Você está na página 1de 8

CASAS GERIÁTRICAS EM CACHOEIRA DO SUL, 2023

Estéfani Soares Moraes


Évelin Camargo da Silva
Lídia Victória de Mello Pereira
Vitória Lopes Teixeira

INTRODUÇÃO

As Instituições de Longa Permanência são residências destinadas aos


idosos, para ocorrer o acolhimento dos mesmos que sejam saudáveis e autônomos,
que poucas vezes precisarão de ajuda para as atividades cotidianas, sem necessitar
assim de intervenções médicas. Elas são diferentes de uma clínica geriátrica. O
idoso que precisa de cuidados médicos constantes, medicação e assistência à
saúde deve ser levado a uma clínica geriátrica. (Brasil, Ministério da Saúde,
01.julho.2022).
A Lei de Proteção ao Idoso no Brasil é a Lei nº 10.741, sancionada em 1º de
outubro de 2003, ficando conhecida como o "Estatuto do Idoso", com objetivo de
proteger os direitos e a dignidade dos idosos, promovendo uma melhor qualidade de
vida para essa população no Brasil.
Este dispositivo legal gerou, um grande avanço na proteção dos direitos
humanos de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos.
No Título II, a lei tem como foco a tutela dos direitos fundamentais, os quais
são previstos ao longo de 10 Capítulos, que debatem sobre a importância do direito
à vida, saúde, liberdade, dignidade, respeito, cultura, educação, lazer,
profissionalização, trabalho, assistência social, local para habitação e transporte.
Já os demais títulos abordam sobre as medidas de proteção, política, justiça,
atendimento ao idoso e os crimes praticados sobre os mesmos.
Principais pontos abordados pelo Estatuto do Idoso:

● Atendimento prioritário em serviços públicos e privados;

● Direito à saúde, incluindo atendimento médico e medicamentos gratuitos;

● Prioridade no recebimento de benefícios previdenciários e assistenciais;

● Proibição de discriminação por idade no trabalho e em outros contextos;

● Garantia de acessibilidade em locais públicos e meios de transporte;

● Direito à moradia digna e proteção contra o abandono;

● Medidas de combate à violência e ao abuso contra idosos.

Existe também medidas de proteção que são aplicadas sempre que os


direitos do Estatuto do Idoso forem ameaçados ou violados, seja por ação ou
omissão da sociedade.
Entretanto, por mais que exista estas medidas com o objetivo de combater
principalmente os maus tratos, ainda se tem um grande nível de abandono,
violência física, moral, social, patrimonial e psicológica realizadas contra estes
indivíduos na sociedade atual.
Exemplos desses atos estão presentes no documentário chamado de
“Projeto Cuidar – Vidas Reconstruídas”, que relata acontecimentos vivenciados por
idosos e pessoas com deficiências mentais durante anos nas regiões do rio-
grandense do Sul, inclusive na cidade de Cachoeira do Sul, e que somente em 2015
foi investigado e descoberto pela promotora Maristela Schneider, através da
descoberta deste cenário devastador das 25 casas geriátricas, que abrigavam cerca
de 768 pessoas de todas as regiões do Rio Grande do Sul – cerca de 60
municípios, conforme o ministério público.
Constatando as formas desumanas de tratamento dos pacientes, iniciou-se a
ação de acionamento das famílias e municípios de origem dos pacientes, interdição
de uma das casas, devido a ocorrência de um incêndio, que colocou em risco a vida
dos abrigados, fechamento de outras sete casas, outras em moldes corretos foram
construídas, e pelo menos três dos novos abrigos são residências, onde os
abrigados têm privacidade e os seus direitos respeitados.

Maus tratos contra idosos

O Estatuto do Idoso, Lei 10.741/ de 1° de outubro de 2003, prevê como


crime a conduta de colocar em risco a vida ou a saúde do idoso, física ou psíquica,
através de condições degradantes ou privação de alimentos ou cuidados
indispensáveis. A pena prevista é de 2 meses a 1 ano de detenção, e multa. Se o
resultado do crime for lesão corporal grave, a pena aumenta para 1 a 4 anos de
reclusão. Por fim, se o resultado for morte, a pena é de 4 a 12 anos de reclusão.

1.Penalidades Legais: Aqueles que violam as leis do Estatuto do Idoso


podem estar sujeitos a penalidades legais, como multas, advertências ou até
mesmo prisão, dependendo da gravidade da infração.

