
ilegalidade na
concessão de
aposentadoria ao
servidor
investigado.
7) O deferimento
de provimento
judicial que
determine à
autoridade
administrativa que
se abstenha de
concluir
procedimento
administrativo
disciplinar
suspende o curso
do prazo
prescricional da
pretensão punitiva
administrativa.
8) É possível o
imediato
cumprimento da
penalidade
aplicada na
conclusão de
processo
administrativo
disciplinar, uma
vez que os recursos
administrativos e
os pedidos de
reconsideração,
em regra, não
possuem efeito
suspensivo
automático.
9) Reconhecida a
nulidade de PAD
pela existência de
vício insanável,
antes do seu
julgamento, não
há que se falar
em reformatio in
pejus quando a
segunda comissão
processante opina
por penalidade
mais gravosa.
10) Meras
alegações de que
existe fato novo
não têm o condão
de abrir a via da
revisão do
processo
administrativo
disciplinar, sendo
indispensável a
comprovação da
existência de fatos
novos,
desconhecidos ao
tempo do PAD.
A Imparcialidade:
O caráter de imparcialidade é inseparável do Órgão da jurisdição. A
primeira condição para que o juiz possa exercer sua função dentro do
processo é a de que ele coloque-se entre as partes e acima dela. A
imparcialidade do juiz é pressuposto para que a relação processual
seja válida. É assim que os doutrinadores dizem que o Órgão
jurisdicional deve ser subjetivamente capaz.
Conclusão:
Como foi visto é indubitável que o processo, para atingir o seu fim de
solução de conflitos e pacificação social, deve contar com a
imparcialidade do Órgão Julgador.
Bibliografia:
• ARONNE, Ricardo. O princípio do livre convencimento do juiz.
Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 1996
• RICOEUR, Paul. O justo 1: a justiça como regra moral e como
instituição. São Paulo, 2008
V - RETROSPECTIVA HISTÓRICA
Parece-nos necessário remontarmos aos primórdios, não muito antigos,
dos regramentos, em que havia uma ideia não mecanicista da atuação dos
magistrados e demais operadores do Direito, para tanto transcrevendo,
inicialmente, o teor da instrução 173/1988/cj, editada por ordem do saudoso
Desembargador José Costa Loures, quando exerceu, com grande senso de
efetividade, o cargo de corregedor de justiça:
Instrução nº 173/1988
(revogada pelo Provimento nº 161/cgj/2006)
normas para agilização de processos.
CAPÍTULO XI
DA DISCIPLINA JUDICIÁRIA
SEÇÃO I
DOS DEVERES DO MAGISTRADO
Art. 145. Os deveres do magistrado são os previstos na
Constituição da República, na Constituição do Estado, na Lei
Orgânica da Magistratura Nacional, no Código de Ética da
Magistratura e na legislação nacional pertinente, dos quais
se destacam:
(Caput com redação dada pelo art. 55 da Lei Complementar
nº 135, de 27/6/2014.)
A lista de disposições legais acaba sendo tão ampla, que, na prática, não
há como conhecê-las todas, uma vez que os deveres não se restringem aos
relacionados na Constituição de 1988, na Constituição Estadual mineira, na
LOMAN, no Código de Ética da Magistratura, no Regimento Interno do
Tribunal de Justiça mineiro, nos Atos Normativos do Conselho Nacional de
Justiça e do Tribunal de Justiça mineiro, sabendo-se que a Resolução
135/CNJ/2011 faz remissão a Leis etc., como se pode ver na referida Resolução.
Por isso, dizemos sempre que há a necessidade da edição de um Código,
pois o emaranhado de disposições legais confunde operadores do Direito e
Imputados e seus eventuais Procuradores.
I - cumprir e fazer cumprir, com independência, serenidade e
exatidão, as disposições legais e os atos de seu ofício;
A expressão “independência” conflita com a expressão “exatidão”, pois
quem goza de independência não tem de obedecer cegamente. E, na prática, a
cobrança é cada vez maior no sentido do cumprimento exato de normas cada
vez mais achatadoras da “independência” sobretudo dos juízes de 1º grau.
II - não exceder injustificadamente os prazos para
sentenciar ou despachar;
O que seja admitido como justificativa fica por conta da maior ou menor
compreensão de quem julga. Efetivamente, não há como cumprir os prazos
estabelecidos nas normas com tantas atividades a desempenhar nas partes
processual e de gestão.
O Conselho Nacional de Justiça, por exemplo, entende que o prazo de
100 dias não representa excesso de prazo, o que, segundo entendemos, de
acordo com o caso, pode ser sim excesso de prazo, devendo cada caso ser
analisado em suas peculiaridades. A fixação, a priori, de prazos, pode gerar
prejuízos irreparáveis.
