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Princípios

TGP
Prof. Ms. Ana Luiza Quirino
Princípio da Razoável Duração do
Processo

Foi alçado à condição de Princípio Constitucional através da


Emenda 45/2004, que o incluiu no rol do art. 5º:

Art. 5º
(...)
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são
assegurados a razoável duração do processo e os meios que
garantam a celeridade de sua tramitação. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
CPC – “Art. 4º - As partes têm o direito de obter em
prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a
atividade satisfativa.”
Características

• Assegura a razoável duração do processo;

• Disponibiliza os meios que garantam a celeridade;

• Garante que a celeridade não afetará a segurança jurídica


nem ferirá os demais princípios, com destaque para o
contraditório e a ampla defesa.
Não há nada pior que a injustiça célere, que é a pior forma de
denegação de justiça, como bem atesta Miguel Reale Jr.

Por outro lado, o excesso de tempo na prestação jurisdicional


pode-se tornar até mesmo injustiça; como ensina Rui Barbosa,  a
justiça atrasada não é justiça, senão injustiça qualificada e
manifesta.

Portanto, o destaque é dado à RAZOABILIDADE no corpo do


princípio.
Motivações

1. A respeitabilidade e confiabilidade no Poder Judiciário estão ligadas a


uma resposta rápida e eficaz em resposta à provocação do Poder
Jurisdicional.

“O processo tem, sobretudo, função política no Estado Social de Direito.


Deve ser, destarte, organizado, entendido e aplicado como instrumento
de efetivação de uma garantia constitucional, assegurando a todos o
pleno acesso à tutela jurisdicional, que há de se manifestar sempre como
atributo de uma tutela justa.”
Humberto Theodoro Júnior

Exemplo Negativo: Liminar em Habeas Corpus


2. O conceito de tempestividade, na nova ordem processual, deve
se aplicar também ao Estado-Juiz.

“O direito de acesso à justiça exige que o Estado preste a


adequada tutela jurisdicional que, significa, também, a tutela
estatal tempestiva e efetiva".
“Há tutela adequada quando, para determinado caso concreto, há
procedimento que pode ser dito adequado, porque hábil para
atender determinada situação concreta, que é peculiar ou não a
uma situação de direito material"
Luis Marinoni
3 – A utilidade da prestação jurisdicional deve ser concreta nas
decisões judiciais.

“Vale dizer que o direito ao processo significa direito a um


processo cujo resultado seja útil em relação à realidade dos fatos.
Não se trata, é claro, de um processo fantasioso, que não
desemboque numa efetiva prestação do serviço tutelar
jurisdicional. O processo sem efetividade desrespeita o princípio
do due processo of law”
Luiz Wambier
Critérios para avaliação da morosidade
judiciária (Corte Européia de Direitos
Humanos)

1. a complexidade da causa

2. o comportamento dos litigantes e de seus procuradores,

3. a atuação do órgão jurisdicional.

A conjugação dos três fatores é que pode determinar se houve ou


não morosidade excessiva.
Princípio da Igualdade processual

A igualdade perante a lei, presente no caput do art. 5º é subsídio


constitucional para igualdade perante o juiz;

“A igualdade de tratamento, todavia, corresponde à igualdade nas


oportunidades que serão oferecidas às partes no referente à
pratica dos atos processuais, encontrando certa restrições em
alguns casos legais, não sendo, portanto, absoluto [...]” (DA SILVA,
1997
• Exemplos de exceções:
• Art 188 do CPC “Computar-se-á à um quádruplo o prazo para
contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda
Pública ou o Ministério Público”
• Art 12 do caput do CPDC: “O fabricante, o produtor, o construtor
nacional ou estrangeiro, e o importador respondem,
independentemente da existência de culpa, pela reparação dos
danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de
projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas,
manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus
produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas
sobre sua utilização e riscos”.
• Isonomia no Processo: mais que tratar todos de forma igual, o
juiz deve usar os meios legais para afastar as desigualdades, de
qualquer ordem.

• Nova concepção do princípio da Isonomia: ativismo judicial


Princípio da Eficiência

• O princípio da eficiência, aplicado ao processo jurisdicional, impõe a condução


eficiente de um determinado processo pelo órgão jurisdicional.

• Não se pode confundir o princípio da eficiência com o princípio da efetividade,


pois a eficiência tem a ver com a gestão, com administração de recursos, tanto
humanos quanto financeiros, enquanto que a efetividade tem a ver com o
resultado. Um processo pode ser efetivo e não ser eficiente.

• É, efetivamente, fazer mais com menos. Aplicação racional dos recursos


processuais.

• Art. 8º do CPC - Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins


sociais e às exigências do bem comum resguardando e promovendo a dignidade
da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a
legalidade, a publicidade e a eficiência.
Exemplo: Intervenção obrigatória do MP – art 279 do CPC

“Art. 279.
É nulo o processo quando o membro do Ministério Público não for
intimado a acompanhar o feito em que deva intervir.
§ 1º Se o processo tiver tramitado sem conhecimento do membro do
Ministério Público, o juiz invalidará os atos praticados a partir do
momento em que ele deveria ter sido intimado.
§ 2º A nulidade só pode ser decretada após a intimação do Ministério
Público, que se manifestará sobre a existência ou a inexistência de
prejuízo.”
Princípio da Boa-Fé Processual

“CPC - Art. 5º- Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-
se de acordo com a boa-fé.”

Boa-fé subjetiva: Acreditar que está agindo licitamente;


Boa-fé objetiva: Condutas lícitas

O Novo CPC busca, com esse princípio, combater a litigância de má-fé.

Exemplo prático: Tutela de evidência


“Art. 311 A tutela da evidência será concedida, independentemente da
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
(...)
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar
dúvida razoável.

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