2.Responsabilidade Civil: Pessoas ou instituições que prejudicam idosos de


alguma forma podem ser responsabilizadas civilmente e ter que indenizar as vítimas
pelos danos causados.

3. Ações Judiciais: Os idosos têm o direito de entrar com ações judiciais para
buscar reparação por violações de seus direitos sob o Estatuto do Idoso. Isso pode
incluir processos por abuso, negligência ou qualquer forma de discriminação.

4.Medidas Administrativas: Órgãos públicos podem aplicar medidas


administrativas, como interdição de estabelecimentos que não cumpram as normas
de acessibilidade ou de atendimento adequado aos idosos.
5.Conscientização e Educação: Além das medidas punitivas, é importante
promover a conscientização e a educação da sociedade sobre os direitos dos
idosos. Isso pode envolver campanhas de sensibilização e programas educacionais.

6.Amparo Legal aos Idosos: O Estatuto do Idoso existe para proteger e


garantir os direitos dos idosos, e seu não cumprimento pode resultar em uma falta
de amparo legal, prejudicando essa parcela da população.

Discriminação da pessoa idosa

A discriminação contra idoso, que consiste no ato de, em razão da idade,


tratar a pessoa de forma injusta ou desigual, criando empecilhos ou dificuldades de
acesso a operações bancárias, meios de transporte, ou criar embaraços ao
exercício da cidadania, também responde pelo crime a pessoa que, por qualquer
motivo, humilhe ou menospreze alguém por causa de sua idade. A pena prevista é
de 6 meses a 1 ano de reclusão e multa. Se a pessoa que cometer o crime for
responsável pela vítima, a pena será aumentada em até 1/3.
Em resumo, o não cumprimento das leis do Estatuto do Idoso pode levar a
consequências legais, civis e administrativas para aqueles que violam os direitos
dos idosos, visando garantir um tratamento digno e justo a essa faixa etária.

Asilo da Velhice Nossa Senhora Medianeira

A trajetória do Asilo da Velhice Nossa Senhora Medianeira começou com a


história de boa vontade e luta de dona Rica Carvalho Bernardes, que foi um
membro ativo na Sociedade Cachoeirense de Auxílio aos Necessitados – SCAN
como presidenta, a partir de 1946.

Durante o trabalho desenvolvido na SCAN, visualizou uma demanda


crescente na área de idosos em situação de vulnerabilidade social. Percebendo a
necessidade de ter um local para abrigá-los foi em busca de contatos com o poder
público. Dona Rica, muito religiosa, pediu a Nossa Senhora Medianeira para
conceder-lhe a graça de fundar um asilo, sendo que quando a graça fosse
alcançada construiria uma capela dando a esta o nome da Santa.
Pois somente em 1948, o Sr. Liberato Salzano Vieira da Cunha, prefeito na
época, disponibilizou uma casa de madeira e um terreno ao fundo desta, localizados
na Avenida Brasil, para abrigar os idosos em situação de vulnerabilidade. Em abril
de 1948 foi aberta a “Casa dos Velhos”, com o primeiro morador, e pertencendo a
SCAN como departamento. E em 31 de maio de 1948, foi realizada a missa
inaugural da Capela Nossa Senhora Medianeira, na então “Casa dos Velhos”.

Foi em 06 de janeiro de 1949, que através de assembléia com a primeira


eleição da diretoria que o Asilo teve sua fundação, sendo desmembrado da SCAN,
tendo como presidente da diretoria Dona Rica Carvalho Bernardes, e passando a se
chamar “Asilo da Velhice Nossa Senhora Medianeira”, com o objetivo de “amparar,
acolher e proteger a velhice necessitada de Cachoeira do Sul”.

Neste momento a casa tinha capacidade para atender 16 idosos, oito


mulheres e oito homens, além da Dona Rica, que coordenava todos os trabalhos
realizados, também eram responsáveis pela casa Dona Luiza, na alimentação e
higiene dos idosos, e Dona Malvina, responsável pelos serviços externos.

Com o passar do tempo foi construído outro prédio, ao lado do antigo,


possibilitando assim, a institucionalização de pessoas que poderiam pagar pelos
serviços da entidade.Em março de 1962, chegaram às religiosas da Congregação
de Santa Catarina para auxiliar nos serviços prestados, durante 24 horas. As quais
mais tarde também dirigiram internamente a Instituição. O Asilo foi dirigido interna e
externamente por Dona Rica Carvalho Bernardes até 1966. Durante todo o tempo
em que Dona Rica esteve na diretoria do Asilo, mostrou-se sempre muito ativa,
engajada com a causa, e quando era necessário, visto que a instituição não possuía
condições próprias de sustento, procurava auxilio com os órgãos públicos e na
comunidade, através de campanhas para arrecadar doações.