III - determinar as providências para que os atos
processuais se realizem nos prazos legais;
O número de ATRIBUIÇÕES aumenta cada vez mais, pois, aprovado em
difícil concurso público, para decidir processos, tem sido cobrado, sobretudo
dos juízes de 1º grau, atuação de gestão, através da adesão obrigatória ao
chamado Planejamento Estratégico, em que o juiz consome enorme tempo
prestando contas das suas atuações à Corregedoria-Geral de Justiça e ao
Conselho Nacional de Justiça. Em suma, podemos dizer que o Juiz de Direito
deixou de ser um Julgador para ser um Julgador-gestor. Esse Planejamento
Estratégico repete a antiga Qualidade Total, onde se pretende a
superprodutividade e a prestação de contas para fins estatísticos.
IV – tratar com urbanidade as partes, os membros do
Ministério Público e da Defensoria Pública, os Advogados, as
testemunhas, os funcionários e auxiliares da Justiça e
atender aos que o procurarem, a qualquer momento, quando
se tratar de providência que reclame e possibilite solução de
urgência;
(Inciso com redação dada pelo art. 55 da Lei Complementar
nº 135, de 27/6/2014.)
O atendimento presencial tem sido feito, muitas vezes, pelos assessores,
com agendamento prévio, tamanho é o número de processos e das atividades de
gestão...
V – residir na sede da comarca, salvo autorização motivada
do Órgão competente do Tribunal de Justiça;
(Inciso com redação dada pelo art. 55 da Lei Complementar
nº 135, de 27/6/2014.)
Essa regra sofre uma série de exceções, sendo aplicada caso a caso.
VI - comparecer pontualmente à hora de iniciar-se o
expediente ou a sessão e não se ausentar injustificadamente
antes de seu término;
Se o próprio Órgão Especial sempre começa as sessões com atraso e as
termina antes do horário regulamentar...
VII - exercer assídua fiscalização sobre os subordinados,
especialmente no que se refere à cobrança de custas e
emolumentos, mesmo não havendo reclamação das partes;
O recebimento de presentes e gratificações é uma realidade brasileira...
Controlar essa praxe é praticamente impossível como mais um dever do Juiz
quanto aos que com ele trabalham... A diferenciação entre presente e propina é
um jogo de quebra-cabeça difícil de solucionar-se...
VIII - manter conduta irrepreensível na vida pública e na
particular;
O que seja “conduta irrepreensível na vida pública e na particular” serve
de argumento para muitos PROCESSOS ADMINISTRATIVOS
DISCIPLINARES, pois é uma norma cuja interpretação é totalmente subjetiva.
IX - permanecer de plantão, quando escalado, nos fins de
semana e feriados, com direito a compensação ou a
indenização, paga nos termos do parágrafo único do art. 117
desta Lei Complementar; e
Quanto a este dever não há dúvida, pois a norma é clara. Aliás, todas as
normas que tratam dos deveres deveriam ser claras, pois, em caso de imputação
de seu descumprimento, há como se defender sabendo-se exatamente se houve
ou não descumprimento.
Questionamos, quando ainda na ativa, a obrigação de Juízes de Varas não
Criminais de ficarem, nos plantões, obrigados a presidirem audiências de
custódia...
X - responder as solicitações encaminhadas pelos Órgãos do
Tribunal de Justiça nos prazos assinados, observando o
prazo máximo de setenta e duas horas nos casos de urgência.
(Artigo com redação dada pelo art. 26 da Lei Complementar
nº 105, de 14/8/2008.)
Atender às determinações de prestar esclarecimentos depende dos meios
de comunicação, atualmente, sobretudo, ligados à Internet, que, nem sempre,
funciona a contento. Cada caso tem de ser analisado cum grano salis.
Certa feita, há muitos anos atrás, tivemos de enfrentar uma
representação perante a Corregedoria-Geral de Justiça por conta de uma
determinação de prestarmos esclarecimentos em pleno período de apuração de
eleição quando ainda os votos eram em cédulas de papel...
SEÇÃO II
DAS PENALIDADES
Art. 147. A atividade censória de Tribunais e conselhos é
exercida com o resguardo devido à dignidade e à
independência do magistrado.
Este dispositivo merece um comentário um tanto incisivo, pois o que
menos se tem feito é respeitar-se a “INDEPENDÊNCIA DO MAGISTRADO”.
Fomos punido, com pena de aposentadoria compulsória, justamente por
alegada desobediência, mesmo apresentadas justificativas plausíveis.
Parágrafo único. O magistrado não poderá ser punido nem
prejudicado pelas opiniões que manifestar nas decisões que
proferir, salvo em casos de impropriedade ou excessos de
linguagem.
(Artigo com redação dada pelo art. 26 da Lei Complementar
nº 105, de 14/8/2008.)
O que sejam “impropriedade” e “excesso de linguagem” cai no domínio
da subjetividade. Poder-se-ia dizer, para evitar dúvidas interpretativas, que o
magistrado deve utilizar expressões técnico-jurídicas sempre que tais possam
ser suficientes para esclarecer suas afirmativas. Adote-se o juridiquês para
evitarem-se mal-entendidos.
