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Outubro, 2017
UNIVERSIDADE LUSÍADA DE ANGOLA
FACULDADE DE DIREITO E RELAÇOES INTERNACIONAIS
CURSO DE DIREITO
Introdução……………………………………………………………………………………...1
Incompetência ……………………………………………………………...............................4
Vício de Forma……………………………………………………………...............................5
Regime da nulidade…………………………………………………………….......................6
Regime da Anulabilidade……………………………………………………………..............7
Conclusão…………………………………………………………….......................................9
Referências Bibliográficas……………………………………………………………...........10
Introdução
Entende-se por acto administrativo "o acto jurídico unilateral praticado por um órgão
da Administração no exercício do poder administrativo e visa a produção de efeitos jurídicos
sobre uma situação individual num caso concreto".
Na prática eram de tal maneira importantes as excepções, que a regra geral era posta
em causa, a ideia da tripla definição: fundamentação horizontal, vertical e procedimento.
Estas três fundamentações, eram postas em causa, porque os actos administrativos que não
gozavam destas características, eram, admitidos ao contencioso administrativo, ao processo
administrativo.
A fundamentação material tinha a ver com a definição do direito, e, hoje em dia, sabe-
se que actos de não definição do direito, que no entanto são de conteúdo jurídico e produzem
efeitos no caso concreto, devem poder ser apreciado, porém, o tribunal admitia que actos não
definitivos, do ponto de vista material, fossem tratados como acto lesivos, permitindo
controlo jurisdicional.
Sousa e Matos (2009)1 mostraram que a doutrina geral trata de forma exaustiva dos
vícios ou das patologias que um acto administrativo pode enfermar. Quando acontece, o acto
ou é Inválido ou nulo. Podemos, em tese geral, encontrar os seguintes vícios num acto
administrativo de acordo com vários critérios, a saber: vícios de natureza orgânica;
1. Usurpação de Poderes
O corre quando um órgão da Administração Pública pratica um acto pertencente a
outro poder soberano, violando o princípio da separação de poderes; o vício do ato
administrativo pelo qual um órgão da administração pública exerce uma outra função do
Estado que não a função administrativa, sem para isso estar habilitado.
2. Incompetência
Acontece quando o órgão administrativo pratica um acto que está incluído nas
atribuições ou competências de outro órgão da administração. E a incompetência pode ser
absoluta, quando o "acto incide sobre atribuições de outra pessoa colectiva ou outro órgão, e
relativa, quando um órgão de uma pessoa colectiva pública, pratica um acto que está fora da
sua competência mas que pertence à competência de outro órgão da mesma pessoa colectiva.
O desvio de poder pode assumir duas formas: o desvio de poder por motivo de
interesse privado (ocorre quando o motivo principalmente determinante visa a prossecução de
um interesse privado, material ou imaterial, do titular do órgão emissor do ato ou de outrem)
e o desvio de poder por motivo de interesse público (ocorre quando o motivo principalmente
determinante visa a prossecução de um fim que, apesar de não ser o fim legal, é ainda de
interesse publico).
O desvio de poder é um vício típico dos actos praticados ao abrigo de margem de livre
decisão, pois nos actos administrativos vinculados os requisitos funcionais de legalidade são
de reduzida, ou mesmo nula, importância (nestes actos, em principio, são irrelevantes os
motivos e o fim real, desde que haja conformidade legal dos aspectos vinculados do ato).
O desvio de poder é, portanto, muito difícil de provar, o que explica que a sua
teorização, especialmente em voga nos anos quarenta e cinquenta do século XX, assuma
actualmente contornos secundários e seja em grande parte votada ao esquecimento. Além
disso, a moderna construção do princípio da imparcialidade, muito mais objectiva e rigorosa
que a clássica teoria do desvio de poder, permite actualmente ultrapassar algumas das suas
limitações intrínsecas. Em todo o caso, existem alguns aspectos da teoria do desvio de poder
que mereceriam maior tratamento.
Há outras fontes de invalidades sem ser a ilegalidade dos actos administração: são os
casos de ofensas a um direito absoluto de um particular; casos em que o acto administrativo
viola um contrato não administrativo ou, os casos de ofensas à ordem pública e aos bons
costumes. Por fim, mas não menos importante, temos os vícios das vontades dos actos
administrativos que não têm relevância para o tema que estamos a abordar.
Regime da nulidade
São considerados nulos os actos administrativos que estejam eivados dos seguintes
vícios: a) usurpação de poderes; b) incompetência absoluta; c) que sofram de vícios de forma
na modalidade de carência absoluta de forma legal; d) actos praticados sob coacção; e) as
deliberações tomadas sem quórum ou tumultuosamente; e) os actos que consubstanciam a
prática de um crime; f) que lesem o conteúdo essencial de um direito fundamental.
Regime da Anulabilidade
Os actos sancionados por lei com a anulabilidade, são os que enfermam dos seguintes
vícios: a) incompetência relativa; b) de carência relativa de forma legal ou que preterem as
formalidades essenciais; c) viciados por desvio de poder; d) praticados por erro, dolo ou
incapacidade acidental.
Vamos analisar as duas correntes de opinião, uma que defende a legalidade e a outra a
ilegalidade do acto. Desse modo, levar-se-á em conta as ilegalidades ou vícios apontados pela
tese da ilegalidade para encontrarmos a resposta à questão colocada de início. Os defensores
da tese da ilegalidade apontam como vícios de Despacho os seguintes: inconstitucionalidade,
incompetência, usurpação de poderes, falta de fundamentação e omissão. Posto isto,
passaremos de seguida analisar estes supostos vícios indicados pela tese da ilegalidade.
Omissão - Os defensores da tese da ilegalidade apontam ainda a omissão como sendo uma
das irregularidades do Despacho. É inútil tentar desenvolver esse aspecto, porque estamos
perante um acto administrativo primário, praticado por um órgão da administração, no
exercício das suas competências e que produziu efeitos jurídicos simultâneos em situações
individualizáveis ou plurais.
Conclusão
Amaral Diogo F. do. Curso de Direito Administrativo, 3a Edição, Vol. 1, Almedina, 2011.