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RESUMO DE AULA

Turma/Turno: DPF – Preparação Final / Manhã

Data: 02/08/2012

Disciplina: Direito Administrativo

Professor: André Uchoa

Assunto e nº da aula: Ato administrativo – Aula 4

Autoexecutoriedade

É a característica que permite o ato gerar efeitos independente de manifestação prévia da


autoridade. Nem todos os atos são autoexecutórios. Exemplo: multa. No que tange a
aplicação, a multa é autoexecutório, mas no que tange a execução da multa esta não é
autoexecutória. Outro bom exemplo é a encampação, pois encerra contrato de concessão a
depender de autorização legislativa.quando não há culpa da concessionária.

Exigibilidade – é a capacidade do ato gerar obrigações, significa dizer que ele é fonte
de obrigações. Exemplo – auto de trânsito, auto de vistoria.

Executoriedade – Significa a análise da possibilidade de a administração compelir


por seus próprios meios e instrumentos o particular cumprir com as consequências da
exigibilidade, sem necessidade de manifestação do poder judiciário.

Tipicidade – é a perfeita adequação entre a conduta do administrador e o tipo administrativo


legal – abstrato. Decorre do princípio da legalidade estrita do direito administrativo. Aqui, a
tipicidade é uma presunção relativa de licitude.

Extinção do ato

Anulação e revogação.
Anulação – Seu fato gerador é a ilegalidade no momento do nascimento, que apesar de ter
nascido ilegal, ele goza de presunção de legalidade e gerará efeitos até o instante que for
descoberta esta ilegalidade.

Quem pode anular?

A própria administração ou o poder judiciário. Sendo a própria administração, rege-se pelo


princípio da auto-tutela, independente de provocação. Princípio da oficialidade dos atos e
processo administrativo. Art. 5º da lei de processo. A administração pode anular também a
pedido da parte interessada, com base no art. 5º,XXXIV,”a” CF/88. O direito de petição é um
controle administrativo para anular ato administrativo quando eivado de vício.

O judiciário pode anular, mas só a pedido. Jamais de ofício, pois lesaria o princípio da
inércia da jurisdição. Exceção: art. 654, §2º CPP, HC de ofício, aqui o judiciário pode anular,
independente de provocação, o ato de prisão ilegal-arbitrária.

Que tipo de ato pode ser anulado?

Qualquer ato administrativo pode ser anulado, sendo ele vinculado ou discricionário.

Quais são os efeitos da anulação?

Os efeitos são retroativos, ex-tunc, desconstituindo os efeitos gerados. Excepcionalmente,


alguns efeitos podem ser preservados, salvaguardando efeitos gerados a terceiros de boa-fé
que não contribuíram para aquela ilegalidade. Princípio da confiança legítima e teoria da
aparência.

O ato de aposentadoria é um exemplo de ato administrativo complexo. Primeiro o ato de


aposentadoria e depois o registro pelo TCU.

Súmula vinculante 03 – Os processos administrativos que tramitem perante o TCU se


sujeitam a contraditório e ampla defesa, salvo o de registro, aposentadoria e pensão.

Informativo 600 – Mitiga a supramencionada súmula. Alguns ministros chegam a dizer que
esta súmula vinculante 03 tem de ser revista.

Efeitos atípicos, reflexos e PRODRÔMICOS do ato administrativo.

Efeitos típicos – decorre da execução do objeto.

Efeitos atípicos – Como se fosse erro na “execução do golpe”, é um resultado não


desejado. Exemplo de um efeito atípico reflexo: Extinção de um contrato de locação (efeito
indireto) entre João e Pedro, após Pedro ter ciência do decreto de expropriação do seu
imóvel (efeito direto).

Efeito prodrômico – Dromus (caminhar para a frente). Precisa previamente ocorrer


alguma coisa para que o ato possa gerar livremente seus efeitos. Ocorre normalmente em
ATO COMPLEXO, onde depende de visto, homologação, ratificação, como exemplo citamos
a NOMEAÇÃO DO PGR com futura aprovação no senado federal.
O ato tem de respeitar direito adquirido?

Frente a uma ilegalidade não há que se falar em direito adquirido, súmula 473 STF, pois
dele não se originam direitos, teoria da convalidação do ato administrativo.

Teoria da CONVALIDAÇÃO / SANAÇÃO ou SANATÓRIA

Hoje prevalece a teoria da anulabilidade, há vícios sanáveis e os insanáveis. A lei 9784/99,


art. 55, adotou expressamente esta teoria, pois os atos que apresentarem efeitos sanáveis
poderão ser convalidados. Chamada também de teoria de dualista (anulabilidade).

A doutrina afirma que sanáveis são os vícios da competência não exclusiva e forma não
essencial a pratica do ato. A ratificação é o nome do ato que sana o vício de competência.

Apenas dois autores, Carvalhinho e Diogo de Figueiredo, admitem a convalidação de objeto


se este for plúrimo. Exemplo: Através da conversão de ato administrativo. Pensamento este
positivado na lei de processo administrativo do estado do Rio de Janeiro. Art. 52, §2º Lei
5427/2009.

Outro exemplo de convalidação de objeto plúrimo seria a reforma de um ato numa portaria
que constam vários outros atos.