Art. 148. São penalidades aplicáveis ao magistrado:
I – advertência;
II – censura;
III – remoção compulsória;
IV – disponibilidade;
V – aposentadoria compulsória;
VI – demissão.
§ 1° As penas de advertência e de censura são aplicáveis
somente aos Juízes de primeiro grau, após o devido processo
legal.
Todas as penas acima elencadas somente podem ser aplicadas após o
DEVIDO PROCESSO LEGAL, que exigem a obediência aos princípios
lembrados linhas atrás, sob pena de nulidade.
§ 2° Compete ao Corregedor-Geral de Justiça, relativamente
ao Juiz de Direito:
I – apurar infrações administrativas;
Ou seja, instaurar Sindicâncias ou até proceder a investigações sigilosas,
as quais tem de submeter ao Órgão Especial, que as aprova ou não.
Muitas vezes um Imputado sequer sabe que está sendo investigado, o que
nos parece um desrespeito à sua pessoa, como tal e como profissional,
desrespeitando-se a regra do art. 147, acima, que determina: “A atividade
censória de Tribunais e conselhos é exercida com o resguardo devido à
dignidade...”
II – propor ao Órgão competente do Tribunal de Justiça a
instauração de processo administrativo disciplinar.
(Expressão “Corte Superior” substituída pela expressão
“Órgão competente do Tribunal de Justiça” pelo art. 111 da
Lei Complementar nº 135, de 27/6/2014.)
Nem sempre os PROCESSOS ADMINISTRATIVOS DISCIPLINARES são
precedidos de Sindicâncias. O Imputado pode questionar essa situação,
inclusive requerendo a rejeição por falta de justa causa.
§ 3° Compete ao Presidente do Tribunal de Justiça exercer as
atribuições previstas no § 2° relativamente ao
Desembargador.
Nunca soubemos de nenhum caso desse tipo.
§ 4° Na Justiça Militar Estadual, as atribuições previstas no
§ 2° competem ao Corregedor, com relação aos Juízes de
primeiro grau, e ao Presidente do Tribunal, no que se refere
aos Juízes de segundo grau.
(Artigo com redação dada pelo art. 56 da Lei Complementar
nº 135, de 27/6/2014.)
Acreditamos que a subordinação da Justiça Militar Estadual do Tribunal
de Justiça seja uma situação estranha, pois, na Justiça Militar Federal se julgar
os militares das Forças Armadas do Exército, Marinha e Aeronáutica, sem
subordinação a não ser ao Superior Tribunal Militar.
SEÇÃO III
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
(Título com redação dada pelo art. 57 da Lei Complementar
nº 135, de 27/6/2014.)
Art. 156. O processo administrativo disciplinar poderá ter
início, em qualquer caso, por determinação:
I – do Conselho Nacional de Justiça;
II – do Tribunal de Justiça, mediante:
a) representação fundamentada do Governador do Estado,
da Mesa da Assembleia Legislativa, do Conselho Seccional
da Ordem dos Advogados do Brasil, do Procurador-Geral de
Justiça e do Defensor Público-Geral do Estado, nos casos de
magistrado de primeiro grau e de Desembargador;
b) proposta do Corregedor-Geral de Justiça, no caso de
magistrado de primeiro grau, ou do Presidente do Tribunal
respectivo, quando se tratar de Desembargador.
(Artigo com redação dada pelo art. 56 da Lei Complementar
nº 135, de 27/6/2014.)
Subseção I (Suprimida pelo art. 57 da Lei Complementar nº
135, de 27/6/2014.)
Dispositivo suprimido.
São esses os legitimados para a iniciativa contra o magistrado estadual a
nível de instauração de PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR.
SUBSEÇÃO I
DOS PROCEDIMENTOS PARA APURAÇÃO DE
RESPONSABILIDADE DISCIPLINAR DE MAGISTRADO
Art. 157. Qualquer pessoa devidamente identificada e com
endereço conhecido poderá representar, por escrito, a
respeito de abuso, erro, irregularidade ou omissão imputada
a magistrado.
(Artigo com redação dada pelo art. 56 da Lei Complementar
nº 135, de 27/6/2014.)
O direito de representar contra magistrado está aberto a qualquer pessoa.
Alguns levam em conta denúncias anônimas.
TÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO E DO FUNCIONAMENTO
TÍTULO III
DA COMPOSIÇÃO E DO FUNCIONAMENTO DO ÓRGÃO
ESPECIAL
TÍTULO I
DAS ATRIBUIÇÕES E DA COMPETÊNCIA
CAPÍTULO I
DAS ATRIBUIÇÕES DO TRIBUNAL PLENO
Art. 25. São ATRIBUIÇÕES ao Tribunal Pleno:
São indelegáveis essas funções, pois que são ATRIBUIÇÕES, ou seja,
exclusivas do Pleno.