Por motivos de doença a fundadora da instituição teve que se afastar da


diretoria, passando o cargo ao Senhor Nicolau Natalício Assman. Ele ficou como
presidente do Asilo até 1975. Neste período a casa já possuía 12 funcionários,
continuava contando com o serviço das religiosas.
Com a próxima diretoria 75/76, a qual tinha como presidente o Senhor Gelcy
Isidoro Fogliatto, fora construída e equipada uma cozinha, com auxilio da
comunidade.Na gestão 77/78, houve a reeleição do presidente e foram realizados
reformas e melhoramentos em diversas dependências do Asilo.

O senhor Euclides Bacchin da gestão 77/80, buscou firmar convênio com a


Fundação Legião Brasileira de Assistência – LBA. O primeiro contrato foi a partir de
julho de 1978, dando assim possibilidades de realizar vários melhoramentos na área
de assistência social, médica, recreacional, educacional e alimentar aos idosos,
assim como na parte física da instituição.

Em 1984 foi eleita nova diretoria, presidida pelo Sr. Edgar Muller, que
permaneceu até o ano de 2001. Até 1989 a instituição contou com uma Assistente
Social em tempo integral, a qual tinha programas e projetos voltados para o bem
estar dos idosos e a valorização dos funcionários.

Em 2001 a 2003 assume a presidência da instituição, o Sr. Oscar Becker


Sobrinho, tendo em vista que o Sr. Edgar veio a falecer. Já no próximo mandato que
foi de 2003 a 2005, quem ficou responsável pela diretoria, como presidente, foi o Dr.
Gilberto Teixeira, que por sua vez, atuava também como médico responsável pela
entidade.

No ano de 2005, com a posse de uma nova diretoria, tendo como presidente
o Sr. Luiz Fernando Möller, inicia-se um novo período na instituição, onde se dá
preferência à qualidade de vida do idoso institucionalizado, com uma nova equipe
de profissionais qualificados para trabalhar com os idosos, como: assistente social,
enfermeiro, técnicos e auxiliares em enfermagem, cuidadoras de idosos, o Asilo
ainda conta com estagiárias do Serviço Social, colaboradores e voluntários. Houve
também criações de novas formas de arrecadar verbas para a instituição, tais como
a ampliação de um espaço para a realização do Brechó, Brique e Salão de
Atividade.
Muitas foram às mudanças propostas pela nova diretoria. Até o momento,
tanto mudanças físicas como nos recursos humanos da instituição tem sido
prioritárias para a diretoria, lembrando-se sempre do objetivo principal desta
instituição: “Amparar, acolher e proteger os idosos sem condições de sustento e que
vivem em situação de vulnerabilidade social, trabalhando em conjunto com a
sociedade deste município e região”.

OBJETIVO

Nosso objetivo com a pesquisa é saber se a comunidade da Escola Ciro está


ciente sobre as histórias, acontecimentos e vivências dos moradores de casas
geriátricas presentes na cidade de Cachoeira do Sul.

METODOLOGIA

Será realizada visitas em uma residência geriátrica para o entendimento de


suas trajetórias e após uma pesquisa envolvendo os funcionários e residentes do
local.

RESULTADOS

CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS

BRASIL, Ministério da Saúde. O que observar ao escolher casa de repouso para


idosos?. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-
anvisa/2019/o-que-observar-ao-escolher-casa-de-repouso-para-idosos Acesso em:
02. mai. 2023.
LOPES, Rodrigo. Idosos e doentes mentais sofriam maus-tratos em abrigos de
Cachoeira do Sul, revela documentário. 2018. Disponível em:
https://gauchazh.clicrbs.com.br/saude/amp/2018/04/idosos-e-doentes-mentais-
sofriam-maus-tratos-em-abrigos-de-cachoeira-do-sul-revela-documentario-
cjg3qwei000my01qo6d860hz7.html Acesso em: 11. abr. 2023.
RIO GRANDE DO SUL, Ministério público do Estado. Projeto cuidar-histórias
reconstruídas. 2018. Disponível em: https://youtu.be/BCUbUDlfSJ4 Acesso em:
11. abr. 2023.

Você também pode gostar