Revogação

E o ATO QUE NASCE LEGAL, continua legal, mas com o passar do tempo torna-se
inconveniente ou inoportuno. É uma reavaliação do mérito administrativo.

Quem pode revogar?

Só a administração pública. O judiciário, no exercício da função jurisdicional jamais poderá


revogar atos da administração (executivo).

Cláusula de reserva de administração pública – são atos que só podem ser praticados pelo
exercício da função administrativa. Exemplo: Revogação do ato.

Que tipo de ato pode ser revogado?

Só os discricionários

Obs.: A licença para construir será sempre deferida quando preenchidos os requisitos, ou
seja, vinculada. Entretanto, segundo decisão do STF, em 1999, diz que se a obra ainda não
começou esta licença poderá ser revogada. (caiu na prova da AGU, julho 2012) Exemplo
bizarro de revogação de ato vinculado. A atitude correta e legal seria a desapropriação do
direito de construir.
Os efeitos da revogação são ex-nunc, pró-futuro, irretroativos, prospectivos.

Súmula 473 STF, tem força para gerar direitos adquiridos.

A revogação da revogação em regra não gera repristinação.

Quais são os atos que não admitem revogação?

Os legais - discricionários e que ainda geram efeitos.

Atos que não admite revogação?

Ilegais, vinculados e exauridos, tal como os atos dos procedimentos administrativos


vinculados.

Art. 49 Lei 8666/93

Contratos verbais acima de 5% do convite (R$ 4000,00), mesmo que com vício, a
administração pública terá de efetuar o pagamente e responsabilizar em ação regressiva
aquele que deu causa a irregularidade. O terceiro contratado não poderá arcar com esse
ônus.

A licitação poderá ser completamente revogada por razões comprovadamente


superveniente que a justifique, pertinente o suficiente para sustentar tal conduta. Importante
ressaltar que é impossível revogação parcial da licitação, ou seja, parte do procedimento.

PODERES ADMINISTRATIVOS

Polícia judiciária

Incide sobre pessoas

Só órgão de segurança pública – art. 144,polícias - PF, PC, SF, CD

Repressiva – PF, PC

Polícia administrativa
Incide sobre coisa, atividades, bens e patrimônios

Qualquer órgão pode exercer

Natureza de polícia preventiva, evitar lesão. No entanto, Irá reprimir quando se


deparar com fato lesivo. Atuando de forma repressiva. Exemplo: PMERJ - ANVISA

Art. 78 CTN, Art. 145, II CF – Taxa (espécie de tributo), atividade desempenhada pela
administração pública, limitando e restringindo direito ou interesse, regulando a prática do
ato ou abstenção de fato.

A doutrina majoritária afirma que o poder de polícia administrativa impõe limites aos direitos.
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, o poder de polícia não limita, mas sim,
define contorno do exercício da liberdade e direitos fundamentais.

Poder de polícia originário – é o exercido pelos entes políticos, U, E, M e DF.

Poder de polícia derivado – é o exercido pelas entidades da administração indireta, nas


fases de consentimento e fiscalização. Exemplo: BACEN

Ciclo de polícia – Somatório das fases de polícia administrativa

Ordem de polícia administrativa,

Norma, leis ou atos administrativos que restringem a liberdade individual. Exemplo do ECA
quando restringe a venda de bebida alcoólica a menores, restringindo a liberdade
econômica

Consentimento de polícia administrativa,

Atividades que perigam a vida em sociedade só poderão ser exercidas com o consentimento
do Estado. Exemplo da licença para dirigir, CNH, licença para portar uma arma de fogo.

Fiscalização de polícia administrativa

Sanção de polícia administrativa.

Diferenças entre licença e autorização

Licença

Ato vinculado

Não admite revogação (exceto se for licença para construir de obra não iniciada)

Estável
Indenizável devido à estabilidade

Ato declaratório, direito pré-existente, direito líquido e certo, cabe mandado de


segurança

Gera direito adquirido

Autorização

Ato discricionário

Revogada a qualquer tempo

Ato precário, pode ser extinta a qualquer tempo

Regra: Não há indenização, mas há doutrinadores que entendem que seria possível
indenização nas autorizações qualificadas ou condicionadas. Exemplo: Condição proposta
pelo estado para a autorização já fora cumprida pelo autorizado, de modo que já tendo
cumprido com sua parte, cabe receber indenização pelo que já fizera.

Não é ato declaratório, é ato constitutivo de direito;

Mera expectativa de direito

Semelhanças entre licença e autorização

Forma de expressão é a mesma, ALVARÁ; que pode ser de licença ou autorização.

Ambos os atos decorrem da mesma fase do poder de polícia (consentimento),

Ambos os atos são negociais

Porte de arma de fogo

Natureza jurídica do porte de arma do particular – AUTORIZAÇÃO; se é encontrado bêbado


portando esta arma, a autorização perde seus efeitos e será extinta pela cassação (forma de
extinção do ato administrativo). Ao passo que o porte funcional é vinculado, forma de
licença. Assim, se um delegado é flagrado embriagado, este não terá cassação do seu
porte, mas responderá um PAD, sujeitando-se a regras disciplinares, podendo ser demitido
ao fim deste processo e ter seu porte extinto como efeito desta decisão.

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