II - eleger doze membros integrantes do Órgão Especial;
Por uma questão de agilidade que muitas situações comportam, é
permitido que Órgãos delegatários tomem iniciativas para serem referendadas,
posteriormente, pelo Pleno, mas isso não significa a preterição do dever de
prestar contas.
IX - indicar, em lista tríplice, a dvogados ou membros do
Ministério Público, para preenchimento do quinto constitucional
nos Tribunais estaduais;
Todas as ATRIBUIÇÕES e COMPETÊNCIAS não expressamente
delegadas a outros Órgãos são do Pleno, o qual, na verdade, apenas por uma
questão de funcionalidade, delega ATRIBUIÇÕES e COMPETÊNCIAS, que,
normalmente, seriam exclusivamente suas.
CAPÍTULO II
DAS ATRIBUIÇÕES E DA COMPETÊNCIA E DO PRESIDENTE E
DOS VICE-PRESIDENTES
Art. 26. Sem prejuízo de outras competências e atribuições
conferidas em Lei, em geral cabe ao Presidente do Tribunal:
Normatizações específicas podem contemplar outras ATRIBUIÇÕES e
COMPETÊNCIAS ao Presidente, mas, de acordo com o Regimento Interno, são
elas as mencionadas a seguir. Uma das ATRIBUIÇÕES delegadas por normas
outras ao Presidente, por exemplo, é a de votar nos PROCESSOS
ADMINISTRATIVOS DISCIPLINARES, segundo a Resolução 135/CNJ/2011,
art. 14 § 3º.
III - presidir as sessões ... do Órgão Especial ..., nelas exercendo o
poder de polícia, na forma estabelecida neste regimento;
Como dito, o Presidente vota nos PROCESSOS ADMINISTRATIVOS
DISCIPLINARES por força do art. 14 § 3º da Resolução 135/CNJ/2011. Pode-se
indagar se pode se abster: é evidente que sim. Pode-se indagar se pode não
comparecer e nem se fazer substituir: igualmente.
CAPÍTULO III
DAS ATRIBUIÇÕES DO CORREGEDOR-GERAL DE JUSTIÇA
CAPÍTULO IV
DAS ATRIBUIÇÕES E DA COMPETÊNCIA DOS DEMAIS ÓRGTRIBUNAL
SEÇÃO I
DA COMPETÊNCIA DO ÓRGÃO ESPECIAL
Art. 33. Compete ao Órgão Especial, por delegação do Tribunal
Pleno:
V - julgar recurso interposto contra decisão jurisdicional do
Presidente, do Primeiro Vice-Presidente, do Segundo Vice-
Presidente ou do Terceiro Vice-Presidente do Tribunal de Justiça,
nos casos previstos em lei ou neste regimento;
VI - julgar agravo interno, sem efeito suspensivo, de decisão do
Relator que, nos processos criminais de competência originária e
nos feitos de sua competência:
a) recusar produção de prova ou realização de diligência;
VII - julgar embargos em feito de sua competência;
A expressão correta deveria ser de ATRIBUIÇÃO e não de COMPETÊNCIA,
pois são tarefas exercidas com exclusividade, não podendo haver, inclusive,
delegação.
SEÇÃO II
DAS ATRIBUIÇÕES DO ÓRGÃO ESPECIAL
TITULO III
DAS SESSÕES
LIVRO III
DOS PROCEDIMENTOS EM GERAL
TÍTULO I
DO REGISTRO, DO PREPARO E DA
DISTRIBUIÇÃO DE FEITOS CAPÍTULO I DO
REGISTRO E DO PREPARO
SEÇÃO I
DO REGISTRO
Art. 62. Os feitos a serem submetidos à apreciação do Tribunal
serão registrados:
I - no protocolo da Corregedoria-Geral de Justiça, os que devam ser
submetidos à sua apreciação;
II - no protocolo geral, todos os demais.
Parágrafo único. Os feitos judiciais, após o registro no
protocolo geral, serão encaminhados para cadastramento, e os
demais procedimentos judiciais em andamento, aos respectivos
Cartórios.
Dispensam-se comentários.
TÍTULO II
DO RELATOR E DO
REVISOR CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES
GERAIS E DOS PRAZOS
Art. 83. Não poderão servir como Relator o Presidente e os Vice-
Presidentes do Tribunal e o Corregedor-Geral de Justiça, exceto nos
feitos que já lhes tenham sido distribuídos até o dia da eleição, caso
em que fica preventa a competência, e nos feitos que, por
disposição legal ou regimental, forem de suas competências.
Entendemos que, em processo de aposentadoria decorrente de
entendimentimento de não reaproveitamento de Juiz de Direito, o
Corregedor-Geral de Justiça, que conduziu o processo de reaproveitamento,
não pode ser o Relator nesse novo processo.
