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Considerações importantes acerca do Direito Administrativo

Atos administrativos:

Ato administrativo: é a manifestação ou declaração unilateral de vontade da


Administração Pública, agindo nesta qualidade, ou de particulares que estejam no
exercício de prerrogativas públicas, em conformidade com o interesse público, que
produzem efeitos jurídicos na esfera administrativa, estando sujeitos ao regime jurídico
de direito público e ao controle do Poder Judiciário

 Todos os atos administrativos (discricionários ou vinculados) estão sujeitos ao


controle do Poder Judiciário (controle de legalidade).
 O Poder Judiciário NÃO FAZ o controle de mérito do ato administrativo.
 De acordo com o STF, o Poder Judiciário não pode controlar os critérios de
correção de banca examinadora.
 De acordo com o STF o Poder Judiciário pode controlar se a matéria cobrada na
prova está prevista em edital.
 Silêncio da administração: são situações em que a administração deveria se
manifestar, mas não o faz, mantendo-se omissa. Em regra, é fato administrativo.
Exceção: o silêncio é ato administrativo quando a omissão estiver prevista em lei
e quando gerar consequências jurídicas.
 Presunção de legitimidade e veracidade: é a conformidade do ato com a Lei
(legitimidade); os fatos que ensejaram a prática dos atos administrativos
presumem-se verdadeiros (veracidade). Estão presentes em todos os atos
administrativos, tem presunção iuris tantum (admite prova em contrário e gera
inversão do ônus da prova)
 Imperatividade/coercibilidade/poder extroverso: atributo pelo qual o ato
administrativo se impõe à terceiro, de modo unilateral, independentemente de
sua concordância. Exceção: ato sem imperatividade (ato de consentimento ou
negocial).
 Autoexecutoriedade: é o atributo pelo meio do qual o ato administrativo irá
ocorrer, independentemente da autorização do poder judiciário. Exceção: ato
sem autoexecutoriedade (ex: cobrança da multa).
 Competência: atribuição dada pela lei ao agente público para a prática do ato
administrativo. É irrenunciável. (lei 9.784/99, arts 11 a 17) e (Lei 10.177/98).

Avocação: ato em que uma autoridade superior chama para si a atribuição


de seu subordinado.

Delegação: ato em que uma autoridade transfere a outra a sua competência,


ainda que entre elas não haja hierarquia (art. 13, 9.784/99) e (art. 20,
10.177/98).

 Motivo: razões de fato e de direito que ensejaram a prática do ato. O motivo


estará viciado quando ele for falso ou inexistente (ato nulo). Teoria dos motivos
determinantes: os motivos que ensejaram a prática do ato determinam a sua
validade.
 Extinção do ato administrativo:

1. Cassação: retirada de o ato administrativo em razão do seu destinatário


deixar de cumprir requisito necessário para a prática do ato (cassação da
CNH).
2. Caducidade: é a retirada do ato administrativo pela superveniência de uma
norma que faz com que o ato administrativo se torne incompatível. Decorre
de uma ilegalidade de um ato administrativo.
3. Contraposição: retirada de um ato administrativo pela superveniência de um
outro ato de efeitos contrários (nomeação seguida de exoneração).
4. Anulação: recai sobre ato ilegal; produz efeito ex tunc; a anulação poderá ser
feita pela administração pública de ofício/provocação ou poder judiciário
mediante provocação
5. Revogação: recai sobre ato legal; produz efeito ex nunc; quem revoga é
apenas a administração pública de ofício/provocação.

Atos não revogáveis:

- Ato ilegal

- Ato vinculado

- Ato exaurido ou consumado

- Ato que integra procedimento

- Ato que gera direito adquirido

- Atos meramente administrativos (parecer/atestado/certidão)

 Prazo decadencial e Lei Estadual: art. 54, 9.784/99 (prazo de 5 anos) e art. 10,
10.177/98 (prazo de 10 anos). De acordo com o STF o prazo decadencial
estadual é inconstitucional materialmente.

Poderes administrativos:

 Abuso de poder é gênero do qual decorre o desvio de poder (atinge a


finalidade) e o excesso de poder (atinge a competência).
 Poder hierárquico é o poder-dever da administração de escalonar as funções
entre órgãos e agentes da MESMA entidade.
 Poderes decorrentes do poder hierárquico:

Poder de comando: poder do hierárquico superior em dar ordens para seus


subordinados. Nasce o dever de obediência.

Poder de fiscalização: poder do hierárquico superior em fiscalizar os atos de seus


subordinados.
Poder de revisão: poder do hierárquico superior em revisar/controlar os atos de
seus subordinados: Gera a anulação/revogação dos atos.

Poder de avocação e delegação

Poder de dirimir conflitos de competência:

 Poder disciplinar: é o poder-dever da administração de apurar infrações e aplicar


penalidades aos servidores e a particulares que se submetam ao regramento
administrativo.

OBS: súmula 650, STJ: A autoridade administrativa não dispõe de


discricionariedade para aplicar ao servidor pena diversa de demissão quando
caracterizadas as hipóteses previstas no art. 132 da Lei nº 8.112/90.

 Poder normativo/regulamentar: NÃO PODE inovar nem contrariar a ordem


jurídica (ultra legem/contra legem)
 Poder de polícia: é o poder dever da administração de limitar direitos individuais
em prol do interesse coletivo (art. 78, CTN). Nasce a possibilidade da cobrança
de TAXA.

Tem como características: a discricionaridade, imperatividade/coercitividade,


autoexecutoriedade.

OBS: RE 633782

Responsabilidade civil do Estado

 Por atos lícitos: tem que haver dano anormal, extraordinário e específico. Ex:
obra pública.
 Teorias administrativas

Teoria da culpa anônima ou culpa do serviço: responsabilidade subjetiva do


estado, são aplicadas nos casos de omissão. Parte-se da premissa de negligência
do estado. Aplica-se essa teoria apenas nos casos de omissão do estado.

Teoria do risco integral: o Estado seria um segurador universal, responderia


por todo e qualquer dano gerado ao particular. Como regra não é aplicada.
Exceções:

- Nos casos de dano ambiental, dano nuclear e danos causados por aeronaves
com matrícula no país, decorrentes de atos terroristas ou nos casos de ato de
guerra.

Teoria do risco administrativo: vai estabelecer causas excludentes da


responsabilidade do Estado: caso fortuito e força maior; culpa exclusiva da
vítima e culpa exclusiva de terceiro (art. 37, §6º, CF).
Teoria da interrupção do nexo causal/teoria da causalidade direta/imediata: o
Estado só terá responsabilidade quando o dano decorrer direta e
imediatamente após a conduta estatal. Ex: preso foragido do sistema prisional
que comete crime logo após a fuga.

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