CAPÍTULO II
DO RELATOR
TÍTULO III
DA CONVOCAÇÃO, DA PAUTA, DO JULGAMENTO, DO
ACÓRDÃO E DA DIVULGAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA
CAPÍTULO I
DA CONVOCAÇÃO
CAPÍTULO II
DA PAUTA
CAPÍTULO III
DO JULGAMENTO
CAPÍTULO IV
DO ACÓRDÃO
LIVRO IV
DOS PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS
TITULO I
DAS ESPÉCIES DE
PROCEDIMENTO
Art. 134. São procedimentos administrativos:
IX - a verificação de invalidez de magistrado;
X - a advertência, a censura, a remoção, a disponibilidade e a
aposentadoria de magistrado por interesse público e a perda do
cargo;
XI - o vitaliciamento de Juiz de Direito;
XIII - o recurso administrativo e a revisão;
XX - outros processos administrativos previstos em Lei ou neste
regimento.
TÍTULO XI
DOS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS EM FACE DE
MAGISTRADOS
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 203. Será instaurado processo
administrativo em face de magistrado nos casos
de:
I - verificação de invalidez;
II- apuração de fato que possa determinar:
a)aplicação das penas de advertência e de censura aos juízes de
primeiro grau;
b)decretação, por interesse público, da remoção ou
disponibilidade;
c)aposentadoria por interesse público;
CAPÍTULO III
DA ADVERTÊNCIA, DA CENSURA, DA REMOÇÃO, DA
DISPONIBILIDADE E DA APOSENTADORIA POR INTERESSE
PÚBLICO E DA PERDA DO CARGO
SEÇÃO I
DA DEFESA PRÉVIA
SEÇÃO II
DA AUTORIZAÇÃO PARA INSTAURAÇÃO DO PROCESSO
ADMINISTRATIVO
SEÇÃO III
DO AFASTAMENTO CAUTELAR
SEÇÃO IV
DA INSTRUÇÃO DO PROCESSO
Muito autores criticavam este meio de prova por alegarem não ser um
meio compatível com o princípio do contraditório, ao buscar em outro
processo, uma prova produzida por outras partes diversas do caso
concreto. Contudo, o Novo CPC condiciona a prova emprestada ao
direito do contraditório.
(https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/10378/As-especies-de-
provas-sob-a-otica-do-Novo-CPC)
SEÇÃO V
DO JULGAMENTO
SEÇÃO VI
DO ACÓRDÃO
SEÇÃO VII
DA EXECUÇÃO DO ACÓRDÃO
Art. 231. Tornada definitiva a decisão que impuser pena de perda
do cargo, de remoção, disponibilidade ou aposentadoria por
interesse público de magistrado ou de advertência e censura
contra juízes de primeiro grau, o Presidente expedirá o ato
respectivo.
Parágrafo único. A advertência e a censura, nas hipóteses
cabíveis, serão aplicadas reservadamente e por escrito.
TÍTULO XIII
DOS RECURSOS
ADMINISTRATIVOS
E DA REVISÃO
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 263. São recorríveis, nos casos indicados neste capítulo, as
decisões administrativas proferidas, em feitos regulados neste
regimento:
I - pelo Órgão Especial;
II - pelo Presidente do Tribunal;
IV - pelo Relator de processo administrativo;
Art. 268. Salvo nos casos em que for exigido quorum especial, a
decisão será tomada por maioria simples de votos.
§ 1º Em caso de empate na votação, o Presidente proferirá voto de
qualidade, se dela não houver participado.
§ 2º Não sendo possível o desempate, prevalecerá a decisão
recorrida.
CAPÍTULO II
DO RECURSO ADMINISTRATIVO
CAPÍTULO III
DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
CAPÍTULO IV
DO AGRAVO INTERNO
Art. 275. Nos casos das alíneas a e b do inciso I do art. 274 deste
regimento, o agravo interno será processado:
I - na forma retida, caso em que caberá ao Órgão colegiado
competente apreciá-lo como preliminar do julgamento do processo
ou recurso administrativo;
II - na forma de instrumento, se o requerer o agravante.
O Imputado pode escolher como deva processar-se o agravo interno.
Entendemos melhor a segunda opção.
CAPÍTULO V
DA REVISÃO
CAPÍTULO II
DO RELATOR, DO REVISOR, DA PAUTA E DA SESSÃO DE
JULGAMENTOS E DOS ACÓRDÃOS
SEÇÃO XII
DOS PROCESSOS ACESSÓRIOS
SEÇÃO II
DO INCIDENTE DE INCOMPETÊNCIA DE DESEMBARGADOR OU
ÓRGÃO DO TRIBUNAL
(Redação dada pela Emenda Regimental n° 6, de 2016)
SEÇÃO III
DO INCIDENTE DE IMPEDIMENTO OU SUSPEIÇÃO DE
DESEMBARGADOR
(Redação dada pela Emenda Regimental n° 6, de 2016)
ALGUNS ANEXOS
RESOLUÇÃO 135/CNJ/2011
I - advertência;
II - censura;
IV - disponibilidade;
V - aposentadoria compulsória;
VI – demissão.
II - INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR
Art. 10. Das decisões referidas nos artigos anteriores caberá recurso no
prazo de 15 (quinze) dias ao Tribunal, por parte do autor da
representação.
IV -DISPOSIÇÕES FINAIS
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-----------------------
LEI N. 8.112/90
Título V
Capítulo I
Disposições Gerais
I - arquivamento do processo;
II - aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de
até 30 (trinta) dias;
Capítulo II
Do Afastamento Preventivo
Capítulo III
Do Processo Disciplinar
III - julgamento.
Seção I
Do Inquérito
Seção II
Do Julgamento
Seção III
Da Revisão do Processo
LEI 9.784/99
CAPÍTULO IV
DO INÍCIO DO PROCESSO
CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA
CAPÍTULO VII
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO
CAPÍTULO VIII
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO
CAPÍTULO IX
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS
Art. 26. O Órgão competente perante o qual tramita o
processo administrativo determinará a intimação do interessado
para ciência de decisão ou a efetivação de diligências.
II - finalidade da intimação;
CAPÍTULO X
DA INSTRUÇÃO
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e
comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizam-se
de ofício ou mediante impulsão do Órgão responsável pelo
processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor
atuações probatórias.
CAPÍTULO XI
DO DEVER DE DECIDIR
CAPÍTULO XI-A
DA DECISÃO COORDENADA
(Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
CAPÍTULO XII
DA MOTIVAÇÃO
CAPÍTULO XIII
DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO
PROCESSO
CAPÍTULO XIV
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO
CAPÍTULO XV
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO
I - fora do prazo;
CAPÍTULO XVI
DOS PRAZOS
CAPÍTULO XVII
DAS SANÇÕES
NOTAS
[1] Direito Administrativo Disciplinar[1] é a subdivisão do Direito
Administrativo dedicada a apurar os ilícitos disciplinares. Tem como
finalidade buscar a verdade material de certo acontecimento na
Administração Pública e, consequentemente, ordenar e disciplinar os seus
servidores. Trata dos deveres e das proibições funcionais dos servidores
públicos e regula o processo para apuração das notícias de irregularidades
funcionais e consequente penalização dos agentes pelas faltas disciplinares
cometidas.
Em razão do Direito Administrativo Disciplinar ser ramo do Direito
Administrativo, este faz parte do Direito Público.
O PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR ou a Sindicância
administrava é o processo pelo qual a Administração exerce o Direito
Disciplinar, e consequentemente, o seu poder disciplinar, estando
condicionada ao respeito das garantias constitucionais e a participação dos
interessados.
Os princípios constitucionais que regem a Administração Pública são
aplicáveis aos instrumentos jurídicos em apreços, quais sejam: LEGALIDADE,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, além de princípios
processuais, tais como o do DEVIDO PROCESSO LEGAL (due process of law),
da AMPLA DEFESA, do CONTRADITÓRIO, da presunção de não
culpabilidade, etc.
Fontes
No âmbito da administração pública federal, o direito disciplinar tem como
principal norma a Lei n.º 8.112/1990, também conhecida como "Regime
Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União", que traz um rol de deveres e
proibições, além de normas especiais para a Sindicância e para o PROCESSO
ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR (PAD). A Polícia Federal e a Polícia Civil do
Distrito Federal, todavia, dispõem de estatuto próprio, a Lei n.º 4.878/1965.
A norma geral de processo administrativo federal é a Lei n.º 9.784/1999, que
se aplica ao PAD quando a Lei especial não instituir o contrário. Há também
disposições sobre direito disciplinar na Lei de Abuso de Autoridade (Lei n.º
4.898/1965) e na Lei de Improbidade administrativa (Lei n.º 8.429/1992).
Aplica-se ainda ao PAD os princípios constitucionais regentes
da administração pública, como os da LEGALIDADE, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência, além de princípios processuais, tais como
o do DEVIDO PROCESSO LEGAL (due process of law), da AMPLA DEFESA, do
CONTRADITÓRIO, da presunção de não culpabilidade, etc. As normas
do Código de Processo Penal e do Código de Processo Civil podem valer
subsidiariamente no direito disciplinar, ou seja, desde que não haja norma
especial regendo a matéria.
Penalidades
No âmbito federal, as penas previstas para os servidores públicos que
cometem infrações disciplinares, dependem da natureza da infração, dos
antecedentes funcionais e dos danos que advierem ao serviço, e podem variar
desde uma simples advertência, passando por suspensão de um até 90 dias,
ou, no máximo, pena de demissão. Para os servidores que estiveram
aposentados, mas que forem responsabilizados por infração cometida quando
da atividade que mereceria penalidade de demissão, haverá a cassação
de aposentadoria.
As autoridades regionais somente podem aplicar penalidades de advertência
ou de suspensão até 30 dias. Suspensões maiores ou penas expulsórias
somente podem ser aplicadas pelo Presidente da República. No entanto,
há decreto presidencial que delega para os ministros de estado o poder de
aplicar essas sanções sobre os servidores de sua pasta. Dessa forma, por
exemplo, um policial federal será demitido por ato do Ministro da Justiça e
Segurança Pública; como um servidor do IBAMA o será pelo Ministro do Meio
Ambiente; um auditor fiscal, pelo Ministro da Economia; e assim por diante.
Já o ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU) pode avocar para
si os processos disciplinares dos demais ministérios e aplicar essas
penalidades.
Tipos processuais
A Lei n.º 8.112/1990 instituiu dois tipos de procedimentos, a Sindicância
administrativa e o PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR.
Por meio da Portaria nº 335, de 30 de maio de 2006,[2] definiu-se, para o
processo denominado Sindicância, que as atividades por nele desenvolvidas
serão:
Sindicância investigativa ou preparatória: procedimento preliminar sumário,
instaurada como fim de investigação de irregularidades funcionais, que
precede ao PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR, sendo prescindível
de observância dos princípios constitucionais do CONTRADITÓRIO e da
AMPLA DEFESA;
Sindicância acusatória ou punitiva: procedimento preliminar sumário,
instaurada com fim de apurar irregularidades de menor gravidade no serviço
público, com caráter eminentemente punitivo, respeitados o
CONTRADITÓRIO, a oportunidade de defesa e a estrita observância do
DEVIDO PROCESSO LEGAL.
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR visa a esclarecer as causas de
certo acontecimento na Administração Pública, ou seja, a verdade material.
Como consequência, este processo ordena e disciplina os seus servidores, de
modo a alcançar um correto funcionamento da máquina administrativa, com
a diminuição da ocorrência de irregularidades.
Sistema de Correição
Em junho de 2005, com a publicação do Decreto n.º 5.480, foi criado o
“Sistema de Correição do Poder Executivo Federal”, integrado pela
Corregedoria-Geral da União como “Órgão Central” (Decreto n.º 5.683/2006),
pelas unidades específicas de correição junto aos Ministérios como “unidades
setoriais” e pelas unidades específicas de correição que compõem as estruturas
dos Ministérios, autarquias e fundações públicas como “unidades seccionais”.
Desta forma, este Sistema objetiva integrar as atividades de correição no
âmbito do Poder Executivo Federal.
Denúncias de irregularidades cometidas por servidores públicos federais
podem ser encaminhadas à CGU através do
endereço http://www.cgu.gov.br/AreaOuvidoria/FaleComAOuvidoria/Formu
larioOuvidoria.asp
Cada Estado e cada Município podem instituir regimes disciplinares próprios.
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_administrativo_disciplinar)
(https://www.tjmg.jus.br/portal-tjmg/noticias/tjmg-participa-de-
webseminario-de-direito-administrativo.htm#.YsGJGL3MLDc)
Tribunal Pleno
Órgão Especial
Corregedoria-Geral de Justiça
Seções cíveis
Grupos de câmaras criminais, câmaras cíveis e criminais
Conselho da Magistratura
Comissões permanentes
Conselho de Supervisão e Gestão dos Juizados Especiais
Turma de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais
Comissões temporárias
Ouvidoria Judicial
Teorias da Justiça
As principais teorias modernas sobre justiça revelam-se em duas grandes
categorias: para uma primeira corrente, a ideia de justiça relaciona-se
diretamente com a ideia de equidade (ou ainda, fairness, utilizando-se da
expressão inglesa). Para uma segunda corrente, a ideia de justiça está mais
ligada ao conceito de bem-estar (welfare). Cada uma dessas correntes
comporta uma série de teorias diferentes, que se utilizam de distintas
perspectivas para tratar do tema.
Justiça como equidade
Perspectiva utilitarista
A perspectiva utilitarista do conceito de justiça foi desenvolvida por autores
como John Stuart Mill, Henry Sidgwick e Jeremy Bentham, este último sendo
um dos principais expoentes desse pensamento. Sendo uma teoria
preponderantemente consequencialista, o utilitarismo define a utilidade social
em termos de utilidades individuais, ou seja, define a função de utilidade de
cada pessoa em termos de suas preferências individuais.
Bentham propunha que o princípio da utilidade (prazer/dor;
felicidade/tristeza) deveria ser um norteador não só para as ações dos
indivíduos, mas do próprio Estado, no tocante à nomogênese jurídica. Deste
modo, entendendo os interesses da comunidade como as somas dos interesses
de seus diversos membros, caberia aos governantes e legisladores propor Leis
e políticas públicas no sentido de gerar o máximo de felicidade para todos.[32]
A relação da justiça com o utilitarismo reside no fato das regras morais da
justiça estarem diretamente relacionadas ao que há de essencial na promoção
da felicidade humana, sendo valores como a imparcialidade e a igualdade
virtudes ou obrigações da justiça.[33]
Perspectiva liberal de John Rawls
John Rawls foi um dos mais influentes teorizadores do conceito de justiça
como equidade (fairness), através de sua obra Uma Teoria da Justiça,
publicada em 1971.
Retomando a teoria do contrato social, Rawls propõe-se a imaginar uma
situação hipotética e histórica similar ao estado de natureza (chamada de
posição original), na qual, determinados indivíduos escolheriam princípios de
justiça. Tais indivíduos, concebidos como racionais e razoáveis, estariam
ainda submetidos a um "véu de ignorância", ou seja, desconheceriam todas
aquelas situações que lhe trariam vantagens ou desvantagens na vida social
(classe social e status, educação, concepções de bem, características
psicológicas, etc.). Desta forma, na posição original, todos compartilham de
uma situação equitativa: são considerados livres e iguais.
Ao retomar a figura do contrato social como método, Rawls não tem como
objetivo fundamentar a obediência ao Estado (como na tradição do
contratualismo clássico de Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques
Rousseau). Ligando-se à Immanuel Kant (construtivismo kantiano), a ideia do
contrato é introduzida como recurso para fundamentar um processo de eleição
de princípios de justiça, que são assim descritos por ele:
Ressalte-se que por vezes, como há normas sucessivas no tempo, haja vista que
a norma só pode ser revogada por outra norma de igual ou superior
hierarquia.
Cumpre primeiramente elucidar que não existe uma hierarquia entre normas
constitucionais originárias. De sorte, que todas as normas elaboradas
pelo Poder Constituinte originário, independentemente de seu conteúdo,
posicionando-se no mesmo nível hierárquico.
Vale lembrar ainda que a tese do doutrinador alemão Oto Bachof não é
admitida no Brasil.
Desta forma, ratifico que não há hierarquia entre Lei complementar, Lei
ordinária, Lei delegada, medida provisória, decreto legislativo e Resolução.
A referida pirâmide de Kelsen tem a Constituição como seu vértice, por ser esta
o fundamento de validade de todas as demais normas do sistema jurídico.
Assim, nenhuma norma do ordenamento jurídico pode se opor à Constituição:
esta é superior a todas as demais normas jurídicas, as quais são, por isso
mesmo, denominadas infraconstitucionais.
Diz-se que os tratados de direitos humanos, ao serem aprovados por esse rito
especial que ingressaram no chamado bloco de constitucionalidade. Em
virtude da matéria de que tratam (direitos humanos), esses tratados estão
gravados por cláusula pétrea, e, estando, portanto, imunes à denúncia pelo
Estado brasileiro.
Ora, se a CF/88 exige Lei ordinária (cuja aprovação é mais simples!) para
tratar de determinado assunto, não há óbice a que uma Lei complementar
regule o tema.
É um exemplo, o artigo 37, inciso VII, da CF/1988 que trata do direito de greve
dos servidores públicos (o direito de greve será exercido nos termos e nos
limites definidos em Lei específica).
Isso não significa que não possa existir a Lei regulamentadora versando sobre
a norma de eficácia plena. Apesar disto, a norma em questão já produz todos
seus efeitos de imediato, independentemente de qualquer tipo de
regulamentação.
São não-restringíveis, ou seja, caso existe uma Lei tratando de uma norma de
plena eficácia, esta não poderá limitar sua aplicação. Possuem aplicabilidade
direta, imediata e integral (sem sofrer limitações ou restrições).
Um exemplo clássico é o artigo 5º, inciso III da CF/1988, segundo o qual é
livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a Lei estabelecer.
É um exemplo, o artigo 37, inciso VII, da CF/1988 que trata do direito de greve
dos servidores públicos (o direito de greve será exercido nos termos e nos
limites definidos em Lei específica).
Um exemplo é o art. 196 da Carta Magna (a saúde é direito de todos e dever
do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”).
Frise-se que a eficácia dessas normas é limitada, porém existente! Diz-se que
as normas de eficácia limitada possuem eficácia mínima. Diante dessa
afirmação, cabe-nos fazer a seguinte pergunta: quais são os efeitos jurídicos
produzidos pelas normas de eficácia limitada?
A Lei complementar, por sua vez, não pode disciplinar matéria reservada para
a Lei ordinária, sem incorrer no vício de inconstitucionalidade formal. Mas, in
casu, a Lei complementar perderá seu status de norma complementar e
poderá ser depois revogada, por norma ordinária (trata-se de excepcional
hipótese de revogação de Lei complementar por Lei ordinária).
Frise-se novamente que não existe hierarquia entre Leis ordinárias e Lei
complementares. E, o eventual conflito se resolve pela distinção de matéria
entre essas normas e conforme exista ou não, reserva constitucional específica.
Quanto aos tratados internacionais em geral, que não versem sobre os direitos
humanos têm hierarquia de Lei ordinária federal. Quanto aos decretos do
Presidente da República que são expedidos para fiel execução das Leis (art.84,
IV da CF/1988).
Até mesmo o direito à vida poderá ser legitimamente afastado, por exemplo,
na hipótese de guerra declarada, vide o artigo 5º, XLVII da vigente
Constituição federal brasileira.
Referências:
BIBLIOGRAFIA